Portefólio

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BIOGRAFIA Natural da Gafanha da Encarnação, concelho de Ílhavo. Vive em Eixo, concelho de Aveiro. Colabora pontualmente com a VerArte contemporânea Galeria de Arte em Aveiro. Frequenta o Mestrado de Criação Artística Contemporânea na Universidade de Aveiro sob a direcção de Paulo Bernardino. Entre 2004 e 2009 destacam-se por esta ordem a inauguração do espaço Guetto em Caldas da Rainha com a exposição de desenho Ping-Pong. Foi seleccionado no concurso Aveiro Jovem Criador 05 em Aveiro. Foi seleccionado na primeira mostra de vídeo do Office Club em Caldas da Rainha. Conclui a Licenciatura de Artes Plásticas na Escola Superior de Artes e

Morada: Rua Miguel Torga, Bloco 15.A, 1.º Esquerdo

Design em Caldas da Rainha. É seleccionado no concurso Jovens Criadores 2008. Em 2009 expõe no Centro de Congressos de Lisboa e em Braga. É distinguido com uma menção honrosa no concurso internacional de vídeo

3800-741 Eixo

promovido pela associação Experimenta para a Bienal de Design Experimenta

E-mail: reisaveiro@gmail.com Telefone: 916537517

Design 2009 - It's About Time. Criou a par com a Animadora Cultural Daniela

http://reisjorge.wordpress.com http://arthoughts.wordpress.com http://c-r-e-a-r-e.blogspot.com

Ambrósio a organização CREARE. Actualmente para além de frequentar o Mestrado na Universidade de Aveiro e de trabalhar pontualmente na VerArte contemporânea, está a fazer a curadoria de um ciclo a acontecer no espaço do estúdio de artes performativas PerFormas em Aveiro para 2010, e é director geral do projecto Arthoughts.


A partir da observação que fiz das obras de Torie Begg, cheguei a uma conclusão. Reparei que o assunto estava na objectificação da pintura, onde havia uma recusa da representação na superfície do plano da pintura. Toda a atenção residia, portanto, nos bordos da imagem. A tinta escorrida que se apresentava para além dos bordos, é enfatizada pela ausência de assunto na superfície do plano da pintura. Perante isto, entendi que a tinta se queria autonomizar do suporte, e concluí a minha interpretação com uma questão: Quais serão os requisitos mínimos para uma pintura? , ao que respondi Se a tinta se quer autonomizar do suporte, é porque a tinta se mostra, de facto e devido a esta situação, como um elemento que se pretende desprender dos conceitos canónicos de uma técnica preza a um academismo.

Título: Apparently Yellow L&M series Ano: 1995 Autor (a): Torie Begg

À medida que na introdução era feita uma relação do trabalho de uma artista com o meu trabalho, iam-se revelando os temas da recusa ao suporte de pintura e da recusa à representação de figuras e de quaisquer fragmentos do visível. Tomei decisões que foram, portanto, reveladoras para o meu trabalho, tais como a de apresentar uma situação de mancha de tinta que parece ter sido acidentalmente deixada cair no espaço. Este aspecto acidental dissocia-se de qualquer intenção de representação. Uma vez que é dado este aspecto acidental, o espectador jamais poderá interpretá-la como se ela tivesse origem num acto propositado, num acto puramente intencional de produzir algo que fosse agradável ao olhar. Estas manchas têm a propriedade de parecer pertencer ao espaço. Parecem ter tido como ponto de origem o espaço onde são apresentadas. Nesta situação não é feita nenhuma invocação de suporte de pintura, porque a mancha afirma-se apenas como uma mancha de tinta proveniente de um acto desprovido de intenções. O suporte de pintura é rejeitado, mas o que passa para o espectador não é essa recusa. Na imediatez da apreensão da mancha, o espectador sente o inesperado, e o surpreso, por causa do aspecto acidental da mancha e da relação que ela tem com o espaço. O espaço acaba por ser um elemento muito importante neste projecto. É nele que consigo, de facto, desviar-me de todas as intenções de representação em pintura, partilhando a mesma relação que estava patente nas décadas dos anos 60 e 70 com o minimalismo e o conceptualismo americanos. A relação obra espaço, é tomada, agora neste momento, como a matriz da experimentação no meu trabalho.


