INTRODUÇÃO Dos muitos questionamentos existentes na vida do ser humano, o sofrimento é o que nem sempre alcança uma resposta convincente. O sofrimento é algo presente na vida de todos, independente do seu modo de agir ou da qualidade de seu caráter. Todavia existe a tendência de procurar saber quem merece sofrer. O ímpio, devido ao seu procedimento mereceria sofrer, porém o sofrimento na vida do justo parece ser algo incoerente. O livro de Jó trata desse tema que é um dos mais controversos que a humanidade já pôde sentir ou estudar. Jó demonstra muito bem a ansiedade e os temores que envolvem o ser humano quando se depara com tragédias, dores e sofrimento. Este trabalho não tem o objetivo de dar uma resposta concreta e sólida ao problema do sofrimento, mas demonstrar que, apesar da existência dele, o próprio Deus não deixa o ser humano sofrer sozinho. O desfecho deste trabalho demonstra o quanto Deus tem estado presente na vida do homem, principalmente quando se trata de momentos difíceis. Na vida de Jó não foi diferente, e Deus transformou em bênçãos tudo aquilo que parecia uma maldição.
CAPÍTULO I UMA CONSPIRAÇÃO CONTRA JÓ “ Havia na Terra de Hus um homem chamado Jó: Era um homem íntegro e reto que temia a Deus e se afastava do mal.” Jó 1:1. Quedem, abrange a orla oriental de Israel. Ali estavam vários povos, entre eles Midiã. Oriente que se estendia desde Midiã, no Sul, até Arã-naaraim, no norte. Refugiados políticos eram levados para esta terra, ao exílio. E Jó era um de seus prósperos habitantes. Jó tinha um lar bastante feliz, pois sempre fora um homem temente a Deus. Tinha dez filhos e inúmeros rebanhos de ovelhas, camelos, bois mulas e muitos servos. Era considerado o homem mais rico do Oriente. Seus filhos costumavam celebrar muitas festas, cada dia na casa de um. E Jó, como bom pai, preocupado com a saúde espiritual deles, os chamava para que se purificassem de seus pecados. Assim ele fazia todas as vezes em que seus filhos tinham festas.
A audiência de Satanás com Deus Em Jó 1:6, diz que quando os filhos de Deus foram se apresentar a Deus, Satanás foi com eles. E Deus mostrou-lhe quão justo era Jó. Satanás acusou a Deus de privilegiá-lo, dando-lhe bênçãos e por isso ele o servia e era fiel. Então Satanás resolveu colocar a fidelidade de Jó à prova. Fez uma espécie de aposta com Deus, onde Satanás tiraria tudo o que ele possuía e Deus apenas olhava o que iria acontecer.
O trato foi feito, e Satanás saiu a fazer a sua obra de destruição na vida de Jó. Volte-se agora a Jó, assentado em sua casa, bem tranqüilo e de repente chega-lhe um servo e lhe diz que seu rebanho de bois e mulas fora roubado pelos sabeus. Antes que ele terminasse sua notícia, outro se aproxima e diz que Deus mandou fogo do céu e queimou seu rebanho de ovelhas e matou seus pastores; os caldeus roubaram os camelos e mataram os servos. Jó provavelmente já não agüentava mais tanta tragédia. Estava perplexo e começa a pensar o que poderia Ter provocado tanta desgraça de uma vez só. Mas o pior estava por vir. Outro servo chega correndo e lhe diz que um furacão derrubara a casa onde estavam seus dez filhos e os matou. Jó se levantou, não agüentando mais, e em sinal de luto, rasgou sua roupa, rapou a cabeça, caiu por terra e começou a adorar a Deus. Que cena interessante e ao mesmo tempo estranha! Como pode um homem destruído emocionalmente e materialmente, no pó e na cinza, louvando, adorando e dando glórias a Deus. Satanás, com certeza observava perplexo, tamanha fé, mas infelizmente não se deu por satisfeito. Quando foi se encontrar novamente com Deus, ouviu de d’Ele com satisfação a aprovação de seu servo. Satanás pediu mais uma chance de provar que Jó cederia, e desta vez ele iria usar a doença e todo o tipo de pressão psicológica que alguém poderia suportar. Os argumentos de Satanás eram de que quando Jó sentisse que ele próprio estava para morrer, iria fazer de tudo para conservar a sua vida. Satanás apostava no instinto de sobrevivência humana, e Deus permitiu que ele fizesse o que ele queria, menos matar a Jó. E então Satanás manda chagas malignas, desde os pés até o alto da cabeça. A dor era intensa, os tumores cresciam e coçavam. Cheiravam mal, as feridas se abriam. Na verdade ele
