REVISTA JACOBS

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S E T E M B RO

o uso dos p a rq u e s de b a i r ro P raç a do Fripisa os U S O s DA S C A L Ç A DA S : Seguran ç a os U S O s DA S C A L Ç A DA S :

ter es ina, 10 de s etem bro d e 2020. r evis ta jacobs , 1ª ediç ão

os USOS DOS b a i r ro S C entro

Integ ran do crian ç as a n e c e s s i da d e de prédios antigos

força

URBANA JAN E JACO B S 06 2021 101010



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PRAÇ AS CO MO LO CA I S Q UE NE CE SSITAM DE V I DA

po r jade p ir es

As praças são espaços livres públicos muito comuns e acessíveis para a realização de funções como atividades culturais, manifestações artísticas e políticas, comércio, descanso, lazer e recreação, entre outros. Elas se caracterizam como um local onde há interação, social ização das pessoas e serve como ponto de encontro na cidade, sendo sua maior função a de caráter social. A Praça Demóstenes Avelino, conhecida com Praça do Fripisa, é um desses espaços. Por conter pontos de ônibus das mais variadas linhas e ficar em uma região central de Teresina, a praça recebe uma grande movimentação de pessoas durante todo o dia. Seu entorno caracteri zado por atividades de comércio e de serviços, instituições de ensino e edificações residenciais encontradas nas proximidades também fazem com que o local seja bastante utilizado. . Jane Jacobs em seu livro Morte e Vida de Grandes Cidades America nas aponta que a variedade de usos dos edifícios em torno das praças proporciona uma variedade de usuários que frequentam o local em diferentes horários, tornando-o movimentado ao longo do dia e da noite. Se observarmos atentamente a Praça Demóstenes Avelino vamos chegar à conclusão que as teorias são bastante válidas para a nossa realidade. Esses espaços não devem ser pensados desassociados de seus usos concretos e nem das influências reais dos bairros e dos usos que os afetam, pois são as pessoas e os usos que elas dão que os transformam em lugares vivos e atraentes.


TREND:

DIVERSIDADE

Está com tudo nessa estação Preservar a história sempre está na moda por b eatriz fo rmig a

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uando falamos de diversidade estamos falando sobre diferenças, sejam elas culturais, linguísticas, religiosas ou históricas. Jane Jacobs afirma que a diversidade é algo natural às grandes cidades e por isso defende a ideia de que o distrito deve combinar edifícios de idades e estados de conservação diferentes, incluindo uma porcentagem considerável de prédios antigos. . A defesa dos prédios antigos é fundamental para contar a história de um povo e como eles vivem sua cidade. Contudo, as edificações novas também contam uma história e para Jane o tempo pode transformar prédios novos e adequados para as gerações atuais em espaços supérfluos para as próximas gerações.

M A S P O R Q U E P R E S E R VA R A LG O V E L H O ?

A mescla entre prédios novos e antigos é ideal para garantir a diversidade comercial da região ja que o crescimento constante dos custos de construção aumentam o patmar do retorno financeiro necessário para arcar com os custos de novas construções. Os prédios antigos são fundamentais para garantir espaço para empresas e comercios que não são capazes de arcar com os custos de novas construções. . Analisando o centro histórico de Teresina, mais precisamente as proximidades da Praça do Fripisa, vemos a variedade de edificações novas, ocupadas principalmete por clinicas e hospitais, ao memso tempo que os prédios antigos são ocupados por comércios de baixo a médio porte, residências, orgão públicos ou estão abandonados. . Caminhando pela Avenida Frei Serafim entre as ruas Arlindo Nogueira e Lisandro Nogueira concluímos que existem uma diversidade de empreeendimentos ocupando prédios novos e antigos. Os empreendimentos com maior lucro financeiro como farmacias e lojas de grande porte são aquelas que ocupam os prédios mais novos e aqueles restaurantes e comercios de bairro preservam e ocupam os prédios mais antigos. . A preservação dessas edificações antigas vai além do ambito econômico, essas edificações contam a história de um povo e como esses vivem a cidade. A Biblioteca Pública Estadual Cromwell de Carvalho conta a história da luta pela melhora da educação no Estado.. Construída e Inaugurada nos anos 20 o edifício fazia parte do plano de reforma de ensino liderado pelo então governador do Estado, João Luís Ferreira. Assim como várias outras edificações antigas da região existe a identidade e a hisótria de um povo que devem ser preservadas e cuidadas. .

TRECHOS EXTENSOS CONSTRUÍDOS AO MESMO T E M P O S Ã O P O R S I P R Ó P R I O S I N C A PA Z E S D E A B R I G A R E M A S P E C TO A M P LO D E D I V E R S I D A D E C U LT U R A L , POPULACIONAL E DE NEGÓCIOS. .


