Arte sobre foto de Thirdman /PEXELS
um novo começo p. 02 · COMO AS CRIANÇAS ENFRENTAM O CONFINAMENTO p. 10
Ano XLIX | Série IV
PALAVRAS QUE EDIFICAM
edição 02 · FEVEREIRO de 2021
EUTANÁSIA:
PORQUE NÃO? P. 04
P. 05
P. 14
a medicina de deus
campanha "30 dias para viver"
Perseguição que resulta em nova ousadia
{ 2 } FORTALEZA
EDITORIAL
UM NOVO COMEÇO Pr. António Gonçalves Pastor titular da Igreja Baptista de Leiria
EM DETERMINADO momento da vida dos povos, das instituições, das famílias e das pessoas em geral, sonha-se com um recomeço ou uma profunda mudança de vida. Com a chegada de Jesus alvoreceu um novo tempo, uma nova esperança – uma nova forma de ver o mundo. Era o momento de reformar tudo e dar um novo rumo à humanidade. A nossa vida, a nossa família, a “nossa” igreja, todos nós, precisamos passar por uma transformação radical e manter o rumo certo. Estamos impressionados com os dramas humanos - o sofrimento, as guerras, a afronta dos poderosos, os refugiados de guerra, os novos campos de concentração, a perda de valores éticos, em suma, o desnorte total deste mundo super tecnológico. O mundo que foi impactado com o Evangelho de Jesus sofre hoje de uma desordem total, afogado nos seus ideais anti cristãos. A desventura bateu à porta desta geração que baniu Jesus das suas vidas e da sua história. Este tempo (d. C. – Depois de Cristo) deve ser classificado hoje como s. C. (sem Cristo). Cristo está fora do nosso tempo e dos ideais desta geração. O homem quer viver sem Jesus, pensa que pode caminhar sozinho e traçar o seu próprio destino. Escolheu
caminhar para o precipício civilizacional. Chegou a Covid-19 e com ela muitas alterações sociais. Vivemos um momento de confusão, incertezas e perplexidade. Esta pandemia trouxe restrições ao trabalho, ao congregar para o culto, à vida social, ausência de afetos, impossibilidade de visita hospitalar e lares, alterações às regras sociais e, finalmente, um confinamento geral. As cidades estão vazias, o comércio e as escolas estão fechados. O uso de máscaras tornou-se obrigatório e o distanciamento social uma realidade. O nosso mundo resume-se a quatro paredes! É neste drama histórico que Jesus conduz a Sua Igreja. No meio das desventuras e dramas complexos, temos uma certeza: Ele derramará sobre nós a Sua graça quando estes nos baterem à porta. Jesus manifestará a Sua misericórdia se tão-somente estivermos dispostos a recebê-la. Prometeu edificar a Sua Igreja (Mateus 16:16) e estar com os Seus discípulos todos os dias e em todas as situações - “Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mat 28:20). Temos uma mente complexa e nem sempre conseguimos exteriorizar o que nos vai na alma. Por vezes vivemos no silêncio da
nossa casa esse sofrimento e solidão existencial. Há alturas que empreendemos a travessia do deserto, sozinhos! O nosso quarto transforma-se no nosso “Sinai”, local de encontros com o Senhor. Todavia, aprendemos que para Deus não há impossíveis. Tal como Jó, a nossa fé é vital e desafiadora - “Sei que meu Redentor vive”! Não há problema que Jesus não possa resolver, nem drama que não seja ultrapassado ou mal que não seja vencido. Todos nós temos de passar por uma transformação radical de vida - a conversão! É a partir daí que iniciamos um novo começo, um novo projeto de vida e um renovar da nossa cosmovisão. Então seremos parceiros de Deus numa caminhada e aventura, cujo final será a concretização de todos os nossos sonhos – Um mundo novo, uma vida nova. Será a nossa viagem sem retorno! (“Eis que faço novas todas as coisas … Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte” Ap 21:5, 7-8). Não hesites, embarca também!
A REVISTA INFORMATIVA CRISTÃ FORTALEZA É PUBLICAÇÃO DA IGREJA BAPTISTA DE LEIRIA \\CONTRIBUÍRAM PARA ESTA EDIÇÃO: SAÚDE ISAQUE PEREIRA REFLEXÃO JORGE CRUZ MENTE REGINA DUQUE \\EQUIPA: EDIÇÃO JORNALÍSTICA JESSICA GERMANO TELES ARTE-FINAL JERFFESON ALMEIDA DIAGRAMAÇÃO EDSON PEREIRA FOTOGRAFIA PEXELS. COM REDAÇÃO JÔNATAS GOMES, ANTÓNIO GONÇALVES REVISÃO Daniela Guedes Lopes CONTACTO (+351) 935 266 510 IMPRESSÃO Lizonline
#TEMPODELAZER
FORTALEZA { 3 }
PARA LER, VER OU ASSISTIR/ #TEMPODELAZER Jerffeson Almeida Divulgação
É designer, analista financeiro e membro da Igreja Baptista de Leiria
A PARTIR desta edição iremos estrear uma nova rubrica, onde poderá encontrar dicas de filmes, livros, músicas, peças de teatro e outras modalidades de arte ligadas à mensagem de Cristo. Independentemente da sua fé, os filmes de caráter cristão são uma ótima opção de lazer para quem está em casa nesta quarentena, seguindo as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do governo, por causa da pandemia de Covid-19. São produções que costumam trazer mensagens de esperança e de conforto, algo que necessitamos, sobretudo nos tempos atuais.
