Caderno Fóruns Educação - Escola Concept

Page 1

%HermesFileInfo:x-1:20161024:

O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2016 PRODUZIDO POR

Especial

1

PATROCÍNIO

Educação do Futuro

Tecnologia ajuda o ensino a atravessar os muros escolares Modernização do ensino ainda enfrenta preconceitos por parte dos pais, professores e gestores, mas é grande aliada para atrair os estudantes e permitir uma formação ainda mais completa

C

Mas eles são os professores do futuro e é importante que eles participem, desde já das discussões, sobre a educação do futuro”, afirmou. Para além do momento das palestras e debates, o fórum ainda vai repercutir em suas aulas. “A gente vai voltar para a classe e desenvolver o que ouvimos aqui”, disse. Mas não era preciso ser professor ou estudante para participar do evento e, para Luiz Magalhães Filho, diretor nacional de educação do Grupo Sistema Educacional Brasileiro (SEB), a diversidade do público foi muito produtiva. “Tivemos perguntas de pais de alunos, de gente que se interessa pelo tema mesmo sem nenhuma ligação direta. Falar de educação só para educadores é fácil. Quem trabalha na área não pode ficar enclausurado no seu meio”, afirmou. Assim, o evento produziu aprendizados para os

próprios educadores e possibilitou o engajamento de novos atores. “Todo mundo pode sim unir forças pela educação”, defendeu. Thamila Zaher, diretora executiva do Grupo SEB, também ressaltou que foi possível ampliar o debate para além das esferas educacionais, um movimento importante para se melhorar toda a sociedade. “O assunto parece algo muito distante, mas é importante a sociedade participar, discutir, se aprofundar em questões educacionais. A educação sempre esteve no centro da sociedade, mas como uma premissa, nunca era questionada”, disse. O questionamento, acredita, é um primeiro passo para se mudar a realidade. “A gente está percebendo que a sociedade pode se reinventar. Por isso a educação é a bola da vez. A educação básica mais ainda”. Roniel Felipe

om certeza não serei aquele tipo de professor que manda sentar, passa um monte de conteúdo e cobra tudo na prova”, afirmou o futuro professor Danilo Nascimento, que cursa licenciatura em biologia no Instituto Federal de São Paulo e foi assistir ao Fórum Estadão Educação do Futuro no dia 19, no auditório do Instituto Tomie Otake, em São Paulo. “Achei interessante vir porque às vezes a gente tem essa conversa em sala de aula. Aqui pude ouvir a opinião de outras pessoas”. Quem ficou sabendo do evento e convidou Danilo foi sua professora Martha Godinho. Ela, na verdade, convidou todos os seus alunos da disciplina de instrumentação para ensino de ciências. “Achei que seria pertinente. Normalmente são pessoas mais maduras, com certa experiência, que participam de fóruns assim.

Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão, sob patrocínio da Escola Concept.


2

%HermesFileInfo:x-2:20161024:

O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2016

PRODUZIDO POR

Especial

Educação do Futuro

Inovação em sala: a hora da mudança é agora Tecnologias ingressam no espaço escolar de forma ainda restrita, mas é uma grande aliada para tornar os alunos mais ativos para que a aprendizagem ultrapasse os muros das instituições de ensino

A

cada ano surgem novas tecnologias e, com cada uma delas, nascem novas oportunidades de se transformar a maneira como a salas de aulas funcionam. No dia a dia das escolas, porém, as formas de trabalho se encaixam melhor aos moldes da Revolução Industrial do que se conectam às rápidas mudanças da Era da Informação. Faz mais de 30 anos que o computador pessoal começou a ser comercializado e até hoje a revolução prometida não se concretizou para a maioria dos alunos do País. Mas mudança finalmente bate à porta; chegou a hora da virada. Ao menos é isso que defende Roseli de Deus Lopes, professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), palestrante do primeiro painel “As Tecnologias na Sala de Aula” do Fórum Educação do Futuro. Segundo ela, a janela de oportunidade atual se dá pela popularização de aparelhos digitais e sistemas computacionais. “Em uma pendrive de 1G dá para se ter 1 mil livros. Um celular de hoje tem a capacidade de processamento maior do que o computador que levou o homem à Lua. O Youtube já consegue distribuir vídeos 360º. E isso tudo está na mão dos estudantes”, afirmou. “As pessoas usam tudo isso e conhecem as possibilidades”. A professora ainda destacou fácil o acesso a kits de computação e robótica e a possibilidade de se montar laboratórios de fabricação digital com impressoras 3D e cortadores a laser. Segundo Roseli, as tecnologias estão entrando no espaço escolar mesmo à revelia de professores e gestores - e não adianta lutar contra, pois o caminho não tem volta. E como a tecnologia pode acompanhar a mobilidade das pessoas, no mundo atual todo lugar é lugar de aprendizados. “Se o estudante traz seu próprio dispositivo, eu não preciso mais me preocupar com a infraestrutura”, disse a professora, que ressaltou que o foco nunca deve ser a tecnologia pela tecnologia, o programar por programar. “Temos o papel de desmistificar a tecnologia: eu a uso porque quero resolver um problema”. A incorporação de tecnologias como instrumento de aprendizado tem o potencial de promover mudança de paradigma, colocando o aluno no centro do processo, tornando-o um sujeito ativo e produtor. Os espaços precisam ser projetados de acordo com esse novo centro; professores

