Terapia da Fala Drª Eva Viegas

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Terapia da Fala

E va V i e g a s terapeuta da fala

pós-graduação em Motricidade oro facial pelo instituto formador epap


dra eva viegas licenciada em terapia da fala

índice

pela escola superior de saúde da universidade do algarve pós-graduada em motricidade oro-facial pelo instituto EPAP algumas das palestras/cursos que tenho vindo a frequentar, na área de terapia da fala: - Co-autora da publicação científica em Terapia da Fala e respetiva participação nas I Jornadas em Terapia da Fala do Centro Hospitalar de Lisboa Central em colaboração com a APTF: Viegas, Eva; Jesus, Jéssica; Santos, Gabriela; Rodrigues, Susana; Silva, Sónia., Sistemas de Comunicação Aumentativa e/ou Alternativa utilizados na Esclerose Lateral Amiotrófica, 22 de outubro de 2016 - Palestra “Biberões, Chupetas e Dedos da Mão, Eis a questão” - Palestra sobre o Autismo e o The Son-Rise Program - Formação Internacional em ESTIMULAÇÃO MULTISSENSORIAL e SNOEZELEN Módulo I - Formação Inicial em Terapia de Snoezelen - Curso de Formação Profissional «Avaliação e Intervenção Terapêutica na Gaguez Infantil» - Curso “Avaliação e Intervenção em Crianças com Dificuldades de Leitura e Escrita – Módulo I” - Palestra “Ortopedia Funcional dos Maxilares” - Curso “Aplicação da Banda Neuromuscular em Terapia da Fala – Curso Especializado” - Palestra “Intervenção do Terapeuta da Fala em pessoas com disfagia em contexto de Unidades de Cuidados Intensivos” - Conferência “Biolinguística e aquisição da Linguagem: traços e dependências”

Trabalho Realizado pelo Formando, João Madeira no curso de Operador de Pré-Impressão Na Assosiação Existir - Loulé Associação para a Intervenção e Reabilitação de Populações Deficientes e Desfavorecidas

A Terapeuta da fala -----------------------------------------------------05 Perguntas Frequentes dos 2 aos 6 anos -------------------------06 O Papel Da Trapia da Fala na Reabilitação Pós - AVC --------13 Quem sou eu Eva Viegas ------------------------------------------------14 Jogo “Aprender a Ler e Escrita” -------------------------------------24


Existem diversas áreas na Terapia da Fala das quais destacamos: Comunicação Profissional Num mercado cada vez mais exigente, competitivo e repleto de profissionais competentes e clientes exigentes, a diferenciação poderá estar na clareza com que as ideias são transmitidas, associada à credibilidade e profissionalismo. Visa-se o aperfeiçoamento das competências comunicativas com vista a uma comunicação mais eficaz, quer dentro da própria empresa como nas suas comunicações para o exterior.

A TERAPEUTA DA FALA

É a profissional responsável pela prevenção, avaliação, intervenção, e estudo científico

Voz Profissional

das perturbações da comunicação humana,

A voz humana é um veículo comunicativo de excelência. Quando utilizada profissionalmente e intencional, está associada a padrões de estética, deve transmitir credibilidade e ter a resistência suficiente para as funções que desempenha.

englobando não só todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem oral e escrita mas também outras formas de comunicação não verbal.

Geriatria

A Terapeuta da Fala

A Terapeuta da Fala

intervém, ainda, ao nível da deglutição (passagem segura de alimentos e bebidas através da orofaringe de forma a garantir uma nutrição adequada).

pode exercer as suas funções em instituições de prestação de cuidados de saúde primários, diferenciados e continuados (centros de saúde, hospitais, centros de medicina de reabilitação), instituições particularesde solidariedade social, instituições de reinserção social, centros de dia, lares de idosos, creches e jardins de infância, escolas do ensino básico e secundário, estabelecimentos de ensino particular e cooperativo, área da investigação e/ou docência, unidades de investigação, universidades públicas e privadas, consultórios/gabinetes/clínicas privadas, domicílio dos utentes e empresas de cuidados ao domicílio.