Quarto de Guerra (2015) Conta a história de um casal que aparenta ter uma ótima vida, com uma filha linda e uma casa de sonho. Mas, na verdade, o casamento tornou-se uma zona de guerra e a primogénita um dano colateral. Com a orientação de uma sábia, a esposa descobre que pode começar a lutar pela família. E à medida da sua oração e fé, a mulher começa a transformar a sua vida, seguida pelo marido, que se junta à companheira nesta luta.
3. Cartas para Deus (2010) Obra inspirada numa história real, conta a trajetória de Tyler Doherty, um menino de oito anos com muita fé e coragem, que luta contra um cancro. As orações de Tyler tomam a forma de cartas que ele escreve para o seu amigo, Deus. Os textos passam pelas mãos do carteiro Brady, que também está a passar por dificuldades e procura um sentido para a vida. Brady não sabe o que fazer, mas a sua decisão torna-se uma evidência do poder da bravura e da graça de Tyler. Divulgação
Divulgação
A seguir, três dicas de filmes para assistir sozinho ou com a família.
À Prova de Fogo (2008) O filme conta a história de Caleb, um bombeiro herói que preza pela dedicação e pelo serviço ao próximo acima de tudo. No entanto, a parceria no seu casamento está prestes a desfazer-se em fumaça. Caleb passa a ter o desejo de transformar a sua vida e o seu matrimónio através do poder curativo da fé e de seguir adiante pelo lema dos bombeiros: nunca deixe o seu parceiro para trás.
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SAÚDE
A MEDICINA DE DEUS Dr. Isaque Pereira É Médico e membro da Igreja Baptista de Leiria.
O FAMOSO “Papiro Ebers”, um livro médico escrito no Egipto por volta de 1552 A.C. continha mais de 700 fórmulas mágicas e remédios que, na época, se supunham eficazes no tratamento de muitas enfermidades. A título de exemplo: para retirarem farpas da pele, eles aplicavam sangue de vermes e esterco de burro. Não imaginando que seria “meio caminho andado” para contraírem uma doença mortal chamada tétano. Os “remédios” eram muitas vezes até piores que as doenças. Por essa época nasceria Moisés. Embora ele fosse israelita, cresceu na corte real e “foi educado em toda a ciência dos egípcios...”(Actos 7:22). Por isso, não restarão muitas dúvidas de que tenha conhecido razoavelmente bem a ciência médica do seu tempo. Milhares de israelitas deveriam ter usado também alguns dos remédios comuns nessa época. Quando Moisés guiou o povo de Israel para fora do Egipto, o Senhor fez-lhe uma promessa extraordinária para a nova nação: “Se ouvires atento a voz do SENHOR teu Deus e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres ouvidos aos seus mandamentos e guardares todos os seus estatutos, NENHUMA ENFERMIDADE (que promessa!!!) virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois EU SOU O SENHOR que te sara” (Êxodo 15:26). Deus garantiu uma isenção de enfermidades como a medicina
moderna jamais seria capaz de replicar. Pelo relato bíblico, constatamos que Moisés tinha tanta fé nas instruções de Deus que não incorporou nenhum erro dos médicos do seu tempo nas instruções divinas. Se isso tivesse acontecido, ele (Moisés) teria incluído nas leis, “dentes de burro triturado com mel” ou “aplicação de esterco” nas feridas. Pelo contrário, as instruções recebidas de Deus não estavam apenas destituídas de práticas nocivas, como continham recomendações positivas que tiveram grande impacto na história da prevenção de doenças infecto-contagiosas graves. Durante centenas de anos, a lepra matou milhões de pessoas na Europa. Um reputado professor de saúde pública da Universidade de Columbia (George Rosen), certa vez, escreveu: “A lepra foi a maior desgraça que já lançou a sua sombra sobre a vida da humanidade medieval. O medo de todas as outras enfermidades em conjunto não pode ser comparado ao terror espalhado pela lepra. Nem mesmo a peste negra do século XIV produziu um estado de semelhante pavor. Era comum, particularmente entre os pobres, e alcançou o seu apogeu nos séculos XIII e XIV” (sic). Outra praga que fez da Idade Média uma “época de trevas”, foi a peste negra que se estima ter dizimado cerca de 60 milhões de pessoas. Foi o maior desastre
registado na história humana: “varrendo tudo o que encontrava pela frente, esta pandemia trouxe pânico e confusão. Os mortos eram atirados precipitadamente para valas comuns; corpos putrefactos jaziam em todos os lugares, nas casas e nas ruas; coveiros e médicos eram atirados para as mesmas valas” (sic). O que conseguiu controlar as maiores pragas da Idade Média? “A liderança foi tomada pela Igreja, já que os médicos nada tinham a oferecer. A Igreja tomou como princípio o conceito de contágio apresentado pelo Antigo Testamento. Esta ideia é definida com muita clareza no Livro de Levítico (Lev.13): uma vez diagnosticada a lepra, o doente deveria ser segregado da comunidade. Segundo os preceitos apresentados em Levítico, realizou-se a grande façanha - a erradicação metódica da lepra” ▶ (sic George Rosen).
