LEO SPOSITO / DIVULGAÇÃO JOHN DEERE
SÃO PAULO, 22 DE ABRIL DE 2016
Agrishow
Termômetro do campo
Maior feira de tecnologia agrícola do País começa com expectativa de manter os resultados de 2015
COLHETORA CH 570 Expectativa da John Deere é consolidar as vendas ao setor sucroenergético
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GUSTAVO PORPINO / EMBRAPA
Agronegócio Caderno do
PRODUZIDO POR
CANA-DE-AÇÚCAR
Setor sucroenergético tem expectativa de melhora Pág. 10
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NOTAS
Tecnologia otimiza os ganhos Governo realiza cortes no MAPA na cadeia da cana-de-açúcar No dia 4 de abril, a presidente Dilma Rousseff assinou o Decreto 8.701, que determina cortes de cargos comissionados e de confiança no Ministério da Agricultura (MAPA). O número de postos que serão eliminados não foi divulgado. O decreto extinguiu a Secretaria do Produtor Rural e Cooperativismo e incorporou suas funções à Secretaria de Integração e Mobilidade Social, que passou a chamar Secre-
taria do Produtor Rural, da Mobilidade Social e Cooperativismo. Nomes ligados ao PMDB perderam ou deixaram o cargo, como Caio Rocha, técnico de carreira da Emater do Rio Grande do Sul, que ocupava a Secretaria do Produtor, e Francisco Sérgio Ferreira Jardim, fiscal agropecuário de carreira, que estava há mais de 15 anos à frente da Superintendência Federal do MAPA em São Paulo.
NEIDE MAKIKO FURUKAWA / EMBRAPA
Adubo em foco
O corte, transbordo e transporte de cana-de-açúcar representam 1/3 do custo das usinas. Neste contexto, a Hitachi South América desenvolveu uma tecnologia de otimização da operação, que permite reduzir até 10% o gasto com o despacho de caminhões. Trata-se de uma ferramenta que faz uso de estatísticas para estimar o volume de carga dos ca-
minhões no campo, por meio do tempo de trabalho das colhedoras. A ferramenta considera intervalos como tempo de viagem e, automaticamente, expede o caminhão no momento propício para que não haja ociosidade. Testes de campo feitos em usina demonstraram que a redução desses custos aumenta o lucro líquido da empresa em mais de 4%.
A norueguesa Yara, uma das principais produtoras de fertilizantes do mundo, anunciou um aporte de R$ 1 bilhão no complexo industrial do Rio Grande do Sul. Somado aos outros investimentos já comunicados pela empresa – R$ 1 bilhão para dois projetos greenfield de
produção de rocha fostática em Minas Gerais e no Ceará e R$ 41,4 milhões numa planta de fertilizantes foliares e micronutrientes em Sumaré (SP) – o aporte chega a R$ 5 bilhões. O Brasil é o maior mercado da empresa e onde a Yara concentra o maior número de funcionários.
Mais crédito para suinocultura
O Brasil entrou com novos contenciosos na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a Indonésia e Tailândia. No primeiro caso, a queixa está relacionada às dificuldades impostas para a entrada de carne bovina halal (abatida segundo os costumes muçulmanos) brasileira e também às barreiras técnicas levantadas pelo país, que não reconhece o princípio de regionalização do Acordo de Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias.
No segundo caso, o contencioso é contra os subsídios proibidos dados pelo governo tailandês aos seus produtores de açúcar. Em nota, o Itamaraty diz que essas medidas “têm afetado artificialmente as condições de competitividade internacional do açúcar, em detrimento das exportações brasileiras, cuja participação no mercado global caiu mais de 5% entre 2012 e 2014, com prejuízos anuais da ordem de US$ 1 bi”.
