São Paulo: A Cidade em Tipos

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Hallak Alfassi, Joelle São Paulo: A Cidade em Tipos / Joelle Hallak Alfassi – São Paulo: Editora Chessboard, 2012. Bibliografia. ISBN: 00-000-0000-0 1.São Paulo. 2.Centro Histórico. 3.Cenário Urbano. 4.Cultura. 5. Tipografia Urbana. 6. Design Gráfico. 7.Fotografia

Coordenação Editorial Joelle Hallak Alfassi Capa, Projeto Gráfico e Diagramação Joelle Hallak Alfassi Fotografia Joelle Hallak Alfassi

Copyright © Joelle Hallak Alfassi Todos os direito reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, sob qualquer forma, sem prévia autorização da autora. EDITORA CHESSBOARD Ltda. Rua Apeninos, 456 • conj. 51 Cep 04104-020 • São Paulo • SP Fone: 11 5571-7705 • Fone/Fax: 11 5475-7760


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O projeto deste livro surgiu com o intuito de valorizar a cidade de São Paulo. De resgatar, de um certo modo, sua riqueza cultural e histórica através de um registro fotográfico do centro histórico da capital paulista. A partir de um olhar tipográfico sobre as ruas e localidades que caracterizam o centro histórico, esta obra propõe apresentar um lado da cidade dificilmente percebido pelos cidadãos paulistas. Um lado repleto de memórias, que revela sua beleza através de lugares, fatos e momentos. A tipografia entra neste contexto com o objetivo de demonstrar a evolução da cidade, de resgatar o que há de antigo nela e ao mesmo tempo compreender a cultura e o cotidiano do cidadão paulistano hoje. Encontraremos no centro diversas tipografias distintas. Cada uma delas carrega consigo um significado que revela, de um certo modo, aspectos da cultura ou história da cidade.

As epígrafes que compõem os edifícios antigos certamente contam uma história completamente distinta das placas populares e comerciais que atualmente compõem o cenário da região. Tal contraste evidencia a cultura e a história de uma cidade que evoluiu rapidamente, que contou com um crescimento populacional incontrolável e que por consequência mudou o cidadão paulista.

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O centro histórico de São Paulo é o coração da cidade, o ponto onde ocorreu sua fundação e que deu início ao seu crescimento urbano, gerando a metrópole que conhecemos hoje. Aqueles que hoje passeiam no centro podem perceber a arte e a arquitetura que fazem parte da nossa história, analisar a beleza dos edifícios antigos que a compõem e ao mesmo tempo presenciar a vida cotidiana, o fluxo de pessoas e o comércio formal e informal ali presente.

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Marcos, edifícios e ruas CATEDRAL DA SÉ Localizada na Praça da Sé, a Catedral da Sé é hoje um ícone histórico, arquitetônico, cultural e religioso da cidade de São Paulo. O local onde esta foi erguida abrigou a primeira Igreja Matriz da cidade de São Paulo, no início do século XVII. Projetada em estilo neogótico, a catedral tinha como principal inspiração arquitetônica as catedrais europeias, sendo composta portanto de linhas verticalizadas, vitrais e telhados em forma triangular. Sua construção se iniciou no ano de 1912, porém devido ao seu tamanho e complexidade sua inauguração ocorreu somente 42 anos depois, em 1954.

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MARCO ZERO Inaugurado em 1934, é o monumento que representa o marco zero geográfico da cidade de São Paulo. É a partir dele que se iniciou a numeração das ruas da cidade. Em sua parte superior há um mapa da década de 1930 que indica a direção de algumas das principais saídas da cidade naquela época. Além disso, cada lado do monumento aponta para uma direção, e contém símbolos de locais no Brasil que as representam. São elas: O estado do Paraná; a cidade de Santos; o Estado do Rio de Janeiro; o Estado de Minas Gerais; o estado de Goiás e Mato Grosso.

