Agronegócio
produzido por
Caderno do
tecnologia
Cientistas buscam mudas mais resistentes ao clima Pág. 2 Paulo Liebert/AE
AYRTON VIGNOLA/AE
SÃO PAULO, 3 DE dezembro DE 2014
O futuro do Brasil Mudanças climáticas, incentivos e novas políticas para o campo são discussões da nova agenda do País para 2015
“Este exemplar é uma cortesia de S/A O Estado de S. Paulo – Caderno do Agronegócio. “Distribuição autorizada pelo artigo 26, parágrafo 2º, da Lei 14.517/2007, combinado com a Lei 5.250/1967. MANTENHA A CIDADE LIMPA - NÃO JOGUE ESTE MATERIAL EM VIA PÚBLICA
3
2 TASSO MARCELO/Ae
produção
Colheita de grãos em Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso
Mesmo em ano ruim, País terá safra recorde
Pelo terceiro ano consecutivo grãos puxam os números do agronegócio para cima; setor poderia ser mais lucrativo Daniel Petrillo
E
sse ano, o agronegócio deu provas que poderia ser ainda mais lucrativo do que é. Hoje o setor responde por 22,8 % do PIB nacional, e 37% dos empregos gerados no País. Se não bastassem os problemas rotineiros de falta de infraestrutura, planejamento e segurança jurídica, em 2014, os pecuaristas e agricultores tiveram de lidar com a inesperada mudança nos padrões climáticos de importantes regiões produtoras do Brasil. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o excesso de chuva prejudicou a safra de trigo, e em São Paulo e Minas Gerais, a estiagem comprometeu a cana-de-açúcar e o café. Ainda assim, no mês passado o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que os prognósticos para a colheita de 2015 são bons. A safra será recorde, de 198,3 milhões de toneladas de grãos, 2,5% superior ao projetado para 2014. No cálculo da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2015, o IBGE se baseou não apenas no comportamento do clima, mas também no mercado, o que reduziu o peso do meio ambiente. “A recuperação do preço estimula novas plantações. Quanto mais caro é o produto, mais incentivo o produtor tem em inves-
tir no agronegócio”, afirmou o gerente de Coordenação Agropecuária do IBGE, Mauro André Andreazzi. Apesar da boa notícia, o clima impactou negativamente o agronégócio. “Houve atraso de 5% a 12% na área plantada”, disse o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), João Marcelo Intini. “As instalação das lavouras começaram mais tarde”, observou. “O atraso no plantio leva ao atraso da colheita”, diz o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, Hélio Sirimarco, referindo-se principalmente aos efeitos da estiagem na região Sudeste, que ainda
“A seca é a soma de fenômenos complexos, que não temos a explicação completa. Ela atingiu polos produtores importantes” Carlos Nobre, diretor de políticas e desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia
sofre pela falta de chuvas. Haverá, segundo ele, redução na produtividade do café, em Minas Gerais, e da cana, em São Paulo. “Foi um período sem precedentes. Dependemos muito da chuva, pois nossas áreas são vastas, inviabilizando a irrigação”, comenta. De acordo com dados do Ministério da Integração Nacional, o País possui hoje cerca de 5,5 milhões de hectares da área agrícola irrigada (12%) e potencial para atingir 29,6 milhões de hectares. TRIGO No Rio Grande do Sul o excesso de chuva prejudicou a colheita e a qualidade do trigo. O País terá de importar para compensar a baixa produção. “A safra gaúcha terá uma redução em média de 35% do volume antes esperado”, diz João Marcelo Intini, da Conab. As chuvas, no entanto, continuam irregulares nas principais regiões produtoras de grãos. E o plantio de soja está atrasado. Mesmo assim, a Conab estima que o País possa bater o recorde da safra de soja que deve ficar entre 89,3 milhões e 91,7 milhões de toneladas. “A tecnologia usada para amenizar a mudança climática também ajudou”, diz Intini. De acordo com as análises do IBGE, o
Centro-Oeste vem puxando há três anos consecutivos o recorde na safra de grãos no país. Em 2014, a região respondeu por 82,1 milhões de toneladas da safra de grãos; seguida pelo Sul, com 72,3 milhões de toneladas; pelo Sudeste, com 17,8 milhões de toneladas; Nordeste, com 15,8 milhões de toneladas; e Norte, com 5,5 milhões de toneladas. O Mato Grosso liderou o ranking de maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 24,4%, seguido pelo Paraná (18,5%) e Rio Grande do Sul (15,6%), que somados representaram 58,5% do total nacional previsto.