JAIRO BACKES / EMBRAPA
Brasil abre questões na OMC contra Indonésia e Tailândia Em sessão extraordinária na segunda quinzena de abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a ampliação do limite de crédito para retenção de suínos que cada criador tem direito. A linha de crédito com recursos do Plano Safra era de R$ 1,2 milhão e passa a ser de R$ 2,4
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milhões. Em nota, o Ministério da Fazenda informou que “a medida visa a apoiar os suinocultores que estão passando por dificuldades em função do aumento do custo da ração, afetado pela valorização do milho, e da queda das exportações de carne suína”.
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IMÓVEIS RURAIS
Cadastro Ambiental Rural vai até 5 de maio
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ia 5 de maio é data-limite de adesão ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). Trata-se de um registro eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais, que foi instituído pelo Código Florestal, aprovado em 2012. O cadastro é uma ferramenta de gestão ambiental e contribui para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais vegetações nativas do Brasil. Ao preencher o CAR, o agricultor informa qual é a situação na sua fazenda das Áreas de Preservação Permanente (APP), áreas de Reserva Legal (RL), de florestas, de remanescentes de vegetação nativa e de locais para produção agropecuária. Os dados podem ser enviados pela internet por meio do Sistema Nacional do Cadastro Ambiental Rural (Sicar). De acordo com o último boletim divulgado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB),
já foram cadastrados 2,65 milhões de imóveis rurais, o equivalente a uma área de 279,6 milhões de hectares – 70,3% do total que precisa ser cadastrado. A região Norte está na dianteira com 85,8% da área inscritos. Na sequência estão as regiões Sudeste com 71,4%; Centro-Oeste com 67,9%; Nordeste com 43% e Sul com 41,4%. O cadastro é o passo obrigatório para adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA) e quem se inscrever no prazo terá benefícios como: não ser autuado por infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008; a não obrigatoriedade de averbação da RL no cartório de registro de imóveis; a dedução das APPs, RL e áreas de uso restrito da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural-ITR; a possibilidade de regularização das APPs e RL suprimidas ou alteradas até julho de 2008; a obtenção de crédito agrícola em
ANDRÉ FACHINI MINITTI / EMBRAPA
Agricultor deve regularizar seu passivo ambiental, como áreas de preservação permanente, reserva legal e lavoura
Código Florestal: 70,3% da área referente a propriedades rurais já foram cadastrados todas as modalidades com juros menores; a contratação de seguro agrícola com condições mais favoráveis; o acesso a linhas de financiamento para iniciativas de preservação voluntária de vegetação nativa e isenção de impostos para os principais insumos e equipamentos.
Os produtores poderão fazer o cadastramento após 5 de maio, mas não terão direitos às vantagens previstas no PRA do Código Florestal. Além disso, a partir de 2017, quem não estiver inscrito no CAR pode ter dificuldades no momento de requerer crédito agrícola das instituições financeiras.
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PALAVRA DA FAESP
Agrishow 2016
Nesta edição da Agrishow, em um ano marcado por desafios políticos e econômicos, o agronegócio continuará a ter papel fundamental para levar a nação à retomada do crescimento. Por esta razão, a realização da Agrishow – uma feira internacional, das maiores do mundo – será uma oportunidade de reafirmação do agronegócio como protagonista da economia brasileira, com destaque para a moderna tecnologia, fator importante da sustentabilidade da agricultura, contribuindo para o incremento da produtividade e a redução dos custos de produção. Com essa visão positiva em relação ao agronegócio e sua importância para o desenvolvimento do País, será realizada a 23ª edição da Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, entre os dias 25 e 29 de abril, em Ribeirão Preto, no interior paulista. A mostra é uma iniciativa de reconhecidas entidades do segmento: Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) e Sociedade Rural Brasileira (SRB). A organização fica a cargo da Informa Exhibitions, integrante do Grupo Informa, referência na promoção de feiras, conferências e treinamento. O evento é uma vitrine tecnológica para produto-
res, trabalhadores, técnicos, importantes segmentos industriais e demais agentes do setor interagirem entre si e com as empresas industriais e de serviços que atuam no campo. A Agrishow é, sem dúvida alguma, o grande marco da agricultura nacional, onde novos lançamentos, tendências e inovações tecnológicas são apresentados à cadeia de produção. A feira contribui decisivamente para a lançamento de avanços tecnológicos na nossa valiosa indústria de máquinas agrícolas, que auxilia no crescimento da produção agropecuária, elevando os ganhos de produtividade e eficiência, qualidade essencial do moderno agronegócio. Embora atravessemos um momento difícil da economia do País, o agronegócio com a sua sempre presente ação desenvolvimentista tem auxiliado o equilíbrio da balança comercial, contribuindo assim para vencer a desaceleração econômica. No ano passado, a economia brasileira registrou uma queda de 3,8% no Produto Interno Bruto (PIB), a agropecuária foi o único setor que cresceu, computando uma alta de 1,8% no PIB. O desempenho do campo contribuiu para o superávit de US$ 19,7 bilhões da balança comercial brasileira. O setor fechou o ano com exportações de US$ 88,2 bilhões e importações que somaram US$ 13,1 bilhões, resultando em um saldo positivo de US$ 75,15 bilhões.
