Notícias Ibilce - Ed. 149 - Maio/2013

NOTÍCIAS IBILCE Informativo do Câmpus de São José do Rio Preto Ensino público, gratuito e de qualidade - Ano XVI - 149 - Maio - 2013

Além das grades da universidade A universidade é um espaço para se aprender matérias relacionadas ao curso em que o aluno está matriculado, certo? Não. Na verdade, ela é muito mais. É um espaço para o estudante se descobrir e experimentar.

O único foco de ser bem preparado para o mercado de trabalho, segundo docentes do Ibilce, já está mudando e, em pouco tempo, as empresas vão procurar por profissionais criativos e não apenas bem preparados.

Para exercitar e desenvolver a criatividade, é preciso que os estudantes tenham experiências diversas em sua vivência na universidade.

Pensando nisso, o Notícias Ibilce foi atrás de estudantes, professores e funcionários que, além de acreditarem nessa importância da vida acadêmica extra sala de aula, praticam isso. Um professor

Eder Juno

Professores, funcionários e estudantes falam sobre a importância de se ir além das grades da Universidade

que também é músico por prazer e participa de bandas nascidas na Unesp, um funcionário escritor que promove feiras e concursos e uma aluna que participa de grupos de outros cursos, que academicamente não lhe

trazem nenhum benefício, são alguns dos personagens que pretendem inspirar os estudantes, funcionários e docentes para que também busquem o prazer além do dever. Confira mais nas páginas 4 e 5.

Alunos da Matemática se unem para incentivar e ensinar o xadrez no Ibilce

ENTREVISTA Professor Elso Drigo Filho fala sobre a importância de desmitificar a Física

TOME CIÊNCIA Docentes do Ibilce ajudam medicina desenvolvendo software para auxílio em procedimentos

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RACIOCÍNIO

2 NOTÍCIAS IBILCE EDITORIAL

HOMENAGEM

Mais uma edição do Notícias Ibilce preparada com muita dedicação para vocês chega ao instituto. Nesta, vamos falar sobre a importância de ir além durante os estudos, além da grade curricular, além dos trabalhos e provas. Conversamos com professores e funcionários que destacaram a importância de se aproveitar o período dentro da Universidade ao máximo para descobrir do que se gosta e desenvolver a criatividade. Também vamos mostrar o grupo de xadrez fundado por alunos da Matemática, que se reúne na biblioteca do Ibilce e se oferece para ensinar o jogo milenar.

Aproveitamos o espaço para mostrar a homenagem recebida na Câmara Municipal pelo funcionário Dinael Marcos Marques.

Ainda nesta edição vocês vão conhecer um pouco mais do projeto Agitart, que divulga a língua francesa no Ibilce, e do projeto "Fazendo Física", que promove a divulgação científica nas escolas. Ainda no âmbito de pesquisas e resultados científicos, vão conhecer um software desenvolvido por professores da Universidade que auxilia a medicina em tratamentos cardíacos.

Uma ótima leitura!

Servidor do Ibilce é homenageado pela Câmara dos Vereadores em solenidade Andre Sanchez

Dinael foi homenageado em evento comemorativo ao Dia do Contabilista

O funcionário Dinael Marcos Marques, da Diretoria de Serviços e Atividades do Ibilce, foi homenageado em uma solenidade realizada no início de abril, na Câmara Municipal de São José do Rio Preto. O evento, que foi presidido pelo vereador Renato Pupo de Paula, aconteceu no dia 4, quando é comemorado o Dia do Empresário Contábil e do Contabilista.

Essa data especial foi instituída há três anos, no mesmo ano em que Dinael começou seu trabalho como gestor de contratos no Ibilce. Ele trabalha na área contábil e administrativa há 35 anos

e há 15 é professor universitário.

Atualmente, também leciona nas Faculdades Integradas Dom Pedro II, em Rio Preto.

