Desenvolvimento de Software Livre - Tipos & Motivações

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Desenvolvimento de Software Livre Tipos & Motivações

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ÍNDICE

Desenvolvimento de Software Livre Tipos & Motivações Os tipos de desenvolvimento Individual Da grande instituição De ataque/esmagamento do mercado Da Administração Pública Abertura de novos mercados (Dinis) Novos monopólios Monopólios resultantes de legislação ou coercivos. Monopólios resultantes de métodos de marketing agressivos ou simplesmente bom timing de entrada no mercados. resultado de boa qualidade do produto ou pioneirismo Monopólio resultante da inercia ou por efeito domino Monopólios resultado ou cimentados por fusões e aquisições Referências

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Por que se desenvolve FOSS? (comum) A denominação de Open Source foi criada pela OSI (Open Source Iniciative) a partir do texto original da Debian Free Software Guidelines (DFSG). Refere-se genericamente a software livre, o qual respeita as quatro liberdades definidas pela Free Software Foundation 1. Pensamos ainda ser pertinente diferenciar FOSS de OSS. Sendo que nem todo o software Open Source é necessariamente livre, o primeiro diz respeito essencialmente a questões éticas, direitos e de liberdade do seu uso. O movimento foi iniciado pela Free Software Foundation (Richard Stallman) tendo como objectivo encontrar uma forma de “promover a liberdade de princípios de software2”. O uso da palavra free esteve directamente relacionada com o facto de a mesma significar liberdade e ausência de custo. A ideologia social que o FOSS defende é que não basta que o código seja aberto, é necessário que o mesmo siga os valores da licença, (GPL ou BSD, por exemplo3) que a liberdade do software seja traduzida em liberdade social do utilizador, a mesma é mais importante que qualquer vantagem económica. A liberdade do sotfware deverá ser traduzida em liberdade social. A OSI usa o termo "Código Aberto" sob um ponto de vista puramente técnico directamente associado ao desenvolvimento de software, evitando (propositadamente) questões éticas. Segundo a filosofia OSS as questões éticas estão associadas às pessoas mas não ao software, que a liberdade não é um conceito absoluto e que deverá ser permitido mas não imposto. Apesar de não serem sinónimos, os dois movimentos têm semelhanças, ambos se baseiam na colaboração aberta e partilha, identificação dos colaboradores, inovação ao nível das licenças e preocupações a longo prazo de que as licenças se mantenham inalteradas e respeitadas. Relativamente ao desenvolvimento do software OSS há uma convergência de factores que se tem vindo a acentuar. A Internet como plataforma de suporte comunicacional e de dados é a mais barata, segura e fidedigna do que qualquer outra existente. É sobre essa mesma camada que o desenvolvimento cooperativo em larga escala é possível e incrementado. Outra razão é a liberdade de utilizar o “fork”, método de desenvolvimento de softwares/aplicações livres com recurso ao código fonte de outras. A possibilidade de estudar o código fonte por qualquer pessoa, a vantagem de poder ser mantido e aprimorado por uma comunidade de utilizadores torna qualquer software Open Source muito mais testado do que as alternativas comerciais. Outras das mais valias ao desenvolvimento é que nenhum projecto Open Source é morto definitivamente, qualquer pessoa pode pegar no mesmo e voltar a construir outro projecto ou até reactivar o mesmo. Estas são apenas alguma das razões que contribuem para o crescente desenvolvimento

1●A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade nº 0) A ● liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades (liberdade nº 1). A ● liberdade de redistribuir cópias (liberdade nº 2). A liberdade de aperfeiçoar o programa ou aplicação e permitir que toda a comunidade possa ser beneficiada (liberdade nº ● 3). 2The Free and Open Source Software (FOSS) Movement - Por Stefano Mazzocchi 3São duas das licenças mais comuns. A licença GPL requer que os trabalhos, aplicações ou usos derivados do usufruo da mesma seja licenciados sobre a mesma licença. Poderá ser denominado também de copyleft. O BSD requer apenas o reconhecimento do autor ou autores do código ou parte do mesmo.

