Resumo Técnico
Aluno: João Tadeu Foa Binsztajn
Orientador: Prof. Dr. Fábio Mariz Gonçalves
Título: CCIS - Centro Cultural Itapecerica da Serra - SP Data de defesa: 02/12/2010
CENTRO CULTURAL ITAPECERICA DA SERRA Jo達o Tadeu Foa Binsztajn
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CCIS
CENTRO CULTURAL ITAPECERICA DA SERRA
Universidade de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU-USP Trabalho Final de Graduação João Tadeu Foa Binsztajn No. USP: 5402967 Orientador: Prof. Dr. Fábio Mariz Gonçalves Dezembro de 2010
Agradecimentos Agradeço ao Professor Fábio Mariz Gonçalves pela disposição e paciência em me auxiliar nas etapas deste trabalho. Agradeço ao Professor Raul Pereira pelas longas conversas que extrapolaram a arquitetura e que fizeram me enriquecer como pessoa.
Agradeço à minha família por fingir acreditar nas minhas palavras quando explicava a importância da arquitetura na vida das pessoas. À Nadica pelos sonos bem dormidos. Ao Totoca por sempre achar que estou me dedicando demais. Ao Titica pelas brincadeiras. À minha mãe por sua exemplar tranquilidade e racionalidade. E, em especial, ao meu pai que, mesmo não estando presente fisicamente, sempre me deu apoio e incentivo na profissão. Agradeço aos meus amigos, em especial à Paula por ser quase minha dupla de projeto. Ao Luiz pelas dicas. Ao Leandro pela ajuda nos passos finais.
Sumário 1. Introdução
2. Área de intervenção 2.1. A cidade de Itapecerica da Serra - SP 2.2. Localização do projeto / infraestrutura do local 2.3. Entorno 3. Projeto 3.1. Programa de necessidades 3.2. Estratégias de projeto 3.3. Estudos 3.4. CCIS 3.4.1. Conceito 3.4.2. Implantação 3.4.3. Bloco 1 3.4.4. Bloco 2 3.4.5. Bloco 3 4. Considerações finais
5. Referências 5.1. Bibliográficas 5.2. Projetuais 6. Crédito das imagens
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Introdução
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1 Introdução 1.1 Objeto de estudo
A escolha do tema extrapola a intenção de realizar simplesmente um projeto público. Surgiu a partir do processo de reflexão que constatou a necessidade de proporcionar o acesso à cultura para todas as camadas da população.
A escolha da cidade de Itapecerica da Serra se baseia na possibilidade de dar proposta concreta de intervenção projetual visto o conhecimento das características e necessidades da cidade. Notas BARDI, Lina Bo. Trecho retirado de “Lina por escrito”. 1.
Bardi:
Inspirado nos pensamentos da Arquiteta Lina Bo
“Quando se projeta, mesmo como estudante, é preciso fazer uma obra que ‘sirva’, que tenha uma conotação de uso, de aproveitamento. É preciso que essa obra não caia do céu sobre os ‘moradores’, mas que exprimam uma verdade, uma necessidade. E ela também tem que ser (e isso vai depender da capacidade de cada um) mais ou menos bonita: você sempre procura o objeto ideal, decente, que possa ser chamado pelo termo antigo de ‘beleza’”.1
Significa dizer o quanto é importante que o projeto reflita as necessidades da população, e que portanto seja útil, que ofereça retorno. Pensar em algo que supra a carência da cidade e que possa influenciar a grande variedade da população de Itapecerica da Serra, caracterizada por poderes aquisitivos diferenciados, faz do trabalho algo ainda mais útil. Como a maioria da população da cidade apresenta renda baixa, a necessidade de apoio para o acesso à cultura é agravada. Um local público para este fim facilitaria, inclusive, o contato entre as diferentes camadas dessa sociedade. Geograficamente, a localização próxima à cidade de São Paulo dificultou, em certos aspectos, o desenvolvimento na área cultural da cidade de Itapecerica da Serra. A população da cidade cresceu mas seus equipamentos não acompanharam em quantidade e qualidade aparentemente por entender que estes estão acessíveis na metrópole.
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1 Introdução 1.2 O conceito de obra pública
Como a intenção é fazer uma obra pública para atingir as diversas camadas da população, é necessário levar o mesmo respeito que as pessoas têm dentro da própria casa ao equipamento. É criar mecanismo para que estes se identifiquem e se sintam pertencentes ao espaço e, portanto, responsáveis por ele. Só assim o projeto será bem sucedido.
Notas HERTZBERGER, Herman. “Lições de Arquitetura”. 1.
“O segredo é dar aos espaços públicos uma forma tal que a comunidade se sinta pessoalmente responsável por eles, fazendo com que cada membro da comunidade contribua à sua maneira para um ambiente com o qual possa se relacionar e se identificar. (...) A razão pela qual os habitantes da cidade se tornam estranhos em seu próprio ambiente de vida é porque o potencial de iniciativa coletiva foi grosseiramente superestimado ou porque o envolvimento foram subestimados. Os moradores de uma casa não estão de fato preocupados com o espaço fora de seus lares, mas também não podem ignorá-lo”.1 Como diz Herman Hertzberger, não se pode aplicar o conceito da aplicação de reforços-extras (“a prova de vândalos”), tratando como se fosse simples questão de manutenção.
