Hist贸rias do Pepito
Dados
Internacionais de Catalogação na Publicação (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Fragoso, Nilse Bernal de Souza Histórias do Pepito / Nilse Bernal de Souza Fragoso. -- Osasco, SP : Ed. do Autor, 2013. Parceria: Pepe-Network ISBN 978-85-913987-1-3 1. Crianças de comunidades carentes 2. Educação de crianças 3. Educação religiosa 4. Educadores Formação 5. Igreja - Trabalho com crianças I. Título.
13-04127
CDD-306.43 Índices para catálogo sistemático: 1. PEPE : Programa de Educação Pré-Escolar : Programa missionário que promove o desenvolvimento da criança nas comunidades desfavorecidas : Sociologia educacional 306.43
(CIP)
Sobre a autora: Nilse Bernal de Souza Fragoso - Advogada, formada pelas Faculdades Metropolitanas Unidas; sete anos de trabalho em telemarketing com cursos de aperfeiçoamento; Jornalista - mtb 66.145; escritora de histórias infantis e de matérias para jornal e revistas; locutora em programas de rádios em Itatiba, desde 2007; compositora musical; ministério com crianças em Vila Clementino/SP por 15 anos, e em Itatiba/SP desde 2003; trabalho voluntário junto ao Lar Batista de Criança de Mogi das Cruzes desde 1986 e junto à ABIAH;
Organizadora: Terezinha Aparecida de Lima Candieiro - Mestre em Artes no Programa de Desenvolvimento Integral da Criança pelo Malaysia Baptist Theological Seminary; Licenciatura Plena em Pedagogia com especialização em Magistério e Orientação Educacional pelas Faculdades Integradas Campos Salles; Bacharel em Teologia com especialização em Educação Religiosa pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo; Curso de consultoria do Programa Claves Brasil de Prevenção contra a violência sexual de crianças e adolescentes. Atualmente é a coordenadora do PEPE Internacional na Junta de Missões Mundiais da CBB.
Parceiros promotores do PEPE: ABIAH – Associação Brasileira de Incentivo e Apoio ao Homem JMM – Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira JMN – Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira Revisão de textos: Valéria Dias, Fernanda Kivitz e Carmem Lucia Purens Sarkovas Criação das ilustrações originais do Pepito: Samuel J. Christine Projeto Gráfico: Eliene de Jesus Bizerra Ilustrações: Marcos Dias Alves
© PEPE NETWORK/ABIAH - Associação Brasileira de Incentivo e Apoio ao Homem, 2012. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa e por escrito dos parceiros promotores do PEPE. ABIAH - Associação Brasileira de Incentivo e Apoio ao Homem Escritório: Rua André Saraiva, 783 - Vila Sônia - São Paulo - SP - Brasil CNPJ 64.032.584/0001-60 CEP 05626-001 - Telefones: 55 (11) 3739 0302/ 3749 1205 www.pepe-network.org - www.abiah.org Impresso no Brasil - Printed in Brazil
Nilse Bernal de Souza Fragoso
Histórias do Pepito
ABIAH – JMM – JMN “Cumprindo nossa missão, alcançamos nossa visão”
Índice Apresentando o PEPE.......................................................................................................................................................... 7 PEPE é também brincadeira e alegria................................................................................................................................. 11 Criança esperta, criança alerta.......................................................................................................................................... 13 Caixinha de surpresa........................................................................................................................................................ 17 A tropinha do Pepito......................................................................................................................................................... 19 Vencendo o medo............................................................................................................................................................ 23 Guarda-chuvinha............................................................................................................................................................. 27 Macaquinho mentiroso..................................................................................................................................................... 29 O presente maior............................................................................................................................................................. 30 Cavalinho voador............................................................................................................................................................ 35 Um bom amigo chamado popi......................................................................................................................................... 37 Declaração universal dos direitos dos animais.................................................................................................................... 39 Diferenças sem encrencas................................................................................................................................................. 41 Guardando a bagunça..................................................................................................................................................... 45 A máquina de fazer ideias................................................................................................................................................. 47 Valente ou medroso?........................................................................................................................................................ 49 Sabonete e pente são bons para a gente............................................................................................................................ 53 O leão do Leo................................................................................................................................................................. 57 Sou pequenino, mas precioso........................................................................................................................................... 59 A copa do mundo ........................................................................................................................................................... 61
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Prefácio “Ao Senhor pertencem a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele habitam” (Salmo 24.1). É com muita alegria que apresentamos esta obra, preparada para ajudar os educadores a contarem histórias alegres e divertidas com a mascote do PEPE, o PEPITO, e facilitar às crianças o aprendizado de princípios importantes para melhor convivência na sociedade e em seus relacionamentos. Esta é uma das nossas tarefas, enquanto cooperadores do Pepe – programa missionário que promove o desenvolvimento da criança nas comunidades desfavorecidas ao redor do mundo, através de atividades de Educação Infantil. Esperamos que este seja mais um recurso útil e abençoador no cumprimento da missão da Igreja, “levando o evangelho todo ao homem todo”, em todo o mundo, em todo tempo e de todas as formas possíveis. Terezinha Aparecida de Lima Candieiro
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APRESENTANDO O PEPE Pepito: Pepita:
Pepito:
Pepita:
Pepito/Pepita:
Amiguinhos, queremos que vocês conheçam o PEPE? É mesmo, gente! O PEPE no Brasil significa: Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Criança em família na Comunidade. O PEPE nos outros países significa Programa de Educação Pré Escolar! Leva às crianças mensagens de esperança e amor; tem música, lanchinho e muita alegria. Ensina o bom o caminho que leva a Jesus, tem brincadeiras e livrinhos, história para ler e para aprender. E as famílias ficam contentes, pois sabem que estamos bem e a vizinhança agradece porque todos percebem que o PEPE nos ajuda, e é legal também. Mas, enquanto as crianças esperavam pelo PEPE, cantavam, com o coração aflito, assim:
Tic-tac, tic- tac, tic- tac Como um relógio que bate, noite e dia sem parar. Assim também bate meu aflito coração, Com esperança ele bate, aguardando que alguém ouça o seu pulsar E me estenda a sua mão Tic-tac, tic- tac, tic- tac Como é que o PEPE nasceu? O PEPE nasceu de uma pergunta que fizeram a uma igreja: “vocês são de uma Igreja que só fala, ou ela faz alguma coisa? Então a grande ideia nasceu: criar os PEPE’s. E sabe quem Deus chamou para iniciar e cuidar desse trabalho?
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O casal de missionários: Georgina e Pr. Stuart, que vieram lá da Inglaterra, começaram o trabalho em agosto de 1992, em parceria com a ABIAH (Associação Brasileira de Incentivo e Apoio ao Homem), no Jardim Olinda, na periferia da cidade de São Paulo/SP, no Brasil, numa pequena sala com apenas 25 crianças. As crianças deste lugar eram carentes e não tinham escola, então o PEPE iniciou ali as suas atividades com um programa de preparação pré-escolar, com o apoio da Associação Batista Britânica – BMS. Hoje, existem vários PEPE’s não só no Brasil, mas também em outros continentes, pois o programa se espalhou. Em 2001, a pedagoga e missionária Terezinha Candieiro inaugurou o primeiro PEPE internacional em Moçambique, reconhecido por entidades governamentais. Atualmente, temos mais de trezentas unidades do PEPE na África e América Latina, em mais de vinte países, ajudando a mais de 10 mil crianças e compartilhando o amor de Jesus com milhares de famílias. Vai, Deus disse: é preciso ir, Anunciar as boas novas, falar do meu amor
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Vai, cure as feridas, fale sobre o dom da vida, fale de Jesus, Espalhe a semente sobre a terra, existem tantos na espera, Ouve a voz dos pequeninos, vai e estanca a dor. Quem coordena, ou seja, cuida deste trabalho no Brasil e no mundo? A ABIAH, a Junta de Missões Nacionais e a Junta de Missões Mundiais, que formam o PEPE NETWORK – uma rede que trabalha na formação de vários PEPE’s. Não entendeu? Bem, é uma porção de gente de vários lugares, fazendo muitas coisas, e todos juntos fazem o PEPE acontecer. No Brasil, A ABIAH ajuda a iniciar as unidades do PEPE, através das coordenadoras regionais; dá aulas e apoio para aos missionários, visita as igrejas. Orienta, também, os facilitadores para atuarem melhor no desenvolvimento social, espiritual e mental das crianças. Nos outros países a JMM é a responsável por orientar os procedimentos de implantação do trabalho.