“Foi uma surpresa quando soube que seria homenageado, eu não esperava por isso. Agradeci a minha esposa e a todos que estiveram ao meu lado durante todo este tempo”, conta Dinael, que recebeu a notícia de sua escolha por um telefonema. Seu nome foi indicado, junto ao de outras duas pessoas, para receber a homenagem no Plenário da Câmara devido ao tempo de trabalho prestado na área de contabilidade.

Bárbara Marques

UNESP / IBILCE - Câmpus de São José do Rio Preto Rua Cristovão Colombo, 2265 - Jd. Nazareth - CEP 15054-000 - PABX (017) 3221.2200 - FAX 3221.2500

Diretor: prof. Dr. José Roberto Ruggiero / Vice-Diretora: profa. Dra. Maria Tercília Vilela de Azeredo Oliveira Coordenação STAEPE: Seção Técnica de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão Edição: Maria Stella Calças Reportagens e Revisão: Letícia Santos, Ligya Aliberti, Mariana Guirado, Edoardo Lobl, Bárbara Marques, Moisés Baldissera, Henrique Pelicano e Rafaela Verni Jornalista Responsável: Maria Stella Calças - Mtb 60.958/SP Conselho Editorial: Cláudia Maria de Lima - MTb: 22.829 Arte: Soraia Fernandes Rodrigues e Felipe Cipolato Tiragem: 1700 exemplares – Distribuição Gratuita –

Comentários, dúvidas ou sugestões, entre em contato pelo e-mail: jornal@ibilce.unesp.br

NOTÍCIAS IBILCE 3

RACIOCÍNIO

Xadrez ganha espaço no Ibilce Grupo de alunos se reúne desde 2012 para praticar o esporte

O Grupo de Xadrez do Ibilce é uma iniciativa dos alunos do curso de Matemática para promover a divulgação deste jogo milenar, além de oferecer a oportunidade para o aprendizado, aperfeiçoamento e treinamento do xadrez.

A criação do grupo, em 2012, foi uma consequência dos resultados dos Campeonatos de xadrez da Biblioteca, que é realizado anualmente no segundo semestre. "O que nos incentivou foram as participações nos campeonatos promovidos pela Semana da Biblioteca, que são abertos para a comunidade externa. E sempre o pessoal de fora acabava por levar nossas medalhas", afirma Willian Aparecido Mazoni, um dos criadores do grupo.

Ainda segundo Willian, não foi a primeira vez que surgiu a ideia de se reunir diante dos tabuleiros, no entanto, por diversas razões, acabaram não funcionando. Com a primeira medalha conquistada pela comunidade ibilceana ano passado, o grupo acabou obtendo o estímulo que faltava para sua consolidação.

O encontro dos integrantes se dá semanalmente, às quintas-feiras, sempre na Biblioteca do instituto, das 17h às 19h. Qualquer pessoa acima de três anos pode participar, inclusive da comunidade externa. "Não há a presença de um professor de xadrez no local, contudo nós temos conhecimento suficiente para transmitir as noções básicas e regras para um iniciante", explica Elson Suzuki, co-criador do grupo e estudante de Matemática.

Henrique Pelicano

Suzuki (a direita), um dos criadores do grupo em uma partida de Xadrez

Para os interessados, Elson também sugere que procurem a comunidade do grupo no Facebook. Durante os encontros há todo o material necessário para o jogo, cabendo ao iniciante apenas comparecer às reuniões. O estudo de xadrez também se fundamenta na troca de experiências e conhecimentos entre os jogadores, sendo então uma experiência muito enriquecedora não apenas para o âmbito do jogo, mas para a vida.

Sobre o xadrez: 1. A origem do xadrez é incerta, no entanto, há uma convergência para que o "jogo dos jogos" tenha surgido na Índia, por volta do século VI; 2. A expressão "xeque-mate" provém do persa e significa "O rei está morto";

CANTO DA ARTE

tinha mas não tinha o que restou da alem do coração

3. Algumas literaturas sugerem que o número de jogadas possíveis em uma partida de xadrez ultrapassa o número de átomos do Universo como tal;

tudo nada partida partido ?