“(...) Todo o sistema repressivo da ordem estabelecida é gerado para evitar conflitos, para proteger os membros individuais da comunidade das incursões de outros membros da própria comunidade, sem o envolvimento direto dos indivíduos em questão (...) O arquiteto pode contribuir para criar um ambiente que ofereça muito mais oportunidades para que as pessoas deixem suas marcas e identificações pessoais, que possa ser apropriada e anexada por todos como um lugar que realmente lhes ‘pertença’.”1 É criar situação na qual a rua possa servir a outros objetivos além do rodoviarista. É não tratar os edifícios como blocos individualizados constituindo espaços sem diálogos entre os moradores. Temos que dar ênfase ao tratamento do domínio público de tal modo que estimule a interação social e a reflexão. Nesse sentido, o projeto precisa impressionar. E não impressionar somente por sua forma e pelo seu uso, mas também pela maneira como ele interage na cidade. Este aspecto vai completar as condições espaciais inerentes ao projeto.
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Área de intervenção
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2 Área de intervenção 2.1 A cidade de Itapecerica da Serra
imagem 01
imagem 02
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O município de Itapecerica da Serra situa-se na Região Metropolitana de São Paulo e na bacia hidrográfica do Alto Tietê, que abriga o maior contingente populacional (aproximadamente 15 milhões de habitantes) do Estado de São Paulo, e totalmente inserido nas sub-bacias dos rios Cotia e Guarapiranga, contribuintes diretos da represa Guarapiranga, um dos maiores reservatórios de abastecimento de água do município de São Paulo e Região Metropolitana. Com o objetivo principal de proteger esses mananciais hídricos e disciplinar o uso do solo das bacias, a lei promulgada em 1976 pelo governo estadual delimita áreas protegidas correspondente a 54% do território desta metrópole. Esta lei abrangeu 100% do território de Itapecerica da Serra e a cidade passa a ter o seu padrão de urbanização regido por ela. Apesar de algumas contradições no que se diz respeito a essa Lei, que inibe municípios como Itapecerica da Serra em desenvolver planejamento próprio que regule a ocupação, em 1990 o município fez esforços em estabelecer o plano diretor que nunca foi regulamentado e aprovado. Itapecerica é e sempre foi lugar que carece de equipamentos culturais, talvez pela sua proximidade com São Paulo que determina sua função de cidade-dormitório ou até mesmo por falta de incentivos governamentais. Com tal fato, observa-se, no plano diretor, a tentativa de incentivar indústrias que possam criar oportunidades de trabalho no município. Isso traria mais empregos e mudaria a condição de cidadedormitório atual. A cidade cresceu em população, atingindo cerca de 170 mil habitantes no século XXI. Atualmente, ela é organizada pela
Avenida XV de Novembro que liga a Rodovia Régis Bittencourt até o centro da cidade. Apesar disso, recentemente, observamse novos eixos de expansão: o Parque Paraíso, onde começam a se concentrar as indústrias; e o centro, que reúne as poucas atividades culturais existentes na cidade. Os outros dois eixos estruturais são: o Rodoanel que melhorou a articulação da cidade com os demais municípios metropolitanos, aumentando sua importância; e a Rodovia Régis Bittencourt (BR116) - Estrada Federal que corta a cidade - que faz a ligação com a Região Sul do Brasil.
É importante observar que a condição de cidadedormitório ainda permanece, e que a maioria das atividades culturais da população ali residente se desenvolve no município de São Paulo, que oferece intensa gama de serviços e vida cultural. Essa característica pode ser considerada vantagem na medida em que a população de Itapecerica está próxima a essa grande oferta cultural. Porém, é justamente esta proximidade que pode estar limitando a oferta de equipamentos públicos no município. Na cidade, esses equipamentos são precários, além de insuficientes. Na imagem 2, percebemos a importância da cidade no contexto nacional, principalmente pela Rodovia Regis Bittencourt (BR 116), a única rodovia que liga a região Sul do Brasil com o restante do país. Também por fazer divisa com a Represa do Guarapiranga, a grande abastecedora de água da cidade de São Paulo. As faixas de renda mais alta podem se deslocar para São Paulo, mas as mais simples não têm as mesmas facilidades. Se a iniciativa privada não vê vantagens ou condições de promover ao município equipamentos culturais, cabe à prefeitura fazê-lo. Através da imagem 3, percebe-se que existem três vias principais que ligam a BR116 até o centro da cidade de Itapecerica da Serra. A cidade também apresenta importância por sua ligação com o sul da cidade de São Paulo (representada em laranja na imagem 3).
LEGENDA AV. DOS ITAPECERICANOS R. YATSU TAKADA
R. FAZENDA PARAÍSO R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
AV. XV DE NOVEMBRO LOCAL DO PROJETO
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2 Área de intervenção 2.2 Localização / Infra-estrutura do local de implantação imagem 01
imagem 02
imagem 03
imagem 04
Itapecerica da Serra, assim como todas as cidades, organiza-se ao longo de seus principais eixos viarios. Percebese, através da imagem 01, que o local de implantação está bem servido de meios de transportes, obviamente que em escala municipal. Também por ser uma área central, está próxima de diversos equipamentos escolares (imagem 03), o que aumenta ainda mais o interesse nesse local de implantação.