Mais do que palavras, é preciso viver. Dizer não é o bastante, faça acontecer. Mais do que falar, é preciso plantar. Há tantos que, neste instante, Precisam de você, esperam por você, contam com você! Pessoal, tem alguém aí parado? Vamos todos trabalhar para o PEPE! O que eu estou fazendo aqui parado Enquanto tantos choram por aí? Crianças sem amor e sem cuidado Sofrendo violência, sem ter pra onde ir, Clamam por socorro, alguém precisa ouvir. Escute a voz de Deus, é hora de agir. Vou falar de esperança, Vou falar do amor de Deus, Plantar sementes santas Que brotam para os céus.
Vou dizer de Jesus, Vou levar o meu abraço, Vestir os que estão nus, Saciar a sede dos aflitos Que perecem, sem ver a luz. Aos famintos servir pão e vida, Proclamar o poder da cruz. E como nasce um PEPE? O PEPE oferece a meninos e meninas, de quatro a seis anos incompletos, a possibilidade de receberem atenção especial. A igreja cede o espaço para que funcione um novo PEPE. Quem ajuda no trabalho das igrejas? Missionária facilitadora da Igreja: Meu pastor me disse para ajudar, pois sou dedicada à obra da igreja, tenho dado bom testemunho e amo trabalhar com crianças. Eis me aqui, envia-me a mim, vou participar de todos os cursos da ABIAH e aprender muitas coisas boas, orar pelas famílias, visitá-las, e abençoar muitas vidas.
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Coordenadora da igreja: Já temos vários Padrinhos e Madrinhas, que são pessoas que ajudam na manutenção do PEPE. Vou falar para os meus amigos ajudarem também, não vou falhar. O PEPE precisa de recursos, com certeza vou ajudar. Eu sou o Joaquim, da padaria, e vou doar pãozinho, ora, pois, pois. Eu sou o seu José, do mercado, vou doar leite e bolacha. O PEPE começou, muita gente ajudou! O amor em ação ganhou; todo mundo se alegrou, OBA! PEPE também é brincadeira e alegria
Venham cirandar. Brincar é coisa de criança... Como é bom cantar! Brincar é coisa de criança... Como é bom girar! Viro de um lado, Do outro também, Levanto e me agacho, Pulo e vou além. Dá-me um abraço, Quero me alegrar.
Venham cá crianças,
Entra no compasso,
Não me digam não.
Vamos festejar!
Venham cá comigo, Segurem minha mão.
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Entrem nessa roda
Brincar é coisa de criança... Como é bom cantar! Brincar é coisa de criança... Venha cirandar! Brincar é coisa de criança... Como é bom sonhar! Agora nossa história mudou para melhor! Os corações aflitos, que esperavam por alguém, Encontraram o PEPE! Podemos, então, cantar uma nova canção! Música: como um relógio (coração alegre) Como um relógio que bate, (tic-tac, tic- tac) Noite e dia sem parar, Assim também bate meu alegre coração.
Com esperança hoje bate, sabendo que alguém
Ouviu o seu pulsar-ar
E me estendeu a mão. Tic tac tic tac tic tac Você ouviu e me estendeu sua mão. Obrigado PEPE! Agradeço a Deus pela inspiração e alegria de poder servi-lo. Não encontro em mim nada, que não tenha sido concedido pelo autor da minha fé, porque dele, por ele e para ele são todas as coisas.
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CRIANÇA ESPERTA, CRIANÇA ALERTA sozinhas na casa de pessoas, vizinhos, e até atrás de quem não conhecem para ganhar balas e outros agrados.
Pepito:
Nós, crianças, devemos prestar atenção em algumas coisas importantes.
Devemos ser espertos para não sermos enganados.
Pepito:
Pepito:
Quando estivermos em algum lugar, com muitas pessoas, não devemos nos afastar da companhia dos nossos pais, nem sair por aí sem dizer para onde vamos.
É perigoso; por isso, cuidado! Existem lobos que se escondem em peles de cordeiros.
Pepita:
Na realidade, existem algumas pessoas que se fingem de boazinhas, mas o que querem mesmo é enganar os outros.
Criança esperta está sempre alerta!
Pepito:
Eu fico bem esperto, não vou atrás de quem eu não conheço, não aceito coisas de pessoas estranhas, converso muito com meu pai e com minha mãe e peço seus conselhos.
Pepita:
Pepita:
Pepito:
Isso mesmo, quando saímos para brincar, não é bom nos afastarmos muito nem aceitar coisas de pessoas estranhas. Pepita:
Pepita:
As crianças gostam muito de doces e brinquedos; algumas delas às vezes vão
Mas, e se for alguém que a gente conhece de longe, quer dizer, alguém que a gente já viu em algum lugar?
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Pepito:
Já sei, meu pai fala: conheço fulano de vista.
Pepita:
Em caso de dúvida, fale com seus pais, com a professora; procure ajuda.
Acho bom conhecer bem, não só de vista; mas, mesmo conhecendo, é bom se ligar no movimento, pois garoto sabido não se arrisca.
Pepito:
Pepito:
Será que a gente está exagerando ou é melhor ficar de antena ligada?
Cautela significa: cuidado, atenção! Até quando brincamos devemos olhar se o local é seguro, se não é muito distante, vazio, se não tem bichos perigosos, buracos, ou objetos que podem nos machucar.
Pepita:
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Pepito:
Minha avó diz assim: canja de galinha e cautela não fazem mal a ninguém.
Pepito:
É, eu também acho que toda história tem o mocinho e o bandido; por isso, a gente precisa perceber quem é quem e manter distância.
Pepita:
Pepito:
Eu soube de um menino que conheceu uma pessoa que ia à escola oferecer umas coisas para as crianças; era algo que fazia muito mal e deixava as crianças doentes. Cuidado! Tem lobo que se faz de amigo, mas, na realidade, só quer devorar
os outros. Ele quer que você prove o que ele oferece para dar um jeito de lhe prender, como o peixe, quando morde a isca. Pepita:
Pepito:
Existem brincadeiras que adultos não devem fazer com crianças, pois não são boas para elas. Pessoas adultas e casadas podem namorar e ficar juntinhas, cuidando um do outro, de verdade. Um dia, quando for adulto, vou casar e ter minha esposa.
Só quando eu crescer e puder escolher meu marido, vou pensar nisso. Agora tenho que estudar e aprender tanta coisa boa, brincar com outras crianças, mas, sempre com muita atenção para não arranjar confusão.
Pepito:
Tudo tem o seu tempo certo e tudo deve ser feito da forma correta.
Por isso, digo mais uma vez: CRIANÇA ESPERTA, CRIANÇA ALERTA.
Pepita:
Pepita:
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CAIXINHA DE SURPRESA Pepito e Pepita querem fazer bonito, mas acham que é feio enganar os outros. Precisavam levar um presente para um amiguinho da escola, porém não sabiam o quê. Então, compraram uma cartolina e fizeram um joguinho de dominó. Estava tudo prontinho, quando tiveram a ideia de colocá-lo em uma caixinha de presente. Outro coleguinha se ofereceu para arranjar a caixinha que estava faltando. Ao colocarem o joguinho na caixinha, viram que havia um nome escrito: Lucas, e acharam aquilo estranho. Perguntaram ao coleguinha porque tinha um nome na caixinha. Ele disse que ganhou do seu irmão, que se chamava Lucas, porque ele não a queria mais. Quando foram entregar o presente, Lucas estava na casa do amiguinho e disse: o que vocês estão fazendo com o meu estojinho? Pepito logo entendeu o que tinha acontecido e ficou muito sem graça. Pepita pediu desculpas e devolveu a caixinha, explicando o que tinha acontecido.