estava com a carne aberta e exposta. A chaga era tão terrível que Jó utilizava cacos de cerâmica para se coçar. Aqui começa o drama de Jó e de muitas pessoas neste mundo. Jó pensava e cria que estava recebendo todo aquele sofrimento de Deus. Mas é Deus culpado dos sofrimentos dos seres humanos? Foi Deus culpado pelos sofrimentos de Jó? Jó tinha ainda três amigos que vieram visitá-lo e consolá-lo. Elifaz, de Temã; Bildad, de Suás e Zofar de Naamat. Seus amigos não o reconheceram, mas perceberam o quanto ele estava sofrendo. A reação deles foi de chorar em prantos, e ficaram tão perplexos que se sentaram sete dias ao lado dele sem dizer-lhe uma palavra sequer. O que é o sofrimento? Por que Jó, um homem íntegro, reto, temente a Deus, teve que passar por tudo aquilo, apenas para provar a um ser caído, Satanás, que ele era justo? Parece uma injustiça, mas deus tem seus propósitos, seus planos e acima de tudo, está guiando o Universo. Não há o que temer. Palavras resolvem? O sofrimento e as desgraças começam a produzir os primeiros sintomas na vida de Jó. Ele agora começa a falar e amaldiçoar, porque havia nascido. Quando há sofrimento, tende-se a ignorar as coisas boas que já aconteceram, e Jó desejou nunca haver nascido. Analisando a situação em que Jó se encontra, pode-se dizer que ele havia perdido todas as esperanças. Agora era um homem com o passado perdido, um futuro vazio e um presente doloroso. Tudo quanto o futuro oferecia a Jó era a morte e sofrimento, nada mais.
Um grande contraste, se analisado à luz da declaração de Deus a respeito dele, no início da história: “...Um homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal.” Jó 1:8. Jó. O modelo de perfeição do mundo, sentado nas cinzas, roupas rasgadas, cabeça rapada e completamente despojado de tudo. É importante notar que Jó não amaldiçoou a Deus, e nem a si próprio. Amaldiçoou o seu dia de nascimento. Não questiona a Deus e nem repreende, pelo menos por enquanto. Os seu amigos que vieram lhe confortar, ao perceberem que ele quebrara o silêncio, começam a argumentar com ele. Elifaz é o primeiro. De todos os amigos, ele é o mais brando e terno, tenta consolar e confortar a Jó, sem criticá-lo. Para ele, Jó merecia compaixão. Tenta convencer a Jó da presença de Deus, seu cuidado pelo ser humano e que Deus não tem prazer no sofrimento dos homens. A partir daí começa um diálogo entre Elifaz e Jó. Aquele tentando explicar o sofrimento deste. Elifaz exorta a Jó para que busque a Deus. Jó, por sua vez, Justifica suas queixas diante de Deus. Mas há uma coisa que os amigos de Jó não entenderam e que muitas vezes o ser humano não entende. É que não há palavras para explicar o sofrimento de alguém, e não são palavras que vão minimizá-los. “O conhecimento é passivo, intelectual; o sofrimento é ativo, pessoal. Nenhuma resposta intelectual solucionará o sofrimento.”1 Os argumentos são inúmeros tentando de certa forma entender os porquês do sofrimento de Jó. As perguntas e até uma certa dúvida quanto à presença de Deus são sentida quando Jó começa a falar. Jó não pede nada a Deus, ele quer apenas que Ele demonstre estar 1
Yancey P.; Decepcionado com Deus, p.190.