O município de Itapecerica da Serra, apesar de sua grande extensão, se constitui em uma cidade pouco estruturada e dispersa, características que foram determinantes para a implantação na área central. O centro é, por princípio, o local de uso universal, acessado por todos os habitantes da cidade pois é onde se concentram todos os serviços (bancos, linhas de ônibus, lazer, etc.). O CCIS se propõe a intensificar a relação dos transeuntes com a cidade. A infra-estrutura do CCIS proporcionará o encontro, a diversão, o estudo, a cultura, atividades que também poderão contribuir para trazer mais riqueza para a cidade, pelo fluxo de dinheiro local. O espaço pode ser utilizado em qualquer horário do dia, o que significa dizer que os habitantes acabarão por usufruir mais da própria cidade que habitam. A cidade cresceu, mas seus equipamentos não acompanharam em qualidade e quantidade esse desenvolvimento. Assim, surgiu o interesse de unir a carência da cidade com a possibilidade de satisfazer um interesse pessoal e profissional por projetos que atendem a maior quantidade de pessoas. A cidade de Itapecerica compreende grande variedade de população com poder aquisitivo diferenciada que é, na sua maioria, de classe pobre. E esse local facilitaria o contato
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRENO
dessas camadas diferenciadas, proporcionando atividades sócioculturais. O projeto atende a essa necessidade da cidade, ao mesmo tempo em que soma na sua concepção o grande desafio definido pela sua localização e declividade: o projeto se valerá de um percurso claro da população que caminha da cidade baixa, mais pobre, até a cidade alta. Isso, além de criar o maior uso, pelo seu percurso natural, fazendo a ligação periferia-centro, faz do declive e sua superação a idéia que estrutura o projeto. O terreno se localiza próximo à Rua XV de Novembro, a principal rua da cidade, o que facilita seu acesso. O local, como nota-se na imagem 04, apresenta declividade considerável e deverá se valer desta dificuldade projetual como uma das qualidades do projeto. A facilidade de acessos, até mesmo para intensificar seu uso entre as diferentes cotas da cidade, deve contar com diversas entradas. Deve possuir um percurso principal para que reforce a idéia de passagem, de caminho cotidiano, entre os espaços e programa do complexo cultural. O programa de projeto é divido em duas áreas: o mais abaixo, com 2.103,32 m², varia entre as cotas +837,16 e +856,56 (desnível de 19,4 metros) em 45,81 metros. O que significa dizer que esse trecho de terreno possui uma declividade aproximada de 42,35%; a outra, mais alta, com 8.480,17 m², varia entre as cotas +856,56 e +876,00 (desnível de 19,44 metros) em 55,21 metros, com declividade aproximada de 35,21%. As duas áreas são unidas pela Rua Fazenda Paraíso e por isso, ambas possuem acessos por duas ruas. Enquanto o maior terreno está localizado na rua de maior movimento, a menor pode ter acessos mais reservados. O valor da ‘Taxa de Ocupação’ do local é 0,8; o ‘Coeficiente de Aproveitamento’ é 1; a ‘Taxa de Impermeabilização’ é 0,8.
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2 Área de intervenção 2.3 Entorno
Foto 1
Foto 2
Foto 3
Declividade acentuada; caminho de pedestres; caixa d’água desativada; vizinhos com fachada lateral com aberturas praticamente no alinhamento dos seus lotes e na direção do terreno de projeto.
Observar o patamar plano e a presença de vegetação arbórea nos taludes.
Caixa d’água desativada; vista ampla e característica da paisagem do município.
Mapa esquemático da localização das fotos
Foto 4
Foto 5
Vista da Avenida dos Itapecericanos (avenida de vale) com vista para o projeto.
Vista da Avenida dos Itapecericanos (avenida de vale) com vista para o projeto.
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Foto 6
Vegetação adensada na lateral do local de implantação
Mapa esquemático da localização das fotos
Foto 7
Rua de acesso principal ampla e arborizada
Foto 8
Encosta com vegetação que contrasta com a tendência de desaparecimento das áreas verdes
Foto 9
Vista privilegiada da Rua Major Manuel F. de Moraes
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Projeto
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CCIS Centro Cultural Itapecerica da Serra
Vista geral da implantação do projeto com a manutenção das áreas verdes e utilização da cobertura do bloco inferior como extensão da rua.
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3 Projeto 3.1 Programa de necessidades
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3 Projeto 3.2 Estratégias de projeto
Possibilidades de implantação de um bloco em terrenos com declive. Obviamente, não existe regra da melhor locação pois variam qualitativamente em função da intenção de projeto.
Solução desejada em função de vantagens quanto a iluminação e a ventilação.
Croqui que representa a intenção de expandir as ruas através da implantação dos edifícios. Mostra o desejo de vencer o desnível com uma grande escadaria.
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Intenção de transformar a rua em um conceito que vá além do nível de passagem, transformando-a, através da ampliação de suas calçadas, em locais de convivência e relações diretas entre os indivíduos da sociedade.
Croqui que representa a preocupação em interligar as três ruas que delimitam o projeto, de maneira a representar um conjunto de edifícios que se conectam entre si de forma universalmente acessível.
Preocupação com as aberturas das residências da vizinhança. Aplica-se a um contexto de necessidade de fechamento visual com o objetivo de estabelecer a força no conjunto do projeto. Neste caso, a passagem de luz e da ventilação se torna possível pelo uso de um brise.
