Revista Real

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Índice Revista Real - nº 68 Agosto 2008 2 Queens Parade Green Lanes London - N8 0RD Fone: 020 8347 5045 Fax: 020 8347 0514 www.revistareal.com

Editor - Chefe Régis Querino (editor@revistareal.com) Arte & Design Mariano Arias Llorente (arte@revistareal.com)

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Marketing & Comercial Fabiano B. Soldati Lacerda Diego Jezler (vendas@revistareal.com) Redação Marina Gaspar (jornalismo@revistareal.com)

Fotógrafo Rafael Reina (Reino Unido) Distribuição: BR Jet Delivery brjetlondon@yahoo.com

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Cartas Destaques do mês Brasil Reino Unido Mundo Capa Cultura Saúde Mulher Personalidades Turismo

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Motores Tecnologia Esportes Brasileiro em Londres Receitas Horóscopo Palavras Cruzadas Mônica Classificados Endereços Úteis

E D ITOR I A L Não é raro ouvir relatos de pessoas que ganharam uns quilinhos a mais na balança depois de se mudar para a Inglaterra. Jornadas longas de trabalho, muitas horas gastas no sistema de transporte para se locomover através da metrópole, tudo contribui para que aquele lanchinho rápido no restaurante ou na lanchonete da esquina substitua uma refeição mais saudável. Se você se render aos apelos das cadeias de fast food, então, está perdido: rapidez e preço baixo conspiram para que você troque um prato de arroz, carne e salada por hambúrguer e batatas fritas ou uma porção de frango frito (sem-

pre preparados com bastante óleo). A praticidade do dia-adia, porém, pode custar caro. Não ao seu bolso, mas à sua saúde. É como uma equação química: mais calorias consumidas, menos tempo para fazer atividades físicas é igual a obesidade, diabetes, aumento de colesterol e o risco de sofrer de problemas cardíacos. Para ficar fora desse grupo de risco, a Real traz nessa edição uma matéria especial (página 46) com dicas para você manter uma vida equilibrada. A edição de agosto também tem entre os destaques a primeira entrevista coletiva de Luiz Felipe Scolari como técni-

co do Chelsea (página 72). Em grande estilo, Felipão mostrou aos ingleses que tem tudo para fazer história no comando dos Blues com duas de suas marcas registradas: competência e irreverência. Sem a fama de Felipão, mas tão guerreira quanto o gaúcho pentacampeão do mundo, a ex-moradora das ruas de São Paulo, Ivanete de Araújo, conta sua história de vida e luta (página 40). E por que não aproveitar que o sol deu as caras por aqui para fazer um passeio pelos canais de Londres (página 32)? Ou conhecer o Legoland Windsor, um parque onde as maiores atrações são montadas com brinquedos Lego (página

66)? Ou tomar um sorvete em alguma das melhores sorveterias da cidade (página 38)? A Real tem tudo isso e muito mais. Saiba que o Brasil perdeu a ironia de Dercy Gonçalves, que o país agora é um dos donos da maior cervejaria do mundo, que a Semana Internacional dos Beatles vai chacoalhar Liverpool e que o show olímpico vai começar em Pequim. É só folhear a Real: informação e diversão garantidas. Boa leitura! Um abraço, a gente se vê em setembro. Régis Querino Editor-chefe Revista Real 3

Índice

Colaboradores Alberto Luiz Schneider (Reino Unido) Alessandro Freitas (Brasil) Bete Kiskissian (Reino Unido) Camilo Adorno (Reino Unido) Carol Morandini (Reino Unido) Devaldo Gilini Jr. (Brasil) Eloyr Pacheco (Brasil) Jacqueline A. de Oliveira (Brasil) Rafael Pieroni (Reino Unido) Tonico Sanches (Brasil)



Cartas

CA RTAS

DO

LEITOR

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Kuesser Geraldo de Oliveira Andrade – Londres

Q

ueria parabenizá-los pela reportagem/artigo sobre os 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil (revista 67, julho de 2008). Achei muito interessante porque abriram espaço para um historiador escrever - já que nós, jornalistas, muitas vezes contamos a história de forma muito superficial - e conseguir deixar o texto ótimo, compreensível para todos. Eu adoro História, mas normalmente os textos de profissionais dessa área são acadêmicos demais e cansativos. E quando jornalistas escrevem, apesar de ser um bom texto, em geral, tem muitas contradições. Enfim, parabéns. Gostei muito. Uma única sugestão que eu daria era puxar um gancho para a atualidade sobre essa relação Brasil x Inglaterra, estabelecida há séculos. Entrevistas despertariam ainda mais o interesse dos leitores, mesmo daqueles que não gostam muito de história. Estou acompanhando o trabalho da equipe e acho que essa última edição progrediu muito. Está melhor que a de uma outra concorrente... Até mais. Sucesso sempre. Marcieli Silva – Londres

Agradecemos a todos os leitores pelas cartas enviadas. Um grande abraço! Régis Querino Editor - Chefe

Caro Leitor, Não hesite em nos contatar. Sugestões, críticas e dúvidas podem ser enviadas para o seguinte endereço: 2 Queens Parade, Green Lanes London - N8 0RD Também pelo e-mail: editor@revistareal.com

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Cartas

enhor editor, insatisfeito com toda a “burrocracia” e indiferença com que fui tratado dentro do recinto que infelizmente tem o nome de Consulado Brasileiro em Londres, gostaria de deixar aqui registrado a minha insatisfação pelos serviços prestados por este estabelecimento e por seus funcionários (os quais acho que estão ali pois foram nomeados por políticos ou entre parentes). Sou brasileiro e moro neste país desde 2001, tenho dois filhos com uma cidadã européia, sendo que no dia 8 de julho de 2008, às 12h15, fui abordado por policiais britânicos em operação de rotina. Com toda a educação, fui conduzido à Police Station de Seven Systers, onde se iniciou uma onda de questionamentos, juntamente com um advogado oferecido pelo governo inglês. Depois de algum tempo entraram em contato com a senhora Marinete, da Embaixada Brasileira, a qual tratou-me educadamente por telefone e pessoalmente no dia seguinte na Embaixada. Nesta manhã, procurando o consulado para tentar retirar uma certidão de nascimento de meus filhos, para regularizar minha situação neste país, fui questionado sobre uma certidão de casamento (sendo que não sou casado com a mãe de meus filhos). Me pediram uma certidão de nascimento com data de 90 dias, disse que o cartório no Brasil demoraria 48 horas para emitir uma certidão de nascimento de minha pessoa e certa empresa de transporte internacional demoraria cinco dias úteis para entregar a mesma aqui no Reino Unido, portanto não daria tempo de entrar com este pedido de visto, pois o meu prazo é de 7 dias, sendo que corro o risco de ser removido a qualquer momento. Ainda perguntando ao mesmo funcionário se o consulado arcaria com a despesa de meus filhos caso eu for realmente removido, ele respondeu ‘’não é meu problema’’. Tudo bem que não seja problema dele, mas uma repartição que está aqui para prestar serviços e ajudar brasileiros não pode tratar as pessoas dessa maneira. Deixo registrado esta insatisfação e descontentamento e gostaria de deixar aqui meus elogios à Polícia Britânica, à Embaixada Brasileira, Abras e Revista Real pela educação e interesse em meu caso. Um brasileiro indignado com o atendimento do consulado.


Destaques do mês

Betancourt é libertada após seis anos

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epois de mais de seis anos mantida em cativeiro pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), a ex-refém franco-colombiana Ingrid Betancourt foi libertada no dia 2 de julho. A operação que permitiu o resgate de Betancourt e de outros 14 reféns das Farc foi 100% colombiana, apesar de os Estados Unidos terem auxiliado em ajustes prévios, afirmou o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos. Militares da Colômbia disfarçados de trabalhadores humanitários resgataram Betancourt, 46, seqüestrada em 2002 quando fazia campanha eleitoral como candidata à Presidência. Sua dupla nacionalidade ajudou a trazer a atenção da comunidade internacional para o caso dos reféns colombianos. Estima-se que cerca de 3.000 pessoas estejam sob o poder de grupos insurgentes no país. O resgate ocorreu na floresta do departamento de Guaviare. Militares colombianos fingiram ser membros de uma organização fictícia que supostamente iria levar os reféns de helicóptero a outro local, para se encontrarem com o líder das Farc, Alfonso Cano. “Os helicópteros, que na realidade eram do Exército, pegaram os reféns e os levaram à liberdade”, afirmou Santos. Dois guerrilheiros foram capturados na operação.

Cacciola é extraditado ao Brasil

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Destaques

reso desde setembro do ano passado em Mônaco, o ex-banqueiro Salvatore Cacciola finalmente foi extraditado para o Brasil no dia 17 de julho. Cacciola está preso na penitenciária de Bangu 8, zona oeste do Rio, onde está em cela especial para portadores de diploma de curso superior. Cacciola ficou oito anos foragido, sendo condenado a 13 anos de prisão pela Justiça brasileira em 2005. Ex-dono do Banco Marka, Cacciola foi acusado de causar um prejuízo de R$ 1,3 bilhão ao Banco Central (BC), e chegou a ficar preso em 2000 - mas conseguiu um habeas-corpus que o livrou da prisão naquele ano. Após a soltura, fugiu para Itália (o ex-banqueiro tem dupla nacionalidade). De acordo com o advogado Carlos Eluf, Cacciola não voltou ao Brasil após a condenação por gestão fraudulenta e peculato por ter cidadania italiana e estar em seu país de origem. O advogado também argumentou que existe no Direito “o princípio natural de fuga”, que se refere a um instinto humano. A defesa pediu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) a liberdade de Cacciola argumentando que o exbanqueiro já está preso há 11 meses e tem mais de 60 anos. Também argumentam que seu cliente é réu primário.

Despreparo da PM causa mortes

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m um mês, seis pessoas morreram vítimas de tiros disparados por policiais militares no Brasil. O último caso registrado até o fechamento desta edição aconteceu na cidade de Igarapé do Meio, interior do Maranhão, no dia 21 de julho. Uma menina de 8 anos morreu após ser baleada na cabeça por um policial bêbado que disparou contra uma pessoa envolvida numa briga. Três dias antes, outra criança, de 9 anos, foi morta após ser atingida por uma bala perdida no Recife, disparada por policiais militares durante troca de tiros com assaltantes. No Rio de Janeiro, foram quatro casos. Um deles, no final de junho, resultou na morte do estudante Daniel Duque, de 18 anos. No dia 6 de julho, o menino João Roberto Amorim, de três anos, levou três tiros. Os PMs dispararam contra o carro da família do garoto durante uma suposta perseguição. Dia 14, PMs cariocas mataram o administrador Luiz Carlos da Costa, de 36 anos, enquanto ele era rendido por assaltantes em São Cristóvão. O despreparo da PM também vitimou a estudante Rafaele Ramos Lima, de 20 anos. O carro em que ela estava com um amigo foi confundido com um veículo suspeito e, durante a perseguição, ela acabou atingida com um tiro na cabeça.


Destaques Revista Real 7


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Informe Publicitรกrio

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Invasão estrangeira Gringos compram área equivalente a sete parques Ibirapuera por dia na Amazônia

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azendeiros e investidores estrangeiros têm comprado 12 km 2 de terras por dia no Brasil, o equivalente a seis vezes a área de Mônaco ou sete parques Ibirapuera, informou em reportagem especial a Folha de São Paulo no mês passado. Segundo matéria do repórter Eduardo Scolese, o ritmo da “estrangeirização” de terras foi medido a partir de dados do Cadastro Rural de novembro de 2007 a maio deste ano. Nesse período, estrangeiros adquiriram pelo menos 1.523 imóveis rurais no país, em uma área que soma 2.269,2 km 2. O levantamento não leva em conta a compra de empresas nacionais de capital estrangeiro e os que se utilizam de “laranjas” brasileiros para passar despercebidos pelos cartórios. De acordo com o levanta-

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mento, a compra de terras é puxada pela soja e pela pecuária, pelos incentivos oficiais à produção de etanol e biodiesel e pelo avanço do preço da terra. Eugênio Peron, apontado pelos produtores sul-mato-grossenses como o principal corretor de imóveis rurais do estado na matéria do jornal, afirma que nos últimos meses tem “aumentado muito” a procura de terras por estrangeiros. Segundo ele, que trabalha na área há 16 anos, a maioria dos interessados é representante de fundos de investimento em busca de negócios com soja, álcool, gado e biodiesel.

Cerco a estrangeiros

A investida ocorre no momento em que o governo busca mecanismos legais para

frear a entrada de estrangeiros em terras do país. Hoje a aquisição de terras é permitida a pessoas físicas de outra nacionalidade residentes no país e a pessoas jurídicas estrangeiras autorizadas a atuar no Brasil. Levantamento inédito do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) revela que estrangeiros detêm 5,5 milhões de hectares em todo o Brasil. Com 1.377 propriedades espalhadas numa área de 754,7 mil hectares, Mato Grosso é o estado que tem a maior área de terras em nome de empresas e pessoas de outros países. São Paulo é o campeão em número de propriedades em nome de pessoas de outras nacionalidades. São 11.424 terrenos, que, somados, representam 504,7 mil hectares do território paulista. O governo federal anunciou que vai fechar o cerco à “invasão estrangeira”, com objetivo de dificultar a compra de terras por empresas brasileiras controladas por capital externo. Um parecer da AGU (Advocacia Geral da União) vai fixar limites para essa aquisição. A decisão surgiu depois que um estudo mostrou que estrangeiros detêm 5,5 milhões de hectares no país, 55% na Amazônia. Em junho, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no Amazonas multou em R$ 450 milhões a madeireira Gethal, pertencente ao empresário sueco-britânico Johan Eliasch, por comércio e transporte de madeira sem seguir a legislação ambiental brasileira. O Incra estuda pedir o cancelamento de registros de terras na Amazônia supostamente adquiridas pelo empresário sueco.


Por Alberto Luiz Schneider* *Doutor em História pela Unicamp. Pesquisador Associado do Departamento de Português e Estudos Brasileiros do King’s College (University of London).

Sobre europeus e brasileiros

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Do outro lado do Oceano

Se ainda muitos europeus não conseguem controlar o complexo de superioridade, não faltam brasileiros que sofrem de complexo de inferioridade. Adoramos dizer que nada funciona no Brasil, que o país “não presta”, que a língua portuguesa nos deprecia. “Não tem jeito!”. Eis a frase feita com a qual encerramos qualquer breve esboço de pensamento (necessário à ação), antes de mudarmos para assuntos mais divertidos, desses que não requerem muito esforço intelectual. Trata-se da face mais visível da nossa irresponsabilidade cívica. Se o país não tem jeito, por que haveria de evitar jogar lixo na rua, já que “todo mundo joga”? Se o país não tem jeito, porque haveria de empregar meu tempo lendo sobre política, economia ou cultura, para tentar compreender a dinâmica do país e do mundo? Compreender para agir. Se não tem jeito, por que haveria de pagar os impostos e cumprir minha parte, justamente para poder criticar os políticos com autoridade moral? Quem acredita no país implicitamente assume um compromisso. Sente-se na obrigação de fazer alguma coisa, por mais modesta que seja. O indefectível “não tem jeito” - em linha com o nosso complexo de vira lata (Nelson Rodrigues), serve como uma luva para o nosso oportunismo vulgar de todo dia, de quem quer benefício particular, sem qualquer empenho público. Mas há sinais de melhora. Quando a Petrobras descobre gigantescas reservas de petróleo, usando tecnologia inédita e brasileira, com engenheiros brasileiros, fruto de anos de trabalho continuado e pesquisa científica, de decisões políticas acertadas, vemos que o país tem jeito, e terá muito mais quando pararmos de achar que não tem.

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Europa vem ampliando o rigor da legislação contra estrangeiros, sejam turistas, estudantes ou imigrantes. Os desafios globais ao terrorismo, a crise econômica e o aumento da criminalidade têm servido de justificativa. A hostilidade da lei e das práticas policiais e imigratórias vem se multiplicando ao redor da Europa. A União Européia aprovou recentemente um acordo, chamado “diretiva de retorno”, cujo objetivo oficial é padronizar procedimentos imigratórios entre os países-membros, mas, na prática, trata-se de endurecer as regras, a fim de conter a crescente imigração, freqüentemente identificada pela opinião pública como fonte de problemas. Segundo as normas estabelecidas, o imigrante flagrado em situação irregular poderá ser sumariamente deportado para seu país de origem. Uma vez expedida a ordem de expulsão, o ilegal terá de 7 a 30 dias para sair do país por iniciativa própria; se não o fizer, poderá ser preso sem ordem judicial. A detenção poderá prolongar-se por até 18 meses, sem que o Estado seja obrigado a prover assistência jurídica. Em outras palavras, trabalhadores cujo único delito é não estar de acordo com normas legais poderão ser tratados como meros criminosos. Os imigrantes, em sua imensa maioria, são pessoas em busca de melhores condições de vida, fugindo de situações de guerra ou simplesmente da falta de perspectivas. A Europa tradicionalmente convivia bem com comunidades imigrantes, beneficiando-se do trabalho e da contribuição cultural dessas pessoas. Importantes empresários, intelectuais, cientistas europeus são filhos ou netos de estrangeiros. O presidente da França, Nicola Sarkozy, é descendente direto de imigrantes. Mas porque a pressão contra os imigrantes se a Europa precisa deles? A redução e o envelhecimento da população é um desastre para a economia e para a previdência social, o que pode afetar o nível de vida dos países da região. Na Alemanha, o índice de natalidade é de 1,4 filhos por mulher, quando o ideal seria 2,1. No restante dos continentes os números são semelhantes. O medo da imigração, às vezes justificável, é na maioria das vezes simplesmente irracional e fundado em preconceitos. O novo arcabouço jurídico hostil à imigração tem sido patrocinado pela opinião pública. Os parlamentares europeus são políticos profissionais que reagem à demanda de seus eleitores. A maré conservadora – muitas vezes eurocêntrica e discretamente racista - tem raízes profundas. Se a Europa é o solo cultural e político do universalismo humanista, também é o berço do Imperialismo e das idéias segundo as quais uns povos, ou “raças”, seriam superiores a outros. Pensemos na trágica História da Europa do século XX! O ímpeto xenófobo de uma parte da população e o populismo conservador de seus líderes põem dúvida às melhores tradições européias, herdeiras dos valores Greco-romanos, do Renascimento, do Iluminismo e das revoluções democráticas.


Pedágio contra o caos do

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trânsito

Especialista apresenta idéias para melhorar o caótico trânsito de São Paulo

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edágio urbano e ampliação urgente da malha metroviária. Estas foram as propostas defendidas pelo arquiteto e planejador urbano Candido Malta Campos Filho para solucionar a questão da mobilidade na cidade de São Paulo, durante debate promovido no lançamento do Conselho de Desenvolvimento das Cidades, no final de junho, na sede da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), na capital paulista. O encontro reuniu arquitetos, urbanistas, planejadores, professores, artistas, especialistas e empresários preocupados com o futuro da metrópole. O objetivo do Conselho é promover a discussão de soluções viáveis para os problemas que a cidade enfrenta. Focando em alternativas para desafogar o sistema de circulação de São Paulo, Malta alertou para o caos e o colapso iminente que a cidade vive. “As cidades brasileiras atualmente passam por uma grande crise de mobilidade, em especial, São Paulo. Isso pode pôr em risco todas as atividades econômicas, políticas e sociais”, disse. “É preciso medidas urgentes. Não adianta aumentar as vias de circulação, pois elas

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só adiam o problema. Só esse ano, dados revelam que circulam pelas ruas de São Paulo 40% mais carros do que o ano passado. De um jeito ou de outro, sabemos que o automóvel é subsidiado pelo governo. O preço do diesel aumenta, a gasolina e o álcool se mantêm. O que explica isso? O automóvel virou um bem de consumo de toda a população. Você compra o carro e pode financiálo em até cinco anos”, explicou. Como saída para o fluxo da cidade, o urbanista defendeu o pedágio urbano, pois “a solução tem que correr mais depressa que o problema”. “A curto prazo, o pedágio seria a solução mais viável, pois inibiria o uso do automóvel, incentivando o uso do transporte público. O que de certa forma, cessaria um pouco essa batalha campal.”

Pedágio

Malta também explica que o pedágio urbano já existe em outras cidades (em Londres, por exemplo, com o Congestion Charge). “O pedágio é uma taxa paga para automóveis que desejam passar pelo centro expandido da cidade, um valor cobrado para desafogar essas áreas e seu entorno.”