Mariana Guirado Letras

Envie seu poema para o Canto da Arte por meio do e-mail olivio@ibilce.unesp.br

4. Considerado pela maioria como o maior enxadrista de todos os tempos, o russo Garry Kasparov disputou duas vezes com o supercomputador da IBM, Deep Blue. Venceu a primeira e perdeu a revanche; 5. O xadrez é disciplina obrigatória em algumas nações, como a Romênia, onde fornece um terço da nota de Matemática.

Henrique Pelicano

4 NOTÍCIAS IBILCE FORMAÇÃO

Além das grades da universidade Satisfação pessoal e criatividade deveriam ser o carro chefe na formação universitária Divulgação

Fundada em 387 A.C. pelo filósofo e matemático grego Platão, a Academia de Atenas, conhecida também como Academia Antiga, pode ser entendida como o primeiro modelo de educação superior do mundo ocidental, a universidade.

Nesse modelo, a universidade não se comportava como transmissora de conhecimento, mas como um lugar para aqueles que estavam à procura do saber.

Com o tempo, outras Academias surgiam e, de acordo com seus fundadores, se modificavam, mas conservando a procura pelo saber. Apenas mais tarde, a partir das universidades mantidas pelo Estado, é que o conhecimento começou a consistir meramente na assimilação daquele saber que já fora produzido.

Nesta nova realidade, parece tornar-se inútil o saber de áreas do conhecimento que não sejam necessárias para a vida profissional do estudante.

O imediatismo do mercado de trabalho Não é essa a opinião de Marcos Serzedello, professor do Departamento de Educação no Ibilce. Segundo ele, embora a universidade, em princípio, deva formar para o mercado de trabalho, o mundo vem mudando cada vez mais rápido e, consequentemente, em pouco tempo esse cenário irá tornar-se ultrapassado.

Um exemplo utilizado por Serzedello é o curso de Datilografia. Alguns anos atrás, com o início da era tecnológica,

Biólogo por formação, o Assistente de Suporte Acadêmico Sidnei Olivio também se dedica às artes, em especial à poesia, sempre que pode

esse curso foi tido como fundamental para qualquer pessoa que desejasse ter sucesso profissional. Todos que podiam cursá-lo o fizeram, inclusive o professor. No entanto, o que se verifica atualmente é que ele ficou ultrapassado. Logo, em analogia a esse problema, o professor pensa que a Universidade deveria sempre visar o futuro, não o imediatismo.

De acordo com Serzedello, esse mesmo pensamento imediatista gera estudantes sem espaço e nem tempo para ter novas experiências durante o curso, preocupados demais com as "demandas" do mercado. "A grade é muito grade, muito fechada", diz. "Precisamos repensar que tipo de pessoas queremos formar", conclui.

Na opinião do professor, no futuro,

a imaginação e a criatividade são o que irá fazer a diferença na formação do indivíduo.

Suzy Meire Faustino, do 2º ano de Licenciatura em Letras, é um exemplo de estudante que se preocupa com sua formação pessoal, indo além das disciplinas propostas pelo curso.

A estudante participa do Gamat, Grupo Astronômico da Matemática do câmpus. E, apesar de sua participação no grupo não proporcioná-la benefícios diretos em seu curso e, consequentemente, vida profissional, Suzy dedica pelo menos duas horas semanais a esses encontros. Embora tenha escolhido as ciências humanas para sua vida profissional, a estudante afirma: "Acho as ciências exatas fascinante".

NOTÍCIAS IBILCE

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FORMAÇÃO

Além das grades da universidade Satisfação pessoal e criatividade deveriam ser o carro chefe na formação universitária A vivência na universidade Na universidade, o mundo se abre para as pessoas.