A Terapeuta da Fala avalia e intervém em indivíduos de todas as idades, desde recém-nascidos a idosos, tendo por objetivo geral otimizar as capacidades de comunicação e/ou deglutição do indivíduo, melhorando, assim, a sua qualidade de vida .

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A evolução natural da população e a tendência para o seu envelhecimento leva ao aumento do número de indivíduos com doenças incapacitantes. Verifica-se ainda um envelhecimento saudável, com mudanças funcionais graduais e que possibilitam a adaptação a um novo ritmo e mantendo a qualidade de vida. Neste sentido, o TF pode intervir em idosos com ou sem patologia, visando a sua adequação, adaptação, reabilitação ou manutenção das capacidades linguísticas e de deglutição. A Terapia da Fala? Tem atualmente desempenhado um importante papel relativamente à comunicação de líderes, políticos, gestores, cantores, atores, professores, educadores, operadores de telemarketing, e demais cargos com elevada exigência a nível da comunicação. Qual o papel do Terapeuta da Fala? O Terapeuta da Fala trabalha todas as áreas relacionadas com a comunicação humana em todos os seus contextos. É o profissional de saúde responsável pela prevenção, avaliação, tratamento e estudo científico da comunicação e perturbações relacionadas. Falamos dos processos associados à compreensão e produção da linguagem oral e escrita, e da comunicação não verbal. As perturbações reportam-se à fala e à linguagem, ao funcionamento auditivo, visual, cognitivo, muscular oral, respiratório, vocal e à deglutição.

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Perguntas Frequentes dos 2 aos 6 anos

Nesta profissão consigo conciliar estes dois gostos, ajudar pessoas. e trabalhar numa área de reabilitação da saúde e educação.

1. O que devo fazer se a criança troca os “R” por “L”? Em primeiro lugar, é importante saber a idade da criança de que estamos a falar, isto porque a aprendizagem dos sons da linguagem é gradual e surgem com o desenvolvimento. O som /r/ é dos últimos sons a surgir nas crianças, pelo que se, se tratar de uma criança até aos 4 ou 5 anos, é aceitável que o som ainda não esteja assimilado. Daí para a frente, se esta troca permanecer deve consultar um terapeuta da fala para verificar se é necessária intervenção a esse nível ou não. 2. O meu filho tem 2 anos, não fala nada e aponta quando quer algo. É um comportamento normal? Aos dois anos já existem um conjunto de competências que a criança deveria ter adquirido No caso de a criança não produzir som algum, mesmo que não sejam “palavras” deve consultar um otorrinolaringologista para verificar a sua audição. Após obter o resultado dos exames, sugerimos que consulte um terapeuta da fala para avaliar a criança e indicar intervenção, se for necessário.

3. A minha filha fala muito mas não entendo o que ela diz. Devo esperar que ela melhore sozinha? O falar é bom sinal mas se não compreende o que ela lhe diz, estamos perante um problema de ininteligibilidade, ou seja, a criança recorre à fala para transmitir uma mensagem que tem um conteúdo e, possivelmente, uma forma, mas não articula claramente os sons que a constituem. Nestes casos e, mais uma vez , consoante a idade da criança e as competências que correspondem à sua faixa etária, deve consultar um terapeuta da fala. Em caso de intervenção, o terapeuta irá fornecer à criança o modelo correto do som e explicará como deve fazer para o produzir. 4. Estou constantemente rouca, logo de manhã ou ao fim do dia, principalmente quando uso muito a voz ou falo muito alto com as crianças. Como posso evitar que isso aconteça? Aparentemente, a sua rouquidão terá origem no facto de esforçar e abusar da sua voz com frequência. Assim, o primeiro passo que deve fazer é evitar ao máximo esse abuso tentando falar menos e usando o seu tom normal. Isto porque, ao falar alto e muito está a esforçar as suas cordas vocais o que, consequentemente, leva a que fique rouca. Se a rouquidão for progressiva e/ou persistente por mais de 2 semanas consulte o seu médico Otorrinolaringologista, para fazer um despiste de outras causas que não o esforço/abuso vocal.

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TF, EVA VIEGAS

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Desde bastante cedo que sempre soube que na minha profissão queria ajudar pessoas 8. Tenho familiares que gaguejam e o meu filho de 3 anos, por vezes hesita muito antes de dizer algo, será gago?