Pormenor de Com Título

Título: Com Título Dimensões: 90 x 60 cm Técnica: Tinta Plástica Ano: 2005 Autor (a): Jorge Reis Colecção: David Pinto


Pormenor de

Título: Dimensões: 172 x 64 cm Técnica: Tinta Plástica Ano: 2006 Autor (a): Jorge Reis


Vídeo em Casa do Castelo Torres Vedras - 2007

Título:

) splash!

Dimensões: 263 x 213 cm Técnica: Tinta Plástica Ano: 2007 Autor (a): Jorge Reis








Neste vídeo existe uma sequência de ideias espontâneas que por sua vez são imprevisíveis até pela própria pessoa que as emite. Por serem ditas umas imediatamente a seguir às outras, é banalizado o acto de ter ma ideia acerca da produção de um trabalho de carácter plástico com características sítio-específicas. Na verdade o que o observador vai ver concretizado não é nenhuma das ideias proferidas no vídeo, mas sim uma outra coisa; o vídeo.

Características técnicas Tenho uma ideia para este espaço é mostrado numa televisão, em formato DVD PAL, cores, estéreo, e em loop. O vídeo tem 00h:08m:42s. A televisão é colocada em cima de um plinto e por dentro deste plinto oco está o leitor de DVD. A imagem do vídeo está dividida a

Título: Tenho uma ideia para este espaço

meio pela linha de um canto do espaço onde decorreu a gravação. Essa

Técnica: Vídeo, PAL, cor, som stereo, 00h08m42s, loop

linha coincidirá na instalação do vídeo com o espaço físico. Isto causa

Ano: 2009

uma semelhança da imagem do vídeo com a imagem do espaço onde o

Autor: Jorge Reis

vídeo está a ser mostrado.


*

Vídeo distinguido com Menção Honrosa no concurso 20sec para a Bienal ExperimentaDesign - It s About Time.

Título: From Inner to Outer Técnica: Vídeo, PAL, cor, som estéreo, 00h00m20s Ano: 2009 Autor: Jorge Reis


Tomei como ponto de partida a paisagem marítima para apresentar a relação que existe com um corpo que se interpõe entre a imagem projectada e o projector. Com esta interposição são inventadas novas maneiras de apresentação de uma paisagem, onde o corpo força o olhar sobre uma paisagem à sua esquerda ou à sua direita por meio da afirmação num espaço. A apreensão é o resultado da síntese dos elementos que constituem o vídeo (corpo, paisagem, e som). O confronto entre o corpo e a paisagem é acentuado, com o objectivo de colocar os tempos de acção que estão representados no vídeo, em permanente atrito. A apreensão que é feita sobre o tempo das imagens é Título: Se... (M). Ti! Tu (...) lo... Técnica: Vídeo, PAL, cor, som stereo, 1,55 , loop Ano: 2007 Autor (a): Jorge Reis

perturbada, devido a não se saber o que é que realmente está a decorrer em tempo real. Num primeiro instante, a acção parece acontecer em tempo real (corpo) e num espaço real (som), mas a oposição do movimento da paisagem ao movimento que é imprimido pelo corpo, abre espaço para incertezas acerca do que é que realmente está em tempo real, se a presença do corpo ou se os elementos que pertencem à paisagem (imagem fundo e\ou som). O som foi o meio que encontrei para tornar presente uma paisagem em movimento. Aproxima a imagem à experiência do real. Neste vídeo existe um jogo entre o diálogo de uma imagem parada com um corpo que se mexe, onde ambos se completam como uma única imagem quando percepcionadas em conjunto. Em contrapartida este conjunto dissocia-se quando a percepção do tempo é apercebida singularmente (som, paisagem, corpo). Ou seja, numa delas, a determinada altura, apercebe-se que é parado e na outra parece acontecer em tempo real

paisagem e corpo respectivamente. A identidade deste

corpo é omitida tal como a sua definição de género / sexo.