Essa é a opinião do professor Va n i l d o D e l B i a n c h i , d o Departamento de Engenharia e Tecnologia de Alimentos. O professor vê a vivência na universidade como um momento muito importante na vida do estudante. "Pensar nesse 'mundão' que a universidade pode oferecer só em termos de sala de aula, de busca de uma profissão, seria muito restrito". Para ele, conviver e "saber conviver" com pessoas diferentes, cultivar hobbies, são experiências e possibilidades que a universidade deve oferecer.

Segundo Del Bianchi, mais do que aproveitar as oportunidades de fazer uma Iniciação Científica, fazer uso dos laboratórios para pesquisa e desenvolver seu próprio projeto, o aluno deve desenvolver sua criatividade. A grande gama de possibilidades de integrar-se a projetos de extensão, atividades esportivas e artístico-culturais deve ser cultivada.

O docente ressalta, ainda, que a universidade é, também, um espaço político, e o aluno pode e deve participar ativamente desse espaço. "A participação como discente deve se dar desde os conteúdos ou na forma como as disciplinas são ministradas, em como são feitas as avaliações, em como se dá a permanência dentro da universidade e por meio de discussões sobre injustiças que percebam dentro do curso, dentro do câmpus e dentro da sociedade em geral".

Enquanto vice-diretor, de 2007 a 2011, Del Bianchi incentivou diversas ações artístico-culturais, como as oficinas de teatro e o grupo Ibilce(En)Cena, o coral, o grupo de pintura, o teatro de bonecos, o grupo de violões, o balé, a dança de salão, a bateria e o cineclube.

Atividades esportivas, como o grupo de judô, de hapkido e de capoeira também tiveram seu apoio. Atualmente, Del Bianchi continua responsável pelo projeto Teatro de Bonecos. Além disso, participa do coral e de bandas que surgiram no câmpus, formadas por alunos, docentes e servidores.

"Como gosto muito de cantar, participar do coral me proporciona essa satisfação. E, a partir dele, surgiram Luigi e os Pirandellos e o Sweet Caroline and The Old Boys, grupos em que tenho o prazer de tocar e cantar".

Além disso, o professor ainda coordena o Paca (Postura Ativa frente à Causa Ambiental), que tem por objetivo efetuar ações que permitam ao Ibilce refletir sobre o próprio espaço e o meioambiente, entre outras atividades.

"Sei que minha vida poderia ser mais tranquila. Contudo, sou eu quem faço meu caminho. E gosto do caminho que escolhi", afirma satisfeito.

Além da vida profissional Biólogo por formação, Sidnei Olivio, Assistente de Suporte Acadêmico no Departamento de Zoologia e Botânica, também transcende sua vida profissional.

Olivio é apaixonado por escrever e o faz "sem muita noção, pressa e preocupação", segundo suas palavras."A poesia, para mim, surgiu como uma fuga da realidade ou, antes, uma forma de visão e

posicionamento no mundo – uma coisa paradoxal: a abstração para o entendimento do real".

Quando aluno, Olivio reativou no Ibilce, junto de Antonio Roberto Esteves – atualmente professor na Unesp de Assis –, uma revista de poesia chamada Presença Poética, que morreu novamente com a saída de ambos do projeto. De volta ao Ibilce, como servidor,criou a Feira Artística dos funcionários e reuniu docentes e alunos para a promoção de concursos, saraus e mostras. Além de servir de inspiração para sua poesia, a formação de biólogo também é fundamental quando se aventura na arte da fotografia. "Sou e sempre serei um péssimo fotógrafo, mas estou usando a fotografia para aprimorar minha visão de poeta, tentar enxergar as coisas além do enquadramento normal, a visão além da vista".

Assim, Olivio preza sua satisfação pessoal, independente de sua vida profissional.

