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Tabela 8 - Plano de Atividades para o Trabalho Final de Graduação

7 PLANO DE ATIVIDADES

Tabela 8 - Plano de Atividades para o Trabalho Final de Graduação.

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ETAPAS ATIVIDADES TFG I TFG II

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4

ETAPA I - TEMA

ETAPA II - REF. TEÓRICO

ETAPA III - PLANO DE TRABALHO

ETAPA IV - APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA Pesquisas Preliminares Definição do Tema, Objetivos e Justificativa Embasamento Teórico e Estudo de Caso Área de Intervanção, Diagnóstico, Dimensionamento e Proposta Inicial Entrega do Plano de Trabalho Apresentação do Plano de Trabalho e Avanços da Pesquisa Estudo Preliminar

Pré-Banca

ETAPA V - DESENVOLVIMENT O DO PROJETO

ETAPA VI - DEFESA Ante-projeto

Banca de Qualificação Detalhamentos e Elaboração das Pranchas Finais Banca Final Fonte: Autor, 2021.

REFERÊNCIAS

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LARROSA, João Victor. Depoimento I. [out. 2021]. Arroio Grande, 2021. 1 arquivo .mp3 (5min.). O depoimento encontra-se transcrito no Apêndice B desta Trabalho Final de Graduação. SILVEIRA, Gian Moraes. As Plumas e os Camafeus Formam o Arco-Íris que Brilha na Cidade Simpatia: O Protagonismo Gay no Carnaval de Arroio Grande nos Anos 1990. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em História) – Universidade Federal do Pampa, Jaguarão, 2017.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE ARROIO GRANDE. Lei nº 587, de 20 de janeiro de 1966. Cria o Código de Obras e dá outras providências. Arroio Grande, 1966. Disponível em: https://www.camaraarroiogrande.rs.gov.br/arquivos/legislacao/codigo_de_edificacoe s.pdf. Acesso em: 24/11/2021.

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARROIO GRANDE. Lei nº 681, de 10 de abril de 1969. Altera a Lei Municipal nº 587, de 20 de janeiro de 1966, que dispõe sobre o Código de Obras e dá outras providências. Arroio Grande, 1969. Disponível em: https://www.camaraarroiogrande.rs.gov.br/arquivos/legislacao/codigo_de_edificacoe s.pdf. Acesso em: 24/11/2021.

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARROIO GRANDE. Lei nº 681, de 10 de abril de 1969. Altera a Lei Municipal nº 713, de 09 de novembro de 1970, que dispõe sobre o Código de Obras e dá outras providências. Arroio Grande, 1970. Disponível em: https://www.camaraarroiogrande.rs.gov.br/arquivos/legislacao/codigo_de_edificacoe s.pdf. Acesso em: 24/11/2021.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Decreto Nº 38.273, de 28 de abril de 1997: Aprova as Normas Técnicas de Prevenção de Incêndios e determina outras providências. Porto Alegre, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1997.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Decreto Nº 37.380, de 09 de março de 1998: Altera as Normas Técnicas de Prevenção de Incêndios, aprovadas pelo DECRETO Nº 37.380, de 29 de abril de 1997. Porto Alegre, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1997.

APÊNDICES

APÊNDICE A – Transcrição do Depoimento do Professor, Carnavalesco, Pesquisador, Historiador e Vereador Lizandro Araújo Carvalho, em 24 de setembro de 2021, na Câmara Municipal de Arroio Grande, Arroio Grande.

