Edição 18 de abril 2014

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Nº 626 SEMANÁRIO / 6ªf

António Figueiredo Diretor

€1 (IVA incluído)

18 ABR. 2014 PUB

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SNS

MARCAÇÕES DE EXAMES 2ª - 6ª das 9:00h às 19:00h 232 457 410 Rua Imaculado Coração de Maria, Lote 60/61 3500-236 Viseu T. 232 457 410 | Email. geral@sim-x.pt www.sim-x.pt

P2 SOLUÇÕES PARA O IP3

DE VISEU A LISBOA SEM PASSAR POR COIMBRA

P.12 S.C.DÃO

BAIRRO DA MORTE MORADORES DE CASAS SOCIAIS, COBERTAS COM AMIANTO, TÊM MORRIDO DE CANCRO

PROPOSTA DE ALMEIDA HENRIQUES CONTESTADA A SUL DO DISTRITO E PELOS BOMBEIROS

P.4 VISEU

HOSPITAL PODE FICAR SEM CIRURGIA PEDIATRICA

P.29 MOIMENTA DA BEIRA

GUERRA DE PREÇOS NO ESPUMANTE DO DEMO

P.37 VISEU A...

TEATRO EM NELAS COM COMUNIDADE CIGANA

P.32 RUI MARTINS

O ENSINO PRIVADO DEVE SER PAGO

AO CENTRO P.2 / REGIÃO P.4 / ENTREVISTA P.32 / A ESCOLA P.34 / CULTURA P.37 / DESPORTO P.40 / OPINIÃO P.44 / CRÍTICA P.47 PUB

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AO CENTRO

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2014 Reconhecimento da importância da ligação rodoviária Viseu – Coimbra no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas. Governo anuncia que autoestrada só avançará com privados 1991 - 1995

1997

1998

2001

2002

2003

Construção e abertura dos vários troços do IP3

Bombeiros sensibilizam condutores para “traçado de alto risco” no IP3 junto a Penacova

Começam a ser discutidas as propostas para integrar a duplicação do IP3 entre Viseu e Santa Comba Dão no Plano Rodoviário Nacional 2000

Marcha lenta e um buzinão de protesto contra a falta de segurança do IP3

Presidentes das seis autarquias atravessadas pelo IP3 entre Viseu e Coimbra pediram duplicação do traçado

O ministro das Obras Públicas, Carmona Rodrigues (PSD), anunciou que as cidades de Viseu e Coimbra ficariam ligadas por uma autoestrada até 2006

HIPÓTESE AVANÇADA POR ALMEIDA HENRIQUES

Texto Sandra Rodrigues

VISEU QUER LIGAÇÃO A LISBOA SEM PASSAR POR COIMBRA A LIGAÇÃO ENTRE VISEU E COIMBRA SÓ SERÁ CONSTRUÍDA COM INVESTIMENTO PRIVADO. SE FOR PARA CONSTRUIR DE RAIZ, TERÁ PORTAGENS E FICARÁ O IP3 COMO ALTERNATIVA? SE É PARA CONSTRUIR UMA AUTOESTRADA NOVA SOBRE O IP3 OU USAR PARTE DO ITINERÁRIO, ESTE TERÁ PORTAGENS? HÁ QUEM RECEIE UMA “SAÍDA À A25”. PARA JÁ, VOLTAM-SE A DISCUTIR CORREDORES

O

governo vai avançar com o estudo das várias alternativas para a ligação entre Viseu e Coimbra, não se comprometendo para já com qualquer tipo de corredor. Esta via está incluída como prioritária no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas para o período de 2014-2020, que o Conselho de Ministros aprovou na semana passada. O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, veio agora defender que prefere falar em ligação de Viseu a Sul. O autarca anunciou que pediu ao secretário do Estado dos Transportes um estudo dessas alternativas, que passarão pela valorização parcial do IP3 até Penacova e por uma nova ligação a Sul de Coimbra (a desembocar em Condeixa). “Iríamos sair a sul de Coimbra. Continuaria a haver o Itinerário Principal 3 para quem fosse só para Coimbra. Quem fosse para Norte iria pela A25 e quem fosse para Sul aproveitaria esta nova autoestrada, aí eventualmente com portagem”, disse, justificando a sua opção por ser um trajeto que reduziria em 30 minutos a ligação a Lisboa. 18 ABR

“Na impossibilidade de aplicar fundos comunitários na melhoria das ligações rodoviárias, incluindo a duplicação completa do IP3, entendo que é oportuno analisar a viabilidade económica e técnica de traçados alternativos, que aproximem o Interior do litoral e, especialmente, a região de Viseu da Grande Lisboa”, sustentou. Por outro lado, frisou, poderá contribuir para o “desencravamento de outros territórios do Interior que viram as suas aspirações de novas conetividades rodoviárias em causa”. Esta é uma alternativa que afasta a cidade de Coimbra da equação. Para o autarca local e presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Manuel Machado, neste momento o que é inadiável e urgente é a construção de uma moderna ligação, por estrada, entre Coimbra e Viseu. “Sejam quais forem os pontos cardeais, o importante é servir as populações com as acessibilidades adequadas e fundamentais para o desenvolvimento económico”, disse o autarca socialista.

Km (aprox.) VISEU A CONDEIXA > Sul 104 km Viseu- A1(Condeixa) atualmente 116 km Viseu – Mealhada (A1) até Condeixa 117 km Viseu – ligação a Sul (Condeixa) (Utilizando a atual EN2 e EN17 e a A13)


AO CENTRO

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2004

2005

2006

2008

2009

2010

2012

2013

Secretário de Estado das Obras Públicas, Jorge Costa (PSD), disse que a ligação de Viseu a Coimbra por autoestrada apenas iria aproveitar alguns troços do actual IP3, sendo os restantes construídos de raiz

Estradas de Portugal (EP) anunciou que em cima da mesa estavam três traçados”, todos a construir de raiz. Dois deles a serem construídos do lado direito do actual IP3 e o terceiro à esquerda

Secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos (PS), comunicou que o calendário relativo ao processo de construção da autoestrada entre Viseu e Coimbra seria apresentada no início de 2007

O primeiroministro, José Sócrates, anunciou, em Mórtagua, o lançamento da Concessão Autoestradas do Centro, que incluia a autoestrada entre Viseu e Coimbra e o IC12 entre Mortágua e Mangualde. Em abril, o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, assegurou que a autoestrada entre Viseu e Coimbra iria ter portagens

O presidente da Estradas de Portugal, Almerindo Marques, comunicou o encerramento do concurso para adjudicação da concessão rodoviária Autoestradas do Centro e que seria aberto um novo processo

A Estradas de Portugal adiou, pela terceira vez, o prazo para a entrega das propostas para a concessão rodoviária Autoestradas do Centro. Em abril, o PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento) exigia a reavaliação da concessão, ressalvando, no entanto, que seria mantida a A24, enquanto alternativa ao atual IP3, entre Coimbra/Mealhada e Viseu

O secretário de Estado das Obras Públicas, Sérgio Monteiro (PSD), admitiu que as acessibilidades de Viseu ainda tinham”um défice muito grande”, anunciando que seria feita uma nova ligação a Coimbra assim que as contas públicas permitissem

Jorge Coelho critica Governo de Sócrates por suspensão da autoestrada ViseuCoimbra

VOZ DE VISEU NÃO É A VOZ DE UMA REGIÃO A solução a Sul não é, contudo, inteiramente do agrado do presidente da câmara de Mortágua. José Júlio Norte optaria por um corredor que fosse vantajoso para a região. “A voz de Viseu não é a voz de uma região”, sublinhou, defendendo uma autoestrada para chegar “rapidamente e em segurança a Viseu e a Coimbra”. “Este é o momento de estarmos unidos, senão vamos ficar eternamente isolados. Não vale a pena andar aqui a ver quem é o pai da criança”, ressalvou. O presidente da Câmara de Mortágua (PSD) voltou a afirmar que a revindicação deve ser a de uma autoestrada, de preferência sem portagens. “Mas, entre ter uma autoestrada portajada ou nada, prefiro uma portajada”. O corredor a Sul é uma hipótese que para o presidente da Câmara de Penacova (PS) já lhe tinha ocorrido como uma possibilidade. “Aproveitar a Estrada Nacional 2 não me parece possível, por causa da orografia do terreno, mas uma solução com troços de raiz que usasse a A13 como interface à A1, faz sentido”, disse Humberto Oliveira. “Uma nova ligação entre Coimbra e Viseu e a requalificação do IP3 são uma necessidade há muito pedida”, lembrou.