A obra de arte é entendida, por mim, como um órgão germinador no espaço, tendo este espaço atributos maternos na forma em como vê a obra a alterar-se. Como acontece com a minha única escultura

... , um exemplo

de um trabalho nascido no espaço natural, sem o propósito de ser exibido, ele vive por ele próprio, e molda-se à natureza modificando-se com as intensidades dos elementos naturais. Para ser sincero, o acto de esculpir não me dá prazer. Deixei que este objecto se entregasse totalmente ao acaso de uma inacção. Deste modo ela permanece diferente no tempo até desaparecer. É efémera como a vida. Aproveito agora para contrapor um fragmento de Deleuze sobre o acto de resistência da obra de arte. Eu não acho sinceramente que a obra deva resistir à sua morte, muito pelo contrário se a obra de arte pretende cada vez

Título:

...

mais se aproximar da vida, segundo Baudelaire, porque não deixar que ela

Técnica: Escultura

morra, se dissolva com o tempo como se de um ser vivo se trata-se? Segundo

Materiais: Barro espanhol

Claudio Parmiggiani, artista italiano, a obra de arte é, também, entendida como

Ano: 2003 - 2007

um ser vivo. Quando se encontra num novo espaço interroga-se, altera-se,

Autor (a): Jorge Reis

transforma-se.

... alterar-se-á até se tornar numa mancha e desaparecer

por completo. Concluo então com uma citação deste artista relativamente a este assunto: Pensei que o corpo da terra fosse o melhor museu para acolher uma escultura. Uma escultura deixada dentro da terra como se fosse uma semente (...) nascida para nenhuma exibição, para nenhum público.



Parto da paisagem marítima como elemento de estudo da percepção contemplativa e da percepção inconsciente. Não se trata de uma representação do real, trata-se antes da invenção de mecanismos aleatórios para chegar a uma semelhança com o real. O Acaso está constantemente presente neste trabalho, desde a sua realização até à observação. Decidi apresentar este trabalho em cores cinzas, para intensificar, a partir de contrastes, a profundidade e a textura. Com estas cores, é-me permitido transformar a observação contemplativa numa observação aleatória, e não é feita instantaneamente uma relação com a paisagem. Quando o observador se encontra a uma distância de pelo menos 3 a 4 metros, não consegue sentir a paisagem, parecendo que se trata unicamente de uma experiência abstracta. Ao aproximar-se é perceptível que existem elementos que ajudam a desmontar a primeira interpretação. A ambiguidade entre abstracto e figurativo é trabalhada no sentido de camuflar a observação contemplativa que está sempre presente quando se observam trabalhos cujo tema é paisagem.

Título: Mar ( ) céu! Dimensões: 21 x 29,7 cm Técnica: Tinta plástica s/ papel

Quando me refiro a percepção contemplativa, refiro-me à

Ano: 2003

situação que está normalmente associada às grandes obras de arte do

Autor (a): Jorge Reis

século XIX e princípios de século XX, onde é depositada grande parte da admiração e é dado um especial cuidado perceptivo nos pormenores técnicos ao longo dos anos até os dias de hoje. São vistas como fenómenos artísticos. Quando me refiro a Percepção inconsciente refiro-me à percepção mais pura que existe no ser humano, comparável com a observação interpretativa de uma criança, num mundo onde tudo lhe é intenso. Este tipo de observação apoia-se apenas e só naquilo que é mais intenso para cada um de nós.


Selecção de outros trabalhos


TĂ­tulo: Aparentemente paisagem WORK IN PROGRESS Autor: Jorge Reis


Título: Utitled-5 (Blue) Dimensões: 20 x 29,7 cm Técnica: Impressão sobre papel glossy Ano: 2007 Autor: Jorge Reis


Título: INNER Dimensões: 90 x 210 cm Técnica: Impressão jacto de tinta

Jorge

2010.01.02 Reis 15:32:55 Z

Ano: 2007 Autor: Jorge Reis


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