Ensino público, gratuito e de qualidade — Ano XVII — 157 — Março — 2014
Internacionalização oferece oportunidades a alunos e docentes do Ibilce
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IBILCE TERÁ CENTRO DE LÍNGUAS FUNCIONANDO EM 2014
INTERNACIONALIZAÇÃO: DA GRADUAÇÃO AO PÓS-DOUTORADO NO EXTERIOR
DOCENTES DA UNESP PARTICIPAM DE EVENTO PIONEIRO REALIZADO NOS ESTADOS UNIDOS
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EDITORIAL A edição de março do Notícias Ibilce tem como eixo temático a internacionalização na Unesp e os avanços e resultados que estão sendo obtidos. Somente em 2014, 62 alunos de graduação devem participar de intercâmbio internacional. Saiba mais sobre a internacionalização da Unesp e seus reflexos no Ibilce nas páginas 4 e 5. São também destaques desta edição: na página 2, a pré-seleção do Ibilce para participar do Programa de Eficiência Energética da CPFL Paulista; na página 3, a criação de um Centro de Línguas, projeto proposto pela Pró-Reitoria de Extensão Universitária e coordenado pelas professoras Paula Tavares Pinto e Giséle Manganelli Fernandes Na página 6, a professora Cláudia Carareto explica a pesquisa sobre o mapeamento genético do café e de sua principal praga, a broca-docafé, que vem sendo realizado em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa do Café, na Colômbia e com o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento de Montpellier, França. Na página 7, nosso entrevistados, o professor Reinaldo Feres e o doutorando Paulo Silva, falam sobre os avanços obtidos a partir de estudo realizado no Ibilce, cujo resultado foi a descoberta de novas espécies de ácaros. Confira na página 8 a participação de docentes do Instituto no I International Meeting on Foreign Language Learning in Tandem: Past Present and Future (INFLIT), realizado na Universidade de Miami, nos Estados Unidos. Uma ótima leitura! UNESP UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Câmpus de São José do Rio Preto IBILCE — Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Rua Cristovão Colombo, 2265 Jd. Nazareth | CEP 15054-000 PABX: (17) 3221.2200 | FAX 3221.2500 Home page: www.ibilce.unesp.br Comentários, dúvidas ou sugestões, entre em contato pelo e-mail: aci@ibilce.unesp.br
SUSTENTABILIDADE
Ibilce é pré-selecionado para Programa Energético NAYARA DALOSSI
Nayara Dalossi apenas lâmpadas, mas a troca de reatores e outros ajustes que colaborem para o objetivo do prograNo mês de fevereiro o Ibilce/ ma. Até o momento, as unidades da Unesp – Câmpus de São José do Unesp já participantes do projeto Rio Preto, foi pré-selecionado para constataram cerca de 20% em ecoparticipar do Programa de Eficiênnomia de energia. cia Energética da CPFL Paulista. O “Neste primeiro momento, reaobjetivo do projeto, que já está lizamos o diagnóstico energético presente em outras seis unidades das instalações, possibilitando avada Unesp, é promover o consumo liar se este projeto é viável dentro racional de energia. de algumas regras estabelecidas O Programa nasceu de uma exi- pela ANEEL”, revela o Engenheiro gência da Agência Nacional de Ener- de Projeto da CPFL, Juliano Garcia gia Elétrica – ANEEL junto às suas Campos. concessionárias: a aplicação anual Para 2014, estão previstas readede, no mínimo, 0,5% de sua receita quações de demandas contratadas operacional líquida em ações que para São José do Rio Preto e outras tenham por objetivo o combate ao dez unidades da Universidade Paudesperdício de energia elétrica. lista. Se a implementação dessas Caso o Ibilce seja contemplado, todas as lâmpadas atualmente instaladas serão trocadas por equipamentos de LED, que incluem não
novas demandas acontecer como prevista, junto as realizadas em 2013, resultarão em uma economia média de R$ 325 mil.
