Salvo algumas exceções, a trilogia erótica da escritora brasileira Hilda Hilst freqüentemente é considerada como algo destacado em sua produção literária e de menor alcance estético por sua estreita aproximação com aspectos da pornografia. O objetivo deste trabalho é mapear as perspectivas estéticas da trilogia através da investigação de seu discurso, linguagem e estrutura, como também demonstrar que a autora não abandona as profundas questões da existência que sempre constituíram o foco de seu legado literário, quais sejam: Deus, a morte, a arte literária e as relações humanas.
Algumas das principais fontes teóricas usadas para desenvolver uma análise das obras foram encontradas no pensamento de Georges Bataille a respeito do
erotismo, nas considerações de Mikhail Bakhtin a respeito dos discursos, nas discussões de Luiz Costa Lima sobre a ficção e na teoria de Gérard Genette sobre a estrutura dos textos literários.