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PRAÇA DA SÉ A praça que abriga a Catedral da Sé e o Marco Zero é considerada desde 1900 o coração da cidade. Desde seu início o espaço da Praça da Sé era utilizado para o comércio informal, além de abrigar lojas, boutiques, centros de serviços, restaurantes e cafés. Atualmente a Praça da Sé é considerada, além de ponto de encontro, local de passagem. Localizada acima da estação da Sé, a principal do sistema metroviário de São Paulo, a praça recebe aproximadamente um milhão e meio de pessoas por dia (GUIMARÃES 2005:88). É notável a diversidade de pessoas que por ela circulam, além do intenso comércio informal ali presente, que conta com vendedores ambulantes, engraxates, camelôs e anunciantes.

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SOLAR DA MARQUESA DE SANTOS Localizado no local onde ocorreu a fundação da Vila de São Paulo de Piratininga, em 1554, o solar representa o último exemplar da arquitetura residencial urbana paulistana do século XVIII. Entre os anos de 1834 e 1867 pertenceu a Maria Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, amante do primeiro Imperador do Brasil, Dom Pedro I. Durante este tempo o solar transformou-se em uma das residências mais frequentadas pela aristocracia paulistana, ponto de reunião de artistas e intelectuais. Atualmente conhecido como o mais significativo bem cultural do centro velho da cidade, abriga desde 1933 a sede do Museu da Cidade, onde ocorrem exposições temporárias e permanentes.

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PÁTIO DO COLÉGIO O Pátio do Colégio marca o local da fundação da cidade de São Paulo. Composto de linhas retas e formas geométricas, é um exemplo da arquitetura colonial do século XVI no Brasil, seguindo o estilo maneirista português. Em 1554 os padres jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta construíram uma casa para iniciar a catequização dos indígenas, além de servir de alojamento aos jesuítas. No dia 25 de Janeiro deste ano foi celebrada a primeira missa no local, marcando o nascimento da cidade de São Paulo. Após a expulsão dos jesuítas do Brasil no século XVIII, o local chegou a ser sede do governo, e hoje oferece atividades culturais, exposições, cursos, peças teatrais, concertos e oficinas.

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MONUMENTO GLÓRIA IMORTAL AOS FUNDADORES DE SÃO PAULO Localizado no Pátio do Colégio, este monumento de autoria do artista italiano Amadeo Zani foi construído na época em que o Pátio era sede do governo paulista. No topo do monumento há uma figura feminina feita em bronze representando a cidade de São Paulo. A escultura em sua parte inferior pretende representar os indígenas trabalhando na construção da cidade. Além disso, cenas do cotidiano da São Paulo colonial estão representadas em bronze na base do monumento.

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VIADUTO BOA VISTA Localizado entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, o viaduto era considerado um ponto estratégico que facilitava a defesa da vila. Dele é possível ver o vale que levava até o Rio Tamanduateí, hoje canalizado. Além disso, no viaduto está localizado

o Impostômetro, painel que informa em tempo real sobre o valor total dos impostos arrecadados pela união ao longo de cada ano.

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CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL Situado na Rua Álvares Penteado, o Centro Cultural Banco do Brasil foi o primeiro prédio próprio do banco na cidade de São Paulo. O edifício, que mistura os estilos neoclássico e art nouveau, foi construído em 1910 e reformado na década de 1920. Em sua fachada há entalhes que fazem alusão a ramos de café, abacaxis e folhas de fumo, ícones da aristocracia paulista na época em que foi construído. Além disso, na entrada principal do edifício está representado Mercúrio, o deus grego do comércio. Atualmente, além de abrigar o Centro Cultural Banco do Brasil, o local destinase a exposições de arte, cursos, palestras, espetáculos teatrais e concertos musicais.

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PRAÇA DO PATRIARCA A Praça é nomeada em homenagem ao “patriarca da independência” do Brasil, José Bonifácio de Andrade e Silva, um dos mais importantes personagens na história da independência do país. O local surgiu no início do século XX como consequência do crescimento

da cidade de São Paulo. Naquela época o quarteirão localizado na intersecção das ruas Direita e São Bento foi demolido com o objetivo de aumentar o espaço de circulação da região, dando origem à atual Praça do Patriarca.