5. Com que idade é suposto as crianças dizerem “frases correctas”?

Primeiro, é importante distinguir a gaguez da defluência. A gaguez é a repetição involuntária, prolongamento ou bloqueio que interrompe o fluxo normal da fala.

Se por frases corretas entende as que se formam por “Sujeito-Verbo-Objecto (SVO)” (por exemplo: A Sofia come o pão), as crianças adquirem essa competência entre os 2 e os 3 anos. As frases serão simples e talvez com erros de concordância e de género mas a estrutura gramatical será correcta se for SVO (por exemplo: Sofia come pão). Quanto às frases corretas a todos os níveis gramaticais, essas surgiram por volta dos 4 ou 5 anos em que os plurais, preposições, complementos diretos e indiretos, entre outros, são usados pela criança.

Já a defluência, é um problema normal de linguagem que consiste em fazer pausas, repetir palavras/ sons, seja no início da frase ou no fim, por a criança estar a pensar como a deve terminar. Surge sobretudo entre os 2 e os 5 anos de idade (anos de desenvolvimento rápido da linguagem), porém a maioria das crianças que tiveram este problema não vieram a desenvolver gaguez.

6. O meu filho começou a gaguejar em algumas palavras. Isto passa ou devo procurar ajuda? A disfluência fisiológica, conhecida como gaguez, é comum até aos 5 anos de idade e tende a desaparecer com o desenvolvimento da criança. Tal acontece por consequência do processo de aprendizagem que a criança está a passar, isto é, o seu pensamento poderá ser mais rápido que a capacidade de produzir as palavras que quer transmitir. Quando tal acontecer, deve deixar a criança terminar a ação sozinha, pois completar a palavra por ela ou corrigi-la poderá ter o efeito contrário ao que pretende. Dê tempo para que organize o seu pensamento e termine a palavra. Caso verifique que a situação se prolongou e não é passageira consulte um terapeuta da fala para esclarecer as suas dúvidas.

A gaguez pode ter origem em diversos factores (físicos e emocionais, por exemplo) ou diretamente ligados a diferentes contextos, como a escola e a família. No que se refere à hereditariedade, segundo os estudos realizados não é tanto a gaguez que é hereditária, mas antes os padrões particulares do desenvolvimento da linguagem. Se verificar que o seu filho se enquadra num deste aspetos e deseja ajudá-lo a ultrapassar essa dificuldade deve consultar um terapeuta da fala.

7. O uso da chucha para lá dos 2 anos, prejudica o desenvolvimento da linguagem? O uso da chucha pode prejudicar a fala das crianças. É necessário estar atento quanto aos problemas que o uso tardio da chucha podem causar. Vários estudos comprovam a influência negativa da chucha na dentição e o favorecimento da incidência de bactérias. Mas o problema poderá ir mais além, pois ao comprometer a dentição consequentemente prejudicará a fala da criança. É necessário que a criança tenha uma estrutura oral “normal”, ou seja, os dentes bem encaixados, para uma correta articulação dos fonemas/sons. As chuchas também podem contribuir para que o bebé se acostume a respirar pela boca, alterando assim a produção dos sons.

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11. Acho que o meu filho não sabe mastigar, sempre que lhe dou alimentos sólidos ele cospe o alimento ou engasga-se. O que devo fazer?

As sessões de terapia da fala que eu realizo, são de 45mints/1h, dependendo da pessoa e da sua capacidade de atenção e concentração, e das áreas que queremos trabalhar

9. Quando estou a apoiar a minha filha a fazer os trabalhos de casa, notei que ela troca com frequências as letras “d” e “b”, estará relacionado com as suas dificuldades de leitura e escrita na escola? Perante a situação descrita, existem várias hipóteses para essa “confusão” entre aquelas letras: dislexia, perturbação da leitura e escrita ou perturbação do processamento auditivo. A primeira consiste numa dificuldade de aprendizagem específica, cujos sintomas facilmente se confundem com outras patologias. A Perturbação do Processamento Auditivo (PPA) é, por sua vez, uma disfunção auditiva que impede a capacidade de reconhecer e interpretar os sons, tendo como consequência problemas ao nível da linguagem e da aprendizagem. Por vezes, trocar as letras na escrita e ter dificuldades na compreensão dos textos são sintomas comuns entre estas duas patologias. Neste caso, a semelhança fonológica (som) e ortográfica (escrita) das letras é grande o que pode trazer confusão à criança a esses dois níveis. Para fazer o despiste consulte um terapeuta da fala.