Para o agronegócio, assim como para a economia de forma geral, o pior cenário é o desacerto que tem marcado o setor público. Entre outros prejuízos, essa situação compromete os planos de investimento, afetando a continuidade do crescimento do setor. Entretanto, em razão do potencial sólido do agronegócio, acreditamos que, após a superação deste momento turbulento, teremos as condições de retomar o forte ritmo de expansão dos últimos anos. Esperamos que o campo em 2016, continue a crescer com pleno êxito, mantendo-se assim, como um forte sustentáculo da economia nacional. Com contínua evolução tecnológica, com a força que vem do campo, que continua auxiliando os setores econômico e social, e com isto, impulsiona de forma objetiva e forte os próprios interesses nacionais. A organização da Agrishow deixa claro que a agropecuária nacional se mantem de pé, dando a melhor contribuição aos interesses econômicos e sociais do País, gerando com isso empregos, abastecimento de mais de 200 milhões de brasileiros, exportando os seus excedentes, cumprindo seus compromissos ao redor do mundo, sem deixar de contribuir com o efetivo desenvolvimento da economia nacional.
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Fábio de Salles Meirelles Presidente da Agrishow Presidente do Sistema FAESP-SENAR/SP
DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO AGRISHOW
O agronegócio superando os desafios
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CAPA
Agrishow começa com boa expectativa
DIVULGAÇÃO AGRISHOW
Máquinas são o destaque da maior feira agrícola do País, que tem previsão de manter o mesmo faturamento de 2015
Organizada na cidade de Ribeirão Preto (SP), a feira ocupa 440 mil metros quadrados e espera receber 160 mil visitantes
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timismo é o tom da mais expressiva das feiras agrícolas, a Agrishow, que está em sua 23ª edição e acontece de 25 a 29 de abril, em Ribeirão Preto (SP). Apesar da crise econômica e política que assola o Brasil, a expectativa é manter o resultado de 2015: um faturamento de R$ 1,9 bilhão. A previsão está alicerçada nos números do setor. Ano passado, o agronegócio foi o único segmento da economia que registrou alta (1,8%) no Produto Interno Bruto (PIB). O clima colaborou e os produtores brasileiros colheram uma safra recorde de grãos de 209,5 milhões de toneladas. Embora o valor das commodities tenha caído, muitos estão capitalizados por conta do efeito câmbio: o dólar do custeio estava bem mais baixo que o dólar no momento da venda. “A feira é uma oportunidade para o agricultor conhecer o avanço tecnológico do agronegócio, aumentar sua produtividade e diminuir o custo operacional”, diz Fábio Meirelles, que preside a Agrishow e a Federação da
Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp). Uma das maiores feiras do setor na América Latina, a Agrishow é palco de tendências do que há de mais moderno em termos de inovação para o homem do campo. Há mais de 800 marcas confirmadas para esta edição, entre elas empresas de máquinas, implementos, motores e veículos (picapes, utilitários esportivos, caminhões, além de aviões agrícolas), sistemas de irrigação, agricultura de precisão, monitoramento, automação, software, hardware, etc. As grandes marcas de máquinas agrícolas têm
800
marcas estão confirmadas na 23ª edição da Agrishow