para diminuir impactos O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vai investir nos próximos 4 anos R$ 9,5 milhões em métodos de irrigação, instrumentação de máquinas tecnologia voltada à irrigação e capacitação de técnicos. As medidas tem o objetivo de mitigar os impactos nas áreas afetadas pela seca desse ano. Com isso pretende elevar em 20% a produtividade agrícola das 13 principais lavouras ; expandir a irrigação de 20% para 48% da produção até 2015; aumentar a eficiência do uso da água na lavoura em 25%
“Este exemplar é uma cortesia de S/A O Estado de S. Paulo – Caderno do Agronegócio. “Distribuição autorizada pelo artigo 26, parágrafo 2º, da Lei 14.517/2007, combinado com a Lei 5.250/1967. MANTENHA A CIDADE LIMPA - NÃO JOGUE ESTE MATERIAL EM VIA PÚBLICA
monsanto
5
tecnologia
Esperança na genética
FILIPE ARAUJO/AE
4
Soja e cana mais resistentes ao clima só em 10 anos Daniel Petrillo
A
seca é o maior fator de perdas agrícolas no Brasil e no mundo. Diminuir a fragilidade das plantações diante das variações climáticas é um desafio global, que envolve um grande quebra-cabeça: o de estudar a diversidade genética natural das plantas para desvendar quais as espécies e populações são capazes de suportar grandes variações climáticas. Nos Estados Unidos já existem plataformas de pesquisas com parceiros globais. No País, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) trabalha no desenvolvimento de soja e cana-de -açúcar mais resistente. O recurso é a biotecnologia. A Embrapa, em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desenvolve e testa em laboratório diferentes tipos de soja. “Acreditamos que os resultados do projeto representarão um importante passo para a mitigação das perdas na produção da soja devido à ocorrência de secas”, diz
o diretor do Centro Nacional de Pesquisa da Soja da Embrapa, José Renato Farias. “Esses períodos longos de seca estão cada vez mais frequentes. As realizações previstas serão muito importantes para os produtores brasileiros, e para a segurança alimentar global.” Os resultados das pesquisas devem demora pelo menos 10 anos para serem concluídos. “Existem muitos impasses a serem ultrapassados, como o processo burocrático de regularização, e as questões de biossegurança, sobre os efeitos dessa mudança genética em outras formas de vida”, diz Farias. Não se pode dizer, por exemplo, o quanto as plantas ficarão mais resistentes à seca. Enquanto as pesquisas não são concluídas, outros métodos mais simples são utilizados para amenizar os efeitos do clima na agricultura, caso do sistema de plantio direto na palha. Ele contribui para que o solo não seja levado pelas erosões e armazene água, fertilizantes e corretivos.
Laboratório de clones de plantas: busca de variedades que suportem variação climática
pequeno produtor não tem acesso a novas técnicas As tecnologias para driblar a crise hídrica no País esbarram nas limitações financeiras e culturais dos pequenos produtores rurais. “Nossos produtores não têm recursos para implantar uma das tecnologias”, diz a pesquisadora Luiza Brito, do Embrapa Semiárido. É um grupo que precisa de políticas públicas para permitir ou garantir uma infraestrutura mínima de captação e armazenamento de água. “Nosso agricultor é descapitalizado, pobre de informações.” O presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antonio Mello Alvarenga lamenta a falta de um “eficiente
programa de seguro rural que minimizaria as perdas dos produtores e aumentaria a segurança na hora da decisão do que vai de fato ser plantado”. O seguro no Brasil cobre menos de 10% da área de plantio e seus custos são elevados. “O governo deveria adotar um seguro que garanta a renda dos produtores no caso de eventos climáticos, doenças e pragas”, diz Alvarenga. “O produtor fica sujeito às variações dos alimentos industrializados e da agropecuária, que utilizam grãos como insumo”, diz o economista Raphael Coutinho, coordenador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) .
SEGURO RURAL JF DIORIO/AE
Falta dinheiro e produtos adequados
Atrasos por parte do governo no subsídio às apólices são vistos como os grandes responsáveis pela baixa penetração e personalização dos seguros leonardo mourão
A
Pequeno produtor: baixa cobertura para compensar danos no campo
promessa de aumentar o alcance do seguro rural para o setor agropecuário foi unanimidade entre todos os candidatos nas eleições presidenciais deste ano. E não é só nessa época que o tema está no centro das discussões. Por exemplo, ganha um silo cheio de soja quem encontrar quem afirme que o fato de apenas 10% de produtores rurais brasileiros terem seguros contra adversidades é um dado tranquilizador para o setor agropecuário. Ouvir alguém defender que se abra mão dos subsídios governamentais, adotados em todo o mundo para baratear o valor do prêmio pago pelos
produtores às seguradoras, é outra possibilidade altamente improvável. “Há uma instabilidade no ritmo de liberação dos recursos governamentais que faz com que as seguradoras receiem aumentar sua oferta de seguro rural”, afirma o vice-presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Joaquim Cesar Neto. O diretor de Departamento de Gestão de Risco Rural do Ministério da Agricultura, Ricardo Gomes, discorda: “Os repasses e pagamentos da subvenção às apólices estão rigorosamente em dia”. O total de R$ 400 milhões previstos para a modalidade neste
ano “já foi todo utilizado”, diz Gomes. Para o diretor técnico de seguros rurais do Grupo BB e Mapfre, Glaucio Toyama, no Brasil, só se olha a subvenção.”Vender seguros é fácil, o problema é entregar; se atender mal o negócio é prejudicado”, diz. Se a atenção fixa no valor do subsídio também é vista como “um entrave” por Vitor Augusto Ozaki, do departamento de Economia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), há outra dificuldade: o setor não entende o que o produtor rural necessita. “É preciso haver uma customização e não apenas modalidades de prateleira.”