iStock

(e pais) devem se acostumar ao barulho das conversas de quem está produzindo de forma colaborativa em vez do silêncio de quem só escuta explicações, avisa Roseli. As novas maneiras de se aprender extrapolam os muros dos colégios, assim como mudam a cara deles por dentro.

Escola resignificada Para Adriana Martinelli, gerente de negócios da Joystreet, empresa que desenvolve plataformas educacionais lúdicas, até agora a tecnologia tem entrado na escola para se incorporar à lógica tradicional do espaço, e não pela lógica da tecnoArnaldo Pereira

Tecnologia ainda está restrita aos laboratórios de informática

DE VOLTA AO PASSADO

Tecnologia ajuda a personalizar o ensino atual Esquemas de tutorias individuais em alta hoje remetem ao ensino da Grécia Antiga

A educação se depara atualmente com um paradoxo: quantidades cada vez maiores de pessoas precisam ser educadas, mas o modelo da revolução industrial em que todos aprendiam as mesmas coisas da mesma forma já não serve mais. A solução, acredita Márcio Boruchowski, fundador da startup Educare e da Hackademia, vem pela personalização do ensino,

logia. “Na nossa vida a tecnologia entrou. Mas na escola, ou não entra, ou entra de forma fragmentada. Por isso nosso mantra é resignificar a escola”, disse. Ela citou escolas que permitem o uso de celulares só no momento do recreio. “Assim reforçam a ideia de que o celular só serve para jogar, se divertir - e de fato ele é muito bom nisso. Mas não só”, afirmou. O processo de mudança não tem necessariamente de estar atrelado a ferramentas ou soluções digitais. Segundo Adriana, é preciso mesmo incluir desafios, diálogo, diversão, narrativas e aventuras na vida escolar. “A gente perde o aluno porque ele não gosta de estudar. Falta despertar o prazer por aprender”. A executiva reconhece que tantas mudanças podem assustar gestores, famílias e até os próprios alunos, imersos em uma cultura escolar com ideias mais tradicionais. Mas, diz ela, é preciso vencer o temor. “Para inovar é preciso correr o risco de construir um caminho”.

possível em grande escala graças à tecnologia. “Uma forma de trazer equidade para a educação é tratar cada pessoa individualmente, com suas necessidades e modos de pensar, dando a elas uma série de ferramentas que as ajudem. Essas ferramentas podem ser livros. Estamos voltando ao modelo de tutoria da Antiguidade Clássica, de um para um”, disse ele

durante sua apresentação no painel “As Tecnologias na Sala de Aula”. Embora o modelo ideal seja parecido com o da Idade Antiga, a educação se dá hoje em um contexto bem diferente. Boruchowski pontuou que temos quantidade de conteúdos “exorbitantes”, uma sociedade em redes que mantém as pessoas em contato a todo momento e a tecnologia ubíqua.

“A questão da escola não é disseminar informação, mas ajudar a ser discernir o que é informação boa, dar uma curadoria. Ela tem que guiar o processo social de ensino”. MARCIO BORUCHOWSKI

OPINIÃO DOS DEBATEDORES A tecnologia vai mudando ao longo dos anos, por isso a discussão tem sempre que ser retomada em vista das novas oportunidades. Chegamos a um momento em que é possível mudar a escola”

Na nossa vida a tecnologia entrou, todo mundo usa. Mas na escola, ou ela não entra, ou entra de forma fragmentada, dentro da lógica da escola. Por isso nosso mantra é resignificar a escola”

ROSELI DE DEUS LOPES,

ADRIANA MARTINELLI,

MARCIO BORUCHOWSKI,

professora da Universidade de São Paulo

gerente de negócio da Joystreet

fundador da Educare e da Hackademia

Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão, sob patrocínio da Escola Concept.

