ABRL - JUN 2019
SONOSCOPIA
COORDENAÇÃO E TEXTOS / VERA CARMO, JOÃO RICARDO MOREIRA DESIGN GRÁFICO / JOÃO MATOS FOTOGRAFIA / SUSANA NEVES A mola é um projecto 114 A - Associação Cultural com o apoio da Direção Regional da Cultura Norte e da Fundação Calouste Gulbenkian.
Editorial n.º 6 A panela, em lume brando, na cozinha, anuncia uma noite de convívio. Na sala de estar, amplificadores e colunas de som limitam um palco improvisado, frente a uma plateia de cadeiras miniaturais – despojos do infantário que ali funcionava anteriormente – que brevemente estarão ocupadas. É noite de concerto num espaço que, certamente, os entusiastas da “música experimental, improvisada e electroacústica”* já reconheceram: a Sonoscopia. O público que, depois de oito anos de atividade regular, é composto por muitas caras habituais e outras tantas amigas, faz-se rogado e chega com elegante atraso – afinal sete da tarde é hora matutina para os costumes portuenses –, mas rapidamente a sessão fica lotada. Depois do concerto, janta-se porque “esta música precisa de ser discutida e precisa de ser falada e o jantar proporciona isso mesmo”*. A história da Sonoscopia preenche esta edição da mola. A associação é o epicentro de um grupo de músicos cujas práticas e interesses se desenvolvem alheados das sonoridades mainstream e foi pensada, desde o início, como uma comunidade para criar, pensar e promover outros sons. Em conversa com Gustavo Costa, um dos fundadores da associação, discutimos os desafios envolvidos nesta missão de dinamizar um espaço destinado a um nicho tão específico numa cidade ainda periférica no mapa dos circuitos musicais (alternativos ou não). Abordamos as limitações da sustentabilidade do projeto e a necessidade de assumir compromissos de natureza quase-institucional para o manter, com as consequentes divergências da rota definida que isso implica. Percebemos, acima de tudo, que o sentido de partilha é a força motriz e o segredo da longevidade e sucesso da Sonoscopia. Porque, afinal, aqui, como em tudo, a união sempre faz a força. No mapa deste trimestre damos as boas vindas a um novo projeto independente na cidade, a 'Rampa', que abre portas na Rua Sá da Bandeira no próximo mês de maio com uma programação dedicada às Artes Visuais e Performativas. Por fim, devemos um pedido de desculpa à Sput&Nik The Window e uma justificação a quem leu o último fascículo: enganamo-nos a escrever o nome do espaço na capa. Quem apanhou o fascículo e encontrou o autocolante colado na capa, e quem, para além disso, não o descolou, poderá ter ficado perplexo; ora bem, o autocolante foi o truque a que recorremos para corrigir o nosso erro. Pedimos desculpa e tentaremos redobrar a atenção para que esta situação não se repita. * Gustavo Costa, membro fundador da Sonoscopia, em entrevista à Mola
Quais as motivações para a criação da Sonoscopia? Oficialmente, a Sonoscopia existe desde 2011, mas informalmente existe muito antes. Nós, isto é, os membros que constituem hoje o núcleo duro do projeto, começamos a trabalhar juntos há cerca de 20 anos. Durante todo esse tempo tivemos vários agrupamentos, várias formações e espaços coletivos de ensaio que foram uma espécie de antecâmara daquilo que é a Sonoscopia atualmente. Acabamos por oficializar a associação em 2011, essencialmente por necessidades legais, mas o que realmente nos une são afinidades musicais e ideológicas e a crença de que a partilha traz benefícios para todos. Como é que surge a ideia de fazer concertos e eventos dentro do espaço? Os concertos de música experimental têm um público muito restrito e as receitas geradas, por norma, são poucas. Muitas vezes os concertos trazem prejuízo aos músicos. Uma vez que tinhamos um espaço e recursos humanos e técnicos disponíveis, resolvemos começar a trazer as pessoas para cá e a acolher aqui concertos que doutra forma não aconteceriam. Foi um processo natural porque, na verdade, este tipo de música funciona numa lógica ‘Do It Yourself’ e vive muito de interajuda e de troca de contactos e nós já estavamos dentro desse circuito que acaba por ser uma rede para apresentação dos trabalhos dos músicos. Por outro lado, como não somos uma sala de espectáculos, não temos a responsabilidade de gerar lucro dos concertos, assim, podemos operar com orçamento zero. Claro que num espaço com outra lógica de funcionamento isto não seria possível. Tiveram algum tipo de referência ou modelo para a criação da Sonoscopia? Tivemos vários exemplos porque sempre tocamos em espaços alternativos...espaços ocupados, espaços auto-geridos, enfim, espaços que respondem a esta necessidade de com pouco ter que se fazer o possível e o impossível. Foi também assim que nos organizamos, 4