SOLUÇÃO A PONDERAR Mais cauteloso, o presidente da Câmara de Tondela (PSD), José António Jesus, admitiu que é preciso fazerem-se estudos técnicos sustentados antes de se partir para o campo das hipóteses ou das opiniões particulares. No entanto, lembrou que esta alternativa contempla dois pontos essenciais: uma ligação entre duas cidades principais e uma proximidade com a A1. Mas sublinhou: “se há um privado que tem de garantir o investimento, não pode haver a concorrência do IP3”. Para o autarca tondelense, qualquer solução que utilize troços do IP3 “não pode ser portajada”. Leonel Gouveia, autarca socialista em Santa Comba Dão, afirmou também que uma autoestrada portajada sobre o atual IP3 “nunca”, mas vê como possibilidade a ligação defendida pelo presidente da Câmara de Viseu. “se o percurso Viseu/ Coimbra tivesse perfil autoestrada não portajada até Santa Comba Dão e depois a alternativa for essa a Sul, então essa pode ser portajada e fica o troço entre Santa Comba Dão e Coimbra com o atual IP3 requalificado”, defendeu. A discussão sobre qual o melhor traçado, em que perfil e com que investimento volta a estar em cima da mesa. Utentes e autarcas são unânimes em pedir uma autoestrada segura e rápida e que não aconteça como na A25 que acabou por ser portajada e sem alternativa.

BOMBEIROS QUEREM TRAÇADO SEGURO E SEM PORTAGENS

COMUNIDADES INTERMUNICIPAIS PEDEM ESTUDOS

O IP3 é uma das vias com mais tráfego e o troço com maior circulação é entre Viseu e Santa Comba Dão onde circulam, em média, 17 mil veículos por dia. É também uma via muito utilizada pelos transportes de urgência, nomeadamente ambulâncias. Uma das justificações para a requalificação desta via nos últimos anos tem sido, precisamente, a necessidade de criar condições de segurança e rapidez para o transporte de doentes. Os bombeiros e outros automobilistas queixam-se das vias só com uma faixa de rodagem, com separador central, e que em caso de acidente ou marcha lenta impede uma rápida normalização da circulação. Para os bombeiros que diariamente são utilizadores desta via, o ideal era avançar logo com a requalificação do Itinerário sem se andar a perder tempo. Defendem um traçado novo que seja seguro e de preferência sem portagens, considerando que, por exemplo, a ligação a Sul não seria uma mais valia para o transporte de doentes. “O tempo conta, nós fazemos é o transporte para Coimbra ou para Viseu, logo, este corredor é essencial que seja novo”, exemplificou o 2.º comandante dos Bombeiros Voluntários de Tondela.

A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões pediu ao Governo que desenvolva os estudos necessários para a concretização da nova ligação rodoviária entre Viseu e Coimbra, que seria uma alternativa ao IP3. Em comunicado, refere que “a não existir financiamento comunitário para esta infraestrutura, caso seja utilizada parte da atual plataforma do IP3, então que esses troços sejam libertos de pagamento pelo utilizador”, acrescentando que, onde forem construídos “novos troços de autoestrada, que tal ocorra em regime de concessão”. Também as CIM Região de Coimbra e CIM Beiras e Serra da Estrela manifestaram como positiva a inserção no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas da “construção do IP3 – Coimbra/Viseu” e mostraram disponibilidade para cooperar com os restantes parceiros institucionais e empresariais para que os objetivos sejam atingidos, independentemente das análises críticas que este Plano suscite, chamando contudo a atenção para que as propostas de desenvolvimento do território não podem ser desenhadas à margem dos municípios.

18 ABR


REGIÃO

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OPINIÃO ANA LEAL Jornalista

PARAÍSO?!

“Quem mandava, assobiava para o lado”

“ Onde é o Paraíso? ” Pergunta o João à professora. A professora hesita, o que dizer a um rapaz de 11 anos? - Paraíso?.. - Sim, professora, o Paraíso! - O céu? - Não! O meu pai tentava explicar à minha mãe porque é que eu mudei de escola este ano, mas eu não consegui perceber! Adorava a minha escola, tinham acabado de fazer imensas obras, estava como nova! O meu pai disse que gastaram um dinheirão! Mas, não tinha cavalos, ballet, que a Teresinha adora, equitação ou piscina. Disse também que tem pena da professora Fernanda, que muito provavelmente irá ficar sem emprego! A minha professora está lá há tanto tempo que até já há Doutores que foram alunos dela. A professora, estupefacta, ficou sem palavras! A verdade é que é difícil explicar a qualquer criança porque é que se gastam milhões em colégios privados, construídos ao lado de escolas públicas cada vez mais vazias. Ao t o d o , 81 c o l é g i o s pr i v a dos, financiados pelo Estado, ou seja, pagos por todos nós contribuintes. É em Coimbra onde, em nome do interesse público, se construíu o maior império de colégios privados com contrato de associação. Foi assim durante décadas, com governos sucessivos, a protegerem os interesses de Ex-Secretários de Estado, deputados e E x-Diretores Reg iona is de Educação, que como em qualquer paraíso, puderam fazer tudo à descarada. Houve quem se tornasse dono de alguns desses colégios, houve quem preferisse passar a ganhar a vida como consultor de grupos económicos, propr ietá r ios, precisa mente desses colégios privados. Quem mandava, assobiava para o lado. E assim foi continuando. E assim vai o estado da Nação. - O Paraíso, Joãozinho? Qual deles? 18 ABR

Hóspital de Viseu Foto Arquivo

VISEU

Texto A. Figueiredo

HOSPITAL DE VISEU PODE PERDER CIRURGIA PEDIÁTRICA O GOVERNO ESTABELECEU UMA NOVA CLASSIFICAÇÃO PARA OS HOSPITAIS DO SNS – SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE. O DE VISEU FICOU NO GRUPO DE II ONDE NÃO ESTÁ PREVISTA A EXISTÊNCIA DE CIRURGIA PEDIATRIA

O

ho s pit a l d e Vi s e u p o d e ficar sem cirurgia pediátrica. Segundo a portaria do Ministério da Saúde, publicada no dia 10 de abril de 2014, que classifica os serviços e hospitais do SNS – Serviço Nacional de Saúde, o Centro Hospitalar Tondela – Viseu (CHTV) está colocado no grupo das unidades hospitalares que não têm, ou podem deixar de ter, entre outra valências, a cirurgia pediátrica.

Portaria do MS retira cirurgia pediátrica ao hospital de Viseu Segundo a classificação estabelecida, pela Portaria nº 82/2014, o CHTV é colocado no Grupo II onde as unidades hospitalares não exercem “as valências de farmacologia clínica, genética médica, cardiologia pediátrica, cirurgia cardio-torácica e cirurgia pediátrica”. No hospital de Viseu a administração não sabe, para já, de que forma a portaria, que é para cumprir até ao final de 2015, vai ser aplicada. Está por esclarecer se a limitação de serviços, para cada grupo, se aplica a todos os hospitais, mesmo para aqueles que já têm determinadas valências, ou apenas para os que hoje, não tendo alguns serviços, ficam assim a saber que nunca os vão ter.

CIRURGIA PEDIÁTRICA DO CHTV SERVE VISEU E GUARDA Para o presidente do conselho de administração, Ermida Rebelo, não faz sentido o CHTV perder a cirurgia pediátrica porque serve uma vasta região dos distritos de Viseu e Guarda. Sem o serviço em Viseu os utentes ficariam a mais de 60 quilómetros de um hospital com essa valência, que seria em Coimbra. Segundo Ermida Rebelo a maioria das cirurgias em pediatria são feitas hoje em ambulatório, não obrigando a internamento. Sem o serviço em Viseu as crianças, jovens e respetivas famílias ficariam obrigadas a fazer duas viagens de centenas de quilómetros, de ida e volta, no mesmo dia para Coimbra. Sendo a portaria de classificação das unidades hospita lares “um documento em aberto” o presidente do CHTV espera que a limitação de serviços não se aplique às que já têm as valências em funcionamento há vários anos. A portaria publica da pelo MS no início deste mês de abril provocou um coro de protestos um pouco por todo o país entre autarcas, dirigentes partidários e organizações de profissionais de saúde. O responsáveis do Ministério da Saúde vieram entretanto dizer que “ não haverá fecho imediato de serviços, o que existe são indicações estratégicas que o sistema terá de observar”

PORTARIA ABRE ESPAÇO À RADIOTERAPIA Embora a Portaria nº 82/2014 levante dúvidas sobre o futuro da cirurgia pediátrica a mesma abre a porta à criação do serviço de radioterapia, uma reivindicação antiga do CHTV. Entre as valências médicas e cirúrgicas, garantidas para os hospitais do grupo II, está a medicina nuclear. Embora o Plano Oncológico Nacional, que define a rede de serviços de oncologia, esteja a ser elaborado por uma outra comissão, o facto da classificação hospitalar prever a medicina nuclear, para o grupo onde está o CHTV, “pode ser mais um fator positivo para que se concretize a criação no hospital de Viseu do centro de radioterapia”, refere Ermida Rebelo. RADIOTERAPIA UM PROCESSO QUE SE ARRASTA HÁ 12 ANOS O processo para a criação em Viseu de um Centro de Oncologia tem uma dúzia de anos. A primeira referência surge em 2002, quando o hospital de Viseu foi integrado na Rede de Referenciação Hospitalar de Oncologia. Em 2004 o então ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, criou, por despacho, a Unidade de Medicina Nuclear para o Hospital São Teotónio, que até hoje, passados vários ministros e governos, não saiu do papel.