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EDIFÍCIO MATARAZZO O Edifício Matarazzo foi construído na década de 1930 para funcionar como sede das indústrias reunidas Francisco Matarazzo. Acima das portas de entrada do prédio há esculturas em alto relevo que simbolizam algumas das áreas de atuação da indústria, como tecelagem, metalurgia, agricultura, farmácia e navegação. Projetado pelo arquiteto italiano Marcello Piacentini, o prédio é um grande exemplo da influência fascista na arquitetura. As linhas sóbrias, os altos pilares e o formato quadrangular que compõem sua construção são característicos deste estilo. Além disso, o prédio possui a maior fachada do mundo revestida em mármore travertino romano, pedra predileta do conde Matarazzo.

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VIADUTO DO CHÁ Construído no final do século XIX, por conta da dificuldade da população em atravessar o vale do Anhangabaú, o Viaduto do Chá liga o centro velho ao centro novo da capital paulista. Inaugurado em novembro de 1892, o viaduto foi o primeiro a efetuar a cobrança de pedágio na cidade. Naquela época, passear pelos seus 180 metros de extensão tornou-se símbolo de status na cidade. Em 1938 o primeiro viaduto foi desmontado, dando origem ao Viaduto do Chá que conhecemos hoje, com 240 metros de extensão. Devido ao intenso fluxo de pessoas ali presente, o viaduto é atualmente utilizado como cenário de gravação de filmes e programas de televisão. Vista do Viaduto do Chá

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VALE DO ANHANGABAÚ Antigamente o local era ocupado por uma grande fazenda de chá, propriedade do Barão de Itapetininga. Atualmente a extensa área do Vale do Anhangabaú é utilizada para a realização de comícios, manifestações, comemorações, eventos e shows. Além de reunir o prédio da Prefeitura

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de São Paulo, o Teatro Municipal, a Escola Municipal de Balé, o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e um campus universitário.


TRIÂNGULO HISTÓRICO O Triângulo Histórico é formado pelas ruas Direita, XV de Novembro e São Bento. Ruas que antigamente concentravam a vida comercial e social da cidade. Durante muitos anos foram consideradas pontos de encontro e contavam com lojas luxuosas, casas de chá e bares elegantes. A expressão “fazer o triângulo” era utilizada naquela época para descrever a ação de percorrer estas ruas a pé, o que deu origem a sua denominação hoje. Atualmente essas ruas são uma zona de grande comércio no centro e contam com um intenso fluxo de pessoas.

Esquina da Rua Direita com a Rua São Bento

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EDIFÍCIO MARTINELLI Projetado e construído na década de 1920, o Edifício Martinelli foi o primeiro arranha-céu erguido na cidade de São Paulo. Era a maior estrutura de concreto armado da América Latina naquela época, com 105 metros de altura. A frente do edifício está localizada na esquina da Rua São Bento com a Avenida São João, e o fundo na Rua Líbero Badaró. Atualmente é possível agendar visitas monitoradas no edifício para conhecer sua história e arquitetura.

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TEATRO MUNICIPAL Construído entre os anos de 1903 e 1911 o Teatro Municipal está localizado no Vale do Anhangabaú próximo ao Viaduto do Chá. Inspirado no prédio Ópera de Paris de Charles Garnier, a construção possui características da arquitetura clássica,

barroca e renascentista greco-romana. Atualmente é considerado por muitos o edifício mais importante de São Paulo e o mais belo da América Latina. Além de ser um dos mais importantes teatros da cidade.

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VIADUTO SANTA IFIGÊNIA O Viaduto Santa Ifigênia foi construído entre 1911 e 1913 com o objetivo de interligar o Largo de São Bento a Santa Ifigênia. Projetado pelos arquitetos italianos Giulio Micheli e Giuseppe Chiapori, o viaduto de 225 metros de comprimento foi

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encomendado na Bélgica, de onde vinham as peças para serem montadas aqui. A estrutura de metal pintada de ocre e os arcos multicoloridos contrastam com suas grades em estilo Art Nouveau, sendo considerado portanto uma das mais belas construções de São Paulo.