juntando o pouco que cada um possuía a nível de recursos técnicos, juntando, claro, os nossos ‘recursos humanos’ e assim, criamos um projeto com alguma força. Quando alugamos este espaço, que é bem maior que o anterior, e toda a gente trouxe o seu material é que reparamos o quão bem equipados estamos e pensamos: uau! (risos) Ainda hoje, em termos técnicos, oferecemos muito boas condições. A Sonoscopia promove uma programação circunscrita à música experimental e, por isso, direcionada a um público muito específico. Porquê esta opção? Essencialmente porque é a nossa própria área de criação e aquilo que mais nos diz em termos musicais. Também, porque achamos que era um tipo de filosofia de programação que faltava no Porto. Existem alguns bares que promovem alguma música underground, mas continua a não haver espaços geridos por músicos ou sem intuito comercial. Como definem a programação? Somos contactados pelos músicos interessados em fazer os concertos aqui. Temos imensas propostas. Sou eu que faço a gestão dessas propostas seguindo alguns critérios: critérios de adequação ao espaço e critérios daquilo que eu julgo ser uma qualidade ‘mínima’; critérios relacionados com originalidade e pertinência, ou seja, projetos que sejam interessantes mostrar no agora. Para além disto, pesam outros fatores nas minhas decisões, por exemplo se for algo minoritário, ou se receber uma proposta da Palestina ou da Nigéria, é possível que dê alguma preferência. No fundo, se sentir que há algum desiquilíbrio na oportunidade de mostrar trabalho, tendo a favorecer essas pessoas. Destacam algum evento na história da Sonoscopia? Lembro-me bem do primeiro concerto que fizemos aqui. Foi um concerto do Gil Delindro & Yaw Tembe. Ainda estavamos em obras e nem tinhamos água! Estavamos super excitados por
Entrevista a Gustavo Costa Fundador da Sonoscopia
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finalmente ter um espaço para fazer isto, mas fizemo-lo com muito poucas condições. Lembro-me que na altura discutimos se deveríamos primeiro acabar as obras e só depois fazer os concertos, mas os concertos foram uma forma de acelerar o processo. Até porque, passado mais de 6 anos, ainda continuamos em obras! Vieram boastantes pessoas porque nós já promovíamos concertos no espaço anterior que era uma sala no Centro Comercial Stop e por isso o público já estava criado. No Stop, o modelo para os concertos era o mesmo? Sim, era, mas cozinhavamos em casa e depois levávamos a comida para o Stop, o que era muito mais difícil! Mas, tivemos uma sala no Stop desde 1999 até 2013. Aliás, fundamos a Associação quando ainda estávamos no Stop, em 2011. Só viemos para este espaço em 2013. Quais os desafios de trabalhar para um nicho e quais as estratégias para os superar? Os primeiros concertos que fizemos, inseridos num ciclo que continuamos a fazer aqui e que se chama Microvolumes, aconteceram num bar chamado Artes Múltiplas. Aí só fazíamos mesmo os concertos, sem o jantar e tínhamos dificuldade em ter público. Quando começamos a fazer os concertos no Stop fomos obrigados a refletir e concluimos que estavamos um pouco deslocados e que ninguém apareceria se não tivesse um bom motivo. Ora, como em Portugal a comida é um aglomerador, arranjamos a solução do jantar que acabou por resolver todos os problemas e mais algum, desde o horário até ao preço. Já ninguém dizia ‘hummm, é caro e por isso não vou’ ou ‘hummm... é cedo ou é tarde para jantar antes ou depois’. Por outro lado, para mim, neste tipo de concertos o convívio entre as pessoas é muito importante porque esta música precisa de ser discutida e precisa de ser falada e o jantar proporciona isso mesmo. E claro, que esta estratégia traz pessoas que, de outra forma, não viriam.