O preço do pedágio seria de aproximadamente R$4 e essa arrecadação garantiria a construção de uma linha de metrô de 16 km por ano, outra solução vista com sucesso para a cidade. “Paris tem uma estação de metrô a cada 500 metros. Precisamos ampliar nossa malha e nossa frota para diminuir a espera entre um trem e outro. Com o pedágio urbano seríamos capazes de realizar em 10 anos 160 km de linhas metroviárias”, explicou. Para o urbanista, o surto de desenvolvimento, a oferta de trabalho centralizada em pequenas áreas e o aumento excessivo da frota automobilística foram os principais agentes da crise de mobilidade na cidade. Segundo Malta, diariamente muitos paulistanos andam mais de 20 km para trabalhar. Por exemplo, quem mora na zona leste e trabalha no centro ou zona oeste, onde existe a maior oferta de trabalho, atravessa a cidade. “Já virou costume. É uma pré-condição para quem mora em São Paulo sair de casa com bastante antecedência para chegar a tempo em seus compromissos.” Vivian Lobato (Envolverde/Aprendiz)


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O adeus a Dercy

Brasil

Com mais de 80 anos de carreira, atriz morreu no dia 19 de julho, aos 101 anos no Rio de Janeiro

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cone da cena artística brasileira, a atriz Dercy Gonçalves morreu às 16h27 do dia 19 de julho, no Rio de Janeiro. Ela apresentava um quadro de pneumonia comunitária grave, que evoluiu para uma sepse pulmonar e insuficiência respiratória. Maria Dercimar Senra, filha de Dercy, contou que a mãe havia ido a um bingo na noite anterior. Ao voltar para casa, sentiu fortes dores no peito e foi levada de madrugada ao hospital, onde faleceu horas depois. Cerca de 500 pessoas foram dar o último adeus a uma das mais irreverentes atrizes da televisão brasileira, famosa por seus palavrões e improvisos em cena, durante o velório realizado na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Entre eles, artistas como a atriz Marília Pêra, o cartunista Ziraldo e a bailarina Ana Botafogo. O presidente Lula divulgou nota em que declarou que a irreverência de Dercy deixará saudade e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, decretou luto oficial de três dias em todo o estado. O enterro aconteceu no dia 22, em um mausoléu construído nos anos 90 sob encomenda da própria Dercy em Santa Maria Madalena, cidade fluminense em que nasceu. A filha da atriz realizou os desejos da mãe para a hora da partida: ser enterrada com a peruca loira que usava constantemente, maquiada e com seus colares e paetês, ao som do samba-enredo da Viradouro que a homenageou em 1991 – na ocasião, Dercy deu o que falar mais uma vez ao desfilar com os seios de fora aos 84 anos de idade. No dia 20, os programas de televisão prestaram homenagem à atriz. No SBT, de onde era contratada vitalícia – na semana em que morreu, Dercy havia dado declarações à imprensa reclamando que o patrão Sílvio Santos não lhe dava chance de voltar às telas – o Domingo Legal mostrou imagens da trajetória da atriz. Fausto Silva, amigo de longa data, também deu adeus durante o Domingão do Faustão. Polêmica e bom-humor Nascida em 1907, Dercy Gonçalves começou a causar polêmica antes mesmo de ganhar os palcos e telas brasileiros. Aos 14 anos, escandalizava os habitantes da pacata Santa Maria Madalena ao andar maquiada como as atrizes de cinema. Aos 17, fugiu de casa junto com uma companhia de teatro mambembe. Alguns anos depois, mudou-

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se para a capital do estado do Rio e ficou famosa no teatro de revista. Em 1943, veio o primeiro dos mais de 20 filmes em que atuou, Samba em Berlim. Nos anos 60, Dercy estreou na TV Excelsior e também na Globo. Entre os destaques, participações nas novelas Que Rei Sou Eu?, Deus nos Acuda e o programa Consultório Sentimental, uma espécie de talk-show em que esculhambava o entrevistado. Nos idos dos anos 90, mudou de casa: foi para o SBT, onde recebia um salário vitalício, e lá apresentou o Fala, Dercy, show em que tinha toda a liberdade para falar os palavrões que a caracterizavam e improvisar o texto. O deboche e o humor escrachado que eram a marca registrada de Dercy foram amplamente citados entre os amigos que a lembraram também pela coragem de, em mais de um século de vida, desafiar as convenções. “A gente tem de ser feliz nem que seja na porrada”, era o que costumava dizer, segundo a filha Dercimar.


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Economia

A falta

por Alessandro Freitas

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crescente disparada dos preços de alimentos tem desafiado representantes de estado e governos a darem respostas rápidas, precisas e em escala global. Para a surpresa de muitos, a escalada de preços, na verdade, já era anunciada há cerca de dois anos, segundo projeções de organismos oficiais. Segundo o Banco Mundial, o entendimento da crise se divide em quatro aspectos. Um deles trata-se da própria questão do aumento de preços. Especialistas têm culpado a baixa produção agrícola, intempéries climáticas, aumento no consumo de carnes e direcionamento da produção de grãos para programas de biodiesel. Ou seja, um pacote de fatores que exercem pressões com diversas forças e que necessitam de soluções rápidas, mas que nem sempre são complementares. Como conseqüência, o impacto é realmente devastador. A estimativa é que o preço do trigo tenha subido 120% e o arroz subido cerca de 75%. Com esse cenário, as famílias consideradas na linha da pobreza passaram a gastar até 80% de seu orçamento em alimentos. Outro aspecto da crise é seu próprio impacto; preços altos se traduzem em uma batalha de sobrevivência diária para cerca de dois bilhões de pessoas no mundo. Situação que gera desnutrição e que já registra a morte de 3,5 milhões de crianças por ano. Além disso, 100 milhões de pessoas (metade da população brasileira) se tornaram pobres nos últimos dois anos. Para eles, infelizmente a expectativa é de que os preços continuem em níveis altos pelo menos até 2015. A geografia se responsabiliza pela compreensão dos outros aspectos da crise que seriam os casos da África e Ásia. Na África, 21 dos 36 países atingidos se encontram na região denominada África Subsaariana. A região importa 45% do trigo e 84% do arroz

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que consome. As regiões da costa oeste do continente são as mais vulneráveis. Impactos ambientais e lutas civis tendem a piorar a situação em alguns países. Já no sul da Ásia, os países são grandes importadores de alimentos, o que os tornam sensíveis a choques causados pelo comércio internacional. Hoje, um saco de arroz custa o correspondente a

metade da renda diária de uma família pobre em Bangladesh. Na Indonésia, um aumento de 10% no preço do arroz significa que dois milhões de pessoas seriam arrastadas para a pobreza. Na segunda metade do século passado, o medo da fome exigiu esforços interna-

cionais no sentido de aumentar a produção para atender a demanda, principalmente de países populosos como a Índia, a chamada Revolução Verde. A abundância de alimentos com preços baixos durou cerca de 40 anos. Como conseqüência disso, a redução de investimentos em tecnologia agrícola e produtividade se tornaram fatores importantes na compreensão da atual crise. Segundo matéria publicada pelo Financial Times, a última vez que o grupo dos países mais ricos do mundo, hoje o chamado G8, se pronunciou sobre o assunto foi em 1981, através de um ofício que reconhecia a necessidade de aumento na produção de alimentos. Como isso não aconteceu, a provável solução de curto prazo que tem gerado embates está no âmbito comercial, através da redução de barreiras e tarifas alfandegárias, além da promoção de mercados livres na tentativa de tornar os alimentos mais acessíveis. Porém, o problema não se trata apenas do atual patamar de preços, mas também de como assegurar uma expansão de produção necessária para os próximos 30 anos. Com isso, a principal mesa de debates passou a ser a Rodada de Doha, reunião organizada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) desde 2001. Uma das exigências dos países em desenvolvimento é o fim dos subsídios concedidos aos seus produtores, o que também não assegura aumentos em fornecimento. A percepção de que a produção de biodiesel não necessariamente diminui a oferta de alimentos começa a tomar força entre representantes de estado, o que é positivo para o Brasil. Mas ainda que o país paralelamente aumente sua produção agrícola e se beneficie do aumento dos preços no mercado externo, o mundo já dá sinais de se tornar cada vez mais num ambiente inóspito.


Informe Publicitário

UNIÃO DE FATO ENTRE HOMOSSEXUAIS DÁ DIREITO À

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CIDADANIA PORTUGUESA dente da nacionalidade que tenha, pode vir a adquirir a nacionalidade portuguesa, com base na lei nº 37/81, de 3 de Outubro, alterada pela Lei Orgânica nº 2/2006, de 17 de Abril, onde em seu artigo 3º, nº 3, traz a oportunidade dos unidos de fato com nacional português, há mais de 3 anos, obterem também sua nacionalidade portuguesa. Ora, quem define a legitimidade para pleitear o reconhecimento da união de facto é a Lei 7/2001, que concede judicialmente tal reconhecimento e, uma vez tendo sido reconhecido este direito aos unidos de fato, embora sejam do mesmo sexo, basta ao companheiro interessado não português requerer em sede administrativa a sua nacionalidade portuguesa, desde que cumpra

os outros requisitos formais exigidos pela lei da nacionalidade. Daí concluímos que ambas as leis se completam em prol da justiça em território português!

Brasil

ortugal foi um dos poucos países, além de Espanha, a fazer valer o direito dos homossexuais em ver reconhecida sua união de fato, em sede judicial, por meio de sentença declaratória, valendo esta sentença como título exequível imediato e com eficácia plena. Direito esse, infelizmente, ainda não reconhecido no Brasil. Esta lei é a de nº 7/2001, de 11 de Maio, cujo seu artigo 1º, nº 1, dá às duas pessoas, independente do sexo, que vivam em coabitação de casa, cama e mesa, há mais de dois anos, o direito de serem havidos como se casados fossem. Daí é que entra o ponto interessante da nossa história, pois, sendo um dos companheiros um nacional português, o outro, indepen-

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Construção civil,

um mercado em alta

O boom do setor imobiliário brasileiro que gera bem mais do que imóveis

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Eduardo Barreto, vice-presidente comercial da MRV: “Setor ainda ficará aquecido por um longo prazo.”

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os últimos anos, a quantidade de brasileiros que moram em uma residência própria tem crescido a olhos vistos, tanto quanto o número de novos empreendimentos imobiliários das mais variadas categorias lançados no mercado. Além de grandes construtoras, quem ganha com o aquecimento desse setor são pequenas empresas no ramo de reforma e construção e milhares de trabalhadores da construção civil, com a crescente oferta de emprego. “O conjunto de medidas implementado pelo Governo Federal em 2006 deu um novo fôlego ao setor e está popularizando o acesso à casa própria. Outro ponto importante para o aquecimento do segmento imobiliário foi a participação efetiva dos bancos privados no mercado. Hoje, 100% dos imóveis construídos pela nossa empresa são financiados pela Caixa Econômica Federal ou por bancos privados. O alongamento dos prazos de financiamento também contribuiu para que uma parcela maior da população pudesse adquirir os imóveis”, avalia o vice-presidente comercial da Construtora MRV, de Belo Horizonte (MG), Eduardo Barreto, justificando o interesse dos brasileiros nos financiamentos, mesmo que para isso um contrato de 20 ou 30 anos seja firmado com os bancos. “Nem casamento dura tanto tempo! Mas essa relação acaba nos ajudando a ter nosso canto”, brinca José Carlos Rezende, 29, moto boy, que busca financiamento para uma casa

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pequena. José é um daqueles brasileiros que engrossarão a multidão em busca de um apartamento, casa ou cômodo comercial, é o que garante a Caixa Econômica Federal, uma das instituições financeiras que mais concede financiamento habitacional no Brasil, com cerca de 70% do mercado. Segundo a instituição, foram fechados mais de 120 mil contratos para a compra de imóveis somente até maio de 2008. Porém, a previsão é de que neste ano, pelo menos 85 mil unidades residenciais serão financiadas a mais do que as 430 mil moradias financiadas em 2007, o que vai gerar cifras na ordem de R$ 13 bilhões. Os números do mercado imobiliário no Brasil têm chamado a atenção das empresas de construção civil. “Como o déficit habitacional brasileiro beira os oito milhões de moradias e, segundo especialistas deste setor, o Brasil está pelo menos 10 anos defasado em relação aos países desenvolvidos, hoje o setor só consegue atender a cerca de 20% do mercado potencial no país. Isto nos leva a crer que o setor ainda ficará aquecido por um longo prazo”, afirma Eduardo Barreto.

Flexibilidade e Crescimento

Além dos juros menores cobrados nos financiamentos e o aumento nos prazos de pagamento, outros fatores facilitam hoje a aquisição de imóveis no país. A ampliação do percentual do valor do imóvel que pode

Foto: divulgação

ser financiado, além do aumento do poder de compra da classe trabalhadora devido ao controle da inflação, são elementos que justificam o aumento de 96% no volume de crédito imobiliário registrado em 2007, em comparação a 2006, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). A flexibilidade dos financiamentos, porém, não significa que os bancos estão mais caridosos. Essas facilidades se devem à alienação do imóvel ao banco credor do financiamento. “A alienação fiduciária possibilitou aos bancos retomar imóveis de inadimplentes em dez meses, um prazo irrisório em comparação com os sete anos comuns até pouco tempo atrás. Com isso, os bancos voltaram a financiar o setor, o que gerou uma grande movimentação na economia, já que o setor funciona como uma locomotiva, que quando acelerada leva a reboque vários outros segmentos, capaz de gerar renda e emprego.”, compara Eduardo Barreto. No lastro desses índices positivos, o setor de construção civil também registra índices satisfatórios, com crescimento próximo dos 10%. Desde 2006 o setor não apresenta números negativos de contratação. Há dois anos foram contratados cerca de 150 mil trabalhadores. Em 2007, a região do país que obteve o maior aumento no nível de emprego da construção civil foi a Norte, com alta de 21,2%, desempenho acima da mé-


dia nacional. Tocantins (+61,7%), Roraima (+41,3%) e Amazonas (+33,7%) foram os principais destaques. E em 2008 a situação não está diferente, pois, somente em maio, foram ocupadas 32.872 vagas no país. Pequenas prestadoras de serviços em reformas e construções, como a de Sidney Neves, também ganham espaço na explosão imobiliária no Brasil. “O aquecimento da construção só veio com a estabilização da economia, que foi quando as pessoas sabiam que o preço dos produtos e serviços da construção estava estável e por isso poderiam investir. Acho que ainda há muito o que construir”, afirma Neves, que trabalha na região metropolitana da capital mineira.

Parcerias e Lucros

O aquecimento do setor imobiliário no Brasil fez com que construtoras como a MRV se reestruturassem para atender a demanda do mercado. “O grupo inicialmente se reestruturou, excluindo todos os negócios que não eram focados em construção e incorporação de empreendimentos residenciais populares. Adquiriu vários terrenos e áreas para acelerar seus lançamentos, além de iniciar a contratação acelerada de profissionais. Em janeiro de 2007, a empresa vendeu 11% de seu capital para o fundo de investimento britânico Autonomy Capital Research LLP, parceiro da MRV em seu processo de crescimento”, explica Eduardo Barreto.

Com essas parcerias, investimentos das empresas e bancos e a melhora da economia brasileira, as construtoras comemoram os índices de crescimento. “Os lançamentos do segundo trimestre de 2008 atingiram R$ 797,7 milhões, um crescimento de 265,1% em relação ao segundo trimestre de 2007”, contabiliza o executivo da construtora mineira, que também comemora o número de vendas. “No primeiro semestre do ano, as vendas contratadas totalizaram R$ 820,8 milhões, um aumento de 197,3% em relação ao primeiro semestre de 2007”, destaca Barreto. João Paulo de Oliveira Bueno De Belo Horizonte-MG/Especial para a Real

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Reino Unido pode exigir visto Exigência para brasileiros pode vigorar em 2009; Itamaraty promete reciprocidade

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epois da Comissão Européia ter decidido, em junho, endurecer as leis de imigração, o Ministério do Interior britânico anunciou no mês passado que poderá exigir visto de turistas brasileiros a partir de 2009. A medida, que também atingirá outros dez países de fora da União Européia, faz parte da primeira Revisão Global de Vistos realizada pelo país. Segundo matéria da BBC Brasil, as autoridades britânicas chegaram a essa lista de países analisando critérios que determinariam o “nível de risco” que estes impõem ao Reino Unido, como o uso de passaporte falso, imigração ilegal (número de deportados, barrados nas fronteiras e trabalhadores ilegais), índices de criminalidade, ameaça de terrorismo e a forma como os governos dos respectivos países estão lidando com essas questões. Além do Brasil, estão na lista Bolívia, Botsuana, Lesoto, Malásia, Maurício, Namíbia, África do Sul, Suazilândia, Trinidad e Tobago e Venezuela. Se a nova lei for introduzida, os cidadãos brasileiros que pretendem visitar o Reino Unido precisarão de um visto de seis meses que deverá ser expedido antes que deixem o Brasil. Atualmente, um acordo entre o Reino Unido e o Brasil permite que brasileiros permaneçam no país europeu sem visto durante 90 dias. As exceções são para estudantes ou pessoas que viajam a trabalho, que precisam de visto para entrar no país. O governo britânico disse que pretende estreitar relações com esses países nos próximos seis meses para “reduzir o risco que eles representam”. “Nenhuma decisão final será tomada até o início de 2009”, diz o comunicado do ministério.

Política de reciprocidade O Itamaraty anunciou que o Brasil exigirá visto de cidadãos britânicos, adotando o princípio da reciprocidade, caso o Reino Unido passe a pedir visto de brasileiros que queiram entrar no país. Atualmente os turistas brasileiros têm livre entrada em 21 dos 27 países da União Européia, segundo o Itamaraty. Segundo a BBC, em 2006 (os dados mais recentes), 11.300 brasileiros foram mandados de volta do Reino Unido, uma média de 31 brasileiros por dia. Desse total, 4.900 foram barrados nas fronteiras e 6.300, deportados (a cifra inclui um pequeno número que retornou voluntariamente). Desde o início deste ano, os agentes de imigração britânicos barraram a entrada de 6.000 pessoas suspeitas de ilegalidade. O governo britânico não divulgou o número de brasileiros incluídos neste total.

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Violência urbana Em pouco mais de seis meses, 21 jovens foram mortos a facadas em Londres

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história já está virando rotina. Um adolescente, com cerca de 18 anos, tarde da noite, é abordado por um grupo. Ele tenta se defender, alguém saca uma faca e, minutos depois, ele está no chão, coberto de sangue, pedindo por socorro. A ambulância chega tarde demais. No dia seguinte, familiares estão nos jornais pedindo que as autoridades tomem alguma providência. Até meados de julho, 21 jovens foram mortos a facadas em Londres. A Metropolitan Police lançou uma força-tarefa para coibir o crime. Setenta e cinco oficiais, altamente treinados, estarão circulando pelas ruas em busca de facas nas mãos de jovens. Mas a tarefa não será fácil. Ao contrário de armas de fogo, facas podem ser encontradas facilmente em qualquer lugar, como na cozinha da própria casa, por exemplo. E de acordo com as investigações, crianças de 10, 11 anos, já estão carregando facas dentro de mochilas. Antes do lançamento oficial da campanha, as autoridades já vinham fazendo um trabalho de busca. Entre os dias 19 de maio e 29 de junho, mais de 1.200 pessoas foram presas com facas em várias partes da cidade. REVOLTa Os pais de Shakilus Townsend, de 16 anos, uma das vítimas, acreditam que o número é insuficiente. O jovem foi morto no dia 3 de julho, no sul da capital britânica. “É como um pingo d’água no oceano”, resumiu a mãe do jovem. A policia já fala que mais investimento será direcionado no combate ao crime e, de acordo com um alto oficial da Metropolitan Police, crimes com facas já são considerados mais preocupantes do que ameaças terroristas na cidade. A prefeitura também vem acompanhando de perto o trabalho da polícia. “Vamos fazer o possível para combater esse problema a curto prazo. Mas sabemos que a melhor iniciativa é oferecer mais educação e recursos para os jovens, afastando mais adolescentes do mundo do crime”, comentou Kit Matlhouse, responsável pela parte de policiamento do CityHall. Brasileiro é vítima Mas a urgência em combater o crime parece estar levando as autoridades a uma falta de controle. O estudante brasileiro Demian Reis, de 35 anos, viveu maus bocados no dia 19 de junho, quando foi parado por policiais na estação de metrô de Mile End. Na revista, foi encontrado um pequeno canivete francês, parecido com o famoso canivete suíço. Demian havia usado o canivete durante um pic nic com amigos. Os policiais algemaram o estudante, que passou mais de quatro horas em uma delegacia prestando depoimento. Agora, o caso está sendo apreciado pela Justiça. “Eu certamente não faço parte do perfil dos jovens que estão usando facas em Londres. Acho um absurdo o tratamento que recebi. Fui algemado, levado no carro da polícia, foram colhidos meu DNA e impressão digital”, contou. O Consulado Brasileiro está acompanhando o caso, que deverá ter um novo julgamento no dia 27 deste mês. “Estou voltando para o Brasil no final de agosto e espero resolver esse mal-entendido o quanto antes”, protestou Demian. Morte de franceses Outro crime que chocou Londres no mês passado foi o assassinato de dois estudantes franceses, ambos de 28 anos. Laurent Bonomo e Gabriel Ferez foram mortos em um apartamento em New Cross, Sul de Londres. As vítimas receberam mais de 243 facadas. De acordo com as investigações, os dois foram torturados antes de morrerem. Depois do crime, o assassino ainda ateou fogo no apartamento dos jovens para dificultar as investigações. Um suspeito de 21 anos foi preso e a polícia ainda tentava, no final de julhio, descobrir a causa do crime. Rafael Pieroni Revista Real 21


Brasileiro na balada Barracuda

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galera do Barracuda está sempre inovando. Depois da festa da mini-saia a das lindas mulatas do Samba, agora a The Point traz o Sabadão Sertanejo e o Domingo de Carnaval. Festas que irão rolar nos dia 23 e 24 de agosto. A Real traz na página as fotos da moçada bonita que anda freqüentando a melhor festa brasileira de Londres.

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Brasileiro na balada

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ol, calor e cerveja gelada. Se estão pensando que estamos falando do Brasil, se enganaram. O lugar é o Restaurante Bankete. Criado há pouco mais de três meses, o Bankete vem se destacando pela boa comida e a música ao vivo nos finais de semana, em especial à roda de pagode dos dias de sábado. Com a chegada do verão, nada melhor que uma cerveja e um tira-gosto para espantar o mau humor. Se você quer fazer algo diferente nos dias de semana ou quer aproveitar o sabadão com pagode, é só dar uma passada no Bankete e conferir.