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Antes de iniciarmos a análise das tipografias presentes no centro histórico da cidade faz-se necessário compreender primeiramente o que se entende pelo termo tipografia. Sua compreensão se torna importante para definirmos, dentre a diversidade de elementos participantes do cenário urbano, aqueles que pertencem a esta categoria específica.

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Pode-se afirmar que dentro da paisagem urbana o termo tipografia engloba todos os caracteres que interferem neste cenário. Assim como afirma Anna Paula S. Gouveia (2007): “Paisagem tipográfica” seria, então, a paisagem formada por um subconjunto de elementos gráficos presentes no ambiente urbano: os caracteres que formam palavras, datas, e outras mensagens compostas por letras e números. Tipografia, neste contexto, deve ser entendida em um sentido amplo, que inclui caracteres obtidos através de processos que seriam mais bem classificados como letreiramento (pintura, gravação, fundição, etc.) (Farias, 2000), e não apenas aqueles obtidos através dos processos automatizados ou mecânicos.

Conforme a autora percebe-se que no espaço urbano a tipografia engloba caracteres produzidos através de meios mecânicos e manuais. Portanto não há necessariamente uma regra ou um padrão a serem seguidos em sua produção.

Desta forma esta poderá conter aspectos irregulares ou até mesmo ilegíveis e ainda assim ser classificada como tipografia. Sendo assim se define por tipografia urbana todas aquelas manifestações presentes no cenário urbano que, através do uso de caracteres, pretendem comunicar algo, como: placas, inscrições, advertências, sinalizações, anúncios e até mesmo grafites e pichações. Nota-se que o conjunto identificado destas manifestações dentro de um espaço limitado pode ser classificado como paisagem tipográfica. A paisagem tipográfica é então, conforme Gouveia (2007), o termo que define a composição dos elementos tipográficos percebidos em um determinado ambiente. Termo que engloba todo e qualquer caractere que interfere o cenário urbano e que, de uma certa forma, tem o intuito de comunicar algo.

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Tipografia é transformar um espaço vazio num espaço que não seja mais vazio. Isto é, se você tem uma determinada informação ou um texto manuscrito e precisa dar-lhe um formato impresso com uma mensagem clara que possa ser lida sem problema, isso é tipografia. Wolfgang Weingart

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Devido a variedade tipográfica encontrada no centro de São Paulo, foram estabelecidas sete categorias que classificam as diferentes paisagens tipográficas da região. Cada uma delas pretende apresentar o centro a partir de um ponto de vista único, relacionado tanto à cultura, quanto à história da cidade. Sendo assim, cada categoria estabelecida é encarada nesta obra como um fragmento da cultura da cidade, sendo o conjunto destes fragmentos a representação da cultura atual.

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Esta categoria engloba todas as inscrições que de uma certa forma fazem parte de um edifício, como seu nome e número, por exemplo. As tipografias encontradas nesta categoria apresentam um lado cultural e histórico da cidade, uma vez que possuem características do momento histórico em que o edifício foi planejado ou construído. Sendo assim, a partir da análise das mesmas é possível compreender como e quando ocorreu o desenvolvimento da cidade.

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A tipografia existe para honrar seu conteúdo. Robert Bringhurst

Praça da Sé, 108

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EdifĂ­cio Dr. Walther Seng Rua Marconi, 131

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Edifício Martinelli Rua Líbero Badaró, 504

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Faculdade de Direito da Universidade de S達o Paulo Largo S達o Francisco, 95

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Edifício Stella Maris Praça da Sé, 270

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Edifício da Caixa Econômica Federal Praça da Sé, 111

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Edifício da Caixa Econômica Federal Praça da Sé, 111

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Fórum João Mendes Junior Praça João Mendes, s/nº