“Este exemplar é uma cortesia de S/A O Estado de S. Paulo – Caderno do Agronegócio. “Distribuição autorizada pelo artigo 26, parágrafo 2º, da Lei 14.517/2007, combinado com a Lei 5.250/1967. MANTENHA A CIDADE LIMPA - NÃO JOGUE ESTE MATERIAL EM VIA PÚBLICA
BAYER
7
infraestrutura
infraestrutura
O mapa da exportação do milho e da soja
Porto de Santos: sem logística de apoio, recebe carga de todo o País
Sem porto adequado para grandes cargas, as regiões norte e nordeste, juntas, transportam apenas metade do volume de Santos
SANTARÉM 1,9 MILHÃO/T (2,5%) SANTANA 0
Comparativo - Custos Lavoura/porto
EXPORTAÇÃO (2013) BELÉM
92
US$/TONELADAS
0 SÃO LUÍS/ITAQUI
ARGENTINA
EUA
BRASIL
3,3 MILHÕES/T (4,3%)
81
78
ITACOATIARA 2,2 MILHÕES/T (2,9%)
59
PORTO VELHO (ITACOATIARA - SANTARÉM)
43
SALVADOR/ILHÉUS
4,2 MILHÕES/T (5,4%)
2,7 MILHÕES/T (3,5%)
28 VITÓRIA
Produção e Exportação de Soja e Milho
Transportar no Brasil custa duas vezes mais que nos EUA
País perde em competitividade; uma década de investimentos pesados não resolveria problemas logísticos Bárbara Bretanha
A
falta de um sistema de transporte intermodal, interligado e adequado às distâncias a serem percorridas faz com que os alimentos produzidos no Brasil custem mais do que nos Estados Unidos e até mesmo do que em países latino-americanos. O agronegócio nacional perde em competitividade e o produtor investe mais do que deveria. Para se ter uma ideia, em 2013 o Brasil gastou quatro vezes mais com logística da soja e do milho que os Estados Unidos e a Argentina, segundo a Interlog, empresa de transporte. Essa conta vem crescendo a cada ano. Na ponta do lápis, de 2003 a 2013, a elevação do custo com logística do agronegócio foi de 328,5%, de acordo com Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Isso quer dizer que, há 11 anos, um produtor brasileiro gastava US$ 28 por tonelada para fazer o produto chegar até o porto. Já em 2013, o custo subiu para US$ 92 por tonelada. “Nos países desenvolvidos o valor era em torno de U$ 15, agora é de U$ 20”, diz Paulo Resende, coordenador do Núcleo
de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral. O gasto nacional com o transporte dos produtos do campo chega a ser o dobro do americano. “A conta total da logística (transporte e armazenagem), no entanto, é 20% maior”, afirma Resende. O principal gargalo está na alta dependência do agronegócio brasileiro do transporte rodoviário. “De cada 100 toneladas que transportamos de granéis, 80 são transportadas por caminhões em longas distâncias”, diz Resende. “Diluímos todos os custos fixos e custos variáveis de transporte em um modal só. E isso encarece muito a chamada tonelada/quilômetro.” Nos Estados Unidos, 61% do transporte é feito por hidrovias. No Brasil, o número cai para 7%. Em contrapartida, são necessários US$ 17 para se escoar uma tonelada de grãos por hidrovia, valor que sobe para US$ 65 no transporte rodoviário. O Brasil poderia reduzir em média 20% do custo de exportação da tonelada de soja, assim como milho e café, se apostasse em um sistema intermodal, em que mais
de uma forma de transporte é utilizada. No entanto, a falta de infraestrutura dificulta a implementação do sistema. A avaliação é da Fundação Dom Cabral, que calcula que seria necessário um investimento de 3,5% do PIB ao ano, pelos próximos 10 anos, para atingir uma situação logística similar à norte-americana. “Já existem obras, mas é difícil acreditar que o ritmo vá acelerar – e, hoje, é inadequado”, afirma Aurélio Pavinato, diretor presidente da SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de soja e algodão do Brasil. Na estimativa dele, dez anos de investimentos fortes reduziriam o custo logístico em apenas 35%.“Toda a logística brasileira está encarecida e com baixo nível de competitividade e de eficiência”, diz. Arco Norte Com o esgotamento do potencial de expansão no Sul e Sudeste, onde estão as principais áreas produtivas, as fronteiras do agronegócio foram deslocadas para regiões sem infraestrutura, gerando prejuízos logísticos. O caminho mais eficiente de escoamento seria o do
chamado Arco Norte, região que contempla os portos de São Luís, Belém, Macapá, Santarém e Itacoatiara. O problema é que esses portos não possuem capacidade de exportação nem rotas de acesso. Em 2013, o excedente de 60,8 milhões de toneladas de grãos, produzidos no Centro-Norte, foram escoados pelo Sudeste, congestionando as principais rodovias que levam ao porto de Santos, o de maior capacidade de exportação do Brasil. “Além de percorrer um caminho maior do que deveria – um acréscimo de mais de 500 km no percurso para achar um porto de escoamento –, o tempo que a carga fica parada na estrada aumenta mais o custo do transporte”, afirma Luiz Antonio Fayet, consultor de logística da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Para o produtor de Sinop (MT), por exemplo, cujo custo logístico atual é de US$ 130, fazer o escoamento pelo norte resultaria em economia de aproximadamente US$ 60.“A situação é crítica”, diz Fayet. “É preciso acelerar as obras de infraestrutura no País.”