Diretor: José Roberto Ruggiero
Edição:
Vice-Diretora: Maria Tercília Vilela de Azeredo Oliveira
Reportagens e Revisão:
Coordenação: ACI — Assessoria de Comunicação e Imprensa Jornalista Responsável: João Paulo Vani — MTB: 60.596/SP
João Paulo Vani
Bárbara Marques Erika Molina Silva Nayara Dalossi Vitória Mathias Yurika Akiyoshi França Diagramação:
Tiragem: 1.500 exemplares
Felipe Cipolato
Distribuição gratuita
FOTO DE CAPA: SXC / Divulgação
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IDIOMAS
Ibilce terá Centro de Línguas funcionando em 2014 Projeto atenderá comunidades interna e externa NAYARA DALOSSI
Para as professoras, o Centro de Línguas será uma excelente iniciativa para que alunos do Ibilce comecem a atuar no câmpus.
Bárbara Marques instituto, recebendo acompanhamento pedagógico. A previsão é de que os primeiFoi aprovado neste ano o projeto ros cursos comecem a funcionar em que implantará no Ibilce um Centro abril: inglês e português como língua de Línguas. Trata-se de uma proposta oferecida pela Pró-Reitoria estrangeira. A partir do segundo sede Extensão Universitária (Proex) mestre começarão as aulas de espanhol, italiano e francês. Segundo a da Unesp e, principalmente, aos professora Giséle, que é vice-coorcâmpus que possuem cursos de gradenadora do projeto, também há duação em Letras. Coordenado peinteresse em oferecer no próximo las professoras Paula Tavares Pinto ano cursos gratuitos para que proe Giséle Manganelli Fernandes, do fessores da rede pública de ensino Departamento de Letras Modernas, possam se reciclar, tendo contato o Centro de Línguas terá como pú- com novas informações e materiais, blico-alvo as comunidades interna e melhorando suas práticas em sala externa do câmpus. A proposta feita de aula. “Nossa intenção é aproxipela Proex teve como base outros mar os professores dessa rede com centros que já existem, como nas a universidade”, afirma. Segundo Giunidades de Marília, Araraquara e séle, é importante frisar que já exisAssis. tiam iniciativas parecidas no Ibilce, O Centro de Línguas funcionará como cursos de extensão e difusão inicialmente dentro do câmpus, no de línguas. “Além de ter cursos e Laboratório de Línguas do Departa- propostas novas, o Centro de Línmento de Letras Modernas (LIA). Se- guas espera reunir essas propostas rão selecionados oito alunos do curso já existentes. A intenção é de que de graduação em Letras para atuar esses cursos também façam parte do como professores bolsistas neste Centro de Línguas”, aponta. Para a professora Paula, sempre projeto, que serão orientados pelos houve no Ibilce o interesse em conprofessores de língua estrangeira do
tar com um Centro de Línguas, uma vez que esse tipo de projeto já existia em outras universidades. Paula, que é coordenadora do projeto, acredita que a iniciativa de contar com um Centro de Línguas é muito importante, sobretudo devido às novas políticas que existem na Unesp em relação à internacionalização. “Com a internacionalização, essa implantação torna-se ainda mais necessária, pois temos que nos organizar para receber alunos de fora e enviar os alunos daqui para diversos países, e para isso é primordial que eles falem uma língua estrangeira.” O constante desenvolvimento de pesquisas sobre o ensino de línguas estrangeiras no Ibilce servirá de base para que as aulas do Centro de Línguas contem com auxílio de novas tecnologias. “Outros câmpus pediram apoio para o Ibilce devido a este desenvolvimento de pesquisas sobre ensino de línguas”, diz a professora Paula. Além das aulas de idiomas, serão oferecidos cursos de literaturas e culturas de cada língua.