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Rua Benjamin Constant, 12

Rua Boa Vista, 84

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Edifício Altemira de Barros Praça Jõao Mendes, 182

Edifício Pau D`alho Praça Ouvidor Pacheco e Silva, 104

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Prédio Sampaio Moreira Rua Líbero Badaró, 346

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Teatro Municipal Praรงa Ramos de Azevedo, s/nยบ

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Casa das Arcadas Rua Quintino BocaiĂşva, 148

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Prédio Ouro Para o Bem de São Paulo Rua Álvares Penteado, 23

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Centro Cultural Banco do Brasil Rua Ă lvares Penteado, 112

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EdifĂ­cio Palacete Chavantes Rua Benjamin Constant, 171

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EdifĂ­cio Palacete Chavantes Rua Benjamin Constant, 171

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Rua do Tesouro, 23

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Banco do Estado de São Paulo Rua João Brícola, 24

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Banco do Estado de São Paulo Rua João Brícola, 24

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EdifĂ­cio Pasteur Rua Marconi, 94

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Rua Marconi, 23

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Edif铆cio Anhembi Rua Senador Feij贸, 64

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Edif铆cio Anhembi Rua Senador Feij贸, 64

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Banco de S達o Paulo Rua XV de Novembro, 347

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Banco de S達o Paulo Rua XV de Novembro, 347

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Esta categoria reúne todas as inscrições que têm como finalidade homenagear personagens ou fatos históricos relevantes à história da cidade. Geralmente encontrada em monumentos públicos, a tipografia honorífica revela então aspectos da história e formação da cidade de São Paulo.

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Monumento em homenagem a José Bonifácio de Andrada e Silva Praça do Patriarca

Há muito a tipografia já não é mais entendida como um desenho capaz de articular conteúdos; além de reveladora de aspectos culturais,técnicos e históricos suas formas proporcionam uma experiência àquele que a percebe. Bruno Guimarães Martins

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Monumento em homenagem a Ă lvares de Azevedo em frente a Universidade de SĂŁo Paulo Largo SĂŁo Francisco, 95

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Monumento em homenagem a Ă lvares de Azevedo em frente a Universidade de SĂŁo Paulo Largo SĂŁo Francisco, 95

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Inscrição no Pátio do Colégio

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Inscrições no Pátio do Colégio

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As tipografias de registro têm por finalidade registrar oficialmente a marca de empresas, públicas ou privadas, prestadoras de serviços, como de telefonia ou saneamento. Normalmente gravadas em tampões de bueiros e grades, a tipografia de registro é um elemento frequente na paisagem urbana atual. No centro ela contém aspecto histórico uma vez que é encontrada em antigos tampões de ruas, além de depósitos noturnos, onde era depositado o dinheiro dos bancos antes da existência de caixas eletrônicos.

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O significado de um determinado texto não é dado apenas pelo seu conteúdo semântico, mas também por sua imagem, por seu desenho, por sua tipografia. Bruno Guimarães Martins

Tampão da Embratel

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Tampão do Departamento de Operação do Sistema Viário

Tampão da Sabesp

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Sino no Pátio do Colégio

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Inscrição na calçada da Rua 7 de Abril

Tampão da PMSP

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Poste no Viaduto do Chรก

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Depósito Noturno Rua João Brícola, 24

Depósito Noturno Rua XV de Novembro, 111

Depósito Noturno Rua XV de Novembro, 275

Depósito Noturno Rua XV de Novembro, 275

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Esta categoria reúne todas as tipografias que estão relacionadas ao comércio da região, como nomes de lojas e restaurantes, anúncios promocionais e anúncios de serviços. Porém, devido a variedade tipográfica encontrada, foram estabelecidas duas subcategorias que classificam a tipografia comercial: “formal” e informal”. A tipografia formal é toda aquela tipografia que nota-se um projeto por trás de sua confecção. Produzidas com materiais nobres, de longa duração e normalmente utilizadas em marcas de empresas. Já a tipografia informal é toda aquela tipografia gerada espontaneamente, mas que além disso possui caráter passageiro. Isso significa que qualquer tipografia comercial que, seja por conta do material que foi produzida, do suporte ou até mesmo de sua finalidade é de curta duração, entra nesta classificação.

