Jovens de Atitude - Participação Escolar

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Publica巽達o elaborada pelo grupo Jovens de Atitude Dos Bairros Garcia & Dois Irm達os Bar達o de Cocais, Minas Gerais - Dezembro de 2015

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Participação Escolar (*) Esta revistinha surge para refletir sobre educação e juventude, principalmente, pela necessidade de envolver e encantar mais os jovens no contexto escolar. Ela também é resultado de uma demanda tirada na conferência municipal da criança e adolescente de Barão de Cocais de 2014, que sugeriu o fomento a grêmios estudantis na cidade. Assim, realizamos uma série de encontros formativos com os participantes do núcleo de comunicação “Jovens de Atitude”. Dentre as discussões, vimos como é necessário entender a história de participação estudantil no Brasil e os “curtos-circuitos” entre adultos e jovens, sobretudo, nos modos de ser e existir dos alunos na escola, ampliando a ideia de “sujeito-aluno” por suas diferentes experiências familiares, financeiras, territoriais, religiosas, culturais, políticas, raciais, sexuais, de gênero, dentre outros. Ao aceitar a pluralidade de conhecimento, pensamos que os jovens, quando querem educação de verdade querem participação escolar. Reforçamos que existem diversos modos para criar e praticar atividades culturais que podem enriquecer o repertório humano na escola. Mas, dentre essas construções, queremos entender a juventude com todo seu direito social e através de sua participação, entendê-la como um uma conquista, uma forma de poder que se desenvolve através de práticas democráticas e interessantes, que levem ao envolvimento de todos na tomada de decisões, que hoje são cada vez mais coletivas. Depois, realizamos pesquisas sobre os modos de participação tradicionais, como grêmios escolares, conselhos escolares ou colegiados, e também conhecemos novas formas de participação estudantil, por exemplo, através do uso de mídias ou organização de eventos ou intervenções culturais para denúncias sobre o que pode ser melhorado e/ou valorizado na nas instituições escolares.

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Assim, “engasgadxs”, indicaram como principais questões para essa pauta: melhorias e cuidado na infra-estrutura da escola (banheiro, salas, quadras, computadores); a falta de escuta e diálogo entre alunos e adultos (diretores, pais, professores), uma vez que têm apenas que obedecer o que lhes é dito sem que participem das decisões; questionaram os modos como as aulas são executadas (sempre da mesma forma e sem nenhum atrativo); a falta de qualidade da alimentação e também os privilégios concedidos aos “CDF’s” e funcionários. Por fim, entendemos a escola como espaço socializador importante na comunidade, onde frequentam os jovens que estão matriculados e também aqueles que não estão estudando. Como lugar de encontro e de construção de identidades sociais; um espaço para aprender e ensinar e visto como lugar de proteção, mas também de manifestação das efervescências sociais manifestadas em diversas violências, tais como: racismo, homofobia, machismo, autoritarismo, dentre outras, que silenciam vozes e uniformizam as identidades. Mais que isso, entendemos a escola como uma grande rede onde se conectam: alunos, professores, diretores e demais funcionários, mas também os pais e a comunidade de forma geral. E, no contexto destas discussões, concluímos que sozinhos não conseguimos muita coisa, por isso, percebemos a necessidade de trabalhar em rede, em parceria com pessoas, empresas, educadores e atores políticos, para a construção de uma escola mais colorida e desejada por todxs. (*) por Sebastião Everton 5


Sobre o que vestir (*) “Oh diretora, Com essa rima venho te perguntar, Boné eu não posso usar? Minha nota depende do meu esforço, Meu comportamento da minha educação. O boné faz parte do me u estilo E disso não posso abrir mão. Então me dê logo essa resposta Com uma boa explicação.” (*) por Iasmim Silva Cupertino, Isabela Santos Carvalho, Leila Santos Carvalho , Magdiane Carolaine Santos Norberto e Stefania Silva Cupertino

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Que Sorte É Nossa (*) Diz que pensa muito sim que está querendo aprender Diz que está estudando bastante Acredito em você, tô sabendo de tudo, Tão bem atualizadas minhas fotos Logo curtiu, boto fé em você E aí o que a gente faz? Diz aí se você que, eu também Tô querendo aprender Tantos jovens por aí que não são como eu Tantos que não levaram a sério E se arrependeram, eu não duvido não Que não foi por acaso (refrão:) Se a gente não saiu da escola Que sorte é a nossa (ai, ai, ai....)

