BIOGRAFIA Natural da Gafanha da Encarnação, Jorge Reis frequentou a Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes onde obteve o diploma de 12º ano de escolaridade no curso tecnológico de Artes e Ofícios, e a Outubro de 2003 foi colocado na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha no curso de Artes Plásticas. Em 2004 destaca-se, entre outras, a exposição inaugural do espaço Guetto nas Caldas da Rainha com a apresentação do seu trabalho de desenho na exposição Ping-Pong . Curadoria de Jorge Feijão - docente na ESAD nos anos lectivos de 2003 a 2005 e Artista Plástico. Em 2005 distingue-se a participação no concurso Aveiro Jovem Criador 05 , onde participou em duas categorias: Pintura e Arte Digital. Em 2006 sobressai a participação na primeira mostra de vídeo pelo Office Club , nas Caldas da Rainha. 2007 é destacada a participação na London International Creative Competition com um vídeo. Conclui a licenciatura no curso de Artes Plásticas pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. Expõe na Casa do Castelo / Transforma AC, com a curadoria de Isabel Baraona, em Torres Vedras. É seleccionado no concurso Aveiro Jovens Criadores 07 . Em 2008 colabora com o Galerista Miguel Brinca Moreira, na Galeria VerArte Contemporânea. E-mail: reisaveiro@gmail.com Telefone: 916537517
Em 2009 destacasse a exposição pelo Clube Português de Artes e Ideias, no concurso Jovens Criadores 2008, na categoria de Artes Plásticas, no Centro Cultural de Congressos em Lisboa.
Exposições Colectivas 1999 - 2009
Jorge Reis 2009 Semana Jovem EXD/09
Centro Cultural de Ílhavo
20sec - Concurso de vídeo - Lisboa
Passear Contigo | Clube Portugês de Artes e Ideias - Braga Jovens Criadores
Centro Cultural de Congressos
Lisboa | Portugal
2008 Selecionado | Jovens Criadores 2008
Lisbon - Portugal
2007 Seleccionado | Aveiro Jovens Criadores 2007 Intervenção Multidisciplinar | Casa do Castelo Caldas Late Night Semana Jovem LICC
London
Aveiro - Portugal Torres Vedras - Portugal
Caldas da Rainha - Portugal Ílhavo - Portugal
England
2006 Caldas Late Night
Caldas da Rainha - Portugal
selecionado | VideoDrome
Office Club
Intervenção Multidisciplinar | Praga Tertúlias Bar
Caldas da Rainha - Portugal
Braga - Portugal
Caldas da Rainha - Portugal
2005 selecionado | Aveiro Jovens Criadores 2005 Semana Jovem
Aveiro - Portugal
Ílhavo - Portugal
Caldas Late Night
Caldas da Rainha - Portugal
2004 After Caldas
Zona industrial de Caldas da Rainha - Portugal
Caldas Late Night Semana Jovem Ping-Pong
Caldas da Rainha - Portugal Ílhavo - Portugal
Inauguração do espaço Guetto - Caldas da Rainha | Portugal
1999 - 2003 Galeria Municipal de Ílhavo Exposição anual multidisciplinar - Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes - Portugal
A partir da observação que fiz das obras de Torie Begg, cheguei a uma conclusão. Reparei que o assunto estava na objectificação da pintura, onde havia uma recusa da representação na superfície do plano da pintura. Toda a atenção residia, portanto, nos bordos da imagem. A tinta escorrida que se apresentava para além dos bordos, é enfatizada pela ausência de assunto na superfície do plano da pintura. Perante isto, entendi que a tinta se queria autonomizar do suporte, e concluí a minha interpretação com uma questão: Quais serão os requisitos mínimos para uma pintura? , ao que respondi Se a tinta se quer autonomizar do suporte, é porque a tinta se mostra, de facto e devido a esta situação, como um elemento que se pretende desprender dos conceitos canónicos de uma técnica preza a um academismo.