Do Carnaval de Arroio Grande os primeiros registros que a gente tem, claro, tu pega pela imprensa da época, são do jornal mais antigo que temos daqui ele é de 1896, o Pampeiro. E no Pampeiro de 1898, tem os primeiros registros de Carnaval, ele não falavam carnaval era os festejos ao rei momo, então tu pega 1898 e 1899, não trazia muitos detalhes de como era essa festa, fazia registro a retretas que eram como se fossem apresentações musicais na praça, eram brincadeiras de se atirar água, muito entrudo. [...] Nosso Carnaval teve muita influência do Carnaval de Pelotas, e o nosso carnaval ao mesmo tempo que ele veio numa sequência de semelhança com o carnaval do rio e de pelotas, rio influenciava pelotas e pelotas acaba influenciando jaguarão e aqui, o nosso ele é meio tardio e meio fora de ordem assim, mas mais ou menos pega as mesmas épocas. Então tu tem esse começo até a década de 10 tem um entrudo, que é mais apresentações de música, batalhas no meio da praça de se atirarem água, limão, brincadeiras no meio da praça. Aí depois quando surgiu o clube Instrução e Recreio, o atual Clube do Comércio, começa a ter um carnaval que eles chamam de Carnaval Veneziano, tudo é muito similar, se tu ler a história do carnaval de pelotas, é tudo muito similar com os pontos daqui. Aí, depois na década de 20 [...] nós temos os cordões surgindo, os ranchos. Os cordões parecem blocos, mas é quase um desfile militar, um desfile de 7 de setembro, pois não havia samba-enredo, já havia alguns sambas gravados mas eram aqueles primeiros, mas assim mesmo tinhas certas músicas, certos ritmos que custavam a chegar aqui. Então na década de 20 nós temos o surgimento dos cordões, os primeiros no Instrução, 1925, que é o Primeiro Nós [...] e depois no Guarany, acho que houveram três, isso que o Guarany é da década de 20. o Guarany já nasceu no Carnaval, 20 de fevereiro, já nasceu carnavalesco. Temos o Sempre Reinando, Troveja mas não Chove, são os cordões. Nessa década de 20 já começam a surgir também os primeiros blocos, esses cordões vão se transformando em blocos, e todos esses

cordões eles tinham desfiles pela Dr. Monteiro. Então a Dr. Monteiro sempre foi a passarela do Samba, toda vida cultural, política e social de Arroio Grande acontece na rua Dr. Monteiro, por isso que aquela ideia que surgiu um tempo atrás de criarem um sambódromo em outro lugar, eu sempre fui contra sabes, porque o carnaval de Porto Alegre morreu depois que tiraram da zona baixa lá, onde ele acontecia, na zona boêmia e o de Pelotas nunca mais foi o mesmo depois que saiu da Rua XV, do centro. Arroio Grande permanece no mesmo lugar, Jaguarão permanece no mesmo lugar, na XVII de Janeiro. Então aos pouquinhos esses cordões, que eram cordões de salão, porém eles faziam cortejos de rua, principalmente os do Guarany, aí nós vamos ter assim, final da década de 20 em diante nós vamos ter um carnaval de rua surgindo com mais força, sai daquelas brincadeiras da praça e vem pra Dr. monteiro, aquele desfile em fila, até cada um ir para o seu clube. o clube instrução e Recreio, a sede mesmo do clube ela é meio tardia, ela é de 1924. O carnaval de arroio grande é assim, a gente pode dar como ponta pé inicial os anos 20, pela característica que tem hoje. Depois disso a gente fica desde a década de 20, metade da 20 e toda a 30 com esses cordões e blocos, carnaval de rua, depois indo pro salão e nos anos 40 começa a surgir os mascarados. Na década de 40, nós temos o primeiro bloco burlesco, que é a Falsa Baiana, eram blocos de homens vestidos de baianas, isso em 1948. Nos anos 40 então, a gente tem o surgimento de blocos mais já blocos de rua mesmo, os blocos burlescos, esses blocos de homens vestidos de mulher, que é a Falsa Baiana [...], tinha o bloco que chamam de Bloco dos Sujos, eram um monte de homens pilchados, com máscaras e a cavalo, eles metiam um terror burlesco na Dr. Monteiro assim, e esses desfiles eles eram à tarde, raramente se estendia a noite, até havia o carnaval na noite, por exemplo assim, a primeira rainha de carnaval de salão ela é de 38, tem uma antes de 1928, mas que é do cordão carnavalesco, o Primeiro nós, que já te falei [...] mas a primeira rainha mesmo é 38, no Clube do Comércio. Antes dos bailes havia brincadeiras na rua Dr. Monteiro, arrastões. Sempre a ideia era passar na Dr. Monteiro e depois ir para o clube, tanto pro Comércio quanto para o Guarany. O Guarany era de um piso só, e não dois. Então nos anos 40 temos esses blocos assim, que surgem. Nos anos 50 nós temos uma outra evolução, que aí começa a ter uma escola de samba, ela foi batizada como escola de samba , seria a primeira, que é a Academia de Ritmos, 1958. Coisa mais engraçada o nosso carnaval consegue ser separado bem por décadas. Em 1918 já começa a surgir os primeiros cordões, em 1928 temos a primeira