NOTÍCIAS
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CAMPANHA "30 DIAS PARA VIVER" PRESTES A ter início, a campanha “30 dias para viver” irá decorrer entre os dias 1 e 30 de março, com foco em três princípios: a Edificação, a Evangelização e a Oração. A iniciativa é baseada no devocional “Um mês para viver”, de Kerry Shook e Chris Shook. A ação pretende envolver toda a nossa igreja no propósito anunciado. Entre os temas para reflexão neste período estão: Viver intensamente; Amar completamente; Aprender humildemente; Partir Corajosamente; e Celebrar algo especial.
Foto de Frans Van Heerden/PEXELS
Logo que as nações europeias observaram que a aplicação da quarentena bíblica trazia a lepra sob controlo, aplicaram o mesmo princípio contra a peste negra, impedindo que a catástrofe fosse maior. Felizmente, nos nossos dias, os poucos casos de lepra que surgem são curados, já que surgiram medicamentos eficazes e os doentes passado algum tempo podem conviver em sociedade. Então, porquê a admiração quando, em relação à pandemia da Covid-19, somos aconse-
O objetivo da campanha é gerar reflexão sobre como a vida é limitada e promover impacto e mudanças na vida dos participantes, através da oração, Palavra de Deus e evangelismo.
lhados a evitar ao máximo os contactos sociais? Vale a pena relembrar as palavras de Deus: “Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus... nenhuma enfermidade virá sobre ti...” Claro que esta promessa não se aplica a nós, de forma absoluta. Mas, uma vida regrada, segundo os padrões cristãos, poupa-nos de muitas doenças. Doenças relacionadas com os excessos alimentares, excesso de bebidas alcoólicas ou outras substâncias tóxicas (tabaco/drogas) e doenças sexualmente transmissíveis e as regras de higiene, principalmente das mãos e distanciamento social em época de pandemia, são essenciais.
Serão realizados cultos temáticos sobre o assunto e eventos especiais dentro da programação dos 30 dias de campanha. Para começar, responda à pergunta: O que faria se descobrisse que só tem mais 30 dias de vida? Material de divulgação
As leis contra a lepra em Levítico devem ser consideradas o primeiro Tratado de Saúde Pública.
Foto de Karolina Grabowska/PEXELS
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EUTANÁSIA: PORQUE NÃO? Dr. Jorge Cruz É Médico e membro da direção da ACEPS (Ass. de Cristãos Evangélicos Profissionais de Saúde)
NAS ÚLTIMAS décadas a problemática da eutanásia tem sido um dos assuntos mais debatidos no campo da bioética, mas não tanto pela sociedade civil. É um assunto recorrente nos meios de comunicação e, de uma maneira geral, os jornalistas têm uma opinião favorável à sua legalização, utilizando muitas vezes os termos “morte assistida” ou “morte digna” para enfatizarem as suas convicções. Talvez as questões relacionadas com o início e o final da vida humana sejam das mais permeáveis a influências ideológicas e político-partidárias, pelo que se torna necessária uma reflexão o mais isenta e esclarecida possível sobre este assunto delicado e complexo, que está agora na ordem do dia em Portugal. O que é a eutanásia A palavra eutanásia resulta da associação de dois vocábulos gregos - “eu” (bem, com bondade) e “thanatos” (morte), podendo ser traduzida literalmente por “boa morte”. A eutanásia era pois, originalmente, uma forma
de morrer. Porém, a partir do final do século XIX, o significado do termo mudou radicalmente. Para o académico John Keown, do Kennedy Institute of Ethics, a eutanásia consiste na provocação deliberada e intencional da morte de uma pessoa, a seu pedido, executada por um profissional de saúde que acredita que tal ato irá ser benéfico para essa pessoa. Apesar de não existir uma definição universalmente aceite de eutanásia, parece ser consensual que é sempre uma morte antecipada, não natural, provocada pela administração de fármacos com efeitos letais. O que não é eutanásia Importa agora esclarecer o que a eutanásia não é, pois uma das razões que levam muitas pessoas a manifestarem uma opinião favorável à legalização da eutanásia é por desconhecerem o verdadeiro significado do termo e suas implicações. Em primeiro lugar, importa sublinhar que a suspensão ou ▶
OPINIÃO abstenção de tratamentos inúteis ou desproporcionados para o estado clínico do doente não constitui um ato de eutanásia. A morte natural é um acontecimento biológico que faz parte da condição humana.
rer sozinha, longe do seu lar ou em sofrimento, sem que isso signifique que desejem ser mortas de uma forma direta e ativa pela intervenção de terceiros.
