Itinerรกrios pela
SERRA DE GREDOS I : Bohoyo -> Almanzor > Navamediana
Por Jorge Canelhas
Bohoyo -> Almanzor > Navamediana (Gredos além da plataforma) ‘Abu ʿAmir Muhammad ben Abi ʿAmir al-Maʿafirí (en árabe: أبو عامر محمد بن أبي عامر ابن عبد هللا ,)المعافريllamado al-Manṣūr bi-llah ( ,)المنصور باهللel Victorioso por Alá, más conocido como Almanzor (Algeciras c. 938 - Medinaceli (?), 11 de agosto de 1002), fue un militar y político andalusí, caudillo del Califato de Córdoba y hayib o chambelán de Hisham II.’ Fonte : Wikipedia
Uma actividade da Confraria Alpina Gourmet União de Escaladores Independentes Saímos com o intuito de subir o Almanzor, conhecendo novas rotas de aproximação. Depois de ler um artigo na revista Grandes Espacios, pareceu boa ideia usar o vale de Bohoyo para a aproximação, conjugando assim a visita a este vale com uma vista fabulosa das cinco lagunas, subida ao Almanzor , pernoita em bivaque e descida pelo vale de Navamediana aproveitando assim para conhecer mais uma rota.
Como de costume saímos de Lisboa ao fim da tarde de sexta-feira, como sempre combinando as 18:30 mas só saindo ás 20:00- tradição é tradição – Tomamos a auto-estrada em direcção a Mérida, e daí para Norte em direcção a Bejar, virando a Este para Bohoyo. O início da rota encontra-se numa cortada á direita da estrada que liga Bohoyo a Navamediana (tem umas placas toscas a dizer chozos), ali chegados um pouco á toa do que procurar, tivemos a agradável surpresa de às 4 da manhã locais o pessoal de um pequeno parque de chozos ainda estar a beber umas cervejas, pessoal agradável e bem-
disposto que rapidamente nos deu um briefing de onde começar a rota, isto enquanto saboreávamos umas cervejas com eles. O parque tem umas casitas simpáticas e uns tipis, tudo para alugar, pagamos 8 Euros por um Chozo com colchões para dormir, que também serviu de modo de agradecimento pela ajuda e boa disposição. Sugiro visitar a página do facebook do local no endereço : https://www.facebook.com/pages/LosChozos-de-Gredos/180501195166 *** -NOTA– O chozos de Gredos Encontra-se encerrado.
I – Subida até ao Abrigo de Belesar A caminhada de sábado iniciou-se ás 8 da manhã, com a saída para o sendero , deixando o carro junto aos Chozos mais por uma questão de segurança, em 3 minutos estávamos junto á placa que indica o inicio da rota, que também tem alguns lugares de estacionamento, deve-se entrar pela canadiana nome que dão áqueles rolos no chão que impedem as vacas de atravessar o caminho Segundo a informação, a rota é longa e requer alguma preparação, tem, no entanto cinco abrigos pelo caminho e água também a há com fartura. A rota é bem longa mas com um declive suave, o que permite disfrutar da excelente paisagem onde o pastoreio se evidencia em toda a sua extensão pela presença de gado bovino e caprino doméstico nas quotas inferiores, mais acima a presença de Cabras Selvagens é constante, por vezes em rebanhos de dezenas de indivíduos. Nota-se perfeitamente a transição da zona de bosque para a média/alta montanha com o diminuir da vegetação e a presença
Mapa da rota no inicio do percurso.
cada vez maior de rocha nua, faz notar a predominância da neve nas quotas mais altas durante o inverno que impede o crescimento de pouco mais que urzes e outros arbustos altamente resistentes para além do pasto que nos acompanha até ao Refugio de Belesar.
Fotos : Fundo da página anterior : Um boi quebloqueava o caminho, pelo sim pelo não contornámo-lo… Nesta página : Em cima, panorama do vale de Bohoyo, no meio , dois abrigos típicos do vale e no fundo o caminho ao longo do ribeiro.
O Silêncio é apenas quebrado pelo correr da água e o ocasional rebanho de cabras.