Para o escritor e educador inglês Ken Robinson, estudioso da criatividade, a conexão de diferentes tipos de conhecimento é fundamental para a construção de indivíduos mentalmente saudáveis e mais humanizados, gentis. Assim, a universidade pode ser vista como um espaço muito mais importante do que a sua grade curricular sugere. Muito além de uma carreira profissional, ela pode e deve proporcionar satisfação pessoal, estrutura psicológica, criticidade e criatividade para todos. conclui o professor.

Eder Juno e Mariana Guirado

6 NOTÍCIAS IBILCE CULTURA

DIVULGAÇÃO

Projeto traz cultura de expressão francesa ao Ibilce Documentários e filmes do cinema francês, exposições e palestras são algumas das ações desenvolvidas Divulgação

Em mostra fotográfica do artista Robert Doisneau, estagiários do Agitart interagem com visitantes e mostram o trabalho do artista, que fotografou Paris de maneira cinematográfica

Agitação e arte: é a união dessas palavras que nomeia e define o projeto de extensão Agitart. Além enriquecer o repertório sociocultural dos estudantes de língua e cultura francesas do Ibilce, o projeto objetiva sensibilizar a comunidade. “A língua francesa, assim como tudo o que é expresso por ela, não pertence mais somente à França”, afirma a professora e coordenadora do projeto, Maria Cláudia Rodrigues Alves.

O Agitart surgiu em 2011 a partir da realização da mostra “Dismoi dix mots - qui nous relient” – em português, “Diga-me dez palavras que nos unem” – divulgada anualmente pelo Ministério da Cultura e Comunicação da França, em comemoração ao dia internacional da Francofonia. “A cada ano, participantes de diversas partes do mundo sugerem dez palavras em língua francesa para compor a

exposição a partir de um tema préestabelecido”, explica a professora.

A exibição de filmes e documentários e a realização de eventos e palestras, com temas sempre ligados à cultura francesa ou às relações Brasil-França, são outras ações do projeto. Todas as atividades desenvolvidas pelo Agitart são abertas à comunidade.

CRIF O Centro de Recursos e Informação em Francês (CRIF) também é responsabilidade do projeto. O espaço, que surgiu de um convênio entre o Ibilce e o Consulado da França, destina-se ao aprendizado da língua francesa e é aberto às comunidades interna e externa do Ibilce. “Além de contar com a ajuda de monitores, quem utiliza tem acesso a uma série de materiais disponíveis para estudo e pesquisa”, afirma Maria Cláudia.

Mariana Guirado

Ÿ- Estão abertas até o dia 28 de junho as inscrições para o Curso de Difusão de Conhecimento “Curso de español para lusohablantes: gramática contrastiva y análisis de errores”. Voltado para os alunos de Licenciatura em Letras com habilitação em Português e Espanhol, o início das aulas será no dia 1º de agosto. As inscrições podem ser realizadas na Seção Técnica de Comunicações. Mais i n f o r m a ç õ e s n o l i n k http://www.ibilce.unesp.br/Home/E xtensao470/curso_de_espaol.pdf. Ÿ- Interessados no curso de “Inglês Instrumental: Leitura para fins específcos” têm do dia 1º de julho até o dia 8 de agosto para realizarem sua inscrição na FA P E R P. O s m ó d u l o s s e r ã o ministrados entre 10 de agosto e 14 de dezembro. Mais informações na FAPERP pelo telefone (17) 32111089 ou na Seção Técnica Acadêmica, no Ibilce. Ÿ- Em agosto serão iniciadas novas turmas dos módulos 2 e 3 de Mandarim. As inscrições estarão abertas a partir do dia 29 de julho, na Seção Técnica de Comunicações. O público alvo são alunos que realizaram os módulos anteriores ou que possuem nível de conhecimento suficiente para que acompanhem o novo módulo. Para mais informações sobre taxas e documentos necessários acesse http://www.ibilce.unesp.br/#!/exten sao/cursos/. Ÿ- Estarão abertas, do dia 5 ao dia 9 de agosto, as inscrições para o curso de Difusão de Conhecimento “Arte, Cinema e Educação do Campo”. O curso é aberto à comunidade em geral e será realizado em oito tardes de sábados entre agosto e dezembro.