OS PRÉDIOS ANTIGOS AINDA SERÃO NECESSÁRIOS QUANDO OS PRÉDIOS NOVOS DE HOJE FOREM VELHOS. -Jane Jacobs-


SABER:

PORQUE AINDA SOU CRIANÇA... E P O N TO .

po r jo ão avelin o

c

asa. Meio de transporte. Escola. E o processo se repete de trás para frente quando o alarme toca. Essa é a realidade de muitas crianças que estudam em escolas próximas a Praça do Fripisa. . Desde criança, somos ensinados que para nos tornar alguém na vida, precisamos frequentar a escola. E esta, por sua vez, é a nossa única fonte de ensino. No centro de Teresina, existem escolas como o Colégio das Irmãs e o CPI, que possuem um horário de início das aulas, e, o estudante só está liberado daquele espaço quando todos os assuntos do dia forem dados. A escola se torna sua segunda casa, pois é onde elas ficarão por grande parte do seu dia. Diante desta situação, surge o questionamento: O que está acontecendo fora dos muros da escola? Sabemos que as pessoas que passam por ali saberão a resposta correta para essa pergunta. Mas, e as crianças, as reais frequentadoras dessa região, serão capazes de pelo menos imaginar o que se passa nas ruas e calçadas? . Imaginar, sim, pois suas mentes são as mais incríveis do planeta. Entender a realidade e aprender com isso, talvez não. E esse problema é causado por causa de três pontos principais: o ensino dentro de casa; o ensino na escola; e a estrutura urbana insuficiente.


As calçadas devem e precisam ser uma extensão das escolas, ou seja, também devem ser instrumentos de ensino, espaços criados para o desenvolvimento criativo das crianças. O primeiro deles é simples. Os nossos filhos aprendem com o que observam dos pais, principalmente quando estamos falando de crianças com pouca idade. Nós crescemos com a ideia de que as ruas são perigosas para se andar sozinho e, consequentemente, nossas crianças crescerão com esse medo. A ordem que as meninas e meninos que estudam nas escolas do Centro de Teresina recebem é de que eles devem esperar na parte de dentro da escola, enquanto não chegam para lhe buscar, ou que ao termino da aula peguem o ônibus direto para casa, ou sigam seu caminho à pé. Nesses dois últimos cenários, são instruídas a sempre estar bem atentas, não .mudar sua rota padrão e não falar com estranhos, ou seja, o aprendizado que essas pessoas

adquirem com esse processo é que as calçadas são apenas espaços de passagem, e nunca de permanência. O segundo ponto diz respeito a posição das escolas em relação ao contato das crianças com a cidade. Hoje, todas as escolas localizadas no entorno da Praça do Fripisa são cercadas por seguranças para garantir que seus alunos estejam sempre protegidos do mundo externo aos seus muros. Para os administradores desses colégios, tudo que uma criança precisa para crescer com uma boa educação está locado nos limites das salas de aula, quadras poliesportivas particulares, auditórios e espaços de convivência da instituição. Os estudantes são obrigados a crescer com isso em mente e essa se torna a sua verdade. .

O terceiro e último ponto se refere ao que a cidade pode oferecer para o incentivo a educação das crianças que circulam pelo espaço. As ruas e calçadas estreitas do Centro da cidade e, principalmente, das ruas que contornam a Praça do Fripisa, não oferecem os instrumentos necessários para fazerem parte do ensino dessas crianças. As ruas são locais para a passagem de carros e motos; as calçadas, em péssimo estado, servem para a circulação das pessoas que não buscam ficar por ali; e o interesse do poder público em tornar essa região segura e participativa não existe. Além disso, “os olhos da rua”, de Jane Jacobs, só existem em horários de pico.


ANA

foto: Ana Èlida Damasceno


ELISA DAMASCENO ANA ELISA TEM 9 ANOS DE IDADE E ESTUDA NO COLÉGIO CPI, PRÓXIMO À PRAÇA DO FRIPISA, NO CENTRO DE TERESINA. HOJE, ELA RESPONDE ALGUMAS PERGUNTAS E DÁ ALGUMAS SUGESTÕES PARA AS PESSOAS QUE FREQUENTAM ESSA REGIÃO.

REVISTA JACOBS (RJ): Você estuda no CPI, certo? eu gostaria de saber se voce gosta de estudar nessa escola.

RJ: O que você gostaria que tivesse na Praça do Fripisa? mais árvores? playgrounds? .

ANA ELISA (A.E): Sim. Gosto da escola porque ela é bilíngue e tem um espaço maior que deixa mais confortável.

A.E: Talvez playgrounds, porque já tem muitas árvores e faz muita sombra. Bancos mais limpos, mais rampas para os cadeirantes mas não precisa daquele piso para guiar pessoas cegas porque já tem lá.

RJ: Você se sente segura andando pelas ruas dessa região com os seus pais? . A.E: Sim, acho a praça tranquila, nunca vi ninguém sendo assaltado e por isso me sinto segura. .