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O tipo é uma entidade viva integrada às tendências e ao espírito da sociedade. Erik Spiekermann

Lanchonete McDonald`s Rua Barão de Itapetininga, 26

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Banca Praça da Sé

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Livraria Saraiva Praça da Sé, 423

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Academia Bio Ritmo Rua XV de Novembro, 194

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Loja Colombo Rua S達o Bento, 67

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Lanchonete da Estação Rua São Bento, 308

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Restaurante Bancรกrio Rua da Quitanda, 92

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Loja Chocolates Brasil Rua Barão de Itapetininga, 37

Loja Chilli Beans Rua Marconi, 58

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Loja Claro Rua Álvares Penteado, 184

Loja Authentic Feet Rua São Bento, 294

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Loja Marisa Rua Direita, 25

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Loja das Havaianas Rua S達o Bento, 38

Lanchonete Downtown Rua XV de Novembro, 265

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Restaurante Rua Venceslau Brรกs, 86

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Nenhum texto diz apenas aquilo que desejava dizer. Karlheinz Stierle

Vendedor na Praça da SÊ

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Cafeteria Péle Arena Café Rua XV de Novembro, 194

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Bar Dodo Chopp Rua Ă lvares Penteado, 221

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Rua Santa Teresa, s/nยบ

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Banca Pátio do Colégio

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Loja Casas Bahia Praรงa Ramos de Azevedo, 131

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Rua Direita, 132

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Banca Rua Direita

Loja Magazine Luiza Rua Direita, 231

Loja Rua Direita, s/nยบ

Loja Rua Direita, s/nยบ

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Loja Claudia Calรงados Rua Direita, 239

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Loja Praça da Sé, s/nº

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Barraca Rua Bar達o de Itapetininga

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A tipografia em movimento é toda aquela tipografia que se encontra em um suporte que está em movimento. Em outras palavras, é aquela tipografia que se desloca entre as ruas do centro, normalmente por se encontrar em camisetas, coletes e placas de comerciantes. Esta categoria se difere das outras, uma vez que as tipografias que a compõem não possuem um padrão de linguagem e forma que as identificam como um grupo. Neste caso, o que as classifica como tal é o fato de seu suporte não ser fixo a um único ponto.

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As paisagens tipográficas urbanas de cada região revelam um pouco dos hábitos e costumes de seu povo, bem como elementos de sua cultura visual. Fátima Finizola

Cidadão no Viaduto do Chá

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Comprador de Ouro, Praรงa do Patriarca

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Compradores de Ouro, Praça da Sé

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Anunciante Rua Marconi

Anunciante Viaduto do Chรก

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Anunciante Rua Sรฃo Bento


Ambulante Praça da Sé

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Rua Direita

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Ambulante Viaduto do Chรก

Anunciante Rua Direita

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Rua Ă lvares Penteado

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Inclui-se nesta categoria toda tipografia praticada ilegalmente em lugares públicos, como grafites e pichações. Esta categoria reúne então inscrições executadas sem planejamento e sem autorização de arquitetos, construtores e proprietários de edifícios. Cabe afirmar que as manifestações urbanas certamente não estão relacionadas a história da cidade, como a tipografia arquitetônica ou honorífica, porém expressam uma cultura, relacionada tanto à arte, quanto a rebeldia do cidadão paulista.