Bankete



Brasileiro na balada

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primeiro pub brasileiro em Londres vai de vento em popa. Criado há pouco tempo, ninguém poderia imaginar que a mistura anglo-brasileira poderia dar tão certo. A idéia nasceu dos sócios do Canecão (Cláudio e Adriano), que queriam aliar o serviço personalizado dos botecos brasileiros com o bom gosto e a tradição inglesa, o que vem atraindo um público muito grande por lá (até a rapaziada da Tribo de Jah deu uma conferida no bar). A Real mais uma vez estava por perto para conferir o que rolou nesse pub brazuca que vem encantando a comunidade, mostrando que o brasileiro é um povo empreendedor e criativo.

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Canecão


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Brasileiro na balada

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omo era de se esperar, a Balada Brazil animou mais uma vez as noites de sexta-feira da capital inglesa. Com uma estratégia bem elaborada, essa festa veio para esquentar os finais de semana da rapaziada. Toda semana, o bar Latina fica recheado de brazucas curtindo bandas ao vivo (Zeu Azevedo e Quebra-mola) e os DJs Arnaldo Novais e Derick. Além disso, a festa conta com uma excelente estrutura e localização. Se você está sem opções nas noites de sexta e está a fim de curtir um som e beber uma cerveja brasileira, não perca o Na Balada Brazil.

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Na Balada Brazil


Brasileiro na balada

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em sombra de dúvida, um dos estilos musicais que melhor representa a cultura brasileira é o forró. E foi pensando nisso que nasceu o Forró do Galpão, uma noite brasileira especializada em forró pé-de-serra, tocando Gonzagão, Dominginhos e Alceu Valença, entre outros. Todas as quintas, a partir das 19 horas, acontecem aulas de forró com Douglas e Gladys, tanto para os gringos como também para os brazucas que estão começando a se aventurar no ritmo. A Banda da Ladeira, que comanda a festa, é liderada pelo cantor Lucas Amorim, que tem no sangue as raízes do forró, já que seu pai é ninguém menos que o cantor e compositor Geraldo Azevedo. A Real estará todos os meses trazendo as fotos e fatos que rolaram nessa balada.

Forró do Galpão

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Fotos: Rafael Reina

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c Samba Day

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encerte era de O ambien em mais e semana d to . n e m ra brasileira e cidade d n ra g a rum ha, ce io: caipirin mba No cardáp e muito sa s co s ti e p Day, veja, o Samba i fo im s s no pé. A 11 de ceu no dia te n co a e u q zil, em odízio Bra julho no R O Earlsfield. , evento patro-

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c Fotos: Rafael Reina

rnational la LCC Inte e p o d a n ci u com a sfer, conto n ra T y e n s de Mo e passista d ce n a rm perfo durou até animação samba. A gada ao s da madru ra o h s a e do lt a nda Paió som da Ba . DJ Carioca


Que tal um sorvete? Tudo bem, o verão ainda está tímido, mas não perca a chance de saborear alguns dos melhores sorvetes de Londres

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Tradição italiana O sorvete só começou a ser produzido em maior escala por volta do século 19, quando o leite foi adicionado à receita, garantindo mais cremosidade e sabor. A Itália sempre liderou o desenvolvimento de novas receitas e foi através destes imigrantes que o sorvete ganhou popularidade na Grã Bretanha. Um dos nomes mais importantes da produção do sorvete no país é o italiano Carlo Gatti, que criou uma “sorveteria” nas proximidades de King’s Cross. Para a produção de sorvete, foi criado um super esquema para trazer pedras de gelo do norte da Noruega até o Reino Unido. As pedras eram transportadas de trem, de navio e, para chegar até a loja do italiano, passeavam de barco pelos canais da cidade. Para a conservação, os enormes cubos de gelo eram depositados em buracos construídos próximo ao rio, para manter o clima frio. Para popularizar o sorvete, Gatti e outros produtores começaram a difundir uma prática comum na Itália, vendendo sorvetes a um centavo, em conchas que eram reutilizadas. Por medida de higiene, a prática foi banida em 1926 e, a partir daí, foi introduzido o uso de cones de waffer. Rafael Pieroni

Sorveterias Com água na boca? Então confira o endereço de algumas das melhores sorveterias de Londres: • Scoop (40 Shorts Gardens - WC2 Uma das mais novas sorveterias da cidade. Para quem gosta de sabores variados, a sorveteria oferece pinhas de Pisa (Itália), amaretto e sorvetes feitos com arroz e cerejas. • Morelli’s (Harrods, 87 – 135 Brompton Rd – SW1) Passeando pela Harrods? Então que tal saborear um dos sorvetes do Morelli’s? O preço é um tanto puxado, mas quem provar o de chocolate não irá se arrepender. • Oddono’s (14 Bute Street - SW7) Inspirado na receita da “nonna” italiana, essa sorveteria tem um quiosque na Selfridges e outro na Oxford Street. Ricota e baunilha são alguns dos sabores mais vendidos.

Fim de semana no mercado de Camden? Caminhe mais um pouco em direção a Chalk Farm e descubra essa sorveteria. Vendido na rua ou no restaurante, é uma das melhores opções da cidade. Há também os mais tradicionais, como as lojas Haggen Das ou a Rendevouz, em Leicester Square. Mas se você estiver com a grana curta ou nem tão a fim de bater perna, saiba que sempre há um quiosque nos lugares mais movimentados ou o carro do sorveteiro, com aquela musiquinha tradicional, percorrendo os bairros da cidade. Aproveite!

• Gelateria Danieli (16 Brewers Lane, Richmond - TW9) Este é um achado se você está passeando por Richmond, oeste de Londres. A recomendação dos especialistas é provar o sorvete de rum e todos os com base de frutas. • Marine Ices (8 Haverstock Hill - NW3) Revista Real 31

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ada como um sorvete num dia quente de verão. Seja no palito, manufaturado, os vendidos nas vans, nos quiosques ou os mais refinados, com uma referência ao “gelato” produzido na Itália, o sorvete é sempre uma boa pedida. Apesar de não ser um país quente, a Grã Bretanha mantém uma tradição de vender sorvete e o consumo médio no país é de 6 litros por ano por habitante. No Brasil, o consumo médio é de 3,5 litros/ano por habitante. De acordo com historiadores, a idéia de consumir algo como o sorvete surgiu há 4 mil anos, na Mesopotâmia. No Egito Antigo, faraós tinham barcos adaptados para armazenar esse tipo de alimento congelado. Na Grécia Antiga, 500 A.C., cones com gelo eram vendidos com mel e frutas no centro de Atenas. Na Europa, o sorvete começou a ser conhecido por volta do ano 1500, quando receitas difundidas na Itália começaram a ser levadas para outros países, como a França. Cem anos mais tarde, o rei Charles, da Inglaterra, adotou o sorvete como dieta diária, provando que, pela dificuldade de produção, esse era um tipo de alimento consumido apenas pela nobreza.


a d o r t n e d Por LCC

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Turnpike Lane

LCC Turnpike Lane

2 Queens Parade, Green Lanes, N8 0RD, 020 8348 7559. Seg. a Sex. 9h às 20h; Sáb 9h às 17h; Dom. 11h às 17h. Metrô: Turnpike Lane, Picadilly Line.

Loja no norte de Londres tem cidadãos do leste europeu como campeões de envio de dinheiro

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ngana-se quem pensa que só do público brasileiro é feita a LCC International Money Transfer. Na filial de Turnpike Lane, na região Norte de Londres, são os poloneses que dão as cartas. De todos os envios de dinheiro realizados pela loja, 47% vão direto para a Polônia. Outros 24% vão para outros países do leste europeu. Na lista da loja, o Brasil, grande campeão de transações realizadas pela empresa como um todo, aparece em terceiro lugar, com 19%. O motivo é simples: na região, não faltam imigrantes do leste europeu e da Ásia, o que faz com que a LCC Turnpike Lane seja, entre as lojas da rede, uma das principais para envios para países nada usuais como o Quirguistão. Os ucranianos também aparecem com tudo na relação dos que mais

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mandam dinheiro para casa por ali. Pequena em relação a lojas mais centrais, como a de Dean Street, a filial do Norte londrino não pode, no entanto, se queixar de falta de serviço. “Temos uma média de 200 novos clientes todos os meses”, conta Janaína Duarte Vieira, supervisora da loja. Uma das razões é o fato dos poloneses cada vez mais utilizarem os serviços da empresa. “Dia a dia cresce o número de clientes poloneses

Há 11 anos no mercado, a LCC faz envios de dinheiro para 90 países aqui na loja.” Em Turnpike Lane, o forte são os envios de dinheiro. Mas lá também tem compra e venda de euro, dólar e real, além de troca de cheques. Os atendentes se dividem entre os que falam português, polonês e russo, além de outras línguas. “Nós sempre tenta-

mos ter funcionários que possam atender na língua do público”, explica Janaína. A atenção para com os clientes não se resume a procurar atendê-los na mesma língua. Há dois anos e três meses no mercado, a loja recentemente passou por uma transformação na estrutura física para deixá-la mais confortável para a clientela. A reforma foi parte de uma reestruturação da LCC em geral, que veio com a mudança do logo da empresa. Em Turnpike Lane, a transformação foi geral. “Queríamos melhorar o atendimento e também o ambiente”, diz Janaína. O fato de a loja não ser tão grande como outras mais centrais faz ainda com que os clientes geralmente sejam reconhecidos pelos atendentes. “Posso dizer que conheço 95% dos nossos clientes”, conta a supervisora da filial Turnpike Lane. Os outros funcionários também sabem quem é a maioria do pessoal que constantemente manda dinheiro para casa via LCC, o que torna o atendimento muito mais agradável. Não raro, os clientes chegam com anúncios que são afixados em um mural na loja. O conteúdo varia: de quartos para dividir, algo para


ik e L a n e : p n r u T C C s da L O s s e r v iç o

We speak English... ...e outras línguas também! Veja o que fala cada uma das atendentes da LCC Turnpike Lane.

Janaína – português, inglês e espanhol Dorota – polonês e inglês Julita – polonês, russo e inglês Magda – polonês, italiano e inglês Michele – português, inglês e espanhol Vanderson – português, inglês e espanhol

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Envios regulares de dinheiro para 90 países Troca de cheques-salário e cheques comuns Troca de moedas: euro, libra e real Internet (10 minutos gratuitos para clientes)

Marina Gaspar Fotos: Rafael Reina

Na hora de enviar dinheiro para outros países, é bom ter certeza de que a quantia vai chegar direitinho na conta de destino e dentro da Lei:

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Segundo as leis contra lavagem de dinheiro do Reino Unido, na hora de realizar transações para envio de dinheiro de até £1,9 mil entre o primeiro e o último dia de cada mês, o cliente deve levar comprovante de identidade e de residência.

Para enviar mais do que a quantia acima, comprovante de origem do dinheiro, como um holerite ou um extrato bancário, deve ser apresentado. Para alguns países, a regra é diferente: na hora de mandar dinheiro para o Uzbequistão, por exemplo, popular na LCC, o comprovante de origem da quantia enviada é sempre necessário.

Os preços são bons; as promoções, ainda melhores. Veja as v antagens de utilizar os serviços da LCC :

• Para o Brasil e a Polônia, a taxa é de £ 3. O primeiro e o quarto envio são grátis. • Para Portugal, a taxa é de £ 5. Mas, não raro, promoções fazem com que o preço caia para £ 3. • Para a Rússia e Leste Europeu, o envio de até £ 100 custa £ 1; acima dessa quantia, é cobrado 10% do valor enviado.

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vender, serviços oferecidos. Não custa nada: é só o cliente pedir que logo recebe um papelzinho no qual pode escrever sua mensagem e deixar no quadro de avisos para quem quiser ver. E se ainda faltar um motivo para conhecer a loja de Turnpike Lane da LCC, fica a dica: é lá que está a redação da Real. Quem estiver por ali pode fazer o seu anúncio diretamente com o departamento comercial da revista. Críticas e sugestões também podem ser encaminhadas ao pessoal da redação.

Cuidados extras

e-mail: customerserviceuk6@lcctransenvio.com


Portas abertas aos latinos Polícia Metropolitana promove evento para estreitar relações com a comunidade latino-americana

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epois de tanta chuva, enfim, um dia de sol. A programação estava pronta, seria uma tarde de domingo típica de países tropicais: bom tempo, festa, animação, joguinho de futebol e a polícia. Sim, a polícia. Mas dessa vez ela estava lá para se aproximar das pessoas que moram longe de seu país com o objetivo de criar uma ponte entre as comunidades que um dia (há três anos, talvez, com a trágica morte de Jean Charles de Menezes) perderam a confiança e passaram a ter medo dos oficiais. A idéia, a princípio, surgiu da vontade em realizar um amistoso entre o Brasil United e o time profissional da Polícia Metropolitana que participa de ligas inglesas, como explica Carlos Mellinger, presidente da Abras (Associação Brasileira no Reino Unido). Porém, a iniciativa ganhou proporção de um evento aberto à comunidade latina com a proposta de se promover uma espécie de encontro familiar, no dia 13 de julho. “O principal objetivo era integrar a comunidade e a polícia, mas também os brasileiros com os próprios brasileiros e os latino-americanos. O que falta na nossa comunidade por vezes é integração, é um ajudar o outro”, salienta Mellinger. Ao som de músicas brasileiras, capoeira, danças e da cantora mirim de 7 anos, Catalina Bastos, a festa ganhou ritmo e alegria. O evento contou com barracas da Abras, da Flame (Friends os Latin American Expression) e dos bombeiros, além de demostrações de jiu-jitsu. Oficiais bilíngues destacados especialmente para o evento confraternizavam com os partici-

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pantes e incentivavam o cadastramento dos interessados em iniciar uma carreira na polícia britânica. “Nós queremos mostrar às pessoas o que a Polícia Metropolitana faz e todos os departamentos que prestam serviço às comunidades. Além disso queremos recrutar pessoas que tenham interesse em ingressar na polícia”, explica o oficial David Peddinson-Grant.

Baixa adesão

Apesar do espaço, do bom tempo e da disposição dos organizadores, o número de participantes foi baixo. Durante o jogo de futebol, o ponto alto da festa, poucos se juntaram na arquibancada para torcer pela pátria amada. Infelizmente, o Brasil United perdeu por 3 a 0, deixando alguns torcedores chateados, mas nem por isso desanimados com o evento.“Eu achei tudo muito bom, só o futebol que foi péssimo, pois eles não tinham entrosamento em campo. Mas a torcida estava ótima”, comenta Fabrício, um dos brasileiros que marcou presença. A tímida participação dos latinos no evento pode ser explicada, em princípio, ao fato de que muitos integrantes dessas comunidades vivem no Reino Unido de forma ilegal e poderiam ter receio de manter um contato mais próximo com a polícia. Mas outro fator apontado, tanto por participantes como pela organização, foi a deficiência na divulgação do encontro. De acordo com Marcelo, da Flame, as comunidades latino-americanas são difíceis de se atingir e por isso é necessário

compreendê-las melhor e saber qual a maneira mais adequada de chegar até elas. “Nós precisamos aprender, como organizadores, a entrar nessas comunidades. A gente distribuiu panfletos, colocou cartazes, mas a divulgação não foi efetiva. Até pela ilegalidade, essas comunidades se tornam meio invisíveis.” Texto e Fotos: Carol Morandini


Assassinato do brasileiro é lembrado em Stockwell e no Parlamento três anos depois

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tos de protesto organizados por parentes marcaram os três anos da morte do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes, assassinado a tiros por agentes da Scotland Yard que o confundiram com um terrorista no metrô de Stockwell, Sul de Londres, no dia 22 de julho de 2005. Por volta das dez horas da manhã do dia 22 de julho passado, os primos de Jean Charles chegaram à estação carregando um estandarte que homenageava o brasileiro. Em frente ao memorial erguido à época da morte de Jean e que é mantido por voluntários, o grupo reafirmou às dezenas de presentes a indignação por ninguém ter sido punido até agora, mas disse estar esperançoso de que o inquérito a ser iniciado em setembro traga justiça para o caso. “Três anos é muito tempo, mas agora estamos esperançosos de que com o inquérito haverá alguma justiça. Este ato é importante para lembrar que nós não desistimos e não vamos desistir de lutar por justiça. Nós estamos aqui, não estamos parados. Têm muitas perguntas difíceis para serem respondidas, mas estamos com um advogado muito bom e não vamos entregar [o caso]”, declarou Alex Pereira. Patrícia Armani, prima que dividia o flat em Tulse Hill a partir do qual Jean foi seguido pelos agentes que o confundiram com um terrorista, também disse acreditar que as respostas sobre o que aconteceu em 2005 também virão à tona. “Passou muito tempo, mas agora acreditamos que teremos

respostas”. Ela também lembrou os tios, pais de Jean Charles, no Brasil. “Foram três anos de tristeza para toda a família. No dia de hoje, peço que Deus abençoe e console meus tios, que sofrem com a perda do filho.” Convidado para o ato em Stockwell, Boris Johnson, prefeito de Londres, não compareceu, mas enviou nota de condolências e pediu desculpas por não ter podido participar do evento. “Meus pensamentos e orações estão hoje com a família de Jean Charles”, disse, no comunicado.

O MPA considerou, ainda, que os procedimentos da polícia devem ser revisados com urgência com a proximidade dos Jogos Olímpicos de 2012, quando muitos dos problemas enfrentados três anos atrás têm maiores chances de voltar a ocorrer. Marina Gaspar Fotos: Rafael Reina

Flores no Parlamento

Na tarde do dia 22, uma segunda manifestação marcou o terceiro aniversário da morte de Jean Charles de Menezes. Uma bandeira do Brasil feita com 1096 flores – uma para cada dia desde a morte do brasileiro – foi levada à frente do Parlamento, em Westminster. Na escultura havia os dizeres: “Menezes – 3 anos sem justiça”. No dia 18 de julho, a Autoridade da Polícia Metropolitana (MPA, na sigla em inglês), divulgou um relatório no qual considerou que a polícia londrina “desperdiça lições” que deveriam ter sido aprendidas com a morte de Jean Charles. O documento disse ainda que as melhoras nos procedimentos de vigilância foram lentas de três anos para cá e recomendou que o os oficiais passassem a preencher separadamente as anotações das operações das quais participam. Revista Real 35

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Protestos

s le r a h C n a e J e d lembram morte


Picanha na pedra no Leste de Londres

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Em Leytonstone, Maria Maria completa quatro meses com boa cozinha brasileira

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ão são apenas os brasileiros que apostam na combinação de feijoada, picanha e caipirinha para entrar no mundo dos negócios em Londres. O indiano Sujeet Ram que o diga. Apreciador da culinária brasileira e interessado na cultura do País, ele abriu há quatro meses o restaurante Maria Maria, em Leytonstone. E é lá no Leste de Londres que a casa vem fazendo sucesso e mostra que, por toda a cidade, tem sempre algum cantinho com a bandeira verde e amarela para o pessoal que está longe de casa matar a saudade. Não é de hoje que Sujeet se interessa pelo Brasil. Dono de uma pizzaria em Limehouse durante seis anos, a Planet Pizza, ele se acostumou a lidar com os muitos brasileiros que trabalharam por lá e, curioso, começou a aprender a língua e fazer amizades. Foi nessa que conheceu a namorada, Jadna Ribeiro, e resolveu unir o útil ao agradável: pediu a ajuda da moça para ajudá-lo na empreitada de trocar as pizzas pela picanha e feijoada. “Toda a família dele tem pizzaria e ele já estava cansado do negócio. Como gosta muito da nossa cultura, resolveu abrir um restaurante de comida brasileira”, conta Jadna, que é quem gerencia o dia-a-dia do estabelecimento. A partir da idéia inicial, o trabalho foi duro. O ponto em Leytonstone foi escolhido primeiro pela conveniência, já que pertencia a um amigo de Sujeet Ram. Depois, a região se mostrou adequada, pois além de uma grande concentração de brasileiros, portugueses e angolanos também existem aos montes por lá. Mas como no prédio antes funcionava um café, a reforma para adequar o espaço para abrigar um restaurante levou tempo. “Ficamos dois meses em reforma até deixar o restaurante mais com a cara do Brasil”, conta a gerente, que escolheu as paredes amarelas com detalhes em azul e verde, além da enorme bandeira do Brasil atrás do balcão. Foi Jadna também quem deu as sugestões das delícias do cardápio, junto com o chef contratado para levar a cozinha adiante. Feijoada e picanha fazem parte da lista obrigatória de quem serve boa comida brasileira, mas um dos diferenciais e carro-chefe da casa é a picanha na pedra, difícil de encontrar em terras londrinas. Fazem bastante sucesso os sanduíches, como o X-bacon e o X-salada, além da coxinha e do pão de queijo, que deixam o público com água na boca. A mousse de maracujá pilota a lista de sobremesas e, entre as bebidas, cervejas brasileiras, caipirinha e guaraná. Com capacidade para 40 pessoas, o Maria Maria prima pelo serviço. A clientela é fiel e o dono da casa sempre está presente para conversar com os clientes e saber se está tudo saindo como esperam.