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do software Open Source. Claro está, o aspecto inovador e de desenvolvimento, muitas vezes apoiados financeiramente por grandes empresa, é uma das mais fortes razões ao desenvolvimento OSS. Ao nível não do programador, mas das empresas, a isenção de custos ao nível de licenças, a maior personalização, adaptação e optimização que o mesmo permite são óbvias mais valias. As organizações cada vez mais o reconhecem e por isso contribuem com a sua adopção (e por vezes doações) para a sustentabilidade do modelo Open Source. Há portanto o lado do programador e o lado empresarial como principais alavancas ao modelo OSS. Segundo Stefano Mazzocchi no longo prazo, a utilidade de todo o software não livre aproxima-se do zero. Veja-se o exemplo do Internet Explorer 6, o código está “trancado” e a google não lhe podendo tocar, encontrou a opção do Google Frame, o que apesar de tudo exige acções da parte do utilizador e do programador. Esse código fonte do IE 6 tenderá a valer zero comparativamente ao do recente IE9. Em suma, o cerne do Open Source é fazer algo mais do que um software gratuito. Há a missão de o tornar o melhor possível num processo de difícil consenso dentro de uma comunidade. O facto de o código fonte ser aberto permite que essa comunidade aumente e se torna cada vez mais interdisciplinar e multi-facetada, o que gerará uma aplicação com menos erros, mais testada globalmente e mais flexível.

Open Source activity in the world

Gráfico 1. Fonte: http://www.redhat.com/about/where-is-open-source/activity/

O crescimento desta cultura de participação que hoje encontramos nas redes sociais e nos sites que promovem a partilha de conhecimento, resultam na produção independente

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de software, música e jornalismo, e no reconhecimento que essa participação social espelha o que se passa no mundo do Open Source. São as mesmas "forças" em questão, independentemente de estarmos a falar na área tecnológica ou numa área de criação artística. Essa dinâmica, em que uma disciplina pode aprender com a outra, é muito excitante. Há trocas muito interessantes que podem ser feitas. No futuro poderá transformar-se na forma natural de escrever software. A determinado ponto no futuro vamos parar de falar de software Open Source e será apenas software. Afinal, reconhece-se que esta se não é a melhor, é com certeza uma das melhores maneiras de escrever e desenvolver software, com uma forma mais aceitável de o distribuir. Foi esta a base que inicialmente nos tem permitido fomentar o uso e desenvolvimento de Software de Código Aberto, são estes os motivos que hoje nos permitem uma base de mercado sustentável, será esta a razão que nos permitirá escrever o futuro.

Os tipos de desenvolvimento As contribuições para projectos de código aberto provêm das mais variadas entidades. Contribuintes individuais, empresas com/sem fins lucrativos, governos e universidades, figuram frequentemente nas listas de crédito dos desenvolvimentos nesta área de software.

Individual O contribuinte individual que se dedica ao desenvolvimento de código aberto, lida normalmente com o conflito custo/benefício. Para um trabalhador independente4 (não pago), a dedicação ao código aberto poderá representar um custo elevado, uma vez que não existe compensação monetária que suporte o tempo despendido com determinado projecto. Existe porém, uma forte motivação associada à auto-estima (ego), ao desafio, partilha de conhecimento, à melhoria de competências e ao reconhecimento por parte de uma comunidade ou futuro empregador, que se traduzem numa enorme gratificação que supera os custos inicialmente mencionados. À parte do prazer inerente a uma satisfação ideológica, a utilização destas tecnologias, pode levar à criação de empresas baseadas em Open Source, assim como à captação de investimento externo (venture capital market). Não existe um padrão para desenvolvimentos individuais, um contribuinte deste tipo 4Normalmente são pessoas jovens (entre os 25 e 35 anos, os principais colaboradores, segundo Stefano Mazzocchi), havendo contudo picos nos colaboradores nos anos de universidade (21-23 anos). Assim o que podemos constatar é que a maioria dos developers (60%) estão na faixa dos vinte, sendo que os restantes 40% são partilhados entre os abaixo de 20 e os mais de 30 anos. 70% dos developers têm um ensino universitário, e os restantes 30% ainda nem chegaram lá. Relatavimente às ocupações profissionais, engenheiros de software (33%), estudantes (21%), programadores (11%), consultores (10%) e professores universitários (7%). A maioria reside nos EUA sendo que a Alemanha e UK já representam uma grande comunidade de developers. Quanto ao numero de horas, a maioria centra-se nas entre as 2-5h (26.1%), manos que duas 22.5% e entre 5-10h, 21%. Assim, 80% dos colaboradores desenvolvem essa ocupação no tempo livre.

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pode desenvolver a totalidade de uma aplicação (ex: EverQuest) ou participar num projecto de grande dimensão(ex: Linux OS).