rainha, em 1938 tem um primeiro baile de salão com rainha, em 1948 tem os primeiros blocos burlescos, em 1958 tem o primeiro protótipo de escola de samba, pois na verdade ela era uma junção de cordão com bloco, por que ela era somente uma bateria, mestre de bateria e uma passista só, mas ela era batizada como Escola de Samba Academia de Ritmos. Eles eram vestidos com uma roupa meio que de marinheiro assim, com um quepisinho meio marinheiro e uma roupa listrada de vermelho e brano e a calça branca. Ela existiu [...] foi a primeira a trazer instrumentos como o surdo, pois até então eram de sopro [...] dando um aspecto mais assim de carnaval de rua. Em 58 já tem samba-enredo, já tem outros sambas identificados, têm as rainhas do rádio que já trazem as marchinhas de carnaval. [...] Em 60 ainda continua a mesma coisa. Ah! Em 60 entra, ele poderia ser classificado como escola de samba, mas ficou como bloco, o Papagaio da Rua Nova, em 1962. O Papagaio da Rua Nova fez o primeiro desfile com carros alegóricos, eles faziam desfile, se concentravam aqui embaixo na rua Júlio de Castilhos, ai subiam até a Dolfina, da Dolfina passavam na Dr. Monteiro, eles tinham carros alegóricos, bonecos gigantes inspirados no carnaval de Olinda, tinham alas, a ala dos pescadores, dos chineses, tinha ala dos índios, mas era um bloco. durou muito tempo, papagaio da rua nova ele vai até o começo dos anos 80. [...] A primeira propriamente dita, de verdade, escola de samba, ela é de 72, que é a Pé De Arroz. [...] A primeira até pela nomenclatura dela seria a Academia de Ritmos, mas se tu vais pegar uma escola de samba com carro alegórico, bateria, passistas, porta-estandarte, não tinha ainda a ideia de Porta-Bandeira e Mestre-Sala, tu pega a Pé de Arroz. [...] A Pé de Arroz é fundada em 72, primeiro desfile dela em 73, no centenário do arroio-grande [...] a geração daquela época canta o samba até hoje, pessoas que eram jovens, que curtiam aquele carnaval de 73, cantam o samba para ti. foi algo revolucionário no nosso carnaval, nós saímos daquele bloco, daquela estrutura que nós tínhamos para um carnaval mais atrativo, através da Pé de Arroz, ela dura toda a década 70, ela não tem uma vida muito longa, sua última participação no carnaval local foi por volta de 1976. Em 1977, os jornais locais já não mais faziam referência a sua presença na passarela do samba. Depois, claro! Uma das principais atrações da

