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Plano para quê?
Aposentadoria, poupança, capital para um novo negócio...
A melhor decisão Como escolher a instituição e o plano mais indicados
Hora do benefício Não basta relaxar: é preciso pensar em como reinvestir
Previdência Privada
balanço
Com bom desempenho, fundos de renda fixa têm rentabilidade de 10% neste ano
Incerteza sobre política econômica e baixa perspectiva de crescimento ampliam a demanda por planos de previdência mais conservadores, com menor capital alocado em renda variável O ano de 2014 já começou permeado de dúvidas. Após um 2013 com economia desacelerada e alta volatilidade no mercado financeiro, ficou difícil imaginar um ano de Copa do Mundo e eleições presidenciais correndo sem sobressaltos. O Produto Interno Bruto (PIB) não deve sinalizar um grande crescimento econômico, a inflação já encosta no teto da meta, o Ibovespa deve terminar o ano no zero a zero e, mesmo com a reeleição da presidente Dilma, ainda não se sabe como vai funcionar a condução das políticas econômicas nos próximos quatro anos. Naturalmente, o mercado de previdência privada caminha ao lado dos movimentos econômicos. As reservas aumentam quanto maior for o crescimento do País e o movimento do investidor tem uma íntima relação com o que se espera para os próximos anos. Graças a esse cenário de instabilidade, neste ano os fundos de renda fixa ganharam mais adeptos, na avaliação de Marcelo Otávio Wagner, superintendente de risco da BrasilPrev. “Percebemos uma captação maior na renda fixa e esse é um comportamento padrão em períodos de maior volatilidade”, comenta. “O investidor está ressabiado.” A boa notícia para estes mais ressabiados é que os fundos de previdência com investimentos aplicados na renda fixa conseguiram, de longe, o melhor resultado. A rentabilidade média alcançada foi de 10,22% no período, segundo levantamento do BuscaPrev, comparador de rentabilidade especializado no mercado de previdência.
Evitando perdas momentâneas
Entre os fundos balanceados, os melhores números vieram dos multimercados que renderam, em média, 9,27%. Estes são gerenciados em uma estratégia de longo prazo, com investimentos em diversas classes de ativos, como câmbio, ações, renda fixa, entre outros. Uma das vantagens dos pla-
de rentabilidade chega a 7% – um número melhor que os anteriores, mas ainda bem longe dos 10,22% da renda fixa. Wagner lembra, no entanto, que o resultado mais fraco não é um sinal de que esses investimentos mais ousados precisam ser evitados. “Esse é o comportamento normal dessa classe de ativo”, afirma. O importante é não cristalizar a perda e perseverar nas aplicações. Embora 2014 já caminhe para o fim, não há nenhum indicativo de que um cenário mais estável vá se desenhar no futuro próximo. Para o primeiro semestre de 2015, a expectativa também é de grandes oscilações – menos bruscas que as de 2013, mas, ainda assim, desconfortáveis para quem não gosta de tomar risco. “Volatilidade é sinônimo de incerteza”, pontua Marcelo de Jesus Perossi, superintendente de gestão de ativos da Caixa. Na expectativa de Perossi, a partir de agosto ficará mais fácil investir e transitar entre as aplicações com mais estratégia e menos receio. “O cenário ficará mais claro.”
Olho no futuro
DRIBLANDO A BAIXA Entre fundos balanceados, os multimercados renderam em média de 9,27%, graças aos deslocamentos táticos permitidos nos calçados nesse tipo de fundo está nos chamados deslocamentos táticos. Ou seja: o gestor pode reorganizar as carteiras no curto prazo, evitando per-
das momentâneas e buscando ganhos de oportunidade. Os fundos com até 15% dedicados à renda variável renderam, em média, 6,95%.
Quando a participação da renda variável sobe para entre 15% e 30%, a rentabilidade cai para 6,28%. No entanto, com mais de 30% alocado em renda variável, a média
Investir nada mais é que fazer o dinheiro trabalhar enquanto você espera o futuro chegar. Por isso, toda gestão de investimentos tem um forte componente de expectativa. Olhar para o passado é sempre um bom começo para esboçar o futuro. Mesmo para os mais letrados no mundo dos investimentos, tem sido difícil alcançar alguma precisão nas avaliações. Para quem não está de olho nos investimentos no dia a dia o desafio é ainda maior. Exatamente por isso, para quem não tem sangue frio, o maior conselho é a distância dos investimentos de maior risco. “Se não houver disposição para lidar com cenários turbulentos, os fundos de renda variável não servem”, ressalta Keyton Pedreira, fundador da plataforma Buscaprev. “É preciso ter um perfil frio para trabalhar melhor nesse cenário.”
mercado
Novidades em produtos para 2015
VGBL Saúde está próximo da aprovação e ampliação de alocação de investimentos em renda variável é uma das prioridades da FenaPrevi Em meio a tantas incertezas do cenário político e econômico, ficou difícil para a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) aprovar alguns de seus mais importantes projetos em 2014. O principal deles, o VGBL Saúde, prevê que operadoras médicas e seguradoras possam vender planos de saúde a partir de saques de aplicações financeiras com perfil previdenciário. O VGBL Saúde – que já é discutido há cerca de sete anos – deve finalmente sair do papel no primeiro semestre do ano que vem. Esta é a expectativa de Osvaldo do Nascimento, presidente da FenaPrevi e diretor superintendente da Itaú Vida e Previdência. O projeto de lei já tramita em regime de urgência e agora, com anuência da Susep, do Ministério da Fazenda e todos os outros órgãos envolvidos, deve finalmente sair do papel. “Todas as entidades envolvidas estão alinhadas. Temos o compromisso
de aprovar isso no primeiro semestre de 2015”, afirma.
Peso da saúde
Há boas razões para esperar o sucesso dessa novidade. 52% das pessoas já aposentadas da previdência complementar tiveram que reduzir suas despesas, segundo dados de pesquisa realizada em maio com 1.551 pessoas pela Consultoria Mercer. Nesse universo, um dado que chamou a atenção: o aumento de 15% nas despesas médicas. O impacto desses números, porém, é maior para quem recebe menos. “Na faixa de rendimento até R$ 4.160, nem sempre a previdência privada reforça o rendimento dos aposentados”, avalia Fábio Gallo, professor de Finanças da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (EAESP/FGV). “A expectativa é que esse modelo seja bem desenhado para
Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão.
dar segurança ao consumidor. Se os planos de saúde já não dão conta do momento atual, imagine pagar algo por 30 anos e não ter o benefício à disposição no fim desse prazo?”
Renda variável
Outra mudança que já está na linha de tiro da FenaPrevi é a ampliação do limite para aplicação em renda variável dentro dos fundos direcionados à previdência privada. Atualmente, apenas 49% do total investido pode ir para ativos que envolvem maior risco de volatilidade. “Acreditamos que no longo prazo conseguiremos taxas de juros mais civilizadas”, diz Lúcio Flávio Conduru
“Acreditamos que no longo prazo conseguiremos taxas de juros mais civilizadas” Lúcio Flávio Conduru de Oliveira, vice-presidente da FenaPrevi
de Oliveira, vice-presidente da FenaPrevi e presidente da divisão de vida e previdência do Bradesco. “Estamos negociando com a Susep, mas esse é um pleito importante.” A adoção de fundos mais ousados combina com a estratégia que Felipe Bottino, gerente de produtos da Icatu Seguros, vem aplicando nas carteiras administradas pela empresa. A empresa tem apostado em fundos mais ativos, com as chamadas estratégias long-short, que envolvem operações de curto, médio e longo prazo, para garantir a rentabilidade da carteira. “Com a aplicação de até 100% do fundo em renda variável, abre-se um caminho para um investidor mais qualificado”, afirma. Bottino diz que a aprovação desta nova formatação da resolução 3.308 da Superintendência Nacional de Seguros Privados (Susep) é a maior expectativa dele e da Icatu atualmente. “A aprovação poderá revolucionar a gestão destes fundos.”