Da grande instituição As estatísticas mostram-nos que as contribuições corporativas são mais frequentes em projectos em crescimento e de grande dimensão. De acordo com um relatório publicado pela “Linux Foundation”, relativamente ao kernel 2.6.24, o código do Linus Torvald representa apenas 0.6% das alterações efectuadas. Existem neste momento perto de 1000 developers a trabalha-lo, representando para cima de 100 organizações. O mesmo estudo mostra que 70% de todas as contribuições são feitas por developers ao serviço de empresas. No topo desta lista encontra-se a Red Hat com 11.2% do total de alterações. Segue-se a Novell com 8.9% e a IBM em terceiro lugar com 8.3%. Alguns “notáveis” ocupam as posições seguintes: Intel com 4.%, Oracle com 1.3%, MontaVista nos 1.2% e a Cisco com 0.5%. As contribuições individuais constituem a maior das parcelas, sendo responsáveis por 13.9% das alterações do kernel do Linux.

Percentagem de contribuições por empresa

Gráfico 2. Fonte: http://lwn.net/Articles/373405/

Nasa - Open Source Software Development Ao abrigo do programa do governo Norte-Americano “Open Government” a NASA liberta algum software permitindo o acesso público à tecnologia NASA. O desenvolvimento em Open Source torna a NASA mais transparente, com quem estudantes, cientistas e programadores podem estudar, aprender, interagir e para a qual os mesmos podem contribuir com as suas competências. Estes processos aumentam a qualidade do software e potenciam a sua reutilização noutros propósitos.

Investimento? (o problema do “free-rider”)

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Uma empresa com fins lucrativos que pretende fornecer serviços e produtos complementares ao Open Source, que por si só não são totalmente suportados pela comunidade, pode estar numa situação de simbiose. Vejamos como exemplo o caso da IBM que faz do Open Source o seu principal focus para trabalhos de consultoria. Uma empresa comercial que encontra este cenário, quer adquirir conhecimento sobre o produto ou serviço, podendo até alocar alguns recursos ao projecto, no entanto, porque as empresas não absorvem todos os benefícios do investimento em Open Source, muitas vezes a aposta nesta área deverá ser de alguma forma limitada.

Alianças Mais de 70 grandes companhias, instituições académicas e conceituadas personalidades do mundo IT, lançaram uma campanha para alertar o governo Norte Americano sobre os benefícios do Open Source. Google, RedHat, Novell, Linux, Mozilla, Sun Microsystems e a Electronic Frontiers Foundation uniram esforços para criar a Open Source For America. O objectivo da OSFA é bastante claro, educar os “decision makers” do governo sobre as vantagens no uso de software aberto e encorajar as agências governamentais a darem a mesma prioridade nos momentos de decisão.

O caso Google A Google, é uma vez mais, um interessante caso de análise. Apesar de não ser uma SoftawreHouse, é provavelmente a organização que mais linhas de código Open Souce escreve. Com cerca de 14 milhões de linhas, distribuidas por projectos tais como o Sistema Operativo Android (10 milhões) o Chrome (2 milhões) ou o GWT (300,000). Se considerarmos ainda a contribuição indirecta, por meio dos serviços free-hosting que alojam para cima de 250,000 projectos, ou ainda a organização dos eventos Summer of Code, podemos certamente afirmar que a Google é o maior contribuinte para o Open Source do mundo.

De ataque/esmagamento do mercado Num claro sinal de reconhecimento da força do software aberto, a “gigante” Microsoft, começa a fazer pequenas contribuições para as comunidades Open Source. Trata-se de um fenómeno verificado em grandes companhias. A estratatégia da abertura de código (the code release strategy) é frequentemente utilizada, quando o produto está a perder terreno face ao concorrente, por vezes, mais que vender o produto pretende-se vender serviços de consultoria que a este estão associados. Como a abertura potencia a utilização massiva, os lucros dos segmentos complementares tendem a aumentar. Se inicialmente a empresa de Bill Gates não reconhecia o sistema operativo Linux como “player” de mercado, medidas recentes, evidenciam uma tentativa “feroz” para impedir quaiquer perdas de mercado(cota) para o “Sistema Operativo do pinguin”.

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MS lançou a sua versão do Office para a Internet, totalmente gratuita. Vídeo exibe depoimentos de clientes insatisfeitos com o suposto baixo desempenho e o alto custo de suporte da solução Open Source Uma recente peça publicitária da gigante dos softwares, veiculada no YouTube, mostra que, de facto, a empresa vê o OpenOffice.org como uma séria ameaça ao domínio de sua suíte de produtividade, o Microsoft Office.