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orgANizAção

ColAborAção

| AsseMbleiA MuNiCipAl de Viseu | CâMArA MuNiCipAl de Viseu | regiMeNto de iNfANtAriA Nº14 de Viseu | NúCleo de Viseu dA AssoCiAção 25 de Abril

| Associação dos deficientes das forças Armadas | Agrupamentos de escolas de Viseu | escolas secundárias do Concelho

22 — 24 Abril

25 de Abril

exposição

Exposição

Agrupamentos de escolas e escolas secundárias do Concelho

Regimento de infantaria Nº 14 de Viseu

Cartazes escolares dos 40 Anos de Abril

Cartazes Escolares dos 40 Anos de Abril

Colóquios

sEssão solENE dA AssEmblEiA muNiCipAl

Agrupamentos de escolas e escolas secundárias do Concelho

10H00 | Esc. sec. Emídio Navarro

Conversas de Abril VisitAs

Memórias & Atividades de Abril regimento de infantaria Nº14 de Viseu

40 Anos do 25 de Abril dEsCERRAmENto

placa Evocativa dos Capitães de Abril de Viseu 12H30 | Avenida Capitães de Abril

CoNCERto

libERdAdE — séRgio godiNHo 21H30 | Viriato teatro municipal


REGIÃO

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OPINIÃO FIDALGO DE FREITAS Médico Psiquiatra

“ÀS VEZES É SAUDÁVEL QUE OS MIÚDOS NÃO OBEDEÇAM AOS PAIS”

VISEU

Texto Micaela Costa

PRODUTORES LOCAIS QUEREM CONTINUAR NO EXTERIOR DO MERCADO MUNICIPAL CÂMARA COM OPERAÇOES DE CHARME PARA ATRAIR CLIENTES PARA O INTERIOR DAS INSTALAÇÕES Foto JL

Sou um fervoroso adepto de tudo o que rodeia o fenómeno desportivo, seja qual for o desporto, quer na sua prática regular, quer como espectador, ao vivo ou na TV. Do Futebol ao Atletismo, da Natação à Esgrima, o Bilhar ou mesmo os Dardos, tudo me dá prazer desde que praticado dentro das regras, com qualidade e fairplay. Não duvido também que a atividade desportiva está bem para além do resultado desportivo e é um meio indispensável à formação física, psicológica e cívica de qualquer individuo. É pois com tristeza e mesmo preocupação que vejo a desvalorização que esta atividade tem tido na Escola, sinal evidente da falta de cultura de quem decide e da nossa conivência como pais e educadores que o não exigimos. Assim, é com frequência que lá pelo Fontelo vou assistir a atividades desportivas, nomeadamente o Futebol, que no pequeno campo junto às Piscinas fer vilha de jogos entre miúdos, com um enquadramento técnico adequado, já com noções técnicas e táticas muito interessantes, equipas de arbitragem jovens e com atitude pedagógica, disciplina, desejo de ganhar mas sem atropelos, respeito pelo adversário, etc., uma verdadeira escola de cidadania. O lamentável, é de que, e, para além dos eventuais e desejáveis incentivos da assistência, na sua grande maioria pais, alguns destacam-se tomando atitudes de todo condenáveis, insultando com impropérios dos mais ordinários árbitros e adversários e instigando mesmo os miúdos à violência. E, mais lamentável ainda é de que no outro campo um pouco acima, onde pelas características da competição há policiamento, estas atitudes são tomadas ao lado dos agentes da autoridade, que se mantêm impávidos e serenos, sem que pelo menos tomem alguma atitude de advertência e pedagógica para estes comportamentos. Felizmente e na grande maioria das vezes os miúdos não obedecem aos pais, e continuam a jogar o jogo pelo jogo, com respeito pelos adversários e pelos árbitros. 18 ABR

Isabel Madeira

“Desde que saí da zona dos produtores locais senti uma grande diferença. Vende-se menos. Por outro lado sinto que a autarquia está a fazer o que pode para dar a volta a esta tendência, mas é preciso trazer gente ao mercado.”

S

ão dezenas de produtores locais que todos os dias “montam a banca” junto ao parque de estacionamento do Mercado Municipal 21 de Agosto, local que tão bem conhecem e que não querem deixar. A opinião é unânime: ir para o interior do mercado está fora de questão, pois se no local de sempre os clientes começam a ser cada vez menos, mudar de sítio pode arruinar o negócio. A possibilidade de levar os produtores locais para o interior do mercado faz parte dos planos da autarquia e enquadra-se no projeto de requalificação e dinamização daquele espaço. Beatriz Rodrigues é uma das vendedoras que todos os dias usa o “parque de estacionamento” para montar a sua banca e que, como muitos outros, não quer sair dali. “Ainda me lembro do tempo em que vender no mercado era a loucura, onde os produtos não chegavam para a encomenda”, desabafa. Para Beatriz Rodrigues, de 70 anos, dos quais 40 são dedicados às vendas, “sair do espaço onde todos já estão habituados a frequentar e onde se trabalha há anos, pode não ser a melhor opção”. Segundo o vereador da autarquia, João Paulo Gouveia, “tudo será feito em diálogo com os produtores e de modo a que tenham as melhores condições para o bom desempenho das suas atividades. Não vamos impor nada, vamos sim conversar e chegar a um consenso”.

PROBLEMAS PARA RESOLVER Embora produtores e comerciantes ad mita m que “o empen ho e as alterações que a autarquia tem feito sejam notórias”, ainda existem “problemas que têm de ser resolvidos”. Isabel Madeira é uma das vendedoras que aponta a falta de clientes como um dos maiores problemas. A fuga para as superfícies comerciais e o “esquecimento” em que caiu o mercado são algumas das razões para esta redução. Por outro lado “o facto de muitos clientes serem já pessoas idosas também não ajuda a que se desloquem ao interior do mercado e fiquem pelo exterior, junto ao parque”. Já Heitor Santos, um dos comerciantes que está no mercado no âmbito das atividades da Páscoa, é mais otimista e até já pensa em poder ter uma loja no interior. Também aqui a opinião é generalizada: é preciso continuar a apostar nas atividades e trazer gente ao mercado. Uma das soluções, na opinião dos comerciantes, pode passar p or i mplement a r no merc ado serviços que obriguem os viseenses a terem de ir aquelo espaço. Até ao final da próxima semana está a decorrer uma atividade alusiva à Páscoa, com várias “barraquinhas” com produtos diferentes. Segundo o vereador João Paulo Gouveia, outras se irão seguir. “Estamos já a pensar em mais atividades nomeadamente para o verão. O nosso objetivo é que o mercado reapareça e é para isso que estamos a trabalhar”.

Heitor Santos

“Até agora não me posso queixar, as vendas têm sido boas. É certo que só vou estar durante este período da atividade da Páscoa, mas se tudo correr bem, até estou a ponderar arranjar um espaço no mercado para instalar o meu negócio.”

Fátima Nunes

“A mudança de sítio sentiu-se no negócio. Dentro do mercado as pessoas passam pouco ou nem sequer passam. Era fundamental que se melhorassem os acessos e que não se volte a esquecer mercado.”

Emília Almeida

“A divulgação, na minha opinião, é o que está a faltar. As pessoas ainda não sabem que vir ao mercado é garantir bons produtos e muitas vezes mais baratos que nas grandes superfícies”.