Cenário
A máxima de que o brasileiro persevera parece cair como luva ao mercado de previdência. Quem sobreviveu a 2013 di-
ficilmente estará muito pesaroso com os números deste ano. “O ano passado foi ruim, mas 2014 também não foi fácil”, avalia Oliveira, vice-presidente da Fenaprevi. Até o ano passado, o avanço da receita dos fundos de previdência vinha batendo os dois dígitos. Em 2013, não passou dos 3%. Neste ano, até outubro, o crescimento já era de 9% frente o mesmo período do ano passado. Não por acaso, as expectativas também estão melhores. Na espera dos três últimos meses do ano – em que a captação costuma chegar a 30% de todo o ano –, Oliveira já volta a acreditar em um crescimento de dois dígitos para este ano, na faixa dos 10%. “O brasileiro tem tido cada vez mais possibilidades de se planejar. O controle da inflação e envelhecimento da população dão relevância aos planos de previdência”, diz. Mais que isso, um planejamento independente para a aposentadoria passa a ser uma necessidade quando considerado o momento da previdência social. Atualmente, no Brasil, a cada 1,6 trabalhador contribuinte há um aposentado desfrutando do benefício. Ficará cada vez mais difícil fechar essa conta.
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tipos de produto
Até onde você quer arriscar? O mercado possui produtos para todos os perfis investidores, que combinam diferentes percentuais entre fundos de renda fixa e variável
Como investimento de longo prazo, os planos de previdência têm sido uma das possibilidades para quem quer formar uma reserva. Por isso, eles priorizam a rentabilidade, permitindo a aplicação em diferentes fundos de investimento, especialmente para quem não tem muita familiaridade ou experiência para acompanhar as oscilações do mercado financeiro. Todas as contribuições feitas a um plano de Previdência Privada são aplicadas pelas empresas seguradoras em Cotas de Fundos de Investimento especialmente Constituídos (FICs). De acordo com o perfil investidor, é possível optar em qual fundo investir (veja tabela). Aos conservadores são indicados fundos de renda fixa (títulos públicos do governo, CDBs e debêntures). Alguém com perfil arrojado, por exemplo, pode optar por um fundo que participe com até 49% em renda variável (ações), a porcentagem máxima permita pela lei. Já os planos para perfil moderado combinam renda fixa e variável. “A escolha depende dos recursos que ele já tem em outros investimentos, do momento de vida em que ele está e, obviamente, de seu comportamento investidor”, explica
Osvaldo do Nascimento, presidente Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). “Somente depois de escolher o tipo de plano, prazo contratado e regime de tributação, aí sim ele deve verificar as alternativas que a seguradora oferece a ele, sempre olhando o contexto de seus demais recursos, idade, tempo de aplicação e o quanto está disposto a arriscar.”
Fundos de renda fixa O capital é aplicado nos papéis mais seguros do mercado, como os títulos públicos e privados;
Fundos compostos Parte do dinheiro é aplicada em ações de empresas brasileiras (máximo de 49%), e parte em títulos públicos de renda fixa. É indicado para investidores com perfil moderado ou arrojado;
Fundos com conceito de ciclo de vida Em que a aplicação se ajusta ao longo do tempo, entre Renda Fixa e Variável, conforme se aproxima o momento do recebimento da renda.
Fonte: Brasilprev
De acordo com o seu perfil
Se você...
PGBL
VGBL
Faz a Declaração completa de IR
Faz Declaração simplificada de IR ou é isento
Já contribui para a Previdência Social (ou Regime Próprio) ou é aposentado;
Já contribui ou não para a Previdência Social (INSS) ou Regime Próprio;
Quer destinar até 12% da renda bruta anual em previdência privada
Quer contribuir com mais de 12% da sua renda bruta anual em previdência privada.
Sem incidência de IR enquanto o dinheiro estiver investido;
Sem incidência de IR enquanto o dinheiro estiver investido;
Valores da contribuição podem ser deduzidos da base de cálculo do IR, em até 12% da renda bruta anual ou até ter direito à restituição;
Os valores depositados não podem ser deduzidos da base de cálculo do IR;
Que tipo de vantagem tributária prefere?
Não há cobrança do imposto de renda a cada seis meses;
O que você pagará na hora do resgate?
Todo o valor está sujeito à incidência de IR no total do resgate ou do recebimento de renda sobre o valor total (principal + rendimentos).
Pode optar pelo regime de alíquotas regressivas do IR: quanto mais tempo os recursos permanecerem aplicados, menor será a alíquota do IR incidente no momento do resgate e do recebimento do benefício, sobre o total dos recursos acumulados ou exclusivamente sobre os rendimentos
Não há cobrança do imposto de renda a cada seis meses; Pode optar pelo regime de alíquotas regressivas do IR: quanto mais tempo os recursos permanecerem aplicados, menor será a alíquota do IR incidente no momento do resgate e do recebimento do benefício, sobre o total dos recursos acumulados ou exclusivamente sobre os rendimentos
IR sobre o valor de rendimentos (ganho de capital) na ocasião
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programação
Quanto mais cedo, melhor Mais tempo para formar o patrimônio, esforço mensal menor e mais rentabilidade estão entre as vantagens de estabelecer uma disciplina financeira de longo prazo Entre os brasileiros que optam pela previdência privada como meio de acumular reservas, a aposentadoria não é a única finalidade. “Pesquisas realizadas com a nova classe média mostram que esse público, ao não ter perspectivas de crescimento profissional, utiliza a previdência como forma de priorizar a educação dos filhos”, explica Sandro Bonfim da Costa, superintendente de produtos da Brasilprev Seguros e Previdência – uma das maiores do setor, com mais de 1,67 milhão de clientes em todo o país e patrimônio superior a R$ 84 bilhões em ativos sob gestão. “São planos de contribuições mensais a partir de R$ 25, que viabilizam a entrada desse público no sistema.” A questão da educação também contribui para a expansão do mercado. Os planos Junior, lançados em 1997 destinados a crianças e adolescentes como investimento de longo prazo, tiveram um crescimento de 22% nos últimos 5 anos e hoje representam 37% da base da companhia. Nas regiões Norte e Nordeste esse volume chega a 45% e 42%, respectivamente. De acordo com Bonfim, o produto é líder de arrecadação nesse segmento, participando com 55,5% do mercado e com crescimento próximo aos 30%. “Esses planos são uma porta de entrada de novos clientes, renovam a
base, vinculam e estimulam desde cedo a educação e a disciplina financeira”, avalia. Para o superintendente, é preciso poupar desde cedo, independentemente da renda. “No passado, calculava-se 10% do salário. Atualmente, estima-se um percentual entre 10% e 20% para atender às necessidades da maior longevidade em um período não produtivo e com gastos com saúde cada vez mais elevados.” Quem começa cedo tem a seu favor o tempo para a acumulação da reserva almejada em determinado prazo, com menor esforço mensal. Um dos cálculos realizados pela seguradora demonstra, por exemplo, que os recursos arrecadados em um longo período de contribuição farão com que o montante final seja composto por uma fatia maior dos rendimentos do que por aportes realizados, fazendo, assim, o tempo e a rentabilidade trabalharem a favor do segurado.
Quem quer ser um milionário?
A simulação abaixo mostra como formar uma reserva de R$ 1 milhão durante 55 anos, considerando-se as mesmas taxas reais anuais (4,5% a.a.) e mensais (0,37% a.a.) e como o passar dos anos influi no valor da contribuição mensal para atingir o objetivo.
Simulação
O imposto de renda vai variar de acordo com a tabela de tributação escolhida pelo participante no momento de adesão ao plano. Alternativa 1
Alternativa 2
Tempo
30 anos
Aporte único Reserva
100.000,00 R$ 574.349,12
Tempo Contribuição mensal Reserva
30 anos 100.000,00 R$ 979.256,46
Previdência pode custear aposentadoria, sonhos ou projetos de vida PARA OS FILHOS Pagar a faculdade ou intercâmbio – R$ 64 mil
Idade de início: desde nascimento Idade final: 18 anos Investimento mensal: R$ 167,31.