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“Na pizzaria só fazíamos entrega e ele gosta muito do contato com o público, o que foi mais uma razão para abrir o restaurante”, conta Jadna. Depois de quatro meses de casa cheia, ela conta que aproveita a proximidade com o pessoal que constantemente passa por lá para saber as preferências do público e aperfeiçoar ainda mais o cardápio. Outro diferencial do Maria Maria é a área ao ar livre. O espaço fica aberto diariamente para quem quer fazer as refeições por lá, mas não raro é reservado para festas privadas. Nesse caso, o organizador do evento entra em contato com Jadna e acerta todos os detalhes do menu que vai querer servir, montado sob medida. Há ainda os que, para um churrasco, levam a carne e contratam outros serviços do restaurante, como os acompanhamentos e as bebidas. Por mais que o restaurante esteja de vento em popa, a idéia é sempre procurar novas maneiras de agradar o público. Então, para quem gosta de almoçar ou jantar ouvindo boa música brasileira, é bom ficar de olho, porque o próximo passo do Maria Maria é começar a oferecer som ao vivo nos finais de semana. Marina Gaspar Serviço Maria Maria – 270, High Road Leytonstone – London E11 3HS Telefone: 020 85 555 333


ONG oferece cursos e seminários Há dois meses, a Base ministra workshops e consultas gratuitas em diversas áreas

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www.ieaction.com ou ligue para Alvaro Piton nos telefones 020 7608 2370 ou 077 2991 8448. Carol Morandini

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Base está apenas em construção, mas há dois meses já começou a mexer os pauzinhos e se tornar conhecida entre brasileiros que buscam melhores oportunidades no mercado de trabalho, através da promoção de cursos de formação e workshops oferecidos gratuitamente. Em parceria com a ONG inglesa IEA – Innovative Enterprise Action – foi organizado um curso de Food Safety (Segurança e Higiene no manuseamento de alimentos), finalizado com um concurso de culinária aberto aos participantes. O curso era previsto para 20 pessoas, mas teve 115 inscritos. A Base ampliou a quantidade de vagas e foram oferecidos quatro cursos, atendendo 80 pessoas. “O curso é um treinamento de um dia, feito em língua portuguesa, com exceção de um. As pessoas fazem um exame no final do treinamento, preparado pela CEIH (Foundation Certificate in Food Hygiene or Health and Safety), que emite o certificado”, comenta Alvaro Piton, idealista do projeto. Além do curso de Food Safety, a Base já organizou diversos workshops, entre eles “Como financiar os seus negócios”, “Relações interculturais no mundo dos negócios” e outro voltado às pessoas que queriam montar barracas em feiras. A organização oferece atendimento ao público e consulta gratuita. Ao final do curso foi realizado um concurso de culinária no bar Canecão. Os jurados Graça Fish, especialista em culinária brasileira, representando a Embaixada do Brasil; Gisleine Mayland e o chef Marco Sterza deram os primeiros lugares a Rosana Wallace, que criou a salada MPB; Mariza Cabral, que venceu com seu feijão tropeiro, e Rose Pinheiro, que levou o prêmio de melhor sobremesa com uma bela torta Marta Rocha. A Banda Zeu Azevedo Trio animou a festa com um show de forró. Para mais informações sobre a Base, consulte o website da IEA


s o l e p a t l o v s a e r d Um n o L e d s i cana

Reino Unido

ice até sol n e V e l Litt ia de e d d m s e a das águ para passeio o h n i o Cam é opçã n e d Cam

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eneza é logo ali. Não, não estamos falando das duas horas de vôo que separam Londres da cidade de Marco Polo. Na própria capital inglesa, a região onde o Grand Union e o Regents Canal se encontram, em Warwick Avenue, é conhecida como Little Venice (Pequena Veneza, em português). Cheia de cafés à beira do canal, com pontes charmosas que lembram a romântica cidade italiana, a área é uma boa opção para um passeio de barco sossegado ou o ponto de partida para uma rota de caminhada que inclui algumas belas paisagens londrinas nem sempre fotografadas nos cartões postais. O Grand Union Canal foi aberto em 1820 e, na época, a região de Little Venice era palco para artistas, escritores e prostitutas. Hoje, a área formada por cerca de dez ruas arborizadas é um dos endereços mais charmosos – e caros – de Londres. Para chegar a Little Venice, é só descer na estação de Warwick Avenue (linha Bakerloo do metrô) e as placas vão indicar o caminho até a Blomfield Road. O trajeto não dura nem cinco minutos. Daí é só escolher o que fazer. Se a idéia for começar com um bom café, a primeira decisão é se ele será dentro ou fora do canal. Sim, porque se não bastassem os pubs e restaurantes que ficam nas ruas arborizadas que cercam Little Venice, há uma série de barcos sob as águas onde se pode sentar e apreciar a vista tomando um drink ou saboreando

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uma refeição. A Formosa Street e o Clifton Gardens são opções para quem está atrás de fazer umas comprinhas. Algumas empresas realizam o passeio de barco pelo canal, tanto de Little Venice até Camden quanto no sentido contrário. A Jason’s Canal Boat Trip está há 51 anos no mercado e os passageiros que saem de Little Venice vão passeando pelo Regent Canal até chegar a Camden Town, passando, no caminho, pelo Regent’s Park. Em Camden não faltam mais cafés e restaurantes, além do descolado Camden Market, funcionando a toda nos finais de semana. Os mais animados podem alugar a embarcação para uma festinha, com capacidade para até 36 pessoas. Já o London Canal Cruise faz um passeio circular saindo de City Road e passa por Little Venice, onde os passageiros desembarcam para um tradicional chá da tarde antes de continuar a viagem. Não é só: durante todo o ano, principalmente na temporada de verão, há as mais diferentes atividades, como passeios voltados especialmente para as crianças que acontecem no mês de agosto, todas as terças. O trajeto até Camden Town pode ser feito também a pé. Por todo o caminho, calçadas pavimentadas permitem uma boa caminhada à beira da água. Depois, se alguém estiver cansado é só pegar o metrô de volta.

Cruzeiro Quer explorar os canais londrinos de barco? Para ir de Little Venice até Camden Town, é só procurar as seguintes empresas: Jason’s Canal Boat Trip – www.jasons.co.uk London Canal Cruises – www.londoncanalcruises.com London Canal Museum Os canais que atravessam Londres têm até um museu, que pode ser o ponto de partida para quem quer saber todos os detalhes antes de iniciar o passeio. Ele não fica em Little Venice, mas em King’s Cross, pertinho de Camden – ponto de partida ou chegada de um cruzeiro pelos canais. No museu, dá para entrar na cabine de um barco e conhecer detalhes da história dos canais londrinos, como as pessoas que viviam e trabalhavam por lá. O mais legal é que o museu fica dentro de um armazém de gelo construído em 1863 e mostra também a história do comércio de gelo e de sorvete na cidade. Serviço: Endereço: 12-13 New Wharf Road, N1 9RT. Horário: 10h às 16h30, de terça a domingo. Aberto às segundas-feiras em feriados bancários, fechado nas outras segundas-feiras. Aberto até às 19h30 toda primeira quinta-feira do mês. Preço: £ 3 para adultos; £ 1,50 para crianças. Idosos e estudantes pagam £ 2. Menores de quatro anos não pagam. Mais informações: 020 7713 0836; www.canalmuseum.org.uk


Informe Publicitário

Os Alunos e o novo Sistema Baseado em Pontos 1

por Mavelyn Vidal

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O novo sistema baseado em pontos será aplicado àqueles que desejam trabalhar ou estudar no Reino Unido. O esquema reduz mais de 80 procedimentos pré-existentes para trabalho e estudo a uma estrutura de cinco níveis. As novas categorias são: Nível 1- imigrantes

altamente qualificados (em substituição ao Programa de Migrantes Altamente Qualificados); Nível 2 - trabalhadores qualificados com uma oferta de emprego (em substituição ao antigo sistema de vistos de trabalho); Nível 3 - trabalhadores temporários de baixa qualificação (parcialmente em substituição ao esquema baseado em setores cobrindo, por exemplo, chefes e outros profissionais de catering); Nível 4 - estudantes; Nível 5 - esquemas de mobilidade entre jovens e trabalhadores temporários. Embora o esquema baseado em pontos ainda esteja sendo gradualmente introduzido, atualmente o Nível 1 já está em operação. O candidato a cada nível deverá possuir uma pontuação suficiente para obter visto (permissão de um oficial de concessão de vistos de entrada localizado no estrangeiro) ou permissão (permissão de um oficial da imigração em um porto de entrada no Reino Unido) de entrada para permanecer no Reino Unido. Para estudantes que desejem entrar no Reino Unido para estudar, será um requisito obrigatório - para o estabelecimento educacio-

nal onde desejam estudar – operar o esquema baseado em pontos. Além disso, todas as faculdades ou escolas que recrutem estudantes estrangeiros serão solicitadas a se inscreverem em um novo Registro de Patronos do Ministério do Interior. Também, um estudante que procure obter visto ou permissão de entrada deverá fornecer um certificado de patronato de um ‘patrono licenciado’, que será a faculdade ou escola na qual o estudante esteja se candidatando a uma vaga. Esse certificado servirá como garantia de que o estudante é capaz de realizar um curso de estudos. A introdução do esquema baseado em pontos para estudantes será feita no início de 2009. Bons estudos! 1.Advogada Causídico e Consultora na Área de Imigração, da Duncan Lewis & Co Solicitors, Londres. 2.Comunicado à Imprensa do Ministério do Interior Britânico, 7 de março de 2006

Carina Laidens & Murilo Souto Diretores Executivos contact@londonbyheart.com

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Reino Unido

primavera de 2008 viu o início de reformas na imigração para o Reino Unido com a introdução de um sistema baseado em pontos. Essa mudança foi lançada no dia 7 de março de 2006, quando o Secretário de Estado do Ministério do Interior anunciou “[um] novo sistema baseado em pontos para permitir que o controle do Reino Unido sobre a migração de forma mais eficiente enfrente os abusos e identifique os t r a b a l h a d o r e s m a i s t a l e n t o s o s ” 2. O sistema baseado em pontos, que segue o modelo do Sistema Baseado em Pontos australiano, é parte central da estratégia de cinco anos do Governo, contida no documento do Ministério do Interior: Confident Communities in a Secure Britain / Comunidades Confiantes em uma Grã-Bretanha Segura , que lida com questões de asilo e imigração, publicado em fevereiro de 2005.


A história de

uma guerreira

Ivanete de Araújo busca, em meio ao caos, o seu lugar no espaço na luta pelo direito à habitação em São Paulo. Convidada por uma entidade inglesa para ministrar uma palestra em Londres, ela contou à Real a sua trajetória de vida

Reino Unido

“N

o dia 5 de outubro de 1998, nós conquistamos nossa primeira moradia. Eu não entendia, era uma ocupação. Eu não sabia de nada, pois meu ex-marido que participou. Quando vi as pessoas gritando ‘vamos entrar, corre’, eu me perguntei o que estava fazendo. Foi quando eu entrei e descobri que era um hospital desativado. Eu disse que não queria ficar, pois podia pegar uma doença. Meu marido falou ‘não pegou doença todo esse tempo na rua, vai pegar doença aqui? Na rua eu não fico, emprego tá difícil, eu vou começar a roubar, a assaltar e se eu for preso você não me deixará lá sozinho.’” Foi com esse relato forte que Ivanete de Araújo começou a contar à Real a

sua história de vida, marcada por muito sofrimento e luta. A convite da CAFOD (Catholic Agency for Overseas Development), Ivanete, hoje coordenadora do MSTC (Movimento Sem-Teto do Centro de São Paulo), veio ao Reino Unido para fazer uma palestra na conferência de Justiça e Paz, onde contou sua experiência de vida e a situação habitacional da capital paulista. Desde pequena, Nete, como é chamada por todos, aprendeu que é preciso muito esforço para se conseguir algo na vida e que, em certos momentos, o ser humano pode ser tão desprezado que tudo se torna irrelevante, até mesmo a

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própria existência. Sua rotina de trabalho começou cedo. “Aos oito anos meu pai já havia saído de casa, eu tinha adquirido prática cortando cana-de-açúcar e era a única coisa que sabia fazer para trazer o dinheiro de final de semana. Trabalhei na roça até os 14 anos e com 15 eu já era mãe solteira”, relembra. Com dificuldade de arrumar emprego e sustentar seu filho, Nete decidiu se mudar para Ribeirão Preto, no interior paulista. “Ali eu comecei a trabalhar como empregada doméstica. Trabalhei até os 19, 20 anos, conheci o pai das minhas duas filhas e fui morar com ele. O meu primeiro filho, que até então estava morando com minha mãe, acabou vindo a Ribeirão morar com a gente”, recorda.

Em São Paulo, a triste re alidade

Nessa época, seu marido trabalhava em uma metalúrgica que estava prestes a falir. Um amigo havia ido a São Paulo e o indicou para um emprego na mesma companhia em que trabalhava. Ao saber da possibilidade de emprego na capital, a família (sem o filho mais velho, Diego, que voltou à casa da mãe de Ivanete) se mudou para a capital paulista, como muitos brasileiros fazem até hoje, em busca de uma vida melhor. “Com nossa ida, ele começou a trabalhar e eu fazia faxina. Só que minha caçula ti-

nha um problema muito sério de sopro no coração e bronquite asmática e a casa onde morávamos era como um porão. Era muito úmida, mofada e a minha filha ficava mais no hospital do que em casa. Por causa disso conversamos e ele foi pedir para seu patrão dar um aumento, que dessa forma poderíamos alugar alguma coisa fora e também não faltaria nada”, relata. Porém, com a falta de entendimento de seu marido com o patrão, a situação da família piorou. Em 1998, ele perdeu o emprego e não tendo mais como arcar com todas as despesas, depois de ter tentado mudar para diversos cortiços, a família se viu obrigada a abandonar tudo o que tinha e ir morar na rua, debaixo de um viaduto. “Quando a gente pagava

o aluguel, não conseguia comer, quando a gente foi para a rua, comia, porque o grupo Anjos da Noite nos dava comida. Não passei fome, mas não tinha minha casa e nem trabalho. Como iria arrumar, se nem banho eu tomava?”, questiona Nete. Esta foi a realidade em que a família de Ivanete viveu durante três e quatro meses. Ela diz que aprendeu na rua as malandragens para sobreviver. Nunca mexeu com ninguém, mas temia principalmente por suas filhas, ainda pequenas e vulneráveis. “Eu não tinha mais nem vontade de viver, já tinha perdido toda a crença. Não queria voltar para o interior


porque eu tinha vergonha de contar para a minha mãe. Ela não sabia de nada que estava acontecendo.”

A redenção

Reino Unido

A história de Nete começou a mudar quando ela estava morando no hospital invadido e liderou uma arrecadação de alimentos para a cozinha coletiva. Na ocupação, cada família pegou um quarto do hospital, no qual havia um banheiro dentro. Os moradores de cada quarto doavam os alimentos que tinham, mas um dia tudo acabou e Ivanete, junto com um grupo, saiu por supermercados na Bela Vista pedindo ajuda. Com essa iniciativa, a antiga coordenadora do projeto dentro da ocupação incentivou Nete a candidatar-se a secretária. E foi a partir daí que ela começou a fazer parte da instituição Apoio, que a tirou das ruas, e do MSTC, Movimento Sem-Teto do Centro de São Paulo. “Quando fui eleita secretária, eu não sabia o que fazer, porque só estudei até a quinta série. Eu sempre tive mania de anotar tudo e a coordenadora disse que isso ajudaria muito em montar pauta, fazer ata. Eu não sabia o que era nada, mas elas foram me explicando Depois de um tempo fui eleita a terceira coordenadora e hoje eu sou a coordenadora do MSTC.

No começo fui muito difícil, mas hoje eu consigo negociar, sou conselheira municipal da habitação eleita com quase 3 mil votos. Eu já tenho acesso à minha moradia, só que eu ainda não moro, porque eu fui pra uma outra ocupação”, explica. Hoje, Nete acredita que conquistou muitas coisas, mas que ainda há muito por vir. Ela não desiste da sua luta por moradia e muito menos por sua luta diária dentro de casa para educar suas filhas, que estão agora com 14 e 15 anos. Diego, 20, que mora agora com elas e o novo marido de Ivanete, já tem um filho pequeno. Na palestra promovida pela CAFOD em Londres, ela foi aclamada por mais de 350 pessoas que a assistiam, comovidas com sua luta e garra. De volta a São Paulo, Nete diz que vai levar o que conheceu aqui para seus companheiros. “Aqui na Inglaterra o governo não empurra o povo para as encostas, aqui todos vivem misturados, é isso que vou levar. Vou continuar a lutar para que os mais de 400 mil imóveis desativados no centro de São Paulo se tornem a moradia de milhões de famílias que precisam”, defende. Carol Morandini Fotos: Marcella Haddad e Joëlle Hernández / CAFOD

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Mundo

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Mundo

A R T L ZA I L A Revista Real 43


Mundo InBev arremata rival americana, dona da Budweiser, e vira a líder do mercado

A maior

cervejaria do mundo

Mundo

A

fabricante de cerveja belgo-brasileira InBev se tornou em julho a líder mundial na indústria cervejeira e uma das cinco maiores empresas de produtos de consumo do mundo, ao anunciar a compra da rival americana Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser, por US$ 52 bilhões. Depois de resistir à ofensiva da InBev durante um mês e recusar uma oferta de US$ 46 bilhões, o conselho de administração da Anheuser-Busch aceitou a oferta de cerca de US$ 70 por ação. A operação enfrentou uma forte resistência dentro dos Estados Unidos, onde a Budweiser é vista como um produto tipicamente nacional. Segundo reportagem do jornal “New York Times”, “a Budweiser é um sinônimo de cerveja americana para milhões de pessoas”. Vários sites foram criados para se opor à venda. Na página www.saveab.com, um comunicado diz que “como o beisebol, a torta de maçã e a cerveja gelada, a Anheuser-Busch é um produto original americano”. Os políticos locais não foram exceção. O próprio candidato democrata à Presidência, Barack Obama, chegou a declarar que seria “uma vergonha se estrangeiros se tornarem donos da Bud”. No entanto, não é primeira vez que grandes cervejarias americanas são arrebatadas por estrangeiros. Em 1999, a agora vice-líder mundial Miller foi comprada pelos sul-africanos da SAB, e em 2005 a empresa canadense Molson adquiriu a Adolph Coors.

Gigante A fusão dá início à criação de uma nova empresa, que se chamará “Anheuser-Busch InBev”. Com marcas como Stella Artois, Beck´s e Budweiser, o grupo acumulará um faturamento anual de US$ 36 bilhões e 460 milhões de hectolitros em vendas. As duas

companhias, em conjunto, têm vendas globais de aproximadamente US$ 36 bilhões e possuem cerca de 300 marcas. O grupo InBev, uma fusão da empresa belga Interbrew e da brasileira AmBev, é a segunda maior cervejaria do mundo em volume de vendas, e perde apenas para a britânica SABMiller. Já a americana Anheuser-Busch é a terceira maior cervejaria do mundo e líder nos Estados Unidos, onde monopoliza 48,5% do mercado com marcas populares como a Budweiser e a Bud Light, entre outras. Além de ser a maior do setor no mundo, a empresa será geograficamente diversificada, com posições de liderança em cinco dos maiores mercados mundiais: China, Estados Unidos, Rússia, Brasil e Alemanha. O brasileiro Carlos Brito, presidente-executivo da Inbev, irá comandar as operações da nova companhia, segundo comunicado divulgado pelas empresas.

“Fusão pode deixar os rivais de ressaca”, diz jornal A aquisição da cervejaria Anheuser-Busch pela belgo-brasileira InBev poderá deixar os rivais ‘de ressaca’, afirmou um artigo publicado pelo jornal britânico The Daily Telegraph no mês passado. “Com 26% do mercado global, três das cinco maiores marcas de cerveja, e uma produção anual estimada em 460 milhões de hectolitros, a nova cervejaria produzirá 60% a mais do que seu competidor mais próximo”, afirma o artigo. O jornal diz que a maior vítima da fusão será provavelmente a SABMiller, que recentemente adquiriu a Grolsch e aumentou sua influência na China. “A Heineken e a SABMiller provavelmente também serão atingidas na China, o maior mercado mundial de cerveja. A Anheuser-Busch InBev terá uma fatia de 21% do mercado chinês e acesso à Tsingtao, a cerveja que mais vende no país.” Outro jornal britânico, The Guardian,

trouxe um perfil de Jorge Paulo Lemann, o brasileiro por trás das operações que transformaram a InBev na maior cervejaria do mundo após a fusão com a Anheuser-Busch. O jornal traça a trajetória do brasileiro que comprou a Cervejaria Brahma em 1989. A primeira grande fusão com a Companhia Antarctica Paulista, dando origem à Ambev, e depois com a belga Inbrew, em 2004, fez de Lemann um dos controladores da cervejaria “que hoje opera com a maior margem de lucros da indústria”, diz o Guardian. O New York Times levantou suspeitas sobre os planos da nova mega-empresa em expandir as vendas da Budweiser. “Muitos analistas se concentram no corte de gastos que a companhia vai implantar na AnheuserBusch e não nas oportunidades de expandir as vendas da Budweiser e da sua irmã, Bud Light, pelo mundo”, avaliou o jornal.


Brasileiro é morto nos EUA Ilegal no país, André Martins furou bloqueio policial e foi morto com três tiros

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dois dias antes por dirigir sem habilitação, e, por isso, decidiu não parar, pois estava sem documentos. Um outro carro da polícia bloqueou a rua. André tentou desviar, passando pela grama. Mas o policial desceu do carro e começou a atirar. Ele levou três tiros: um no

coração, um no pulmão e outro na barriga. E morreu na hora. André Luis Martins tinha 25 anos e morava há oito nos EUA. Trabalhava como pintor e tentava conseguir documentos para se legalizar. A namorada confirmou que ele tinha um cigarro de maconha.