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Como garantem a sustentabilidade do espaço? Relativamente aos concertos, todo o lucro que é gerado é para os músicos. Não que se consiga muito dinheiro, mas, mesmo assim, conseguimos um maior lucro do que se seguissemos a lógica de funcionamento de um bar, ou algo semelhante. A estrutura propriamente dita mantém-se com outros projetos. Temos desenvolvido alguns projetos de maior escala que envolvem mais dinheiro e continuidade. Temos feito desde parcerias, co-produções, candidaturas para financiamentos estatais, etc. Portanto, isso é o que mantém a estrutura. Neste momento temos algum financiamento público e temos o financiamento das co-produções ou encomendas. Por exemplo, estamos a trabalhar numa peça para a nossa orquestra robótica com o Teatro de Marionetas. A Sonoscopia é, entre os espaços independentes, um dos que apresenta mais parcerias institucionais. Essas parcerias perigaram, nalgum momento, a independência do vosso funcionamento e programação? sentem-se "institucionalizados" ou, pelo contrário, consideram-nas uma mais valia? Isso é um dilema que discutimos constantemente e é um problema, principalmente para mim enquanto responsável pela associação, porque, ao estarmos inseridos nesta lógica institucional de financiamentos e co-produções, estamos precisamente a enfrentar uma parte daquilo que queriamos evitar quando criamos a Sonoscopia: lidar diariamente com burocracias, com papelada, orçamentos, contabilidade. Enfim, coisas a que, eu, que sou músico, sempre quis fugir. Esta lógica que nos obriga a preencher formulários acaba por nos formatar e produzir limitações. Claro que tem vantagens, uma dela é obrigar-nos a um tipo de organização, planeamento e documentação que é importante e que, de outro modo, não teríamos. Porém, perdemos demasiado tempo com essas questões e
isso satura e consome energia que seria dedicada à música. Por vezes questiono, ‘será que vale a pena?’ Enfim, é uma questão delicada e uma das coisas que estamos a ponderar é tentar diminuir o crescimento. Estou cada vez mais interessado em fazer coisas pequenas para poder dedicar-me mais à música. O próprio espaço que temos não nos permite crescer muito mais.Já estamos a alugar um armazém para guardar objetos de maior escala. Artisticamente nunca tivemos de ceder em nada. Claro que quando trabalhamos com algumas instituições perguntam ‘será que isto tem uma componente educativa?’, ‘será que podemos trazer os nossos filhos?’... Há certos objetivos que não são obrigatórios, mas com os quais temos que nos preocupar. No entanto, nunca senti que tivessemos que ceder no lado criativo. Para mim, o menos agradável no trabalho com algumas instituições é o facto de ser, talvez, mais distante e frio porque a programação ali é pensada para cumprir uma determinada função. Enquanto que, aqui, nós fazemos tudo de uma forma que continua a ser extremamente apaixonada, por vezes, num ambiente institucional, a forma de estar e de trabalhar é diferente. Os funcionários estão lá a cumprir o seu papel, não têm o mesmo tipo de envolvimento que nós temos. Compreendo que não vou exigir, por exemplo, ao segurança de um sítio qualquer que fique extremamente contente por receber as minhas peças, mas eu fico extremamente contente por receber pessoas aqui. E é nessa escala mais pequena e menos formal que gosto de trabalhar. Essa escala que não precisa de ter o segurança ou a equipa de limpeza ou o contabilista. Qual a atual importância dos espaços independentes no Porto? Eu sempre achei que estes espaços são importantes. Atualmente, não sei se mais ou menos, mas continuam decerto a sê-lo. Por exemplo, na área da música, as grandes instituições, pela sua natureza, não conseguem receber projetos
de menor escala. A alternativa é apresentar em bares, no Passos Manuel, no Maus Hábitos, que são espaços mais informais, mas que precisam de pensar na rentabilização. Assim existe um buraco na programação musical que só se pode colmatar com os espaços independentes. Falta-nos o intermédio entre o espaço da noite e a grande sala. Faltam-nos espaços dedicados exclusivamente à apresentação de propostas e que não obedeçam a uma filosofia de lucro. Nós aqui perdemos dinheiro, mas perdemos com gosto. Existem outras coisas que se ganham. Os nossos próprios trabalhos acabam por poder circular neste circuito que nós ajudamos a manter. Há uma espécie de troca direta. Como vêm a relação entre os espaços independentes da cidade? Talvez pudesse existir uma relação mais próxima, embora, da minha parte, como sempre estive ligado a estas redes underground, tento saber o que os outros andam a fazer. Saber o que faz a Favela Discos ou saber o que faz a Garagem, por exemplo. Há uns tempos atrás ia ver tudo e mais alguma coisa, hoje já é um bocadinho mais difícil porque tenho uma criança, e outra a caminho, e já não tenho vinte anos para poder sair todas as noites. Contudo, sempre que posso vou ver o que está a acontecer e estou sempre muito interessado em tudo o que é mais informal. São fenómenos que adoro que aconteçam na cidade porque este tipo de atividade é uma prova que a cidade está realmente viva e que tem pessoas a pensar e a agir.
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“Nós aqui perdemos dinheiro, mas perdemos com gosto.” Em 1999 fez-se no Porto um festival dedicado à música experimental: o “Plano Inclinado”. Esta iniciativa resultou dos esforços combinados dos festivais Co-Lab e FalaDura e ocupou espaços da cidade do Porto e de Vila Nova Gaia: desde o café concerto do Teatro Municipal Rivoli, passando pelos cafés Ceuta e Aviz, até ao antigo espaço do Hard Club em Gaia1 . Foi nestas andanças que Alberto Lopes conheceu Gustavo Costa, Henrique Fernandes e outros músicos que, por afinidade de interesses e feitios começaram, primeiro, a tocar juntos, depois a criar e, finalmente, a programar. Vinte anos passaram desde o reconhecimento institucional que aquela iniciativa proporcionou à cena da música experimental no Porto, mas o seu carácter continua marcado pela ambiguidade de quem caminha num limbo entre os terrenos informais e os institucionais. É este carácter que moldou o coletivo que hoje assina Sonoscopia2. As colaborações entre os músicos que viriam a desenvolver o projeto da Sonoscopia tiveram início em salas de ensaio que partilhavam, primeiro no já extinto Sentidos Grátis (posteriormente Contagiarte) e depois no Centro Comercial Stop. À partilha do espaço, somava-se a partilha dos recursos técnicos, e da música que em conjunto desenvolviam, com o público da cidade. A partilha é, de facto, o signo que modelou a interação que se desenvolvia nessas salas, signo que se evidencia e se plasma na junção improvável de comida e música que o aparecimento do ciclo “Microvolumes” em 2011 proporcionou. Este ciclo constitui-se de “uma série de concertos na área da música improvisada, experimental e electroacústica”3 , tendo a particularidade de se servir um jantar no fim do concerto. O jantar cria um espaço de convívio que serve como uma forma de atrair público, mas também como um modo de tornar horizontal a relação entre músicos e público, dissociando os concertos do “Microvolumes” de uma lógica comercial – na qual a relação entre músicos e público se resume ao momento do concerto – e permitindo uma vivência comunitária da música.