Postergando o início da contribuição para 10 anos: Idade de início: 10 anos Idade de final: 18 anos Investimento mensal: R$ 523,72 Conclusão: adiar em 10 anos o início do plano de previdência para obter o mesmo montante, o investimento mensal ultrapassa o triplo do valor.
aposentadoria
Renda mensal de R$ 5 mil na aposentadoria Idade de início: 20 anos Idade de aposentadoria: 65 anos Investimento mensal: R$ 322,57. Idade de início: 30 anos Idade de aposentadoria: 65 anos Investimento mensal: R$ 615,83. Idade de início: 40 anos Idade de aposentadoria: 65 anos Investimento mensal: R$ 1.250,80. Idade de início: 45 anos Idade de aposentadoria: 65 anos Investimento mensal: R$ 1.865,52.
1) Considerando juros de 6% a.a. 2) Essa simulação é valida apenas para o dia corrente da realização do cálculo 3) Os cálculos apresentados são estimativas, não gerando qualquer tipo de obrigação legal ou financeira à BrasilPrev (*) Não está incluso o carregamento do plano previsto no Art. 36 do regulamento
PARA VOCÊ mesmo
Simulação para acumular
Acumulação alvo: R$ 1.000.000,00 Idade de início das contribuições
Investimento mensal (em R$)
R$ 1.000.000,00
20 anos
998
25 anos
1.334
0 anos
357
5 anos
456
30 anos
1.826
11 anos
617
40 anos
3.915
18 anos
894
45 anos
6.621
Levando em consideração: Idade atual: 30 anos Aposentadoria: 65 anos Investimento mensal: R$ 720,49 Premissa: 6% de rentabilidade durante o período de contribuição Fonte: Icatu
Fonte: BrasilPrev
comportamento
Para todos os bolsos
Dá para formar uma reserva com um pouquinho por mês, mas é preciso ficar atento às taxas que incidem sobre os planos Fazer uma reserva financeira para o futuro é prioridade apenas para 30% dos brasileiros, de acordo com a pesquisa do Instituto Ipsos para a FenaPrevi. No levantamento, a poupança é a modalidade com maior penetração, mencionada por 85% dos entrevistados. Os fundos de investimento surgem com 5% e os planos de previdência ocupam a terceira posição com 3%. “Apesar do espaço para crescimento — graças aos planos com contribuições mensais a partir de R$ 25 — a opção pela previdência ainda é pequena entre as famílias brasileiras”, explica Osvaldo do Nascimento, presidente da entidade. Mesmo assim, 21% dos entrevistados declararam ter interesse em adquirir um plano de previdência complementar aberta algum dia. “As pequenas contribuições ainda vão para a poupança, que tem um rendimento inferior. No caso de outros fundos de investimento, quem entra com valores mais baixos sofre com as altas taxas”, completa. Fábio Gallo, professor de Finanças da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (EAESP/FGV), vê
com bons olhos a função pedagógica dos planos de previdência. “Pode ser bom para as pessoas de menor renda, que pensam que planos de investimento não são para o seu bolso ou estilo de vida. Ao contrário: eles favorecem muito, uma vez que obrigam a pessoa à disciplina de depositar um pouquinho por mês, dando a possibilidade de formar uma reserva com o tempo”, avalia. “Além disso, a vantagem tributária de diferir tributos é muito importante se comparada os fundos de renda fixa, que tem os come-cotas a cada seis meses.” De acordo com cálculos do professor, é possível juntar R$ 500 mil ao longo de 30 anos, com juros a 1%, com apenas R$ 143,00 por mês. “Se esperar 20 anos, tendo apenas 10 para poupar, o custo chega a R$ 2.173,00 mensais”, explica. Mais uma vez, a matemática mostra que é bom poupar e, melhor, o quanto antes. No entanto, o especialista lembra que nem sempre o investimento pode ser o ideal para o momento. “Como qualquer outro, deve estar muito bem casado com os objetivos
pessoais. Se for a aposentadoria, ótimo”, explica. Porém, muitas pessoas já admitem de antemão que podem precisar do dinheiro no meio do caminho. “Elas não atentam para o fato de que as duas tabelas a que os planos estão sujeitos são muito agressivas para o resgate a curto prazo, chegando a 35% na regressiva.” Além disso, o segurado deve procurar se informar, pois as taxas variam de um banco para outro e entre planos. “Apesar das vantagens, os planos no Brasil infelizmente ainda são muito caros: além da taxa de administração, que pode ultrapassar os 4,5%, alguns cobram taxas de carregamento e outros até taxa de saída”, alerta. De acordo com Gallo, uma taxa “razoável” ficaria abaixo de 3%. O consumidor deve atentar também que, em um exemplo com uma taxa de carregamento a 10%, significa que a cada R$ 100 depositados apenas R$ 90 são aplicados. “São fatores que afugentam os poupadores. Porém, uma expansão do mercado pode reduzir os custos da carteira e o consumidor ter melhores opções.”
2-3
Previdência Privada tributação
mercado
Quem retirar mais cedo pode pagar até 35% de IR
da instituição financeira
Menos imposto no longo prazo Atenção na escolha Um dos atrativos dos planos de previdência complementar aberta é a tributação e o investidor pode tirar proveito disso. O diferencial é que o Imposto de Renda é cobrado apenas quando há o resgate do montante acumulado ou quando a renda passa a ser recebida. Em outros fundos de investimento a tributação é semestral. Mas é preciso lembrar sempre que previdência é uma opção de longo prazo e, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor será a alíquota do IR. De acordo com o professor da Fipecafi Miguel Leôncio Pereira, especialista em previdência privada e atuário, se o investidor faz declaração de Imposto de Renda pelo modelo completo, o que contribuiu naquele ano pode abater na base de cálculo do imposto até 12% da renda bruta anual. “Isso tem um grande impacto no investimento de longo prazo, mas é preciso contribuir com o INSS para ter esse incentivo”, afirma Pereira. Segundo ele, quem declara no modelo sim-
plificado e os isentos não têm esse incentivo. “É como se o governo tirasse um pedaço do que ia pegar e dissesse que não precisa mais.” Há dois tipos de tabela de regime tributário disponíveis para a previdência: a progressiva e a regressiva. A opção é feita no momento da escolha do plano e não pode ser mudada. “Há uma legislação em discussão no Congresso que permitirá a decisão no momento do resgate, mas sem definição ainda.” A regressiva tem alíquotas decrescentes, começa com 35% e reduz 5% a cada dois anos até chegar ao mínimo de 10% (apenas a partir de dez anos de contribuição). É bom para valores altos e para quem vai deixar por mais tempo. Já a progressiva varia de acordo com o valor do benefício que será recebido, da mesma forma que ocorre com os salários. Vai de 0 a 27,5%. Por exemplo, se a renda for de até R$ 1.787,77 mensais será isenta de IR. E há várias faixas até a máxima, que vigora a partir de R$ 4.463,82: 27,5%. (Veja tabelas)
Após dez anos, alíquota na tabela regressiva fica em 10%
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Desconto ocorre no momento do resgate tabela regressiva Prazos (anos)
Alíquota IR (%)
Até 2
35
2a4
30
4a6
25
6a8
20
8 a 10
15
Acima de 10
10
tabela Progressiva Base de cálculo IR mensal em R$
Alíquota %
Até 1.787,77
-
De 1.787,78 até 2.679,29
7,5
De 2.679,30 até 3.572,43
15,0
De 3.572,44 até 4.463,81
22,5
Acima de 4.463,81
27,5
Especialistas recomendam avaliar taxas, rentabilidade das aplicações e solidez Previdência é um projeto de longo prazo, por isso atenção redobrada é indispensável na hora de escolher qual empresa vai zelar pelo seu dinheiro. Para o advogado e economista Keyton Pedreira, especialista no setor, é importante considerar as taxas praticadas, a rentabilidade das aplicações e a solidez da instituição. “Às vezes a empresa não é tão grande no Brasil, mas tem destaque no exterior. É bom acompanhar os balanços, que são públicos e estão disponíveis na internet também”, afirma Pedreira, diretor executivo do site que possibilita simulações de vários planos, o BuscaPrev (buscaprev.com.br), e da Nunes&Grossi. O presidente da Fenaprevi, Osvaldo do Nascimento, diz que, em geral, a tendência é fazer o plano de previdência com uma instituição com a qual a pessoa já está familiarizada. “Mesmo assim, é preciso ficar bem atento à gestão dos ativos, à qualidade dos serviços prestados e não esquecer que, se ficar insatisfeito com a empresa, pode fazer a portabilidade, garantida por lei”, afirma Nascimento. De acordo com o professor Miguel Leôncio Pereira, da Fipecafi, além dos balanços, do noticiário e da internet, um bom caminho para avaliar as empresas é a Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão do governo que acompanha o setor. “A entidade tem feito um excelente trabalho de avaliação dos fundos, das reservas constituídas”, afirma Pereira Todas as seguradoras e bancos precisam de licença da Susep para atuar no merca-
Miguel Leôncio Pereira: site da Susep ajuda a avaliar bancos e seguradoras
do, segundo a superintendência. Pelo link http://bit.ly/1ojsxLI dá até para ver se há processos contra as instituições. Procon e sites de reclamações online também são boa fonte de informação. Especialistas aconselham o cliente a conhecer, ainda, a real gestora do plano. “Deve-se verificar se a empresa tem uma boa performance e acompanhar o desempenho dos fundos escolhidos e mudar, se achar necessário”, afirma o CFP® planejador financeiro Janser Rojo, fundador da QI Financeira Consultoria. Esse acompanhamento pode ser feito em sites como o verios.com.br (antigo comparacaodefundos.com), por exemplo.