Não iniciar ou suspender tratamentos ineficazes ou de benefício duvidoso para o doente, evitando a chamada obstinação terapêutica, não só não é eutanásia como pode ser considerado boa prática médica. São exemplos de obstinação terapêutica uma intubação nasogástrica para alimentação de doentes em situação de morte iminente ou medidas de reanimação cardiorrespiratória em doentes com condições incuráveis e terminais conhecidas, o que muitas vezes leva a um prolongamento do processo de morrer e não beneficia a pessoa.
Os dois principais argumentos apresentados a favor da eutanásia são o alívio da dor ou sofrimento e o respeito pela autonomia individual da pessoa, que nos últimos anos passou a ser o argumento central.
Também não é eutanásia a administração de medicamentos com uma finalidade terapêutica, como por exemplo a morfina, ainda que possam ocasionalmente encurtar a vida do doente. A utilização de medicamentos para tratar a dor intensa, bem como usar sedativos para aliviar sintomas não controlados de outra forma, pode também ser considerado boa prática clínica. O que não é lícito é deixar o doente sofrer se houver recursos disponíveis para aliviar o sofrimento. Por último, não é eutanásia o direito que qualquer paciente consciente e lúcido tem de recusar qualquer tratamento médico ou cirúrgico, mesmo que seja considerado necessário para evitar a sua morte precoce, como por exemplo uma cirurgia, com intenção curativa, para remoção de um tumor maligno. A maioria das pessoas prefere certamente ter uma “morte assistida” ou uma “morte digna” do que mor-
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se alegam motivos de natureza económica, que apesar de minoritário tem vindo a assumir maior expressão, sobretudo num contexto de crise económica e de contenção de custos com a saúde.
Argumentos a favor
Foto de Jonathan Borba/PEXELS
Há um terceiro ponto, em que
Os defensores da eutanásia ou do suicídio medicamente assistido defendem o direito de controlarem o momento, o lugar e as circunstâncias da sua morte. O filósofo alemão Nietzsche afirmava: “Deve-se morrer orgulhosamente quando já não é possível viver com orgulho”. Vários estudos têm revelado que os pedidos ▶
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Argumentos contra Um dos argumentos mais antigos contra a prática da eutanásia fundamenta-se no princípio da sacralidade ou inviolabilidade da vida humana, de clara matriz judaico-cristã mas enunciado por outras religiões e mesmo por quem não professe nenhuma. Nesta perspetiva, é sempre errado matar vidas inocentes porque a vida humana tem valor e dignidade intrínsecos e estar vivo é considerado um bem, independentemente das circunstâncias. Este argumento traduz-se na proibição da morte intencional, mas isso não significa que seja requerido preservar-se a vida humana a todo o custo.
Por outro lado, a prática da eutanásia é incompatível com a missão primordial da medicina e enfermagem, que consiste em combater a doença, conservar a vida e aliviar o sofrimento, o que está em consonância com o Juramento Hipocrático e outros códigos de ética e deontologia. Tal como refere o Prof. Daniel Serrão, “a aceitação da eutanásia pela sociedade levaria à quebra de confiança que o doente tem no médico. Uma sociedade que despenaliza a eutanásia corre o risco de provocar uma enorme insegurança dos cidadãos face à atividade das equipas de saúde.” É o que já acontece nos países onde a eutanásia é legal, em que muitos idosos têm medo de recorrer aos serviços de saúde por poderem vir a ser mortos sem a sua autorização. A Drª Cicely Saunders, cristã convicta, foi a pioneira da Medicina Paliativa, reconhecida como especialidade no Reino Unido desde 1987. Fundou, em 1967, a primeira unidade de cuidados
paliativos da era moderna – o St. Christopher’s Hospice em Londres. Os Cuidados Paliativos, que podem ser prestados em regime de internamento ou no domicílio, valorizam a vida, mas encaram a morte como um processo normal. Não antecipam nem atrasam a morte intencionalmente. Proporcionam aos doentes o alívio da dor e de outros sintomas incómodos. Integram os aspetos psicológicos, sociais e espirituais dos cuidados, de forma que os pacientes possam encarar a morte de uma forma mais tranquila. Além disso, proporcionam apoio aos familiares e cuidadores durante a doença do paciente e durante o luto. Tive a oportunidade de visitar várias unidades de cuidados paliativos, em Portugal e no Reino Unido, e pude observar por mim próprio que é possível proporcionar excelentes cuidados de saúde em doentes terminais, não com fins curativos mas tendo em vista a melhor qualidade de vida possível, apesar da doença. A melhor resposta dos ▶ Foto de Andrea Piacquadio/PEXELS
de eutanásia raramente estão relacionados com a presença e intensidade da dor ou de outros sintomas físicos, mas sim com aspetos psicossociais, entre os quais o medo de se ser um fardo para os outros e estar dependente de terceiros, nomeadamente para cuidados básicos de alimentação, higiene e locomoção.