A efervescência criativa do coletivo rapidamente obrigou à procura de um espaço maior. Foi em 2013 que a Sonoscopia – entretanto já constituída legalmente como associação por exigências burocráticas – se mudou para o número 33 da Rua da Prelada. Não fosse o logótipo - uma circunferência negra sob fundo branco - colado sobre a campainha e confundir-se-ia com outra qualquer morada de família. Ninguém que passe na rua adivinha que os quartos e salas da velha casa estão agora transformados em estúdios de gravação, escritórios, pequenos armazéns, e uma sala de espetáculos. Sobreviveram o quarto de dormir no último piso, a cozinha e naturalmente, a casa de banho: divisões indispensáveis para o espaço se transmutar em lar de acolhimento para os músicos e artistas em residência. A casa foi transformada de molde a poder acolher os interesses artísticos e musicais dos seus novos habitantes, tendo-se transformado num espaço de residência para exploradores sónicos
1 Ver artigo do jornal Publico disponível em https://www.publico.pt/1999/07/09/jornal/improvisacao-e-outras-palavras-136016. 2 Fazem parte da Sonoscopia: Gustavo Costa, Henrique Fernandes, Patrícia Caveiro, Alberto Lopes, Rodrigo Cardoso, Sara Gomes, Alexandre Soares, Ana Luísa Veloso, Augusto Lado, Carlos Guedes, Eduarda Andresen, Filipe Lopes, Gustavo Costa, Henrique Fernandes, Joana Domingues, João Mascarenhas, João Ricardo, Jorge Coelho, Jorge Queijo, José Alberto Gomes, Maria Mónica, Mário Bessa, Miguel Carvalhais, Miguel C. Tavares, Miguel Prata Gomes, Rui Dias, Rodrigo Malvar, Tiago Ângelo. 3 Pode ser encontrada uma lista exaustiva dos concertos do “Microvolumes”, desde o primeiro até ao mais recente, aqui: http://www. sonoscopia.pt/ciclosregulares/microvolumes
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nómadas que vogam de porto para porto, encontrando em estruturas similares à dos “sonoscópicos” abrigos onde podem desenvolver e apresentar as suas pesquisas. As residências que a Sonoscopia disponibiliza inserem-se numa rede internacional sustentada em princípios de entreajuda e de partilha que alicerçam o universo da música experimental. A casa da Sonoscopia constituiu o solo sólido e fértil para erguer as paredes da autonomia e da liberdade criativa do coletivo e do universo “sonoscópico”. O novo espaço da Sonoscopia permitiu alargar o trabalho a nível de programação de música experimental no Porto, improvisada e electroacústica, pois continuavam - e continuam - a ser poucas salas de espectáculo que programam regularmente este tipo de música e igualmente restrito o público que por ela se interessa. Faça-se um parêntesis para notar que o fenómeno não é, de todo, local ou nacional. É universalmente difícil esperar de um ‘público em geral’, educado pelas rádios
que passam baladas pop, que se relacione nos melhores termos com composições musicais desenvolvidas com base no ruído, no improviso e no acaso. Contudo, porque existe realmente um nicho de público e porque os membros da Sonoscopia fazem parte desse nicho, a associação tomou em braços a tarefa de colmatar a lacuna identificada e atualmente oferece três ciclos regulares: o já referido Microvolumes, o “BAAMMM!” – ciclo de música e performance – e o “Sonovision” – ciclo de som e imagem. Todos estes ciclos continuam a ser complementados com o jantar. A casa “sonoscópica” virou um porto onde os músicos e artistas que ali se cruzam podem partilhar conhecimentos entre si e com o público, gerando-se as condições necessárias para que a música apresentada possa ser debatida, situação que não é de somenos importância quando falamos de experiências musicais que pela sua natureza exploratória e experimental obrigam à reflexão tanto, ou mais, do que à fruição. A casa permitiu ainda a criação de uma editora discográfica Contudo, a vida independente da Sonoscopia é combinada com a sua faceta institucional, a viagem límbica que esta estrutura vai trilhando e a que nos referíamos no início do artigo. A convivência entre o modo de vida micro-comunitário e horizontal da “nave sonoscópica”, e os ambientes hierarquizados e dados ao status quo dos meandros institucionais não são, à partida, facilmente compatível; no entanto, a sustentabilidade da estrutura tem vindo cada vez mais a depender das co-produções e do financiamento institucional, levando a Sonoscopia a procurar formas de produzir projetos que não comprometam os seus princípios e as suas áreas de interesse e possam amplificar o seu trabalho. Estes projetos caracterizam-se por uma vocação educativa, característica esta que torna as colaborações institucionais da Sonoscopia pertinentes, no sentido em que permitem o desenvolvimento de novos públicos para uma área musical pouco conhecida4. A Sonoscopia, como nos diz Gustavo Costa na entrevista, tenta reduzir o número destas colaborações para se poder concentrar maioritariamente na sua própria programação. Dado o seu campo de atuação, a Sonoscopia constitui um exemplo entre os espaços independentes da cidade, dado que assegura uma programação ímpar e insubstituível, constituindo desse modo uma prova da importância destes espaços na vida cultural da cidade. Esperamos que as suas dissonâncias possam continuar a ameaçar a harmonia deste mundo que todos os dias nos adoça as bocas.