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Cada cultura transfere à sua maneira marcas para a forma de sua escrita. Bruno Guimarães Martins

Banca Avenida São João

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Praรงa Ouvidor Pacheco e Silva, s/nยบ

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Parque Anhangabaú, s/nº

Rua São Bento, s/nº

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Praça da Sé, s/nº

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Rua Roberto Simonsen, 79

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Rua Doutor Miguel Couto, s/nยบ

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Rua Sรฃo Bento, s/nยบ

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Rua Anchieta, s/nยบ

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Rua Roberto Simonsen, s/nยบ

Viaduto do Chรก, s/nยบ

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Rua Ă lvares Penteado, 23

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Loja Via 2014 Rua da Quitanda,154

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Orelh達o Rua XV de Novembro

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Lambe lambe Rua Direita, s/nยบ

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Esta categoria reúne todas as inscrições que têm como função informar, advertir e regulamentar o tráfego urbano, como placas de ruas, sinalizações de trânsito e informações gerais sobre determinado edifício ou espaço urbano. As tipografias desta categoria são fabricadas a partir de um padrão pré-definido e atendem à uma regulamentação tanto de formas e materiais, quanto de ocupação do espaço, uma vez que carregam informações importantes e portanto pretendem garantir sua visibilidade.

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As características da linguagem escrita são sempre moldadas por variáveis sociais, econômicas, educacionais ou tecnológicas, de acordo com determinada sociedade, linguagem ou tempo. Sue Walker

Esquina da Rua São Bento com a Rua da Quitanda

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Placa da Praça da Sé em frente a Catedral da Sé

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Placa do Pátio do Colégio

Placa da Praça da Sé

129 Placa do Parque do Anhangabaú

Placa da Rua Líbero Badaró

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Placa na Rua Roberto Simonsen

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Placa da Pra莽a Padre Manoel da N贸brega

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Placa da Praรงa Ouvidor Pacheco e Silva

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Placa da Rua Boa Vista

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Informação em poste na Praça da Sé

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Placa informativa no Pátio do Colégio

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Placa em porta de garagem na Rua L铆bero Badar贸

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Informação em poste na Rua Boa Vista

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Lixeira Praça da Sé

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Faixa informativa

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Informação em asfalto na Praça Ramos de Azevedo

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Referências Bibliográficas FINIZOLA, Fátima. Tipografia Vernacular Urbana - Coleção Pensando o Design. São Paulo, Editora Edgard Blucher, 2010 GOUVEIA, Anna Paula S.; PEREIRA, André L. T; FARIAS, Priscila L.; BARREIROS, Gabriela G. apud FINIZOLA, Fátima. Tipografia Vernacular Urbana - Coleção Pensando o Design. São Paulo, Editora Edgard Blucher, 2010 MARTINS, Bruno Guimarães. Tipografia popular: potências do ilegível na experiência do cotidiano. São Paulo, Editora AnnaBlume, 2007 WALKER, Sue. Typography and language in everyday life: prescriptions and practices. Singapura: Pearson Education, 2001 WEINGART, w. apud MARTINS, Bruno Guimarães. Tipografia popular: potências do ilegível na experiência do cotidiano. São Paulo, Editora AnnaBlume, 2007 BRINGHURST, Robert. apud MARTINS, Bruno Guimarães. Tipografia popular: potências do ilegível na experiência do cotidiano. São Paulo, Editora AnnaBlume, 2007 STIERLE, Karlheinz. apud MARTINS, Bruno Guimarães. Tipografia popular: potências do ilegível na experiência do cotidiano. São Paulo, Editora AnnaBlume, 2007 ERIK, Spiekermann. A Linguagem Invisível da Tipografia. São Paulo, Editora Edgard Blucher, 2011


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O caos que toma conta do cenário urbano atual é característica marcante das cidades contemporâneas. Em meio ao ritmo acelerado deste cenário, do trânsito de carros e pessoas, da velocidade e diversidade das atividades ali presentes, surgem diversas paisagens tipográficas. Placas de sinalização, fachadas comerciais e residenciais, vitrines, outdoors, panfletos, cartazes, faixas, painéis revelam a presença da escrita na cidade. Presença que se faz marcante devido à quantidade e diversidade de elementos tipográficos encontrados em meio a este cenário. Tendo como foco o centro histórico de São Paulo, esta obra pretende apresentar as diversas paisagens tipográficas existentes na cidade com o objetivo de retratar e valorizar seus aspectos culturais e históricos.

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