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brasileiro André Luiz Martins, 25 anos, foi morto por um policial americano no dia 27 de julho, em West Yarmouth, no estado norte-americano de Massachusetts, ao tentar passar por uma blitz policial em uma estrada. Segundo a polícia local, ele teria tentado furar o bloqueio e jogado o carro em direção a um policial, e acabou sendo morto com três tiros. Ao seu lado estava sua mulher, Camila Campos, que teria saído do carro gritando. O policial Christopher Van Ness, de 34 anos, autor dos disparos, foi afastado do serviço de rua até o final das investigações. Segundo Michael O’Keefe, promotor do distrito de Cape and Island, o policial teria tentado parar Martins por excesso de velocidade. Ele teria acelerado, dado meia volta e se dirigido em direção ao carro do policial. De acordo com O’Keefe, Martins tinha em mãos um cigarro que aparentava ser de maconha. Em entrevista ao site Globo.com, Camila disse que André dirigia em velocidade acima da permitida quando um policial acenou para que ele parasse. Segundo a companheira, o brasileiro tinha sido preso


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Da feijoada ao fish & chips Brasileiros ganham quilos a mais quando chegam a Inglaterra e os vilões são a máalimentação e a vida agitada

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Q

uem não viu o ponteiro da balança disparar depois de ter trocado o Brasil pela Inglaterra pode se considerar um felizardo. Pois o fato é que a culinária inglesa, cheia de frituras e massas, aliada à mudança no estilo de vida de quem teve uma mudança brusca na rotina ao desembarcar na terra da rainha fez com que muita gente começasse a perceber que as roupas que vieram na mala já não servem mais. A questão não é só estética, mas também de saúde. A Real conversou com gente que chegou aqui e percebeu que estava na hora de tomar uma atitude para não começar a contabilizar muitos quilos a mais, e foi atrás de algumas dicas para a comunidade brasileira que está no Reino Unido se manter saudável, em forma, sem precisar deixar de lado para sempre nenhuma das tentações que a cozinha dos dois países oferecem. “A prática da boa alimentação é fundamental para uma vida saudável, embora nos dias de hoje isso seja o maior problema da população mundial”, explica a nutricionista Anelise Luna Veloso, da The Monteiro Clinic. “Cada vez mais, a má-alimentação acarreta problemas como obesidade, diabetes, aumento de colesterol e triglicerídios e problemas cardíacos, entre outros”. Muita gente, no entanto, ignora o que pode resultar de não por os alimentos certos no prato e só começa a se preocupar quando o zíper começa a ficar mais difícil de fechar. Foi o que aconteceu com a manicure e depiladora Lúcia Araújo, do salão William Wallace, em Willesden Junction. A rotina é corrida, principalmente nos fins-de-semana, quando dezenas de brasileiras aproveitam para manter a beleza em dia e deixam Lúcia na maior correria. “Aqui acabo comendo quando tenho tempo”, conta Lúcia. E, ainda assim, os hábitos que a levaram a ver o ponteiro da balança subir não eram dos mais saudáveis. O primeiro erro vem em ignorar o café da manhã, uma das três grandes refeições di-

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árias – almoço e jantar são as outras – que não devem ser esquecidas, segundo ensina a nutricionista Anelise (ver quadro na página 49). Para completar, ela raramente leva comida de casa para a hora do almoço e acaba caindo na tentação dos lanches do restaurante Sabor Mineiro, que fica a uma quadra de distância do salão. Coxinhas, pastéis, pães de queijo, empadas e brigadeiros são ótimos para dar aquele gostinho de Brasil, mas, além de supercalóricos, não são lá a refeição ideal para todos os dias. Foi quando o ponteiro da balança passou da marca dos 60 quilos – antes de vir do Brasil, há quatro anos, o peso da manicure era de 53 quilos – Lúcia percebeu que estava na hora de mudar os hábitos. Antigamente, era só chegar em casa à noite que, morrendo de fome, ela compensava tudo o que não havia comido durante o dia com um prato gigantesco de vaca atolada, com pirão, arroz e, de vez em quando, uma cervejinha para acompanhar. Depois, ia para a cama descansar para a

manhã do dia seguinte. Depois de conversar com uma médica, ela percebeu que estava fazendo tudo errado e impôs alguns limites. “Procurei tirar massa à noite e também diminuir a cerveja, me controlar mais”, conta. O jantar, agora, é composto de arroz, bife e salada. Ela não sabe quantos quilos já perdeu, mas a nova silhueta é visível. O ritmo de trabalho dos brasileiros também faz parte da lista dos culpados pelo aumento de peso. “A maioria dos moradores de Londres passa o dia na rua trabalhando e isso também é um fator importante para o aumento de peso, pois comem comidas congeladas e fast-food, que são ricos em açúcares e gorduras”, aponta Anelise. Enquanto uma refeição na rede de fast food MC Donald’s sai por £ 3,79, sentar em um restaurante e pedir um prato mais saudável requer mais tempo e dinheiro. Os momentos de lazer muitas vezes também são regados a comida (calórica). “É a vida de Londres. Quem trabalha para juntar dinheiro não pode sair muito, no fim a

distração acaba sendo assar uma carne e tomar uma cerveja no fim-de-semana”, conta Lúcia.

Vida nova – e cheia de calorias!

Não só a tentação de ingerir alimentos supercalóricos é culpada pelo aumento de peso dos brasileiros em Londres. As mudanças de costumes são um fator de grande importância para o pessoal cair de boca em alimentos que não são dos mais saudáveis. “Tomando como exemplo Londres, vemos que muitas pessoas que vivem aqui não se adaptam com o clima, pois boa parte do tempo faz frio ou está chovendo, o que já faz, por exemplo, com que não façam tanta atividade física”, explica a nutricionista Anelisa. Foi a vida agitada que fez com que Lorena Basso aumentasse algumas pontuações de roupa depois de se mudar para a capital inglesa. Ela dispensa o café da manhã e começa o trabalho, em um pub na região de Westminster, depois de tomar apenas um copo de suco. A jornada consiste em turnos de cinco a dez horas, cinco vezes por semana, sempre com uma parada para comer e descansar. Depois, ela faz outra refeição à noite, geralmente um sanduíche. Como mora no mesmo lugar onde trabalha, sempre come por lá mesmo, e os peixes e frangos que fazem parte da alimentação de Lorena não raro são fritos. “Sou chegada em fritura e não resisto aos pães”, conta ela, que tem dois pontos a favor na luta contra os quilos a mais: não costuma comer chocolate e muito raramente ingere bebidas alcoólicas. Lorena acredita que a mudança no estilo de vida foi um fator determinante para ter aumentado de peso em Londres. “Quando vou ao Brasil, chego a emagrecer seis quilos em um mês”, conta. Aqui, o tempo para fazer exercícios é cada vez mais escasso. “Há uns cinco, seis meses, entrei na academia,


mas por causa do trabalho acabei parando”. As vantagens de se exercitar, no entanto, ela enumera. “A gente se sente mais disposta, acorda mais cedo.”

por toda a vida.”

Na cozinha

Exercitar-se é fundamental

A prática de exercícios físicos é fundamental não apenas para diminuir o peso, mas para manter a saúde. “A atividade física está associada à diminuição do risco de doenças cardiovasculares, AVC (acidente vascular-cerebral), diabetes, fraturas relacionadas à osteoporose e déficit cognitivo, além de promover uma sensação de bem-estar”, ensina o personal trainer e preparador físico Altair Solci, especializado em treinamento desportivo. A lista de benefícios é ainda maior: entre os que sofrem com problemas cardíacos e hipertensão arterial, movimentar-se ajuda a melhorar os níveis de colesterol no sangue. E, claro, para quem quer perder alguns quilinhos, suar a camisa é fundamental. “A ati-

Marina Gaspar

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vidade física melhora a forma física e a autoestima”, explica. Para quem quer começar alguma atividade, o personal trainer ensina que não é necessário ir para uma academia de ginástica, já que muitos dos brasileiros aqui têm uma rotina puxada de trabalho e acabam sem tempo. “Desfrute dos parques que a cidade oferece fazendo uma atividade que lhe dê prazer”, sugere Altair Solci. Se render ao costume londrino de circular por aí de bicicleta também ajuda a enxugar alguns quilinhos, além de diminuir as despesas mensais com o travelcard para circular em ônibus e metrôs. “Escolha uma atividade à qual você se adapta melhor, como caminhar, natação, andar de bicicleta, corrida, danças. Não existe um exercício que seja melhor ou pior que o outro, todos são bons desde que feitos com prazer e regularidade”, explica Altair. Ele diz ainda que não adianta começar o exercício e parar algumas semanas depois. “O exercício físico regular deve ser mantido

“Em Londres você tem alimentos de todas as partes do mundo, então dá para achar opções saudáveis, sim”, diz Gabriel Gaya, que há sete anos abriu a Gaya Food, que importa comida brasileira para o Reino Unido. Na lista do que ele traz do Brasil para cá, tem de tudo: arroz, feijão, carnes e frutas que aqui seriam difíceis de encontrar, como o caju e o limão tahiti. “Fomos a primeira empresa a trazer o açaí para Londres”, conta. Ele distribui produtos brasileiros para mais de 300 estabelecimentos no Reino Unido e acredita que os brasileiros que estão por aqui podem trocar o kebab por uma refeição mais completa se resolverem aproveitar as opções saudáveis. “Aqui tem opção saudável. Você pode comer fora e escolher entre um hambúrguer ou uma salada de frango, por exemplo. O que o pessoal não tem é o costume do almoço, enquanto no Brasil todo mundo pára para almoçar.” Por mais que a feijoada e a picanha sirvam para matar a saudade de casa – e não há nada de mal em dar uma escapadinha no fim-de-semana para saborear os pratos tipicamente brasileiros e se divertir –, o fato é que no dia-a-dia pode-se preparar uma refeição mais saudável, que pode ser levada para a hora do almoço no trabalho. Ingredientes brasileiros não faltam, é só manter o hábito.


Brasil X Inglaterra: quem engorda mais? Não é só a culinária inglesa que ajuda a deixar as roupas dos brasileiros mais apertadas. A saudade de casa muitas vezes faz com que o pessoal corra até os restaurantes brasileiros para matar a vontade de comer os pratos que podem ser paixão nacional, mas são também cheio de calorias. O que tem mais calorias, nossa feijoada ou o tradicional fish & chips? Fish & Chips: 600 calorias.

Feijoada: 600 calorias por prato. O problema é: quem pára no primeiro?

English breakfast: 807 calorias. A combinação de ovos, bacon, salsicha, feijão, cogumelos e tomate, tudo cheio de gordura, é um crime para quem sofre com colesterol alto.

Picanha: uma fatia tem 250 calorias. Assim como a feijoada, a tradicional carne brasileira vem acompanhada de uma grande questão: quem consegue saborear sem juntar arroz, feijão, batata frita, farofa e vinagrete? O número de calorias, daí, vai às alturas.

Pint de cerveja: a média é de 182 calorias

Caipirinha: 187 calorias. Na versão sem açúcar, são 126 calorias.

Mousse de maracujá: uma única colher de sopa tem 99 calorias.

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Torta de maçã: 250 calorias por uma fatia de 113 gramas.

Five o quê?

É

só ir ao supermercado ou ligar a televisão que se ouve falar do “5 a Day” (cinco por dia, na tradução livre). É a campanha do governo britânico para que ninguém deixe de ingerir pelo menos cinco porções de frutas e legumes diariamente. No site preparado pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS), www.5aday.nhs.uk, dá para ver algumas dicas e receitas de como preparar pratos saudáveis e gostosos. Os motivos para não ignorar as cinco porções diárias de frutas e legumes são:

• São ricos em vitaminas e sais minerais. • Ajudam a manter um peso saudável. • São ótimas fontes de fibras e antioxidantes. • Ajudam a diminuir o risco de doenças cardíacas e derrames. • São deliciosos e há uma enorme variedade para escolher. *Fonte: Website 5 a Day


As 13 dicas da nutricionista

A

nutricionista Anelise Luna Veloso dá o alerta: dietas mirabolantes são cada dia mais utilizadas, principalmente por conta da facilidade de conseguir o caminho para um corpo mais magro via Internet. “Na verdade, as dietas só pioram a situação, pois a perda de peso muitas vezes não é mantida, já que não houve mudança no estilo de vida e na alimentação”. O resultado, segundo ela, é mais peso que antes. Para ajudar quem quer perder peso com saúde, a nutricionista preparou as dicas a seguir:

Anelise Luna Veloso

1. É importante comer de três em três horas. Devemos fazer três grandes refeições, desjejum, almoço e jantar. Entre essas refeições deve haver pequenos lanches. Geralmente, a parte da tarde comporta mais de um lanche para as pessoas que jantam tarde. 2. O cardápio deve conter todos os grupos de alimentos. O organismo precisa de proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais para se manter e ajudar você a emagrecer.

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3. Evite ficar beliscando o dia inteiro. Isso só vai fazer você engordar mais, pois provavelmente só irá comer alimentos calóricos e ricos em gorduras. 4. Se você sentir vontade de comer um doce ou algum alimento mais calórico, coma. Mas lembre-se: só um pedaço ou uma unidade. Não exagere. 5. Tente sempre começar o almoço e o jantar com um prato de salada. Esses alimentos, além de terem poucas calorias, são ricos em fibras e isso ajudará na sua saciedade. 6. Macarrão e pizza são permitidos, mas muito cuidado com os molhos. Escolha sempre uma opção mais leve. 7. Evite água com gás e refrigerantes. Esses tipos de bebidas dilatam o estômago e dão uma sensação de satisfação que não existe. 8. Tente sempre ter algum tipo de lanche à mão, como uma fruta, barrinha de cereais ou iogurte para aqueles ataques de fome inesperados. 9. Beba bastante água, pelo menos 1,5 litro por dia. 10. Substitua queijos amarelos por brancos. Estes têm menos gorduras e, portanto, são menos calóricos. 11. Bebidas alcoólicas são muito calóricas. Por isso, cuidado nos fins-de-semana. Reduzir pela metade a quantidade que costuma beber é uma boa opção. 12. Evite ter em casa chocolates, leite condensado e biscoitos em excesso. Eles são um perigo para o ponteiro da sua balança subir em um piscar de olhos. 13. Movimente-se. Não é preciso ir à academia para perder peso, uma caminhada já é uma excelente escolha para começar a derreter as gordurinhas em excesso.

Revista Real 49


Cultura

Londres

ao som de

Bossa Nova

Cultura

Festival da Embratur reuniu grandes nomes do gênero no Guanabara

Texto e fotos: Rafael Reina

A

mistura samba jazz que imortalizou Garota de Ipanema e revelou ao mundo nomes como Tom Jobim e João Gilberto foi um dos destaques culturais do mês de julho com o lançamento do London Bossa Nova Festival 2008. A abertura do evento, que aconteceu no dia 2 de julho, trouxe ao palco do Guanabara os principais nomes da Bossa Nova da Inglaterra. O grupo Nossa Voz Choir, coro de vozes regido pelo Maestro Gui Tavares, abriu a noite interpretando grandes nomes como Tom Jobim e Vinicius de Moraes, seguido pelo guitarrista de jazz britânico, Neil C Young - conhecido por suas infusões pela Bossa - e o trio Rio Jazz, que pôs os convidados pra dançar com versões para músicas de artistas como Madonna e The Cure. As duas últimas bandas, Zeep (Nina Miranda e Chris Franck) e Sirius B, seguiram agitando a pista de dança com interpretações e composições próprias. E por fim, os ‘coquetéis’ dançantes de MPB dos DJs Eddie Piller e Braz encerraram a primeira noite do festival, que teve o segundo dia de programação no dia 6 de julho em South Bank, com uma programação aberta ao público. O festival foi promovido pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) em comemoração aos 50 anos de Bossa Nova, o gênero musical tupiniquim mais difundido mundo afora. “A idéia do festival é promover o turismo através da divulgação da nossa cultura, inclusive entre os brasileiros que aqui vivem e fazem turismo durante as férias no Brasil”, comenta Glauco Fuzinatto – diretor da Embratur no Reino Unido.

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A festa dos Beatles Liverpool celebra, pelo 22º ano consecutivo, a Semana Internacional dos Beatles

O

s beatlemaníacos podem fazer as malas. Liverpool, a cidade natal da banda de rock mais famosa de todos os tempos, já está pronta para celebrar a 22ª edição da Semana Internacional dos Beatles. Do dia 20 a 26 de agosto, o evento, que é a

para assistir a concertos ao ar livre e no Cavern Club, uma réplica do bar onde o quarteto costumava se apresentar nos anos 60. As atrações não param por aí. Exibições de arte, sessões de autógrafos de obras dedicadas à banda, feiras de rua com direito aos mais diferentes souvenirs dos Beatles também ajudam a levar milhares de turistas à cidade inglesa. Para os que vão fazer sua estréia no evento, a dica é não perder os passeios guiados que mostram as casas onde os integrantes da banda passaram a infância e outros pontos que inspiraram músicas como Penny Lane e Strawberry Fields Forever. Para saber mais sobre o evento, é só entrar no site do Cavern Club, que, além de organizar a festa, ainda oferece pacotes que incluem acomodação, visitas guiadas e ingressos para os shows a partir de £ 170. A programação completa você pode acessar no www.cavernclub.org

De peruca pelos Fab Four

F

oi num dia 10 de julho que o quarteto mais famoso de Liverpool voltou à cidade natal depois de um estrondoso sucesso na primeira viagem que fez aos Estados Unidos. Não à toa, a data foi escolhida como o Dia dos Beatles, celebrado pela primeira vez na cidade inglesa no mês passado. Para homenagear os cidadãos mais ilustres que já teve, Liverpool vestiu a peruca dos músicos, literalmente: todos na cidade foram incentivados a vestir um acessório que imitava os cortes de cabelo dos músicos, brincadeira que incluiu até funcio-

nários de um navio-balsa que promove passeios pelo rio Mersey, que corta a cidade. A celebração contou com uma parada temática que saiu pelas ruas da cidade lembrando os integrantes da banda, as músicas e as personagens de canções famosas. Bandas cover dos Beatles não ficaram de fora das comemorações. A The Beatelles, formada por mulheres, se apresentou no terraço de uma rádio da cidade. Para fechar o evento, um grande show contou com a presença da banda Gerry & The Pacemakers, contemporânea dos Beatles.

Revista Real 51

Cultura

maior celebração em torno do quarteto em todo o mundo, vai reunir cerca de 200 bandas cover de mais de 20 países ao redor do mundo para tocar os maiores sucessos dos Fab Four, entre outros eventos, durante 12 horas diárias de festa. A Semana Internacional dos Beatles é o principal evento da cidade, que é a capital européia da cultura em 2008 e não perde uma chance de homenagear seus filhos mais ilustres – só em 2008, um hotel temático inteirinho dedicado ao quarteto abriu as portas e foi celebrado o primeiro Dia dos Beatles no mês passado (veja box). Todos os anos, milhares de fãs da banda correm para a cidade


Livros

50 anos depois

O Ventre, livro de estréia de Carlos Heitor Cony, é relançado pela Editora Objetiva

Cultura

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editora Objetiva relança O ventre, livro de estréia do escritor e jornalista Carlos Heitor Cony, publicado originalmente em abril de 1958 pela Civilização Brasileira, editora pela qual o autor publicou a grande maioria de seus romances. Escrito em 1955, quando Cony tinha 29 anos, O ventre foi inscrito por ele para um concurso da Academia Brasileira de Letras. Apesar de ter sido considerado o melhor romance, a obra não levou o prêmio, pois continha temas considerados impróprios, como adultério, e também um vocabulário considerado, na época, um tanto ofensivo. No entanto, o júri indicou o romance para publicação, ocorrida três anos mais tarde. O ventre narra as aventuras de José Severo, filho de classe média carioca e que sofre com o desprezo do seu pai – José Severo é, na verdade, filho de uma relação extraconjugal de sua mãe. Logo na primeira página do romance, Cony já mostra aos leitores o estilo não somente do personagem principal, mas de toda a narrativa, ao colocar na boca de José a frase: “Só creio naquilo que possa ser atingido pelo meu cuspe. O resto é cristianismo e pobreza de espírito.” A única pessoa que demonstra alguma afeição a José, mas sem muito alarde, é seu padrinho, que mora em São Paulo, onde o protagonista passa algumas de suas férias. Há ainda a presença de seu irmão, com quem José vive uma conturbada relação. O irmão, mais novo, é preferido não apenas pelos pais, mas também por Helena, amor de José, com quem o irmão acaba se casando. Na adolescência, após ser pego tendo relações como uma mulher casada, mulher de um capitão do exército, é expulso do colégio e proibido de se matricular em outra

instituição de ensino no Rio de Janeiro. Decide ir para Maceió, onde acaba se tornando motorista de ônibus. Marcado pela influência do existencialismo francês e por um estilo machadiano, O ventre é considerado por muitos como sendo uma das melhores obras de Carlos Heitor Cony. Narrativa crua e precisa, o romance é, sem dúvida, leitura obrigatória para todos os que acompanham a trajetória de Cony ou que querem conhecer esse que é um dos grandes expoentes da literatura contemporânea brasileira. Carlos Heitor Cony nasceu em 1926 no Rio de Janeiro. Estudou no seminário até quase se ordenar padre, mas pouco tempo antes disso acontecer, abandonou a vida religiosa e, já na década de 1950, passou a fazer parte do jornalismo nacional. Nos anos 60, já autor renomado, Cony passa a ser perseguido pela ditadura militar, especialmente por conta de suas crônicas publicadas no jornal Correio da Manhã. Essas colunas foram reunidas e lançadas em livro, intitulado O ato e o fato, em 1964, e republicado em 2004. Em 1974, Cony publica o romance Pilatos e após isso passa mais de vinte anos sem lançar um único romance. Esse silêncio se encerra em 1995, com o lançamento de Quase-memória, romance aclamado pela crítica e pelo público e que marca a retomada literária do autor. Desde então, Carlos Heitor Cony já lançou mais de dez romances. O último, em 2007, chama-se A morte e a vida e trata do tema da eutanásia. Atualmente, Cony escreve colunas para a Folha de São Paulo, além de participar do programa Jornal da CBN, juntamente com os jornalistas Heródoto Barbeiro e Arthur Xexéu.