4 DO IBILCE PARA O MUNDO
Intercâmbios e estágios no exterior fortalecem internacionalização João Paulo Vani e Nayara Dalossi exterior, tem também recebido estrangeiros em seus cursos. Em 2013, o Ibilce contou com 63 alunos estranO processo de internacionalização geiros matriculados em seus cursos de da Unesp vem revelando, constantegraduação e pós-graduação. mente, resultados positivos. Alunos de graduação e pós-graduação estão tenPós-Graduação do mais oportunidades de estudar no exterior, assim como a universidade Levantamento feito pela Seção vem recebendo um número cada vez Técnica de Pós-Graduação revela que, maior de estrangeiros em seus cursos. estão no exterior atualmente 11 aluEm ranking dos países que formam nos de doutorado matriculados nos os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e programas de pós-graduação do IbilÁfrica do Sul) divulgado pela Quacqua- ce, sendo 6 com bolsa Capes e 5 com relli Symonds University em dezembro bolsa Fapesp. de 2013, a Unesp apareceu em 25º De acordo com Rosemar Brena, lugar. Mais recentemente, a Unesp supervisora da Seção Técnica de Pósapareceu entre as 50 melhores uni- Graduação, todos os pós-graduandos versidades do mundo na área de Agri- deveriam fazer estágio no exterior. cultura e Ciências Florestais, e esteve “Os alunos ainda são muito acanhados entre as 200 melhores colocadas em nessa área, fazendo do professor o outras nove áreas. Das 10 áreas em cerne principal deste ciclo, pois é em que a Unesp foi destaque, cinco são sala de aula e no contato diário que oferecidas no Ibilce: Ciências Ambien- o estimulo acontece é a colaboração tais, Física e Astronomia, Química, facilita a ida, não só de alunos, mas Ciências Biológicas e Educação. também dos próprios docentes, o que De acordo com André Luis Domin- conta muito para a universidade”. gues, do Escritório Regional de Apoio Janara Baptista, doutoranda do à Pesquisa e Internacionalização, no Programa de Estudos Línguísticos, reano passado foram abertos 113 edi- vela que a experiência de estar estutais, em parceria com 16 programas, dando na Universidade de Helsinique, coordenados pela AREX (Assessoria na Finlândia, tem sido bastante enride Relações Externas), todos voltados quecedora. “A experiência de realizar para alunos de graduação. o doutorado sanduíche é ímpar! EsAs ações institiucionais visando a tou tendo a oportunidade de conheinternacionalização da Unesp encon- cer uma nova rotina acadêmica e de tra-sem em todos os níveis de for- trabalhar em um centro de pesquisa mação. De acordo com Mônica Régis, que desenvolve e discute a teoria que supervisora da Seção Técnica de Gra- fundamenta meu trabalho, o que tem duação a previsão é que, em 2014, 62 contribuído muito para a evolução alunos de graduação tenham a opor- da tese e para minha formação como tunidade de estudar no exterior, sen- pesquisadora. Além disso, esse pedo 41 no primeiro semestre e 21 no ríodo de estudo permite estabelecer contatos de pesquisa importantes que segundo. Para Rafaela Molás, aluna de Ciên- podem abrir portas para novos procias Biológicas que está em intercâm- jetos acadêmicos. O aspecto pessoal bio na University of Greenwich, na In- dessa experiência também é muito glaterra, pelo Programa “Ciência Sem gratificante, já que inclui vivenciar Fronteiras” até janeiro de 2015, a diariamente outras culturas ao lado experiência tem sido incrível. “Desde de colegas e amigos que tenho feito quando fazia curso de inglês, no en- desde que cheguei e com quem quero sino médio, sentia vontade de viajar manter contato,” explica Janara. para praticar o inglês. Então, quando entrei na universidade, descobri o leque de opções que tinha ao meu alcance, era só correr atrás. O Ciência Sem Fronteiras foi o meu objetivo inicial.” conta. E a Unesp não tem apenas enviado seus alunos para universidades no
Convenção de co-tutela Além do sistema de estágio no exterior durante o Doutorado, a Unesp oferece ainda o doutoramento em co-tutela, modalidade que permite a formação de pós-graduandos com outorga de titulação simultânea nos paí-
Janara Baptista em Helsinique