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3 Projeto 3.3 Estudos
Estudo 1: - Circulação vertical destacada - Pequenas praças entre a rua de cota mais baixa e a rua de cota intermediária - Extensão da rua de cota intermediária através da cobertura do bloco inferior - Separação em diversos blocos pela facilidade na adaptação da declividade do terreno - Manutenção da caixa d’água desativada Estudo 2:
- Circulação vertical perde destaque
Estudo 3: - Intenção de manter os patamares do bloco inferior (auditório) na escadaria externa pela facilidade na adaptação da norma de incêndio - Problema: grande desnível
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Estudo 4: - Ampliação do programa com um auditório inferior aberto e incorporação dos cinemas no bloco inferior de maneira elevada à rua - Problemas: perda da extensão da rua intermediária; inexistência de fácil circulação entre os diversos níveis da cidade
Estudo 5: - Auditório inferior fechado - Cinema incorporado no bloco inferior - Escada na divisa do terreno na tentativa de facilitar a circulação das pessoas - Problema: Área inferior com uso indefinido
Estudo 6: - Grande escadaria que representa um convite a fazer parte do projeto enquanto vence o desnível - Integração direta com os outros blocos do Centro Cultural - Problemas: passagem abaixo da rua; mais um corte no perfil natural do terreno
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3.4
CCIS
3.4.1 Conceito
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3.4.1 Conceito A arquitetura do CCIS: Fixos e fluxos O resultado final incorpora conceitos desejáveis quando se trata de edifício público. A sua localização faz do projeto algo diferenciado. A sua divisão em blocos, além de favorecer a melhor implantação, com arquitetura menos monumental, demonstra a preocupação de cunho construtivo uma vez que os blocos podem ser realizados em etapas separadas. A verticalização dos blocos é pensada pela necessidade em vencer os desníveis entre as três ruas presentes no projeto. Deste modo, essa idéia se reflete na decomposição do espaço em superfícies horizontais. A idéia é transformar o “Centro Cultural” em marco na cidade. Lugar para estudar, para divertir, para divulgar (as produções da cidade) e, não menos importante, como passagem entre os níveis da cidade. O auditório no terreno de cota mais baixa é responsável por criar o marco desejável. Sua grande parede cega necessária para o palco poderá ser utilizada como mecanismo de introdução visual ao projeto. A transposição continuada daquilo que é a platéia do auditório como uma grande escada oferece entrada generosa e franca ao “Complexo Cultural”, ao mesmo tempo que incorpora a idéia de constituir circulação facilitada e desejada, pelo interior do programa, para cruzar a cidade, e um palco aberto de usos variáveis. O programa continua com uma circulação que segue as curvas do terreno. O acesso na rua intermediária se dá por meio de um bloco que funciona como cobertura onde estão localizados as salas de cinema e o “centro cultural” propriamente dito. Este patamar (o intermediário) é a grande praça que une todo o programa do projeto. Utiliza a cobertura do auditório
Criação do marco do projeto através da parede cega do auditório, em contraponto à grande escadaria
como expansão da calçada. Incorpora tanto a circulação das pessoas como o lugar de vivenciar aquilo que a cidade carece. Continuando o percurso, depois do nível intermediário, a circulação vertical existente dentro de um dos blocos é responsável por fazer a conexão com a Rua Major Manuel F. de Moraes (rua na cota mais alta). Um pouco deslocado está o terceiro bloco que é acessado pela Rua Fazenda Paraíso (rua da cota intermediária). Este é interligado com o segundo bloco através de passarelas. Todos esses blocos são unidos, visualmente pelos ‘brises-soleil’. Os brises representam mais que a função de proteger do sol de fim de tarde, mas também como elemento que une visualmente os 3 blocos do projeto. Ora sendo aparato de proteção do próprio CCIS, como nos blocos 2 e 3; ora dos vizinhos, como no bloco 1.
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3.4.1 Conceito Organização funcional
LEGENDA BLOCO 1 BLOCO 2 BLOCO 3
CIRCULAÇÃO
O CCIS é organizado por 3 blocos. O bloco 1 (verde), localizado na cota mais baixa do projeto, é onde está o auditório. Se trata da parte mais isolada quando comparada com o resto do programa uma vez que se vale de palestras, seminários, apresentações de orquestras ou peças de teatros para o seu funcionamento. Enfim, uma parte do programa de distinção de grandeza dos outros usos e que requer uma organização prévia para a sua utilização. Sendo assim, implantá-lo em um terreno diferente faz agregar esse valor. O bloco 2 de cor amarela é onde se concentra a parte de produção e administração do Centro Cultural, com oficinas, cinemas e restaurante. O bloco 3, azul, localiza a parte de produção e amostra intelectual, representado pela biblioteca, pelas áreas de exposição e pela sala de internet. Estes dois últimos blocos se conectam, por meio de duas passarelas, em diferentes níveis.
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Notar as praças nas cotas das ruas que a qualificam como espaços de contemplação da paisagem e de lazer (desenho ao lado). o esquema mostra as expansões das ruas através de um projeto que valoriza as visuais
LEGENDA CIRCULAÇÃO
O CCIS é composto por 3 eixos de circulação vertical. Estes organizam os espaços internos de maneira a atender às necessidades de conexão entre os blocos com acessibilidade universal. A grande escadaria, ao mesmo tempo que é parte da circulação, sugere e qualifica um espaço de passagem e um espaço multiuso, que pode ser palco de apresentações individuais, exposições e até intervenções artísticas.
Existe uma preocupação em manter os blocos de circulação vertical funcionando caso o CCIS precise ser fechado. Deste modo, as grades presentes em alguns andares permitem que a população continue a usar as escadas internas dos edifícios e alguns de seus programas.