Resolveram falar com o coleguinha que havia causado a confusão. Fazer bonito com as coisas dos outros é muito feio, disseram ao menino levado. Quando percebeu que a trapaça havia sido descoberta, o garoto travesso ficou vermelho e desconcertado. Logo se defendeu: Poxa, a caixinha estava jogada em um canto, eu pensei que não ia fazer falta. Pepito e Pepita pediram ao coleguinha para pensar bem no que tinha feito e nunca mais agir assim, pois mentir, pegar as coisas dos outros e colocar pessoas em apuros são atitudes muito feias e erradas. Após o vexame, os três juntos fizeram uma nova caixinha e entregaram ao amiguinho da escola. Pepito e Pepita tiveram a oportunidade de ensinar o que é certo ao coleguinha e ajudá-lo a corrigir sua má ação. Por isso, crianças, prestem atenção: cuidado com as caixinhas de surpresas desagradáveis; sejam sempre honestos e leais.
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A TROPINHA DO PEPITO Pode ser usada no dia do soldado, em relação ao evangelho (Seguir as ordens do nosso general Jesus) ou na conduta particular de cada um.
Atenção pelotão! Direita volver! Um, dois, três, quatro! Qual é a ordem do dia? Ufa! Não é nada fácil a vida de um soldadinho! São tantas tarefas importantes, missões arriscadas, aventuras, treinamentos, exercícios, manobras e táticas para vencer as batalhas. Sem falar quando é necessário fazer acampamentos e usar técnicas de sobrevivência na mata. Contudo, um bom soldado deve reunir várias qualidades para cumprir bem suas tarefas e desempenhar seu papel de forma segura para si e para toda a tropa. Pepito respeitava sempre os seus comandantes e admirava muito a capacidade do seu general. Um dia, o capitão de sua tropinha precisou cumprir uma tarefa importante e teve que escolher alguns soldadinhos para reconhecer a área onde a missão seria executada.
Era uma tarefa essencial para o sucesso de todos os envolvidos. O capitão pensou: vou chamar os soldadinhos mais corajosos, pois com a ousadia que têm, certamente chegarão ao lugar certo. Depois, considerou que os soldados corajosos nem sempre eram os mais obedientes. Resolveu, então, fazer um teste: reuniu toda a tropinha, explicou qual era incumbência e perguntou: - Quem deseja ir? Alguns soldadinhos correram para chegar na frente, empurrando os outros, fazendo o maior tumulto. Queriam chegar primeiro para ocupar a vaga. Outros abaixaram a cabeça e ficaram bem quietinhos para não correrem o risco de serem apontados por alguém, porque não queriam fazer parte da missão. Acreditem, houve os que saíram correndo, deram um passo atrás e escaparam rapidinho. Pepito e seus dois amiguinhos, porém, ficaram em seus lugares, com as mãos levantadas, calados, mas olhando firmemente para o seu capitão, aguardando que fossem reconhecidos como bons voluntários para o serviço.
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O comandante observou a reação de cada um e tirou uma proveitosa conclusão: Os que correram na frente, empurrando seus colegas, estavam pensando na glória de uma medalha, ignorando seus companheiros, e isso não resultaria em um trabalho de equipe. Os que abaixaram a cabeça, certamente não se sentiram preparados, ou não se importavam em arriscar. Abandonaram a causa. Os que fugiram, dando um passo atrás, não tinham coragem de enfrentar a situação, nem defender os interesses do seu comandante; talvez nem quisessem fazer parte da tropa. Os que ficaram de mãos levantadas olhavam para o seu comandante; com confiança, sem fazer tumulto, nem empurrar os outros. Sabiam que podiam vencer os obstáculos se ficassem firmes e cumprissem as orientações recebidas.
Um bom comandante sabe reconhecer os que são prontos, fiéis, solidários e obedientes. Agora, eu lhe pergunto: - Que tipo de soldado você é? Aquele que faz tumulto e gosta de aparecer para tirar vantagens, o que disfarça e não se compromete com nada, nem liga para os outros; o que foge porque não se enquadra ou o que é fiel, obediente, sincero, gosta de ajudar e respeita as ordens necessárias para um bom desempenho? Se você não conseguiu se sentir e se ver como Pepito e sua turma, ainda é tempo de pensar a respeito e mudar de atitude, para que seja vitorioso em todas as batalhas.
Quem será que foi escolhido?
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VENCENDO O MEDO Pepito queria entrar no mar, mas tinha muito, muito medo das águas, pois as ondas pareciam tão grandes e assustadoras! Ele ficava muito triste, chegava até a praia, olhava para o mar e pensava: Como seria bom se eu perdesse o medo e me arriscasse só uma vez, afinal, o mar é tão bonito! Perguntava-se: Será que eu consigo chegar mais perto, nem que seja na parte mais rasinha? Mas recuava e ficava sentado na areia, triste e só. De repente, apareceram dois amiguinhos seus: o patinho travesso e o patinho fofinho. Vendo o Pepito triste e pensativo, chamavam seu nome: Pepito, Pepito vem cá com a gente, está tão bom aqui! Pepito, distraído, olhava para o outro; lado, nem percebia seus amiguinhos chamando. Os patinhos viram que tinha alguma coisa errada, mas não insistiram muito. Queriam brincar com seu amiguinho, mas pensaram que o Pepito ia ficar mais triste ainda, se falassem, falassem, falassem... Depois de algum tempo, Pepito olhou para cima e viu uma borboletinha laranjinha linda, voando. Ela chegou perto dele e começou a falar: - Oi Pepito! Por que você está aí parado, com esse jeito tão estranho? Saia daí e venha passear comigo. O dia está ensolarado, os passarinhos estão voando em volta da praia, olhando o mar tão grande, cheio de ondinhas, que vão e vem. Veja: as conchinhas azuis e as estrelas
do mar são tão belas! Venha, venha. Mas, Pepito só ficava olhando para a borboletinha, sem dizer nada. Que coisa né? A borboletinha laranjinha foi embora, voou para outro lugar e ficou lá, imaginando qual seria o motivo do seu amiguinho estar daquele jeito, tão esquisito: — Será que ele estava bravo comigo? pensou a borboletinha. Será que estava doente? Será que ele não gostava mais dela? Será que tinha se atolado na areia? Ou será que tinha ficado mudo e não podia contar para ninguém o que ele tinha? Afinal de contas, mudo não fala; vai ver que era isso. Então, a borboletinha laranjinha teve uma ideia, vendo tantas nuvens azuis sorrindo para ela, o sol tão amarelinho brilhando, os passarinhos passeando no céu e as árvores bem verdinhas em volta. Disse: — Sei que existe um Deus muito lindo, bom e generoso que fez tantas coisas diferentes e boas, por isso, Ele, com certeza, poderá dar alegria ao meu amiguinho Pepito. A borboletinha fez uma oração e pediu a Deus que ajudasse seu amiguinho a ficar feliz. Não sabia ao certo qual era seu problema, mas sabia que o criador de toda aquela natureza era muito grande e poderoso e podia conversar com o Pepito, já que ela mesma não tinha conseguido, não é? Pensou... Pepito não responde, mas deve estar ouvindo, e vai ouvir a voz de Deus. Pepito começou a olhar o mar de forma diferente; começou a ver que as ondas não eram assim tão altas e grandes.
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Então, percebeu que, na realidade, o seu medo era maior do que elas. Estendeu a mão e sentiu a água batendo nela; foi se aproximando, se aproximando, devagar, com cuidado, com muito cuidado mesmo, sem se arriscar muito. Uma sensação de paz começou a encher seu coração e ele sorriu. Já não estava tão triste, podia dar mais alguns passos e... Olhem! Pepito, enfim, enxergou seus amiguinhos brincando no mar. Descobriu que se controlasse seus movimentos com calma, poderia imitar seus amiguinhos e aprender a nadar. Oba! Pepito não entrou em lugar fundo, nem perigoso demais para ele. Deu um passo de cada vez e aprendeu que podia vencer as ondas e até pular sobre elas. Pegou uma bola e jogou para seus amiguinhos, patinho travesso e patinho fofinho, e agradeceu por estarem ali, ajudando-o a ter mais coragem. Quando olharam para cima, a borboletinha laranjinha estava voando lá longe e todos eles levantaram as mãos e acenaram para ela, sorrindo. A borboletinha laranjinha entendeu tudo o que estava acontecendo e percebeu que estava tudo bem. Todos ficaram muito, muito felizes.