Fotos : Ribeiro e granito sempre presentes neste vale glaciar, as cabras são também companhia .
Talvez devido á sua extensão e uso para pastoreio, este caminho está provido de um grande número de abrigos, 4 na zona mais baixa do vale e um ultimo (Belesar) na zona mais alta, para além da sua quantidade os abrigos apresentam-se em excelentes condições, tendo alguns colchões e ‘camas’ para além de local para fazer fogo para aquecer ou cozinhar. São assim uma boa opção para pernoita no local e/ou eventual refúgio em caso de mau tempo. A floresta já foi deixada para trás há um bom bocado, e sempre seguindo a ribeira, e á medida que subimos e vamos trocando a zona de vegetação mais densa por zonas mais rochosas chegamos a uma zona de enormes placas de granito, o silêncio aqui é quase total, sendo só quebrado pelo barulho da água e de umas ocasionais cabras. Estas placas são deveras impressionantes e denotam bem a origem glaciar do vale, são também um excelente sitio para comer algo e descansar enquanto comtemplamos a paisagem Rica em cascatas e pequenas lagoas.
Fotos : A Zona das placas ĂŠ das mais interessantes de todo o percurso.
Após passar a zona das placas a paisagem muda para blocos mais pequenos denotando um planalto glaciar, o rio continua a presentear-nos com bonitas lagoas e já se vislumbra o local onde se encontra o ‘refugio’ de belesar, a última paragem do rota marcada. A Partir daí os caminhos desaparecem e navegaremos com mapa na mão e olhos em busca do Almanzor e Galana. Chegados ao refugio, que também se encontrava vazio, verificamos que também é de sólida construção e está em muito bom estado. Pode ser uma opção para passar a noite quem sabe... Entretanto ruídos nas rochas indicam a presença de uma grande quantidade de cabras
Fotos : Em cima : vista panorâmica do vale. Meio : O abrigo de belesar, podem-se ver cabras no lado esquerdo da fotografia. Fundo : Cabra :)
II – Abrigo de Belesar -> Almanzor O objectivo agora é chegar a portilla das 5 lagunas, de onde deveremos ver o Almanzor, que planeamos subir ainda no Sábado. Já estamos agora no mapa 1:25000 da serra de Gredos, o refúgio de belesar tem outro nome, chozo de valdueza… mas parece o sitio correcto... Seguimos então para La Pared e Risco das 5 Lagunas.
O caminho apesar de não marcado nem pisado é de fácil progressão e de inclinação suave, será esta a paisagem que nos levará até á portilla das 5 Lagunas. A parede é um muro que parece de origem misteriosa e algo fora de sítio, uma conversa posterior com um pastor da zona, clarificou-nos que serve para separar o gado dos vários vales impedindo assim que as vacas passem de um vale para o outro. Por fim chegamos á Portilla das 5 Lagunas onde pela primeira vez desde que saímos de Bohoyo avistamos pessoas a descansar perto das lagoas, tiramos as fotos da praxe e seguimos porque o tempo passa.nente perante nós.
Fomos mantendo a cota desde a portilla das 5 lagunas até a aresta que une a galana e o cuchillar de los ballesteros, o venteadero,. Ao chegar ao cuchilar o caminho pela direita parecia mais fácil, seguimo-lo então, algo que mais tarde compreendemos que havíamos escolhido o camimnho mais complicado. Os vales que se nos apresentam pela direita são fascinantes, temos de os percorrer numa próxima actividade.
Esta escolha de trajecto fez-nos demorar algum tempo mais, encordamo-nos numa travessia mais exposta. Contornando assim pela direita, chegamos até a Portilla de los Cobardes, de onde tomamos a rota mais fácil até ao cume do Almanzor. A ultima trepada está classificada como grau II de escalada (classificação algo modesta na minha opinião), devido a sua exposição pode ser precisa uma corda, para a descida é muito mais fácil rapelar do que aventurar num destrepe exposto, sobretudo se formos com mochilas pesadas.