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Foto de Anna Shvets/PEXELS
OPINIÃO
serviços de saúde para os raríssimos pedidos de eutanásia ou suicídio assistido será a implementação de uma rede nacional de Cuidados Paliativos, preferencialmente domiciliários, que possa lidar de forma competente e adequada com a dor e o sofrimento, principalmente na fase final da vida. O que diz a Bíblia Em Génesis 1:26- 27 lemos que o ser humano foi criado à imagem de Deus, o que o dignifica e diferencia de todos os outros seres vivos. O sexto mandamento da lei de Deus é também claro ao determinar: “Não matarás” (Ex. 20:13). Ainda em 1.ª Coríntios 6:19-20, Paulo escreve, referindo-se aos cristãos, que somos propriedade de Deus, visto termos sido resgatados por elevado preço, através da morte sacrificial de Cristo: “Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?”.
A ideia de se provocar a morte, mesmo para aliviar o sofrimento, parece ter sido um conceito estranho e repulsivo para o povo de Israel, que, em obediência à vontade de Deus, sempre dedicou uma especial atenção às necessidades dos mais fracos e vulneráveis, como os órfãos e as viúvas. No primeiro capítulo do 2.º livro de Samuel (6-10) encontramos uma história singular. O rei Saul, ferido de morte numa batalha contra os filisteus, pede para ser morto por um jovem amalecita, que poucos dias depois procura o rei David, procurando ser recompensado pelo seu feito. Diz o amalecita a David: “[o rei Saul] pediu-me para me aproximar dele e para acabar de o matar, porque já tinha entrado em agonia, mas continuava vivo” (2 Samuel 1:9). O que o amalecita faz prontamente (ou diz que faz, porque há quem defenda que a sua descrição dos acontecimentos poderá ter sido inventada, para cair nas boas graças de David, sendo o relato verídico o que se encontra em 1 Sam. 31: 1-4 e 1 Cr.
10:1-4). No entanto, ao contrário do que esperava, não foi elogiado nem recompensado pelo seu ato de misericórdia, mas condenado à morte por ter ousado levantar a sua mão para matar o rei que Deus escolhera. A Palavra de Deus, profundamente realista, não omite referências a ocasiões na vida de grandes homens de Deus como Moisés, Jó, David ou Elias que, em momentos de grande angústia e desespero, desejaram morrer (p. ex. 1 Reis 19:4). No entanto, em todas as ocasiões Deus veio em seu auxílio, providenciando solução para as suas necessidades. O facto do próprio Deus ter encarnado em Jesus Cristo, a Sua morte sacrificial na cruz, apesar do intenso sofrimento, e a Sua ressurreição dos mortos são a resposta mais completa ao problema do mal e do sofrimento e um extraordinário sinal de esperança na vida eterna, em que não haverá mais “morte, nem luto, nem pranto, nem dor” (Ap. 21:4).
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COMO AS CRIANÇAS ENFRENTAM O CONFINAMENTO Regina Duque Estrada
I - Um olhar sobre sentimentos e comportamentos: Vamos falar de crianças! E a crianças referimo-nos desde o nascimento até aos 11 anos e 11 meses. Mesmo um bebé é capaz de sentir e reagir ao mundo ao seu redor. Crianças bem pequenas, de 1 a 4 anos são curiosas, astutas e sensíveis. Dos 4 aos 7 são expressivas, emitem opiniões. Dos 7 aos 11 anos interagem perfeitamente com a realidade e são questionadoras. Portanto, desde sempre, em qualquer fase do seu desenvolvimento, as crianças devem ser envolvidas no contexto dos acontecimentos, quer sendo informadas, quer participando. Cada família deve escolher a linguagem adequada a cada faixa etária e aplicá-la nas interações das vivências. Esconder a verdade, fantasiar ou omitir os acontecimentos desse cenário que o confinamento reporta: o vírus e a doença - COVID-19, a pandemia, os cuidados – uso de máscara, higienização constante das mãos, distanciamento social, remissão de contacto físico com amigos e familiares pode gerar insegurança e confusão. Conversar apresentando a verdade dos factos com carinho é o primeiro passo. Crianças sentem! Ficam mais apegadas ou dependentes, têm medo,▶
Foto de Julia Cameron/PEXELS
É psicóloga no Brasil, conselheira Cristã e membro da Igreja Baptista de Leiria.
MENTE
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Foto de Julia Cameron/PEXELS
ficam ansiosas, irritadas, sentem solidão ou abandono (ausência dos avós, amigos, escola). Crianças manifestam o seu comportamento! Regridem (xixi na cama, chucham no dedo), choram, gritam, quebram regras, medem força.
o novo normal do mundo. Criar espaço e tempo para promover jogos de cartas e tabuleiros, desenhos, leituras, pinturas, ou mesmo em atividades lúdicas ao ar livre (desde que seguras) relaxam a família e estreitam os laços parentais.
Como lidar com esses desafios? Três apontamentos direcionam-nos aqui: Como já exposto acima, uma comunicação eficaz, esclarecendo os factos, abrindo o diálogo, permitindo que as crianças falem e exponham as suas preocupações (se um familiar adoecer, se a festinha de aniversário for restrita, quando voltar ao convívio escolar, etc.) consolida a confiança.