Estratégia de Open Source da Microsoft A base desta estratégia passa por ajudar os clientes e parceiros a triunfar. Para isso a Microsoft dispõe-se a providenciar compatibilidade (facilidade de interacção) entre o software Open Source (ex: Linux, Apache, MySQL, PHP) e sistemas proprietários (Active Directory, Microsoft Office, Expression designer tools, System Center systemsmanagement wares e SQL Server database). Tendo em conta que a grande maioria do Software Open Source corre sobre Windows, a Miscrosoft espera ganhar terreno no mercado dos servidores. Em casos onde “mesmo assim” o cliente final queira ou necessite de Linux, é sugerida a virtualização (hyperV) do sistema aberto, claro. Voltando ao início... Ajudar os clientes?

Da Administração Pública Em Portugal Com a “Resolução da Assembleia da República n.º 66/2004” é recomendado ao Governo a tomada de medidas com vista ao desenvolvimento do software livre em Portugal. Os efeitos desta decisão já se fizeram notar e recentemente a Agência Nacional de Compras Públicas (ANCP) realizou um Concurso Público de Licenciamento de Software que qualificou pela primeira vez um conjunto de software de código aberto e o colocou à disposição das entidades da Administração Pública. A base de dados MySQL, o software de gestão de conteúdos Alfresco, Red Hat Enterprise Linux, Caixa Mágica Enterprise Server e o suite de produtividade StarOffice são alguns dos exemplos de software agora disponibilizado.

O e-governo Com a iniciativa "e-governo" o estado Português e grande parte dos estados Europeus pretendem incentivar à cidadania interactiva, à simplificação dos procedimentos administrativos para cidadãos e empresas. Nesta perspectiva de livre acesso à informação, é indispensável que a codificação de dados não seja controlada por fornecedores de código proprietário. Um desenvolvimento que possibilite a interecção com o código fonte permite a utilização de formatos normalizados e abertos que garantem este acesso irrestrito à informação.

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Por exemplo, o Governo do País Basco, lançou as bases para o desenvolvimento de um centro de recursos Open Source. De acordo com o ministério, o objectivo deste centro será promover a utilização e implementação de software Open Source na Administração Pública Basca. Os primeiros objectivos deste centro de recurso consistem na organização de eventos dedicados ao Open Source, no aumento da utilização deste tipo de soluções no sector da Educação e na migração de algumas aplicações já implementadas para alternativas com software livre.

Abertura de novos mercados (Dinis) Há diversos mercados que estão a aderir à adopção do Open Source como ferramenta estratégica para o seu desenvolvimento. No mercado dos sistemas operativos para smartphones e numa altura em que se denota uma progressiva abertura dos fabricantes ao Open Source, nomeadamente os casos do Android, Bada, versão Symbian ^3, WebOS e MeeGo, temos como resistentes o Windows Mobile, o IOS e o BlackBerry OS (migração para QNX igualmente closed source). Segundo a Gartner (Agosto de 2010) o Android tem 17.7% de cota de mercado, estimando-se que em 2014 venha a ter 29.6%. O symbian tenderá a baixar de 40.1% para 30.2% (sendo que neste caso haverá uma mistura de versões Symbian, umas em closed source e a Symbian ^3, Open Source ). Ainda assim, e não tendo encontrado estudos da plataforma MeeGo e Bada, certamente que a cota de mercado OSS nesta área será acima dos 60% em 2014. É preciso ter ainda em atenção que à exepção do Android e WebOS as outras plataformas SO são extremamente recentes. O mercado dos tablets irá contar com forte presença do Android tal como acontece nos smartphones. Android, IOS e QNX afiguram-se como principais players. É ainda de destacar que a Canonical irá lançar o Ubuntu SO para tablets até ao começo de 2011. Segundo o seu executivo, Chris Kenyon, a Canonical tem ambição maiores do que ficar apenas no ramo dos netbooks, pc’s e servers. Será “uma versão leve e simplificada do Linux”. Refere ainda que o grande triunfo do SO será a capacidade de trabalhar mais rápido e consumir menos energia, o que poderá levar a que muitos fabricantes de tablets o adoptem como sistema. Veremos ainda qual será a posição da Google relativamente a sistemas operativos. Neste momento o Android já corre em notebooks, tablets, smartphones, prevendo-se para o Chromium OS como mais um sistema Open Source a concorrer com Linux e Windows, principalmente a nível doméstico, veremos o desfecho. Quanto a videojogos/cinema há também uma engine que está a ganhar bastante protagonismo. Chama-se Bullet, funciona ao nível do middlware e é multiplataforma (usado na PlayStation 3, XBox 360, Wii, Mac, iPhone, Linux, Windows, etc). É um motor de fisica o qual foi já usado em jogos como GTA 4, Red Dead Redemption ou nos filmes 2010, Hancock, Sharlock Holmes ou Bolt. Vem ainda de origem no Blender e está implementado no ultimo Cinema 4d, existindo até o plug-in para o Maya por exemplo. Saltando para o campo de 3d penso que a crescente cota de mercado ganha pelo mesmo (Blender) é sinal de destaque. A área do Open Source no 3d, nomeadamente a animação e modelação, tem conseguido uma grande