LEGENDA CIRCULAÇÃO
AUDITÓRIO CINEMAS
ADMINSTRAÇÃO RESTAURANTE
OFICINAS
BIBLIOTECA
ÁREA DE EXPOSIÇÕES SALA INTERNET
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3.4.1 Conceito Tipologias: Concreto (terreno 1) x Verde (terreno 2)
O Local de intervenção é composto por dois terrenos. Nota-se um pequeno contraste entre estes dois corpos. O maior, de 7.196,10 m², apresenta vegetação de mata arbórea, inclusive nas mediações do limite do terreno; em contraste com o menor, de 2.103,30 m², que está inserida em meio a construções residenciais.
Local de intervenção composto por dois terrenos. O maior com vegetação arbórea; o menor com a presença física do ser humano na vizinhança Vista geral da praça sobre a cobertura do auditório demonstrando os blocos adaptados ao terreno e a presença da vegetação arbórea
O projeto trata, assim sendo, em dois níveis de projeto. O primeiro com um tratamento das encostas e manutenção e ampliação da vegetação arbórea, concentrando, da melhor maneira possível, dois blocos de edifícios. Neste primeiro trecho os cortes no terreno são praticamente inexistentes o que incorpora e respeita a área existente. Em contraponto, o segundo trecho se vale da presença física do ser humano e a enfatiza com um bloco pesado que o caracteriza como portal de entrada no projeto. Se trata, além de fazer um marco na cidade, da adaptação e continuidade daquilo que já existe na quadra. Neste, adapta-se o desnível do terreno para assentar o que se tornará a arquibancada do auditório e a escadaria externa. No entanto, por uma necessidade programática, o corte no terreno e a existência de arrimos é inevitável.
Representação esquemática por uma vista superior. A cobertura verde enfatiza a presença das áreas verdes no terreno maior enquanto que o concreto a presença do ser humano
Vista da cobertura do auditório demonstrando os blocos adaptados ao terreno
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3.4.1 Conceito O verde da paisagem (viver na copa das árvores)
Vista da passarela de ligação entre os blocos 2 e 3
VIsta da Rua Major Manuel F. de Moraes e o acesso principal ao CCIS. O caminhar entre a passarela coberta favorece uma sensação de viver nas copas das árvores.
Vista da passarela de entrada do Bloco 2: representação da paisagem ampla possível pela arborização alta.
O projeto alterna em dois tipos de interação do usuário com a paisagem. O usuário, quando dentro dos blocos 2 e 3, conversam de forma secundária com o ambiente externo. Como se fossem os espectadores da paisagem. É pensar em estar nas copas das árvores e não em seus pés como ocorre normalmente. Neste caso, não se pode interagir diretamente, pisando-a ou tocando-a senão por meio da contemplação da paisagem, como um cenário. Ocorre a aproximação da natureza visto que se pode ter uma vista mais panorâmica quando comparada com o usual pois, de todos os lados, existe a possibilidade de um escape do
visual. Até mesmo a circulação favorece esse tipo de interação seja nas passarelas de entrada dos blocos, ou até nas passarelas de ligação. Já no bloco 1, em contraponto aos outros blocos, o usuário conversa diretamente com a paisagem, podendo tocá-la e pisá-la. Essa interação vai desde a cobertura do auditório, com a praça aberta, até a escadaria externa que vence o desnível entre as duas ruas de cotas inferiores.
Vista da Rua Major Manuel F. de Moraes. É possível observar o teto jardim que intensifica a idéia da quadra verde e das copas das árvores em um nível superior a do olhar
Vista do acesso ao bloco 3 - Rua Fazenda Paraiso
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3.4.1 Conceito Retomadas: cinema de rua, história local (caixa d’água) O conceito de cinema aqui aplicado é destinado a um circuito alternativo de exibição que contempla diversos tipos de filmes. Que inclui filmes documentários das mais variadas vertentes cinematográficas, mas priorizando o cinema nacional. A intenção é fugir do que se tornou corriqueiro na atualidade onde a população, quando quer ver um filme, se vê praticamente obrigado a andar pelos ‘shopping centers’. A inexistência de construções deste tipo (shoppings) na cidade da intervenção facilitaria e aumentaria a quantidade de pessoas que frequentaria o CCIS (Centro Cultural Itapecerica da Serra). É uma busca por enfatizar a arte e o entretenimento daqueles que buscam um conteúdo mais qualitativo e reflexivo.
HSBC Belas Artes: exemplo de cinema fora dos ‘shoppings centers’.
Caixa d’água desativada, resquício da antiga fazenda existente na região.
A existência de um equipamento cultural deste tipo em uma cidade que não a possui é mais um motivo de atração e maior uso do equipamento. Trata-se de duas salas pequenas e que, ocasionalmente podem ser usadas como palco de uma peça de teatro ou como apoio de uma pequena palestra ministrada pelo CCIS. A manutenção da caixa d’água desativada, pertencente a uma antiga fazenda que existia na região se trata de resgatar aquilo que ali existia. Por esta construção estar presente no cotidiano de algumas pessoas que cruzam o terreno para chegar ao destino desejado já é uma maneira de identificar o projeto como algo pertencente à própria sociedade. A caixa d’água não será reativada mas continuará funcionando como uma marcação na paisagem daqueles que utilizarão o CCIS. Como diz a Arquiteta Lina Bo Bardi (no livro “Lina por Escrito”), “(...) na prática não existe passado. O que existe ainda hoje e não morreu é o presente histórico. O que você tem que salvar: aliás salvar não, preservar - são certas características típicas de um tempo que ainda pertence à humanidade (...)”