II - Falando de rotina e compromissos: “Crianças são a alegria da casa!”, “Crianças enchem a casa de vida!”, “Como é bom ouvir o som das risadas das crianças!” – são frases que costumamos ouvir ou dizer. Mas como é que elas ficam no TODO O DIA??? “Já não aguento mais essa euforia!”, “Esta casa está uma bagunça!”, “Não aguento mais ouvir o barulho destas crianças!”!!!
Uma abordagem com afetividade, demonstrando estar sensível e atento às necessidades das crianças, de forma a contribuir para que se sintam protegidas e recebam carinho, conforta as crianças.
Estamos todos – adultos e crianças, habituados às nossas atividades quotidianas, à nossa organização funcional dentro e fora de casa.
Por meio das brincadeiras, as crianças são capazes de se organizarem e se relacionarem com
O confinamento trouxe, para a maioria das pessoas, a convivência extrema, tendo as suas vidas misturadas com teletrabalho, administração de tele-escola dos
filhos, serviços domésticos aumentados e tantos detalhes que eram terceirizados. Como sobreviver com saúde mental e equilíbrio nesses tempos? Decerto não há a resposta certa ou a “receita de bolo”. Há caminhos que o bom senso e a orientação indicam para lidar com paciência, organização e estabilidade. Mas há uma “palavrinha mágica” que é útil e bastante boa: ROTINA! Parece que estamos a viver tudo ao contrário! Todos vivíamos a viajar, mudar de carro, de casa, a cor de cabelo ou de corte, para sairmos da rotina... E agora vivemos o tempo de entrarmos nela, pois sem ROTINA tudo se transforma em desordem, com tantas demandas acumuladas. Quem tem crianças que o diga! Parece simplesmente impossível ou irritante. É assim mesmo, mas só no início. Cabe aos adultos da casa estabelecerem horários, inserindo atividades, tarefas e listando as crianças com as suas ▶
Foto de Julia Cameron/PEXELS
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necessidades individuais. Vale desenhar, escrever numa folha de papel ou quadro e deixar visível para todos. Mesmo a criança pequena deve ser informada e convidada a participar e a cumprir os horários. É importante estabelecer regras como, por exemplo, não interromper os pais durante o trabalho, não se levantar durante as aulas online, respeitar horários de alimentação, de banho, de dormir e o tempo de brincar ou ver TV. A desorganização de horários, o desequilíbrio com gritos e castigos excessivos, a liberalidade com falta de regras e objetivos essenciais desgastam a convivência, desautorizam e quebram a hierarquia familiar. Cabe aos pais terem atitudes coerentes para evitar que as crianças vivam num clima de medo, insegurança, fobia social e distanciamento emocional. III) Sendo SAL e LUZ na vida das crianças: Refletindo rapidamente: apesar de toda dor e temor ao enfrentar esta pandemia, que oportunidade extraordinária nos tem sido oferecida por Deus para nos agregarmos intimamente em família! Pelo tempo para a comunhão com o Espírito Santo em nossa casa e pela facilidade de acesso às crianças, separando momentos ricos de ensino da Palavra e vivências aplicadas. Abaixo estão listadas algumas sugestões de possibilidades grandiosas para levar pessoalmente as boas novas do Evangelho às crianças. Para todas elas, use a sua Bíblia ou peça às crianças para usar a delas e para cada atividade, uma história clássica da Bíblia, devidamente separada e estudada (crianças são interessadas, curiosas e questionadoras). .Crianças de 0 a 3 anos: Usem cânticos infantis, livrinhos com visuais bonitos, dedoches, bichinhos e bonecos de peluche ou plástico, falando de Deus com os pequenos. ▶
MENTE .Crianças de 3 a 6 anos: 1- Façam um piquenique na sala ou cozinha – escolham uma toalha e forrem o chão, coloquem pães numa cesta ou vasilha, um sumo e falem sobre a Ceia de Cristo – ofereçam o pão para ser partilhado como Jesus fez e perguntem no final o que aprenderam, como se sentiram e orem com elas ou peçam que elas orem. 2- Peçam às crianças para apanharem folhinhas ou flores no vaso ou jardim, para levarem o seu animal de estimação, um bocadinho de água, terra, uma fruta ou legume e façam uma reunião num dos quartos e falem da Criação do Universo. Permitam às crianças interagirem com os elementos separados e mostrem-lhes a diversidade da Criação e como nós beneficiamos dela. 3- Façam uma cabana com colchas ou lençóis (usem cadeiras ou mesas para prender, forrem o chão com tapetes e ,sendo possível, providenciem pão árabe) e contem sobre Os Dez Mandamentos. Expliquem sobre os hábitos do povo de viverem em tendas, de comerem o pão sem fermento. 4- Preparem um cantinho de uma