Na página seguinte : Topo : Lagoa grande vista do cume. Fundo : Almanzor ao por do sol. Tons de amarelo fantásticos.
III – Almanzor -> Bivaque Com o sol a pôr-se, montamos um rapel de modo a descer de modo mais seguro e rápido, de regresso, passamos de novo na portilla de los cobarde e descemos pelo lado oeste do Cuchilar de ballesteros, caminho fácil de lajes e algum destrepe simples.
Ao regressarmos ao Venteader , prosseguimos, já de noite até perto de Riscos del Gutre onde bivaqueamos. (ver mapa abaixo, o sitio de bivaque está marcado com uma tenda verde) A zona tem boa protecção e tem um muro já construído para bivaquear.
O Domingo começou com uma bela inversão térmica e um fantástico mar de nubles como dizem os nossos vizinhos. Pequeno almoço tomado iniciamos a descida. As nuvens lá em baixo davam criavam uma vista espectacular, que nos acompanhou bem para lá da portilla das 5 lagunas. A ideia agora é descer pelo vale de Navamediana, antes no entanto ainda íamos subir o Meapoco pelo caminho. Na foto à esquerda, o nosso local de bivaque.
IV – Bivaque -> Meapoco
Passando a portilla das 5 lagunas chegamos á 1ª parede, daí prosseguimos para norte até se encontrar uma outra muralha, esta bem mais extensa, daí fomos até ao pico Meapoco e iniciamos a nossa descida.
Em cima : vista para a muralha norte desde o Meapoco e Marco no topo do Meapoco. Em Baixo : vista Oeste desde o Meapoco.
V – Meapoco -> Navamediana No caminho ao longo da muralha foi feito na companhia das omnipresentes cabras, quando menos esperávamos lá estavam meia dúzia delas. Os únicos sons que se ouviam eram feitos por cabras ou por riachos de água.
Ao chegar á zona das fontes deixamos a muralha virando á esquerda para descer em direcção a Navamediana, a descida é simples e sem percalços de maior a não ser a grandiosidade da paisagem e as fantásticas ribeirinhas de agua cristalina que nos acompanham sobretudo no covão mais acima, aqui, o tempo passa depressa ao tirarmos fotos e contemplarmos o ambiente circundante. Vamos descendo até Las Hoyuelas onde termina, na minha opinião demasiado cedo o caminho ‘ruta Garganta de Navamediana’.
A ribeira, vai-nos acompanhar o resto do caminho criando bastantes cascatas de água límpida, no fundo do vale já se começam a avistar algumas florestas.
À medida que vamos descendo, a densidade da vegetação aumenta notoriamente, começam agora a aparecer também vacas e caminhos bem mais definidos.
O Início da caminho da garganta de Navamediana, marca para nós o fim do caminho, agora é só atravessar a vila e fazer mais uns quilómetros de estrada de volta a Bohoyo. Soube agora que o parque de campismo ‘chozos de gredos’ encerrou no fim do ano de 2013. Esta actividade foi realizada nos dias 12 e 13 de Outubro de 2013 e nela participaram :
Jorge canelhas Mário Batista Nuno Rodrigues
FICHA TÉCNICA : O percurso foi feito em dois dias, conta-se com um bom número de abrigos pelo caminho, água em ambundância até ao refúgio de Belesar, a partir daí é escassa.
Equipamento : Calçado e roupas apropriadas, saco cama e colchonete, comida, bastões, mapa, bussula e/ou GPS. Comida e água. Levamos corda, Equipamento de Protecção Individual (Arnês, cordelete e ATC/Reverso/etc e capacete), um conjunto de entaladores e 2 friends. (Outros mais ousados poderão dispensar este equipamento)
À esquerda podemos ver parte do percurso no mapa da serra de gredos à escala de 1:25000, o vale de Bohoyo é o mais a sul. Em baixo temos a Altimetria do Percurso.
Podem pedir o percurso em gpx enviando um mail para: Jorge.canelhas@binarium.pt
Este pretende ser o 1º artigo de uma série onde descreverei itinerários menos usados na serra de Gredos.