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3.4.1 Conceito Estrutura
Bloco 2: vãos: 12,00m e 8,00m Bloco 1: vãos: 22,85m e 9,00m
Bloco 3: viga em balanço vãos: 12,00m e 9,60m
Representação da estrutura do projeto:
- Bloco 1: pilares e vigas da platéia em concreto e viga da cobertura com treliças planas - Bloco 2 e 3: pilares e vigas em concreto e lajes nervuradas.
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3.4.2
Implantação
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3.4.2 Implantação
Os edíficios propostos para abrigar o Centro Cultural de Itapecerica da Serra faz da área grandes praças públicas abertas a população independente dos horários de funcionamento dos equipamentos. Sua implantação é caracterizada por dois terrenos: o menor, impermeável; o maior, permeável. A locação dos blocos foram feitas de maneira cautelosa aproveitando ao máximo o desnível. Fica claro ao atentar a disposição do bloco 3 alinhada às curvas do terreno. O Terreno: O terreno para a implantação dos blocos soma uma área de 9.299,40 m². O terreno é dividido em dois pedaços:
ESCALA 1:1000
- o menor, com 2.103,30 m², tem 50m de frente para a Rua Yatsu Takada (+837,16) e é onde se localiza o bloco 1 e uma grande escadaria. Este é conformado por um desnível de 19,40m em 45,81m de comprimento, onde atinge a cota da Rua Fazenda Paraíso (+856,56), que chega diretamente a uma praça aberta. - o maior, de 7.196,10 m², tem 125,87m de frente para duas ruas. A Rua Fazenda Paraíso (+856,56) e a Rua Major Manuel F. de Moraes (rua inclinada, acesso pela cota +876,00).
As praças:
A praça de cota +856,56 é o acolhimento principal e de integração entre os blocos do projeto. Nela se realizam atividades não pré-determinadas, representando um espaço de estar e contemplar, que é uma carência da cidade. A praça de cota +876 representa a chegada principal do programa, uma vez localizada na rua mais equipada de infraestrutura do projeto, com ponto de ônibus e escola municipal. Nela se acessa diretamente a todo o programa dos blocos 2 e 3. O bloco 3 através da passarela de ligação direta.
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Acesso Rua Yatsu Takada Bloco 1: Docas, elevadores
ESCALA 1:500
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Acesso Rua Fazenda Paraíso Bloco 1: Cobertura, auditório Bloco 2: Operacional, Bar Bloco 3: Térreo
ESCALA 1:500
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Acesso Rua Major Manuel F. de Moraes Bloco 2: Praรงa superior Bloco 3: Sala de internet
ESCALA 1:500
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TAKAD A
R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
R. FAZENDA PARAÍSO
R. YATS U
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Corte AA
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TAKAD A
R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
R. FAZENDA PARAÍSO
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Corte BB
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TAKAD A
R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
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Corte CC
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TAKAD A
R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
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R. YATS U
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Corte DD
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R. FAZENDA PARAÍSO
TAKAD A
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Elevação A
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TAKAD A
R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
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Elevação B
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R. FAZENDA PARAÍSO
TAKAD A
R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
R. YATS U
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Elevação C
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Projeto implantado Montagem eletr么nica
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3.4.3
Bloco 1
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Bloco 1 Auditório
O plano inclinado da platéia com área de 580 m² e 432 lugares contempla o fosso para orquestra que, eventualmente pode ser elevado, aumentando o número de cadeiras. Os patamares de descanço e circulação da platéia ligam diretamente com os níveis da escadaria externa, facilitando saídas de emergência. No subsolo estão localizados camarins coletivos e os depósitos. O acesso é restrito, inclusive caso seja necessário utilizar os elevadores que atingem os níveis do foyer (+848,80) e da cobertura (+856,56) do auditório. A cobertura é a extensão da Rua Fazenda Paraíso. Nela chega a escadaria que começa na Rua Yatsu Takada. No meio deste percurso se pode ter acesso ao foyer, seja visualmente, pela lateral envidraçada, ou fisicamente, entrando para alguma apresentação.
A B TAKAD A
A B
C
C
ESCALA 1:250 R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
R. FAZENDA PARAÍSO
R. YATS U
67
Bloco 1
Corte AA
68
A B TAKAD A
A B
C
C
ESCALA 1:250 R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
R. FAZENDA PARAÍSO
R. YATS U
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Bloco 1
Corte BB
70
A B TAKAD A
A B
C
C
ESCALA 1:250 R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
R. FAZENDA PARAÍSO
R. YATS U
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Bloco 1
Corte CC
72
TAKAD A
ESCALA 1:250 R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
R. FAZENDA PARAÍSO
R. YATS U
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Bloco 1
Docas +837,16
74
TAKAD A
ESCALA 1:250 R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
R. FAZENDA PARAÍSO
R. YATS U
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Bloco 1
Platéia, foyer +848,80
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TAKAD A
ESCALA 1:250 R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
R. FAZENDA PARAÍSO
R. YATS U
77
Bloco 1
Cobertura +856,56
78
79
3.4.4
Bloco 2
80
Bloco 2 Oficinas, restaurante, cinemas, administração CCIS
A praça superior, de acesso direto pela Rua Major Manuel F. de Moraes (+876,00), representa um espaço de contemplação da paisagem, por ter uma cota mais elevada e de vista para o poente, ao mesmo tempo que organiza o CCIS. Deste se pode acessar o programa do bloco 2 e do bloco 3. No bloco 2, acima estão localizados as oficinas. Uma área de produção e, portanto, mais reservada que possibilita à praça uma proteção como cobertura. Abaixo estão o restaurante, as salas de cinema e parte administrativa até chegar no térreo (+861,29) que está pouco mais elevado que a Rua Fazenda Paraíso (+856,56). Este bloco se liga a dois momentos com o bloco 3: no primeiro, pela cota da praça superior (+876,29), que liga diretamente à sala de internet do bloco 3 de mesmo nível; no segundo, pelo foyer dos cinemas (+870,29), que liga à praça térrea do bloco 3, de mesma cota.