preocupado. Na verdade Jó estava se sentindo sozinho e abandonado por Deus. Então ele implora a presença de Deus e pede perdão pelas suas transgressões. Bildade, outro amigo de Jó, procura mostrar-lhe a justiça de Deus, através de argumentos e palavras que nem sempre atinge seu objetivo. Zofar, por sua vez, acusa a Jó de ser um iníquo, de se professar alguém puro e limpo aos seus próprios olhos. Mas os amigos de Jó tem uma concepção de sofrimento humano que de causa e efeito. Para eles só sofre quem não é temente a Deus, quem não está sendo fiel a Ele, e por isso recebe o castigo por seus erros e pecados. O sofrimento na maioria dos casos, faz com que as pessoas sintam e pensem que cometera algo errado. Há uma idéia generalizada de causa e efeito, mas nem sempre é assim que acontece. Muitas vezes passam a pensar que Deus enviou o sofrimento. É como se fosse um castigo pela maldade humana. Mas não é bem assim. Muitas vezes o próprio ser humano é responsável por seus sofrimentos, mas não querem reconhecer. “Não consideram serem elas mesmas culpadas, em grande medida, deste deplorável estado de coisas. Acusam geralmente a providência de seus sofrimentos, e consideram a Deus o autor de seus infortúnios.”2 Jó tenta argumentar com seus amigos de que esse não é o seu caso. Mas eles mostram que os perversos são sempre castigados, e mais ainda, descrevem as calamidades que sobrevêm a eles e qual será o seu fim. Mas Jó não se convence. A Prosperidade dos ímpios.
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White, E. G.; Mensagens Escolhidas II,
O que fazer quando observamos ao nosso redor e vemos que pessoas ‘menos indignas’ que nós estão se dando muito melhor. Parece injustiça. Porque os ímpios parecem prosperar enquanto os para os justos parece só restar sofrimento e dor? E porque é que eles prosperam? O que dizer de pessoas milionárias, com muita saúde e tudo o que a vida pode proporcionas de luxo e riqueza, mas muitos desses casos, quem está por trás de tanta coisa são traficantes de drogas, mafiosos que conseguem tudo aquilo que querem através de extorsão, roubos , assassinatos e tantas outras coisas. Para muitas pessoas isto é inconcebível, e para Jó também não foi diferente. No capítulo 21 de seu livro é descrito muito bem esta prosperidade. Jó reclama que para os ímpio nada falta, não há sofrimentos, ficam velhos e se tornam mais fortes e seus filhos conseguem sucesso em todas as coisas. Em resumo tudo o que Jó perdeu, os ímpios tem em grande quantidade e nada lhes é retido. Parece que haver indignação na abordagem que Jó faz de sua situação. Ele pensa que Deus não está interessado nas ações ímpias dos homens, e pior ainda, há o consentimento divino, pois parece que são abençoados por Deus em detrimento de seus atos. “A prosperidade material do ímpio não é uma indicação da sua felicidade e permiti-la não foi um descuido da parte de Deus. Os ricos realmente são muito infelizes, por que as riquezas são inseguras e transitórias. Em contraste, a alegria interior dos justos não pode ser destruída pelo infortúnio exterior, porque sua comunhão com Deus está segura contra qualquer mudança devida às circunstâncias.”3 Quando se chega o estado em que Jó se encontrava, tende-se a comparar os sofrimentos com a daqueles que não são tementes a Deus. Interessante notar que os Justos anseiam ver a
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Andersen, F. I.; Jó introdução e comentário, p. 66.
punição dos ímpio como se isso fosse aliviar seus sofrimento e seu fardo. Talvez fosse um consolo para os seus próprios sofrimentos. Por outro lado, os ímpios crêem que tudo está bem e que de nada necessitam, por isso continuam em sua vida dissoluta, vivendo como bem entendem, sem pensar que serão provados num futuro próximo. Às vezes o maior acusado é Deus, e por conseguinte, injustamente. Talvez por que a maioria das pessoas pensam que Deus é o responsável por toda punição que as pessoas sofrem. Há um contraste muito grande no mundo tal como é e como deveria ser. Os justos invejam a prosperidade do mal, sem mesmo nem saber de onde é que ela vem. Mas é importante notar que esta prosperidade não vem de Deus, assim como sua manutenção. Não é Deus que está a condescender com o mal. Ele está interessado no bem estar de seus filhos Para aqueles que pensam que Deus não dá atenção ao problema do sofrimento, e nem está interessado, eis uma grande resposta: “A cruz que sustinha o corpo de Jesus, nu e cheio de marcas, expôs toda a violência e injustiça deste mundo. Foi necessário aquele ato mais injusto da história – a execução de Jesus, o Cristo – para vencer o mal do mundo. A cruz revelou que tipo de mundo nós temos e que tipo de Deus nós temos.”4 Enquanto Jó estava ali no pó e na cinza, lamentando a sua situação, quem sabe o universo inteiro não estava pensando na grande injustiça que teria que ocorrer para que o próprio Jó pudesse se salvar. O próprio Deus encarnado desceria para provar ao homem que este mundo cheio de pecado é injusto, e enquanto estiver sendo governado por Satanás será um mundo cheio de injustiças. 4
Yancey, P. Decepcionado com Deus, p.184.