ses envolvidos. Recentemente, dois alunos em regime de co-tutela defenderam suas teses: Elias Carnelossi, do Programa de Pós-Graduação em Genética, orientando da professora Cláudia Carareto, cuja co-tutela foi realizada pela Université Claude Bernarde Lyon 1, França, sob orientação da professora Cristina Vieira, e Priscila Gimenez, do Programa de Pós-Graduação em Letras, orientanda da professora Lúcia Granja, cuja co-tutela foi realizada pela Université Paul Valery Montpellier III, também na França, sob orientação da professora Marie-Ève Thérenty. Tanto Elias quanto Priscila receberão dois títulos de Doutor, sendo um outorgado pela Unesp e, o outro, pela universidade francesa à qual estiveram vinculados. Pós-Doutorado Somente no mês de fevereiro de 2014, seis docentes do Ibilce estavam no exterior para a realização de estágios de pós-doutorado: Jéfferson Luiz Rocha Bastos e Cláudio Gomes Pessoa do Departamento de Matemática; Marize Mattos Dall’Aglio Hattnher e Flávia Nascimento do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários; Paula Rahal, do Departamento de Biologia e Roxana Guadalupe Herrera Alvarez, do Departamento de Letras Modernas. O professor Jéfferson esteve na Marselha, França, através de uma bolsa Cofecub, da Capes. Durante o período que passou no país, o docente realizou pesquisas sobre Sistemas Dinâmicos. “Essas pesquisas continuam dando frutos durante um longo período após o término do pós-doutorado, com várias publicações em revistas, periódicos e outros meios.”, explica Jéfferson.
5 Ex-alunos do Ibilce são aprovados em doutorado no exterior As histórias de Ana Carolina dos Santos Marques e Leonardo Pereira Costa da Cruz têm o mesmo ponto de partida: o Ibilce. Ana Carolina ingressou no instituto em 2006 para o curso de Licenciatura em Letras. Já Leonardo iniciou o curso de Bacharelado em Matemática Aplicada e Computacional em 2008. Em 2012, Ana Carolina e Leonardo começaram seus estudos de Mestrado: ela, no Programa de Pós-Graduação em Letras, sob orientação da professora Giséle Manganelli Fernandes; ele, no Programa de Pós-Graduação em Matemática, sob orientação do profesor Cláudio Aguinaldo Buzzi. Agora, em 2014, se despedem do Brasil para quatro anos de estudos no exterior. Ana Carolina cursará o doutorado na Ohio State University, nos Estados Unidos, enquanto Leonardo cursará o doutorado na Universitat Autònoma de Barcelona, na Espanha. Para Ana Carolina, estudar no exterior sempre foi um sonho que, pelos custos, era considerado impossível. Ela começou então a vida acadêmica no Ibilce e, seguindo a orientação da professora Giséle de que “a vida acontece pra quem se apresenta”, realizou muitas atividades extras durante o mestrado, buscou contato com professores e alunos de universidades no exterior, apresentou sua pesquisa em congresso nos Estados Unidos e as oportunidades foram aparecendo. “Para realizar meu sonho passei por um processo bastante demorado e cansativo. Foi necessário ter boas notas, mas isso não foi tudo, pois as universidades americanas buscam alunos que sejam participati-
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vos, que já tenham participado de trabalhos voluntários, organização de eventos, representação estudantil, além de exigirem a realização de provas como o TOEFL e o GRE. Ana Carolina irá estudar e lecionar Literatura Brasileira em Ohio, e sua minha maior expectativa é a de poder oferecer aos alunos não apenas conhecimento teórico, mas também os aspectos reais da cultura brasileira. “Acredito que essa será uma oportunidade profissional importantíssima para a minha carreira acadêmica e que me proporcionará experiências únicas”. Para Leonardo, a ideia de fazer o doutorado no exterior surgiu em uma conversa com o professor Cláudio Pessoa, do Departamento de Matemática. Pessoa fez o dou-
torado na Universitat Autònoma de Barcelona. “O professor Cláudio me apresentou a possibilidade de também estudar em Barcelona. Depois disso, primeiro passo foi encontrar um orientador para, assim, escrever um projeto e conseguir uma carta de aceite da universidade, falando que você será bem-vindo”. A partir daí, foram muitas etapas, como anexar todos os documentos pedidos no edital e toda a burocracia que a organização desses documentos exige. Leonardo explica que, além da expectativa de obter uma bagagem teórica bastante grande na área de Matemática, mais precisamente em Sistemas Dinâmicos, seu principal objetivo é enriquecer culturalmente e viver uma inesquecível experiência.