81
Bloco 2 Corte AA
R. YATS
U TAKA
B A
DA
R. FAZENDA PARAÍSO
A
B R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
ESCALA 1:250
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Bloco 2 Corte BB
R. YATS
U TAKA
B A
DA
R. FAZENDA PARAÍSO
A
B R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
ESCALA 1:250
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85
Bloco 2 Térreo 1
R. YATS
U TAKA
DA
R. FAZENDA PARAÍSO
R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
ESCALA 1:250
+861,29
86
87
Bloco 2 Administração CCIS
R. YATS
U TAKA
DA
R. FAZENDA PARAÍSO
R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
ESCALA 1:250
+867,29
88
89
Bloco 2 Cinemas
R. YATS
U TAKA
DA
R. FAZENDA PARAÍSO
R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
ESCALA 1:250
+870,29
90
91
Bloco 2 Restaurante social, área técnica cinemas
R. YATS
U TAKA
DA
R. FAZENDA PARAÍSO
R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
ESCALA 1:250
+873,29
92
93
Bloco 2 Térreo 2
R. YATS
U TAKA
DA
R. FAZENDA PARAÍSO
R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
ESCALA 1:250
+876,29
94
95
Bloco 2 Oficinas culturais +882,29
R. YATS
U TAKA
DA
R. FAZENDA PARAÍSO
R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
ESCALA 1:250
96
97
Bloco 2 Oficinas culturais +885,29
R. YATS
U TAKA
DA
R. FAZENDA PARAÍSO
R. MAJOR MANUEL F. DE MORAES
ESCALA 1:250
98
99
3.4.5
Bloco 3
100
Bloco 3 Biblioteca, área de exposições, sala de internet
O bloco 3 é acessado por dois momentos. O primeiro pela praça de seu térreo (+870,29), por meio da Rua Fazenda Paraiso. Este se liga diretamente ao foyer dos cinemas do bloco 3 por meio de uma passarela, em mesmo nível; o segundo também por uma passarela que se liga ao térreo do bloco 2 (+876,00). A biblioteca se localiza no andar mais elevado por representar um uso de maior privacidade dos demais do bloco. A sequência do raciocínio segue pela área de exposição permanente, exposição temporária e sala de internet.
101
Bloco 3 Corte AA
R.
YA TS
UT AK
R. F AZE
ND AP AR
R. M
AJO R
MA
AÍS
AD A
O
B
A
NUE
L F.
DE
MO
RAE
S
ESCALA 1:250
A B
102
103
Bloco 3 Corte BB
R.
YA TS
UT AK
R. F AZE
ND AP AR
R. M
AJO R
MA
AÍS
AD A
O
B
A
NUE
L F.
DE
MO
RAE
S
ESCALA 1:250
A B
104
105
Bloco 3 Térreo
R.
YA TS
UT AK
R. F AZE
ND AP AR
R. M
AJO R
MA
NUE
L F.
DE
MO
AÍS
AD A
RAE
S
ESCALA 1:250
O
+870,29
106
107
Bloco 3 Sala internet
R.
YA TS
UT AK
R. F AZE
ND AP AR
R. M
AJO R
MA
NUE
L F.
DE
MO
AÍS
AD A
RAE
S
ESCALA 1:250
O
+876,29
108
109
Bloco 3 Sala exposições temporárias
R.
YA TS
UT AK
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ND AP AR
R. M
AJO R
MA
NUE
L F.
DE
MO
AÍS
AD A
RAE
S
ESCALA 1:250
O
+879,29
110
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Bloco 3 Sala exposições permanentes +882,29
R.
YA TS
UT AK
R. F AZE
ND AP AR
R. M
AJO R
MA
NUE
L F.
DE
MO
AÍS
AD A
RAE
S
ESCALA 1:250
O
112
113
Bloco 3 Biblioteca +885,29
R.
YA TS
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R. F AZE
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MO
AÍS
AD A
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S
ESCALA 1:250
O
114
4
Consideraçþes finais
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4 Considerações finais
Notas artigo XXVII da “Declaração Universal dos Direitos do Homem” 1.
ROCHA, Adriano. Publicado no Recanto das Letras em 13/12/2006. 2.
Concluo este trabalho acreditando na importância de um projeto, cujo o espaço criado possa interferir nas relações humanas, e mais, nas relações sociais. Apesar disso, tenho a consciência de que um projeto espacial não é o único determinante para a resolução dos problemas sociais. É importante entender que a sociedade não mudará simplesmente pela atuação do arquiteto, embora essa interferência seja importante na requalificação do espaço e pode ocasionar melhorias no âmbito da vida das pessoas. “Todo homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios”. 1 Através da educação e da cultura, o ser humano se desenvolve e participa. A proposta de novos espaços de vivência se reflete no projeto do CCIS, que poderia modificar as relações sociais da cidade na medida em que seus habitantes terão um espaço para encontros, conversas, estudos, participação e cultura, itens ausentes atualmente. É necessário tratar a cultura não como expectador, mas como participante. Ela deve ser democratizada, possibilitando
o crescimento interior das pessoas e, consequentemente, sua maior participação perante os destinos próprios e da sociedade.