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penetração no mercado, até na versão high end. São exemplos disso, localmente, a adopção na RTP do Blender como software de modelação de estúdios virtuais, ou mais globalmente o seu uso comercial em diversos vídeos promocionais de relevo a nível internacional. Poder-se-ía entrar no campo dos renderizadores, mas aí já não é propriamente uma entrada no mercado, visto haverem muitos de excelente qualidade desde há ja muito tempo. O caso da escrita de scripts para media/cinema poderia também ser analisada visto o Celtx possuir, segundos os seus dados, “1,000,000 media creators in 170 countries working in 30 different languages”. Ou ainda o facto de a Disney/Pixar, DreamWorks Animation, Sony, ILM e outros estúdios de Hollywood usarem o Linux para produzir os seus filmes. Razões: é mais rápido, estável e barato. Por exemplo no shrek a render farm era composta por mais de 1000 processadores, 80% Linux e 20% IRIX (entretanto descontinuado dando origem à Altix). Até o mais recente Avatar contou com a colaboração de Linux, sendo que existem n blockbusters a que poderíamos fazer referecência (Titanic). Há portanto todo um mercado multimédia (desde consolas a cinema digital) a integrar soluções Open Source não só pela inexistência de licenças mas também pela sua qualidade. Outra área em crescente crescimento é a das plataformas Content Management Systems (CMS) , caso do joomla, drupal e wordpress. Como se pode conferir no gráfico 2, as oportunidades de emprego relacionadas com Open Source estiveram em ascensão em muitas categorias, mesmo numa altura em que a situação económica europeia e mundial não era a melhor. Contudo assiste-se agora a um decréscimo nas três áreas. Ainda assim, o progressivo anterior crescimento deve-se essencialmente à redução de custos nas empresas ou organizações. Segundo a W3Techs em 18 de Outubro de 2010 o wordpress tinha 56% de cota de mercado CMS, sendo que na mesma data 12,4% das páginas web são wordpress e 2.4% joomla. Há portanto um crescente interesse nas plataformas CMS, logo, um incremento nas oportunidades de trabalho das mesmas. Relativamente ao Linux, as oportunidades de trabalho cresceram 80% nos últimos 5 anos, segundo a Linux Foudation.

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Gráfico 3. Fonte: http://www.indeed.com/jobtrends?q=drupal,joomla,wordpress&l=&relative=1

Uma área em que o Open Source parece estar a ter alguma dificuldade em entrar é a dos CRM. Ainda assim, há já uma série de alternativas Open Source que obtinham lucro fundamentalmente através do suporte. Segundo Lieberman5 com o passar dos anos os modelos Open Source têm vindo a ajustar-se ao modelo de negócio a que chama ‘freemium’. Essas empresas oferecem aos seus clientes uma versão do seu produto de graça, com alguns recursos e serviços por um preço Premium. O líder incontestado a nível Open Source CRM é o sugarCRM, estando em segundo o VTiger. Ainda segundo Lieberman, “actualmente estou mais impressionado com o sugarCRM do que estive no passado”. Diz ainda “no passado estiveram bastante mais preocupados em ser Open Source, mas agora estão muito mais focados em ser CRM”. Por ultimo, a crescente implementação de OSS em diversos organismos públicos de índole governamental parece-nos de especial destaque. Para isso tem contribuído a EUPL (European Union Public Licence), uma licença de software que foi criada e aprovada pela Comissão Europeia. O principal objectivo é permitir a distribuição ampla e promover o uso de software usado por si mesma e por outros comissões europeias sobre uma licença Free/ Open Source Licence que esteja conforme com as exigências da legislação Europeia. A titulo de exemplo o próprio Reino Unido também recomendou o uso da EUPL para software desenvolvido por Administradores públicos Estónios. Poder-se-ia falar de inúmeros casos de adopção de software OSS em diversos governos europeus e mundiais, optamos apenas por referir apenas os que mais se destacam. A Alemanha e França são os principais vanguardistas no que a esta área diz respeito. No Ministério dos Negócios Estrangeiros Alemão o Firefox é o navegador padrão, os e-mails oficiais são escritos usando o Thunderbird e computadores oficiais usam por exclusivo distribuições Linux e OpenOffice. Muitas vezes o próprio ministério personaliza algumas funcionalidades que estão ausentes ou sejam limitativas do programa ou aplicação utilizada. 5Mitchell