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PESQUISA
Estudo da Unesp mapeia genética do café e sua principal praga Projeto é desenvolvido em parceria com a França e com a Colômbia João Paulo Vani Carareto, docente do Departamento dância, frequência, distribuição, vade Biologia, que propiciou o acesso a riabilidade estrutural e sequências bancos de dados do genoma de espé- gênicas deles derivadas. A identificaO Brasil, maior produtor e exportacies de café. ção dos padrões de inserção de TEs dor de café do mundo, é responsável Contudo, o uso de ferramentas ativos propiciará a identificação de por um terço da produção mundial. moleculares para o estudo da brocaelementos que possam ser usados Concentrada na zona intertropical, a do-café, o inseto praga mais devastacomo marcadores genéticos para rasprodução de café constitui um componente relevante não apenas para a dor e limitante na produção cafeeira, treabilidade e definição de genótipos economia brasileira, mas de diversos não está no mesmo nível que sua es- de interesse para serem incluídos em países em desenvolvimento. Embora pécie hospedeira. Dada a importân- programas de melhoramento (café) o gênero Coffea contenha mais de cia da broca-do-café, o Centro Na- ou de controle populacional (broca), cem espécies, apenas duas são res- cional de Pesquisa do Café (Cenicafé) bem como de marcadores de resposta ponsáveis pela produção comercial na Colômbia sequenciou o genoma ao estresse ambiental. mundial, Coffea arabica e Coffea desse coleóptero e obteve bancos de Adicionalmente, o uso de retrocanephora, que correspondem a 70 e expressão gênica. Com o objetivo de desenvolver e aprofundar o conhecitransposons como marcadores mo30%, respectivamente. mento dessa espécie estabelecemos leculares pode permitir a identifiO cultivo de café no Brasil, sobreum Acordo de Cooperação com pe- cação clara dos genitores do híbrido tudo o arabica, ocorre em uma granquisadores do Cenicafé para a ano- tetraploide Coffea arabica em terde variedade de condições, seja em tação dos elementos de transposição mos de espécies parentais e grupos regiões planálticas ou montanhosas, (TEs) do genoma desse coleóptero, de diversidade permitindo melhores em regiões amazônicas, onde possui com apoio financeiro da FAPESP. estratégias para o acompanhamento água em abundância, ou em regiões Esses estudos, desenvolvidos como de seca, onde a irrigação artificial gado patrimônio genético de descenrante a produção, ou ainda sob baixas teses de doutoramento do Programa dentes de cruzamentos entre plantas temperaturas. A diversidade também de Pós-Graduação em Genética, ana- (rastreabilidade) e para a conservaestá presente na grande variedade de lisam os elementos de transposição ção e manejo de recursos genéticos grãos e, consequentemente, da qua- do genoma e do transcriptoma de es- do café. Estudos dessa natureza são pécies do gênero Coffea e da brocalidade da bebida. do-café, sua praga mais importante, de grande importância por causa das Os TEs são fragmentos de DNA cuja que serão anotados, classificados e mudanças climáticas e rápida desprincipal característica é de se move- caracterizados quanto a sua abun- truição das florestas primárias. rem e se inserirem em praticamente qualquer local do genoma e por essa NAYARA DALOSSI característica constituem ferramentas moleculares valiosas. Como os TEs estão distribuídos por todo o genoma e em várias cópias, constituem meios poderosos para a análise da diversidade genética, tanto no âmbito intrapopulacional e até mesmo dentro de variedades ou clones. O uso de ferramentas moleculares está se tornando disponível para o gênero Coffea com o desenvolvimento de grandes bases de dados moleculares, com sequenciamento genômico e transcriptômico aos quais temos acesso por meio de nossas colaborações internacionais, financiadas pela FAPESP, CAPES e Fundação Agrópolis, com pesquisadores do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) de Montpellier, França, esta- Os doutorandos Elaine Dias e Eric Hernandez, com a professora Cláudia Carareto, belecidas pela pesquisadora Cláudia coordenadora da pesquisa
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NOVAS ESPÉCIES