4 Mais informações sobre estes projetos em www.sonoscopia.pt
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3. ATELIER SANTO ISIDRO Travessa Santo Isidro, 104 4000-099 Porto ateliersantoisidro@gmail.com
4. ESPAÇO CAMPANHÃ Rua de Pinto Bessa, 122, Az 4, 4300-430 Porto info.espacocampanha@gmail.com
5. ESPAÇO MIRA Rua de Miraflor, 159, 4300-334 Porto contact@espacomira.net
6. ESPAÇO MUSAS Rua do Bonjardim, 998 4000-121 Porto
7. EXTÉRIL Rua do Bonjardim, 1176, 4000-122 Porto exteril@gmail.com http://www.exteril.com/
Rua do Bonjardim, 1340, 4000-123 Porto sputnik169@gmail.com
17. UNTITLED Rua do Bonjardim 881, 4000-121 Porto untitledartprojectporto@gmail.com
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18. LOTE 67 Centro Comercial de Cedofeita, Rua de Cedofeita, 451, 4050-181 Porto
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19. ESPAÇO A_ARTES Edifício Mota Galiza, Rua Calouste Gulbenkian s/n 4050 – 144 Porto
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Rua Anselmo Braancamp, 345, 4000-099 Porto rucaster@gmail.com
16. SPUT&NICK THE WINDOW
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2. ATELIER LOGICOFOBISTA
Rua da Prelada, 33, 4250-376 Porto sonoscopia@gmail.com http://www.sonoscopia.pt
A DE
Rua dos Caldeireiros, 77, 4050 - 140 Porto acertainlackofcoherence@gmail.com http://umacertafaltadecoerencia.blogspot.pt
15. SONOSCOPIA
20. QUALQUER GALLERY Rua do Bonjardim, 1306 4000-123 Porto
AV E N ID
1. UMA CERTA FALTA DE COERÊNCIA
CASA DA MÚSICA
21. RAMPA Pátio do Bolhão, 125 4000 -110 Porto
LAPA R UA D
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Rua do Almada, 254, 1º, Sala 14, 400-407 Porto galeriadentro@gmail.com
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9. GALERIA OITAVO Rua da Alegria, 582 - Cooperativa dos Pedreiros, 4000-037 Porto entrada@ galeriaoitavo.com http://galeriaoitavo.com
10. MALA VOADORA Rua do Almada, 277, 4050-038 Porto malavoadora.porto@malavoadora.pt http://www.malavoadora.pt
11. MAUS HÁBITOS Rua Passos Manuel, 178, 4º, 400-382 Porto geral@maushabitos.com http://www.maushabitos.com
12. OCO - OFICINA DE CRIAÇÃO E ÓCIO Rua da Alegria, 422, 4000-300 Porto ocoatelier@gmail.com
13. GALERIA DO SOL Rua Duque Loulé, 206, 4000-528 Porto ruadosol172@gmail.com
14. SISMÓGRAFO Rua da Alegria, 416 4000-300 Porto
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MARQUÊS
16 20 IA EGR A AL
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TRINDADE
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R . D E SA
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R. DE SANTA CATARINA
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SÃO BENTO
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CAMPANHÃ
PROGRAMAÇÃO ABR - JUN 2019
ATELIER LOGICOFOBISTA 06 ABR - 17 MAI EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
“CRIPTOPORTO - NECROPSIA DE UMA CIDADE” TERESA RIBEIRO
O Comité Expedicionário do Porto apresenta uma recombinação do seu arquivo histórico-imaginário sobre a cidade do Porto. Através de uma abordagem não-científica procuram descodificar a essência da cidade interligando factos obscuros, lendas, parageografia curiosidades, boatos, antropologia urbana, ... transformando essa informação numa mancha física, qual remistura de brainstorming de um assassino em série com uma investigação da Polícia Judiciaria. The Comité Expedicionário do Porto (Porto's Expeditionary Committee) presents a recombination of its historical-imaginary archives about the city of Porto. Through a non-scientifical approach we aim to decode the city's essence intertwining obscure facts, legends, parageography, trivia, rumors, urban anthropology,... turning that information into a tangible blot, like a remix of a serial killer's brainstorming with a police investigation.