divisão da casa como um pasto de ovelhas (cerquem esse espaço com cadeiras ou bancos e no interior usem folhas espalhadas ou piquem papéis verdes, coloquem lá as crianças e peçam que imitem ovelhas) e contem a Parábola da Ovelha Perdida. Podem combinar com uma criança maior ou um adulto para se esconder e balir como uma ovelha, estando longe do grupo até ser encontrada. 5- Coloquem um grande lençol no chão, sentem as crianças como se estivessem ao ar livre, à beira de um lago (separem 5 pãezinhos e dois peixinhos, tipo sardinha em lata e algumas cestinhas ou pratinhos) criando um ambiente para falar sobre como Jesus Alimenta uma Multidão. Expliquem que ali não há muita gente mas peçam para imaginarem e distribuam os peixinhos e os pães. . Crianças de 6 a 11 anos: Esta faixa etária é mais competitiva e participa intensamente. Preparem textos do Velho e Novo Testamento, elaborem criativamente atividades como: caça ao tesouro, gincana, quizz, jogo de perguntas e respostas, que são excelentes ferramentas. Estas atividades desafiam, instigam e
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promovem a aprendizagem. Podem oferecer pequenos prémios como um chocolate, um autocolante ou um simples objeto. A gratificação faz parte do esforço dos que se empenham. .Para todas as idades: Leiam livros evangelísticos, histórias edificantes, assistam a filmes evangélicos com pipocas. Vale qualquer ingrediente que reúna a família, que construa laços eficazes e de crescimento espiritual. Certamente este tempo de confinamento marcará a alma das nossas crianças. Mas benditas serão as que forem tocadas na espiritualidade, fortalecendo a ligação amorosa com Deus. A futura geração, quando for adulta, terá lembranças positivas de como com a ajuda de Deus e dos pais passaram por tempos tão difíceis – de dúvidas, medos, incertezas. Mas que com a administração da esperança, o apoio e presença segura registaram como é bom sentir o amor dos pais e de Deus, nosso Pai. "E tudo o que pedirem em oração, se crerem, vocês receberão". Mateus 21:22 Foto de Julia Cameron/PEXELS
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PERSEGUIÇÃO QUE RESULTA EM NOVA OUSADIA Depois de ser enviado para um campo vocacional, cristão ex-muçulmano passa a compartilhar ainda mais o evangelho MUITOS CRISTÃOS ex-muçulmanos foram detidos e enviados para campos “vocacionais” chineses, onde passam por intensiva “reeducação” chinesa. Ehmet*, um cristão chinês, foi detido e enviado para um campo de reeducação. No começo, ele não ficou muito preocupado por saber que outros membros da família estavam lá. Então simplesmente confiou em Deus e pensou: “Devo estar livre no próximo mês”. Mas depois de três meses, ele ainda estava no campo. Dessa vez, ele pensou: “Talvez outros três meses e eles me deixem ir”. Os meses passaram, mas ele não foi solto. Foi então que Ehmet ficou depressivo. Todos os dias via os ponteiros do relógio de parede a passar e pensava: “Que tipo de vida é esta?”. Depois de um ano, entregou tudo a Deus. Ele orou: “Deus, eu rendo-me. Tu decides quando é que eu devo ser solto”. Ao fazer essa oração, veio uma paz sobre ele. Deus encheu-o com uma sensação
de liberdade para enfrentar qualquer dificuldade que viesse. Pouco depois, Ehmet foi transferido para outro campo, onde finalmente encontrou alguns cristãos. Embora não tivessem permissão de conversar, encontravam formas de se comunicar por meio de um olhar ou balançando a cabeça. Aquilo era o suficiente para se encorajarem. No ano passado, Ehmet foi finalmente solto. Philip*, um colaborador da Portas Abertas, compartilhou: “Agora que está em casa, a vigilância continua. Mas isso não acabou com a sua fé vibrante. Ele continua a acreditar no Senhor. O tempo no campo de reeducação, na verdade, aprofundou a fé deste homem e renovou a sua intimidade com Deus. Não apenas isso, apesar das restrições, ele tem uma nova ousadia de compartilhar o evangelho com vizinhos e uma urgência em visitar e encorajar outros cristãos. Nos próximos anos, ele espera treinar e enviar mais irmãos e irmãs para servir ao Senhor. Ele quer que outros compreendam esta visão para fortalecer o grupo crescente de cristãos ex-muçulmanos na China”. * Nomes alterados por segu▶ rança.
metodologia INFOGRÁFICO
Como funciona o mecanismo de perseguição aos cristãos e o processo da pesquisa anual da Portas Abertas que aponta os 50 países mais hostis aos seguidores de Jesus
4 FATOS
sobre a Lista Mundial da Perseguição (LMP)
1
É um ranking que mostra os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.
2
O objetivo é monitorar e medir a perseguição aos cristãos.
3
4
A primeira LMP foi publicada em 1993.
É auditada pelo Instituto Internacional pela Liberdade Religiosa (International Institute for Religious Freedom - IIRF).
Cristão
Perseguição
Toda pessoa que se identifica como cristã, incluindo as que não pertencem a uma denominação específica.
Qualquer hostilidade vivida como resultado da identificação da pessoa com Cristo (atitudes hostis, palavras e ações).
Relaci relig perte visto
Rela
OPRESSÃ ISLÂMICA
P
D
A perseguição ocorre quando cristãos e suas comunidades experimentam pressão e/ou violência por razões especificamente relacionadas à fé deles em Jesus.