REGIÃO

HORTAS COMUNITÁRIOS

VISEU

ESPAÇO NUNCA CHEGOU A SER CULTIVADO

Texto Micaela Costa

AMÊNDOAS DA PROVIR ESTÃO DE VOLTA CONFECIONADAS PELAS MESMAS PESSOAS, NAS MESMAS MÁQUINAS, AS AMÊNDOAS DA PROVIR VOLTARAM PARA FICAR E ESTÃO À VENDA NO MERCADO MUNICIPAL DE VISEU

Amêndoa está à venda no Mercado Munícipal Foto JL

A

s amêndoas da Provir estão de regresso. Pelo menos este é o compromisso de Pedro Pereira, o responsável por trazer de volta ao mercado uma das mais conhecidas marcas de amêndoas da região e do país. À venda na internet há já algum tempo, as amêndoas da Provir su rgem p el a pr i mei r a ve z ao público no Mercado Municipal 21 de Agosto, em Viseu. E, para já , a aceitaç ão está a ser “u m sucesso”. “Já estou a trabalhar com antigos clientes há algum tempo, mas este contacto com o público ainda não tinha acontecido. Fico contente que a aceitação esteja a ser muito boa. As pessoas reconhecem, param e não resistem a levar. No fundo, é quase uma tradição”, contou Pedro Pereira, antigo responsável de produção da Provir e atual detentor da marca. S ã o m a i s d e 6 0 a no s d e h i s tór i a d e u m nome que to do s

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c o n h e c e m e q u e a g o r a v o lt a a ga n ha r v id a p e l a s mãos de um dos antigos trabalhadores. A Prov ir iniciou a sua ativ idade em 1949 e desde então conquistou o mercado com as suas famosas amêndoas, refrigerantes, marmelada e outros produtos. Mas em 2010 os responsáveis pela marca acharam melhor interromper a produção e parar com a comercialização. Dois anos depois, Pedro Pereira decidiu que estava na altura de “re erg uer u ma ma rc a que sempre d ig n i f icou a reg ião e que a i nd a hoje e st á na c ab e ç a e n o p a l a d a r d e mu i t o s ”. A ideia surgiu em 2012 quando percebeu que tinha que voltar às raízes e pôr em prática o conhecimento que havia adquirido ao longo dos anos. “Alugou” a marca Provir, comprou as mesmas máquinas onde eram feitas as amêndoas e integrou na equipa antigos traba-

lhadores que “com colher de pau e panelas de ferro, tornam possível que as amêndoas sejam iguais”. Para Pedro Pereira o mais difícil já está feito, o importante agora é manter a qualidade e diversificar a oferta. “A marca está feita, nunca perdeu o prestígio. A preocupação é que a qualidade também s eja a me sma e que o c l iente tenha apenas mais variedade”. Para já, o responsável quer dar passos pequenos e regressar ao mercado com “alguma calma”. Se, em tempos, eram produzidas mais de 200 toneladas de amêndoas, para já, Pedro Pereira, prefere apostar apenas “na tonelada por ano”. Diversificar a oferta é também o grande objetivo e na mira estão já as amêndoas moles. Por enquanto as habituais amêndoas de chocolate podem ser adquiridas ou na página da internet ou no Mercado Municipal.

estava na altura de “reerguer uma marca que sempre dignificou a região e que ainda hoje está na cabeça e no paladar de muitos” Pedro Pereira

As Hortas Comunitárias e Pedagógicas de Viseu, localizadas na Quinta da Cruz, estão a aguardar por obras para finalmente ficarem à disposição dos munícipes. As fortes chuvadas do Inverno provocaram estragos no terreno e a queda de alguns muros. A autarquia vai agora proceder à limpeza do espaço e à reparação dos danos e conta, em breve, voltar a dar um impulso a este projeto. As Hortas foram anunciadas em Setembro de 2013 pelo anterior executivo, mas nunca chegaram a ser usadas. Os terrenos estão à disposição na Quinta da Cruz e além do caráter social, o projeto pretende também ter uma componente pedagógica, envolvendo as escolas do concelho. O número de hortas comunitárias tem crescido significativamente nos últimos anos e estes projetos f lorescem um pouco por todo o país. Segundo o Movimento “Plantar Portugal”, as hortas comunitárias encontram-se de Norte a Sul, ajudando milhares de portugueses a combater a crise, desenvolver laços sociais nas comunidades e a promover um estilo de vida mais saudável. SUCESSO EM S. PEDRO DO SUL Em S. Pedro do Sul, esta é uma iniciativa de sucesso. A Horta Comunitária foi lançada em 2011. Três anos depois, o sucesso traduz-se no elevado número de pessoas que cultivam naquele espaço. São mais de 50 produtores que usam um pedaço de terreno agrícola localizado bem no centro da cidade. Segundo a autarquia, os pedidos são cada vez mais e, por isso, está a ser disponibilizado mais terreno. O projeto resultou de uma parceria entre o Contrato Local de Desenvolv i mento Socia l (CLDS) “São Pedro do Sul – o futuro é aqui”, a Santa Casa da Misericórdia de Santo António e a autarquia e é considerado um exemplo de como, sem gastar muito dinheiro, se podem ajudar as famílias em tempo de crise. Já em Tondela, as hortinhas solidárias promovem a agricultura e ajudam instituições. Terrenos que se encontravam desocupados na cidade são usados para formação a pessoas desempregadas na área da agricultura. Os produtos são depois entregues a instituições do concelho. O projeto “Hortinhas solidárias” resulta de uma parceria entre a Câmara de Tondela, o Instituto de Emprego e a Formação Profissional (IEFP) e a Confagri - Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal. – SR 18 ABR


REGIÃO

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RENDA PASSA DE 140 PARA 1400 EUROS

Texto Sandra Rodrigues

INSTITUTO LIBERAL PODE FECHAR AS PORTAS NA RUA DIREITA

Nelson Loureiro apela ao bom senso para que renda não aumente

AUMENTO DE RENDA PODE INVIABILIZAR A CONTINUAÇÃO DO INSTITUTO LIBERAL DE INSTRUÇÃO E RECREIO DE VISEU NA RUA DIREITA. ESTA É A COLETIVIDADE MAIS ANTIGA DA CIDADE E É ONDE OS SÓCIOS PASSAM AS TARDES A JOGAR ÀS CARTAS OU A DAR DOIS DEDOS DE CONVERSA

O

Instituto Libera l de Instrução e Recreio de Viseu pode abandonar o edifício que oc upa na r u a Di reit a se a renda aumentar. Com 110 anos, a coletividade está a passar por uma das “piores fases” da sua existência. O alerta é do presidente da direção, Nelson Loureiro, que aguarda por “melhores notícias”. A direção foi informada de que a renda iria aumentar e dos cerca de 140 euros que atualmente paga, poderá passar para os 1400 euros. “É um aumento de dez vezes mais do que agora pagamos e, a confirmar-se, inviabiliza-se a continuação do organismo cultural e recreativo mais velho da cidade de Viseu, do mais antigo do distrito e do país”, alerta Nelson Loureiro. O presidente da direção lembra que o edifício pertence a uma família que reside em Lisboa e que durante muitos anos nunca se fa lou em aumentar a renda. Acredita que o acerto vem no seguimento da nova lei do arrendamento. “Fizemos uma contra-proposta para que a renda fique entre os 350 a 450 euros. Aguardamos agora a decisão”, frisa. Contas feitas, Nelson Loureiro admite que este é o valor que o Instituto consegue pagar, aumentando

18 ABR

“Não sabemos porque é que as mulheres não podem ser sócias, mas o que se pensa é que isto estará relacionado com o tal grupo da tertúlia de há cerca de 70 anos onde normalmente não entravam mulheres”

ligeiramente a quota dos associados (os 310 sócios paga m u m eu ro mensalmente) e dinamizando atividades com rentabilidade. “Neste momento, temos verba para pagar a renda, as despesas de água e luz e outras inerentes à manutenção da casa. Temos de fazer uma boa gestão para mantermos as contas equilibradas. Se a renda aumentar, a

situação fica muito delicada”. A d i reç ão do I nst it uto e sper a também que as entidades públicas ajudem, tendo a direção pedido uma audiência à câmara de Viseu para expor o problema. “Recebemos apoios, nomeadamente da Junta de Freguesia, mas também são cada vez menos porque bem sabemos que a crise não permite mais”, sublinha Nelson Loureiro. PASSADO O presidente da direção espera que o impasse seja ultrapassado e que as atividades no Instituto não tenham um fim. Recorda o “g ra nde passado” histór ico da coletividade que surgiu em Viseu n a é p o c a e m qu e a s o c i e d a d e portuguesa começava a viver os ideiais republicanos. “Inicialmente f u ncionou a lg u res na cidade e ninguém sabe muito bem onde. Teve na sua génese alguns nomes republicanos ilustres como Alberto Sampaio e a finalidade era a de juntar pessoas intervenientes na sociedade, sobretudo indivíduos ligados ao trabalho e à cultura, que pudessem dar algum alento para a marcha republicana”, conta Nelson Loureiro. Mais de um século depois, os ideais

que estiveram na formação do Instituto foram-se apagando e hoje é um espaço de convívio onde os sócios, na sua maioria já aposentados, se encontram para jogar às cartas, ao dominó, bilhar, xadrez ou apenas dar dois dedos de conversa. NÃO ÀS MULHERES O Instituto Liberal de Instrução e Recreio tem 310 associados. Uma forma de dar a volta e criar dinâmicas na coletividade é a de captar mais sócios. Uma tarefa que não é fácil. Por um lado, a atividade está direcionada para uma população ma is vel ha e, por out ro, não é permitida a entrada de mulheres. A atual direção já tentou mudar os estatutos para permitir a entrada do sexo feminino, mas não obteve grandes simpatias. “Há algumas pessoas que têm reservas em alterar o perfil do Instituto”, admite Nelson Loureiro. “Não sabemos porque é que as mulheres não podem ser sócias, mas o que se pensa é que isto estará relacionado com o tal grupo da tertúlia de há cerca de 70 anos onde normalmente não entravam mulheres. Como ao longo dos anos não houve ninguém a fazer essa alteração, a coisa ficou como um das características da coletividade”.