Dr. Monteiro são os mascarados, que dai nos decorrer dos anos só vai se intensificar. Nos anos 80 nós temos um outro carnaval, por que surge o Bloco Social da Luluzinha, aí tu já tem as mulheres no Carnaval, a participação das mulheres no nosso carnaval ela é super tardia, tirando por exemplo [...] as mulheres negras, as da alta sociedade [...]. Não era visto com bons olhos meninas da alta sociedade se envolver numa festa que era considerada luxúria, pecado da carne. A nossa igreja, os padres, principalmente o padre Tomé, lá no começo do carnaval de rua, ele era totalmente contra. Se tu vai olhar as rainhas de salão dos clubes, Pelotas tu tem as primeiras ainda no século XIX, Jaguarão também, Herval, a nossa foi em 1938, teve uma em 1928, mas foi uma que era do bloco Primeiro Nós, onde tinha mulheres, mas era super restritos, no carnaval de rua então eram muito mais restrito. A primeira escola Academia de Ritmos era só homens, a Pé de Arroz no começo também, depois teve uma rainha, muito tempo depois. Digamos que a particiapação efetiva, claro que lá em 1981 nós já tinhamos rainhas e duquesinhas, mas foram elas com seu bloco só de mulheres, totalmente feminista, foram as Luluzinhas, e assim mesmo o símbolo do bloco até hoje são as máscaras, mesmo em 1981 mulheres da sociedade não eram bem vistas num bloco de carnaval, dançando e bebendo sem os maridos, então as máscaras serviam para se disfaçarem. Nos anos 80, em 1986 tem uma outra escola de samba, que aí sim, ela faz lembrar as de hoje, que é a Unidos de Vila Isabel, era vermelho e branco as cores dela, acho que desfilou só dois anos. Antes do final dos 80 surge a Alegria e Samba e a Castelo Branco, na verdade essas duas surgiram a partir dos membros da Unidos de Vila Isabel e fora as escola de samba tivemos nos 70 e 80, até em 87 existiu o bloco da Dona Nauzerinha, as Garotas do Samba [...] tinha porta bandeira, era um bloco, mas lembrava uma escola de samba. Em 1989 nosso carnaval foi pobre, foi muito sem graça, nós não tivemos nem rainha municipal. [...] A primeira Rainha Municipal é de 82, tardio, tudo é tardio, Rei Momo é tardio, tivemos o primeiro em 1972, super tardio [...]. Em 1989 [...] se tu observar sempre quando troca as gestões da prefeitura o carnaval enfraquece, sempre acontece de forma simples. O Carnaval em 1997 foi simples, o de 1992 foi simples, o de 2001 foi médio, o de 2005 foi simples, 2009 não porque teve uma sequência, o de 2013, o de 2017 não,

pois também foi uma sequência. Sempre quando se troca a administração, principalmente a administração do carnaval , turismo no caso, o carnaval é realizado mas não tem aquela surpresa, aquelas coisas diferentes, em 89 foi assim, teve carnaval, tinha rei momo sem rainha, teve o desfiles da Castelo Branco e da Alegria e Samba. Quando passou o carnaval, o seu Demétrio, que já era Secretário de Turismo, junto com o Casca, que era funcionário, eles resolveram mudar o carnaval, aí nós temos um novo ciclo, uma nova fase que ainda é a fase que nós vivemos. [...] Final de 89 seu Demétrio resolve mudar, dar um outro aspecto ao nosso carnaval, começa a ser um carnaval muito mais escola de samba do que bloco, eles vão reunir representantes dos bairros da cidades para motivá los a fundar escolas de samba, essa reunião aconteceu no final de novembro, o carnaval era em fevereiro, imagina, de repente criar, fundar, juntar pessoal. Foi o Carnaval mais rápido, mesmo assim nós já tivemos campeã, que foi a São Gabriel, as escolas não tinham nem ao menos instrumentos, e não havia tempo hábil da prefeitura comprar, então aqueles bairros que conseguissem formar as escolas de samba eles iriam emprestar os instrumentos das bandas escolares. Lá na São Gabriel vai nascer a Unidos do São Gabriel, que já nasce escola de samba adulta, das atuais é a mais antiga, no Promorar nasce um bloco, Bloco Carnavalesco Unidos do Promorar, pegando ali Vidal, Branco e Coca surge o Bloco Carnavalesco Samba No Pé que dizem que era o Bloco da Dona Serafina, mas não Bloco da Serafina era um bloco de Carnaval, mas existia em 1989 o Bloco Mirim Samba no Pé, que eram as crianças do Guarany. [...] Então em 1990 surge o Bloco Carnavalesco Samba no Pé, naquele carnaval, as crianças participam com os pais, a Castelo Branco já não desfilou, em 90 parte da Castelo Branco já estava dissolvida na Samba No Pé e na Unidos do Promorar. A Alegria e Samba desfilou no Carnaval de 90, mas ficou em último lugar e foi desativada, foi tudo muito rápido. [...] Foram muitas reuniões, se mobilizou muito, até porque o espaço de tempo era mínimo, para se poder criar uma coisa consistente. Não tinha tempo hábil de se escolher um tema enredo, de se confeccionar fantasias, ter uma lógica, mas o carnaval saiu, como pode sair, mas já com concurso e tudo. Em 1991, aí sim, é o