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Previdência Privada
portabilidade
O direito de mudar Avaliar o desempenho de fundos e taxas tem de ser rotina do investidor
Está insatisfeito com o plano contratado de previdência privada complementar aberta? É só trocar. A portabilidade serve para isso mesmo. Simples assim. É uma oportunidade de buscar melhores taxas e desempenho das aplicações sem resgatar e ter de pagar impostos de até 35%. Não são cobradas também taxas de carregamento. Mas a troca só pode ser entre produtos do mesmo tipo: de um VGBL para um VGBL ou de um PGBL para um PGBL. O regime tributário original, tabela progressiva ou regressiva, também deve ser mantido. Dá para mudar de instituição ou apenas para um plano mais interessante dentro da seguradora ou banco do qual já é cliente. Segundo a FenaPrevi, o volume financeiro da portabilidade de planos de previdência privada chegou a R$ 3,6 bilhões no primeiro semestre de 2014, 23,83% a mais do que o mesmo período de 2013 (R$ 2,9 bilhões). Já a alta das portabilidades cadastradas foi bem menor, 0,23% no mesmo comparativo (39.520 no primeiro semestre de 2014 e 39.428 no mesmo período de 2013). Nas portabilidades liquidadas, houve uma queda de 3,24%. “No cenário atual, uma taxa de administração superior a 1% não vale a pena”, afirma o economista Fernando Meibak, autor do livro O Futuro Irá Chegar! Você Está Preparado Financeiramente para viver
até os 90 ou 100 anos? e sócio da consultoria Moneyplan. E tem de ser 0% de carregamento também, segundo ele. “O Brasil é um país de muitos riscos e é o momento de ser mais conservador. Faria um plano de previdência com 100% de renda fixa.” Porém, há opções para perfis moderados e mesmo mais ousados também. Caberá a cada um avaliar os riscos e se está disposto a corrê-los. “Mas uma taxa de administração superior a 1% come a rentabilidade”, concorda o professor da Fipecafi, Miguel Leôncio Pereira, com 30 anos de experiência em previdência. “Essa avaliação da solidez da empresa, do desempenho dos fundos e das taxas cobradas deveria ser feita frequentemente”, alerta Pereira. Informações podem ser coletadas na mídia, na Susep, em sites das instituições e outros (veja na página 7). “O ideal seria acompanhar o desempenho a cada mês, ou pelo menos a cada seis meses, mas normalmente as pessoas deixam pra lá”, afirma o CFP® planejador financeiro Janser Rojo. “Você pode ter investido num plano que vai bem por um período e depois não, então é hora de mudar.” O pedido de portabilidade só pode ser feito dentro de um intervalo de 60 dias e a efetivação deve ocorrer em até cinco dias úteis, contados a partir do dia em que o cliente solicitou a migração à seguradora.
As vantagens dos planos coletivos
Quem participa de um plano de previdência complementar fechado (só os funcionários podem participar) não pode fazer a portabilidade. A menos que saia da empresa. É importante avaliar se vale a pena. Nesse tipo de plano, em geral, o empregado contribui com uma parte e a empresa com outra. Ao sair, há regras rígidas: dependendo do tempo de contribuição e das regras do contrato o funcionário pode levar sua parte e uma parcela da contribuição da empresa também. O ex-empregado pode continuar no plano empresarial. Pode ter de arcar com a sua parte e bancar também a que antes era da empresa. Aí no final, se cumprido os prazos pré-estabelecidos, o resgate deve ser total. É possível ainda manter o capital investido sem fazer contribuições. Tudo depende do contrato. Para o professor da Fipecafi Miguel Leôncio Pereira, quem tem um plano coletivo de previdência não deve mudar para outro. “Geralmente eles têm melhores condições do que o mercado comum e, se fizer a portabilidade, após a saída da empresa, para um plano aberto o valor só pode ser retirado numa renda de prazo mínimo de 15 anos.” Agora, se a pessoa mudar para outra empresa, a portabilidade pode ser interessante.
Algumas perguntas importantes A previdência complementar é o investimento certo pra mim? Essa é uma das perguntas mais importantes que o investidor deve fazer, antes de aderir a um plano explica o consultor Fábio Gallo, professor de finanças da FGV e da PUC- SP. E há outros pontos a considerar, como o especialista indicou, a pedido do Estado. Previdência é investimento de longo prazo. Melhor depois de 10 anos. Você pode esperar? Se seu regime tributário for regressivo e você sacar o dinheiro em 2 anos a alíquota de Imposto de Renda é de 35%. Mas após 10 anos cai para 10%. Você é controlado, sabe investir sozinho? Pode conseguir rentabilidades melhores no mercado. Não tem disciplina para guardar dinheiro? A previdência será um compromisso que você é obrigado a honrar. Do contrário corre o risco de gastar o dinheiro sem nem saber em quê. Melhor ainda quando
é descontado do salário. Com o tempo, sem perceber, terá um valor considerável. Quer se aposentar, mas tem medo de precisar do dinheiro antes? Invista uma parte na previdência e outra em poupança, por exemplo, para uma emergência. Qual grau de risco posso correr? Dentro da previdência há vários perfis, do conservador ao agressivo. Avalie o melhor para alcançar seus objetivos
Glossário
Entenda o prospecto
Confira a tradução das palavras mais comuns – e complicadas – que você encontrará na apresentação do seu plano de previdência complementar Conheça aqui alguns dos termos mais comuns com os quais você vai se deparar na hora de ler uma proposta ou contrato de previdência. As definições são da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Assistido Pessoa física que já está recebendo o benefício do plano
Averbadora No caso de planos coletivos, a averbadora é a pessoa jurídica que propõe a contratação desse produto
Base de cálculo da performance financeira
Benefício
Indexador
Pagamento que contratantes ou beneficiários recebem da administradora do plano
Índice utilizado para correção monetária dos valores do plano
da contratação e o dia de começo do pagamento do benefício
A diferença, ao final do último dia útil do mês, entre a parcela do patrimônio líquido do FIE (Fundo de Investimento Especialmente Constituído) correspondente à provisão matemática de benefícios a conceder (no período de diferimento) ou benefícios concedidos (no período de pagamento de benefício), conforme o caso, e o valor da remuneração pela gestão financeira acumulado do mês
Consignante
Período de cobertura
Pessoa jurídica responsável por descontos direto em folha de pagamento em favor da gestora do plano
Prazo durante o qual, diante de algum incidente, os beneficiários ou contratantes receberão o pagamento da gestora
Contribuição
Portabilidade
O benefício pago por uma série de pagamentos mensais ao beneficiário
Valor pago mensamente à gestora do plano
Beneficiários
Evento Gerador
Movimentação de recursos financeiros da previdência entre instituições ou planos
Saldamento
Pessoas indicadas a receber o benefício no caso da morte ou invalidez do contratante
Morte, a invalidez total ou sobrevivência do participante no período de cobertura do plano
Prazo de diferimento
A interrupção do pagamento das contribuições, com direito a parte proporcional do benefício contratado
Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão.