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10. Tenho dois meninos gémeos com 4 anos que usam uma linguagem que ninguém entende a não ser eles os dois. Isto é “normal”? No caso das crianças gémeas, a aquisição e o desenvolvimento da linguagem pode ocorrer normalmente, porém o inverso também pode acontecer. Os fatores que criam essa situação, poderão ter origem biológica (prematuridade, baixo peso, etc.) ou ser de aspetos internacionais (grande cumplicidade entre os gémeos com criação de códigos próprios, atenção partilhada com a mãe, competição durante o processo de comunicação, dificuldade no estabelecimento de uma identidade própria ou tempo de estimulação menor). Estas situações, por vezes, dão lugar aquilo que muitos dominam de “linguagem secreta” entre os gémeos, que apenas eles compreendem. Esta define-se numa forma de comunicação própria, que se manifesta através de códigos verbais ou não verbais. Caso esta situação esteja a perturbar que os seus filhos aprendam a “linguagem normal” após os 2 anos, consulte um terapeuta da fala.

Nos dias de hoje, as crianças apresentam mais dificuldades nas transições alimentares, estando associados hábitos orais tardios, alterações de integração sensorial oral, que aumentam essas dificuldades. Estas aparecem muitas vezes pela introdução tardia da variação alimentar ao nível da consistência, textura e sabor. Como resposta às dificuldades apresentadas na introdução de texturas menos pastosas e com consistências mistas, a criança poderá apresentar alguns destes comportamentos: náusea ao olhar para os alimentos, reflexo do vómito exagerado, cuspir o alimento, engasgos, manter o alimento na boca guardando-o na bochecha, entre outros. É de salientar que muitos destes comportamentos, tanto ao nível do desenvolvimento sensorial global como oral, nalgumas crianças são devido a já apresentarem de alguma forma, uma maior predisposição para estas dificuldades. Os cuidadores da criança deverão persistir nessa transição da consistência alimentar no seu tempo adequado, sem frustrar a criança mas evitando que esta adquire “cisma” àquele tipo de alimentos. Caso as suas dúvidas persistam ou necessite de uma avaliação mais aprofundada, consulte um terapeuta da fala.

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O papel da terapia da fala na reabilitação pós - AVC

Muita da intervenção de um terapeuta da fala, na população adulta destina-se a pessoas que sofreram uma lesão cerebral, como por exemplo, após um AVC. Diversos estudos comportamentais e de neuroimagem têm confirmado que a terapia da fala é um fator positivo, eficaz e de grande influência na recuperação pós-AVC, tanto nos casos de alterações da comunicação (fala), como da deglutição e da linguagem.

1. Em primeiro lugar, é feita uma recolha e análise da informação clínica e biográfica da pessoa, cujos dados são fundamentais para delinear a avaliação e definir o prognóstico. 2. Seguidamente, é realizada uma avaliação detalhada das dificuldades que a pessoa apresenta, tanto ao nível da comunicação global, como da linguagem, articulação verbal e da deglutição. 3. O plano de intervenção é individualizado e construído, tanto com base nas dificuldades identificadas na avaliação, como também, na discussão dos objetivos e expectativas da própria pessoa. 4. A frequência das sessões é delineada de acordo com as necessidades e possibilidades da pessoa e da família. A intervenção do terapeuta da fala pode ser direta ou indireta.