ATELIER SANTO ISIDRO 25 MAI OPEN STUDIO
“VI OPEN STUDIO” VI Open Studio do Atelier SantoIsidro, Quem abre as portas do atelier são os artistas residentes Serena Barbieri e Victor Marqué. A dupla de artistas apresentará os trabalhos realizados nos ultimos meses de atividade no atelier.
No dia 11 de Maio, pelas 17h00, terá lugar uma conversa com o curador e o artista / On the 11th of May at 17h00 a talk with the artist and the curator will take place. Nuno Ramalho nasceu em 1975 e vive no Porto. Desde 1999 que desenvolve o seu trabalho no campo das artes visuais, individualmente e com outros artistas, em áreas como o desenho, instalação, escultura, performance, som, vídeo e práticas de curadoria. Nuno Ramalho was born in 1975 and lives in Porto. Since 1999, develops work in the field of visual arts, individually or with other artists. He works with drawing, installation, sculpture, performance, sound, video and also engages in curatorial practice.
31 MAI / MAY - 22 JUN EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
“OLHAR O CHÃO”
SUSANA SOARES PINTO
No dia 22 de Junho, pelas 17h00, terá lugar uma conversa com a artista e Luísa Mota, responsável pela programação do espaço. / On the 22nd of June at 17h00 a talk with the artist and Luísa Mota, the venue forewoman, will take place. "Olhar o chão é olhar para a paisagem que acumula ruína sobre ruína e pensar em Angelus Novus. Mas esse não é, afinal já é a ruína em que vivemos: a nossa oíkos" Susana Soares Pinto mantém uma relação constante com lugares de extrativismo e procura crítica e poéticamente uma possibilidade de resistência à exploração. É licenciada em Artes Plásticas no ramo de multimedia, é mestre em Práticas Artísticas e Contemporâneas e doutoranda em Artes Plásticas. Expõe com regularidade desde 2012.
On the VI edition of Atelier SantoIsidro’s Open Studio visitors will be welcomed by the resident artists Serena Barbieri and Victor Marqué, who will present the work developed in the last months of activity in the atelier
Susana Soares Pinto maintains a constant relationship with places of extractivism, critical research and poetic possibilities of resistance to exploitation. Holds a degree in Fine Arts in the field of multimedia, a master in Artistic and Contemporary Practices and is a PHD candidate in Fine Arts. Exhibits regularly since 2012.
ESPAÇO A_ARTES
29 JUN - 20 JUL EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
19 ABR / APR – 11 MAI / MAY EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
“AHO / PÓS-PRODUÇÃO” NUNO RAMALHO JOSÉ MAIA (curadoria/curator)
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“OMEGA”
WILL HANDLEY (com / with XAVIER PAES)
No dia 20 de Julho, pelas 17h00, terá lugar uma conversa com o artista e Luísa Mota, responsável pela programação do espaço. / On the 20th of July at 17h00 a talk with the artist and Luísa Mota, the venue forewoman, will take place.
No âmbito do/ within Via Aberta (2ª Ed) “Omega” apresenta uma exploração em torno das forças da natureza; ar, luz e água e as derradeiras fronteiras ecológicas através da utilização do vídeo, som e escultura. Will Handley nasceu na Nova Zelândia e vive e trabalha no Porto. O seu trabalho debruça-se sobre diferentes perspectivas sobre os conceitos de autonomia, identidade e ecologia em obras que cruzam vídeo, fotografia, escultura, performance e instalação.
The doors to BAHAMUT's interior are opened. We came from a place with a volcanic landscape where only it is the foundation of all things; the foundation of all order and all chaos. BAHAMUT, a monster made of lava that we dare not see. It invites us to look at his inner magma. It is the creator of all earth, of all sea and of all fire. The atmosphere comes from volcanic eruptions. Continuous destruction is impermanence.
“Omega” presents a research around the forces of nature; air, light and waterand the ultimate ecological frontiers, through the use of video, sound and sculpture. Will Handley was born in New Zealand and lives and works in Porto. His work focuses on different perspectives on the concepts of autonomy, identity and ecology, crossing video, photography, sculpture, performance and installation.
“LUMINESCÊNCIA”
04 - 18 MAI EXPOSIÇÃO / EXHIBITION GIL MADEIRA
25 MAI - 01 JUN EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
“TAPAR O SOL”
RAQUEL MOREIRA
ESPAÇO CAMPANHÃ
MALA VOADORA
01 JUN – 29 JUN EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
11 ABR WORKSHOP
DIANA CARVALHO, JOÃO PAULO MARQUES, MIGUEL REFRESCO, NICOLE TSANGARIS
No âmbito do/ within BoCA Nascida na Polónia, e residente em Paris, Ola Maciejewska é uma artista de dança e performance. Os seus trabalhos distinguem-se por uma forte abordagem interdisciplinar da dança. No Porto, a artista vai trabalhar em torno das seguintes palavraschave: re-enactement, modos de transmissão e meio ambiente. O workshop consistirá numa prática física de execução de tarefas / partituras baseadas em instruções propostas por Ola Maciejewska. Essas tarefas específicas levarão a situações absurdas.