Lieberman, presidente e chefe executivo da Comity Technology Advisors

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Outro exemplo é a adopção do código aberto pelo exército Françês. Depois de um debate interno no governo que começou em 2003 e culminou numa directiva promulgada em Novembro de 2007 que referia que os departamentos e ministérios do governo “procurassem a máxima independência tecnológica e comercial”. Os “militares” descobriram então que o Thunderbird permitia a instalação de extensões de segurança enquanto o Outlook não permitia essas alterações. Deste projecto nasceu o TrustedBird, o qual o governo Francês partilha os créditos com a fundação Mozilla e que está disponível para download em modelo OSS. As regiões autónomas Espanholas estão também a aderir fortemente à migração para Open Source. A titulo de exemplo o governo da Andalusia está a preparar uma mudança para um ambiente desktop completamente OSS. Em Portugal há também uma tentativa ainda tímida de a Administração Pública migrar para algumas aplicações livres. A Secretaria-Geral do Ministério da Cultura migrou todo o sistema de correio electrónico para software Livre usando: CentOS, MailScanner, Scalix, Openldap e Thunderbird. Nos Açores, uma resolução da Assembleia Legislativa da Região Autónoma recomenda ao Governo regional “a adopção de medidas que facilitem a introdução de sistemas e aplicações de software livre nos serviços da administração pública regional”. A Assembleia chama ainda a atenção para o significativo volume de investimento em software por parte das entidades públicas, sendo que aconselha prudência nesta migração. Recentemente, e como já se referiu acima, no concurso Público de Licenciamento de Software Portugal pela primeira vez incluiu no seu catálogo de compras programas disponibilizados gratuitamente, sendo o pagamento às empresas através da manutenção, explica a associação.Refira-se ainda que no programa e-escolas foram instalados milhares de PC’s com caixa mágica e OpenOffice, sendo ainda oferecidos alguns sistemas em dual boot. Mário Valente, como presidente do Conselho Directivo do Instituto das Tecnologias de Informação na Justiça também promoveu de forma acentuada a migração para plataformas abertas. Há portanto uma primeira aproximação do sector publico ao OSS. Uma notícia recente que envolvia a Comissão Europeia colocou as software house em alerta. É receado pela BSA (Business Software Alliance) que a Comissão passe a recomendar a adopção de software livre face ao proprietário. Logicamente as software houses (Microsoft, SAP e IBM como alguns dos rostos) já se mostraram contra prevendose já lobbys junto da Comissão Europeia. O caso não á para menos, esses grandes players têm nas finanças publicas uma grande fonte de receitas. A nível internacional destaque-se o Brasil como vanguardista na área, o Banco do Brasil é até case study. É frequentemente visitado por executivos que tentam “copiar” o modelo OSS. O GNU/Linux está presente em 75 mil PC’s e em 5.500 servidores. Só a titulo de curiosidade por ser no continente Africano, o governo da África do Sul está a trabalhar arduamente para estabelecer políticas que promovam a adopção de OSS na Administração Pública local. Com este resumo e alguns exemplos da situação na administração publica, facilmente se verifica que é mais um mercado em ampla ascensão relativamente à adopção do software livre, seja em Portugal ou em qualquer outro país da comunidade europeia ou até do mundo.