Pessoal! Quando não podemos resolver alguma coisa, Deus pode, e nos dá força para vencer. Pepito aprendeu a confiar em Deus, a borboletinha aprendeu que precisa orar pelos seus amiguinhos e os patinhos aprenderam que os verdadeiros amigos sempre devem estar dispostos a ajudar e nunca caçoar das dificuldades dos outros. Todos juntos, nos amando, buscando a Deus e sendo bons, poderemos ficar muito, muito felizes, e isto é muito legal! Tchau criançada! Pense no que está lhe deixando você chateado e conte para Deus. Em nome de Jesus, peça ajuda para você e para seus amiguinhos e receba sua alegria. Até mais!
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GUARDA-CHUVINHA Meu nome é guarda-chuvinha. Sabe, não sou igual a todo mundo; quando saí da fábrica perceberam que eu tinha um probleminha. Bom, não era um problema muito fácil para mim; na realidade, eu tinha mesmo um problemão. Quando me olhavam, falavam: - Para que serve esse guarda-chuva? Fiquei muito preocupado, mas depois entendi. O forro que puseram em minha armação tinha um furinho. Como eu poderia proteger o meu dono quando chovesse? Fiquei muito triste. Logo, as pessoas começaram a falar: -Eu não quero esse guarda-chuva, eu não, ele tem defeito, não é igual aos outros; vamos deixá-lo de lado. E assim eu fiquei jogado num canto. Pensei, então, o que eu posso fazer? Gostaria tanto de ser um bom amiguinho das pessoas, não deixar ninguém se molhar, passear na chuva, garoa e, nos dias ensolarados, fazer sombra para meu dono. De repente, tive uma ideia: todo guarda-chuva da moda está lá na frente, e eu estou aqui no fundo, na liquidação. Vou dar um jeito de alguém me ver e querer me levar para casa. E fiquei pensando nisso, pois não queria mais ficar aborrecido com o que estava acontecendo comigo, mas, sim, imaginar como seria bom se eu pudesse mudar a minha história. Depois de algum tempo, uma menina que estava passando na loja esbarrou em mim, e eu caí no chão. Ela ficou muito sem graça e pediu desculpas, mas esta foi a minha chance.
Ela me pegou do chão e falou toda animada: - Que legal esse guarda-chuva, ele tem um furinho. Vou colar bolinhas em volta dele para tampá-lo e ele ficará enfeitado e diferente de todos os outros. Que bacana! A minha amiguinha percebeu que o que parecia ser um problema, poderia se transformar em algo bonito e diferente. A partir desse momento, a fábrica começou a vender mais guarda-chuvas iguais a mim para pessoas que, ao invés de ficarem só resmungando, usam a cabeça para transformar as coisas, fazendo-as melhores. Hoje, existem vários guarda-chuvas enfeitados por aí. Estou muito feliz e a minha dona mais ainda. Você também pode fazer coisas boas e incríveis; use a imaginação; tenha boa vontade e deixe os seus olhos verem mais do que as aparências; crie, enfeite, valorize o que tem, transforme a sua vida e a dos outros com gestos ternos e inspirativos. Veja além daquilo que está à sua frente, seja um inventor de alegrias e mude situações.
Qual o plural de guarda-chuva? Quando a palavra é composta por uma forma verbal e um nome ou adjetivo só o segundo elemento vai para o plural. Assim, dizemos: Um guarda-chuva - dois guarda-chuvas
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MACAQUINHO MENTIROSO Macaquinho mentiroso Gosta muito de mentir; Inventa sempre histórias, Só para poder se divertir.
Esse gosto pela mentira Tirou a verdade do lugar; Cuidado macaquinho! Você vai se machucar.
Macaquinho vai cair do galho E não vai se levantar; Ao invés de dar risada, Macaquinho vai chorar.
Esse macaquinho manhoso Acha-se o maioral; Espalhando mil boatos, Provocando temporal.
Macaquinho, macaquinho, Vê se para de mentir; Qualquer dia a verdade Todos podem descobrir.
Quem faz muita bobagem Um dia vai se complicar; É melhor mudar, bem rápido, Para não se encrencar.
Macaquinho mentiroso Gosta muito de inventar; Está sempre ansioso Para muito aprontar.
Mas que coisa absurda Macaquinho sempre faz: Fala mal de todo mundo, Fingindo ser um bom rapaz.
Como se acha esperto, Não tem medo de tramar, Mas, se for descoberto... Macaquinho vai dançar.
Ele sempre dá risada Quando arranja confusão; Confunde toda a bicharada Com arruaças de montão.
Quanto mais tem falsa história, Mais lorota quer contar; Ficou tão acostumado, Não consegue mais parar.
Coitado do macaquinho! Pensa que é o tal, Mas, seus dias de mentira Estão chegando ao final
Macaquinhos inteligentes Nunca agem igualmente, Pois quem engana e mente Sempre acaba muito mal. Macaquinhos que são tolos Caiam logo na real, Para não passar vexame E perder toda moral. Toda criatura da floresta Pense antes de agir; Nunca é bom jogar conversa, Fazer maldades e mentir.
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O PRESENTE MAIOR
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Pepito:
Chegou o Natal. Que legal! Vou ganhar presentes, vou comer um montão de coisas gostosas! Vou pedir um presentão e torcer para ganhar.
ANA:
Quem vai providenciar o presente é o papai Noel, o papai e a mamãe, ou o Papai do Céu? Algumas pessoas dizem que é o papai Noel, só que o meu pai sempre fala: - Eu é que sei quem tira o dinheiro do bolso!
Pepito:
Minha mãe também sempre fala: - Só eu sei o trabalho que dá comprar tantas coisas! Lá em casa, ouvi a seguinte frase: “Todo ano é essa correria! bem que o Natal podia ser menos corrido, é tanta coisa para pensar...”
ANA:
Algumas crianças ficam tristes porque o papai Noel não vem, mesmo tendo sido boazinhas. Esse negócio de ficar
boazinha deixa as crianças bem chateadas. Algumas fazem de tudo para ganhar um presente e não ganham nada, como pode? PEPITO:
Nem todo mundo consegue ganhar presentes bons e encher a barriguinha no Natal. Então, fica um montão de gente triste. Gostaria de saber de quem é a culpa: do papai Noel, que não vem, do papai da terra que não tem dinheiro, ou da criança? Que confusão! Vamos perguntar para nossa missionária facilitadora.
Missionária: Crianças, eu sei que vocês estão preocupadas com o que ouvem falar sobre o papai Noel e as injustiças para com algumas famílias, que não recebem o mesmo tratamento no Natal. ANA:
É que tem gente rica e tem gente pobre; os ricos comem bastante e ganham presentes caros, e os outros como ficam?