Existe mais gente sendo educada hoje do que em toda a história da humanidade. A questão é como educar tanta gente. Acredito que a personalização é a forma de trazer equidade”


%HermesFileInfo:x-3:20161024:

O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2016

3

PATROCÍNIO

Advento tecnológico traz destaque para o papel do professor em sala de aula Aula tem que ser uma verdadeira experiência e não só expositiva; docente passa a ser uma espécie de guia, alguém capaz de ouvir e desenvolver as capacidades de cada estudante

iStock

E

m um mundo cada vez mais complexo, em constante mutação e, graças à virtualização, capaz de armazenar volumes sem precedentes de informação, o papel do professor deve ser o de jogar luz sobre o que importa e, assim, colocar um pouco de ordem ao caos. “Nossa função é ajudar a organizar o mundo - mas não somos nós que organizamos. A partir do conjunto de informações organizadas, as pessoas podem dar significado ao mundo”, afirmou Miguel Thompson, diretor executivo do Instituto Singularidades, durante o painel “Os Novos Papéis do Professor”. E por mais ferramentas autônomas e inteligências artificiais venham a ganhar espaço na vida das pessoas, o lugar do professor está assegurado. “A tecnologia só é gerada por pessoas com boa formação. E quem forma é o professor”, disse. Thompson lembrou o modelo de escola atual vem de uma tradição enciclopedista do Iluminismo, mas que o professor tem de deixar de lado a pretensão de saber tudo e incentivar os jovens a buscarem o que desejam por eles mesmos. A aula, defendeu, tem que ser uma experiência. Citando teóricos de forma contextualizada, entre eles, Jerome Bruner e Silvio Meira, o executivo do Singularidades, que é professor de biologia por formação, promoveu uma meta-aula, em que divertiu, desafiou, contou histórias e usou múltiplos recursos para levar a plateia a refletir sobre o tema. Segundo ele, muito mais do que pensar em aparelhos ou programas de computador, o professor tem de atuar segundo os drives culturais

da atualidade, que são: customização, colaboração, conexão, comunicação, criatividade e crítica. “Não é nada mais do que acontecia nas reuniões de venda de tupperware”, comparou brincando. “A partir de drives culturais que a gente constrói um projeto educativo”. Olhar de forma mais ampla implica em tirar dos ombros do professor a obrigação de entender detalhadamente sobre cada ferramenta tecnológica. De forma prática, mostrou que mais importante é associar cada device ou software a um verbo, para entender do que tratam. “O e-mail e o Twitter servem para comunicar, a Wikipédia para aprender, o Facebook para conectar, o PowerPoint para apresentar”, citou. A partir disso, o docente pode deixar o jovem explorar. Nesse novo modelo, o professor deve ouvir e aprender com os mais jovens, para ter outros pontos de vista. Seu talento reside, contudo, em exercer uma “escuta ativa”.

Se a gente dentro dos nossos modelos, acha a pergunta que eles estão fazendo é que aquilo que a gente está oferecendo”. MIGUEL THOMPSON

Novos papéis para todos Ao ouvir o aluno de forma ativa, naturalmente a preocupação central do professor sai do vestibular, Enem ou outras provas padronizadas, e foco passa a ser as necessidades e interesses reais dos estudantes. “A gente começa a olhar para as bordas, não só para a média. Como professora devo entender que meus alunos são diferentes, portanto, não posso fazer a mesma aula para todo mundo. Cada grupo, cada aluno precisa de algo específico”, afirmou Lilian Bachich, consultora do Instituto Península e pesquisadora sobre metodologias ensino híbrido, que também falou durante o painel. Com esse cenário, além de facilitar alguns processos e intermediar comunicações, a tecnologia ganha a função de fornecer informações para que o professor conheça os estudantes - o que pode ser feito por meio do preenchimento de formulários digitais pelos alunos seguida pela análise detalhadas das estatísticas, por exemplo. Com os dados na mão, o professor pode melhorar as aulas e variar estratégias para atender aos diversos perfis. Entre as metodologias do ensino híbrido, é comum a chamada sala de aula invertida, em que o professor indica um vídeo com as explicações teóricas como dever de casa e usa o tempo em classe para discutir, fazer exercícios e tirar dúvidas. Outra possibilidade é a rotação por estação, na qual os alunos vão passando em grupos por diversas atividades práticas sobre um mesmo tema, com um tempo determinado para cumprir os desafios. “Isso leva também a se refletir sobre o papel dos estudantes. Eles podem trabalhar em grupos sem o professor em cima”, disse Lilian. Assim, quando o professor assume