Apenas a cruz poderia revelar que tipo de Deus nós temos. Um Deus que se preocupa com seus filhos, com o sofrimento deles. “Deus respondeu à pergunta sobre a injustiça não com palavras, mas com uma visita, uma Encarnação. E Jesus oferece uma prova de carne e osso de como Deus se sente quanto à injustiça, pois ele vestiu a ‘matéria’ da vida, a realidade física no que tem de mais injusto.” 5 Seria justo, o próprio Deus, despojado de toda glória, honras e poder, vir a este mundo sofrer e morrer por pecadores? Claro que não! No entanto ele veio e sofreu no próprio corpo a realidade e a intensidade de toda a dor que o ser humano professa sentir. Há injustiça neste ato? Se há foi por amor aos seus filhos.
Capítulo III POR QUE SOFREMOS? Esta talvez seja uma das maiores perguntas que a humanidade já tenha feito a si mesmo e aos outros. Mas ao mesmo tempo é a que menos se tem resposta. Por quê? Quando Jó começa a pensar que Deus o houvesse esquecido e abandonado, quando seus amigos , principalmente Eliú, o acusam de ser um pecador, Deus em pessoa vem responder à Jó. Mas o interessante é que Deus não responde a Jó os porquês de seu sofrimento, mas faz-lhe perguntas.
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Idem, p.183.
No início da história de Jó, vê-se que seus filhos morrem vitimados por um forte vento que derruba a casa onde eles estavam. Agora o próprio Deus aparece a Jó no meio de um redemoinho para responder-lhe. Deus usa um meio intrigante para responder a Jó. Mostra toda a sua autoridade e começa a fazer uma explanação de sua criação como se estivesse extasiado consigo mesmo. Jó percebe que seus argumentos para tentar entender a Deus não são nada, em comparação com a criação. Mas surge outra pergunta: Será que o esclarecimento ajudaria a Jó em seu sofrimento? Presume-se que o sofrimento poderia ser menor se as razões fossem reveladas. Seria mesmo? O livro de Jó oferece um lembrete importante : O próprio Deus não achou necessário oferecer explicações. Outro ponto a se considerar é a incapacidade humana de compreender a resposta. “Uma criatura minúscula, num planeta minúsculo, numa galáxia remota, simplesmente não poderia compreender plenamente o grandioso esquema do Universo.”6 A humanidade vive em um mundo microscópico, se comparado ao universo criado por Deus. Um mundo onde só se vê até onde lhe é permitido. E por isso não entendemos várias coisas entre elas o sofrimento. Deus está no controle de tudo. É isso o que Ele quer demonstrar em seu discurso a Jó. “No universo nada acontece por acaso... Tudo está dentro de um plano harmonioso e beneficente, em que Deus, o supremo arquiteto do universo, controla os acontecimentos com a sua soberana vontade e sem (sic) desígnios sábios.”7 Nada acontece por acaso...
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Yancey, P. Decepcionado com Deus, p.19. Mesquita, A. N.; Estudo no livro de Jó. P.193.
É um pouco difícil conciliar esta idéia quando se vê tantas coisas ruins acontecendo todos os dias no mundo. Como pode alguém tão poderoso como Deus estar controlando tudo e ao mesmo tempo estar permitindo que estas coisas ruins aconteçam. Parece fugir de seu caráter de bondade e amor. Mas não se pode esquecer da figura de Satanás, pois é ele e não Deus o grande causador de tantos males. “Satanás pode ser o principal causador de confusão no universo, mas é uma mera criatura, insignificante em comparação com o Senhor. Pode fazer apenas aquilo que Deus permita que faça.”8 É Satanás o causador de tudo. Mas somente se Deus lhe permitir.Vê-se isso muito bem demonstrado, quando Satanás pede permissão a Deus para lançar sua maldade sobre Jó. Só foi possível a ele fazer aquilo porque Deus deixou.