Dicas Venenos de meus remédios do diabo Mia Couto

Companhia das Letras

No romance, o escritor moçambicano Mia Couto apresenta uma narrativa entremeada por verdades e mentiras de dois personagens – um médico e seu paciente - que se confrontam tendo como ponto em comum uma misteriosa mulher.

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Ao mesmo tempo Susan Sontag Tradução: Rubens Figueiredo Companhia das Letras

O livro reúne ensaios e discursos escritos pela aclamada escritora americana no final de sua vida. Em Ao mesmo tempo é possível rever algumas das opiniões e idéias dessa autora que dedicou sua vida à literatura e às atividades políticas.


Mondo HQB por Eloyr Pacheco*

Novidades em quadrinhos Primando pela qualidade e conteúdo diferenciado, a Desiderata, selo da Editora Agir, lança HQs que criam um amplo espaço para exposição de idéias

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Irmãos Grimm em Quadrinhos 176 páginas Formato 21 x 28cm Preço: R$ 24,90

Cultura

rês recentes lançamentos da Desiderata, selo da Editora Agir, do Grupo Ediouro, merecem atenção: O Cabeleira, Os Malvados e Irmãos Grimm. Com a publicação de livros dos mais variados temas, a editora prova que os super-heróis americanos podem ficar longe das livrarias tupiniquins. O Cabeleira é o apelido pelo qual ficou conhecido o bandoleiro José Gomes, um dos mais temíveis bandidos de Pernambuco do século XVIII. A história de José Gomes foi contada num livro, considerado o precursor do romance regionalista brasileiro, escrito por Franklin Távora e lançado em 1876. Baseados neste livro, os roteiristas Leandro Assis e Hiroshi Maeda escreveram um roteiro, que foi um dos vencedores do 8º Laboratório de Roteiros de Cinema do Sesc. A convite da Desiderata e de seu editor de Quadrinhos S. Lobo, o roteiro foi transposto para os quadrinhos com traços do desenhista Allan Alex. “...não me choca o comportamento do Cabeleira. Ninguém nasce mau ou bom. O ser humano é muito mais rico e complexo do que isso”, explica Allan Alex, conhecido pelas histórias do personagem Nonô Jacaré, criadas em parceria com o roteirista Patati e publicadas nas extintas revistas Porrada e Metal Pesado e por graphic novels, como O Segredo da Jurema, Sangue Bom (publicada nos EUA e na Itália) e Zumbi dos Palmares. O Livro Negro de André Dahmer é o primeiro livro deste talentoso e controvertido quadrinhista que também foi lançado pela Desiderata. Os Malvados, também conhecidos como “cabeças de girassóis” ou “flores do mal”, foram criados em 2001 e hoje contam com mais de 700 tiras publicadas na Internet. Este novo livro de Dahmer é uma coletânea destas tiras. “Não tenho a pretensão de agradar a todos. Já recebi muitos e-mails enfurecidos, a maioria por conta de religião ou costumes. Não me importo. As pesso-

as podem concordar ou discordar do meu humor. E isso sim é de grande valia”, comenta Dahmer, dono de um humor cor-rosivo. Irmãos Grimm em Quadrinhos reúne 14 histórias em quadrinhos inspiradas nos famosos contos de Jacob e Wilhelm Grimm, conhecidos como “os irmãos Grimm”. “Os leitores já conhecem as histórias e sabem como elas se desenrolam. O diferencial é contálas com um apelo visual inusitado, recuperando todo o horror, o sexo e a escatologia dos originais”, afirma o editor S. Lobo. Irmãos Grimm em Quadrinhos adapta os contos: Velho Sultão (Allan Alex), A Gata Borralheira (Fido Nesti), João Porco Espinho (Claudio Mor), Os Músicos de Bremen (Vinicius Mitchell), O Pequeno Polegar (Daniel Og), João e Maria (Carlos Ferreira e Walter Pax), João Sortudo (Rafael Sica), Branca de Neve (Rafael Coutinho), O Rei Barbicha (Eduardo Filipe, o Sama), Chapeuzinho Vermelho (Arthuro Uranga), Margarete Esperta (Roberta Lewis), As três Línguas e Odyr Rapunzel (Fabio Lyra) e A Bela Adormecida (Allan Rabelo, S. Lobo e Sr. Blond). *Eloyr Pacheco é editor e quadrinhista. Mantém o site Bigorna (http://www.bigorna.net), leciona produção de HQs no SESC Londrina e recebeu, entre outros, o Troféu Jayme Cortez 2008 pela sua atuação na área e o HQ Mix 2007 na categoria Melhor Prozine. Revista Real 53


Crônica por Camilo Adorno

Cultura

12 de junho

54 Revista Real

Nascido no hospital público de uma pequena cidade do interior gaúcho, José passou sua infância perambulando pelas ruas em busca de comida e de algum tipo de trabalho que lhe pudesse render ao menos uma refeição digna. Família, nunca teve. Ele não chegou a conhecer os pais. O pouco que sabe - ou imagina que sabe – é que sua mãe morreu logo após o parto de seu irmão mais novo, com quem ele nunca teve contato. Do pai, nada sabe e nunca preocupou-se em saber. Durante sua vida, tudo o que fez foi viver na rua. Algumas vezes, especialmente nas noites geladas de inverno, abrigava-se em uma das igrejas da cidade – ali também, certas vezes, conseguia almoço ou ao menos, uma sopa que forrava o estômago e ajudava a espantar o frio. Outras vezes, quando não estava com muita sorte na sua peregrinação alimentar no centro da cidade, José simplesmente entrava em uma das igrejas e lá permanecia por longas e longas horas, assistindo às missas que se sucediam em um ritual repetitivo, mas tocante a cada nova celebração. Chegou a pensar em se tornar padre, mas lhe faltava vocação. Faltava ainda a erudição – José ficava impressionado com a verve dos padres da cidade. Mesmo sem entender patavinas do que os padres diziam, era gritante o impacto que as palavras provocavam nele. Movido por esse inexplicável e intrigante interesse pelas letras, José passou a freqüentar aulas que eram ministradas na matriz da cidade. Ali, três vezes por semana, alunos universitários davam aulas para a população carente, ensinando desde noções básicas de leitura e escrita, até conteúdos explorados pelas escolas locais. Como um incentivo para a presença dos alunos, ao término de cada período, os estudantes ganhavam uma refeição. A princípio, a comida era o maior atrativo daquelas aulas. Porém, com o passar dos tempos, a refeição deixou de ser a principal atração daquelas noites. José realmente se interessava pelas aulas, e passou a ser um dos alunos mais aplicados da turma. Com ao menos uma refeição garantida durante os dias da semana, José deixou de gastar seu tempo vagueando pelas ruas e avenidas da cidade em busca de

alimento, e aproveitou essas novas horas de sua vida para freqüentar a biblioteca central. Ali, além da facilidade de ter um banheiro limpo, água e algumas bolachas, José encontrava uma infinidade de histórias, de livros, de palavras que o atraíam cada vez mais. No começo, sentiu-se perdido em meio a tantas opções de informação, mas aos poucos passou a usar aquele ambiente para aprofundar os ensinamentos adquiridos durante as aulas noturnas. Estudando diariamente em dois períodos (de tarde sozinho na biblioteca central; de noite, assistindo às aulas na igreja) e orientado por bibliotecários e professores, José deu-se conta de que algo maior poderia acontecer em sua vida. Ele poderia conseguir um emprego, algo que ele, secretamente, sonhava. A grande oportunidade para a nova vida de José surgiu com o anúncio da prefeitura para um concurso que empregaria cerca de duas mil pessoas. Os cargos eram muitos e para as mais variadas funções, o que lhe deu uma esperança a mais, pois ele acreditava ser capaz de exercer ao menos uma daquelas inúmeras atividades de que a prefeitura necessitava. Durante as semanas que antecederam o concurso, José intensificou o estudo. Passou a chegar à biblioteca juntamente com os primeiros funcionários – passava lá o dia todo e contava com a comiseração dos mesmos para alimentar-se. As horas que passou enfurnado nos livros foram mais do que recompensadas. No dia 12 de junho, José não arrumou uma namorada, mas ainda assim ele tinha muito o que comemorar. Nesse dia seu nome foi publicado no anúncio da prefeitura dizendo que ele era um dos mil e cem funcionários recémcontratados. José não cabia em si de tanta felicidade. Porém, já tarde da noite, enquanto vagava naquela que provavelmente seria uma de suas últimas noites como um morador de rua desempregado, ele pensou nos demais Josés que naquele mesmo momento também perambulavam pelas ruas e avenidas do país e que, ao contrário dele, não teriam um emprego para ir no dia seguinte. Ao cruzar a ponte que ligava a parte nova da cidade à antiga, José parou, olhou para os lados e, conscientemente, se atirou.


Informe Publicitário

í a m e e V d o ã n r g i o

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Comportamento

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Saúde

Cuidando do intestino

Saúde

Confira alguns cuidados básicos diários para evitar a prisão de ventre

Q

uando o intestino não funciona, nosso corpo tem mais dificuldade para funcionar. Tudo fica mais lento: digestão, respiração, circulação. Incômodo total na barriga, isso não é mal estar? Então, mau humor. Nosso intestino tem três fortes contrações por dia, ou seja, a cada oito horas deveríamos eliminar resíduos de nosso organismo bastando somente nos observarmos um pouco mais. Normalmente observamos a primeira do dia, que acontece pela manhã. O que leva nosso intestino a ficar preguiçoso?

Várias coisas: Não ir ao banheiro quando se sente vontade. Aos poucos esse 8 reflexo vai sendo inibido e aí não serão três vezes ao dia, mas três

Pelo que falei das causas, já dá para saber como se reverte esse problema:

Beber pouca água também dificulta o transporte dos resíduos 8 pelo tubo intestinal, deixa nosso corpo ressecado e toda água que

¨

Respeite o seu corpo, não reprima suas necessidades, vá ao banheiro quando precisar. Nada de deixar para depois o que se pode fazer agora.

¡

Beba muita água, chá, suco. Pelo menos dois litros de água por dia. A água hidrata, dilui o bolo alimentar e acelera o metabolismo.

vezes por semana ou por mês...

entra é sugada para hidratar outros tecidos, não sobrando nada para amolecer os resíduos que deveriam ser eliminados. Quando bebemos pouca água esses resíduos ficam mais compactos. E esses resíduos pesam, grudam e dilatam o tubo intestinal, favorecendo a prisão de ventre.

8 Poucas fibras na alimentação também dificultam o trabalho

de esvaziamento dos intestinos. A função das fibras é facilitar a passagem do bolo fecal pelo intestino grosso e mantê-lo limpo. Sem fibras esse trabalho não acontece. Onde estão as fibras? Nos alimentos integrais, nas frutas e nas hortaliças.

Æ

Coma muitas fibras (integrais, frutas e hortaliças) diariamente, em todas as refeições. Evite farinha branca, pão branco, arroz branco, biscoito de farinha branca. Os alimentos refinados têm sua digestão incompleta e esses resíduos ficam grudados na parede do intestino, dificultando a absorção de nutrientes, gerando inflamações, obstruindo o tubo intestinal e provocando sérias doenças que podem evoluir para o câncer. Com os intestinos limpos, você sente leveza, mais energia, seu metabolismo aumenta e conseqüentemente sua saúde melhora. Prisão de ventre reflete em nosso humor, beleza, em nossa imunidade, energia, nosso sono, enfim, nos deixa mal. Observe mais o seu corpo e viva melhor.

Jacqueline A. de Oliveira

Nutricionista responsável pelo Spa Maria Bonita, no Rio de Janeiro, especialista em reeducação alimentar e alimentação natural.

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SaĂşde Revista Real 57


Mulher

Beleza noturna Acordar mais bonita é possível. É só prestar atenção a algumas dicas de tratamentos para o período da noite

Q

ue tal aproveitar a noite para, além de descansar, ficar mais bonita? Cosméticos e truques caseiros para serem aplicados antes de dormir são as dicas para quem quer melhorar a aparência do rosto, do corpo, dos pés e aliviar desconfortos como o do inchaço das pernas.

Mulher

Novinha em folha

Há quem diga que as rugas contam a história da vida e tudo o mais, mas a verdade é que a grande maioria das mulheres não quer nenhuminha delas contando absolutamente nada. E para manter os sinais do tempo bem longe do rosto, as dicas são cremes anti-idade noturnos.Eles contêm em sua formulação ácidos que removem as células mortas e melhoram o aspecto da pele ao amenizar os sinais de envelhecimento e clarear manchas. A aplicação não é difícil: depois de lavar o rosto, é só aplicar o produto com as pontas dos dedos, massageando em um movimento ascendente. Uma dica importante: nada de utilizar o produto durante o dia, pois eles contêm ácidos que deixam a pele mais sensível à luz do sol, e o resultado pode ser indesejadas manchas.

Pele de bebê

Um bom hidratante é fundamental para quem quer manter a pele do corpo inteiro lisinha. Então, antes de ir para cama, é só aplicar o produto favorito no corpo inteiro. O creme ideal vai do gosto de cada uma, é só escolher um específico para o tipo de pele e com um aroma agradável para ajudar a relaxar na hora de dormir.

Abra os olhos!

Vamos combinar que lugar de urso panda é no zoológico. Então, antes de dormir, nada melhor que uns truques para afastar as olheiras. As dicas aqui são duas. A primeira é utilizar um creme específico para a parte do rosto em questão e ir dormir tranqüila. A segunda é uma receitinha caseira: compressa de chá de camomila. É só preparar a mistura de três sachês de chá em 200 mililitros de água e pôr na geladeira até esfriar bem. O próximo passo é embeber dois chumaços de algodão e colocar um em cada olho por dez minutos.

Pé de jacaré

Agora que a temperatura permite sair por aí de sandálias, não é nada difícil o calcanhar ficar parecendo ser feito de escamas. Uma esfoliação seguida da aplicação de um creme de alto teor hidratante ajuda a reparar o efeito pele de jacaré. Para potencializar o tratamento, é só dormir de meias, pois elas abafam os pés e agilizam a penetração do produto. A freqüência do procedimento vai da necessidade de cada uma: pode ser toda noite para os casos mais graves ou uma vez por semana para aquelas que só querem manter os pés de princesa.

Brilho noturno

Os cabelos também têm vez na rotina de tratamento. São os leave-in noturnos, cremes para serem aplicados nos fios secos ou úmidos. Eles agem para recuperar o cabelo das agressões do dia-a-dia e prometem não manchar a fronha do travesseiro.

Sol da madrugada

Quer acordar com uma cor digna de quem acabou de vir de um final de semana na praia? Pois se o clima de Londres não ajudar, não tem problema. É só aplicar um auto-bronzeador 20 minutos antes de dormir, afinal não tem nenhum glamour em depois lavar lençóis e pijamas laranjas. Depois, é acordar com uma cor maravilhosa e matar os branquelos londrinos de inveja.

Nada de efeito balão!

A noite é perfeita para amenizar o inchaço das pernas. Um truque da época da vovó é colocar no pé da cama listas telefônicas. Outro é deitar as pernas sobre três travesseiros – o que não é recomendado para as adeptas de chutes noturnos. As dicas são simples, mas eficazes: a nova posição vai facilitar o fluxo da circulação sangüínea e, além de amenizar o inchaço, previne varizes.


Estilo verde

A responsabilidade ambiental toma conta do mundo da moda

H

sável sai por cerca de £ 6. O preço, um pouco mais caro que o das peças fabricadas da maneira tradicional, tem razão de ser. O algodão utilizado como matéria-prima é plantado sem agrotóxicos e tratado sem nenhum poluente até se tornar um tecido.

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á pouco mais de um ano, a atriz Sienna Miller saiu na contramão das celebridades que ostentam bolsas de grifes caríssimas e passou a desfilar por aí com uma de tecido ecologicamente responsável com os dizeres I’m not a plastic bag (eu não sou uma bolsa de plástico, na tradução livre), da estilista inglesa Anyas Hindmarchs. O acessório virou hit e foi copiado por toda Londres – até hoje, é difícil encontrar um camelô que não ofereça alguma imitação do modelo. Não é só a bolsa de Sienna, no entanto, que prega o conceito de sustentabilidade por aí. De designers famosos a marcas populares, preservar o verde está mais que na moda. É o que faz a estilista Stella McCartney. Para começar, ela totalmente aboliu peles e couros de suas coleções e quem acha que as endinheiradas mundo afora deixaram de se interessar pela marca da filha de Paul McCartney está redondamente enganado. Stella também criou uma linha de cosméticos desenvolvidos totalmente de acordo com regras de preservação ambiental e que passam longe de ser testados em animais. A prática teve como pioneira a grife de produtos de beleza britânica The Body Shop, que tem uma loja em cada esquina a preços que não doem tanto no bolso. Como Stella McCartney e Anyas Hindmarchs não cabem no orçamento de muita gente, o jeito é procurar opções mais acessíveis. E aqui entra o algodão orgânico, presente em criações de linhas especiais de cadeias de lojas como American Apparel e H&M. Para quem quer entrar na onda verde, a dica é a Primark, onde uma camiseta ecologicamente respon-

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Bom humor é chique Ficar repetindo frases negativas por aí é sinal de deselegância

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v i d a p o d e não estar lá essas coisas pa ra alg u n s , m a s nada mais chato que ter al guém o t e m p o inteiro repetindo frases e pensam e n t o s n e g a t i v o s por aí. Não só chato como falta d e e d u c a ç ã o , d e acordo com a consultora de moda e e t i q u e t a C l á u d i a Matarazzo, autora dos livros Vis u a l , u m a Q u e s t ão Pessoal e Negócios, Negócios, E t i q u e t a F a z P a r t e, além do site www.claudiamat a r a z z o . c o m . b r . E como finesse é fundamental em q u a l q u e r s i t u a ç ã o, a Real separou algumas dicas d a e s p e c i a l i s t a p ara ninguém deixar a elegância de lado. A q u e l a p e s s o a que você não vê há anos – ou m e s e s – p a r e c e e nvelhecida? Tudo bem que a int e n ç ã o p o d e s e r a de ajudar, mas fazer comentários d e s s e t i p o n ã o l e va a nada e pode, além de ofender a p e s s o a , l e v a r a crer que você fala isso de qualquer um. F a l a r d e f a l ê n cias ou finanças alheias em geral d e v e s e r e v i t a d o . “É pura bisbilhotice. Fofoc a que n ã o l e v a a l u g a r a lgum”, ensina Cláudia. Outro tóp i c o q u e f i c a b e m na linha entre um comentário s i n g e l o e a f o f o c a é o de divórcios e separações, a n ã o s e r q u e s e j a a sua própria, já que é muito difí c i l n ã o t o m a r p a rtido de um dos envolvidos. D o e n ç a é s e m pre um assunto desagradável e int e r e s s a a p e n a s a os envolvidos, então nada de sair c o m e n t a n d o p o r aí, principalmente em detalhes. A q u e l e c o n h e cido foi traído? Cuidado antes de p a s s a r a i n f o r m a ção adiante. Tanto pode ser apenas b o a t o c o m o o c a sal pode acabar voltando às boas e a f a m a d e f o f o q u eira vai ser toda sua no fina l. T o m o u u m d r ink a mais? Tudo bem, ma s não p r e c i s a s a i r a n u nciando por aí. Primeiro porque, s e e s t i v e r b ê b a d a mesmo, todo o bar já vai ter per c e b i d o e , s e f o r só um pilequinho sem maiores c o n s e q ü ê n c i a s , p ara que ficar espalhando aos quatro ventos? F r a s e s d i t a s c o m aquele ar penalizado e não term i n a d a s , c o m o “Fulano bebe demais, coitad o...”, o u “ P e n a q u e e l e não se livra daquele problema d a s d r o g a s . . . ” e n tram na lista das deselegantes. V i o l ê n c i a p o d e ser um assunto recorrente nas g r a n d e s c i d a d e s – e nem em Londres dá para estar t o t a l m e n t e s e g u r o. Mas contar todos os mínimos d e t a l h e s d e u m ato de violência é, segundo a esp e c i a l i s t a , “ t e r r o rismo e masoquismo desnecessário”. F a l a r , c o m a r de mistério, que “conhece muito b e m ” d e t e r m i n a d a pessoa deixa um ar de mistério n o a m b i e n t e e d á margem às mais diversas inter p r e t a ç õ e s . E x p l i q ue de onde conhece e porque con h e c e b e m p a r a não ser mal-educado.

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Personalidades

Mês dos bebês estrelados

Topless em Ibiza

Gêmeos para Jolie e Pitt

Juventude no ninho

Guarda-roupa de gente grande

Pelada no Mediterrâneo

Personalidades

O mês dos bebês famosos começou no dia 7 de julho. A atriz Nicole Kidman deu à luz em Nashville, nos Estados Unidos, a menininha Sunday Rose, do casamento com o cantor de música country Keith Urban. Nicole tem ainda dois filhos adotivos com o ator Tom Cruise. Já a modelo brasileira Camila Alves e o namorado, o astro de Hollywood Matthew McConaughey, festejaram a chegada de Levi no mês passado. O papai famoso já espera ansioso o dia em que o pequeno poderá acompanhá-lo em sessões de surf.

As crianças mais aguardadas do showbizz finalmente chegaram e acabaram com todo o mistério que cercou o casal Brad Pitt e Angelina Jolie nos últimos meses. Os gêmeos Vivienne Marcheline e Knox Leon nasceram no dia 12 no hospital La Fondation Lenval, em Nice, no sul da França, para onde o casal se mudou há alguns meses. Os dois nasceram de cesariana: o menino primeiro e a menina um minuto depois. A família Jolie-Pitt, agora com seis crianças, por enquanto segue vivendo na propriedade anti-paparazzi comprada em terras francesas.