“A gente tem que olhar para os professores com o mesmo olhar que tem em relação ao aluno. Deve-se personalizar o ensino porque eles aprendem de formas diferentes.” LILIAN BACHICH

a postura de um curador de conteúdos e atividades, o aluno acaba entrando em um papel de protagonismo sobre sua própria aprendizagem. A mudança promove alterações nas engrenagens de toda a comunidade escolar e até a inclusão se dá de forma mais tranquila. “A personalização da educação olha para as diferenças. Não existe um grupo de pessoas normais e um grupo fora do normal que tem que ser incluído. Cada um tem suas características. Esse olhar ajuda muito a resolver questões com alunos que apresentam algum déficit, ou que têm uma proficiência mais alta”, explicou Lilian. Embora sejam mudanças profundas, a transformação não tem que se dar como uma ruptura, defende a pesquisadora. “Não precisa virar uma chave e jogar fora tudo o que o professor fez até então. Temos que olhar para toda a bagagem e usar para fazer melhores escolhas”. Para o professor se sentir confortável em seu novo papel, Lilian defende que o caminho seja a formação continuada, feita de forma personalizada.

O professor deve entender que os alunos são diferentes, portanto, não pode fazer a mesma aula para todos. Cada grupo, cada aluno precisa de algo específico. Ele deve, portanto, fazer uma tutoria ativa”

A função do professor é ajudar a organizar o mundo - mas não somos nós que organizamos. A partir do conjunto de informações organizadas, as pessoas podem dar significado ao que vivem”

A escola tem que estabelecer suas políticas tecnológicas. Quem dá suporte? Quem pode ter acesso? Qual é o conhecimento do professor sobre as aplicações? A interação é assistida? Qual é a faixa etária?”

LILIAN BACHICH,

MIGUEL THOMPSON,

LEANDRO BISSOLI,

consultora do Instituto Península

diretor executivo do Instituto Singularidades

sócio do escritório Patrícia Peck Pinheiro Advogados

Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão, sob patrocínio da Escola Concept.

Fotos Roniel Felipe


4

%HermesFileInfo:x-4:20161024:

O ESTADO DE S. PAULO

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2016 PRODUZIDO POR

Especial

PATROCÍNIO

Educação do Futuro

Instituições de ensino precisam mudar e assumir a sua responsabilidade Para mudar paradigmas, os gestores precisam dar mais liberdade e incentivar os professores, mas também devem estabelecer regras transparentes para o uso das tecnologias

C

om experiência de quem já visitou 308 unidades escolares Brasil afora - “sei porque anoto cada visita” - Luiz Magalhães, diretor nacional de educação do Grupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro), acredita que uma boa gestão escolar tem o dever de promover a inovação. Mas ele percebe que, na prática, muitas vezes acontece o contrário. “O mantenedor sempre me diz que os professores são resistentes. Mas vejo que a grande resistência está mesmo nos gestores”, afirmou durante o debate do segundo painel do Fórum Educação do Futuro, “Os novos papéis do professor”. Uma das barreiras impostas ao docente está no engessamento do seu trabalho. “É comum determinarem que o professor tem que seguir o manual tal, fazer prova no dia x, entregar as notas na data y. A resignificação do papel do professor tem que acontecer dentro da instituição”, afirmou. Só um professor livre e criativo pode ajudar os alunos a desenvolverem a criatividade e conquistarem e autonomia de pensamento. Partindo de dentro para fora, a escola deve defender para as famílias os benefícios para esse novo papel do professor, que deve passar a ser um orientador de aprendizagens e não um transmissor de informações. “O pai quer o modelo em que ele foi formado, então o papel do professor deve ganhar novo significado também junto as família”, afirmou Magalhães. Dessa forma, por meio das famílias, a mudança de paradigma da educação chegará a toda a sociedade. Ainda que de fato existam resistências entre os docentes, os gestores não devem se curvar a elas, mas sim oferecer formações que os capacitem a mudar de atitude. “A gente não quer que nossos professores ensinem bem; quer que os estudantes aprendam bem. Muda o paradigma do ensino para aprendizagem, uma mudança forte dentro do dia a dia da escola”, explicou.

Perigos da tecnologia Embora as inovações tecnológicas abram uma série de possibilidades transformadoras para a educação, elas também trazem novos riscos, para as quais as escolas devem se preparar institucionalmente, alertou Leandro Bissoli, sócio do escritório Patrícia Peck Pinheiro Advogados, especializado em direito digital. Segundo Bissoli, pela falta de diretrizes e orientações claras aos mais jovens, está surgindo no mundo a figura do “menor abandonado digital”. “Muitas escolas permitem ou in-

Escolas modernas trazem um novo conceito; unidades serão inauguradas em 2017

centivam que os alunos levem seus próprios celulares. Mas quem responde no caso de furto, roubo ou quebra? Os responsáveis legais estão cientes do uso na escola? A escola está preparada para os riscos de acesso indevido a dados pessoais armazenados neles?”, questionou o advogado durante sua apresentação. Ele ainda lembrou que na rotina nas escolas existem questões ligadas à propriedade intelectual.