Por que não é tudo igual? Papai Noel não é o mesmo para todos? Missionária: Há muito tempo as crianças são ensinadas que devem esperar por presentes e fazer uma boa refeição no Natal; porém, a comemoração deveria ser diferente. Jesus é quem deve ser lembrado. O principal motivo de alegria deve ser a vinda ao mundo do nosso Salvador. Comemoramos o natal no dia 25 de dezembro, mas podemos festejar o nascimento de Jesus todos os dias. Ele é o maior presente que a humanidade já ganhou, pois, sendo Deus, se fez homem para nos salvar; tornou-nos amigos de Deus e por intermédio d’Ele poderemos ter a vida eterna. Isto significa que quem acredita no amor de Deus, por intercessão do seu filho, Jesus Cristo, será presenteado para sempre, pois um dia vai morar no céu. Pepito:
Poxa! Qualquer pessoa pode nos decepcionar, mas Jesus nunca. O que Ele
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ANA:
Pepito:
promete nunca deixa de cumprir e não nos deixa chateados. Podemos ganhar este presente maior, isto é, “a salvação”, porque nosso Papai do Céu nos ama e não porque somos bonzinhos ou maus, nem porque merecemos. Mas, porque nossos pecados foram perdoados, por intermédio de Jesus. Na cruz ele pagou por nossos erros e estamos livres para viver em paz com o Papai do Céu, que é Deus. Brinquedos e comidas gostosas são muito bons, mas, o que realmente faz a diferença é que no Natal e em toda nossa vida podemos crer no nosso Salvador e no Papai do Céu, que nunca nos abandonarão. Muitas pessoas não fazem o que prometem, mas, o nosso salvador nunca falha. Agora vou colocar a minha esperança no Papai do Céu e em Jesus e, mesmo
quando as coisas não acontecerem como eu gostaria, vou confiar n’Eles. ANA:
Vou pedir, em oração, que Ele me ajude a entender e seguir os seus caminhos. Que amigão é Jesus! Nele a gente pode confiar.
Missionária: Assim é que se fala! Estão vendo, vocês entenderam direitinho. Vamos conversar sempre sobre nosso maior amigo, Jesus, e aprender sobre Ele, no Natal, hoje, amanhã e sempre que pudermos. PEPITO E ANA:
Afinal de contas, Jesus pode salvar os ricos, os pobres e todo aquele que n’Ele acreditar. Ele é o nosso maior presente, e é para toda vida. Feliz Natal, feliz hoje e feliz amanhã, porque, com Jesus, somos felizes todos os dias!
Histórias do Pepito | 37
CAVALINHO VOADOR Meu nome é Pepito e lá vou eu, montado no meu cavalinho novo e de madeira, iupe! Estou me imaginando caminhando na direção do campo. Ele é muito grande, mas meu cavalinho não para, só corre e me faz pular. Puxa vida! Como eu fico baixinho e pequenininho no meio de tanta árvore alta e grande. Que bonito! Estou vendo muitas coisas passando depressa e sigo em frente, feliz da vida. Agora estamos correndo menos, vamos devagar; o cavalinho ficou de cabeça baixa; debaixo das árvores altas resolveu descansar. Meu cavalinho é de brinquedo, mas com ele eu posso viajar. Vou brincando e faço de conta que ele é de verdade. Eu consigo sentir o vento frio e o sol quente no meu rosto. Como é bom ter uma história para inventar! Cavalinho! Vou colocar um tapetinho quadrado da mamãe em você para fingir que é seu pelo. Cavalo tem pelo, por isso, vou arrumar um jeito de você ficar igual a um cavalinho de verdade. Upa! Upa cavalinho, e lá vou eu, de novo. Espera, seu pelo pode ser marrom ou de qualquer cor que eu escolher, basta mudar de tapete. Tem o amarelo da cor do milho, que você gosta de comer, preto como a jabuticaba e branco como as nuvens do céu.
Só não vou usar o tapete verde porque você pode ser confundido com a grama que está pisando. Vou amarrar um novelo de linha comprida no seu pescoço para parecer que é cabelo (o cabelo do cavalo, que fica no pescoço, chama-se crina). Vou pedir para minha mãe pegar aquela toalha redonda, que ela não usa mais, e fazer uma capa para mim, pois, assim, vou parecer um super-herói. Eu só tenho um cavalinho. Meu irmão e minha amiga Pepita têm também e, quando estivermos todos juntos, seremos três crianças brincando com três cavalinhos. Vai ser demais! Olha: cavalo e criança começam com a letra c, que coisa curiosa, caramba! Nossa! Agora estou imaginando que meu cavalo pode voar; mas, cavalo não voa. Isto é coisa de passarinho! Quer saber? Estou inventando, tenho um cavalinho voador, oba! E você, o que tem aí na sua casa para brincar? Socorro! Tenho que sair de fininho, meu cavalo acabou de virar um dinossauro, mas, não tem importância. Logo, logo, ele volta a ser de novo um cavalinho e a viver comigo mais uma nova e emocionante aventura.
Histórias do Pepito | 39
UM BOM AMIGO CHAMADO POPI Pepita gosta muito de brincar com o seu cachorrinho. Ele se chama Popi. Popi é muito bonitinho, mas, não tinha dono; precisava encontrar um. Um dia, Pepita viu o Popi andando pela sua rua. Ele estava triste e com fome. Um morador da rua começou a gritar: - Passa fora, cachorro morto de fome, antes que eu te dê uma coça! Coitadinho do bichinho! Além de não ter ninguém para cuidar dele, ainda era maltratado! Um homem, que estava vendendo bugigangas, disse às crianças: - Coloquem esse bicho para correr, joguem alguma coisa nele, assim não volta mais aqui. Pobre coitado do Popi! Só queria descansar um pouco, tomar água e conhecer algum candidato a dono. Mas, o bichinho tinha um instinto apurado e olhou para a Pepita com os olhos tristes, como quem estivesse implorando um pouco de atenção. Pepita ficou meio preocupada. Será que ele não vai me morder? Sua dúvida deixou-a com medo, mas, o medo não deve transformar ninguém em uma pessoa má. Para que tanta bronca de um cachorrinho que não estava fazendo nada ameaçador? Alguns meninos disseram: - Vamos jogar um balde de água fria nele ou assustá-lo, como se isso fosse divertido. Que horror, que crueldade!
Pepita sabia que algumas pessoas não respeitavam os animais, ainda que indefesos, e não entendia como isso podia acontecer. Ninguém é obrigado a gostar de cachorrinho, gatinho, passarinho, mas, maltratá-los, isso já é demais! Existe um provérbio que diz: O homem bom olha pela vida dos seus animais; porém as pessoas más são cruéis (provérbios 12:10). Viram só? Até a Bíblia fala sobre o cuidado que devemos ter com os seres criados por Deus. Então, Pepita falou para quem quisesse ouvir - Não maltratem o pobre cachorrinho, ele pode se tornar um grande amigo da gente! Todos riram, mas Pepita olhou bem nos olhos de cada um e disse: - Pelo jeito, o cachorrinho incomoda vocês, mas ele tem sentimentos, sente medo e está abandonado. Como todos nós, ele também sente dor, como quando alguém se machuca. Acham isso engraçado? Vocês acham que sabem pensar e os animais não, mas, às vezes, são tão maus que nem pensam direito. Quando um animal doméstico é bem tratado, cuida dos donos, brinca com eles, sente saudades quando eles estão longe, é carinhoso e faz gracinhas. Isso não é bom?
PEPITO:
Quem disse que temos o direito de maltratar este cãozinho só porque ele está sozinho e abandonado? Isto está muito, mas muito errado.
Ouvindo toda esta conversa, uma vizinha de Pepita exclamou:
VIZINHA:
A Pepita tem razão. Além do mais, existem sociedades que protegem os animais. Ao invés de gastar tempo com tanta bobagem, procurem saber como ajudar os seres vivos indefesos e sensíveis como este.
Que pito! Mas bem que eles estavam merecendo. Pepita logo se manifestou: – Querem saber? Não sei onde vocês aprenderam estas coisas, pois nem em música se deve atirar o pau no gato, e achar bonito quando ele berra.
42 | Histórias do Pepito
Se ele berra, é porque dói. O certo é cuidar do gato e ajudá-lo, porque todo tipo de maldade é horrível. Após este fato, muitos mudaram de atitude e passaram a entender que abandonar seus animais de estimação é um grande erro, mas adotar ou socorrer um deles é um ato de amor. Com a ajuda da sua vizinha, Pepita adotou o cachorrinho, que passou a se chamar Popi. Ele tomou vacinas, ganhou uma casa e trouxe muita alegria para esta nossa amiguinha. Hoje eles estão sempre juntos, ensinando a todos o valor de uma bela amizade. Espero que todos tenham compreendido que ser bom é bom e fazer o bem é melhor ainda. Aviso: Todo o ato que implique na morte de um animal, sem necessidade, é um biocídio. Isto é um crime contra a vida. É crime envenenar e maltratar os animais. O homem deve preservar e cuidar da natureza.