Jennifer Lopez resolveu doar para um leilão beneficente as peças de roupa que já não cabiam mais em seus gêmeos Max e Emme. A boa ação da cantora, no entanto, deixou muita gente boquiaberta. O motivo? As peças usadas pelos pequenos, na grande maioria de grife, pareciam novinhas em folha. É que os fofos já estão aprendendo um costume de muita gente grande. Com seis meses de vida, a mamãe atriz-cantora-empresária jamais permite que os dois repitam um modelito por aí. Sorte da instituição que herdou a coleção novinha das peças em miniatura.

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Ronaldo e a noiva, a engenheira Bia Anthony, foram fotografados em momentos de relax em Ibiza, na Espanha, durante um passeio de iate. Os dois ignoraram os paparazzi que fazem plantão nas praias espanholas durante o verão e ficaram totalmente à vontade. Enquanto Bia, grávida de quatro meses, exibia, além da barriguinha, os seios em momentos de topless, o atacante do Milan apareceu para as lentes dos fotógrafos fora de forma, com a barriga maior que a da noiva, e apareceu fumando um cigarro despreocupadamente.

Glória Maria não revela a idade nem sob tortura, mas os segredos para se manter jovem ela ensina numa boa. Aulas de ioga e pilates, mais caminhadas pela orla carioca e uma dieta com apenas 80 gramas de carboidrato são alguns dos truques da jornalista para aparentar algumas décadas a menos das que apresenta na certidão de nascimento. Além de tomar cerca de 100 pílulas por dia para os mais diversos fins, ela não abre mão de incluir no cardápio uma sopa de ninho de passarinho importada da Tailândia. A tal sopa milagrosa promete rejuvenescer.

Tudo bem que em pleno verão europeu não faltam celebridades, jetsetters, membros da realeza e mais uma lista de gente fazendo topless em alguma praia do Mediterrâneo. Pois a atriz Sienna Miller não apenas seguiu a moda da região como não largou mais a tendência. Em temporada de “dolce far niente” com o novo affair – o ator Balthazar Getty – ela não quis saber da parte de cima do biquíni, fosse num iate, na praia ou simplesmente na mesa de café da manhã. Ah, detalhe: o acompanhante de Sienna na temporada de topless é casado e pai de quatro filhos.


Sienna Miller

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Turismo

Viagem ao

Cidade mais importante da Austrália, Sydney mistura a modernidade de um grande

Turismo

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ncarar 24 horas num avião, atravessar literalmente meio mundo e gastar o equivalente ao preço de uma passagem para o Brasil... Certamente você pode enumerar diversas razões para não considerar a Austrália como o seu destino de férias. Mas prepare-se porque, apesar de tudo isso, esta pode ser a sua melhor viagem dos últimos anos. Quem mora em Londres já deve ter esbarrado com algum australiano que vive por essas bandas. O que atrai boa parte desta turma para o Reino Unido é a experiência pessoal e profissional, mas se você perguntar se eles pensam em viver aqui por mais de dois, três anos, a resposta é quase unânime: “Não!” E eles têm um ótimo motivo. O país, com menos de 400 anos de história (o primeiro registro de chegada ao continente data de 1642, com o holandês Abel Tasman), já faz parte do seleto grupo de países desenvolvidos, com alto padrão de vida e economia estável. Apesar de ser o sexto maior território do mundo (o Brasil ocupa a 5ª. posição), a população não chega a 20 milhões de habitantes, de acordo com o último Censo, ou seja, pouco mais de 10% do total de moradores do Brasil. Sydney não é a capital do país, mas certamente é a cidade mais importante da Austrália, que foi proclamada como território inglês em 1770. A colonização do território começou em 1788, quando os ingleses decidiram explorar as terras distantes porque precisavam se ver livres de criminosos. A decisão foi povoar a nova colônia com assassinos e ladrões, que não tiveram outra saída a não ser se adaptar à nova região. Modernidade Hoje pouco se pode perceber deste passado recente. A cidade tem a região central cercada por arranha-céus, ocupados por grandes companhias locais e multinacionais. A “city”, como eles chamam, é provavelmente a região mais movimentada da cidade durante o dia, com milhares de homens de negócios circulando pelas ruas. A movimentação lembra a do centro financeiro em Londres, mas um olhar atento revela um detalhe: o clima mais descontraído. Isso se reflete nas roupas que eles usam e até na velocidade em que eles andam, provavelmente uma variável causada pelas temperaturas bem mais agradáveis. E por falar em temperatura, Sydney congrega o coração financeiro australiano sem deixar de lado o estilo “relax” de

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quem mora à beira-mar. Assim como o Rio de Janeiro, a cidade tem uma baía (chamada de harbour) e mar aberto, onde em 30 minutos de ônibus, o morador pode se afastar da rotina e relaxar em uma das praias da região. A mais conhecida é Bondi. É lá, inclusive, que vive boa parte dos brasileiros que resolveram migrar para um local onde o clima é mais parecido com o do Brasil. Por lá, já existe a brincadeira de dizer que Bondi é como a praia de Copacabana. Comparações à parte, Bondi não é tão ampla como Copacabana e tem ondas mais agitadas, o que atrai muitos surfistas. E, sim, prestando um pouco de atenção, não será difícil encontrar alguns dos banhistas falando português. Vida animal A Austrália não seria a Austrália sem cangurus, coalas e tantos outros animais exóticos... Por isso, uma visita ao zoológico da cidade é quase que uma obrigação. A sensação é que você está embarcando em direção à ilha do filme Jurassic Park. Assim que o visitante chega de barco, é preciso pegar um teleférico que leva até o topo da ilha. O meio de transporte já é um espetáculo à parte, já que o visitante “sobrevoa” as jaulas de girafas, macacos e elefantes. Certamente, uma das maiores atrações entre os estrangeiros são os cangurus, que podem ser vistos bem de perto. Mas para ver os coalas, famosos pelas longas horas de sono (de acordo com os veterinários, até 19 horas), você terá que ter muita sorte. Se entre os coalas falta animação, não se preocupe quanto às aves exóticas. Cada uma emite um som mais engraçado e alto do que a outra. Quase que uma disputa pela atenção do visitante. Opera House A Opera House é um dos pontos turísticos que o visitante não pode deixar de visitar. O prédio foi projetado em 1966 e ainda continua a surpreender pelo ar moderno. Mais do que visitar o prédio, vale a pena estar atento aos espetáculos que são exibidos por lá. Nada como voltar para casa dizendo que assistiu a um musical ou a uma peça num dos cartões postais de Sydney. Outra visita obrigatória, pelo menos para as fotos, é a Harbour Bridge, que todos os anos serve de palco para a já tradicional queima de fogos da virada do ano em Sydney. Construí-


outro lado do mundo

centro financeiro com a vida relaxada de um paraíso à beira-mar cidade, ou simplesmente tome um refresco ou uma cerveja nas centenas de pubs espalhados pela cidade. Quem sai da Inglaterra vai se sentir meio em casa: o idioma é o mesmo e por lá eles também dirigem no lado direito da pista. Por outro lado, você também vai se sentir como se estivesse no Brasil, num clima mais descontraído... E por isso tudo, a parte mais difícil é voltar: não pelo preço da passagem, por ter que atravessar meio mundo ou por passar 24 horas dentro avião. O difícil é deixar esse paraíso para trás. Rafael Pieroni

Dicas de viagem Como chegar Várias companhias aéreas fazem o trajeto Londres – Sydney. Entre elas, British Airways, Qantas e Emirates. Além de pesquisar no site das companhias, a dica é ver ofertas em sites especializados, como o expedia. com.

Hospedagem

A cidade é repleta de hotéis, pousadas e albergues. Então, a melhor dica é pesquisar na internet antes de viajar. Um dos sites para se conseguir boas tarifas é o: www.cheaperthanhotels.com.au/Australia/Sydney As diárias custam cerca de 35 dólares australianos, o equivalente a £18.

Onde comer Sydney tem centenas de cafés, restaurantes e pubs. Se você optar por um sanduíche, não vai se arrepender. Todos são bem saborosos. E não estranhe se encontrar uma fatia de beterraba no seu hambúrguer. Essa é a receita local. Outra dica é provar as famosas “pies”, as tortas de carne ou de frango. Uma torta na estação de barcos de Circular Quay custa apenas 3 dólares australianos (£1,50). Saladas, sucos e comida asiática também são boas opções.

Transporte

Ao contrário de Londres, em Sydney ainda não existe o esquema de cartão magnético para o transporte. Então, a dica é comprar passes de ônibus de 10 unidades, onde você ganha desconto. A passagem individual custa cerca de 3 dólares australianos. O preço para passagem de trem/metrô é calculado de acordo com a distância percorrida.

Melhor época para ir Como no verão as passagens aéreas são mais caras, não pense duas vezes em conhecer Sydney no inverno. Mas se prepare para enfrentar alguns dias nublados e temperaturas amenas (na casa dos 14ºC) durante a noite. Mas num belo dia de sol, a temperatura pode chegar a 25ºC, perfeito para explorar a cidade sem se incomodar com o calor. Boa viagem!

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Turismo

da em 1932, a ponte tem cerca de um quilômetro de extensão e liga o centro ao norte da cidade. A Harbour Bridge também virou ponto de encontro da turma mais radical que quer escalar a estrutura da ponte. Uma aventura a 139 metros acima das pistas, com um visual de arrepiar! E mais do que correr atrás do que fazer ou seguir guias de turismo, quem chega a Sydney vai perceber que a cidade tem seu próprio ritmo. Se o tempo está nublado, tomar um café pode ser um programão à tarde, seja num dos tantos espaços culturais, numa livraria da região de Paddington ou no bar da esquina. Se está muito calor, relaxe na beira da praia, nade no Icebergs, um dos clubes mais famosos da


Diversão garantida para crianças e adultos, o Legoland Windsor é uma das atrações mais famosas do Reino Unido

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Turismo

euforia da garotada com média de idade entre 3 e 13 anos começa antes mesmo da passagem pelos portões de entrada do Legoland Windsor. É que já do lado de fora, elas têm uma pequena amostra da aventura que vão embarcar, ao se depararem com bonecos coloridos e placas gigantescas de “Welcome”, montadas com brinquedos Lego. O chamariz para ativar a adrenalina infantil, sem dúvida, funciona bem, mas nada se compara à alegria estampada nos pequenos rostos, quando eles entram e se deparam com 150 hectares de pura diversão no parque que é o quarto do grupo Legoland no mundo. Dos outros três, um fica na Dinamarca, um na Alemanha e outro nos Estados Unidos. Até mesmo os adultos não conseguem deixar de se empolgar com os shows ao vivo, os 50 brinquedos interativos e as várias esculturas feitas de Lego que o local tem para mostrar. A visão panorâmica que dali se tem do Castelo de Windsor e do Estádio de Wembley é um outro fator que contribui para que o passeio seja incluído em sua lista de lugares interessantes a serem visitados. Para completar a beleza do local, 12 profissionais da área de jardinagem são responsáveis pelo cuidado e preservação das árvores – algumas com mais de 300 anos – e pelo projeto e manutenção dos lindos jardins que circulam o parque. Aprender brincando Desde que a primeira pecinha do brinquedo Lego foi inventada, em 1949, a imagem do produto vem sendo associada ao benefício educacional que traz às crianças, por encorajá-las a usar a criatividade e a aprender enquanto brincam. Foi baseando-se nisso que o Legoland Windsor, ano após ano, tenta reforçar a imagem de ser um parque temático vibrante e que ao mesmo tempo leva seus visitantes a viajarem numa aventura educativa intensa. Para tanto, conta com vários programas de aprendizado, dirigidos especialmente a crianças de 5 a 13 anos que têm a oportunidade de participar de oito workshops, com duração de 45 minutos cada um, voltados a abordar temas variados sobre design, ciência e informação tecnológica, entre outros. Com tanta coisa interessante para aprender, o estabelecimento recebe a visita de muitos grupos escolares. Só em 2007, mais de 17 mil alunos participaram de 800 programas de aprendizado oferecidos por ele e neste mesmo ano, o parque recebeu o prêmio de Melhor Atração para Crianças do Reino Unido. Programando a aventura Como as atrações interativas também são responsáveis por atrair um grande filão de público ao local, as filas de espera para andar em alguns brinquedos podem ser bastante longas. Sendo assim, é bom programar bem como gastar o tempo por lá, para não perder nenhum detalhe importante. Uma boa opção é ficar atento ao mapa do parque entregue na bilheteria. Com ele em mãos dá para se ter uma visão

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Passeio no reino


da brincadeira

completa do lugar e tudo que se pode ser visto. Uma outra dica é explorar o local em cima dos trilhos. Basta viajar no trenzinho que corta o parque e faz algumas paradas estratégicas perto dos brinquedos que são mais procurados pela garotada. Fazer o caminho de volta com ele, parando num dos 11 restaurantes e quiosques de comida espalhados pela área, depois de um dia repleto de folia, também é uma opção de dar água na boca.

Bete Kiskissian

Serviço

Preços dos bilhetes Crianças e idosos (bilhete para um dia) - £26 Adultos (bilhete para um dia) - £34 Passe anual a partir de £36 Passe anual Merlin (dá acesso a outras atrações no Reino Unido) £110 Entrada gratuita para crianças menores de 3 anos

Como chegar lá Há trens que saem de Paddington para Windsor e Eton Central, via Slough. Outra alternativa é pegar o trem em London Waterloo para Windsor e Eton Riverside. Há ônibus também que vão até lá com saída da estação de Victoria. O nome da empresa é Green Line e o telefone para contato é 0870 608 7261 Outras informações basta acessar www.LEGOLAND.co.uk

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Turismo

Embarcando na aventura Há 12 anos, quando o Legoland Windsor foi inaugurado, foram utilizados 6 milhões de pecinhas Lego para montar as esculturas existentes no parque. Hoje esse número cresceu para 55 milhões. A grande concentração do brinquedo multicolorido está localizada na “Miniland”, área que fica no coração do parque e uma das favoritas do público. Ali foram utilizadas 40 milhões de pecinhas para reproduzir cenários nos mínimos detalhes de cidades da Europa e Estados Unidos. Londres, como não poderia deixar de ser, está retratada com réplicas fiéis de famosos prédios e atrações turísticas, como a London Eye e o Big Ben. Outro grande sucesso de bilheteria é o “Land of the Vikings”. Com uma nova área, o projeto faz parte de uma das sete novas atrações que foram abertas ao público em março desse ano. Somente ali foram gastos 7 milhões de libras no que já vem sendo considerada a sensação do momento no parque. Para quem não tem medo de se molhar e adora rodopiar em cima de um rio cheio de correntezas, esta é, sem dúvida, uma boa pedida. Já para os que gostam de adrenalina, as montanhas-russas “Jungle Coster” e “Wild Woods”, com velocidades de 60 km/h, prometem arrancar gritos e suspiros da garotada. E para completar o dia, que tal um jogo de mini-golf entre amigos e familiares? O Mole-in-One, cercado de animais montados com Lego, tem o cenário perfeito para uma disputa acirrada e divertida.


Motores

por Devaldo Gilini Júnior

Chegou o novo Gol Automóvel mais vendido no Brasil ganha novo design moderno e arrojado, mais espaço interno, novos motor e câmbio, e muita tecnologia

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Torque) 1.0 Total Flex e 1.6 Total Flex, da família EA111, instalados na posição transversal, que proporcionam melhor desempenho e consumo reduzido de combustível, e ainda menor nível de emissões. Combinados ao câmbio MQ 200, o mesmo que equipa o Polo, a excepcional rigidez torcional da carroceria e o perfeito equilíbrio

vendido do Brasil. Pensando assim, o pessoal da Volkswagen resolveu incorporar ao Novo Gol elementos de design da primeira geração e ainda reviver as lanternas traseiras quadradas que marcaram o início da convivência do carro com o seu público fiel. O Novo Gol é robusto, seguro e versátil. Mas está somando a isso um novo design moderno e arrojado, mais espaço interno, novos e sofisticados detalhes de acabamento, uma nova plataforma, novos motor e câmbio, e muita tecnologia. O Novo Gol está disponível, com quatro portas, nas versões 1.0 e 1.6, ambas com a opção do módulo Trend, um pacote de equipamentos que destaca ainda mais o design do carro, e 1.6 Power. O lançamento mais aguardado do mercado nos últimos (muitos) anos chega com os novos motores VHT (Volkswagen High

dinâmico da nova plataforma (derivada do Polo, com suspensão dianteira e coluna de direção ainda mais modernas) conferem ao Novo Gol excelente dirigibilidade. Com a nova posição do motor, transversal, a carroceria pôde ser encurtada em 32 mm. Mais largo (5 mm) e mais alto (37 mm) por fora, o modelo oferece maior espaço interno para os ocupantes. Seu acabamento interno é cuidadoso, com ajustes perfeitos. Diversas tecnologias combinadas elevaram o conforto acústico do veículo, tornando a rodagem suave como a de automóveis de segmentos superiores.

Motores

uita gente – principalmente aqueles ligados ao esporte – costuma dizer que “em time que está ganhando, não se mexe”. Mas a realidade é bem diferente. Em tempos de mudanças rápidas, tecnologias que se renovam em minutos, é importante realizar modificações, mesmo que seja em um automóvel que há 21 anos é o mais

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Baixo custo O Novo Gol foi projetado com a preocupação de se manter o baixo custo de manutenção e de reparo em caso de colisão. A frente do carro pode ser substituída, bastando soltar os parafusos que a fixam. O número

do chassi vem marcado no assoalho dianteiro, com fácil acesso. Dotado de imobilizador Immo 4, o mais moderno do mercado, e fechaduras das portas encapsuladas e protegidas, a expectativa é de que os custos do seguro do Novo Gol sejam extremamente atraentes. Ainda no quesito segurança, o modelo oferece duplo airbag frontal e freios ABS como opcionais para todas as versões. Em seu desenvolvimento, que durou um total de 3,5 anos (desde os primeiros “sketches” até o início de sua produção na linha de montagem), o Novo Gol rodou 2 milhões de quilômetros, em testes de durabilidade e qualidade, enfrentando condições extremas como o calor de 51°C do deserto africano e o frio de 28°C negativos do Ártico. As rodagens foram realizadas na América do Sul, América do Norte, Europa e África. O Novo Gol é produzido nas fábricas de Taubaté e São Bernardo do Campo, em São Paulo, que juntas receberam mais de 500 robôs e diversos equipamentos de última geração para suas linhas de montagem. Dentre eles, o destaque é o Sistema Framer, que faz o fechamento da carroceria com precisão de 2 décimos de milímetro. É o mesmo mecanismo usado na fabricação dos modelos Audi, na Alemanha, patenteado pelo Grupo Volkswagen. Além de atender ao mercado brasileiro, o Novo Gol será exportado, principalmente para a América Latina. O Gol, que ultrapassou a marca de 5 milhões de unidades produzidas desde o lançamento em 1980, está presente hoje em mais de 50 países, com 800 mil unidades embarcadas. No Novo Gol foram investidos R$ 1,2 bilhão em pesquisa e desenvolvimento, simulação virtual, ensaios destrutivos, testes de durabilidade, novas máquinas e sistemas de produção, e treinamento de pessoal. Sem dúvida, o carro que está sendo lançado pela Volkswagen do Brasil pode, orgulhosamente, ser chamado de sucessor do seu modelo de maior aceitação até hoje no país. Desenvolvido no Brasil, por brasileiros, esse carro merece o nome que carrega: ele é o Novo Gol. Devaldo Gilini Júnior Editor do Blog http://sportcarsnaweb. blogspot.com e da RICTV-Record. devaldojr@gmail.com


Motores Revista Real 69


Tecnologia

A febre do iPhone 3G Apple anuncia venda de 1 milhão de aparelhos em apenas três dias

Tecnologia

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iPhone 3G foi lançado no dia 11 de julho em 22 países e provocou uma corrida de consumidores às lojas de telefones. Em apenas três dias, a Apple confirmou a venda de 1 milhão de aparelhos. Segundo a empresa, a primeira versão do aparelho demorou 74 dias para atingir essa marca. O preço oficial do iPhone 3G é de US$ 199 na versão com 8 Gbytes e US$ US$ 299 para 16 Gbytes, nos Estados Unidos. Em uma tentativa de diminuir o desbloqueio ilegal, a Apple anunciou que vai cobrar US$ 400 a mais dos consumidores nos Estados Unidos que quiserem comprar um iPhone 3G, sem ficar preso a um contrato com a AT&T. Na primeira versão do aparelho, os consumidores tinham de firmar um contrato de dois anos com a operadora, o que irritou muitos usuários. A expectativa da Apple é alcançar mais consumidores com o iPhone 3G - que será vendido em 70 países - do que com a ver-

são original lançada no ano passado. Em parte, isso ocorre porque a empresa abandonou a política de exigir que as operadoras revertessem a ela uma parte das receitas geradas com as ligações. Vantagens O sistema 3G, agora adotado pelo iPhone, permite anexar um determinado arquivo de e-mail em cinco segundos, enquanto o Edge, tecnologia existente na versão original do iPhone, faz o mesmo trabalho em 18 segundos. Segundo a Apple, o acesso à internet no iPhone 3G é 36% mais rápido que outros telefones com a tecnologia de internet rápida, como o Nokia N95 e o Treo 750. O aparelho também tem sistema de navegação por GPS. Segundo a Apple, a bateria do novo iPhone tem autonomia de dez horas de conversação em uma rede 2G e de cinco horas utilizando o sistema 3G e entre cinco e seis horas de navegação na internet. O iPhone 3G reproduz músicas de maneira

similar ao iPod e tem uma câmera fotográfica de 2.0 megapixels. Em Londres Problemas com software marcaram o lançamento do iPhone 3G na principal loja da Apple em Londres, onde os compradores tiveram dificuldade para ativar o telefone. A Apple tem um acordo de exclusividade com a O2 no Reino Unido, mas a operadora usa um sistema de ativação que exige o navegador Internet Explorer, da Microsoft. Resultado: o sistema não funcionava com o Safari, que vem embarcado no iPhone. Para resolver o problema, a Apple instalou o software de virtualização VMware Fusion em alguns dos computadores Macintosh da sua loja na Regente Street, para que eles rodassem o Internet Explorer, mas a ativação ainda não funcionava. O problema, no entanto, não era com o navegador e sim com os sistemas de processamento da O2, que não agüentaram a demanda.