“TROPISMO FOTOGRÁFICO. PALACETE ILHA - FÁBRICA - ESCOLA”
EXTÉRIL 25 MAI EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
MARIANA SARDON
GALERIA DO SOL 06 - 20 ABR EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
“BAHAMUT”
KAUÊ GINDRI, POLLIANA DALLA BARBA, SVENJA TIGER
Abrem-se as portas para o interior do BAHAMUT. Viemos de um espaço de paisagem vulcânica onde somente ele é o fundamento de todas as coisas; a base de toda a ordem como também de todo o caos. BAHAMUT, um monstro feito de lava que não atrevemos ver. Convida-nos para olharmos a sua magma interior. Ele é criador de toda terra, de todo mar e de todo fogo. Toda atmosfera vem das erupções vulcânicas. A destruição contínua é a impermanência.
OLGA MACIEJEWSKA
Born in Poland and living in Paris, Ola Maciejewska is a dance and performance artist. Her works distinguish themselves by a strong interdisciplinary approach to dance. In Porto, the artist will work around the following keywords: re-enactement, modes of transmission and environment. The workshop will consist on a physical practice, performing tasks / scores based on instructions given by the artist. These specific tasks will lead to absurd situations.
11-14 ABR | 21H00 TEATRO / THEATER
"TRIPLE BILL: SHEHERAZADE, DESFILE PROVISÓRIO, HAIKU SUSANA PAIXÃO, JOANA MONT'ALVERNE, JOANA MAGALHÃES
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PROGRAMAÇÃO ABR - JUN 2019
(os três espetáculos são apresentados numa sessão contínua, com início às 21h00 / the three plays will be
presented in an unique session starting at 21:00)
Sheherazade A milésima segunda história de Xerazade: A realidade é mais estranha que a ficção. The twelfth story of Xerazade: Reality is stranger than fiction. Desfile Provisório Espectáculo de teatro que é um desfile de moda (na verdade é um desfile de moda). Pensar sobre uma coisa não é teorizá-la. Reformulo o que disse: pensar uma coisa é também teorizá-la mas a teoria não é necessariamente palavras ou não tem de encontrar apenas nelas a única ou principal possibilidade de expressão. (...) Pensar - teorizar/conceptualizar - não é necessariamente ser lógico. Ser lógico é uma forma de organização, como que matemática, de tal forma que da equação sairá um resultado em que de um lado e de outro temos o mesmo valor ou o mesmo referente. A lógica tem sempre implicado um igual ou, pelo menos, uma consequência lógica que provoca um sentido, que nos faz perceber uma coisa, que nos permite dizer “isto é isto” (tudo isto é uma generalização. Não é uma coisa certa nem estanque). A play that is also a fashion show (actually it's a fashion show.) Thinking about something it's not producing theory. I rephrase what I said: to think about something is also producing theory, but theory is not necessarily expressed in words, or one does not have to find only in them the main possibility of expression. (…) Thinking - theorizing / conceptualizing - is not necessarily logical. Being logical is a form of organization, such as mathematics, in such a way that the equation will leave a result in which on one side and the other we have the same value or the same referent. Logic has always implied an equal or at least a logical consequence that provokes a meaning, which makes us perceive something, which allows us to say "this is this" (all this is a generalization. It is not a right thing or a tight one.) Haiku Esta criação é um elogio à preguiça (pecado capital) e preguiça (animal), ambas em via de extinção. É um prólogo melancólico e contemplativo de uma criação maior. Um haiku. Uma resposta ao hiper-tudo pósmoderno. E uma apologia e representação sintetizada do que apelidei de "teatro contemplativo". This play is an ode to laziness (cardinal sin) and sloth (animal), both endangered of extinction. It is a melancholy and contemplative prologue for a greater creation. A haiku. A response to postmodern hyper-everything. It is an apologia and representation synthesized of what I call "contemplative theater".
MAUS HÁBITOS
SALA DE EXPOSIÇÕES ATÉ / UNTIL 28 ABR / APR EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
“PICTURE GENERATION”
DANIEL PIRES (Curadoria de /Curated by)
Picture Generation apresenta parte do arquivo dos primeiros anos do Maus Hábitos documentados pelo fotógrafo Daniel Pires, de 2000 a 2006, quando o projeto de intervenção cultural funcionava como uma residência artística permanente. Coloca-se na continuidade do projeto Ao Monte (Felícia Teixeira, João Brojo 2017) que registou o trabalho desenvolvido por coletivos e grupos informais de artistas que marcaram a cidade do Porto desde o final dos anos 90. Picture Generation exhibits part of the archive of the early years of Maus Hábitos documented by the photographer Daniel Pires from 2000 to 2006 when the cultural intervention project functioned as a permanent artistic residence. It is part of the continuity of the project Ao Monte (Felícia Teixeira, João Brojo 2017) that registered the work developed by collectives and informal groups of artists that have marked the city of Porto since the end of the 90s.