Mais informações pelo site http://www.ibilce.unesp.br/Home/E xtensao470/arte-cinema-eeducacao-do-campo.pdf.

PÓS-GRADUAÇÃO No mês de maio de 2013 o Ibilce realizou oito defesas de dissertações de mestrado e uma defesa de tese de doutorado, em seus onze programas de Pós-Graduação.

NOTÍCIAS IBILCE

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ENTREVISTA com o professor Elso Drigo Filho

Professor da Física fala sobre a importância da divulgação científica por meio de projetos Discentes do Departamento de Física do Ibilce colaboram com a promoção da ciência em escolas da região O aprendizado superficial sobre Física e, consequentemente, a falta de interesse pela matéria se dá, em parte, pela carência de meios concretos para seu ensino. Nesta entrevista, o professor Elso Drigo Filho, do Departamento de Física, fala sobre a importância da promoção científica a fim de mudar essa questão por meio de projetos como o Fazendo Física.

O que é o projeto do Ibilce Fazendo Física? Qual é o seu objetivo?

O Fazendo Física nasceu da necessidade de promover a aprendizagem de Física na região.

Nós temos um conjunto de práticas experimentais interativas que são monitoradas pelos alunos de Física da universidade, alguns estagiários, outros voluntários. Nosso objetivo é fazer divulgação científica. O projeto tem várias vertentes: uma é a motivação direta com alunos para a aprendizagem de física num nível de ensino correspondente – fundamental ou médio; outra é despertar a vocação para ciências, pois percebemos que tem muita gente que gosta de Física, gosta de discutir, de ver e manipular algum experimento, mas não tem oportunidade, então a ideia é levar essa chance para fazê-los se interessarem mais pela disciplina.

Quais são os experimentos realizados?

Por meio de agendamento, é levado até os espaços educativos um conjunto de dez experimentos que são apresentados pelos monitores de forma interativa: os alunos mexem, participam. Os experimentos que fazem mais sucesso são a cadeira giratória e a

Rafaela Verni

melhores trabalhos depois da exposição que será outubro deste ano.

Qual é a importância da divulgação científica?

Acho que o mais importante está relacionado com o desenvolvimento social.

Devemos lembrar que a nossa civilização está calcada em bases tecnológicas – e essas bases são desenvolvidas por meio da ciência. Então Professor Elso Drigo Filho, profissional sempre conhecer ciência é engajado a atividades de divulgação científica, participar da sociedade; diz que conhecer ciência é participar da sociedade; não conhecer é estar excluído não conhecer é estar excluído. Essa questão cama de prego – nessa o pessoal passa fortemente por um fator de deita em cima e nós explicamos que inclusão social. não machuca, porque o que fere é a pressão, e pressão é força sobre E de que modo deve ser feita?

Há várias maneiras de se área; se tem vários pregos, a força e a pressão são distribuídas, então a fazer divulgação científica. Por termos um vazio tão grande nessa pessoa pode deitar sem se ferir. área, todas as iniciativas são Qual é a ideia do projeto Feira de v á l i d a s : m u s e u d e c i ê n c i a s , Ciências Experimentais, que palestras, artigos científicos, projetos específicos junto à conta com a sua colaboração?