Brasileiros desbloqueiam o aparelho

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rasileiros anunciaram ter conseguido desbloquear totalmente o iPhone 3G, permitindo o uso do aparelho para ligações e funções como o GPS. Segundo eles, tratase do primeiro grupo a conseguir o desbloqueio total do celular. Breno MacMasi, sócio da empresa que fez o desbloqueio, mostra, em vídeo na internet, que o aparelho funciona normalmente, com o uso de um chip 3G. Ele reconhece, entretanto, que ainda há problemas a resolver, como a qualidade da conexão, que oscila bastante. Para fazer o aparelho funcionar sem utilizar a rede de uma operadora autorizada pela Apple, o grupo fez alterações no software do celular, o iPhone 2.0, e também no hardware do aparelho. O grupo pretende cobrar de R$ 400 a R$ 600 para fazer o serviço. MacMasi admite que o desbloqueio pode ser anulado por uma atualização feita pela Apple. “A Apple cometeu erros graves,

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então, com certeza, conseguiremos outra brecha. Vai virar uma briga de gato e rato”, afirma. MacMasi conta que o celular foi conseguido por meio de amigos que moram nos Estados Unidos, uma vez que o aparelho só deve começar a ser vendido no Brasil em agosto ou setembro.


Tecnologia Revista Real 71


Esportes

E a Inglaterra conheceu

Felipão...

Esportes

Em sua primeira coletiva de imprensa como técnico do Chelsea, Luiz Felipe Scolari falou inglês, contou seus planos à frente dos Blues e fez os jornalistas darem boas gargalhadas

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o primeiro desafio à frente de seu novo clube, o Chelsea, o técnico Luiz Felipe Scolari mostrou aos ingleses do que é capaz. A estréia sob os holofotes britânicos não foi em campo, já que o Campeonato Inglês só começa no dia 17 de agosto, mas em sua primeira coletiva de imprensa como treinador dos Blues, no dia 8 de julho, no Hotel Hilton, em Cobham, 20 milhas a sudoeste de Londres. Com personalidade, Felipão surpreendeu os críticos jornalistas da terra respondendo às perguntas em inglês. Nem a pouca fluência no idioma impediu que Scolari, com sua conhecida irreverência, arrancasse gargalhadas dos profissionais que lotaram um dos salões do hotel, que fica próximo ao centro de treinamento do time. Num dos pontos altos da coletiva, acompanhada pela Real, um jornalista inglês lembrou da célebre frase do ex-técnico do Chelsea, o português José Mourinho, que se definiu como “special one” (“o especial”) quando assumiu a equipe celeste londrina. “E você Scolari, também é especial?”, indagou o repórter. Sem titubear, Felipão soltou um sonoro “sim”, para, segundos depois, em meio às risadas dos presentes, continuar “não, desculpe, eu sou especial para meus amigos, para minha família, para o meu país, nada mais.” “E como técnico?”, replicou o jornalista. “As a manager, so so” (“Como técnico, mais ou menos”, em tradução livre), brincou Scolari, para novo deleite da platéia. E foi assim, com seu jeitão direto e irreverente, que Felipão foi conquistando os seus primeiros pontos em solo inglês. Tamanha habilidade em conduzir sua primeira entrevista pública como técnico de um dos times mais ricos do mundo só pode ser comparada à modéstia ao comentar o seu conhecimento da língua inglesa. “Eu tentarei falar em inglês, desculpe, mas eu tentarei”, foi sua primeira fala na entrevista. Mais adiante, quando perguntado sobre como vai lidar com a pressão em dirigir o Chelsea, reconheceu: “A pressão até agora eu não sei, a única pressão para mim até agora é falar inglês. Em um ou dois meses, eu tentarei falar melhor.” Mesmo reconhecendo os seus limites na língua de David Beckham, o técnico pentacampeão do mundo fez questão de frisar que isso não será empecilho para que ele desenvolva o seu trabalho no

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Chelsea. “Quando tu olha no olho do atleta, quando tem amizade, quando tu mostra isso e exprime essa amizade, de alguma forma tu te comunica. O futebol é muitas vezes mais a comunicação sem falar muito bem a língua. É um pouco mais difícil, mas acho que vou conseguir normalmente, porque já nesses três dias aqui tenho visto um ambiente muito legal.”

Pressão por títulos

como minha família. Eu dou aos meus jogadores tudo o que eles precisam e eu exijo respeito a mim, ao meu staff e ao grupo. Eu quero dedicação e espero que os jogadores venham treinar ou jogar felizes.” Recado dado, resta agora esperar pela performance do “novo Chelsea” sob a batuta de Felipão. Depois dos amistosos na Ásia e de um torneio na Rússia, entre o final de julho e o começo de agosto, a estréia oficial do técnico será no dia 17, contra o Portsmouth, na abertura do Campeonato Inglês, em Londres. Se Scolari vai manter a trajetória de sucessos de sua carreira no comando dos Blues, só o tempo dirá. A certeza é que, fora das quatro linhas, com seu carisma, suas caras e bocas, o show está garantido. Régis Querino

Fotos: Rafael Reina

Mudanças no time

Com a janela de negociações aberta até o dia 31 de agosto, o mercado europeu anda agitado e é claro que o Chelsea, do bilionário russo Roman Abramovich, vai reforçar o seu milionário elenco. Nem assim Scolari abriu o jogo sobre quem espera ver se apresentando nos próximos dias em Stamford Bridge, casa do Chelsea no oeste de Londres. “Agora é o tempo de especulações: Kaká, Ambrósio, Pedro e Paulo...”, ironizou. E entre as dezenas de especulações diárias na mídia inglesa, Robinho e Kaká são dois alvos potenciais do clube. De certeza, até o final de julho, somente a chegada do meia brasileiro naturalizado português, Deco, velho conhecido de Felipão na seleção portuguesa. Frank Lampard tem sido assediado pela Inter de Milão, agora dirigida pelo “special one” José Mourinho, mas já se mostrou disposto a cumprir o seu último ano de contrato com o Chelsea. Já o atacante Drogba é uma incógnita. Se recuperando de uma contusão, o goleador da Costa do Marfim não participou da prétemporada que o clube fez na Ásia. Barcelona e Milan teriam interesse no jogador. Se depender de Felipão, porém, ele fica. “Eu conto com ele 100%, 200%. Na última temporada ou dois anos atrás, eu votei nele como um dos melhores jogadores do mundo e acho que dois ou três anos atrás, eu escolhi John Terry. Agora eles estão comigo e estou feliz”, disse o treinador, confirmando que Terry continuará usando a braçadeira de capitão. A verdade é que, independente de quem chega ou sai, a linha de trabalho de Felipão não vai fugir àquela com a qual ele se destacou quando dirigiu Grêmio, Palmeiras e seleção brasileira. “Eu sou um técnico que respeita meus jogadores, eu gosto dos meus jogadores Revista Real 73

Esportes

Nem a óbvia cobrança por títulos vivida por um clube que foi vice-campeão em três competições na temporada passada (Carling Cup, Campeonato Inglês e Copa dos Campeões da Europa) assusta o brasileiro. “A pressão da mídia é no mundo inteiro. Se você for técnico no Brasil, você sabe o que é pressão. Eu acho que todos os técnicos no mundo têm que vencer uma, duas, três ou quatro competições. Eu agora sou técnico de um dos maiores times do mundo e é claro que eu preciso vencer”, enfatizou. Para acabar com a seca de títulos do Chelsea, Felipão tem a fórmula. “Eu penso que nós devemos valorizar todas as competições, Carling Cup, FA Cup, Premier League e Champions League. E depois vamos seguindo caminho para ver se ganhamos o maior número possível. Eu não vou priorizar nenhuma em especial.” E para aqueles que esperam que o cartão de visitas do Chelsea seja o futebol-arte, já que agora a equipe é comandada por um brasileiro, Felipão deu o seu recado. “Se for possível nós tentaremos jogar um futebol bonito, mas de vez em quando, se você precisa vencer alguns jogos e não jogar bonito, é preciso encontrar um caminho para chegar às finais. É claro que eu quero os dois, ganhar e jogar bonito. De vez em quando é impossível, mas se a gente chegar à final, ótimo.” Por diversas vezes, Scolari foi questionado sobre se o fato de ter dirigido apenas seleções nos últimos anos não comprometeria o seu trabalho à frente de um clube. Para o treinador, não. “Eu acho que não será muito difícil para mim porque fui técnico em clubes no Brasil, Arábia Saudita, Kwait e Japão. Não é muito diferente. Nas seleções você recebe os jogadores três dias por mês e nos clubes você trabalha diariamente com os jogadores, você os conhece melhor do que na seleção.” E será que dirigir o Chelsea é mais difícil do que ser técnico do Brasil? “Hoje é mais difícil dirigir o Brasil, porque estamos em má situação e o Chelsea está numa boa situação, eu cheguei aqui no começo da temporada”, salientou o treinador, se referindo ao conturbado período por qual passa a seleção brasileira, que vem capengando nas Eliminatórias para a Copa de 2010 sob o comando de Dunga.


Esportes

Por Tonico Sanches amigo leitor e torcedor nem imagina o que está acontecendo no Campeonato Brasileiro deste ano. Esta edição tem tudo para ser a melhor da fórmula de pontos corridos e, quem sabe, uma das melhores de toda sua história. A diferença entre o primeiro e o quinto colocado até a 13ª rodada era de apenas três pontos, ou seja, uma única vitória. Porém, a tabela ainda mostra times interessantíssimos, que ainda podem chegar às primeiras posições no decorrer do campeonato. Por enquanto, os principais favoritos estão no eixo Rio-São Paulo-Minas. Grande líder nas primeiras rodadas, o Flamengo foi caindo de produção mas ainda mostra uma equipe de ponta e que se projeta como, pelo menos, favorito a uma vaga na Libertadores. O Cruzeiro peca apenas na experiência. Tem um time ofensivo e com diversos jovens valores. Nesse Brasileirão, o Cruzeiro também mostrou a força de jogar em casa. No Mineirão, a equipe de Adílson Batista venceu jogos em momentos importantíssimos, como no início do campeonato contra o Santos e o clássico regional contra o Atlético-MG. No estado de São Paulo, mais uma vez o São Paulo e, agora, o Palmeiras são os nomes do momento. O tricolor surpreende por mostrar, a cada rodada que passa, o seu potencial em campeonatos de pontos corridos. Já o Palmeiras, além de um elenco forte, conta com o perfil vitorioso do técnico Vanderlei Luxemburgo. O time de Palestra Itália, contudo, parece necessitar de alguns ajustes, principalmente, em relação ao comportamento de seus jogadores. Exemplo: o atacante Kleber, que até o fechamento desta edição já havia sido expulso em três oportunidades neste campeonato. Um pouco atrás dessas equipes podem ser colocados dois times

do Rio Grande do Sul: Grêmio e Internacional, o primeiro com um pouco mais de destaque. As decepções até o momento são duas: o atual campeão da Copa do Brasil, o Sport de Recife, e o Santos. O time do Sport parece que parou de jogar futebol desde a vitória contra o Corinthians na final da competição nacional, em junho. Atuações pífias de seus jogadores contribuem para este quadro. Até mesmo a Ilha do Retiro parece ter perdido sua força. Já o Santos tem um campeonato muito complicado pela frente. A equipe não vem jogando bem e quando apresenta um bom futebol, parece não estar com sorte. O técnico Cuca tenta resolver os diversos problemas da equipe, mas pelo o que foi apresentado até o momento, o Santos vai precisar mostrar muita raça e, principalmente, estar com a sorte ao seu lado. Com tantos times bem colocados e outras equipes precisando de melhores resultados para se recuperar, este Campeonato Brasileiro apresenta um diferencial: tem sempre ótimos jogos (veja bem, no plural) para o torcedor, todas as rodadas.

As curtas do mundo esportivo

Chelsea: fortuna por Kaká O Chelsea, time do técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari, formalizou uma proposta para contratar o meiaatacante Kaká. O clube ofereceu € 100 milhões (o equivalente a R$ 252,3 milhões) ao Milan para contar com o futebol do melhor jogador do mundo. Se concretizada, será a transação mais cara da história do futebol. Durante a última semana de julho, um representante de Kaká esteve em Londres para conversar com dirigentes do Chelsea e tomar conhecimento do interesse. Até então, o jogador mais caro do mundo foi o francês Zinedine Zidane, quando o Real Madrid pagou € 65 milhões para o Juventus. Kaká tem contrato com o time milanês até 2012. No ano passado, o Real Madrid chegou a acenar com € 90 milhões. Agora, a boa relação com o técnico Felipão pode facilitar a ida do craque da Itália para a Inglaterra.

Vôlei fora do pódio na Liga A Liga Mundial 2008 chegou ao fim no final de julho com um sabor amargo para a seleção brasileira de vôlei masculino. Em pleno Maracanãzinho, a equipe ficou fora do pódio, algo que não acontecia desde 1998. Com a derrota para a Rússia no duelo que valia o terceiro lugar, o time obteve o pior desempenho da Era Bernardinho. O técnico assumiu a seleção em 2001. Desde então, foram 21 títulos e quatro vice-campeonatos. Com duas derrotas na fase intercontinental da Liga, para França e Sérvia, o Brasil chegou às finais como favorito. Após colocar os reservas na maior parte dos jogos para dar ritmo à seleção, Bernardinho pôde, enfim, contar com seu time titular completo para buscar o octacampeonato. No entanto, após perder para os Estados Unidos nas semifinais, a equipe deixou o bronze escapar diante da Rússia.


Brasil

busca recorde

em Pequim

Meta da maior delegação brasileira da história é superar desempenho de Atenas

C

O velejador Robert Scheidt será o porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Pequim. Na classe Laser, Scheidt conquistou o ouro em Atenas e em Atlanta-1996, e ficou com a prata em Sydney-2000. Em Pequim, ele competirá na classe Star, ao lado de Bruno Prada.

PARAOLÍMPICOS

O Brasil também terá o recorde de atletas na edição dos Jogos Paraolímpicos de Pequim, em setembro, com 187 inscritos em 17 modalidades. Com essa equipe, o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) espera que o Brasil quebre seu recorde de medalhas na Paraolimpíada, superando a performance dos Jogos de Atenas, em 2004, quando conseguiu 14 de ouro, 12 de prata e 7 de bronze.

Revista Real 75

Esportes

om uma delegação recorde na história do país em Jogos Olímpicos, o Brasil vai tentar conquistar o seu melhor resultado na maior competição esportiva mundial a partir do dia 8, quando começam as Olimpíadas de Pequim, na China. No total, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) inscreveu 277 atletas que vão defender o país em 32 modalidades. O desafio dos brasileiros será superar a performance conquistada há quatro anos, em Atenas, quando o Brasil ganhou 10 medalhas (cinco ouros, duas pratas e três bronzes). A delegação brasileira em Pequim contará com 132 mulheres e 145 homens. Nos Jogos de Atenas, em 2004, edição que detinha o recorde de participação brasileira até então, o Brasil competiu com 247 atletas, sendo 122 mulheres e 125 homens, em 28 modalidades diferentes. “Esta delegação teve a melhor preparação da história das participações brasileiras e, por isso, antes mesmo dos Jogos começarem, já chegamos aqui batendo vários recordes”, disse o Chefe da Missão Brasileira, Marcus Vinicius Freire, ao fazer a inscrição oficial da equipe em Pequim, no mês passado. Com atletas considerados favoritos em dez modalidades (vôlei masculino e feminino, vôlei de praia masculino e feminino, judô, ginástica artística, vela, futebol, hipismo e atletismo), e outros com chances de atingir ao menos as finais olímpicas, como taekwondo e natação, o país busca chegar entre os 15 primeiros colocados no quadro geral de medalhas. O melhor resultado do Brasil na história dos Jogos Olímpicos também foi conquistado em Atenas-2004, quando o país terminou a competição em 16º lugar. O ex-jogador de vôlei Bernard, medalhista olímpico em 1984, salientou a importância de disputar as Olimpíadas numa vídeo-conferência com os atletas, realizada pelo COB em julho. “Fui à minha primeira olimpíada com 17 anos. Sei que lá parece uma Disneylândia. São muitas as tentações. Há muitas celebridades, há muita festa. E quem vai pela primeira vez fica deslumbrado. Já fui calouro, sei como é. Mas peço que não percam o foco e a concentração. Caso contrário, vocês vão se arrepender depois”, disse Bernard.


Diversos

Qual seu lugar predileto em Londres?

Tem muitos lugares que gosto. Um deles é o Richmond Park. Mas outro dia fui ao Kew Gardens e foi fantástico. Coloquei o jardim na minha lista de favoritos.

O que você faz para se manter? Nome: Cláudia Fernandes Lopes Idade: 41 anos Local de origem: Presidente Prudente (SP) Por que você resolveu vir morar em Londres?

Sempre sonhei em vir para Londres, desde menina. Depois da faculdade arranjei emprego e fui ficando no Brasil. Tinha vontade, mas não tinha coragem suficiente para largar minha vida lá. Até o dia em que olhei ao meu redor, pros colegas de trabalho na empresa que já estava há 10 anos, e tive a sensação de que o mundo andava rápido e que nós estávamos todos lá parados, envelhecendo juntos. Tive uma crise existencial e resolvi vir pra Europa. Foi a melhor crise que já tive na vida.

Há quanto tempo você está aqui?

Há cinco anos. Antes fiquei dois anos em Lisboa, Portugal, tirando meu passaporte português. Como foi a primeira reação ao chegar? O que você mais estranhou? Logo de cara eu adorei tudo, a arquitetura e os prédios antigos. O mais estranho era a diversidade cultural. Encontrar gente de vários países no mesmo local era diferente. Agora já nem percebo mais.

Diversos

O que mais gosta e o que não gosta na cidade?

Eu adoro alguns pontos turísticos como o Big Ben, por exemplo. Adoro também o mercado de Notting Hill aos sábados e sempre tenho a sensação de que vou encontrar os personagens do filme lá. É uma bobagem que eu adoro. Não gosto quando vejo muita sujeira pelas ruas, metrô ou nos bancos de ônibus.

Eu sou supervisora de hospitality, setor responsável por servir cafés e almoços nas salas de reunião de empresas, além de promover eventos e festas. Você já passou por alguma situação difícil, alguma “roubada” por aqui?

Acho que uma coisa difícil aqui é o fato de termos que dividir a moradia com outras pessoas e essa convivência nem sempre é tranqüila. Londres seria perfeita se o aluguel dos imóveis não fosse tão caro e eu pudesse morar sozinha.

Alguma dica para os recém-chegados?

Minha dica é estudar inglês logo de cara. Demorei muito para estudar porque primeiro não tinha dinheiro e depois não tinha tempo. Mas estou na escola há um ano e quando o inglês melhora, o tipo de trabalho melhora também. Outra coisa é tentar se misturar com pessoas de várias nacionalidades, não se resumindo aos núcleos brasileiros. Acho enriquecedor aprender sobre novas culturas.

A experiência está valendo a pena?

Totalmente. Aprendi coisas sobre países que antes me pareciam só mais um nome no Atlas e hoje fazem parte do meu dia-a-dia, já que convivo com pessoas vindas de lá. Além disso, é muito mais fácil viajar para esses lugares morando em Londres. Este ano fui a Praga e à Grécia e agora estou indo de férias para a Tailândia e o Camboja. Seria muito difícil ter essa oportunidade se estivesse morando no Brasil.

O que você mais sente falta do Brasil?

Eu sinto falta daquela natureza tropical, de colocar meu pé num riacho, de ir acampar perto de uma cascata, dos beija-flores. E dos meus sobrinhos e família.

Pretende voltar para o Brasil?

Não pretendo voltar para lá. Adoraria viver aqui, passando três meses de férias lá todos os anos, de preferência na beira de uma praia. Essa é minha utopia de “vida ideal”.

Pizzas Vegetarianas Ingredientes: • 700 gramas de farinha • 70 gramas de levedura • 2 colheres de óleo • 1 colher de sal • 1 xícara de água morna • 2 cebolas • 300 gramas de queijo dutch • 200 gramas de tomate • 2 cebolinhas • Manjericão • 150 gramas de cogumelos • Uma colher de sal

Rendimento: 2 pizzas

Modo de preparo: Colocar a farinha na forma de modo que se forme uma parede circular, deixando um círculo aberto no meio, salgar e fazer um buraco no meio da parede para verter líquidos. Numa xícara, dissolver a levedura com 100 ml de água morna e misturar na farinha. Juntar óleo e amassar até a massa ficar homogênea. Deixar crescer a massa durante uma hora até duplicar o tamanho. Dividir a massa em duas e estirar

76 Revista Real

cada uma (sobre uma forma polvilhada de farinha) até um diâmetro de 30 cm. Fritar as cebolinhas picadas com os cogumelos e junto com metade do queijo fazer uma pizza. Para a segunda, cozinhar os tomates com uma cebola picada, sal e óleo até virar molho. Pintar a massa, ralar queijo e decorar com fatias de tomate e a manjericão. Cozinhar em forno médio/forte durante 10 minutos. Bom apetite!



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