13 JUN – 28 JUL EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
BÁRBARA DE WAGNER & BENJAMIN DE BURCA
MOACIR DOS ANJOS (Curadoria de /Curated by) Bárbara Wagner e Benjamin de Burca fazem uso de narrativas documentais a fim de observarem diferentes relações entre tradição e progresso experimentadas em economias emergentes, sempre atravessadas por questões de classe, raça e gênero. Suas investigações mais recentes se concentram em práticas coletivas e rituais tradicionais que perdem sua conotação exclusiva de resistência simbólica e política para se tornarem, igualmente, produtos da indústria cultural, do turismo e do entretenimento. Bárbara Wagner and Benjamin de Burca use documentary narratives to reflect upon different relations between tradition and progress in emerging economies, always related with issues regarding class, race and gender. Their most recent research focus on collective practices and traditional rituals that lose their exclusive connotation of symbolic and political resistance to become equally products for the cultural industry, tourism, and entertainment.
MUPY GALLERY ATÉ / UNTIL 24 ABR / APR EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
“ALTERGRAPHY” JUSTINE EMARD
Justine Emard expõe na Mupi Gallery fotografias de longa exposição que capturam alguns experimentos de interação entre o performer japonês Mirai Moriyama e o robô Alter, uma IA desenvolvida pelo Ishiguro Lab, da Universidade de Osaka e do Ikegami Lab. Da Universidade de Tóquio. A aparência humanóide do robô Alter permite uma projeção emocional, abrindo um espaço para a imaginação, construindo uma nova definição da existência: “existir supõe que se está na realidade e/ ou vivo”. Justine Emard exhibits at the Mupi Gallery long exposure photographs that capture some interaction experiments between the robot Alter and humans. Alter is an autonomous robot that expresses his particular behavior through complex movements. Alter is developed by Ishiguro lab, Osaka University and Ikegami Lab, Tokyo University. The humanoide appearance of the Alter robot allows an emotional projection, opening a space for imagination and constructing a new definition of existence : "living implies that you are part of the reality and/or are alive.
26 ABR / APR – 22 MAI / MAY EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
“MARIA”
RITA LINO
Rita Lino (Portugal, 1986) vive e trabalha em Berlim. Começou a traçar seu próprio caminho na fotografia, explorando livremente e de forma autoreferencial, sem qualquer tipo de preconceito a imagem do corpo. Utilizando meios analógicos ou digitais, sua fotografia chega aos campos da arte e da moda com intimidade e qualidade visceral. Rita Lino (Portugal, 1986) lives and works in Berlin. Began to trace her own path in photography by exploring the image of the body, freely and in a self-referential way, without any kind of tabu. Using analog or digital media, Lino’s photography unfolds within the fields of art and fashion with intimacy and visceral qualities.
23 MAI / MAY – 25 JUN EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
SARA & ANDRÉ
SARA & ANDRÉ | Lisboa (1980 e 1979 (respectivamente) Vivem e trabalham em Lisboa. Licenciados pela Faculdade de Teatro e Cienma (Sara) e pela Faculdade de Arte e Design (André). Expoêm regularmente desde 2008. As suas obras integram colecções privadas e publicas: Norlinda e José Lima,São João da Madeira, MNAC - Museu do Chiado, Lisboa, BES Arte & Finança, Lisboa e Fundação PLMJ, Lisboa. Sara & André (Lisbon 1980 & 1979, respectively) live and work in Lisbon. Graduated from Faculdade de Teatro e Cinema (Sara) and Faculdade de Arte e Design (André). The duo exhibits regularly since 2008. Their work is part of private as well public collections: Norlinda e José Lima, São João da Madeira, MNAC - Museu do Chiado, Lisboa, BES Arte & Finança, Lisboa and Fundação PLMJ, Lisboa.
SPUT&NIK THE WINDOW ATÉ / UNTIL 18 MAI EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
“MEMBROS”
JOANA BUENO
Membros é corpo desfeito, em suas camadas... Pedaços desmembrados, carne objeto corpo. Costura que une: o membro, os pensamentos, corpos, corpo, pele natural e artificial. Cristalino para ver as entranhas, o recheio do Membro, abertura e transbordamento. (...) Members is a shattered body, inits layers ... Dismembered pieces, flesh object body. Sew that gathers: the limb, the thoughts, bodies, body, natural and artificial skin. Crystalline to see the guts, the inside of the Limb, opening and overflowing. (...)
25 MAI – 29 JUL EXPOSIÇÃO / EXHIBITION
“CRISES INFINITAS”
LUÍS SEQUEIRA E SAMA