Cyberbullying Bissoli também chamou a atenção para casos que extrapolam os muros da escolas, como o cyberbulliyng, in-

NOVAS UNIDADES

‘Escola do futuro’ reúne diversas características inovadoras Concept inicia atividades no próximo ano no interior de SP e na Bahia; escolas fogem do que é proposto no ensino mais tradicional

cluindo alguns casos em que professores são vítimas de grupos de alunos que os difamam na internet. “Cuido do caso de um professor que diz que não consegue mais arrumar namorada por causa das coisas que aparecem no Google ligadas ao seu nome. A tecnologia em si não cria o problema, mas ela potencializa a exposição”, disse. Os riscos, contudo, não devem ser usados como novas barreiras para impedir as mudanças de paradigma dentro da escola. Para evitar esse tipo de problema, o primeiro passo dos gestores deve ser criar políticas e diretrizes para o uso de tecnologias no ambiente escolar. Depois,

Professores atuando como tutores, alunos criadores e com liberdade para escolher temas a estudar, ambientes projetados para diversas situações de aprendizado em vez de sala de aula com carteiras enfileiradas, a tecnologia atuando como uma ferramenta e não como fim. Diversas das características citadas pelos especialistas do Fórum Educação do Futuro estarão reunidas nas escolas Concept, que iniciam suas atividades em 2017 com unidades em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e em Salvador, na Bahia. O projeto das escolas surgiu há três anos e, para concretizá-lo, representantes do Grupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro) viajaram por vários países para conhecer as práticas das melhores escolas do mundo -

Diretor de Projetos Especiais e Jornalista responsável Ernesto Bernardes - MTB 53.977 SP; Gerente de Conteúdo Bianca Krebs; Diretor de Arte João Guitton; Gerente Comercial Gabriela Gaspari; Gerente

Fotos divulgação

é a hora de divulgar as regras, capacitar os professores. “A escola é uma prestação de serviço, portanto, tem a obrigação de capacitar seu corpo docente. Se não fizer isso,

foram a três continentes, nove cidades e fizeram mais de 20 entrevistas. Mas a Concept tem uma base muito mais antiga que isso. “A construção vem de 50 anos de trabalho com educação. Ela reverbera a inspiração de um grupo inteiro”, disse a diretora executiva do Grupo SEB, Thamila Zaher. As escolas, que vão oferecer ensino infantil e fundamental, são bilíngues e trabalham sobre quatro eixos contextualizadores: sustentabilidade, colaboração, empreendedorismo e linguagem de programação. Na prática, significa que o aluno escolhe um tema para seu projeto e vai se dedicar a ele levando em conta aspectos dos eixos. O diretor nacional das escolas Concept, Zacarias Gonçalves, que foi chefe de Educação da Apple, conta que embarcou na

de Planejamento Andrea Radovan; Coordenadora de Planejamento Carolina Botelho; Assistente de Planejamento Julia Santos; Coordenadora de Operações e Atendimento Larissa Ventriglia; Colaboradores - Luciana

está assumindo um risco”, lembrou o advogado. Por fim, deve-se orientar os alunos a fazer usos criativos e positivos de todas as ferramentas que eles tiverem à disposição.

empreitada em julho, por ter considerado o projeto “fantástico”. “A aprendizagem se dá em qualquer lugar, tudo tem um porquê”, conta sobre como será a experiência dos alunos. Para ele, seu grande desafio tem sido tranquilizar os pais e mães, ainda pouco acostumados a um modelo tão diferente do tradicional. “Os pais têm uma certa insegurança, me perguntam se cumpre tudo o que o MEC determina. Sim, nós cumprimos, mas vamos muito além. É um movimento que mexe com a sociedade”, afirmou. Outro diferencial é o cuidado com o corpo docente: os professores contratados terão dedicação exclusiva, formação constante em parceria com a Universidade de Helsinki, na Finlândia, e ficarão com 25% de sua carga horária livre para planejar e se aperfeiçoar.

Alvarez (texto), Giovanna Balogh (revisão) e Leandro D’Faustino (arte). Endereço Av. Eng. Caetano Álvares, 55 6º andar, São Paulo-SP - CEP 02598-900 E-mail comercial - gabriela.gaspari@estadao.com

Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão, sob patrocínio da Escola Concept.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.