estande cativo no evento. É o caso de Case IH, New Holland, John Deere, Valtra e Massey Ferguson. Algumas terão lançamentos, outras consolidarão novidades apresentadas no ano passado. “A disponibilidade de linhas de crédito para investimentos em máquinas com taxa de juros atrativas, de 7,5% a 9% ao ano, nos faz acreditar em um bom resultado na Agrishow”, diz Alexandre Assis, gerente de vendas da Valtra. “Existe espaço para a renovação de frota pela abertura de novas áreas, pela busca constante de maior produtividade, pelo aumento de mecanização dos pequenos produtores, fortemente impulsionados por programas governamentais, como o Mais Alimentos e o Pró-trator”, diz Christian Gonzalez, diretor de Marketing da Case IH. NOVIDADES Apesar da crise, a Case IH está confiante e investiu US$ 40 milhões para o lançamento dos seguintes produtos: o modelo 2016 da colhedora de cana A 8800, a série 130
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de colheitadeiras Axial-Flow e os novos tratores da linha Puma. Para 2016, a expectativa da marca é de continuar crescendo, especialmente com as novas colheitadeiras Axial-Flow Série 130, que foram desenvolvidas com o conceito de Efficient Power da Case IH, que oferece recursos tecnológicos para o agricultor produzir mais com custos operacionais menores. O otimismo também abrange o setor sucroenergético. “As projeções apontam que tanto o etanol quanto o açúcar terão preços bons e as usinas conseguirão vender bem. Ciclos positivos para os dois produtos em uma única safra não ocorriam desde a safra 2005/2006”, diz Gonzalez. O lançamento da marca para o segmento, a colhedora A 8800, tem um menor desgaste e chega a operar 3 mil horas por safras. “A versão 2016 tem sistemas de filtragem aumentando o intervalo de troca e reduzindo a quantidade de filtros, principalmente no sistema hidráulico”, diz o diretor. Na edição passada, a Valtra apresentou ao mercado a colhedora de cana-de-açúcar BE 1035, que tem como diferencial as soluções de eletrônica. “Ela tem um sistema de telemetria, que permite o monitoramento da máquina em tempo real, feito pela fábrica, pela concessionária Valtra ou pelo cliente”, explica Assis. “Por meio do sinal de celular, a máquina emite suas condições de funcionamento. Da fábrica é possível saber se ela teve ou terá alguma necessidade de ajuste. Eu consigo identificar até se o operador está fazendo alguma coisa errada, como colher com velocidade acima do recomendado”, acrescenta.
“O agricultor busca tecnologia, controle de custos, facilidade de manutenção, segurança e conforto na jornada” RODRIGO BONATO, DIRETOR DE VENDAS DA JOHN DEERE
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anos, que teve seu auge em 2013, quando o faturamento da Agrishow atingiu a casa de R$ 2,6 bilhões. “Acreditamos que 2016 abre um novo ciclo e estamos otimistas”, afirma Bonato. “Muitas negociações começam antes e são fechadas durante o evento. Outras, ao contrário, são relações que começam na feira e são concretizadas mais adiante”, diz. RAIO X DA AGRISHOW Nesta edição, os organizadores melhoraram a infraestrutura do local: mais ruas e avenidas foram asfaltadas, construíram novos banheiros de alvenaria e reformaram uma das entradas do evento. Além disso, haverá ônibus circulando pela feira para facilitar a locomoção dos visitantes. A área do Núcleo de Tecnologia e Demonstração de Campo é uma das grandes atrações do evento. Nela estão plantadas culturas como cana, milho e soja, e os visitantes poderão conferir in loco como funcionam máquinas, implementos e equipamentos. Também haverá locais para a apresentação do sistema Santa Fé de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) da Embrapa.