“Num mundo globalizado como o de hoje, as relações humanas acontecem num intervalo de tempo muito menor, o que também faz com que essa relações se tornem mais numerosas e complexas. Tal globalização apesar de nos trazer algumas vantagens, proporciona-nos algumas desvantagens, como por exemplo: a perda dos bons valores. Mas a principal delas, é a perda da nossa própria identidade cultural(...)” 2 Para tentar evitar a perda da identidade cultural, o projeto deve ser construído com base no conhecimento coletivo pois somente a participação efetiva, com o envolvimento da população, é capaz de realizar algo bem sucedido. Seus usuários deixam de ser coadjuvantes e passam a se sentirem responsáveis por qualquer transformação proposta.
Um projeto participativo visa resgatar o verdadeiro conceito do espaço público, não como local sem dono, e sim como um espaço de todos.
5
ReferĂŞncias
118
5 Referências 5.1 Bibliográficas AMERICAN ARCHITECTURE Monografias.
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THE
ARTS.
1978.
ANDO, Tadao. GAArchitect. 1987. n.8. ADA Edita.
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119
1 - POMPIDOU (França) / Renzo Piano / Richard Rogers 2 - OPERA HOUSE (Noruega) / Snøhetta 3 - SESC POMPEIA (Brasil) / Lina Bo Bardi 4 - CENTRO CULTURAL SAO PAULO (Brasil) Eurico Prado / Luiz Telles 5 - CENTRO CULTURAL DRAGAO DO MAR (Brasil) Delberg Leon / Fausto Nilo
5 Referências 5.2 Projetuais
6 - CEU Butantã (Brasil) 7 - FDE CAMPINAS (Brasil) / UNA 8 - MUSEU DA MEMÓRIA (Chile) / Estúdio América 9 - CAJA GRANADA (Espanha) / Campo Baeza
1
4
7
2
5
8
3
6
9
120
10 - MASP (Brasil) / Lina Bo Bardi 11 - MASP (Brasil) / Lina Bo Bardi 12 - CINE SESC (Brasil) 13 - HSBC BELAS ARTES (Brasil)
14 - PIAZZA DI SPAGNA (Itália) 15 - KURSAAL (Espanha) / Rafael Moneo 16 - SALK INSTITUTE (EUA) / Louis Kahn 17 - CASA DEL FASCIO (Itália) /Giuseppi Terragni 18 - GALERIA ADRIANA VAREJAO / Rodrigo Cerviño Lopez
5 Referências 5.2 Projetuais 13
10
16
11
14
17
12
15
18
6
CrĂŠditos das imagens
122
6 Crédito das imagens Área de Intervenção p.15 [01] - Wikipedia (07/11/2010) - www.wikipedia.org p.15 [02] - Google Maps (07/11/2010) - maps.google.com p.15 [03] - Google Earth (07/11/2010) - earth.google.com p.16 [01] - Google Earth (07/11/2010) - earth.google.com p.17 [01] - Google Earth (07/11/2010) - earth.google.com p.17 [02] - Google Earth (07/11/2010) - earth.google.com p.17 [03] - Google Earth (07/11/2010) - earth.google.com p.18 [01] - Acervo do autor p.18 [02] - Acervo do autor p.18 [03] - Acervo do autor p.18 [04] - Acervo do autor p.18 [05] - Acervo do autor p.19 [06] - Acervo do autor p.19 [07] - Acervo do autor p.19 [08] - Acervo do autor p.19 [09] - Acervo do autor Projeto
p.34 [01] - Google Earth (07/11/2010) - earth.google.com p.36 [01] - HSBC Belas Artes - http://www.historiadocinemabrasileiro.com.br (07/11/2010) p.36 [02] - Acervo do autor Referências
p.118 [01] - Pompidou - http://www.dicadeparis.blogspot. com/2010 (07/11/2010) p.118 [02] - Opera House - http://www.spoon-tamago. com/2008/05 (07/11/2010)
p.118 [03] - SESC Pompéia - http://www.hoteliernews.com.br (07/11/2010) p.118 [04] - Centro Cultural São Paulo - Luiz Fernando Seo p.118 [05] - Centro Cultural Dragão do Mar - http://www.skyscrapercity.com (07/11/2010) p.118 [06] - CEU Butantã - Nelson Kon p.118 [07] - FDE Campinas - http://www.archplus.net (07/11/2010) p.118 [08] - Museu da Memória - http://arquiteturices.wordpress.com (07/11/2010) p.118 [09] - Caja Granada - www.trivago.es (07/11/2010) p.119 [10] - MASP - http://www.sppt.org.br (07/11/2010) p.119 [11] - MASP - http://www.traditionaljazzband.com.br (07/11/2010) p.119 [12] - Cine SESC - http://innaugustastyle.blogspot.com. (07/11/2010) p.119 [13] - HSBC Belas Artes - http://www.historiadocinemabrasileiro.com.br (07/11/2010) p.119 [14] - Piazza di Spagna - http://www.myluxury.it (07/11/2010) p.119 [15] - Kursaal - http://www.fotosearch.com (07/11/2010) p.119 [16] - Salk Institute - http://www.archdaily.com (07/11/2010) p.119 [17] - Casa del Fascio - http://digilander.libero.it (07/11/2010) p.119 [18] - Galeria Adriana Varejão - http://entretenimento. r7.com
TFG FAUUSP DEZEMBRO DE 2010