“Este exemplar é uma cortesia de S/A O Estado de S. Paulo – Caderno do Agronegócio. “Distribuição autorizada pelo artigo 26, parágrafo 2º, da Lei 14.517/2007, combinado com a Lei 5.250/1967. MANTENHA A CIDADE LIMPA - NÃO JOGUE ESTE MATERIAL EM VIA PÚBLICA
PRODUÇÃO
SANTOS PARANAGUÁ 16,6 MILHÕES/T (21,8%)
5,4 MILHÕES/T (7,1%)
14 15
15 16
16
20
17
18
20
23
20
23
25,4 MILHÕES/T (33,3%) SÃO FRANCISCO DO SUL 6,9 MILHÕES/T (9,1%)
EXPORTAÇÃO
2003
RIO GRANDE
2005
2007
2009
2011
2013
11,9 MILHÕES/T (15,4%) FONTE: CNA
sem saída, EMPRESAS bancam melhorias de áreas portuárias no norte
Investimentos do governo em transporte são insuficientes e lentos para o desenvolvimento do agronegócio Nos últimos três anos, o governo implementou em infraestrutura uma extensão equivalente à distância de ida e volta de São Paulo ao Acre, 5 mil km – a maior parte em rodovias. De acordo com um diagnóstico de gargalos logísticos realizado pelo Ministério dos Transportes em 2013, isso é um problema, pois as estradas do País já operam no limite da capacidade, enquanto dois terços da malha ferroviária não são explorados. O governo investe hoje – no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC 2), de 2011, e no Programa de Investimento em Logística (PIL) , de 2012 – 0,6% do PIB. “Não dá para depender do governo. Países como Rússia e Índia investem 4% do PIB em logísti-
ca”, diz Renato Pavan, presidente da Macrologística. O setor privado já está investindo em obras para ter uma alternativa de exportação que comporte grandes embarcações na região Norte, o que encurta o caminho da carga para a Ásia, Europa e Estados Unidos. “A tendência do Brasil é aumentar participação no mercado internacional, principalmente na China e Ásia do leste, que importam 60% da soja nacional”, diz Luiz Antonio Fayet. “Precisaremos de barcos maiores, porém os portos não são adequados. Se fizermos a exportação da soja em navios para mais de 120 mil toneladas, o custo do frete cai em 25%”, afirma. Os novos terminais também prometem aliviar em 50% o fluxo de carga para o Sudeste. /B.b.
Ações públicas
dida sampaio / ESTADÃO
crédito
WERTHER SANTANA / ESTADÃO
6
PAC-2: Obras concluídas: 4,4 mil km de obras e concessões em rodovias 1.053 km de novas ferrovias 19 empreendimentos hidroviários 16 terminais Em andamento: 7,5 mil km em melhoria rodoviária 2.545 km de obras ferroviárias em andamento 18 obras em portos PIL: Obras concluídas: 4.872,8 quilômetros de rodovias: BR-050, GO/MG, BR-060/153/262, DF/GO/ MT, BR-153, TO/GO, BR 163, MS, BR-163, MT, e BR-040, DF/GO/MG
Trabalhadores na ferrovia Norte-Sul em Anápolis (GO)
EMPRESAS
Previstos : 2.625 quilômetros em rodovias
Melhorias devem desafogar em 50% o Sul e o Sudeste
Ferrovias: 4.676 quilômetros em seis trechos: entre Anápolis (GO) e Corinto (MG); Belo Horizonte (MG), Corinto (MG) e Guanambi (BA); Açailândia (MA) e Dourados (MS); Sinop (MT) e Miritituba (PA), Sapezal (MT) e Porto Velho (RO).
Em andamento: 8 terminais, no Porto de Vila do Conde (PR) 800 barcaças, construções no eixo de transporte da rodovia BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA) , além de obras em hidrovia Tapajós-Amazonas em Miritituba (PA)
“Este exemplar é uma cortesia de S/A O Estado de S. Paulo – Caderno do Agronegócio. “Distribuição autorizada pelo artigo 26, parágrafo 2º, da Lei 14.517/2007, combinado com a Lei 5.250/1967. MANTENHA A CIDADE LIMPA - NÃO JOGUE ESTE MATERIAL EM VIA PÚBLICA
9
8
Palavra da FAESP
Exportação
divulgação
fotos divulgação
O agro em 2015 Fábio Meirelles
Visitantes degustam carnes especiais do Brasil na Sial, em Paris, maior feira de alimentos do mundo: novo filão aumenta possibilidades de negócios
Carne gourmet é a nova aposta
O agronegócio é a base sólida da economia. Alimenta mais de 200 milhões de brasileiros, garante um elevado volume das exportações, produz energia limpa e renovável, gera emprego e renda, sem o mesmo, não teríamos a adequada sustentabilidade econômica e a paz social, indispensável à população brasileira. Infelizmente, nunca houve uma política agrícola consistente e permanente. O agronegócio é uma força real que impulsiona o mercado interno e externo, garante a renda efetiva, sustentabilidade e segurança jurídica. Entretanto, as características específicas do setor, que as diferenciam dos demais, não são compreendidas por parte dos governantes, ou são por eles subestimadas. Como exemplo desses fatores, citamos os entraves que afetam o setor sucroenergético, entre outros, vitimado por ações inconsistentes de Estado, entre as quais ressaltamos a ausência de um plano de longo prazo para a questão logística que tem limitado a capacidade de expansão do setor. Outro problema grave, que atinge especialmente o pequeno e médio produtor: a ausência de uma política de garantia de renda, de modo a gerar a estabilidade na cadeia produtiva. Os agricultores não dispõem de instrumentos de proteção contra os riscos inerentes à atividade econômica. As soluções dependem de políticas setoriais baseadas na garantia de renda dos produtores rurais e na proteção de riscos, da adequação das políticas macroeconômica e ambiental, além de medidas voltadas à indústria, ao co-
mércio e serviços, em áreas onde esses setores se conectam a agropecuária. Mas, principalmente, o setor agrícola brasileiro depende de boa vontade e ações governamentais para execução dos programas e projetos voltados para o meio rural a longo prazo. A FAESP defende uma política agrícola plurianual, com horizonte de 4 a 5 anos, programas setoriais permanentes, lastreados na elevação da produtividade, no ganho de eficiência, na segurança alimentar e na estabilização da renda no campo. Para a Federação que reúne 238 sindicatos e 322 extensões de base, o que lhe garante presença na quase totalidade dos municípios paulistas, o agronegócio irá avançar ainda mais se seu protagonista, o produtor rural, seja ele pequeno, médio ou grande, abrigado em Sindicatos Rurais, Cooperativas ou individualmente, for atendido em suas demandas. O homem do campo, precisa de estímulos para se manter à frente de suas atividades. Incentivado, ele gira toda a cadeia à sua volta. O setor é fundamental para o desenvolvimento do País, esperamos que em 2015 receba a atenção, o apoio e o reconhecimento devidos, de maneira a promover o fortalecimento da economia brasileira.