DIVULGAÇÃO VALTRA
Com soluções para todas etapas do ciclo da cana – carregadoras, transbordos, plantadoras, pulverizadores, tratores e colhedoras –, a Valtra iniciou a produção em série da colhedora BE 1035 no segundo semestre de 2015 e pretende encerrar 2016 com uma fatia de 10% do mercado doméstico, o equivalente a 60 unidades. A John Deere também espera consolidar as colhedoras de cana CH 570 e CH 670, lançadas no ano passado. “O agricultor busca cada vez mais tecnologia, controle de custos, facilidade de manutenção, segurança e conforto na jornada”, diz Rodrigo Bonato, diretor de vendas da John Deere. No quesito produtividade, a família de colhedoras CH 570 e CH 670 traz o econoflow, um novo sistema de alimentação, limpeza e hidráulico, que reduz o consumo de combustível em até 8%, melhora a limpeza da cana colhida, aumenta o rendimento e emite menos carbono. Além disso, a John Deere tem um serviço de pós-venda – que inclui otimização de equipamentos e frotas e agricultura de precisão – com mais de 270 pontos espalhados pelo Brasil. Segundo Bonato, 2015 encerrou um ciclo agrícola de três
Colhedora Valtra BE 1035 tem sistema de telemetria para monitoramento em tempo real Para promover a difusão de conhecimento técnico, a Agrishow 2016 contará com um canal de conteúdo, que disponibilizará artigos, entrevistas e materiais técnicos em formato ebook. É só entrar no site oficial da feira (www.agrishow.com.br) e clicar na aba “Blog”. Os interessados também podem baixar o aplicativo do evento. Uma vez cadastrado, o usuário poderá trocar mensagens com outros usuários e agendar reuniões de relacionamento e negócios. O visitante ainda pode selecionar
os estandes que pretende conhecer, que o app traça a melhor rota. Os ingressos custam R$ 34 e estão disponíveis na bilheteria do evento e na internet. A compra on-line deve ser feita por meio do site da feira. Pessoas físicas ou jurídicas podem fazer a aquisição, com pagamento via cartão de crédito ou PayPal. Quem fizer a compra on-line deverá retirar seu ingresso nos guichês da entrada Norte, que terá atendimento exclusivo para esses visitantes.
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CANA-DE-AÇÚCAR
Setor sucroenergético sinaliza retomada
NEIDE MAKIKO FURUKAWA / EMBRAPA
Falta de açúcar no mercado mundial e alta do preço da gasolina indicam dias melhores na indústria canavieira
Segundo a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Elizabeth Farina, a indústria do setor segue com investimentos para aumento da produtividade
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ma série de fatores aponta para um horizonte favorável ao setor sucroenergético. No primeiro trimestre de 2016, açúcar e etanol registraram melhora nos preços. No caso do biocombustível, a alta foi reflexo de medidas implementadas no ano passado: aumento da mistura de etanol à gasolina, de 25% para 27,5%, volta da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina (R$ 0,10 por litro), ajuste de 6% do preço da gasolina feito pela Petrobras e também do PIS Confins e ICMS em vários Estados. “A produtividade também cresceu, passou de 74 toneladas por hectare para 83 toneladas. Isso, aliado ao aumento dos preços médios, resultou em um bom momento para o setor, que
há muito tempo não via a cor azul”, afirma Elizabeth Farina, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Há uma década, o segmento vivia seu apogeu com os contratos de açúcar na bolsa de Nova York sendo negociados por 28 centavos de dólar por libra peso. O preço da commodity levou muitos a investir na construção de novas usinas. O momento também era favorável ao etanol: EUA e Europa discutiam políticas de energias renováveis e o presidente do Brasil na época, Luiz Inácio Lula da Silva, aproveitava as viagens internacionais para divulgar o biocombustível nacional. Mas a crise do mercado imobiliário norte-americano em 2008 afetou o mundo e acarretou a queda do preço do açúcar.