REGIÃO

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RECRIAÇÃO HISTÓRICA ABRE “TEMPORADA”

Texto Sandra Rodrigues

EVENTOS ATÉ JULHO TESTAM MERCADO 2 DE MAIO RECONSTITUIÇÃO HISTÓRICA ASSINALA OS 135 ANOS DO MERCADO 2 DE MAIO. ESPAÇO VAI “RENASCER” COM NOVA MARCA E COM AGENDA DE EVENTOS ATÉ JULHO

Aos sábados o Mercado 2 de Maio vai receber várias iniciativas Foto DR

U

ma recriação histórica da entrada das tropas liberais em 1834 vai ser feita a 2 de maio em Viseu. A encenação vai envolver “tropas” a cavalo e a pé e pretende comemorar os 135 anos da inauguração do Mercado 2 de Maio. Uma iniciativa que a autarquia está a preparar e que assinala o lançamento da marca M2M (Mercado 2 de Maio) e de um conjunto de ações que vai ser levado a cabo naquele espaço. A ideia, segundo a Câmara Municipal, é a de “criar uma identidade histórica” e “revitalizar” um espaço âncora do centro da cidade. A reconstituição histórica inicia a programação de eventos agendada para os meses de maio, junho e julho. Todos os sábados, o Mercado 2 de Maio será palco de mercados. Ao já conhecido Mercado das Ve-

lharias, juntar-se-ão o Mercado dos Lavradores, o Mercado das Trocas e o Mercado de Viriato. Outras realizações terão ali lugar, como, por exemplo, o Prove Dão Lafões e manifestações culturais no âmbito do Festival Jardins Efémeros. Seg undo a autarquia, estas são iniciativas que irão servir como laboratório de ideias para consolidar, no futuro, uma agenda de programação mais alargada e que irá de encontro à requalificação de que aquele espaço será alvo. Criar o hábito nas pessoas de aos sábados terem sempre um motivo de visita é outro dos objetivos.

e desembocar no Mercado, altura em que os sinos da cidade tocam a rebate. Ao longo do percurso, várias personagens vão narrando a história das lutas entre liberais e miguelistas. À chegada, as tropas, lideradas pelo Duque da Terceira, são recebidas pela entidade municipal. Depois será dado início à festa tradicional com música e animação da época. Um espetáculo de rua com o carimbo da Zunzum Associação Cultural de Viseu, a que se associam outras instituições como o RI14, e que contará também com a participação dos lojistas. PROVE DÃO LAFÕES O Prove Dão Lafões está de regresso a Viseu. O evento gastronómico decorre de 4 a 6 de julho, no Mercado 2 de Maio. Trata-se de

135 ANOS DO 2 DE MAIO Com recurso a figurinos históricos, as tropas vão subir a rua Formosa

uma organização da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões que pretende tornar esta iniciativa numa marca da região. O evento pretende ser uma montra dos produtos ga st ronóm icos e vínicos dos concelhos da região Dão Lafões e, consequentemente, ser uma atração turística, levando os visitantes a conhecer outros aspetos da região, como o seu património e os espaços culturais. O primeiro Prove Dão Lafões realizou-se em 2012, no Adro da Sé. Na altura, foram feitas provas de vinho, sessões de cozinha ao vivo com chefs conhecidos, workshops e conversa com o público. Os visitantes foram convidados a degustar quer o vinho, quer a gastronomia nos vários restaurantes presentes e nos mercados gourmet.

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18 ABR


REGIÃO

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Aeródromo de Viseu Foto JL

VISEU

Texto A.Figueiredo

AERÓDROMO CONCENTRA PROTEÇÃO CIVIL TODOS OS SERVIÇOS E MEIOS LIGADOS À PROTEÇÃO CIVIL VÃO SER CONCENTRADOS NO AERÓDROMO MUNICIPAL. COM A INSTALAÇÃO DO CNOS ALTERNATIVO VÊM PARA VISEU OS HELICÓPTEROS KAMOV QUE ESTÃO EM SANTA COMBA DÃO

N

o aeródromo de Viseu vai ser instalado um Centro de Proteç ão Civ i l. Nu m mesmo espaço vão ser cr iad a s condições para albergar diferentes instituições e serviços ligados ao socorro e à proteção civil. Para que o processo ava nce est ão a decorrer negociações entre a câmara municipal de Viseu e o MAI – Ministério da Administração Interna. A autarquia não abdica e está a reclamar a instalação em Viseu do CNOS – Centro Nacional de Operações de Socorro, que em caso de catástrofe funcionará como alternativa ao de Lisboa. O CNOS Alternativo foi prometido para Viseu há dez anos, quando o então ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes, assinou um protocolo com a câmara municipal que prev ia a construção de um edifício no espaço do aeródromo de Viseu para instalar o CNOS e o CDOS – Centro Distrital de Operações e Socorro, que hoje funciona no antigo edifício do governo civil. Para o presidente da câmara de Viseu, Almeida Henriques, “há um protocolo assinado entre o estado português e o município de Viseu que tem que ser honrado”.

18 ABR

REQUALIFICAR EM VEZ DE CONSTRUIR As negociações entre o município e o MAI apontam para a remodelação, requalificação e ampliação dos edifícios e hangares existentes no aeródromo em vez da construção de um novo edifício, como estava prev isto.“Esta mos a ver qua l é a melhor maneira de criar boas condições para todos”, refere o autarca. Na primeira revisão do orçamento municipal para 2014 foram inscritos 100 mil euros para obras no aeródromo. O objetivo, para o presidente da câmara de Viseu, é criar condições dignas no aeródromo para o alojamento dos pilotos e outros efetivos que durante o verão estão envolvidos no combates aos fogos florestais. “Tem toda a lógica concentrar num mesmo local os meios aéreos e terrestres”, refere o autarca. TUDO NO MESMO ESPAÇO No futuro Centro de Proteção Civil de Viseu, para além da instalação do CDOS e do CNOS/A lternativo, vão ser criadas condições para acolher os operacionais e os meios aéreos que durante o verão formam as equipas de combate aos fogos florestais. Os bombeiros municipais também vão ser trans-

feridos para o aeródromo. No atual quartel, existente na cidade, na Praça D. João I, ficará uma equipa de intervenção rápida para atuar na cidade. Com a instalação de serviços e a utilização regular do aeródromo efetivos e serviços da Polícia Municipal vão ser deslocados e integrados no futuro Centro de Proteção Civil. HELICÓPTERO DE SANTA COMBA DÃO VEM PARA VISEU Com a instalação do CNOS Alternativo e a criação do Centro de Proteção Civil, também virão para Viseu os dois helicópteros Kamov, da ANPC - Autoridade Nacional de Proteção Civil, que estão estacionados no quartel do Bombeiros Voluntários de Santa Comba Dão. A justificação será a de concent ra r nu m mesmo espaço todos os meios afetos ao socorro. Uma decisão que embora seja esperada no s me io s l i g a d o s à pr ot e ç ã o civil não será bem aceite em Santa Comba Dão. Nos ú ltimos a nos realizaram-se milhares de euros de investimento para a melhorar as condições de operacionalidade dos helicópteros da ANPC e do INEM estacionados no heliporto de Santa Comba.

GOVERNO CIVIL PARA PARA A CÂMARA Os serviços municipais da educação devem passar para o edifício onde funcionou o governo civil na Avenida Alberto Sampaio. A Câmara Municipal de Viseu vai ocupar e gerir o prédio que é propriedade do governo. No segundo andar funciona hoje o CDOS e no rés do chão vai ser instalado o SEF – Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. O protocolo de cedência entre a autarquia e o MAI, que deve ser assinado ainda este mês, renovável por períodos de um ano, obriga a autarquia a disponibilizar uma sala para que os deputados da Assembleia da República, do círculo eleitoral de Viseu, possam receber os eleitores. Os serviços da autarquia a transferir para a Avenida Alberto Sampaio vão ocupar o primeiro andar do antigo governo civil. A Câmara Municipal fica também responsável pela gestão do espólio existente no edifício.