Fábio Meirelles , presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo.
perspectivas da seca
Tânia Rabello
D
epois de se consolidar como princi-
pal exportador mundial de carne bovina no ano passado – posição que deve assegurar também em 2014 –, o Brasil avança em nicho especialíssimo: o de carnes gourmet, cuja tonelada chega a valer US$ 15 mil, três vezes mais do que a carne commodity in natura. O novo filão já começou a ser trabalhado, em Paris, França, durante a Sial 2014, uma das maiores feiras de alimentação do mundo, realizada entre 16 e 20 de outubro. Durante o evento, no estande da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), os convidados degustaram filé mignon, alcatra e contrafilé, carnes nobres de animais cruzados da raça angus. A estratégia da Abiec, e dos parceiros Apex-Brasil e Associação Brasileira de Angus (ABA), idealizadora do Programa Carne Angus Certificada, era divulgar a pouco conhecida carne gourmet do Brasil. “Foi a primeira iniciativa do País no sentido de conquistar e valorizado mercado de carnes nobres” diz o diretor do programa, Reynaldo Salvador. Entre os principais países que hoje atuam nesse segmento es-
tão Estados Unidos, Austrália, Argentina e Uruguai. “O Brasil deixará de exportar só a carne commodity para exportar marcas de carne”, diz Salvador, acrescentando que, para chegar neste nível e finalmente partir para desbravar o mercado externo, foram necessários dez anos de trabalho junto ao Ministério da Agricultura, até que habilitassem a primeira marca com essa característica. Esse é só o começo. “Atualmente, temos ao redor de 2 milhões de cabeças de novilhos cruzados angus, dos quais 350 mil cabeças estão certificadas pelo programa e são passíveis de serem exportadas – isso significa, em carnes nobres, uma disponibilidade de 17.500 toneladas”, diz Salvador, acrescentando que não se poderia partir para a exportação sem um número suficiente de animais que garantissem constância no fornecimento. Futuro Os planos da Abiec e da ABA para 2015 são entregar a carne premium, com selo do programa na embalagem, diretamente para o varejo, em supermercados e restaurantes da Europa (principal-
mente para a Alemanha e para a Rússia), Ásia e Oriente Médio. Segundo o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, a entidade encomendou, juntamente com a Apex, um trabalho de branding para verificar qual era a visão dos importadores em relação à carne brasileira. “Neste estudo, chegamos à conclusão de que já possuíamos uma participação muito grande em carne culinária e carne ingrediente”, diz Camardelli. A pesquisa também apontou que o Brasil tem um espaço muito grande para crescer no patamar da carne gourmet. “Os resultados levaram a associação” de acordo com ele, “a focar nesse tipo de carne.” Entre as estratégias para atrair o consumidor – uma vez que essa carne costuma ser exportada já embalada e com o selo de certificação e seguei direto para as gôndolas do supermercado – está, segundo Camardelli, segmentar o marketing conforme o perfil do consumidor de cada país. “Queremos, em vez de fazer um tipo de mídia generalizado, conversar diretamente com o consumidor.”
Imagem ainda pode melhorar Rússia e Hong Kong se alternam na liderança dos embarques brasileiros Embora o agromarketing tenha evoluído bastante no País, ainda há muito terreno a ser explorado, no Brasil e no mundo. “No caso da carne bovina, o País tem de mostrar todos os atributos que o diferenciam dos concorrentes”, diz Daniel Baptistella, da Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócios (ABMR&A). Um dos exemplo citados é o da carne produzida a partir de um bovino criado a maior parte do tempo livre no pasto. “Esse animal tem menos menos gordura e colesterol, condição que precisa ser melhor explorada. O mesmo acontece com a carne sem hormônios.” Baptistella lembra, porém, que não adianta nada fazer campanhas eficientes de marketing para exportações se o governo federal, por meio do Itamaraty, não fizer a parte dele: trabalhar diplomaticamente para derrubar barreiras sanitárias e comerciais entre os países, obstáculos que impedem os produtos brasileiros do agronegócio de expandir a participação no mercado mundial./ T.R.