“Se a participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira se consolidar em um conjunto de incentivos, como diferenciação tributária, o investimento tem espaço para aparecer” ELIZABETH FARINA, PRESIDENTE DA UNIÃO DA INDÚSTRIA DE CANA-DE-AÇÚCAR
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O governo brasileiro lidou com a recessão mantendo o preço da gasolina baixo. “Talvez isso tenha amenizado os efeitos da crise num primeiro momento, mas estendeu para a indústria da cana-de-açúcar”, diz Elizabeth. “O etanol represado pela gasolina mantida baixa atrapalhou fortemente, mas o vetor decisivo da crise no setor foi a queda dos preços dos contratos de açúcar em Nova York, de 28 centavos de dólar por libra peso para 12 centavos”, explica Maurício Muruci, analista da consultoria Safras & Mercados. A consequência foi o endividamento do segmento que se arrasta até hoje, sobretudo para financiamentos em dólar. O Brasil tem 379 usinas, sendo 305 na região Centro-Sul. Desde 2008, 85 fecharam e 70 es-
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tão em recuperação judicial. “O mercado de capitais está fechado para quem está endividado”, afirma Muruci. Neste caso, a impossibilidade de pegar o crédito leva os usineiros a vender o etanol para ter fluxo de caixa, o que causa o recuo dos preços. Mas o horizonte está aberto para o setor. “Esta safra internacional de açúcar vai ter um déficit de oferta entre 3,5 milhões e 5 milhões de toneladas. Para a próxima safra, a projeção é ainda maior, entre 6,2 milhões e 9 milhões de toneladas”, diz o analista. Além disso, há uma potencialidade da indústria canavieira ser beneficiada pelos compromissos assumidos pelo Brasil na 21ª Conferência das Partes (COP21), que reuniu
24 mil
litros de etanol por hectare é a perspectiva de produção que a Unica tem para os próximos dez anos quase 200 países, em Paris, para discutir o combate das mudanças climáticas. O acordo deve ser ratificado hoje em Nova York.
PROJEÇÕES POSITIVAS O aumento para 18% da participação de biocombustíveis na matriz energética até 2030 é uma das contribuições pretendidas pelo Brasil. “Isso implica na oferta de 50 bilhões de litros de etanol. É quase dobrar a produção atual, que está na ordem de 28 bilhões de litros”, diz Elizabeth. “Mas metas são apenas metas. Se não houver um conjunto de ações e políticas públicas, dificilmente serão alcançadas”, ressalta a presidente da Unica. Previsibilidade é que o setor sucroenergético precisa para retomar os investimentos em capacidade de processamento. Mas o Brasil vive um momento de volatili-
dade e não há previsão, por exemplo, de como será a política de preço da gasolina. “Se a participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira se consolidar na forma de um conjunto de incentivos, como diferenciação tributária, o investimento tem espaço para aparecer”, observa Elizabeth. A indústria, inclusive, não cessou os aportes em inovação. “É um esforço para avançar em novas variedades de cana, novas formas de plantio, aumentar a produtividade, reduzir custos, evoluir no etanol de segunda geração. Temos a perspectiva de que, nos próximos dez anos, passaremos de 7 mil litros de etanol por hectare para 24 mil litros”, acredita.
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HIDROVIAS
Trecho da hidrovia Tietê-Paraná é liberado
Após 22 meses paralisado, segmento paulista volta a funcionar, facilitando o escoamento de soja, milho e celulose
DIVULGAÇÃO ANTAQ
é a mesma hoje. O pessoal da MRS, que transportava para nós, teve que procurar outra carga neste período de interrupção de 22 meses”, diz o vice-presidente. A retomada ocorreu após esforços do Governo de São Paulo, por meio das Secretarias de Energia e de Logística e Transportes, junto ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), do Governo Federal. O pleito foi para garantir a cota mínima dos reservatórios das usinas de Ilha Solteira e Três Irmãos e assegurar a passagem de barcos de maior calado. As chuvas registradas no final do ano passado ajudaram no processo.