É o espaço de tempo decorrido entre o dia
Regulamento Documento que disciplina os direitos e obrigações da gestora
Renda
produzido por
Comportamento
Valorizados nas empresas
Estudo aponta que previdência complementar e seguros estão entre os benefícios que mais atraem os funcionários – depois que entendem exatamente como funcionam Previdência complementar e seguro de vida aparecem entre os cinco benefícios mais valorizados por funcionários de empresas após receberem uma análise de sua vida financeira. Isso é o que aponta um estudo conduzido pela Icatu Seguros, com 420 profissionais de diversas companhias. Foram três fases distintas de estudo. Na primeira, foi analisada a percepção de valor dos funcionários segundo o grau de importância atribuído aos benefícios oferecidos. Já na segunda, um especialista conversou individualmente com cada um dos entrevistados, para fazer um diagnóstico de sua vida financeira – enquanto a última fase tratava de um retorno sobre essa análise.
O resultado foi que, após tomar conhecimento do resultado, a ordem inicial atribuída se modificava – e previdência passava a ocupar lugar de destaque. “Queríamos medir o quanto um raio-x financeiro ou um exercício de planejamento invertem a prioridade das pessoas”, explica o Superintendente de Marketing da Icatu, Humberto Sardenberg. Pelo visto, a experiência mostrou resultados positivos.
Importância discreta
1º
Plano de saúde
Por que essa importância não é notada de saída? "As pessoas não valorizam os planos de previdência porque desconhecem suas próprias necessidades e desejos”, sentencia Sardenberg. E ele vai além: “O fato de desconhecerem detalhes dos benefícios demonstra claramente que eles não são percebidos como importantes e valorizados”. O melhor exemplo, em termos de comparação com a percepção do benefício, fica com os planos de saúde. “Ele é o beneficio mais valorizado pois todos sabem em qual hospital ir num situação de emergência.”
2º
Vale-refeição
Iniciativa própria
3º
Previdência privada
4º
Bolsa de estudo
5º
Seguro de vida
RANKING FINAL DE IMPORTÂNCIA DOS BENEFÍCIOS NAS EMPRESAS Posição
Benefício
Fonte: Icatu Seguros
Fora do ambiente das empresas, onde as pessoas precisam tomar a decisão de fazer um plano de previdência e se comprometer com ele, talvez seja mais difícil. “Ninguém acorda pela manhã morto de vontade de comprar um plano de previdência”, resume Sardenberg. Para ele, as
pessoas já estão atentas à importância da previdência complementar. “Mas os agentes de motivação são necessários”, ressalva, mostrando que é preciso que todos os atores desse cenário cumpram com seu
BALANÇO
Investimentos beiram 50 bilhões de reais nos primeiros oito meses de 2014 eles cresceram 3,62% no período, com R$ 43 bilhões de novas aplicações.
foi o montante investido pelos brasileiros em planos de previdência complementar de janeiro a agosto de 2014, frente aos R$ 46,9 bilhões do período no ano passado.
Planos para menores
cresceram 10,83%
no período, totalizando R$ 1,1 bilhão no período
Esse montante representa alta de 5,63% em relação ao mesmo período de 2013
mea culpa: “Precisamos sair do segurês. Nosso maior desafio tem sido desenvolver aplicativos e ferramentas fáceis de entender, que de fato tragam informação para as pessoas”.
Quantos brasileiros já participam da previdência complementar?
Valor acumulado de janeiro a agosto, segundo dados de pesquisa da FenaPrevi, que indica que o ano terminará com resultado superior ao de 2013
R$ 49,5 bilhões
papel – além do próprio beneficiário. "São os corretores, os bancos ou até mesmo a empresa onde a pessoa trabalha que podem servir de vetor para essa mensagem.” Sardenberg, porém, também faz um
São 9.991.421 planos individuais contratados por 8.396.192 pessoas físicas (computados a partir de números de CPF) Do total, 2.842.117 estão vinculados a planos empresariais MAPA DAS CONTRIBUIÇÕES INDIVIDUAIS EM PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
Os planos empresariais
cresceram 23,84%
no período, alcançando
0,0%
0,6%
R$ 5,3 bilhões
Investidores individuais foram os grandes responsáveis pelo salto:
de novos aportes
0,6%
0,4%
0,4%
0,8%
0,3% 0,4% 2,4%
0,2% 0,0%
Série histórica da Carteira de Investimento até agosto de 2014 (em R$ bilhões) 338,562
81,465
2005
102,093
2006
127,457
2007
146, 386
2008
3,2%
373,163
406,819
1,8% 3,1% 7,6% 0,8%
0,6%
223,261
47,0% 6,0%
74,9% 2009
2010
2011
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2012
0,2%
0,6%
269,115 183,040
0,4%
0,1%
0,2%
2013
2014
Das contribuições individuais são originárias da região sudeste
3,0% 5,2%
12,3%
6-7
Previdência Privada
faq
Pode ou não pode?
O valor da contribuição pode aumentar e nem tudo você poderá abater do imposto de renda – confira as respostas para as principais dúvidas relacionadas à previdência complementar O termo “Previdência Privada” já assusta – saber tudo sobre ela, então, mais parece um desafio para especialistas. As possibilidades de resgate do investimento, a correção dos planos e até as mudanças de valores na contribuição mensal geram dúvida na maior parte dos investidores e aspirantes à aplicação. Não fique com dúvidas. Veja, a seguir, as respostas para as principais perguntas relacionadas à previdência complementar no País.
Planos de previdência servem apenas para a aposentadoria? Não. A previdência complementar vem sendo utilizada com os mais diversos fins, o importante mesmo é que serve como uma forma de poupança, com uma rentabilidade um pouco melhor e algumas vantagens tributárias. É importante, no entanto, estar atento ao tempo em que o dinheiro deve estar aplicado e, principalmente, à escolha da tabela, que pode ser regressiva ou progressiva.
Eu sempre poderei resgatar meu dinheiro, caso deseje? Nem sempre. A sua liberdade para restituir ou não o montante acumulado varia conforme o regime financeiro do seu plano, que pode ser por repartição ou capitalização.
Os valores do plano são corrigidos e atualizados?
Minha contribuição pode mudar de uma hora para outra?
Sim. Fique atento ao seu prospecto. Todos os planos que tiverem vigência superior a um ano deverão explicar, detalhadamente, como é feita a atualização anual dos valores com base na inflação – o índice a ser utilizado deve estar no regulamento do seu plano.
No seu contrato você terá a cláusula de atualização monetária, em que você verá qual o indexador e a periodicidade de reajuste prevista no regulamento. Além desta atualização, há também um reajuste técnico, devido à mudança de idade. Para os planos de renda por sobrevivência estruturados na Modalidade de Benefício Definido, o aumento da contribuição dependerá da repactuação.
Posso abater do Imposto de Renda? Os planos por sobrevivência, com pensão por morte ou renda por invalidez poderão ser abatidos. No entanto, o valor a deduzir não poderá superar 12% da renda bruta informada.
Em quanto tempo a instituição deve começar a pagar meu benefício? Desde o recebimento de todos os documentos solicitados, dentro de 30 dias corridos, o seu benefício já deverá estar regularizado.