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Novos monopólios A Wikipedia, na sua versão portuguesa, tem uma definição curiosa de monopólio: “Monopólio (do grego monos, um + polein, vender) é como se denomina uma situação de concorrência imperfeita, em que uma empresa detém o mercado de um determinado produto ou serviço, impondo preços aos que comercializam.” Dsta definição destacam-se três palavras: “um” “imperfeita” “impor” Lendo assim um monopólio e’ algo mau! Algo tão mau, com consequências tão nefastas para a sociedade que pode parecer algo imbatível ou incontrolável. felizmente a historia, tanto americana com as suas leis anti trust como recentemente a europeia com as suas iniciativas em prol da concorrência, conta-nos casos em que quando as situações se revelaram tão extremas foram combatidos com medidas tais como a divisão ou multas extremamente pesadas. Mas será que se encontra alguma exemplo em que um monopólio não tenha de ser considerada assim? se for o monopólio de um produto/software FOSS ou OSS também temos de considerar como algo mau? Analisem-se alguns casos de monopólios de mass market, passados, presentes alguns potenciais futuros que tenham de alguma forma alguma relevância para o mundo do SW afim de tentar encontrar uma resposta.

Monopólios resultantes de legislação ou coercivos. Tipicamente resultantes da exclusividade de exploração concedida por um governo. de notar que em certas áreas, que requerem avultados investimentos e produzem reduzidas margens, esta abordagem não é propriamente condenável pois só assim se consegue garantir a universalidade de um serviço que de outra forma não seria rentável. ex: levar electricidade a aldeias remotas. No panorama português a EDP é um exemplo disso, embora já se comece a avançar para uma liberalização nesta área (MIBEL). Nesta categoria e interessante verificar o que acontece quando essa protecção legislativa e’ levantada e o mercado liberalizado. temos com exemplo as telecomunicações onde a Portugal Telecom funcionava como uma empresa única há 20 anos, e que pouco ou nada evoluía os serviços que fornecia. hoje podemos enumerar concorrentes como a Vodafone, Sonaecom, Zon, Cabovisão etc que, enquanto empresas de dimensão muito menor, oferecem hoje uma panóplia de serviços muito maior que a PT fornecia há 2 décadas atrás. factor importante para esta mudança e’ a tecnologia na área que evoluiu e se desdobrou e multiplicou enormemente. é precisamente esta evolução da tecnologia que redistribui, aumenta e modifica o mercado que nos leva a incluir este tipo de monopólio... Nesta categoria infelizmente, algumas vezes ate indirectamente, convém lembrar as

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Patentes e direitos de autor podem impossibilitar a entrada de concorrentes numa determinada área. Actualmente, na EU, as patentes sobre SW são proibidas, mas as actuais movimentações para a aprovação da ACTA (Acordo Comercial Anti- Falsificação) incluem algumas clausulas escondidas que serão uma forma alternativa de patentear SW. (Avaaz.org)

Monopólios resultantes de métodos de marketing agressivos ou simplesmente bom “timing” de entrada no mercados. Todas as pessoas do mundo já ouviram falar do Windows. uma percentagem menor, aquela que já tinha contacto com computadores na década de 80, conhece também certamente o MS-DOS. Estes sistemas operativos são provavelmente os primeiros SO mainstream a nível mundial. analisar a historia da Microsoft é uma lição muito curiosa! É uma empresa que agarra uma oportunidade com base num produto que originalmente não era seu. Mas a partir do momento que começou a fornecer SOs para os PCs da IBM nunca mais parou e, bem ou mal, 90% do mercado é seu. “porquê e como?” são possivelmente um tema para um tratado mas certamente identificaria algumas técnicas agressivas, nomeadamente imposição e domínio sobre os fornecedores de hardware mundiais. A titulo de exemplo podemos notar que é muito difícil de comprar hoje em dia um Portátil que não venha já com uma licença MS.

Resultado de boa qualidade do produto ou pioneirismo “Nem sempre o primeiro a chegar ganha o mercado.” Ao contrario do exemplo da Microsoft no ponto anterior, existem casos em que o mercado evoluiu e o os seus pioneiros ou desapareceram ou foram relegados para uma posição insignificante face ao líder. O Google e um paradigma disso. começou em 1998, e ao apresentar um serviço muito melhor que a concorrência existente a data (excite, infoseek, yahoo, altavista, etc) rapidamente cresceu ate se tornar na referencia mundial. hoje em dia faz parte da nossa vida e ao fornecer um serviço de qualidade gratuito as pessoas nem sequer consideram este colosso das buscas como uma ameaça.

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Grafico 4: http://marketshare.hitslink.com/search-engine-market-share.aspx?qprid=4:

Nesta categoria de domínio por mérito e qualidade, tem de ser incluído com especial destaque o servidor apache. não só pela sua qualidade, pela sua market share mas principalmente por ser Open Source. Criado em 1994 por Robert McCool, esta compilado de forma a correr em inúmeras plataformas como Unix, Linux, os2, mac osx e ate mesmo em Windows. desde 1996 que “domina” o mercado de servidores web...