Esse é um projeto do Ibilce comunidade, atuação nas escolas junto com a prefeitura e o CIECC d e e n s i n o f u n d a m e n t a l . E m (Complexo Integrado da Educação, particular, promover palestras para C i ê n c i a e C u l t u r a ) e c o m o público geral e atuar nas escolas financiamento do CNPq. A ideia com intenção de alfabetizar sob básica é movimentar o município em ponto de vista científico são ações torno de temas de ciências e de que somos carentes. O fato da t e c n o l o g i a ; n ó s , p r o f e s s o r e s diminuição da procura dos jovens universitários, trabalhamos junto por cursos voltados para as com professores de diversos níveis ciências básicas, eu vejo como uma de ensino, fundamental, médio e medida do quanto falta divulgação tecnológico, orientando os alunos cientifica. Isso é conseqüência de na construção de experimentos não haver uma valorização social l i g a d o s à s c i ê n c i a s . E s s e s nesse sentido e essa valorização só experimentos serão apresentados pode vir por meio do conhecimento. numa feira. Temos cinco bolsas de Rafaela Verni estudo para distribuir entre os

8 NOTÍCIAS IBILCE TOME CIÊNCIA

Computação Gráfica e Medicina andando juntas Estratégias de software desenvolvidas no campus contribuem para o aprimoramento do procedimento de ablação cardíaca Moisés Baldissera

O professor Leandro Alves Neves e uma amostra das estruturas obtidas com as abordagens desenvolvidas

O Brasil é um país que sofre de males do coração. O Ministério da Saúde apontou, em pesquisas realizadas de 2000 a 2010, que o infarto agudo do miocárdio é a segunda doença que mais mata o brasileiro. O uso de procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos é uma realidade na medicina, com aplicações em diversas especialidades. As pequenas incisões garantem ao paciente uma exposição menor a infecções, além de uma recuperação mais rápida. A ablação cardíaca por radiofrequência é um bom exemplo, evitando a abertura do tórax. O processo é utilizado há mais de 10 anos no tratamento de taquicardias, fibrilação e palpitação atrial.

Nesse contexto, simulações computacionais são direcionadas para aprimorar o procedimento de ablação cardíaca e reduzir possíveis complicações.

O núcleo do problema está em

monitorar com mais precisão as temperaturas nos tecidos envolvidos durante o procedimento.

Essa abordagem não é simples e a simulação computacional tem contribuído significativamente com o aprimoramento dessa técnica. Um exemplo são as pesquisas desenvolvidas pelos professores Leandro Alves Neves e José Márcio Machado, do Departamento de Ciência de Computação e Estatística, do Ibilce. As estratégias de software desenvolvidas pelos professores visam reproduzir tridimensionalmente as estruturas comumente monitoradas em procedimentos de ablação cardíaca, tais como coração, aorta, estômago e esôfago.

Dessa forma, a computação gráfica auxilia nos estudos sobre ablação cardíaca, recriando o órgão em 3D. Por meio dessa representação é possível identificar as diferentes camadas que constituem os tecidos. Segundo o

professor Leandro Alves Neves, As estratégias desenvolvidas possibilitam simular as temperaturas mais apropriadas em cada camada de tecido.

A pesquisa recebe apoio da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) e auxílio do professor Moacir Fernandes de Godoy, cardiologista do Hospital de Base. Dessa forma, duas áreas de estudos diferentes se juntam em busca de melhorias no diagnóstico e tratamento de pessoas que sofrem de doenças do coração.

As estratégias desenvolvidas para gerar malhas tridimensionais do coração também foram utilizadas com foco na representação da artéria aorta e da árvore brônquica pulmonar. “As estratégias desenvolvidas contribuem significativamente com estudos focados em geração de malhas tridimensionais de tecidos do corpo humano, com a inovação de permitir representações das túnicas que constituem os tecidos”, explica o professor Neves.

Avanços no diagnóstico do câncer de próstata A computação gráfica também está sendo utilizada para auxiliar o diagnóstico do câncer de próstata, a partir de um banco de imagens, fornecido pelo professor Moacir Fernandes de Godoy e sua equipe, da Famerp. O propósito da pesquisa é utilizar técnicas fractais, que recriam o objeto em computador. O aprendizado de máquina não substitui o especialista, mas serve para obter modelos que quantificam os diferentes estágios do câncer de próstata.

Moisés Baldissera