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Andersen, F. I.; Jó, Introdução e Comentário,p.80.
Capítulo IV A CERTEZA DA PRESENÇA DE DEUS. Desde o início das calamidades na vida de Jó, ele sempre procura a presença de Deus. Mas muitas vezes não sentiu. Para ele Deus estava tão distante que nada mais poderia ser feito. Mas Deus mesmo vem demonstrar que se preocupa com ele e que não estava alheio aos seus sofrimentos. Deus. O próprio Criador do universo falando com um ser humano caído, humilhado e sem esperanças de viver. Assim era Jó. Quando ele se deparou com a imensidão do poder criador, com sua capacidade de colocar todas as coisas no lugar, reconheceu que era incapaz de compreender a sua própria condição. Mas para ele não interessava mais a condição em que estava. Interessava que Deus estava ali com ele e que o ajudaria a resolver os seus problemas e dificuldades. Talvez isso nem fosse importante mais. “Não é vontade de Deus que nos mantenhamos subjugados pala muda tristeza, coração ferido e quebrantado... O bendito salvador se põe ao lado de muitos, cujos olhos estão tão cegados pelas lágrimas, que nem o discernem. Deseja tomar-nos pela mão, e que O olhemos com fé simples, permitindo que Ele nos guie. Seu coração abre-se às nossas dores, tristezas e provações.”9
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White, E. G.; O Maior Discurso de Cristo, p.12.
Deus não se satisfaz com o sofrimento humano. Muito pelo contrário, está preocupado em que seus filhos sintam a sua presença em todos os momentos principalmente nas dificuldades e provações. Na verdade, qual deveria ser a atitude do cristão ao passar por provações? Elas tem um papel importante na preservação e fortalecimento da fé. “Sabeis alguma coisa do que significa passar por provações. Estas vos tem dado a oportunidade de confiar em Deus, de buscá-lo em fervente oração, para que n’Ele creiais, e n’Ele confiais com singeleza de fé. É sofrendo que nossas virtudes são experimentadas, e provadas a nossa fé.”10 Com certeza a vida de Jó foi enriquecida com esta experiência. Se assim não fosse, ele não teria um lugar de tanto destaque na Bíblia. Sua fé sua coragem e principalmente sua paciência. No final de sua história , a certeza de que sua luta não foi em vão. Sua sorte foi mudada. Obteve o dobro do que possuía em bens, teve outros dez filhos, e viveu muitos outros anos felizes, como resultado de sua fidelidade a Deus. Um final feliz. Talvez muitos neste mundo não recebam as bênçãos que tanto almejam. Talvez o resultado de seu infortúnios e sofrimentos, bem como a recompensa por sua fidelidade a Deus não sejam visíveis aqui na Terra. Mas a recompensa virá, e não tardará.
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White, E. G. Mensagens Escolhidas II, p?.
Conclusão A vida é cheia de problemas e dificuldades, para as quais têm-se procurado respostas e mais respostas, muitas vezes sem sucesso. Muitas das vezes procura-se no lugar e nas fontes que nem sempre tem a resposta. O livro de Jó aparece como uma incógnita, falando do que talvez seja o maior problema do ser humano, o sofrimento. Quais são suas causas, consequências, e possíveis soluções.? Muitas perguntas, poucas respostas. O sofrimento foi analisado neste trabalho na perspectiva de um ser humano íntegro, reto e temente a Deus, que era Jó. Mas nem os justos estão isentos deste mal. Conclui-se que Deus não é o causador do sofrimento humano, e nem se compraz nele, mas muitas vezes ele o permite para que a fé do homem seja provada e fortalecida. Em outras situações Deus não dá as respostas que talvez muitos desejam. Mas fica uma certeza. A certeza da presença de Deus em todos os momentos. Seja nos momentos de alegria, mas também, e principalmente nos momentos de tristeza e sofrimento. É Deus, a fonte de todo o amor e consolação, e o principal interessado no bem estar do ser humano.