Gráfico 5. Fonte: http://w3techs.com/technologies/overview/web_server/all

Monopólio resultante da inercia ou por efeito dominó Um produto de SW muito curioso de analisar são os browsers. Pela sua dinâmica, pela sua história e acima de tudo pela sua importância. O Browser é a grande porta de entrada de um utilizador na Internet e é usado tanto pelo utilizador mais básico como pelo maior expert.

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Uma das suas curiosas características é o facto dos browsers , talvez por mérito do primeiro o Mosaic, serem sempre gratuitos. É portanto uma área onde o motivo de escolha não e'e o preço mas sim a sua qualidade ou outros motivos que urge identificar. Dominar o mercado dos browsers não tem como objectivo obter de lucro com a venda das suas licenças, como a maioria dos restantes áreas de programas, mas sim por uma questão de poder e de influencia mundial. Terá sido esse o motivo que levou a Microsoft a tentar (e conseguir) ultrapassar o então líder de mercado, o Netscape que na altura tinha 90% do mercado, mas que se pode dizer que estava algo acomodado no seu trono. Graças a uma integração eficaz com no seu produto bandeira, o Windows, o qual na altura ja dominava o mercado de SO’s, a MS conseguiu “convencer” o mundo inteiro a usar o seu Internet Explorer. Não porque fosse melhor, mas acima de tudo porque era o que estava imediatamente disponível nos computadores instalados com a sua nova versão do Windows. O utilizador básico de computadores não o saberia mudar. Actualmente existem no mercado outros produtos que se pode facilmente constatar que são de melhor qualidade, segurança, com mais funções, etc. como por exemplo: Firefox, o Chrome, o Opera. Embora já tenham conseguido ganhar uma certa quota, parte em culpa da MS por ter cometido o mesmo erro que no passado a Netscape tinha feito, ao não evoluir o seu produto. Contudo o “gigante” acordou e renovou a sua linha estando em vésperas de lançar a versão 9, que é hoje mais próxima dos seu concorrentes em termos de funcões e performance. Contudo, não tendo o melhor produto continua a dominar o mercado dada a inercia dos utilizadores em mudar, ainda que estejamos a falar de produtos sempre gratuitos. Será curioso verificar qual o impacto que terá a obrigatoriedade que a UE impôs a MS, para que esta na Europa tenha de incluir outros Browsers, como os acima citados, na sua distribuição do Windows 7. será que ainda vamos a tempo de alterar outra vez o browser mais usado na Internet?

Monopólios resultado ou cimentados por fusões e aquisições O que pode acontecer quando a maior empresa do mundo da área das bases de dados, a Oracle, compra o seu maior concorrente Open Source (mysql) e também a Sun (criadora Java)? Estamos perante um fortalecimento de domínio óbvio, que necessita de uma intervenção governamental urgente? Felizmente em 2007 a Sun, antes de ser comprada, tinha libertado o código Java de forma a ser Open Source com uma licença GPL. De outra forma poderíamos cair numa situação em que uma empresa, não conhecida pela sua benevolência, ter direitos sobre a linguagem de programação mais usada na actualidade. A isso poder-se-ia chamar uma catástrofe. Considerando os exemplos anteriores, algumas ilações que se considera poder tirar são: - No mass market, dada a sua inercia e potencial manipulação, dificilmente haverá espaço para o Open Source dominar. infelizmente o Windows continuara a ter a a maioria do mercado nos próximos anos.

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- As duas grandes vantagens do Open Source: qualidade e preço podem ser a chave para ganhar domínio em algumas áreas especialmente nichos ou mercados em que o conhecimento, a experiência e exigência dos utilizadores já tem um nível mais elevado que no mass market. O Apache continuará a alojar paginas durante muito tempo e imporá ao seu concorrentes o preço: gratuito. - Os governos dos USA e Europa deveriam estar mais atentos a posições dominantes, algumas já de longa data, que algumas multi-nacionais tem e que tendem a cimentar.

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Referências ● Lerner J., Pathak P. A., Tirole J., The Dynamics of Open Source Contributors ● CRM Magazine: August 2010 ● Introduction to free software - J. Gonzalez Barahona, J. Seone Pascual e G. Robles

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â—? www.wikipedia.org

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