Sempre que houver doença pré-existente, o pagamento de benefício será negado? Importante é você não omitir nenhuma doença que saiba ser portador antes da contratação do plano. Caso a instituição descubra que a doença já era de conhecimento e não foi mencionada no ato da aquisição, a entidade poderá negar o pagamento do benefício sem a devolução das contribuições já pagas.
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Posso reverter o benefício aos meus herdeiros? Seus herdeiros receberão, ao menos, todo o montante acumulado pelo somatório das suas contribuições. No entanto, se você quiser que eles recebam em proporções diferentes, lembre-se de designar isso na contratação do plano.
Como decido entre o VGBL e o PGBL? Se o contratante já estiver em idade avançada e queira utilizar a previdência para facilitar a transmissão de bens e investimentos – já que a previdência não entra em inventário – opte pelo VGBL em tabela progressiva – o prazo não compensará o benefício da tabela regressiva e a escolha do plano garante o recolhimento de imposto de renda apenas sobre os rendimentos, e não sobre o total investido.
Posso confiar em simulações? Pode, desde que fique atento a alguns detalhes. A primeira delas é que frequentemente essas simulações ignoram o efeito da inflação – o que torna o CDI pouco fiel à realidade. Frustrarse é muito pior que surpreender-se positivamente. Por isso, faça uma conta de cabeça, considerando a taxa de juro real com desconto de inflação. Essa será a leitura mais conservadora possível. A partir disso ficará mais fácil decidir se você deve encarar uma tabela progressiva ou regressiva
Posso usar o plano da minha empresa? Esses são chamados fundos de pensão. Normalmente, vale muito a pena, principalmente porque as empresas também fazem contribuições mensais proporcionais ao aporte que você vem fazendo. Fique atento às regras do plano da sua empresa, uma vez que, frequentemente, as empresas não permitem a retirada dos montantes adicionais que foram depositados pela companhia antes de um determinado tempo de empresa. Se você sair da empresa, poderá permanecer no fundo sem contribuições adicionais, ou continuar pagando, mensalmente, o valor do seu aporte regular. No primeiro caso, o recurso poderá ser sacado, sem desconto, dez anos após o último aporte. No segundo caso, deixe seu benefício para a aposentadoria.
Posso levar meu plano de previdência para outra instituição financeira? Pode, desde que se mantenha dentro da
mesma modalidade – VGBL para VGBL ou PGBL para PGBL. Basta solicitar a transferência do recurso e, em até cinco dias úteis, a instituição deverá migrar seu dinheiro para outro plano. Normalmente há, também, um período de carência. Essa informação deverá estar determinada no regulamento do seu plano – o tempo mínimo é de 60 dias. Cumprindo este prazo, não haverá cobrança de IR nem taxa de carregamento. Você também não poderá passar de um plano com regime regressivo para um progressivo e vice-versa.
Posso escolher onde a instituição financeira vai investir meu dinheiro? Pode e deve. Ao contratar um plano de previdência você fica ciente, também, do fundo em que esse dinheiro será investido. Ele poderá ser direcionado aos fundos de investimento em renda fixa e a fundos compostos, que aplicam em renda fixa e renda variável – por enquanto, os fundos ligados à previdência não podem investir mais de 49% do dinheiro em aplicações de renda variável, sujeitas a volatilidade. Cabe a você identificar qual tipo de investimento tem mais a sua cara.
Se tiver problemas financeiros, posso suspender minhas contribuições? Sim, embora não seja o ideal. O dinheiro que você investiu continuará aplicado e renderá normalmente até que você passe a receber o benefício. No entanto, é melhor que você programe um valor mensal para que possa continuar contribuindo – e para que sua simulação não perca totalmente a validade.
produzido por
final do plano
Um novo começo
Os cuidados a serem tomados ao optar pelo benefício Quanto, afinal, eu vou receber quando me aposentar? Essa é, certamente, a principal dúvida de quem resolve contratar um plano de previdência privada – ou está às portas de começar a receber o benefício. E, também, uma resposta difícil de se obter com absoluta exatidão. As flutuações de ganhos das diversas aplicações que compõem a carteira de investimentos do plano, o cenário econômico e alguns outros fatores tornam a resposta praticamente uma incógnita. Por isso, o valor será sempre uma estimativa. “O cálculo é complexo e envolve uma série de variantes, tanto financeiras quanto atuariais, como a idade do segurado, a tábua de mortalidade do plano, a taxa de juros e muitas outras”, explica a economista da Proteste Associação de Consumidores, Verônica Dutt-Ross. “Um consumidor leigo dificilmente consegue fechar esse cálculo sozinho.”
Simulações e projeções
De acordo com a economista, é possível apenas fazer simulações com a própria instituição comercializadora do plano de previdência, considerando os diferentes cenários de tributação e de perfis de risco dos fundos. “Assim, dá para ter somente uma ideia aproximada de quanto irá acumular no final do período e qual seria sua renda mensal temporária, vitalícia, ou com alguma extensão para beneficiários em caso de falecimento”, explica Verônica. A tão esperada hora de receber sua reserva chegou. E agora? Tomando um exemplo de contribuição mensal que rendeu um montante de R$ 1 milhão depois de determinado prazo, é possível que o segurado se sinta um milionário. Nesse momento de “efeito loteria”, muitos resolvem trocar de carro, reformar a casa, comprar o tão sonhado apartamento na praia. “É preciso ser muito cuidadoso em relação à utilização do recurso, ainda mais com o aumento da longevidade, dos gastos com saúde nessa fase e com outras despesas para a sobrevivência”, alerta Sandro Bonfim da Costa, superintendente de produtos da Brasilprev Seguros e Previdência.
Para Sandro, a melhor escolha depende sempre do momento de vida quando findam as contribuições. Portanto, as “escolhas ideais” variam muito. “A pessoa pode optar por uma renda por um prazo determinado, de 20 ou 30 anos, ou por uma renda vitalícia. Outra possibilidade é o segurado fazer um levantamento de despesas fixas (condomínio, supermercado, saúde etc.) e converter essa soma em renda vitalícia. O restante do valor inicial fica guardado para fazer viagem, para alguma eventualidade ou ser mesclado a algum outro tipo de renda”, explica.
Postergar a aposentadoria, investir em um novo negócio e fazer gestão de capitais são hoje uma tendência para proteger o capital acumulado Conforme a situação e o montante, até pode ser vantajoso investir em um negócio próprio ou tomar parte do dinheiro para outras rendas disponíveis no mercado. “Mas desde que se mantenha uma boa parte para subsidiar as despesas por um tempo mais longo. Afinal, o objetivo prioritário da previdência privada é garantir a subsistência e a qualidade de vida após o período laboral, conforme a sua expectativa de vida”, reforça o superintendente. Por outro lado, pode ser que mesmo os recursos aplicados não sejam suficientes para atender às necessidades dentro do novo padrão de vida. A alternativa, para muitos, é vender algum patrimônio para aumentar a reserva. Isso para garantir que o dinheiro seja suficiente — ou não acabe antes da sua hora.
Assessoria financeira ajuda a decidir
Você até pode sonhar em comprar um flat para viver de renda. Mas parou para pensar em como vai gerenciar esse novo negócio, nas despesas para mantê-lo, na taxa de vacância e nas oscilações do mercado para que realmente aproveite os esforços de uma vida inteira? Sérgio Prates, superintendente de produtos de previdência da Icatu Seguros, ressalta a importância de uma consultoria que explique ao segurado as melhores opções para receber os benefícios. “Fazemos uma avaliação para ver quais as necessidades da pessoa nesse momento de vida, qual das seis rendas pode ser melhor ao seu perfil”, observa. Em situações em que o recurso não seja suficiente para a realidade futura, as consultorias podem até sugerir uma postergação da data de aposentadoria em 10 anos “No caso da última alternativa, ela pode, por exemplo, contribuir com mais 5 anos e alterar o cenário. Em outros casos, ainda tomando como exemplo de quem acumulou R$ 1 milhão, é possível retirar apenas o rendimento do fundo, sem inflação, e viver com R$ 4.900”, comenta.