Pesquisa feita no Laboratório de Acarologia obtém resultados inéditos Das 132 espécies localizadas, 63 podem ser espécies encontradas pela primeira vez Bárbara Marques Paulo Vittor Parecis Silva, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal do Ibilce e orientando do professor Reinaldo Feres, obteve resultados inéditos com o projeto de pesquisa que deu origem à sua dissertação de mestrado intitulada “Amostragem diurna versus noturna de ácaros (Arachnida: Acari) associados a Genipa americana L. (Rubiaceae)”. A pesquisa, realizada em áreas localizadas no Bosque Municipal de São José do Rio Preto e no Ibilce, comparou a estrutura da comunidade de ácaros entre os períodos diurnos e noturnos, verificando se o folhedo associado ao jenipapeiro atua como refúgio de espécies em um dos períodos do dia. Silva destaca que, entre os resultados mais importantes de sua pesquisa, está a descoberta de que o folhedo não atua como refúgio de espécies oriundas do jenipapeiro e que as espécies predadoras Euseius citrifolius e Euseius concordis apresentaram maior abundância no período diurno enquanto Agistemus floridanus apresentou maior abundância no período noturno, além de encontrar possíveis novas espécies de ácaros. NI) Paulo, além dos resultados já citados, sua pesquisa revelou outras novas espécies de ácaros da região? Quantas foram? PS) Como se sabe, a biodiversidade encontrada em nossa região é muito rica. Em nossa pesquisa encontramos 132 espécies de ácaros. Dessas, 63 são possivelmente espécies novas. Estamos em fase de confirmação e refinamento dos dados obtidos e, com certeza, algumas dessas espécies em breve serão descritas como novas. NI) Em qual das áreas que vocês pesquisaram foi possível notar a maior variedade de novas espécies descobertas? PS) Registramos a maior diversidade de espécies na área do Bosque Municipal, onde foram encontradas 41 das 63 espécies potencialmente novas para a Ciência. NI) Os resultados obtidos com essa
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Pesquisadores puderam comparar a estrutura de comunidades de ácaros entre os períodos diurno e noturno
descoberta poderão influenciar outros pesquisadores a realizar novas descobertas em relação ao comportamento dos ácaros? PS) Os resultados que obtivemos foram muito valiosos para se iniciar o entendimento a respeito do comportamento de ácaros ao longo dos dois períodos do dia. Acredito que essa abordagem, com realizações comparativas entre amostragem nos períodos diurno e noturno seja um motivador para que pesquisadores aprofundem os estudos sobre o comportamento de ácaros nos diferentes períodos do dia. NI) Quais os elementos que o levaram aos resultados inéditos? PS) Sem a estrutura oferecida pelo Laboratório de Acarologia, a constante participação do meu orientador, professor Reinaldo Feres, e toda equipe do laboratório, teria sido impossível realizar essa pesquisa e atingir os resultados de qualidade apresentados. NI) O laboratório é muito procurado pela população externa do Ibilce? Há alguma orientação para o público que procura o atendimento do Laboratório de Acarologia? RF) É sim, bastante e não só para
identificação de ácaros. Além de pessoas que trazem espécimes de artrópodes em geral que encontram em suas casas para serem identificados e catalogados, há também casos de pessoas que foram picadas por algum tipo de inseto ou outro artrópode e que, por orientação de hospitais, da SUCEN e outras instituições, trazem o material para reconhecimento. De modo geral, orientamos as pessoas a como proceder em casos de encontrar algum espécime de animal peçonhento, para preveni-las de serem picadas. Também alertamos aquelas que residem em áreas de risco para terem cuidado e sempre verificarem roupas e sapatos antes de usá-los. Algumas vezes, o laboratório é procurados por técnicos agrícolas, agrônomos e donos de fazendas que têm interesse em identificar pragas de vegetação. Nesses casos, já chegamos a oferecer aula para que esses profissionais aprendam a identificar sintomas da infestação e das principais espécies -praga, para que não corram o risco de subestimar ou superestimar suas populações antes de combatê-las.