REGIÃO

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LAMEGO

CARREGAL DO SAL

Texto Micaela Costa

ROTEIRO TURÍSTICO MOSTRA POTENCIALIDADES DO CONCELHO

LALIM CUMPRE TRADIÇÃO AO QUEIMAR O JUDAS ESTE ANO A CERIMÓNIA REGRESSA À AVENIDA DA IGREJA, DOMINGO, PELAS 16H00

Tradição pascal rebenta 16 bonecos vestidos de papel

A

freguesia de Lalim, no concelho de Lamego, volta a ser palco de mais uma representação da “Queima do Judas”. Esta tradição pascal, organizada pela Junta de Freguesia de Lalim e pela Câmara Municipal de Lamego, regressa à Avenida da Igreja, local onde se realizou durante anos. Como já vem sendo hábito, parte do domingo de Páscoa é passado na rua a assistir à manifestação cultural mais expressiva daquela vila ou como os conhecedores desta tradição explicam, um momento onde o lúdico/profano e o sagrado se misturam. O mote é a passagem bíblica onde Judas traiu Cristo e o entregou à morte: “…É Judas esse traidor/ Que fez a maldita negociata/ Vendeu o seu próprio Mestre/ Por trinta moedas de prata”. A ideia é queimar “figuras” num ritual de purificação dos pecados. “Durante esta tradição pascal, 16

Foto DR

bonecos vestidos de papel bastante colorido rebentam, no final da cerimónia, com bombas de fogo-de-artifício, funcionando como um mito de purificação pelo fogo”, explicou Bruno Carneiro, presidente da Junta de Freguesia de Lalim. A representação obedece a u m conjunto de regras ditadas pelo texto do “Julgamento do Judas”, e onde se simbolizam as etapas mais significativas da vida e morte de Jesus. Algumas figuras evocam a paixão, a crucificação e a morte de Cristo, enquanto outras, representam motivos dos tempos modernos ou dos jogos tradicionais. A Queima do Judas de La lim é a expressão da mentalidade e da consciência dos lalinenses, revelando a sua maneira de ver o mundo, acerca da divisão entre o bem e o mal. Representa ainda uma sátira à abstinência quaresmal, em que a queima simboliza a vingança há tanto esperada.

“…É Judas esse traidor Que fez a maldita negociata Vendeu o seu próprio Mestre Por trinta moedas de prata. Ter-se arrependido mais tarde De nada lhe vai valer Foi muito ganancioso E agora tudo vai perder O digníssimo tribunal Vai ter que se pronunciar Mas já podemos concluir Que à morte o vai condenar…” (Passagem bíblica inspira “Queima do Judas de Lalim”)

LAMEGO

SEPNA ALERTA POPULAÇÃO O Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) continua no terreno com a ação de sensibilização e fiscalização “Floresta Protegida. Sempre!”. Depois de Avões, Penude e da União de Freguesias de Bigorne, Magueija e Pretarouca terem recebido a visita dos elementos do SEPNA do Comando Territorial de Viseu, é a vez de Lazarim receber a equipa da GNR.

No próximo dia 23, pelas 15h00, as autoridades vão alertar a população local para a necessidade de efetuarem limpezas à volta das suas casas e informar sobre os cuidados que devem ter na realização de queimadas. O SEPNA vai ainda visitar alguns locais onde a ocorrência de situações de risco é considerada mais preocupante. E no dia 24 será a vez da União

de Freguesias de Parada do Bispo e Valdigem, acolher esta iniciativa, pelas 9h00. A campanha de sensibilização “Floresta Protegida. Sempre!” visa prevenir a população para o dever de se manter alerta, fiscalizando a gestão de combustível junto às habitações, na rede viária, nas linhas de transporte e junto à rede de distribuição de energia elétrica.

Um outro olhar sobre o concelho de Carregal do Sal e as suas potencialidades turísticas e outros motivos de interesse histórico e cultural através da criação de um Roteiro Turístico acaba de ser lançado por Evaristo Pinto, coordenador do Museu Municipal Manuel Soares de Albergaria. Ao todo são 20 pág i nas com informação e imagens sobre o território, o património histórico-cultural e sobre a Rede Municipal de Espaços Musealizados no Concelho. Uma compilação cheia de motivos de interesse, com informações sobre lugares a visitar. Uma “bíblia” cheia de sugestões em diferentes áreas como a restauração, enologia, vitivinicultura, património gastronómico, alojamento, informações úteis, farmácias, estabelecimentos de ensino, espaços fluviais, de recreio e lazer, festas religiosas e populares e um item de referência às publicações editadas pelo município relativas ao museu e património do Concelho. As opções são mais que muitas e a escolha não se vislumbra nada fácil, tal a riqueza e a diversidade das sugestões, propostas pelo autor. Segundo Evaristo Pinto, trata-se de “uma publicação simples, at r a c t i v a e qu e me re c e u o s elogios dos munícipes” que se associaram às comemorações antecipadas do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, realizadas no Museu Municipal Manuel Soares de Albergaria, no último domingo. A vereadora Ana Cristina Borges aproveitou para enaltecer a dinâmica da instituição na pessoa do seu responsável, Evaristo Pinto e da sua equipa. Referindo-se ao Roteiro Turístico do Município de Carregal do Sal, Ana Cristina Borges salientou ser “o culminar de um projeto que abre uma porta para o Concelho, para o País e quiçá para o Mundo”. Eva risto Pi nto apresentou sucintamente o Roteiro lançado, reportando-se à continuidade d a m i s s ão qu e le vou à c r i aç ã o d o Mu s e u Mu n i c i p a l e referiu-se à publicação como u ma “ i nequ ívoc a referência concelhia que contribui para promoção do Concelho e do seu património.” – CAP 18 ABR


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SANTA COMBA DÃO

Texto e fotos C.António Clemente

O BAIRRO DA MORTE

Localização provável de materiais com amianto Fonte Deco

O BAIRRO DO FOMENTO, CONHECIDO POR BAIRRO “CAJARANA”, ESTÁ COBERTO DE AMIANTO, UM PERIGO DE MORTE PARA OS MORADORES

C

inco pessoas morreram de cancro no Bairro “Cajarana”, em Santa Comba Dão, desde 1979. Mandado construir pelo INH – Instituto Nacional de Habitação, o Bairro “Cajarana” possui uma cobertura (telhado) 100% constituída por placas de fibrocimento, ou amianto, em estado puro. Um material altamente cancerígeno. O Bairro do Fomento, popularmente conhecido por “Cajarana”, é formado por oito blocos de apartamentos com três pisos. Cada bloco habitacional tem seis apartamentos, num total de 48 habitações, onde moram outras tantas famílias. Os moradores que lá vivem há 35 anos não escondem a preocupação com o perigo de morte que a cobertura em placas de amianto (fibrocimento) representa para a saúde pública. Não é por acaso que desde 1979 já morreram cinco dos seus moradores e um sexto, felizmente, ainda vivo, foi-lhe diagnosticado recentemente um cancro. Todos, por coincidência ou não, moravam no último piso, 18 ABR

Bairro “Cajarana”

próximo da placa de amianto que serve de cobertura aos oito blocos do Bairro “Cajarana”. Assim acontece também com o sexto morador. Marcílio Fonseca, 58 anos, técnico de radiologia, sofre de cancro e também

possui uma cobertura (telhado) 100% constituída por placas de fibrocimento, ou amianto, em estado puro vive no último piso “paredes meias” com o “carrasco cancerígeno”- o amianto. Em silêncio, o “perigo de morte” espreita e ataca sem aviso. Marcílio Fonseca critica o Estado por se preocupar apenas com os edifícios públicos. Os moradores há anos que lutam contra esta ameaça. Querem a reabilitação do “Bairro da Morte” e exigem a substituição total da cobertura de amianto, por materiais menos perigosos para a saúde pública.

O PERIGO DE CONTRAIR O CANCRO É UMA AMEAÇA COM 35 ANOS Moradores lembram que o Bairro do Fomento ficou pronto em 1979. Uma área habitacional que nasceu de um Concurso Público lançado pelo INH – Instituto Nacional de Habitação. O ajustamento da obra foi ganho pela proposta apresentada por uma empresa de construções e obras públicas (de Coimbra) e rondou os 500 mil contos (em escudos), ou seja, um milhão de euros, após a reconversão da moeda. Só em 2004 foi ultimado e assinado o protocolo de acordo de cedência do Bairro do Fomento à Câmara Municipal de Santa Comba Dão, por parte do INH. Na altura, a autarquia liderada pelo socialista Orlando Mendes assumiu a gestão e o compromisso de reabilitar o Bairro do Fomento. O acordo entre as duas partes incluía um “pacote” de investimentos a realizar (de quase 1,1 milhões de euros) com uma comparticipação de 50% ao abrigo do Programa PROHABITA. A obra incluía a retirada das placas

de amianto da cobertura de todos os edifícios, como principal prioridade. No “Mapa de Trabalhos a Realizar” estava ainda prevista a recuperação de toda a parte estrutural dos edifícios, arranjos dos jardins e acessos aos blocos de apartamentos, que incluía também, a eliminação de barreiras arquitetónicas para pessoas com deficiência motora e de locomoção. Como o autarca socialista Orlando Mendes acabou por perder as Eleições em 9 de Outubro de 2005, o “dossier” transitou para as mãos do novo executivo PSD, liderado por João Lourenço, que deixou cair a obra. O concurso oúblico não chegou a ser lançado e as obras nunca avançaram. Hoje é bem visível o adiantado estado de degradação do Bairro “Cajarana”/Fomento, com fendas nas paredes, fissuras e infiltrações na cobertura do telhado, por onde a água passa, causando humidade na maioria dos apartamentos. O isolamento térmico é nulo. E sobre este “dossier” o atual executivo socialista não tem qualquer agendamento previsto.