5. Considera-se uma intervenção direta toda a intervenção que é feita pessoalmente com a pessoa, geralmente em contexto de gabinete, mas também em contextos funcionais, ou seja, na própria comunidade (ex. supermercado, farmácia, banco...). As sessões individuais são estruturadas de acordo com os objetivos anteriormente traçados e podem incluir diversas técnicas e exercícios. Os objetivos poderão passar por maximizar a comunicação verbal e não-verbal, reduzir as dificuldades linguísticas (orais e escritas) e ainda reabilitar o processo de deglutição, realizando as modificações de dieta necessárias, em termos de consistência dos alimentos e fornecendo estratégias para uma deglutição segura e eficaz. Em alguns casos, poderão ser realizadas sessões de grupo, cujos objetivos passam pela promoção das competências comunicativas e um aumento da funcionalidade das interações e da participação social. 6. A intervenção indireta centra-se no suporte, ensino e treino de estratégias facilitadoras da comunicação/deglutição e é feita sobretudo aos familiares e cuidadores mas também à sociedade em geral.

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QueM sou eu

Fale sobre você.

Para Dr.ª Eva Viegas o que é mais gratificante como terapeuta da fala na Associação Existir.

O meu nome é Eva Maria Miguel Viegas, sou natural de Faro e sempre vivi e estudei nesta cidade. Licenciei-me em Terapia da Fala pela Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve e realizei os meus estágios curriculares no Centro de Saúde de Loulé, onde trabalhei com crianças com dificuldades no desenvolvimento, e no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão no Serviço de Reabilitação de Adultos. De forma a dar continuidade à minha formação e aprendizagem realizei igualmente uma Pós-Graduação em Motricidade Oro Facial pelo instituto formador EPAP. Sou completamente apaixonada pela minha profissão e sinto-me bastante gratificada por poder marcar a diferença na vida das pessoas e contribuir para a melhoria das mesmas.

Na Associação Existir sinto que todos os dias aprendo algo, seja com clientes ou colegas, seja acerca da minha profissão e aumento de experiência profissional, seja com aprendizagens emocionais e relacionamentos interpessoais. Gosto de trabalhar com este tipo de população, pois sinto-me parte da vida das pessoas e agradeço imenso por poder fazer a diferença e ajudar os outros. Como é que prepara uma sessão de terapia.

O que a levou a escolher a área de “Terapia da fala”. Desde bastante cedo que sempre soube que na minha profissão queria ajudar pessoas e trabalhar numa área onde houvesse relacionamento interpessoal e entreajuda contudo, a área da saúde também me interessava bastante e por isso escolhi a terapia da fala. Nesta profissão consigo conciliar estes dois gostos, ajudar pessoas e trabalhar numa área de reabilitação da saúde e educação.

Cada sessão de terapia da fala é única e diferente de pessoa para pessoa. Após uma avaliação das capacidades e dificuldades da pessoa, estabeleço um plano de intervenção com objetivos a atingir. Esses objetivos têm como pressuposto poder melhorar determinados pontos e é com base neles que defino atividades com vista à melhoria das competências de cada um. Assim, preparo uma sessão de terapia organizando atividades que permitam alcançar os objetivos do plano de intervenção.

Por que motivo Dr.ª Eva escolheu a associação existir e não uma clínica ou um hospital. Não posso negar que imaginei um dia trabalhar e intervir em contexto hospitalar no entanto, após concluir a minha formação académica comecei na procura de um local que me acolhesse para a realização de um estágio emprego e a Associação Existir abriu-me as portas e deu-me essa oportunidade e não é que me apaixonei pelo trabalho com as diferentes problemáticas, diferentes vidas e diferentes especificidades e particularidades? E pronto após o estágio mais uma vez a Existir cedeu-me a oportunidade de exercer a minha profissão na valência URPE e atualmente a ideia de trabalhar em contexto hospitalar é uma realidade mais distante e que já não me interessa tanto como me interessou um dia.

Na sessão de terapia de fala tem tempo máximo e mínimo de sessões. As sessões de terapia da fala que eu realizo são de 45mints/1h, dependendo da pessoa e da sua capacidade de atenção e concentração e das áreas que queremos trabalhar. E quanto ao tempo máximo e mínimo de sessões não há uma norma, cada pessoa leva o seu tempo para atingir determinados objetivos. O que faz o Terapeuta da Fala.