Declaração Universal dos direitos dos Animais Adaptação do texto da UNESCO, Bruxelas, 1978
1) Todos os animais têm o mesmo direito à vida. 2) Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem. 3) Nenhum animal deve ser maltratado. 4) Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat. 5) O animal que o homem escolher para companheiro nunca deve ser abandonado. 6) Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor. 7) Todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida. 8) A poluição e a destruição do meio ambiente são consideradas crimes contra os animais. 9) Os diretos dos animais devem ser defendidos por lei. 10) O homem deve ser educado, desde a infância, para observar, respeitar e compreender os animais.
Histórias do Pepito | 43
DIFERENÇAS SEM ENCRENCAS Pepito:
Pepita:
Pepito:
Pepita:
Crianças! Vamos conversar sobre as diferenças que existem entre as pessoas, pois tenho uma dúvida.
Pepito:
Os índios têm a pele vermelha e, como a cor vermelha é forte, eles chamam os brancos de caras pálidas.
E quem não tem dúvidas neste mundo?
Pepita:
As pessoas podem, também, ser altas ou baixas.
Pepito:
Umas usam óculos, outras, aparelho nos dentes e assim por diante.
Por que tem tanta gente diferente? Ué, se todos fossem iguaizinhos, qual seria a graça? Pepita:
Pepito:
Pepita:
É mesmo, ia ser esquisito. Sabe, lá no bairro onde moro, tem crianças que são loiras, outras têm os olhinhos puxados, algumas têm a pele branca e outras, a pele negra. Minha priminha tem o cabelo vermelho, ela fala assim: eu sou ruiva.
Pepito:
Pepita:
Meu tio tem bigode, minha avó usa bengala, meu avô é careca e não ouve direito. Menina, não fale careca, fala-se calvo, é mais bonito. Calma, eu sou criança, não sabia falar esse nome “calvo”, agora já sei que o meu avô careca, na realidade, é calvo.
Histórias do Pepito | 45
Pepito:
Cada uma que eu ouço! Pepita, quando a gente fala de alguém tem que ter cuidado.
Pepita:
Mas eu não estou falando mal, só estou falando como meu vovozinho é.
Pepito:
Pepita:
Ele já é bem velhinho, por isso, não ouve direito e não tem cabelo.
Pepito:
Pepita:
Tá certo, mas, às vezes, as pessoas podem ficar chateadas. Pepito:
Pepita:
Pepito:
46 | Histórias do Pepito
Já sei, não devemos colocar apelidos nos outros, nem fazer comentários maldosos; isto é muito feio. Ninguém é o maioral, todo mundo tem algum defeito, mas, também tem qualidades. Devemos respeitar as diferenças.
Pepita:
Não rindo e debochando dos outros, não dizendo palavras grosseiras nem fazendo gestos para irritar os amiguinhos. Tem até quem despreze o coleguinha dizendo: - Não quero ser amigo de fulano, fulano é isso, fulano é aquilo... É ruim afastar alguém das brincadeiras, formar grupinhos, agir como se fosse o melhor da turma. Tem gente que não estuda para tirar notas boas, mas fica com raiva de quem consegue nota máxima. É possível uma coisa dessas? E tem aluno que pode ajudar o amiguinho a entender as matérias, mas se julga o tal, e só pensa nele.
Pepito:
Pepita:
Pepito:
Pepita:
Pepita:
Pepito:
Precisamos ser bons para com todos, pois quando alguém nos maltrata ficamos tristes, mas, quando nos ajuda é só alegria. Às vezes, sem querer, a gente fala algo que não é bom, mas, quando aprende que é errado, deve mudar de atitude. Ou nem falar nada, principalmente, se for para aborrecer ou prejudicar alguém. Ah! Já estou entendendo. Isto se chama fofoca. Só gente má gosta de ficar falando coisas ruins dos outros. Que horror! Então, não devemos fazer com os outros aquilo que não queremos que façam com a gente.
Pepita:
Pepito:
Pepita:
Pepito:
Devemos amar uns aos outros, usar sempre bem as palavras e viver em paz, pois podemos aprender muitas coisas com os nossos semelhantes. Nossos semelhantes são os que estão próximos a nós, ou seja, as pessoas de um modo geral, independente da raça e aparência física. Pois é, mesmo que este semelhante seja diferente de nós, podemos conviver com as diferenças sem encrencas. E fazer com que todos sejam amados e respeitados. Isto é o que nos torna pessoas melhores.
Um bom começo é saber que somos diferentes, mas somos todos especiais e amados por Deus.
Histórias do Pepito | 47
GUARDANDO A BAGUNÇA Pepito:
Mãe:
Pepito: Mãe: Pepito: Mãe: Pepito: Mãe: Pepito: Mãe: Pepito: Mãe:
Não gosto de guardar meus brinquedos. Cadê minha caixa de brinquedos? Cadê a vontade de arrumar a bagunça? A caixa está no seu quarto, agora, a vontade para guardar seus brinquedos, você precisa achar. Como eu acho? Pensa como é bom brincar. Ah! Eu gosto muito disso. Agora pensa que guardar também é bom. Mas como? Eu não consigo. Imagine você pisando em seu caminhão novo e ele se quebrando todo. Não vai ser nada legal. Agora, imagine a sua cabecinha cheia de galos. Não vai ser nada bom; mas por que vou ter galos? Você pode tropeçar na bagunça. Deu para entender?
Pepito: Mãe: Pepito: Mãe: Pepito: Mãe: Pepito: Mãe:
Pepito: Mãe:
Pepito: Mãe:
Mas a senhora pode guardar para mim. Pensa na sua mãe lhe ensinando o que é certo. Mas, eu ainda sou pequeno. Então, vou lhe dizer que vai crescer e fazer uma porção de coisas. Quando eu crescer, eu faço. Será que vai conseguir? Como assim, mamãe? Não entendi! Tudo o que aprendi, foi desde cedo, desde menina, com minha mãe, minha avó, meu pai... Fui crescendo e aprendendo. Hoje, consigo fazer muitas coisas. Como você achou a vontade de que precisava? Tive a sorte de encontrar alguém que me ensinou a achá-la, para hoje poder ensinar você. Sabe, depois dessa, eu acho que vou procurar achar essa tal vontade, mamãe! Bom garoto!
Histórias do Pepito | 49
A MÁQUINA DE FAZER IDEIAS Pepita queria ter uma ideia genial para criar novas brincadeiras. Ela não se achava capaz de inventar alguma coisa, pois pensava negativamente sobre si mesma. Mas, quer saber? Todos nós podemos usar a imaginação. Então, ela começou a pensar no que poderia fazer. Passou muito tempo tentando criar algo diferente. De repente, resolveu pedir ajuda para sua irmã mais velha. Sua irmã lhe disse: — A ideia tem que ser sua, não minha. — Puxa vida! Eu só queria uma ajudinha, falou Pepita. Depois de muito procurar, ficou triste, achando que não ia conseguir. Na tentativa de uma solução, parou e disse: — Bem que podiam inventar uma máquina de fazer ideias! Sua irmã, do outro lado, gritou: — Parabéns!
— De criar uma máquina de fazer ideias — É mesmo, eu tive esta ideia, mas, como vou fazer a máquina? — Use a sua imaginação. Você pode pegar uma caixa de papelão e fingir que é uma máquina. — Cada um vai até a caixa, tira de dentro dela um tipo de brincadeira e a coloca em ação. — É mesmo! Pois, quando as grandes ideias acontecem, não saem de caixas, mas das nossas cacholas; quer dizer, das nossas cabecinhas. –– Minha nova brincadeira vai ser muito interessante. Tente você também usar a sua imaginação e invente alguma coisa. Afinal, somos todos capazes de criar coisas novas, ainda que, no começo, possamos achar que não. Boa sorte!
Pepita disse: — Parabéns por quê? — Você acaba de ter uma ideia. — Qual?