carnaval como conhecemos hoje, um grande carnaval. A Samba No Pé, passou o carnaval de 90, que inclusive foi um carnaval aconteceu uma semana depois, pois choveu as quatro noites, e não era uma chuvinha, era chuvarada, muita chuva. [...] passo o carnaval, um mês depois a Samba No Pé se torna escola adulta e a Promorar ainda permanece como bloco até o próximo ano, 09 de janeiro de 1991, só que elas passam todo o ano 90 se estruturando, em 1991 a Samba No Pé já vem linda e é campeã com as etnias, com o maior carro que já passou até hoje na Dr. Monteiro, não em largura, mas em comprimento, não sei se era uma carreta, era uma coisa enorme, comprida, era uma onça gigante, e o Luiz Carlos com uma fantasia lindíssima de índio, tinha umas palmeiras no carro, não lembro a São Gabriel, mas a Samba No Pé tinha três carros, o último era uma caravela, perfeita, enorme. [...] Sempre foi muito complicado, nos anos 90 era tenso, foi por isso que se trocou os jurados da cidade, eram jurados daqui, eram pessoas ligadas aos seus quesitos, professores de arte eram convidados para alegorias e adereços, músicos para samba, para bateria, professores de história e portugues para enredo, eram pessoas comuns da nossa comunidade. Só que automaticamente como tu não vai torcer para uma escola de samba e todo mundo se conhece, então tu sabia pra qual escola a pessoa torcia. Sempre alguém apanhava [risos] era tenso, tenso, tenso. Guerra de fazerem protestos de invadirem a prefeitura com manifestação, muito tenso. Nosso carnaval foi muito profissional, o auge do nosso carnaval é os anos 90, metade dos anos 90 em diante, entre 1995 e 2010, o auge do nosso carnaval, é quando as escolas de samba alcançam seu máximo. A São Gabriel reina, de tamanho, de luxo, de tudo. [...] Em 2003 a Samba No Pé despertou, e gostou e não parou mais, começou a conquistar títulos e títulos superando a São Gabriel, é uma rivalidade que existe desde o começo, é uma grande rivalidade entre as duas, foi por isso que se trocou para jurados de fora, mas mesmo assim é muito complicado. [...] A verba para as escolas de samba acontece desde o início, desde aquela época. Partiu da administração pública esse estímulo para criação das escolas de samba. A liga das escolas de samba é ligada ao poder público, o nosso carnaval é do poder público, automaticamente essa verba, esse custeio tem que ter e acontece, só que é muito difícil tu usar só ele, é muito difícil [...] tudo é muito caro. [...]