(*) Paródia da música “Que Sorte É Nossa”, de Mateus e Kauan. por Leila, Gustavo e Luana 8


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Espaços Tradicionais de Participação Escolar (*) Historicamente vimos construindo diversos modos de organizar as instituições escolares, ora com práticas arbitrárias e dogmáticas, e ora no exercício de envolver as pessoas da instituição da comunidade nas tomadas de decisão. Podemos ressaltar que essas formas de organização vão sofrendo alterações e sendo ressignificadas em cada tempo, mas são construções que não estão dadas, por isso, precisamos assumi-las como um direito a ser conquistado, com necessidade de acompanhamento para fiscalização e deliberação dos recursos públicos direcionados para a instituição escolar.

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(*) por Yalle Cristina


Como Criar um Grêmio Estudantil - Primeira Etapa A Participação dos Alunos nas Decisões da Escola Os grêmios escolares são espaços instituídos para que os jovens atuem politicamente na construção das decisões escolares. A participação nas decisões da escola é um direito do aluno e pode ser dividida em etapas. A primeira etapa é entender sobre como essa participação funciona e como é importante para o bom funcionamento do ambiente escolar. Assim, entendemos que o aluno é um dos atores principais para sua efetivação, porém, sabemos que ele sempre é tratado como um coadjuvante que deve apenas obedecer às regras.

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Como Criar um Grêmio Estudantil - Segunda Etapa A segunda etapa consiste em envolver os jovens em reuniões, eventos, conselhos, assembleias, ou seja, permitir que o aluno conheça realidades diferentes e tenha voz nas decisões e nas atividades propostas. Outra questão que vale ressaltar é o fato de que, não basta apenas que alunos considerados “líderes”, “CDF’s”, “populares”, “queridinhos” façam parte de conselhos e movimentos que a escola propõe. Isto é nada mais que uma forma de “maquiar” e facilitar o trabalho do corpo docente. É não querer ouvir aquele que poderá ir à contramão das ideias já impostas. Mas por óbvio, optar por essa forma de participação, pouco adiantará para enfrentar os problemas que assolam as escolas.

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Como Criar um Grêmio Estudantil - Última Etapa A última etapa é encontrar uma boa maneira de se implantar a participação escolar dos alunos e trabalhar como este tipo de ideia funciona, seja através de debates ou de votação de lideranças de sala. É importante ressaltar que para que os alunos possam ter conhecimento é preciso que eles aprendam sobre o assunto. A escola tem por obrigação fomentar a cidadania como participação social e política, negar isto é negar um direito aos que dela necessitam.

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COMO OS ESP ESCOLA PADRE

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ANDAM PORTES NA ESTADUAL HEITOR? (*)

(*) por Luciene Santos e Pedro Ferreira

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De Turnos e Merendas (*) Vim aqui falar o que rola Nas cantinas e na escola São humildes e nada ricas Só servem angu mas não batata frita Fui beber água E quase vomitei Tinha bosta de pombo Até desanimei Tem cantineira boa Que possui higiene e boa educação Já as outras, não têm noção e nem lavam as mãos Na porta da cantina a fechadura nem dobra, As tias da cantina preparam o rango com a gordura que sobra, Na nossa escola nada é normal, Tudo de gostoso vai pro tempo integral