Histórias do Pepito | 51
VALENTE OU MEDROSO? Pepito estava triste, pois não sabia como explicar para seu melhor amiguinho que, às vezes, precisamos dizer não, para nos livrar de algum perigo, mas mesmo assim, somos valentes. É isso mesmo! Tudo começou quando dois meninos mais velhos disseram que Pepito precisava fazer algumas coisas, que não eram boas, para ser aceito na turma dos melhores da escola. Claro que muitos meninos querem ser convidados para fazer parte dos melhores. Mas, espera! O que é ser o melhor? Para alguns meninos, ser o melhor é ser forte, valentão, demonstrar força, é preciso brigar, e provocar os outros. Já para a turma dos garotos que andam de bicicleta, o máximo é dar pirueta, ganhar corridas e desafiar a sorte. Nem um nem outro grupo perdoavam os fracotes, os medrosos, ou melhor, os que não queriam ser iguais a eles. Porém, quem enfrenta uma situação difícil e diz não, também é uma criança valente, vocês não acham? Fracotes são os que não respeitam as outras pessoas. Coisa de menino valente, para aquela turma, era arranjar confusão; mas, para Pepito, era não agir errado como eles agiam. Se, para ser chamado de valente, era preciso dizer sim, mesmo não querendo, era melhor ser valente de verdade e dizer não.
Quando ofereceram a Pepito um convite para ser o melhor, ele pensou: Será que isso vai ser bom? Será que não causará mal a mim ou a alguém? O que ele chamavam de ''melhor'', na verdade, era algo que não daria bom resultado. Então, seria errado e fraqueza aceitar para ficar bem com alguns e muito mal consigo mesmo. Pepito perguntou para a educadora da sua sala: — Algo que é bom pode ser conseguido com coisas ruins, atitudes maldosas ou falta de cuidado? Ela respondeu: — Para quem fuma, fumar pode ser algo que dá alegria na hora, mas depois pode causar muito mal à saúde e até matar. Parece que fumar proporciona alguma alegria, porém, no final, o resultado é muito triste. As drogas e outras coisas ruins também são assim. Existem crianças que são desafiadas a usar, para provarem que são corajosas, mas isso é enganação, é mentira. Quando somos corajosos de verdade, sabemos dizer não às pessoas que querem nos forçar a fazer o que não queremos, mesmo quando elas tentam nos envergonhar com piadinhas e deboches. O que elas querem mesmo é nos fazer errar. Pepito logo pensou em seu amigo; ele estava sendo enganado. Estava acreditando que para ser valente precisava
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se arriscar, correndo demais em sua bicicleta e fazendo coisas perigosas. Alguns garotos já haviam se machucado bastante com esse tipo de atitude, porque tiveram medo de serem caçoados pela turma da rua. Sentado em seu sofá, Pepito então pensou: A minha educadora tem razão. Quando alguém me chamar de frangote, fracote ou covarde, e quiser me deixar com vergonha para dizer sim ao que é errado, não aceitarei.
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Não vou fazer o que as pessoas querem só para não ser chamado de covarde. Vou fazer o que é certo: dizer NÃO, quando for preciso. Isso sim é valentia! Enfrentar a verdade, ser cuidadoso e ter opinião própria. Quando alguém me oferecer coisas más, saberei como agir, pois o melhor dos melhores sabe fazer a escolha certa. Vou conversar com meu amigo, dar a resposta certa e cair fora desta cilada. Faça você também o mesmo.
Quero escolher o caminho certo E o bem sempre fazer. Quem pensa que é muito esperto, Amanhã vai se arrepender. É melhor ter coragem E não bancar o maioral. Valente de verdade Sabe fugir do mal. De: Nilse Bernal de Souza Fragoso
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SABONETE E PENTE SÃO BONS PARA A GENTE Pepita:
Pepito:
Falando de cuidado com o nosso corpinho, devemos usar o sabonete para lavar as mãos antes de comer ou preparar nossas comidas... ... e depois de irmos à casinha, ou melhor, ao banheiro.
Pepita:
Sujou a mão? Use o sabão, ou sabonete, pois a sua saúde agradece.
Pepito:
Criança bem cuidada é só alegria; por isso, gosto de tomar banho todos os dias, escovar os dentes e pentear os cabelos.
Pepita:
Trio dos bons! Escova de dente, sabonete e pente de cabelo.
Pepito:
Precisamos lavar os cabelos e penteá-los, deixando-os limpos e bem cheirosos.
Pepita:
Assim, nos sentimos bem e as pessoas que estão ao nosso lado também.
Pepito:
Nosso corpo é a nossa casa; moramos nele; devemos cuidar bem dele, porque isso é muito bom e saudável.
Pepita:
É verdade! Quando a gente toma banho e coloca uma roupinha e calçados limpos, lava e penteia a cabeleira, passa um desodorante e/ou perfume suave, parece até que a gente se sente melhor!
Pepito:
Claro, a gente se sente mais querido, mais bonito, dá até mais alegria; realmente, é como se a gente passasse a se gostar mais.
Pepita:
É isso mesmo, esta sensação é tão boa! Eu não sabia como falar, mas você falou por mim.
Histórias do Pepito | 57
Pepito:
Pepita:
58 | Histórias do Pepito
Minha mãe me diz que em primeiro lugar devemos ser limpos por dentro, tendo bons pensamentos, mas a aparência externa é o nosso cartão de visita.
Pepita:
Cartão de visita, porque mostra nossa aparência e as pessoas nos olham de maneira diferente. Mas, o mais importante é que isso faz bem tanto para a saúde do corpo como para nossos sentimentos.
Pepito:
Pepito:
A educadora falou assim: é bom para a autoimagem e para a autoestima.
Autoimagem é como nos vemos, nos sentimos a respeito de nós mesmos e a autoestima é como nos relacionamos conosco, se temos amor e cuidado com a nossa própria vida.
Ouço muito dizer: Ama o teu próximo como a ti mesmo. Agora entendi: para amar alguém precisamos nos amar primeiro.
Não precisamos de coisas caras e espalhafatosas; mas, de água, sabão, sabonete, escova de dente e um pente.
Pepita:
Boa vontade e carinho para conosco.
Pepito:
Não é tão difícil assim. Estes costumes diários valem muito e nos tornam mais felizes.
Pepita:
Ah! Como eu me amo! Vou correndo tomar banho. Ame-se você também.
Para meu bem-estar, Um belo banho vou tomar, Usar roupas limpinhas E o dente escovar. Pentear o meu cabelo, Lavar as minhas mãos, Ter zelo com meu corpo, Usar água e sabão. Sentir-me bem cuidado, Sem complicação, Seguindo bem de perto O que ensina esta lição.
Histórias do Pepito | 59
O LEÃO DO LEO Pepito estava passeando pela rua da sua casa quando viu um cachorro correndo atrás do seu gato, que se chama Leão. O gato, muito esperto, se escondeu dentro de um cano de água. O cachorro, cujo dono é o Leo, ficou muito bravo e tentou entrar no cano também. Mas, ficou com o focinho preso e o gato saiu do outro lado, fugindo pela rua abaixo. Pepito encontrou um amiguinho e contou o que viu: — Vi o cachorro do Leo, que é meu vizinho, correr atrás do Leão, meu gato, mas ele ficou preso num cano e meu bichinho escapou. Logo em seguida, o menino correu e disse para a sua irmã: — O cachorro do Leo entrou pelo cano. Coitado do bichinho! Ele foi se esconder de um Leão, que machucou o seu focinho. Pepita estava voltando da escola e ouviu dizer que o Leo tinha visto um leão, que fugiu do zoológico, e estava solto na rua debaixo.
Todo mundo ficou em casa, tremendo de medo, porque correu a notícia de que o Leo tinha um leão que fugiu e correu atrás do vizinho. Pepito foi chamar a turma para brincar, quando ouviu a grande novidade. Depois desta baita confusão, contou o que realmente havia acontecido. Todos riram muito, mas aprenderam uma grande lição: quando ouvir uma história, preste muita atenção nos fatos e não exagere ao contá-la para alguém. Só fale o que for preciso e de forma correta, tomando cuidado para não espalhar boatos por aí, senão o Leão da fofoca pode se tornar perigoso e fazer muitos estragos.