As escolas de samba ainda dependem muito da prefeitura, claro, a culpa não é delas, mas teria que ter uma forma, como eventos que a prefeitura promovesse que as escolas pudessem colocar um bar, algo assim. [...] Eu pesquiso o carnaval desde quando eu me tornei carnavalesco, em 1995, comecei colecionando fotos de rainhas e duquesinhas dos clubes. Naquela época tu não sendo sócio era praticamente proibido tu entrar no Clube Comércio, era como tu estar na frente do palácio imperial, e eu era adolescente e tinha sonho de conhecer, sempre fui apaixonado por carnaval, sempre foi uma festa que muito gostei, eu entrei no clube e pedi pra olhar a galeria das rainhas, fazia pouco tempo que tinham inaugurado, e eu me apaixonei, foi bem na época que tava começando a despertar na época em mim o gosto pela história, pela pesquisa, tava começando a nascer um historiador. algumas daquelas mulheres pra mim, a grande maioria desconhecidas, algumas conhecidas, e eu fui atrás, comecei a procurar as vivas, conversar, colecionar fotos, na época a Dolfina era viva ainda, eu pegava a mesada que eu ganhava e comprava tudo em foto, fotos da Dolfina. eu saia em busca de quem pudesse me ajudar a identificar as pessoas das fotos. Hoje eu tenho completo todos os Clubes Sociais, completos, a galeria do Clube Caixeiral foi feita com as minhas fotos, o Clube Não tinha, o Guarany também, rainhas e duquesinhas, foi com as minhas fotos, o Comércio se não tivesse fechado também iriam fazer a galeria com as minhas fotos. Em 2010 uma amiga minha me ofereceu se eu não queria uma fantasia pra desmanchar, ela disse que era uma fantasia velha, que não queria mais, tinha muitas pedras que eu poderia usar para a escolas de samba, quando eu ganhei a fantasia, quando eu abri o pacote era uma fantasia completa da rainha do Clube do Comércio de 1972, da Jaçanã e eu de caro identifiquei a fantasia por causa das fotos, fantasia lindíssima toda rosa e aí eu voltei e perguntei pra ela, ela disse que tava no lixo, que passou e pegou pois lembrou de mim, aquilo me deu uma dor. Pensei: Poxa uma fantasia linda, de 1972, quantas não devem estar indo para o lixo. A partir dali começou a me dar a vontade de procurar mais, essa ideia foi sendo amadurecida até 2016, foi quando resolvi criar o projeto Memorial do Carnaval de Arroio Grande, pra ver no que dava, três meses bombou o Facebook, em três meses eu já tinha 50 fantasias, hoje o Museu do Carnaval tem 214 peças, entre fantasias, pedaços de fantasias, adereços de cabeça, roupas de gala. Em três meses que eu lancei na internet eu ganhei muita fantasia, vestidos de coroação, roupas de mascarados, os

tradicionais, da década de 80, a primeira bandeira da Luluzinhas, roupa do Vanderlei, tudo. Em 2017, no aniversário da São Gabriel, 03 de fevereiro, teve a inauguração do Memorial do Carnaval, que foi itinerante, ele é itinerante, pois como ele não tem uma sede eu dependo de locais para poder montar uma exposição. a primeira aconteceu em 03 de fevereiro de 2017 no Museu Municipal, a prefeitura me cedeu o espaço, ficou 30 dias, a inauguração foi linda, teve a banda do Bloco do Caroço, que tocou antigas marchinhas, fizemos uma homenagem para o Clube do Comércio, que um dia antes tava de aniversário, a Izinha tava vestida de pierrô e fez uma apresentação teatral recordando os antigos carnavais, eu passei um texto pra ela e ela fez uma apresentação muito bonita. [...] Foi um sucesso, ficou trinta dias, mais de 500 pessoas, recebemos muitas rainhas e duquesinhas de fora que vieram para ver a exposição, depois de 2017 surgiu mais, metade de 2017 eu fiz uma exposição na inauguração do Centro do Idoso, em 2018 foi na biblioteca, em 2019 foi no 20 pois eu não consegui espaço, foi no hall de entrada do 20, foi só uma representação do Memorial do Carnaval, ano passado com pandemia não teve, esse ano também não. Hoje tem em torno de 200, 214 peças, entre fantasias completas, fragmentos e 5 mil fotos. A maior importância de preservar a história do carnaval é preservar a memória do carnaval, é preservar a história das próprias pessoas, a história da própria comunidade. O Carnaval foi, é e vai continuar sendo a maior manifestação popular. [...] O Carnaval nunca parou, é do século XIX, 120 anos, parou agora, por conta da pandemia, pela primeira vez. O que eu pensei assim , depois que vi aquela fantasia que foi pro lixo, e resolvi montar o Memorial e tudo, o Carnaval é uma festa que identifica a nossa população, uma festa tradicional, muito nossa, o jeito de fazer carnaval o de Arroio Grande só tem aqui, já fui carnavalesco em outras cidades, é muito diferente. O carnaval daqui, é daqui, tem a nossa cara, tem a nossa voz, tem o nosso jeito. [...] Tu pega rainhas, duquesinhas, presidentes de escola de samba, presidentes de clubes, componentes das escolas de samba, quem foi destaque, quem foi porta bandeira, são histórias, histórias de dedicação, são sonhos. A parte que me motivou