8 EVENTO
O presente e o futuro no ensino, na aprendizagem e na formação de professores de línguas: Unesp em evento pioneiro Evento realizado na Universidade de Miami, em Coral Gables, Flórida, contou com a presença de professores e alunos dos câmpus de São José do Rio Preto, Assis e Bauru ARQUIVO PESSOAL / DOUGLAS CONSOLO
Representantes da Unesp no International Meeting on Foreign Language Learning in Tandem: Past, Present and Future, realizado na Universidade de Miami, Estados Unidos
estrangeiras para todos”, e desde então coordena e orienta projetos nessa temática, envolvendo docentes e discentes da Unesp, além de participantes de outras instituições brasileiras e estrangeiras. Integraram o grupo de congressistas especialistas em assuntos relacionados à temática do evento e, além da comitiva unespiana, docentes-pesquisadores brasileiros da Universidade Estadual de Londrina (PR) e da Universidade Federal de Goiânia (GO), e de outras universidades norte-americanas, da América Latina e da Europa. A Unesp, que avança em pesquisas e nas práticas pedagógicas no ensino e na aprendizagem de línguas estrangeiras por meio de experiências em tandem (colaboração face a face) e em teletandem (colaboração à distância, em meios eletrônicos), marcou presença na realização do primeiro INFLIT, reforçando e estruturando nossas parcerias nacionais e internacionais em Linguística Aplicada e na formação profissional, principalmente de professores e alunos que possam se beneficiar desses novos conhecimentos sobre as línguas na atualidade, gerados e difundidos em nossos projetos científicos. “A presença, nesse INFLIT, de parceiros em trabalhos sobre teletandem e docentes das universidades de Georgetown, Estados Unidos, e de Lille, França, já nos motivaram a iniciar o planejamento do próximo evento, o qual, nos Estados Unidos ou na Europa, será certamente uma nova oportunidade de darmos visibilidade à Unesp no cenário internacional”, revela Douglas Altamiro Consolo, docente do Ibilce.
João Paulo Vani e de docentes e pós-graduandos da Unesp, na preparação e na conUm grupo de docentes-pesquisa- dução das atividades, bem como dores da Unesp, do Departamento no Comitê Científico para a seleção de Letras Modernas do Instituto de dos trabalhos apresentados no 1° Biociências, Letras e Ciências Ex- INFLIT, inseridos no tema princiatas (Ibilce), câmpus de São José pal do evento: o uso das tecnolodo Rio Preto, do câmpus de Assis, gias de comunicação e informação da Faculdade de Ciências, Letras para a comunicação e a colaboe Artes (FCLAr) do câmpus de Ar- ração, por meio das línguas, em âmaraquara e da Faculdade de Arquite- bito transnacional, transcultural e tura, Artes e Comunicação (FAAC) transcontinental. A conferência de do câmpus de Bauru, e também de abertura foi proferida pela professora discentes do Programa de Pós-Gra- Karin Kleppin, da Universidade de duação em Estudos Linguísticos (PP- Bochun, Alemanha, especialista em GEL), participou, no período de 27 atividades em tandem e teletande fevereiro a 01 de março do pri- dem, com o título The Challenges meiro International Meeting on and Evolution of Tandem Learning, Foreign Language Learning in Tan- e a conferência de encerramento, dem: Past, Present and Future (IN- proferida pelo professor João AntoFLIT), realizado na Universidade nio Telles, da Unesp - Assis e docende Miami, Estados Unidos, cujo te do PPGEL, tratou de Teletandem comitê organizador foi coordena- and Performativity. Telles coordedo pela professora Leila Dacosta, nou um importante projeto temátidocente da área de português co- co sobre teletandem, que contou mo língua estrangeira daquela uni- com apoio da Fapesp e a particiversidade e doutoranda no PPGEL. pação de docentes e discentes dos Contou-se com apoio financeiro e câmpus de Assis e do Ibilce, denom- Saiba mais sobre o Teletandem logístico da Universidade de Miami, inado “Teletandem Brasil: línguas Brasil: www.teletandembrasil.org