RJ: Você gostaria de ter oportunidades para brincadeiras pelas calçadas que você anda? . A.E: Sim, porque seria divertido e muitas crianças iam se divertir e lá não tem espaço pra crianças. . RJ: Deixe um recado sobre a região da Praça do Fripisa para as pessoas que vão passar por la. . depoimento disponível no instagram @revistajacobs no destaque “para ouvir”

foto: Ana Èlida Damasceno

RJ: O CPI está localizado próximo a famosa Praça do Pripisa. você ja brincou nessa praça e pelas calçadas do seu entorno? . A.E: Não brinquei muito, mas descia do ônibus lá e quando passava comprava revista da turma da Mônica na banca e comia milho na barraca que tem na praça.


AS RUAS

POR SI SÓ, NADA SIGNIFICAM po r jad e p ir es

A qualidade dos espaços públicos é determinada pelo uso que é dado pelas pessoas e pelas condições de seu entorno. Ruas acessíveis, calçadas bem pavimentadas, espaço para caminhabilidade e atratividade são importantes para manter segurança do local. . Quem frequenta o Centro de Teresina durante a semana sabe bem o caos que é o local. A disputa por espaço é constante. Carros, motos, pedestres, bicicletas, comerciantes (formais ou não), pedintes etc. Isso dificulta à ocupação desses locais pelas pessoas, pois não oferecem segurança e atrativos. A falta de manutenção em lugares isolados e descuidados também é motivo para se evitar a área.


A estudante de arquitetura e urbanismo, Ana Élida Damasceno, gosta muito de andar pelo centro, mas nem sempre foi assim. “Antigamente, eu não costumava andar no Centro sozinha porque eu ficava sempre muito agoniada com a quantidade absurda de carros percorrendo, carros estacionados e muita gente, isso me deixava um pouco nervosa”, relata. Ela precisou pensar numa forma de como utilizar aquele espaço de forma segura e que a deixasse mais confortável: “Sobre a questão de segurança, eu tento andar pelas ruas mais movimentadas, onde tem mais gente e que eu já conheço, não fico com o celular à mostra para não chamar atenção”, explica.

Como o principal uso é comercial, o Centro de Teresina tende à desertificação à noite e nos finais de semana. Há a necessidade de diversas atividades no local para que possa manter uma constante movimentação tanto nas ruas como nas calçadas e no seu entorno, tornando a cidade um lugar mais convidativo e seguro de se viver. É necessário criar espaços que atenda toda a população, locais que possam atrair pessoas, que sejam acessíveis e agradáveis de se passar, tornando-as sempre vivas e seguras, e como consequência as pessoas que ali vivem tornam-se os olhos que vigiam e cuidam do espaço urbano seja ele público ou não.


h o r ó s c o p o u r ba n o

áries

Áries é um dos signos mais explosivos de todo o Zodíaco, por isso tem muita energia para gastar. Não gosta de ficar sem fazer nada e uma corrida em um parque ou avenida próxima é sempre uma boa ideia. .

to u ro

Os taurinos só pensam no conforto da sua casa, comer e dormir. Então você não o verá circulando pelas ruas da cidade frequentemente. .

gêmeos

O geminiano é muito curioso e quer saber a respeito de tudo. Nada do que uma tarde sentada na porta de casa fofocando com os vizinhos para se atualizar e contar os babados fortíssimos. .

câncer

os cancerianos adoram programas em família como visitar uma praça ou um parque nos fins de semana. .

leão

Os leoninos gostam de aproveitar o tempo livre e bater perna pelo centro durante o dia, já que lá é cheio de opções para o lazer e as compras. .

v i rg e m

Os virginianos têm uma ligação muito forte com a cultura, então uma visita ao museu ou algum ponto turístico de vez em quando não pode faltar. .


libra

Os librianos amam apreciar um barzinho com os amigos ou qualquer coisa que o permita ver pessoas e dar algumas boas risadas. .

escorpião

Os escorpianos andam pelo centro da cidade sempre atentos, pois desconfiam de todos ao seu redor. .

sargitário

os sagitarianos são de bem com a vida, estão sempre em busca de novos lugares na cidade para conhecer e aproveitar com os amigos. .

capricórnio

Os capricornianos quase nunca desligam do trabalho e eles podem usar o tempo dentro do transporte público para rever papeis de trabalho. .

aq u á r i o

Aquarianos se importam com o descaso das autoridades com os problemas sociais da comunidade em que vivem. Lutam pelos seus direitos e de seus companheiros. .

peixes

Piscianos são extremamente ligados com a natureza, adoram lugares isolados de grandes atividades que possibilitem essa conexão. .



ILUMINACAO ACAO postes, proteção, iluminação e proteção

para a melhor segurança nas suas ruas e calçadas


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