Reinvestindo a reserva
Obviamente, tudo o que ultrapassa da retirada programada, será abatido da reserva. Para que o dinheiro não acabe antes da hora, Prates reforça a necessidade de um serviço que monitore constantemente a aplicação e oriente o beneficiário. A Icatu Seguros, por exemplo, possui mais de 35 fundos e o segurado tem à disposição a consultoria durante a fase de acumulação ou aposentadoria, além de poder escolher o gestor de seu plano na própria companhia ou de outras (JP Morgan, Brasil Plural, Franklin Templeton etc.). “Existem fundos que rendem acima das projeções e, mesmo que pessoa decida não se aposentar no momento, os recursos podem ser mantidos na previdência, dando um retorno melhor que outros investimentos. Também há a possibilidade de transferência entre fundos dentro da companhia sem carência.”
Coberturas extras Além do investimento na previdência privada, é possível contratar serviços extras de proteção financeira — que funcionam como um seguro — para o beneficiário ou sua família no caso de morte durante o período de contribuição. É uma compra, ou seja, contribuição extra cobrada junto com os aportes mensais do plano. As possibilidades mais comuns são os pecúlios (importância em dinheiro paga aos beneficiários do titular do plano), a pensão aos filhos menores ou pensão vitalícia ao cônjuge. “Desde que bem assessorado, que mensure as necessidades do cliente, a compra desses benefícios de risco, tanto os pecúlios quanto os seguros de vida e invalidez, funciona como um investimento”, explica Sandro Bonfim, da Brasilprev. “Por isso, devem ser
estruturados para evitar discrepâncias quanto à realidade do segurado.” Uma pesquisa FenaPrevi Ipsos, feita com 1.500 pessoas, revela que 66% dos brasileiros se preocupa com o futuro, mas apenas 31% toma alguma iniciativa para se precaver de imprevistos. Dentre os prevenidos, apenas 35% adota os seguros como instrumento de proteção e apenas 18% têm algum tipo de seguro pessoal contratado. A modalidade mais procurada é o seguro funeral (11%), seguida por morte (8%), invalidez (4%), acidentes pessoais (4%), por desemprego e perda de renda (1%), seguro viagem (0,5%), seguro educacional (0,3%) e seguro prestamista (0,1%), para cobrir o pagamento de parcelas em financiamentos em caso de morte, invalidez, desemprego ou perda de renda do segurado.
Os prós e contras de cada tipo de renda O tipo de renda na aposentadoria é definido no contrato, mas ele pode ser alterado até 30 dias antes do fim do contrato. As seguradoras costumam consultar os clientes 90 dias antes dessa data.
Resgate total
Prós: O custo é mais baixo e o beneficiário pode resgatar seu patrimônio e reaplicar em outros investimentos, movimentar como quiser, investir em um negócio próprio, uma viagem, por exemplo. Contra: É preciso conhecer o mercado financeiro para investimentos e disciplina para evitar perdas
Renda mensal por prazo certo
Prós: Renda mensal paga ao participante por um prazo pré-estabelecido por ele. Se, durante o período de pagamento do benefício, ocorrer o falecimento do participante antes da conclusão do prazo indicado, o benefício será pago ao beneficiário (ou beneficiários), na proporção de rateio estabelecida, pelo período restante do prazo determinado. Contra: O pagamento da renda cessará com o término do prazo estabelecido.
Renda vitalícia
Prós: garantia de pagamentos mensais apenas ao participante com valor corrigido conforme regras do contrato por toda a vida Contra: assim que ocorrer a morte, o patrimônio restante fica com a seguradora
Renda vitalícia com prazo mínimo garantido
Prós: retiradas mensais fixas e pré-estabelecidas (5 a 15 anos). Se o participante já estiver recebendo o benefício e morrer antes de terminar o prazo mínimo de garantia, o valor da renda será pago ao seu beneficiário. Sendo mais de um beneficiário, cada um deles receberá a renda, de acordo com a proporção definida pelo participante, até o restante do período de pagamento. No entanto, se o participante falecer depois do prazo mínimo garantido, a renda ficará automaticamente cancelada. Contra: com o prazo garantido, a renda tende a ser menor.
Renda vitalícia reversível ao beneficiário indicado
Prós: beneficiário tem renda mensal fixa. Em caso de falecimento, o beneficiário continua a receber o dinheiro. Contra: o valor do benefício dependerá de cálculos baseados na idade do beneficiário e pode ficar bem menor
Renda vitalícia reversível ao cônjuge com continuidade aos menores
Prós: cônjuge recebe em caso de morte do participante. Se ele morrer também, a renda passa para os filhos menores de idade. Contra: como o cálculo abrange os menores, a expectativa de vida é maior. O cálculo atuarial levará isso em conta, reduzindo ainda mais o valor da renda. Fonte: Susep, FenaPrevi
Simulações Simulação para acumular
R$ 1.000,000,00 Idade Atual: 30 anos Aposentadoria: 65 anos É necessária a contribuição mensal de: R$ 720,49 Premissa: 6% de rentabilidade durante o período de contribuição
Simulação para a fase de aposentadoria
DINHEIRO NA MÃO É VENDAVAL A sensação de “ganhar na loteria”, quando o benefício é liberado, é uma ilusão para quem não cuidar do seu capital
Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão.
Idade Atual: 30 anos Sexo: Masculino Aposentadoria: 65 anos Reserva acumulada aos 65 anos: R$ 1.000.000,00 Conversão da reserva em renda: • Renda Mensal Vitalícia: R$ 4.963,57
• Renda Mensal Vitalícia Reversível ao cônjuge (2 anos mais novo): R$ 3.758,68 • Renda Mensal Vitalícia Reversível ao cônjuge (2 anos mais novo) com continuidade aos menores (filho com 3 anos de idade atualmente): R$ 3.721,31 Premissas: • Tábua Atuarial BR_EMS com 2% de juros As rentabilidades são estimativas e não representam garantia por parte da Icatu Seguros.
Estudo para os clientes que não fazem a conversão da reserva em renda: Idade Atual: 30 anos Sexo: Masculino Aposentadoria: 65 anos
Reserva acumulada aos 65 anos: R$ 1.000.000,00 Retiradas mensais admitindo um juro real de 4% ao ano na aposentadoria: 1) Sem diminuição da reserva: R$ 3.273,74 (resgates mensais) 2) Com diminuição de reserva: a. R$ 5.000,00 de resgates mensais, a reserva acabaria quando o participante tiver 92 anos; b. R$ 7.500,00 de resgates mensais, a reserva acabaria quando o participante tiver 80 anos; c. R$ 10.000,00 de resgates mensais, a reserva acabaria quando o participante tiver 75 anos; Fonte: Icatu
8-9
Previdência Privada
Mulheres
As jovens são mais persistentes e investem mais na previdência
Levantamento da Icatu Seguros vê uma nova geração de mulheres entrando no campo da previdência – as moças poupam três vezes mais que os rapazes A adesão das mulheres à previdência complementar vive um momento de inflexão. Nos últimos anos, cada vez mais mulheres têm separado uma parte do seu dinheiro para a aposentadoria. No entanto, segundo levantamento da Icatu Seguros, agora o montante investido começa a superar os aportes mensais masculinos. Avaliando a nova carteira, com 12 mil clientes que adotaram a previdência privada no último ano, Sérgio Prates, superintendente comercial da Icatu Seguros, enxerga uma verdadeira mudança cultural. Entre todos os investidores de até 20 anos, as mulheres, mesmo representando apenas 48% do total de contratos, são responsáveis por 67% do total de reservas acumuladas. Para cada R$ 100 aplicados pelos rapazes, R$ 327 são investidos mensalmente pelas moças. O movimento se repete quando a faixa etária avança para entre 21 e 30 anos. As mulheres dessa idade investem três vezes mais que os rapazes todos os meses. Além disso, elas se mostram mais fieis ao destino final da aplicação, que é a aposentadoria. “Elas contribuem mais e com maior persistência, ou seja, sacam menos”, diz Prates. “O conceito de preparação para o futuro está mais bem enraizado no público feminino.” Essa mudança de cultura entre as mais novas reside sobre toda a evolução de salário
e do mercado de trabalho nos últimos anos. Com o maior número de mulheres chefiando famílias, a preocupação com a aposentadoria passa a ser um processo natural.