Título: Apparently Yellow L&M series Ano: 1995 Autor (a): Torie Begg
À medida que na introdução era feita uma relação do trabalho de uma artista com o meu trabalho, iam-se revelando os temas da recusa ao suporte de pintura e da recusa à representação de figuras e de quaisquer fragmentos do visível. Tomei decisões que foram, portanto, reveladoras para o meu trabalho, tais como a de apresentar uma situação de mancha de tinta que parece ter sido acidentalmente deixada cair no espaço. Este aspecto acidental dissocia-se de qualquer intenção de representação. Uma vez que é dado este aspecto acidental, o espectador jamais poderá interpretá-la como se ela tivesse origem num acto propositado, num acto puramente intencional de produzir algo que fosse agradável ao olhar. Estas manchas têm a propriedade de parecer pertencer ao espaço. Parecem ter tido como ponto de origem o espaço onde são apresentadas. Nesta situação não é feita nenhuma invocação de suporte de pintura, porque a mancha afirma-se apenas como uma mancha de tinta proveniente de um acto desprovido de intenções. O suporte de pintura é rejeitado, mas o que passa para o espectador não é essa recusa. Na imediatez da apreensão da mancha, o espectador sente o inesperado, e o surpreso, por causa do aspecto acidental da mancha e da relação que ela tem com o espaço. O espaço acaba por ser um elemento muito importante neste projecto. É nele que consigo, de facto, desviar-me de todas as intenções de representação em pintura, partilhando a mesma relação que estava patente nas décadas dos anos 60 e 70 com o minimalismo e o conceptualismo americanos. A relação obra espaço, é tomada, agora neste momento, como a matriz da experimentação no meu trabalho.
Pormenor de Com Título
Título: Com Título Dimensões: 90 x 60 cm Técnica: Tinta Plástica Ano: 2005 Autor (a): Jorge Reis Colecção: David Pinto
Pormenor de
Título: Dimensões: 172 x 64 cm Técnica: Tinta Plástica Ano: 2006 Autor (a): Jorge Reis
Vista posterior de
) splash!
em Casa do Castelo Torres Vedras - 2007
Título:
) splash!
Dimensões: 263 x 213 cm Técnica: Tinta Plástica Ano: 2007 Autor (a): Jorge Reis
Tomei como ponto de partida a paisagem marítima para apresentar a relação que existe com um corpo que se interpõe entre a imagem projectada e o projector. Com esta interposição são inventadas novas maneiras de apresentação de uma paisagem, onde o corpo força o olhar sobre uma paisagem à sua esquerda ou à sua direita por meio da afirmação num espaço. A apreensão é o resultado da síntese dos elementos que constituem o vídeo (corpo, paisagem, e som). O confronto entre o corpo e a paisagem é acentuado, com o objectivo de colocar os tempos de acção que estão representados no vídeo, em permanente atrito. A apreensão que é feita sobre o tempo das imagens é perturbada, devido a não se saber o que é que realmente está a decorrer em tempo Título: Se... (M). Ti! Tu (...) lo... Técnica: Vídeo, PAL, cor, som stereo, 1,55 , loop Ano: 2007 Autor (a): Jorge Reis
real. Num primeiro instante, a acção parece acontecer em tempo real (corpo) e num espaço real (som), mas a oposição do movimento da paisagem ao movimento que é imprimido pelo corpo, abre espaço para incertezas acerca do que é que realmente está em tempo real, se a presença do corpo ou se os elementos que pertencem à paisagem (imagem fundo e\ou som). O som foi o meio que encontrei para tornar presente uma paisagem em movimento. Aproxima a imagem à experiência do real. Neste vídeo existe um jogo entre o diálogo de uma imagem parada com um corpo que se mexe, onde ambos se completam como uma única imagem quando percepcionadas em conjunto. Em contrapartida este conjunto dissocia-se quando a percepção do tempo é apercebida singularmente (som, paisagem, corpo). Ou seja, numa delas, a determinada altura, apercebe-se que é parado e na outra parece acontecer em tempo real
paisagem e corpo respectivamente. A identidade deste
corpo é omitida tal como a sua definição de género / sexo.
Se... (M). Ti! Tu (...) lo...
Foto da instalação do vídeo na ESAD.CR
Ano: 2008
Ano: 2008
Preparação para a experimentar gravações no sentido de enfatizar a espuma branca da água do mar.