“Este exemplar é uma cortesia de S/A O Estado de S. Paulo – Caderno do Agronegócio. “Distribuição autorizada pelo artigo 26, parágrafo 2º, da Lei 14.517/2007, combinado com a Lei 5.250/1967. MANTENHA A CIDADE LIMPA - NÃO JOGUE ESTE MATERIAL EM VIA PÚBLICA
FAESP pede ajuda imediata aos agricultores A seca em São Paulo teve graves consequências para a agricultura e a pecuária, com possíveis reflexos no abastecimento.Esse quadro pode continuar no próximo ano, na avaliação da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo. “Como se não bastassem a falta de chuvas e a baixa umidade, as temperaturas elevadas foram prejudiciais”, afirmou Fábio Meirelles, presidente da FAESP. Em certas regiões, já registram perdas de mais de 30% nas lavouras. A seca aflora uma antiga discussão do campo: a necessidade de instrumentos de proteção contra os riscos inerentes à atividade, em especial um seguro rural amplo e efetivo, como o de receita, tem de estar no cerne da política agrícola, disse Meirelles. A estiagem prolongada merece atenção permanente da FAESP. Seu presidente tem viajado pelo interior paulista para avaliar prejuízos, conversar com autoridades e buscar soluções. Conduziu também amplas consultas com sindicatos e dirigentes rurais para avaliar a situação. O valor médio da produção agropecuária paulista deve chegar a R$ 57 bilhões, 3% menor que em 2013. A produção do arroz diminuiu 54%. “É fundamental a rápida e urgente liberação de recursos para o crédito e o seguro”, afirmou Meirelles. “O produtor afetado pelo clima precisa de mais atenção do governo”. A escassez de chuvas afetou também os lençóis freáticos. A irrigação não pode ser adotada em algumas regiões. Em outubro, a FAESP, com 26 sindicatos rurais de municípios da bacia PCJ (que engloba os rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), prefeitos e lideranças regionais lançaram o Pacto pela Água, com o objetivo de aumentar a conscientização e tomada de providências para atenuar a crise hídrica.
LUIS MOURA
Associações e produtores já abrem mercados com marketing internacional
Efeitos da falta de água Problemas provocados pela mudança do padrão climático nas principais culturas dos campos do estado de São Paulo Café Perdas de 5% a 10%, queda de produtividade e comprometimento da qualidade e da renda dos produtores
Cana-de-açúcar Antecipação da colheita e quebra de safra de quase 5% em comparação a 2013. Queda de receita no campo da ordem de R$ 1,6 bilhão
Pastagens Risco de redução de plantel para produtores descapitalizados e prejuízo na engorda de animais; aumento de custos na pecuária leiteira e menor produtividade
Laranja Atraso na colheita e estimativa de quebra de 5%; redução da remuneração dos produtores e descapitalização
Milho Variação negativa média na produção de 12%. A receita no campo caiu e pode haver redução de área plantada em 2015.
11
feiras
feiras
Alimento é o tema
País investe R$ 40 milhões em estande para a Expo-Milão
imagens divulgação
fotos divulgação
10
Leonardo Mourão
Expocafé (acima) e Bahia Farm: 75 mil visitantes e 500 marcas
H
á décadas, exposições internacionais fascinam por apresentarem novidades tecnológicas impactantes para o cotidiano ou por funcionarem como uma assembleia global sobre desafios que mobilizam a humanidade. Em1965, em Nova York, discutiu-se a importância da paz entre as nações; em 1998, em Portugal, o manejo dos oceanos; e Shangai, em 2010, debateu a pos-
Milão em números Agrishow, segundo maior evento do setor do mundo, fechou R$ 2,7 bi em negócios e recebeu 160 mil visitantes, em Ribeirão Preto
Eventos crescem e fomentam negócios Mais de 60 feiras agitam o setor com técnicas, produtos e diversão bárbara Bretanha
O
calendário nacional do agronegócio hoje tem em média 60 feiras e exposições e 15 leilões de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Comércio Exterior (IBCE). Além de numerosos e variados, os eventos estão cada vez maiores. Bom exemplo disso é a Agrishow Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, maior expoente nacional do setor e o segundo do mundo. Há duas décadas, quando foi inaugura-
da, reuniu 50 mil pessoas. No ano passado recebu160 mil os visitantes, que circulavam entre os estandes dos 700 expositores credenciados. “É uma história de sucesso, que reflete a evolução do setor,” diz o diretor da BPS Informa, produtora da feira, José Danghesi. A Agrishow promoveu R$ 2,7 bi em negócios. A pecuária também tem seu megaevento, a TecnoCarne, que reúne empresas de tecnologia para o setor nacionais e in-
ternacionais. Ano que vem, a 13ª edição deve ter mais de 600 expositores. “A cada ano, aumentam os produtores e investimentos,“ afirma o coordernador da Bahia Farm Show Thiago Pimenta, “Esperamos receber em torno de 75 mil visitantes e ter cerca de 500 marcas.” Em 2015, a novidade fica por conta da Bahia Farm Show, que passa a ter mais um braço, e organiza pela primeira vez um leilão de animais, Farm Show Pecuária.