MUDANÇA DE HÁBITO Hoje elas iniciam investimentos visando a aposentadoria mais cedo. Resultado da evolução delas no mercado de trabalho. E poupam mais: para cada R$ 100 aplicados pelos homens, elas depositam R$ 327
Movimento recente
Nem sempre foi assim. Prova disso é que nas faixas etárias superiores aos 31 anos, o montante aplicado mensalmente pelas mulheres não se equipara ao dos homens. Mais um indicativo claro que as novatas no mercado de trabalho trazem consigo uma nova forma de se preparar para o futuro. Considerando a carteira total de investidoras – recém contratantes e mulheres com mais de um ano de previdência –, o público feminino se mostra conservador. Na faixa dos 20 anos, mais da metade do total aplicado em fundos de renda fixa pertence às mulheres. Nos fundos compostos, essa relação é de 44%. A faixa etária entre 21 e 30 anos, no entanto, é a única em que a participação das moças é maior em fundos compostos que em renda fixa, sinalizando um despontar de apetite a risco. Na Brasilprev, entre 2010 e 2013, a participação feminina no total investido passou de 44% para 48%, o que confirma a tendência – mesmo que as mulheres ainda ganhem, em média, três quartos do salário de um homem.
Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão.
“Realmente, estamos assistindo a uma evolução maior da mulher neste campo”, afirma. Elas também são as responsáveis pela aquisição dos chamados planos júnior, destinado a menores de idade. O mesmo movimento não se repete na Icatu – lá, os principais titulares de previdência
para os pequenos ainda são os homens.
Emergentes
O destino da previdência para os filhos, no entanto, muda conforme o nível social, como explica Soraia. Enquanto as classes A e B separam esse dinheiro para
uma viagem ou um complemento para a formação dos filhos, como um mestrado ou MBA, a chamada classe emergente vê na previdência um pontapé inicial para a carreira dos herdeiros. “Essa classe escolhe esse investimento para custear a universidade dos filhos”, afirma.
produzido por
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Previdência Privada resgate
cenário
Internet ajuda a simular Brasileiros estão aprendendo a poupar mais o capital acumulado Uma das consequências positivas da popularização dos planos de previdência no final do plano está em fazer com que mais pessoas economizem e planejem investimentos Ferramentas online podem ser boas aliadas na hora de simular as expectativas de renda e benefícios de um plano de previdência privada, considerando diferentes cenários de tributação e perfis de risco dos fundos de investimento. Antes de olhar os números, porém, é preciso apenas lembrar que o cálculo efetivo é complexo e as ferramentas dos sites dão apenas uma estimativa. Com esses simuladores encontrados na internet, dá para ter uma boa ideia de quanto pode estar acumulado no final do período contratado e até mesmo a renda mensal estimada. Na hora de escolher uma ferramenta, melhor recorrer às gratuitas, disponíveis nos sites dos bancos e seguradoras – e que devem ser usadas não só na hora de decidir pela adesão a um plano, mas também para reavaliar o desempenho da sua opção de investimento e alertar para a necessidade de uma mudança. “A Susep também disponibiliza em seu site simulações dos valores estimados de renda, em função dos recursos acumulados e para as diversas empresas e planos comercializados”, diz a coordenadora de Seguros de Pessoas e Previdência do órgão
do governo federal, Adriana Hennig. O link é http://bit.ly/1F7hn5G. Além desses, é possível fazer esse exercício no site BuscaPrev (www.buscaprev.com. br). Lançado há três anos, vai estar com cara nova até o fim de 2014, com o dobro de seguradoras e bancos, permitindo um comparativo maior ainda entre as várias instituições. Outra novidade é o Blog Previdência, com todas as informações do setor, atualizado semanalmente. No BuscaPrev, a simulação é feita a partir de dados como idade inicial da contribuição e data da aposentadoria, sexo, se vai haver aporte inicial e qual a mensalidade pretendida, se a declaração de Imposto de Renda é a simplificada ou completa e o perfil do investimento (conservador, moderado ou arrojado). “A consulta é gratuita e, como cada agente tem várias opções, avaliamos mais de uma centena de planos”, garante o advogado e economista Keyton Pedreira, diretor executivo do site. Pode ser usado por quem ainda não tem plano de previdência e por aqueles que já possuem e querem acompanhar o mercado em busca de oportunidades melhores de investimentos.
expediente Este material foi produzido pelo Núcleo Estadão Projetos Especiais. Jornalista responsável: Ernesto Bernardes MTB: 53 977 SP; Edição: Jorge Tarquini
Reportagem: Bárbara Almeida, Marisa Folgato e Patrícia Rodrigues Direção de Arte: João Guitton; Edição de Arte: Marcio Penna. Endereço: Av. Eng.Caetano Álvares, 55, 6º andar, São Paulo-SP, CEP 02598-900
Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão.
Apesar do cenário econômico de incertezas que marcou os últimos dois anos, ou talvez exatamente por isso, a preocupação com o futuro financeiro é parte das preocupações em 30% dos domicílios brasileiros. O número é bastante positivo, mesmo diante dos 68% que ainda não demonstram maior disposição para preservar conquistas financeiras – e poupar. Ao menos foi isso o que demonstrou uma pesquisa da FenaPrevi, realizada com 1.500 pessoas entre 20 e 60 anos ou mais em todo o país, divulgada com dados de agosto de 2014, que revelou que, hoje, já são mais de 10 milhões de contratos – que representam R$ 400 bilhões em ativos. “Como os planos de previdência complementar têm ajudado nesse cenário? Simples: ao contrário de fazer apenas os investimentos voluntários, em que apenas o que sobra é o que vai para a aplicação ou reserva, a previdência ajuda o investidor a manter o compromisso de contribuir mensalmente. Assim o investimento entra para o orçamento, como um gasto fixo.”
herança
Reserva pode ser usada como testamento
Recursos não entram em inventário nem recolhem imposto sobre herança
10 milhões
5%
R$ 400 bilhões
16%
de brasileiros já possuem um contrato de previdência privada é o total de ativos reunidos nessa forma de investimento
30%
dos brasileiros se preocupam em poupar – e desses, 52% guardam até 10% do orçamento familiar/mês
pretendem iniciar um investimento dentro de um ano pretendem iniciar investimentos visando o futuro nos próximos cinco anos
68%
ainda não se preocupam em reservar uma parte dos seus rendimentos
Fonte: Susep, FenaPrevi
Sabia que resgatar os recursos ou ter recebimento em forma de renda mensal podem não ser os únicos finais possíveis para um plano de previdência complementar? Há outros "finais felizes" possíveis. Muitas pessoas, por exemplo, estão usando esse tipo de investimento para fazer um planejamento sucessório, uma espécie de testamento. “Essa reserva acumulada não entra no inventário ou partilha, que pode se arrastar por anos, e é uma possibilidade de amparar rapidamente a família em caso de morte”, explica o advogado e economista Keyton Pedreira, diretor executivo do site BuscaPrev. A liberação ocorre em 30 dias.
No ato da contratação da previdência e a qualquer momento em vida, a escolha dos beneficiários é livre. Pode ser qualquer pessoa e o participante pode determinar a proporção em caso de mais de um herdeiro. Nem é obrigatória a reserva legal de parte dos recursos para esposa e filhos, por exemplo. Embora isso possa ser questionado na Justiça. Se o investidor morrer e não tiver nomeado os beneficiários, os recursos serão pagos aos herdeiros legais. Outra vantagem é que não é cobrado na maioria dos Estados, o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que varia de 4 a 8%. Mas há o débito em Minas e no Paraná, por exemplo.