REGIÃO

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TONDELA

CENTRO SOCIAL INAUGURADO EM 2013 AINDA AGUARDA LICENCIAMENTO

O Centro Social e Paroquial de S. Salvador de Tonda, em Tondela, ainda aguarda pelos licenciamentos para começar a funcionar. A obra foi inaugurada em setembro de 2013, mas falta também “apetrechar a casa”, anunciou o padre João Pedro Cardoso. A comunidade está a realizar várias iniciativas de angariação de fundos que ajudem a suportar as despesas. “Temos um centro social que está feito de raiz, ontem já era tarde para estar aberto”, disse o pároco. A falta de dinheiro é a explicação. A obra, um investimento de cerca de um milhão de euros, iniciou-se em 2007 e conta com as valências de apoio domiciliário e centro de dia com capacidade para 25 utentes em cada uma das valências. Segundo o padre João Pedro Cardoso, o Centro é uma instituição importante não apenas na sua área geográfica, mas também na resposta a solicitações no domínio social de freguesias vizinhas.

Bombeiros de Campo de Besteiros querem uma nova ambulância

CAMPO DE BESTEIROS

Texto Sandra Rodrigues

BOMBEIROS ANGARIAM VERBAS PARA COMPRAR AMBULÂNCIA POPULAÇÃO DE CAMPO DE BESTEIROS, TONDELA, AJUDA CORPORAÇÃO DE BOMBEIROS

O

s Bombeiros Voluntários de Campo de Besteiros estão a angariar fundos para adquirir uma ambulância. No dia 24 de abril, o salão do quartel é palco de um baile solidário e o teclista Jorge Andrade o convidado para animar a festa. Esta é mais uma iniciativa que a cor por aç ão tem v i ndo a

promover para conseguir arranjar a verba suficiente para o veículo. Para maio, por exemplo, está já prevista a realização do 2.º passeio de motas pelo concelho. A população tem aderido às iniciativas, nomeadamente ao peditório que aos fins de semana é feito porta a porta. “Contamos com a generosi-

dade do povo que nos tem ajudado”, agradecem os bombeiros. A nova ambulância vai engrossar o parque automóvel do quartel que já está a ficar velho e usado. “C ont i nu a remos s empre a ter carências. É preciso ajuda para euipamento e fardamento”, lembram os bombeiros.

FALTA DINHEIRO

CASA EM LOBÃO DA BEIRA À ESPERA DE MELHORES DIAS A casa para onde estava projetado o Centro Social e Paroquial de S. Julião, em Lobão da Beira (Tondela), está a necessitar de urgentes obras de remodelação, mas a Igreja está sem dinheiro para recuperar o edifício em avançado estado de degradação. O projeto foi la nçado há cerca de uma década, chegou a estar consignado e previa a utilização dos três pisos da casa para receber as valências de lar, centro de apoio domiciliário, centro de dia, assistência médica, enfermaria, capela,

sala de catequese, entre outras. Hoje apenas está encostada numa das paredes e rodeada de vegetação a placa que anunciava esta obra. “Não foi possível avançar com o projeto. Chegou a crise e deixou de haver apoios e a Igreja não tem verba suficiente para lhe mexer”, confessou o pároco local. João Pedro Cardoso admitiu ser uma “pena” ver o tempo a conquistar a casa, mas que para já “não há soluções”. A casa senhorial era de pertença de três irmãs que sem herdeiros deixaram os seus bens à Igreja. 18 ABR


REGIÃO

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SÃO PEDRO DO SUL

Texto e fotos Sónia Pereira

EXTINTA RESIDÊNCIA DE ESTUDANTES CRIADA COM FINS SOCIAIS PARA ALBERGAR ESTUDANTES DO ENSINO PÚBLICO, NOS ÚLTIMOS ANOS ALOJAVA APENAS ALUNOS DO PROFISSIONAL. ANTIGO DIRETOR REVELA QUE DESDE A ABERTURA QUE APRESENTAVA SALDO NEGATIVO E QUE EM 2010 O EDIFÍCIO SOFREU OBRAS DE CONSERVAÇÃO QUE CUSTARAM “LARGAS CENTENAS DE MILHARES DE EUROS”

P

ela residência de estudantes de São Pedro do Sul passaram ao longo das ú ltimas três décadas centenas de jovens. Os por tões fora m fechados em outubro do ano passado, em “virtude de, no presente ano letivo, os serviços da residência não terem recebido qualquer candidatura a alojamento”, justifica o Ministério da Educação. C om c apacid ade pa r a 4 0 residente s , de s de 2 010 que a lb ergava somente a lunos da Escola Profissional de Carvalhais. Este ano, o estabelecimento de ensino comunicou que não precisava do alojamento. “Foi considerado mais vantajoso e pedagógico ter todos os alunos alojados perto da escola”, ex plica a d iretora pedagóg ica, Isabel Prates. Até aqui, os rapazes f ic av a m n a re sid ênc i a m a s a s meninas estavam num alojamento em C a r va l ha is . Pa r a a e scola ,

estava em causa a comodidade dos alunos. “Era preciso ir buscá-los, trazê-los à escola e levá-los de volta à residência”, sublinha. E era também uma questão de “igualdade e justiça”. A decisão já vinha sendo amadurecida nos últimos anos. “Entretanto foram encontrados os alojamentos necessários”, justifica. DESFECHO PREVISÍVEL Os antigos diretores não se mostram surpreendidos com a extinção d a re sidênc ia . “Dei xou de s er necessária. É a ordem natural das coisas”, considera Paula Carvalhas, que dirigiu a residência no ano letivo 2012/13, o último em que funcionou. Também Ferreira Gomes, que geriu o equipamento entre 2007 e 2012, admite que já nessa altura “vinha sensibilizando” as oito funcionárias que, mais cedo ou mais tarde, o fim poderia estar perto. Foram todas

reintegradas, a maioria em escolas. Ferreira Gomes, que viria a afastar-se da direção por “ fa lta de autonomia e devido à insegurança que já se sentia”, recorda que o equipamento apresentou “sempre saldos negativos”. Ressalva que a educação não tem preço, mas critica alguns “excessos cometidos”. Entre eles, a transferência de funcionários na sequência do encerramento da residência do Fontelo, em Viseu. “Não tinham um vencimento por aí além, mas as ajudas resultantes da deslocação implicavam um acréscimo interessante”. Recorda ainda que em 2010 “foram feitas obras avultadas de recuperação e consolidação que tota lizaram largas centenas de milhares de euros”. DESTINO DOS MÓVEIS Móveis, equipamentos de cozinha, camas, livros, material didátic, qua-

se tudo já foi retirado e distribuído. “A prioridade foi o Agrupamento de Escolas. O resto foi para o entregue a instituições, associações do concelho e Câmara Municipal”, revela Paula Carvalhas. O FUTURO INCERTO O Ministério da Educação esclarece que o edifício está a ser “desocupado a fim de ser entregue à Direção-Geral do Tesouro e Finanças”. Ferreira Gomes teme que se repita o que aconteceu à residência feminina, onde ficava a Rainha Dona Amélia quando vinha fazer tratamentos às termas. “Está à venda há anos e votado ao abandono”. EDIFÍCIO COM HISTÓRIA Inicialmente pertencia à Quinta do Mira-Vouga. A partir de 1952, funcionou no edifício o Colégio de São Tomás de Aquino, criado três anos antes.

OLIVEIRA DE FRADES

POSTO DA GNR SEM CONDIÇÕES VAI SER REQUALIFICADO O posto da GNR de Oliveira de Frades, instalado há vários anos num imóvel da Câmara Municipal, vai sofrer obras de reabilitação a partir de junho. Segundo o MAI - Ministério da Administração Interna, é um dos quartéis da Guarda Nacional Republicana no país “cuja execução se mostra particularmente necessária”. O próprio presidente do município, Luís Vasconcelos, confessa que o edifício “não tem as mínimas condições para o serviço”. Há vários anos que a autarquia fala em arranjar o espaço, mas só agora há a garantia do governo em apoiar uma intervenção. No início do ano, o município chegou mesmo 18 ABR

a anunciar que iria candidatar ao QREN a requalificação e ampliação do quartel, num projeto orçado em cerca de 1 milhão de euros. A ideia acabou por cair por terra no seguimento de uma visita do secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna ao posto da GNR, onde informou o executivo camarário que os trabalhos não poderiam ser apoiados por fundos comunitários. Fernando Alexandre mostrou, contudo, disponibilidade da tutela em apoiar a realização de obras e de imediato começaram contactos entre técnicos da Direção-Geral de Infraestruturas e Equipamentos do MAI e da Câmara

no sentido de se efetuar um projeto de reabilitação, que ficou concluído na semana passada. “Finalmente as forças de segurança instaladas no nosso concelho terão todas as condições que nós achamos necessárias e indispensáveis para o bom funcionamento”, sublinha o autarca.