agenda de eventos 2015
tel. (35) 3696-1000 ou www.cooxupe.com.br/femagri
9-19/4 ExpoLondrina
21-23/1 ShowTec
Tecnologia para soja, milho e cana, entre outros. Maracaju (MS); tel. (67)3454-2631 ou www.portalshowtec.com.br
2-6/2 Show Rural Coopavel
Tecnologias para o aumento de produtividade de propriedades rurais. Cascavel (PR); tel. (45) 3225-6885 ou www.showrural.com.br
9-27/3 Expodireto Cotrijal
Produtos, máquinas e serviços. Não-me-toque (RS);tel. (54) 3332-3636 ou www.expodireto.cotrijal.com.br
13-15/3 41ª Expo Umuarama
Máquinas, implementos, e produtos para animais e agricultura.Umuarama (PR); tel. (44) 3621-9500 www.expoumuarama.com.br
18-20/3 FEMAGRI
Máquinas, implementos e insumos agrícolas. Tema: futuro da cafeicultura sustentável. Guaxupé (MG);
19-29/3 43ª Exp. Feira Agrop.e Industrial
Implementos, equipamentos, insumos para avicultura, veículos, bovinos e equinos.Sto Antônio da Platina (PR); tel. (43) 3534-6141 ou www.efapiexpo.com.br
24-27/3 FEMEC
Máquinas, equipamentos, insumos e veículos. Uberlândia (MG); tel. (34) 3292-8800 ou www. femec.com.br
Pecuária, agricultura, indústria, comércio, tecnologias sustentáveis, telecomunicações, entre outras atividades.Londrina (PR); tel.(43) 3378-2000
13-17/4 TecnoShow Comigo
Vitrine de tecnologias para o pequeno, médio e grande produtor. Rio Verde, (GO); (64) 3611-1666 ou www.comigo.com.br
27/3-1/4 AGRISHOW
24-26/3 Expoagro Afubra
Lançamentos em tecnologia agrícola.Ribeirão Preto, (SP); tel. (11) 3598-7800 ou www.agrishow.com.br
24-27/3 Show Safra
Produtos, oficinas e atividades voltadas para o agronegócio. Soledade (RS), tel. (54) 3381-5036 www.aprosol.com.br
Exposições de empresas de produtos e serviços do setor do agronegócio e atividades técnicas. Rio Pardo (RS); tel. (51) 3713-7700 ou www.afubra.com.br Assuntos técnicos voltados para a agricultura familiar e sustentável. Lucas do Rio Verde (MG); tel. (65) 35491161 ou www.showsafrabr163.com.br
5-9/4 31 ª Expocampo
Exposição de animais, comércio de produtos da agricultura familiar e shows artísticos. Taquara (RS) ou gabinete@taquara.rs.gov.br
30/3-3/4 EXPOSOL
7-17/4 EXPOINGÁ
Implementos agrícolas, equipamentos, insumos, inovações tecnológicas e entretenimento.Maringá (PR); tel. (44) 3261-1700 www.srm.org.br
12-16/5 AgroBrasília 2015
Para empreendedores rurais de diversos portes.
Em 2014, o volume de negócios gerado na feira ultrapassou R$ 1 bi. A expectativa é um aumento em torno de 5%. Já na Expocafé, as mudanças climáticas serão tema de destaque. “Para o próximo ano, sernao demonstardas técnicas que minimizem efeitos do clima nas lavouras cafeeiras. A seca continua afetando os produtores do sul de Minas”, diz Francisco Miranda de Figueiredo Filho, presidente da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), empresa realizadora da feira. Esse ano, a feira recebeu 150 expositores, 22 mil visitantes e gerou R$200 milhões em negócios. No quadro abaixo, um calendário com as maiores e mais importantes feiras do primeiro semestre de 2015.
20 milhões
de visitantes esperados, o equivalente a população de Minas Gerais.
144 países
participantes. Três em cada quatro entre as 196 nações do planeta
1 milhão de m²
de área, duas vezes e meia o tamanho do Parque Anhembi (SP).
sibilidade de uma vida melhor nas cidades. As nações nunca antes se reuniram por uma pauta tão grave quanto o tema “Alimentando o Planeta, Energia para a Vida”, nome da Expo Milão 2015, que se estenderá por seis meses a partir de 1° de maio. Mesmo que o evento tenha um quê de espetáculo, com suntuosos pavilhões – entre os maiores estará o brasileiro, cujas obras já foram iniciadas –, exibições, degustações e outras amenidades voltadas para os visitantes, os debates sobre os problemas que envolvem a nutrição e os recursos do planeta se darão em um contexto que nos últimos meses se tornou particularmente sombrio com as mudanças climáticas em todo mundo. “Todos querem saber o que terão para comer nos próximos anos, e, em Milão, vamos responder como o Brasil está preparado para enfrentar esse desafio, e a
pauta que vamos apresentar é positiva”, diz Vinícius Estrela, gerente do Projeto Expo Milão na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que com o Ministério da Agricultura organiza a participação nacional no evento. “Multiplicamos por seis nossa produção de alimentos, temos diversidade de oferta, maior produtividade e tecnologias inovadoras. O mundo irá consumir cada vez mais pro-
Brasília (DF); tel. (61) 3339-6500 ou (61) 3339-6534 ou www.agrobrasilia.com.br
18-23/5 FEIMAFE
Tendências e novas tecnologias. Santana (SP); (11) 3120-7099 ou www.feimafe.com.br/
20-23/5 Agronegócio Brasil 2015
Geração de negócios e a troca de tecnologia. Irati (PR); ( 42) 3909-5000 ou www.palmeira.pr.gov.br
27-30/5 4ª Rondônia Rural Show
Máquinas e equipamentos agrícolas, animais de corte e leite, concursos entre outros. Ji-Paraná (RO); tel. 69) 3216-5990
2-6/6 Bahia Farm Show
Máquinas, implementos, insumos e serviços. Luis Eduardo Magalhães (BA); tel. (77) 3613-8000 www.bahiafarmshow.com.br
1-3/7 Expo Café
Maior evento do setor: simpósio, maquinário, tecnologia, produtos e serviços . Três Pontas (MG) ; tel. (11) 3586-2233 ou www.expobrasil.com.br
“Este exemplar é uma cortesia de S/A O Estado de S. Paulo – Caderno do Agronegócio. “Distribuição autorizada pelo artigo 26, parágrafo 2º, da Lei 14.517/2007, combinado com a Lei 5.250/1967. MANTENHA A CIDADE LIMPA - NÃO JOGUE ESTE MATERIAL EM VIA PÚBLICA
fundação João
METÁFORA NA REDE Uma enorme rede de metal interliga diferentes níveis da construção a alguns metros de altura do andar térreo. É possível andar sobre ela e observar, do alto, praças com diversos tipos de vegetação brasileira. Cereais, leguminosas e flores incluídas, e as demais atrações nos 2.384,88 m² construídos no Pavilhão do Brasil na Expo Milão 2015. Haverá degustações, debates, provavelmente shows (a programação ainda está aberta), mas a rede, que lembra a dos trapezistas, tem tudo para transformar-se no traço mais marcante da obra. “A rede é uma metáfora ao entrelaçado de esforços com que a produção e as relações brasileiras se dão”, explica Gabriel de Andrade Ranieri, coordenador de empreendimentos do Studio Arthur Casas, vencedor do Concurso Pavilhão Brasil Expo Milão.