Um comboio da hidrovia carrega 6 mil toneladas, carga equivalente à transportada por 200 caminhões; economia chega a 30%
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m maio de 2014, a seca registrada em São Paulo e os baixos níveis dos reservatórios de água das usinas de Três Irmãos e Ilha Solteira levaram à interrupção do trecho paulista da hidrovia Tietê-Paraná entre a eclusa da primeira hidrelétrica e a do canal de Nova Avanhandava, em Buritama (SP). A paralisação afetou o transporte de cargas de longo curso, sobretudo soja e milho originados em São Simão (GO), e madeira e celulose provenientes de Três Lagoas (MS). “Fechar uma hidrovia é um crime ambiental. O transporte hidroviário é muito mais eficiente. A distância percorrida transportando uma tonelada de carga com um litro de combustível via hidrovia é de 220 km – na ferrovia são 85 km e, na rodovia, 25 km”, diz César Borges
Av. Eng. Caetano Álvares, 55 - 6º andar, São Paulo-SP CEP 02598-900 E-mail comercial gabriela.gaspari@estadao.com
de Souza, vice-presidente da Caramuru Alimentos, maior processadora de grãos de capital nacional. A Caramuru produz soja, milho e canola e foi extremamente prejudicada com a paralisação. A unidade da empresa em São Simão foi concebida por causa da hidrovia. A soja produzida na região segue por barcaças até Pederneiras (SP), onde é feito o transbordo, e prossegue via trem para o Porto de Santos. Um comboio padrão da hidrovia carrega 6 mil toneladas, o equivalente à carga de 200 caminhões. Anualmente, a Caramuru transporta cerca de 1 milhão de toneladas de grãos via rio. Em 2014, foram apenas 120 mil e, no ano passado, tudo seguiu via rodovia, o que resultou num custo logístico 30% maior.
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milhões de reais é a previsão da obra para aumentar em 2,4 metros a profundidade de 10 km da hidrovia Tietê-Paraná A liberação da hidrovia ocorreu no fim de janeiro. A Caramuru está retomando o seu fluxo habitual, mas não sem perdas. “Estamos enfrentando dificuldades porque a oferta que tínhamos de trem já não
AMPLIAÇÃO DO CANAL A lei federal nº 9.433/1997, que institui os usos múltiplos das águas e a prevalência do setor elétrico sob os demais, interfere na navegação e piscicultura. “Está em discussão na Agência Nacional de Águas (ANA) a outorga do uso da hidrovia. O Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo (DH) protocolou no Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) a documentação do trecho do Tietê, mas há necessidade de que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) faça a outorga conjunta, uma vez que o reservatório de Três Irmãos está interligado ao de Ilha Solteira”, informou a a assessoria de imprensa do DH. A hidrovia Tietê-Paraná tem 2,4 mil km de extensão – 1,6 mil km no rio Paraná e 800 km no rio Tietê – e uma capacidade de movimentação de 6 milhões de toneladas de carga por ano. Em 2015, foram transportadas 4,5 milhões. Recentemente, o DH abriu um edital para a ampliação do canal de Nova Avanhadava, uma obra de R$ 289,6 milhões que prevê aprofundar em 2,4 metros um trecho de 10 km da hidrovia, com o objetivo de ampliar a capacidade de transporte para 11 milhões de toneladas de carga por ano. A concorrência se encerra no dia 3 de maio.
Diretor de Projetos Especiais e Jornalista responsável Ernesto Bernardes - MTB 53.977 SP; Gerente de Conteúdo Bianca Krebs; Diretor de Arte João Guitton; Gerente Comercial Gabriela Gaspari; Analista Comercial Jaqueline de Freitas; Gerente de Planejamento Andrea Radovan; Assistente de Planejamento Julia Santos; Coordenadora Digital Carolina Botelho; Coordenadora de Operações e Atendimento Larissa Ventriglia; Colaboradores - Livia Andrade (reportagem); Lilian Rambaldi (revisão); Diego Meneghetti (arte) e Caio Stancati (Assistente de operações e conteúdo)
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