Frame do resultado do vídeo
A obra de arte é entendida, por mim, como um órgão germinador no espaço, tendo este espaço atributos maternos na forma em como vê a obra a alterar-se. Como acontece com a minha única escultura
... , um exemplo
de um trabalho nascido no espaço natural, sem o propósito de ser exibido, ele vive por ele próprio, e molda-se à natureza modificando-se com as intensidades dos elementos naturais. Para ser sincero, o acto de esculpir não me dá prazer. Deixei que este objecto se entregasse totalmente ao acaso de uma inacção. Deste modo ela permanece diferente no tempo até desaparecer. É efémera como a vida. Aproveito agora para contrapor um fragmento de Deleuze sobre o acto de resistência da obra de arte. Eu não acho sinceramente que a obra deva resistir à sua morte, muito pelo contrário se a obra de arte pretende cada vez
Título:
...
mais se aproximar da vida, segundo Baudelaire, porque não deixar que ela
Técnica: Escultura
morra, se dissolva com o tempo como se de um ser vivo se trata-se? Segundo
Materiais: Barro espanhol
Claudio Parmiggiani, artista italiano, a obra de arte é, também, entendida como
Ano: 2003 - 2007
um ser vivo. Quando se encontra num novo espaço interroga-se, altera-se,
Autor (a): Jorge Reis
transforma-se. Concluo então com uma citação deste artista relativamente a este assunto: Pensei que o corpo da terra fosse o melhor museu para acolher uma escultura. Uma escultura deixada dentro da terra como se fosse uma semente (...) nascida para nenhuma exibição, para nenhum público.
Neste trabalho de desenho, parto da paisagem marítima como elemento de estudo da percepção contemplativa e da percepção inconsciente. Não se trata de uma representação do real, trata-se antes da invenção de mecanismos aleatórios para chegar a uma semelhança com o real. O Acaso está constantemente presente neste trabalho, desde a sua realização até à observação. Decidi apresentar este trabalho em cores cinzas, para intensificar, a partir de contrastes, a profundidade e a textura. Com estas cores, é-me permitido transformar a observação contemplativa numa observação aleatória, e não é feita instantaneamente uma relação com a paisagem. Quando o observador se encontra a uma distância de pelo menos 3 a 4 metros, não consegue sentir a paisagem, parecendo que se trata unicamente de uma experiência abstracta. Ao aproximar-se é perceptível que existem elementos que ajudam a desmontar a primeira interpretação. A ambiguidade entre abstracto e figurativo é trabalhada no sentido de camuflar a observação contemplativa que está sempre presente quando se observam trabalhos cujo tema é paisagem. Quando me refiro a percepção contemplativa, refiro-me à situação que está normalmente associada às grandes obras de arte do século XIX e princípios de século XX, onde é depositada grande parte da admiração e é dado um especial cuidado perceptivo nos pormenores técnicos ao longo dos anos até os dias de hoje. São vistas como fenómenos artísticos. Quando me refiro a Percepção inconsciente refiro-me à percepção mais pura que existe no ser humano, comparável com a observação interpretativa de uma criança, num mundo onde tudo lhe é intenso. Este tipo de observação apoia-se apenas e só naquilo que é mais intenso para cada um de nós.
Título: Mar ( ) céu! Dimensões: 21 x 29,7 cm Técnica: Tinta plástica s/ papel Ano: 2003 Autor (a): Jorge Reis
Esta short story, parte de um princípio, parte do principio de que para haver correspondência por cartas tem que existir dois seres vivos que tenham em comum uma língua que dominam. Contudo o que acontece neste livro não é essencialmente isso. Aqui a correspondência é feita entre uma personagem masculina, e um objecto de arte. Esta personagem está inserida dentro do mundo da arte por causa do gosto. Essencialmente o gosto desta personagem é debruçado sobre as décadas 60 e 70 do minimalismo e conceptualismos americanos, até aos dias de hoje. Nunca se esquivando desse gosto, sente a necessidade de uma acção. É então nas cartas que, como se o destino das mesmas fosse para um outro indivíduo qualquer, escreve conforme o seu gosto. A sua personalidade está agarrada ao mundo dos academismos, mas é dele que esta personagem se pretende desprender. Estas cartas representam o seu interior, o seu estado de espírito. A carta em resposta (a carta do objecto), representa o momento que a personagem se encontra fisicamente com o objecto de arte. Não estou com isto a tentar dizer que o objectivo da arte é de comunicar. Quero com isto estabelecer uma situação semelhante à que acontece no nosso quotidiano na nossa relação com os objectos. Ou seja, aquilo que nos ficou na memória por nos ter sido intenso, é posto a funcionar com o objectivo de resolver aquilo que estamos a ver. É neste ponto que eu pego quando apresento como carta do objecto todo um texto que foi apagado, onde a única coisa que sobreviveu a esse apagamento foi a pontuação. Por isso as cartas do objecto para a personagem, são apenas visuais. Não há qualquer hipótese de descodificação do que lá estava escrito. A única coisa que é realmente descodificada é a pontuação, nada mais que isso.