dutos brasileiros”, diz Estrela. Inicialmente a proposta é que o pavilhão do Brasil– um dos dez maiores do evento e que custou cerca de R$ 40 milhões –, apresente tanto a diversidade das espécies vegetais brasileiras (flores e espécies típicas serão plantadas nos jardins), como das pautas políticas e econômicas que os órgãos oficiais consideram relevante. Localizado na entrada mais acessada de visitantes, o pavilhão deve receber 10% do público da Expo Milão .
etanol
Etanol depende da ‘taxa carbono’
CELIO MESSIAS/AE
12
Sem incentivo do governo, setor diz que não se recupera nuir –em novembro do ano seguinte era de 9% – para em março de 2012 zerar por completo. “Considero a CID um imposto verde, que estimula um combustível limpo, que gera emprego”, diz Mirian Bacchi, prefessora da Escola Superior de Agricultura Luíz de Queiroz (Esalq) , pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada ( CEPEA). “Além disso, é preciso que a porcentagem de álcool na gasolina aumente para 27,5%. Hoje a legislação permite 18% a 25%”, diz Elizabeth Farina, presidente da União Nacional das Indústrias de Cana-deAçúcar (Unica). “O aumento é pequeno e temos estoque para oferecer. É preciso entender que o setor está muito combalido”.
novos negócios
Brasil: dois cerrados plantados
Usina em Batatais: uma das resistente à crise no interior de São Paulo
3 perguntas para ...
Luiz Carlos Correa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) 1. O etanol tem como retomar o crescimento? Tem sim. E precisa. Hoje o etanol não concorre com a gasolina. E com o açúcar, a competição é mesmo de pobreza, porque nunca o açúcar esteve com preço tão baixo. 2. O que é preciso para a retomada? O governo tem de planejar isso agora
para que os produtores se animem em investir. A cana, diferentemente da soja, não é plantada o ano todo e o aproveitamento é de apenas 15% do canavial. A terra tem de descansar. 3. Se o governo impulsionar o etanol, quanto tempo o setor demora para se recuperar? Pelo menos 4 anos.
divulgação
E
ntre as medidas para a recuperação das usinas de cana-de-açúcar, o retorno da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CID) é apontado como a medida mais importante de todas para que o setor ressuscite – sim, a crise é devastadora. Desde 2007, 58 usinas fecharam as portas na região centro-sul, a maioria, 34 delas estavam localizadas no estado de São Paulo. A CID funciona como o imposto sobre a gasolina, que tem como finalidades o investimento na produção do etanol. Ela foi retirada do mercado há dois anos, depois de sucessivas quedas no valor. Em janeiro de 2002 a CID chegou a 28%. A partir de 2008 começou a dimi-
Silvicultura cresce e tem potencial em terras nacionais bárbara bretanha
E
conomicamente e ambientalmente sustentável, a silvicultura encontra no Brasil um ótimo solo para os negócios. Enquanto China, Japão e Estados Unidos, campeões em extensão de florestas plantadas, não possuem mais terras disponíveis, o Brasil tem ainda muita área para ser explorada. Em três anos, o mercado nacional cresceu 17%, com destaque para o setor de celulose, que de 2012 para 2013 aumentou a produtividade em 12,6%. Hoje são 7,6 milhões de hectares plantados, o que equivale a quase duas
Expediente
vezes a extensão do cerrado nacional. A silvicultura vem atraindo investimentos e tecnologias, fomentados pelas fábricas de papel, painéis de madeira, e energia. “Apesar da alta da inflação e da queda da competitividade internacional, o setor continua crescendo e vai fechar 2014 com números com saldo positivo” afirma Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), que representa empresas e entidades da cadeia produtiva de árvores plantadas para fins industriais. São Paulo,
Floresta de eucalipto plantada no Horto Matão, em Três Lagoas (MS) Minas Gerais e Paraná possuem metade do estoque do país. Em 1970, cada hectare plantado rendia em torno de 20 metros cúbicos ao ano. O número dobrou. “Hoje o eucalipto brasileiro produz por volta de 42 metros cúbicos por hectare ao ano. Suécia e Finlândia,
que são grandes players mundiais, produzem cerca de 6 metros cúbicos por hectare/ano,” diz Edson Tadeu Iede, chefe-geral e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Florestas. Até 2020 o setor privado deve investir R$ 53 bilhões em florestas plantadas.
Este material foi produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão. Jornalista responsável: Ernesto Bernardes MTB: 53 977 SP; Edição: Valéria França e Wagner Barreira; Direção de Arte: João Guitton; Edição de Arte: Renato Leal. Endereço: Av. Eng. Caetano Álvares, 55, 6º andar, São Paulo-SP, CEP 02598-900
“Este exemplar é uma cortesia de S/A O Estado de S. Paulo – Caderno do Agronegócio. “Distribuição autorizada pelo artigo 26, parágrafo 2º, da Lei 14.517/2007, combinado com a Lei 5.250/1967. MANTENHA A CIDADE LIMPA - NÃO JOGUE ESTE MATERIAL EM VIA PÚBLICA