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O terapeuta da fala é o profissional da área da saúde responsável pela prevenção, avaliação, diagnóstico e tratamento das perturbações da comunicação humana, englobando não só todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem oral e escrita, mas também outras formas de comunicação não-verbal. Participa ainda ao nível da deglutição, motricidade oro facial, fluência, voz e fala e reabilitação das suas perturbações. Qual são as saídas profissionais. O Terapeuta da Fala pode exercer as suas funções em instituições de prestação de cuidados de saúde primários, diferenciados e continuados (centros de saúde, hospitais, centros de medicina de reabilitação), instituições particulares de solidariedade social, instituições de reinserção social, centros de dia e lares de idosos, creches e jardins de infância, escolas do ensino básico e secundário, estabelecimentos de ensino particular e cooperativo, área da investigação e/ ou docência, unidades de investigação, universidades públicas e privadas, consultórios/gabinetes/clínicas privadas, domicílio dos utentes e empresas de cuidados ao domicílio. Dr.ª Eva Viegas quais os objetivos do curso. A licenciatura em terapia da fala tem como objetivos formar os estudantes, de forma a que estes fiquem aptos para o correto exercício da sua profissão.

profissional de terapia da fala. Como em todas as profissões, o terapeuta da fala é obrigado ao cumprimento do código ético e deontológico dos terapeutas da fala e profissionais de saúde, onde o sigilo profissional é um dos pontos a cumprir estando o terapeuta da fala obrigado a preservar a privacidade dos seus clientes e a não divulgar dados pessoais e acerca das intervenções dos seus clientes. Um terapeuta da fala apenas poderá exercer se tiver responsabilidade civil e cumprir com os seus deveres ao não infringir o código ético e deontológico.

terapia da fala Especialidade multifacetada a terapia da fala é a mais indicada para detetar, avaliar, diagnosticar e tratar as diferentes dificuldades que possam estar a IMPEDIR ou a dificultar o desenvolvimento da comunicação humana

É possível deixar de ser “sopinha de massa”? Sigmatismo. Para responder a esta questão é necessário avaliar sempre a pessoa e o motivo do seu sigmatismo. Caso a pessoa seja “sopinha de massa” e a causa esteja na incorreta articulação verbal pela inadequada colocação dos articuladores sim, com o correto ensino e treino, é possível que a pessoa elimine o sigmatismo. No entanto, se o motivo dessa inadequada articulação verbal for por motivos estruturais da cavidade oral, é sempre necessário que o cliente corrija primeiramente com outro profissional de saúde, p.e dentista para corrigir alterações estruturais do palato ou arcada dentária, e só depois é possível realizar uma reeducação da articulação verbal como o terapeuta da fala. Qual o papel do Terapeuta da Fala

Dr.ª Eva o que é ética e sigilo

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A importância dos rastreios em terapia da fala mede-se por serem de carácter preventivo, não definem um diagnóstico terapêutico mas conseguem despistar qualquer desenvolvimento, atípico da comunicação oral/escrita.

na Perturbação do Espectro do Autismo. Dentro do espetro do autismo, o terapeuta poderá trabalhar várias áreas e problemáticas dependendo dos resultados da avaliação e do que a pessoa necessita para melhorar a sua qualidade de vida, sendo de reforçar que é fundamental um trabalho em equipa com outros profissionais de saúde de forma a ampliar toda a intervenção a realizar p.e. terapeuta ocupacional, psicólogo e fisioterapeuta. No autismo pode-se trabalhar diferentes pontos como a alimentação, a linguagem, a fala mas é na comunicação que o terapeuta da fala exerce a sua maior função, de forma a tornar esta o mais natural e eficaz possível, para que as restantes competências se possam vir a desenvolver o mais dentro da norma possível. Qual o papel do Terapeuta da Fala na Gaguez. Mais uma vez o trabalho em equipa é fundamental para diminuir o tempo de intervenção e ampliar as aquisições para as diferentes áreas do quotidiano e na gaguez não é exceção. Nesta problemática muitas vezes as pessoas que têm disfluências são acompanhadas por sentimentos negativos, de frustração, vergonha e muita ansiedade, ansiedade essa que por vezes é a causa dos momentos de disfluência/gaguez assim, muitas vezes o terapeuta da fala conta com a colaboração do psicólogo e esta parceria