PRESSÃO
VIOLÊNCIA
Enquanto a perseguição violenta pode ser medida pelo número de incidentes, a perseguição por meio da pressão precisa de um estudo que indique como a vida cristã e o próprio testemunho estão sendo pressionados em diferentes áreas da vida.
OFICIAIS DO GOVERNO
NOTÍCIAS Inabalável Cristãos de origem muçulmana, como Ehmet, experimentam a perseguição mais severa na China. As suas orações e apoio dão-
ção de forma bíblica. Fonte: Missões Portas Abertas (Texto revisto e adaptado para português de Portugal, ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico)
Lista Mundial da Perseguição 2021 Como é feita a Lista Mundial da Perseguição com os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos?
mecanismo de perseguição A perseguição está relacionada a religiões, ideologias ou mentalidades corrompidas, ou seja, impulsos formados pelo mundo “caótico”. GUERRAS
CONFLITOS POLÍTICOS
TENSÕES IDEOLÓGICAS POBREZA
TENSÕES RELIGIOSAS
CONFLITOS SOCIAIS
DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
1
PROBLEMAS PSICOLÓGICOS VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
TENSÕES ÉTNICAS
DOENÇAS
CORRUPÇÃO
O mecanismo da perseguição se forma a partir de três impulsos que funcionam como fontes de energia a diferentes tipos de perseguição:
1
2
3
Exclusivista
Secularista
Exploratório
ionado à forte convicção giosa. O outro, que não ence ao mesmo grupo, é o como inferior ou infiel.
2
Análise Global de Países
Uma pesquisa inicial, na internet e em outras fontes, combina informações sobre manifestações de perseguição.
3
Investigação
Uma pesquisa mais aprofundada é realizada para investigar os sinais de alerta emitidos na primeira etapa.
Questionário
Especialistas e contatos-chave dos países investigados respondem a uma pesquisa formulada com base no “conceito das esferas”.
Conceito das esferas: pressão + violência
Refere-se à ganância simples: obter o máximo de recursos possível, legal ou ilegalmente. Tudo é permitido.
Exerce pressão severa sobre aqueles que não aderem à ideologia dominante (antirreligiosa ou cética).
Nível de pressão enfrentada pelos cristãos em cinco áreas da vida
PRESSÃO
Número de incidentes violentos contra cristãos e igrejas
VIOLÊNCIA
tipos de perseguição
NACIONALISMO RELIGIOSO
PROTECIONISMO
DENOMINACIONAL
NACIONALISMO RELIGIOSO
OPRESSÃO DO CLÃ
NACIONALISMO RELIGIOSO
HOSTILIDADE ETNO-RELIGIOSA
Relacionados ao impulso secularista OPRESSÃO COMUNISTA E
PÓS-COMUNISTA
Relacionados ao impulso exploratório PARANOIA DITATORIAL
INTOLERÂNCIA SECULAR
CORRUPÇÃO +
CRIME ORGANIZADO
Tipo de perseguição é o termo usado para definir consequências de uma “dinâmica de poder” social que representa uma visão de mundo que tem uma reivindicação de superioridade sobre outras visões de mundo.
FONTES de perseguição O termo é usado para definir os grupos de pessoas que realizam as ações de pressão ou violência contra os cristãos. Geralmente são grupos menores e radicais adeptos à ideologia seguida pelos “tipos de perseguição”. LÍDERES DE GRUPOS ÉTNICOS
LÍDERES RELIGIOSOS NÃO CRISTÃOS
LÍDERES RELIGIOSOS CRISTÃOS
GRUPOS RELIGIOSOS VIOLENTOS
GRUPOS DE PRESSÃO IDEOLÓGICA
CIDADÃOS E QUADRILHAS
DEFAULT
PARENTES
PARTIDOS POLÍTICOS
GRUPOS PARAMILITARES
REDES CRIMINOSAS
VIDA PRIVADA
FAMÍLIA
COMUNIDADE
NAÇÃO
IGREJA
VIOLÊNCIA
O questionário é elaborado com base nas esferas de pressão + violência. Cada esfera tem pontuação máxima de aproximadamente 16,7. A soma dos resultados das esferas resultará na média final que será a pontuação do país, classificado segundo a escala abaixo.
Perseguição Extrema Países que pontuam entre 81 e 100.
Perseguição Severa Países que pontuam entre 61 e 80.
Perseguição Alta Países que pontuam entre 41 e 60.
Perseguição Variável Países que pontuam 40 ou menos.
Dentro da escala de 0 a 100, a pontuação do país determinará o seu nível de perseguição e posição na Lista Mundial da Perseguição. Entram no ranking os 50 países com a pontuação mais alta. ORGANIZAÇÕES MULTILATERAIS
Para saber mais sobre a metodologia da LMP, acesse: w w w.porta sa berta s.org.br/entenda -a -lista
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acionados ao impulso exclusivista
ÃO A
-lhes a força e o encorajamento que precisam para permanecerem inabaláveis. Com uma doação, é possível ajudar a manter o programa de discipulado, para que saibam enfrentar a persegui-
FORTALEZA { 15 }
O que faria se descobrisse que só tem mais 30 dias de vida?
30 dias para
VIVER
Campanha de março