(*) por Mag, Juninho e Romiro 16


Parando pra Pensar (*) Parando pra pensar, O jovem é muito diferente, Sempre tem algo que incomoda a gente, É uma coisa que não tem explicação Muito menos reação Mas é um direito e ninguém pode por defeito Todo jovem tem seu jeito Uns estudam, outros não Mas todos têm um direito O respeito, muitos dizem, Escola não é direito Eu logo lhe respondo: Escola é mais que um direito Mas é um passaporte para o futuro

(*) por Leila, Luana e Gustavo

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Como a participação escolar acontece hoje? (*) A instituição escola como a conhecemos hoje tem cerca de dois séculos, uma invenção relativamente nova para a humanidade. Já a convivência das nossa sjuventudes com aprendizado e conhecimento lúdico através do uso de tablets, celulares, computadores, jogos digitais e da internet, é algo ainda mais recente. Ainda caminhamos a passos lentos neste processo. Dentro da escola e também no ambiente familiar, a democratização da comunicação provocou um impacto na dinâmica pré-existente. Novos assuntos e debates acerca educação estão sendo discutidos para dinamizar o processo. Com a facilidade e fragmentação do conhecimento, em muitos casos, bons professores têm dificuldade para assimilar o vasto campo do conhecimento que seus alunos absorvem. Daí alguns mestres, por inaptidão tecnológica, podem perder a razão ou o fio da meada. Diferente de muitos jovens por aí! A facilidade que as redes sociais oferecem para o empoderamento político e educativo das juventudes não tem precedentes na participação escolar. Para denunciar cada abuso, descaso, agressão ou omissão que ocorrem principalmente em nossas escolas públicas, se os alunos se juntam e colocam a boca no mundo, vislumbram que sua realidade-problema pode ter solução, desde que haja trabalho e dedicação. Será que toda direção de escola e professor vai ficar pensando assim sobre seus alunos?

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Eternamente?


As manifestações culturais juvenis podem e devem ser utilizadas como ferramentas que facilitem a interlocução e o diálogo entre jovens, professores e escola, contribuindo para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras e que superem as tradicionais hierarquias de práticas e saberes. O celular e a internet, tidos c omo os grandes vilões que distraem tudo e todos podem servir de aliado a quem está antenado que a realidade é muito maior que aficcionar em zapzap e feicibuque. Um ótimo caso para ilustrar isto foi da estudante florianopolitana Isadora Faber, que denunciou descasos de sua escola através de uma fanpage e tornou-se referência nacional em como observar, escrever e divulgar seus descontetamentos para o mundo. Um caso que acabou de acontecer e que deu grande repercussão é dos estudantes paulistas que em novembro de 2015 provocaram um verdadeiro alvoroço quando o Governo anunciou que fecharia diversas escolas no ano seguinte e ocuparam as escolas para impedir. (*) por João Perdigão

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Jovens de Atitude (produção de textos e imagens):

Arthur Augusto, Bárbara Caroline , Camila Gomes, Carlos Moreira, Cibele Vitória, Elle Caroline, Gustavo Ferreira, Iara Silva, Isabela Santos, Jasmine Felix, Jasmini Felix, Kelly Carolina, Larissa Silva, Leila Santos, Luana Emiliana, Luciene dos Santos, Magdiane, Marcos Moreira, Makelle, Mikaella Yara, Natan dos Santos, Pedro Henrique, Stefânia Silva e Yago COLABORADORES Yalle Cristina, Sebastião Everton e João Perdigão AGRADECIMENTOS: Oficina de Imagens, Escola Municipal Norma Horta, Escola Estadual Padre Heitor, Felipe Jhones e sr. Pedro (motorista). CONTATO DO NÚCLEO JOVEM DE COMUNICAÇÃO: jovensdeatitudebc@gmail.com

Jovens de Atitude Bairros Dois Irmãos e Garcia Barão de Cocais, MG, dezembro de 2015 22


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