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é fundamental para ajudar a pessoa. A gaguez não tem cura mas os momentos de disfluência podem diminuir com a aprendizagem de técnicas e métodos que permitem tornar o discurso da pessoa mais fluente e é nesta capacitação de técnicas que o terapeuta da fala participa. Qual o papel do Terapeuta da Fala nas Dificuldades de Aprendizagem. Nas dificuldades de aprendizagem o terapeuta da fala intervém ao nível da leitura e escrita seja por ser dislexia seja por serem apenas dificuldades e nos processos de ler e escrever. Neste âmbito o terapeuta vai avaliar a criança para compreender a que nível se encontram as dificuldades e perceber se existem dificuldades na oralidade que interferem na aprendizagem da linguagem escrita. O papel do terapeuta da fala é estimular a aprendizagem da criança e ajudá-la a atingir os patamares da norma na leitura e escrita e linguagem oral. Quando procurar um terapeuta da fala. Nunca é demais rastrear algumas problemáticas e como se costuma dizer “mais vale prevenir do que remediar” e neste caso sempre que a pessoa veja alguns sinais de que algo não está no seu decurso adequado deverá de sinalizar e procurar ajuda. Alguns sinais de que se deverá procurar um terapeuta da fala são os seguintes:


Sinais de alerta para jovens/adultos:

para crianças: - Ausência de vocalizações e não-reação aos estímulos sonoros durante o 1º ano de vida.

- Tem dificuldade em perceber o que lhe dizem. - Tem dificuldade em expressar-se.

- Não reage ao nome, não brinca e não estabelece contacto ocular a partir do 1º ano.

- Tem dificuldade em pronunciar alguns sons.

- Aos 2/3 anos não compreende frases simples e o discurso limita-se à produção de palavras isoladas.

- Omite ou troca sons ao falar. - Parece não entender a diferença entre sons parecidos.

- Aos 3/4 anos tem dificuldades na produção de frases e um vocabulário reduzido.

- Tem dificuldades na escola, na leitura e escrita.

- Aos 4/5 anos não relaciona acontecimentos simples.

- Tem mais de 4 anos e gagueja.

- Aos 4/5 anos utiliza frases mal estruturadas e tem um discurso incoerente.

- Fala alto e grita com frequência, ficando depois rouca.

-Dificuldades em comunicar após AVC/ doença degenerativa ou traumatismo craneo-encefálico. - Dificuldade em dizer o nome das coisas após AVC/doença degenerativa ou traumatismo craneo-encefálico. - Dificuldades em falar ou lentificação do discurso. - A fala parece arrastada. - Queixa de rouquidão persistente ou intermitente. - Sensação de garganta seca. - Queixa de voz fraca. - Sente cansaço e/ou dor ao falar.

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de facto

a comunicação engloba todas as funções associadas à compreensão e à expressão da linguagem oral e escrita, assim como todas as formas de comunicação não verbal e nesse sentido, a intervenção da terapia da fala, para ser bem-sucedida, tem de abordar, todas essas componentes da comunicação.

Dr.ª Eva Viegas quais os maiores desafios para si como terapeuta da fala. Como terapeuta da fala e pessoa particular o grande desafio desta profissão é conseguir corresponder às expectativas impostas pelos clientes, é conseguir realmente fazer a diferença na vida da pessoa e acima de tudo é que a pessoa sempre que entre para uma sessão saiba e sinta que vai porque vai valer a pena. Dr.ª Eva Viegas como faz um diagnóstico sobre a pessoa e sabe se esta necessita de ter sessões. É fundamental realizar uma avaliação rigorosa nas diferentes áreas da terapia da fala aplicando diferentes instrumentos de avaliação e é através dos resultados dessa avaliação que o terapeuta da fala estabelece a necessidade ou não de intervenção em terapia da fala. Existem dados normativos que mostram ao terapeuta o que é suposto a pessoa fazer ou conseguir e caso os dados da avaliação mostrem que a pessoa está abaixo do expectável estabelece-se a necessidade de acompanhamento terapêutico.

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Jogo exercício : As Profissões “Aprender a Ler e Escrita”

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exercício : Imagens com o som ( f )

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