muito foi a dos Clube Sociais e vendo o estado que estão os clubes hoje, principalmente os clubes Comércio e Guarany, quanto choros, quantas emoções não tiveram ali. A 20 anos atrás ser rainha de clube era o sonho de muitas adolescente, duquesinha era status, era algo assim, o sonho de toda menina, aí de repente são histórias que morrem, que são esquecidas, e eu como pesquisador me toca muito, eu resgato todos os eventos que Arroio Grande tem, são memórias que não podem morrer. Temos um carnaval que tem o mínimo de ocorrências. Já aconteceram coisas tensas? Já, mas é muito mais um carnaval da paz, do que da confusão, é uma mistura de gente livre a vontade, criança solta por tudo, por aí tu não vê isso, em Jaguarão tu não vê. Em Jaguarão as pessoas são até frias em relação às escolas de samba, lá é mais festa pra jovem, aqui passa escola de samba a Dr. Monteiro não fica esvazia nunca, é a maneira do pessoal sentar, é a maneira de reagir. [...] O toque das escolas de samba de Arroio Grande só tem aqui, é uma mistura de toque de bloco e de cordão carnavalesco, é um toque antigo. Dito por músicos. [...] O Carnaval de Arroio Grande é a nossa cara, é o carnaval popular da família. [...] Em relação às mirins, hoje no Brasil existem apenas 7 municípios que existe escola de Samba mirim, que tem algum destaque no carnaval, Arroio Grande é uma delas.

A primeira mirim vem lá da São Gabriel, a Sementes do Amanhã, fundada pelo Marquinhos Vasquez, mesmo que fundou da São Gabriel. a São José deveria ter nascido adulta, é que a Enilda não conseguiu mobilizar as pessoas, mas ela sempre quis uma escola mirim, mas era pra ter sido adulta, a São José só nasceu em 1995, e nasceu vencedora, no primeiro desfile em 1996 ela já ganhou. A Sementes não tinha um enredo e a São José era pra ter sido adulta, o carro alegórico era um arco íris enorme. [...] Os Barracões já eram para existir a muito tempo, isso vem desde os anos 90 sendo prometido e não sai do papel [...] sempre se falou, sempre se lutou por isso, ele é protocolado, aquilo vai andando, andando mas não sai do lugar. Eu considero muito importante pois vai dar muito mais autonomia para as escolas de samba, elas vão se

desprender um pouco da prefeitura, elas não vão ficar dependendo do dinheiro da prefeitura para ter um espaço, o aluguel é caríssimo, elas gastam muito, pesa muito. Teria uma economia muito grande, é um local que tu vai poder guardar seu material, tu vai poder fazer um estoque. [...] O Museu do Carnaval é uma preocupação muito grande, até a Secretária de Cultura conversou com a possibilidade de um espaço fixo e tudo, eu quero muito. Se alguém chegasse pra mim e dissesse pra mim assim: Eu tenho um espaço pro teu museo. Eu entrego tudo que eu tenho, pois não é meu, as coisas foram doadas, mas a ideia não é ficar comigo, tudo isso que te falei que tenho está na minha casa, eu não tenho mais espaço, são dois guarda roupas enormes, dois armários enormes, cheios de caixas, cada caixa tem duas , três fantasias dentro. tem um pedaço de um esplendor pendurado numa parede, outro atrás do guarda roupa. A casa que eu moro ela é úmida, embora de tempos em tempos eu faça a higienização, eu tenho muito medo de perder esse material todo por ficar muito tempo parado. [...] Não me importo, se tivesse um local entrego tudo, nunca esquecendo de quem teve essa iniciativa, de quem perdeu noites de sono pra fazer tudo isso, fui eu, mas não é meu. Tendo um espaço a gente faz um documento, eu entrego tudo, entrego a responsabilidade, é um museu têxtil, sendo um museo têxtil ele requer uma atenção redobrada, diferente, por exemplo, do que tu ter uma coisa mais sólida, o tecido das fantasias não tem como tu mexer sem luvas, tem que ter luvas, tem que ter máscara, tem que todo o cuidado, tenho fantasias que só em abrir a caixa já cai um bordado, são muito velhas, tecidos muito delicados, tem que ser pessoas que saibam mexer com acervo, que tenham delicadeza pra tirar uma fantasia de uma caixa pra montar no manequim, tem que ter redomas de vidro, pra não ficar em contato com o pó e com o ar, tem que ser um espaço que não tenha muita luminosidade da rua, pois desbota, sem muita ventilação para não trazer umidade. Me preocupo, foram doados pra mim, mas não consideram que sejam meus, cada fantasia que tem lá em casa tem uma história, tem uma memória, tem o dinheiro de alguém, o sonho de alguém, tem as lágrimas, alguém carregou aquilo no corpo, se for fazer um estudo de DNA tem a marca da pessoa ali. Esse espaço é o que mais quero, não que eu queira me livrar, é que por gostar tanto disso, eu tenho muito receio de perder esse material. [...]