Histórias do Pepito | 61
SOU PEQUENINO, MAS PRECIOSO Sou pequenino, mas precioso.
Então, pergunto sobre muitos assuntos.
Aprendo tudo o que é bom.
Penso e crio novas brincadeiras
Brinco, canto, pulo e assobio.
que trazem paz e amizade.
Eu não gosto do que é ruim. Faço coisas que me alegram
Meninos bem vivos não fazem bobagens.
e também ajudam os outros.
Desde cedo, percebem
Colorindo desenhos, ouvindo histórias,
o que merece ser aprendido,
divido meu cantinho com meus amiguinhos.
E quando crescem continuam espertos e sabidos. Sou pequenino, mas não sou tolo;
Sim pequenino sou, porém, bem esperto.
sou de Deus um lindo tesouro.
Presto atenção, para entender o que é certo. Só não quero pensar em maldades.
Histórias do Pepito | 63
A COPA DO MUNDO A copa do mundo é um campeonato masculino de futebol, que acontece de quatro em quatro anos. É preparada pela FIFA, que significa Federação Internacional de Futebol - Associação. Federação é a reunião de um grupo de pessoas que têm, em comum, um propósito determinado; na copa, a finalidade é a competição de futebol. Internacional significa: entre nações. Deu para entender? Várias nações se juntam, formam um grupo e preparam tudo para fazer a copa acontecer. Pela primeira vez, a copa aconteceu na África, um continente lá do outro lado do mundo. Iniciou em 11 de junho de 2010 e a final foi em 11 de julho. Veja onde fica o Brasil, a África e a África do Sul. Para nos localizarmos, existem os pontos cardeais que mostram as direções em que ficam as coisas, países, cidades, enfim, vários lugares. NORTE
OESTE
LESTE
SUL
É muito fácil aprender, veja: Para baixo, fica o SUL. Para cima, o NORTE. Do lado direito, o LESTE. Do lado esquerdo, o OESTE. Vamos explicar como foram os torneios: Na primeira fase jogaram 32 seleções de vários países. Foram formados oito grupos. Em cada um destes grupos jogaram 4 países, entre si. Entenderam? 8 X 4 = 32. Mas, somente 2 seleções de cada grupo passaram para a outra fase. Durante estas competições, só ficaram 16 países: 8 X 2 = 16. Depois, na próxima fase, chamada de oitavas de final, só ficou um país de cada grupo: 8 X 1 = 8; sobraram 8 países. As quartas de final, como o próprio nome diz, definiram os quatro países que sobraram para disputar a semifinal, ou seja, de 8 só ficaram 4 países. Na semifinal, foram definidos os dois que disputaram a final. Estes 2 países jogaram e um deles foi o campeão. Ufa! Não é mole não! É preciso muito fôlego! De 32 ficou metade → 16 de 16 ficou metade → 8 de 8 ficou metade → 4 de 4 ficou metade → 2 de 2 ficou metade → 1
Histórias do Pepito | 65
66 | Hist贸rias do Pepito
O logotipo, ou seja, o símbolo da copa mostra um jogador de futebol chutando uma bola. O fundo é representado pelo mapa da África, nas cores da bandeira sul-africana. O logo não destaca apenas a África do Sul, mas mostra a Copa de 2010 como um evento de todo o continente. Todas as copas têm mascotes. A mascote da copa de 2010 foi o leopardo chamado Zakumi. Na língua dos africanos ZA é uma abreviação de África do Sul e KUMI é a forma deles escreverem o número 10. Mascote (animal ou coisa que simboliza sorte) Em 2014, a copa do mundo será no Brasil! 1930 Uruguai Campeão: Uruguai
1934 Itália Campeão: Itália
1938 França Campeão: Itália
1950 Brasil Campeão: Uruguai
1954 Suíça Campeão: Alemanha Ocidental 1962 1966 1970 1974 1978 Chile Inglaterra México Alemanha Argentina Campeão: Campeão: Campeão: Campeão: Campeão: Brasil Inglaterra Brasil Alemanha Argentina Ocidental 1986 1990 1994 1998 2002 México Itália EUA França Coreia do Campeão: Campeão: Campeão: Campeão: Sul/Japão Argentina Alemanha Brasil França Campeão: Ocidental Brasil
1958 Suécia Campeão: Brasil 1982 Espanha Campeão: Itália 2006 Alemanha Campeão: Itália
Já foram realizadas várias copas desde 1930. O Brasil foi campeão cinco vezes: nas copas de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, portanto, ele é pentacampeão. O 2010 FIFA World Cup foi o 19º Campeonato do Mundo e aconteceu na África do Sul, a partir de 11 junho até 11 julho 2010. O país campeão foi a Espanha. (Wikipédia) Houve um período em que não houve copa, nos anos de 1942 e 1946, porque o mundo, infelizmente, passou pela segunda guerra mundial entre 1939 e 1945. Para ser campeão e ser considerado o melhor, é preciso ganhar das seleções de diversos países. Agora, vamos falar de uma competição diferente; uma competição na qual todos são campeões! Um dia, o maior de todos no universo, Jesus Cristo, veio ao mundo e venceu a morte. Não temos mascote, amuleto, ou qualquer símbolo para nos dar sorte. Sabemos que nossa vitória já foi conquistada na cruz, onde Jesus morreu em nosso lugar. Ele venceu a morte, ressuscitou, subiu aos céus e reina acima de tudo e de todos. Ele veio aqui na terra porque quis, porque nos amou de uma forma tão grande, que sequer podemos calcular. JESUS é o nosso salvador. Venceu por nós a luta que não poderíamos ganhar; sem Ele jamais seríamos campeões. Ele está vivo e presente todos os dias, ganhando todas as batalhas. Nenhum atleta é maior ou melhor do que Ele. Não precisamos esperar as copas para triunfar sobre
Histórias do Pepito | 67
todo ataque do nosso inimigo, aquele que quer destruir nossas almas. Jesus é o nosso defensor eterno. A copa parou nos anos de 1942 e 1946, durante a segunda guerra mundial, mas, JESUS é o príncipe da paz. Sua luta é para acabar com toda guerra do mal. Como um goleiro de primeira, Ele defende todo ataque do time do mal e não deixa nosso adversário fazer gol. Não tínhamos como vencer este jogo, pois o pecado que nos afastou de Deus, tornou-nos fracos. Quando os homens resolveram desobedecer ao criador de todas as coisas – Deus – perderam as forças para ganhar o jogo que nos dá a vida eterna. Jesus joga na defesa dos que o recebem como salvador, neutraliza o inimigo e faz maravilhosos contra-ataques. Consegue driblar as mentiras do mundo, conduz seus torcedores no caminho da verdade e tem domínio sobre tudo e sobre todos. Como um jogador faz com a bola, Ele domina, avança no campo adversário e conclui a jogada com gols de placa. Gols de paz, vida e amor, pois ele nos ama e cuida de nós. Ele tem habilidade para jogar em todas as áreas do campo, nas laterais, no ataque, na defesa, prepara passes
68 | Histórias do Pepito
precisos para que avancemos rumo à conquista da taça mais preciosa de todas: a salvação eterna. Devemos seguir em frente, olhando para Jesus, como o atleta que quer ganhar um prêmio, uma taça ou uma medalha. Com os olhos bem firmes n’Ele e obedecendo os seus ensinamentos, todos podemos ser campeões e o prêmio não vai ser roubado (pois nosso juiz é justo), nem acabar, como tudo o que existe na terra. Vencer! Vencer! Vencer! Este é o destino dos que aceitam Jesus como salvador. Nenhum outro jogo é maior do que aquele que Ele conquistou. Podemos nos divertir e torcer nesta copa, mas não devemos nos esquecer do mais importante: SOMOS TODOS VITORIOSOS E ETERNOS CAMPEÕES COM JESUS CRISTO, O SENHOR!