APÊNDICE B – Transcrição do Depoimento do Presidente da Escola de Samba Unidos do São Gabriel, João Victor Larrosa, em 04 de outubro de 2021, na Associação dos Moradores do Bairro São Gabriel, Arroio Grande.

Primeiramente que a São Gabriel, na qual sou presidente e posso falar, ela não possui barracão próprio né, então ela não possui um barracão nosso, sempre é alugado ou é muito raramente, mas acontece, emprestado né. O que nos ajuda bastante, mas a função de não ter um próprio nos impossibilita de trabalhar durante o ano, acaba que nos acumula serviço para os últimos dias e também né de preservação de material, também fica difícil de preservar material. Além disso, né então a gente tem esse barracão que a gente aluga consegue emprestado digamos assim nos últimos dois meses 45 dias e ali que a gente constrói os carros e os tripés então geralmente o barracão ele tem um marceneiro que a pessoa que faz a base do carro que organiza que projeta a parte mais brusca de base dos carros e também tem uma ou duas pessoas que conhecem o desenho do carnavalesco, o material que vão fazer os carros e controla esse material de construção, então a gente tem um dos diretores de barracão que coordena as atividades ali né porque é muito movimentado, então chega uma pessoa, chega outra e um começa aqui, não termina lá e então tem que ter essas pessoas responsáveis que conheçam bem o que tão fazendo e como organizar, então a gente busca ter essas pessoas responsáveis. Geralmente o material ele chega questão de 40 dias antes do carnaval, então geralmente até menos, então a gente tem muito pouco tempo para essa construção então geralmente é muito corrido, a gente sempre tenta reutilizar material, sempre se utiliza materiais de outros carnavais, ajuda bastante né, exceto, como por exemplo o Abre-Alas, como é quesito então temos que dar uma caprichada maior digamos assim, e os outros é que a gente às vezes acaba utilizando material de outros anos, que nos dá uma economia de verba, mas a gente vai construindo assim né. Então esse material fica ali, no barracão, que é um dos focos, um dos pontos base da escola onde se reúne as pessoas para fazerem e para se informarem sobre como tá a escola né, e as pessoas ajudam muito né, então geralmente essas pessoas que constroem e que decoram elas não são remuneradas, assim como quem geralmente pega pesado na escola, às vezes não é remunerada, é muito pela paixão pela escola, que passam madrugadas inteiras, o dia inteiro [...] em situações bem precárias às vezes, mas construindo as atividades né.

Então a gente tem essas pessoas aí que botam a escola na avenida e é muito dinâmico assim né, porque as coisas se encaixam, quem chega às vezes no barracão visualiza os carros fora de ordem, as coisas ainda não nos seus lugares e não consegue ter a dimensão do que vai ser na avenida, aí quando liga as luzes, quando arma tudo fica fantástico. Então a gente tem verdadeiros artistas que constroem isso que às vezes não aparecem né, na avenida, aqueles que constroem o carnaval por detrás da cortina e não passam na passarela, então é muito bacana. Essa maneira de organização é muito difícil né, porque tem a função de dinheiro, tem a função de tempo, tem a função de pessoas para fazerem, mas apesar das dificuldades sempre sai coisas muito lindas, assim é né, então é mais ou menos essa dinâmica que a gente enfrenta a questão do espaço, tempo. A gente tem um bônus de pessoas apaixonadas que vestem a camisa e é mais ou menos por aí né que a gente vai trabalhando sempre construindo para fazer dá certo.

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