O projeto de intervenção prevê quer a requalificação do atual posto, quer da antiga cadeia municipal, situada ao lado do edifício, que também passará a ser ocupada pelos 17 militares que prestam serviço em Oliveira de Frades. Os espaços interiores vão ser refeitos, o telhado substituído e o revestimento dos imóveis alterado. QUARTEL DEVERÁ ESTAR Tudo aponta para que as obras PRONTO EM 2015 arranquem no início do Verão, proOs trabalhos estão orçados em cerca longando-se por um ano. Enquanto a de 480 mil euros. Uma verba que intervenção estiver no terreno, a GNR vai ser suportada na íntegra pela vai ocupar um outro espaço, também autarquia. Para compensar o muni- no centro da vila. A Câmara Municicípio, o MAI vai pagar uma renda pal tem sinalizados três edifícios. A mensal pela ocupação do imóvel nos escolha do local cabe agora à Guarda próximos 25 anos. Nacional Republicana. – JRF


REGIÃO

VOUZELA

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CASTRO DAIRE

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA COBRA UM MÊS POR 15 DIAS

Texto e fotos José Ricardo Ferreira

O FOLAR DE VOUZELA É VENDIDO TODO O ANO ANTIGAMENTE ESTE DOCE ERA FEITO APENAS NA PÁSCOA PARA OS PADRINHOS OFERECEREM AOS AFILHADOS, MAS A ELEVADA PROCURA FEZ COM QUE PASSASSE A SER PRODUZIDO DURANTE TODO O ANO

O

fola r é u m bolo t rad iciona l que, manda a tradição deve estar à mesa na Páscoa . Em Vou zela este pão doce é diferente de todos os outros que são produzidos no país. Tem um formato de meia lua e não tem ovos cozidos. Tem antes uma cobertura açucarada e um recheio húmido à base de manteiga e açúcar. Há alguns anos o bolo era fabricado apenas na Páscoa para os padrinhos oferecerem. Quem o queria dar entregava os ingredientes (farinha, açúcar, ovos, manteiga e sal) às poucas pessoas que sabiam a receita e depois iam buscar este doce para entregar aos afilhados. Hoje em dia, por causa da elevada procura, o folar pode ser comprado durante todo o ano em vários cafés de Vouzela, o que faz deste doce o mais procurado logo a seguir aos pastéis, o “ex-libris” da doçaria do concelho. Fátima Martins aprendeu a fazer folares com os pais. Todos os dias, com o marido, levanta-se por volta das quatro da manhã, para produzir este bolo que depois vende no café Central. Os tempos são outros, mas não há diferenças na produção. “Faço rigorosamente como os meus pais me ensinaram. Os ingredientes são os mesmos e a maneira de fazer é rigorosamente igual”, sublinhou.

FOLAR ADOÇA PALADAR AOS TURISTAS E VOUZELENSES Os turistas são quem mais compra este pão doce, principalmente aos fins de semana. “Há uns anos não se vendiam assim tantos folares. Era mais por altura da Páscoa. Depois com o tempo, também talvez com a divulgação, as pessoas começaram a procurar mais e neste

Preparação do Folar de Vouzela

momento vende-se muito bem”, contou. Os habitantes de Vouzela, mais habituadas a este bolo, também não deixam de o comprar para ter em casa. E quando o folar fica “atrasado” torna-se mais duro, mas nem por isso vai para o lixo. Muito pelo contrário, a maioria das pessoas corta-o às fatias e torra-o, o que faz as delícias de muitos. “Torrado, quando às vezes fica de um dia para o outro, então é que é uma maravilha”, disse ao Jornal do Centro Celeste Amaral. Teresa Truta, outra cliente do café Central, é da mesma opinião. Prefere o “torrado e os cantos”, porque não gosta muito de doces com creme. José Rodrigues compra mais este pão doce aos domingos, quando as filhas e netas vão a sua casa. “Também levo para enfermeiros e médicos quando vou às consultas a Coimbra e Viseu e eles gostam muito”, acrescentou. Ana Ribeiro agora não pode comer doces, mas não se esquece que quando era pequena os padrinhos lhe davam sempre na Páscoa este folar, que considera “o melhor do mundo”. Muitas vezes a mãe escondia-o porque “se pudesse comia-o todo sozinha”. Em casa de Prazeres Cancela este doce típico de Vouzela é servido todo o ano, até porque o marido também o sabe fazer. E os amigos muitas vezes também saem a ganhar. “É um bolo que dá para oferecer a uma família. Tem um prazo de validade grande e os amigos gostam muito”, realçou. No balcão do café Central encontrámos ainda Carolina Castro, que passou de propósito por Vouzela para comprar o folar, que diz ser “fofo e cremoso”, para levar para a Madeira, onde vai passar uns dias de férias. “É para a família, para compartilharmos lá”, adiantou.

Por altura das férias escolares da Páscoa, uma grande parte das crianças em Castro Daire inscreve-se nas atividades de tempos livres (ATL). São poucos os promotores desta atividade, entre eles conta-se a Santa Casa da Misericórdia e a câmara municipal. Embora as duas instituições disponibilizem atividades para a ocupação dos tempos livres das crianças durante as férias da escola, só uma disponibiliza refeições às crianças. Com o aproximar das férias, pais e encarregados de educação a trabalhar durante esta interrupção letiva, não têm outra alternativa senão inscrever as crianças nas ATL’s. Algumas, ainda que não participem nas atividades da Santa Casa, podem receber a refeição correspondente ao almoço naquela instituição. Este ano, pais e encarregados de educação foram confrontados com a nova tabela de preços para as refeições na Misericórdia de Castro Daire. Como se isso não bastasse, o aumento fica bem mais evidente, dadas as condições impostas. As crianças que se inscreverem para almoçar naquela instituição durante o período de férias da páscoa têm que pagar o mês por inteiro. A tabela de refeições está agora nos 58 euros/mês. Um “pacote” que a Santa Casa da Misericórdia não faz por menos. Sejam dias ou semanas, o preço é por inteiro. As contas de somar e dividir mostram um custo por refeição significativo. Durante o período de férias letivas da Páscoa, as crianças têm de pagar quase 6 euros por refeição. O mesmo que pagariam por uma refeição económica no restaurante com direito a café no final. Para a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Castro Daire, esta situação deve-se a “uma tomada de decisão da direção da instituição”. Conceição Barros concorda que a medida está desajustada com a atual situação financeira das famílias, mas vai dizendo que “a saúde financeira da instituição é fator determinante”. Para a provedora, há vinte anos na instituição, foram feitos melhoramentos nas diferentes secções. “Houve um aumento de mais de 50% da qualidade de vida dos utentes da Santa Casa. Tudo se deve a “uma boa gestão e a uma organização eficiente” que diz querer dar continuidade. “Só possível com boas contas e com a utilização das comparticipações do estado, ainda que a diminuírem”. Razões de sobra para que não se possa aliviar a receita da instituição. Alguns pais e encarregados de educação consideram o aumento das refeições e a atitude de levar por inteiro a metade um aproveitamento em função da necessidade criada com as férias letivas. Sendo a Santa Casa da Misericórdia uma instituição para ajudar os outros, as famílias questionam-se sobre a sua missão da instituição que foi criada para ajudar os pobres. – PP 18 ABR


REGIÃO

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MANGUALDE

MANGUALDE

Texto A. Figueiredo

ORQUESTRA JUNTA ESTUDANTES E BANDAS FILARMÓNICAS

SOCIAIS DEMOCRATAS COM NOVO LÍDER

PROJETO DO CONSERVATÓRIO REGIONAL DE MÚSICA DE VISEU E AUTARQUIA DE MANGUALDE JUNTOU CERCA DE SESSENTA JOVENS MÚSICOS. A PRIMEIRA APRESENTAÇÃO PÚBLICA FOI UM SUCESSO

Depois do concerto inaugural POEMa já foi convidada para outras atuações fora do concelho de Mangualde

Concerto na igreja paroquial de Mangualde

P

OEMa - Projeto Orquestra Estúdio de Mangualde, juntou, no arranque da iniciativa, cerca de seis dezenas de jovens músicos. O objetivo é proporcionar a atuais e antigos estudantes de música e aos elementos das bandas filarmónicas do concelho, novas oportunidades para se aperfeiçoarem, mostrarem o que valem e terem contacto com outras realidades e outros músicos. O projeto resulta de uma parceria entre o Conservatório Regional de Música Dr José Azeredo Perdigão de Viseu e a autarquia de Mangualde. Nesta fase inicial, os músicos vão juntar-se duas vezes por ano. Fazem

Foto DR

um estágio, por tempo limitado, uma ou duas semanas, e depois apresentam o trabalho feito num concerto público. PRIMEIRO CONCERTO COM CASA CHEIA Na primeira apresentação pública a “orquestra” POEMa encheu a Igreja Paroquial de Mangualde. Cerca de oitenta pessoas assistiram ao concerto inaugural, realizado no passado dia 12 de abril, que estava integrado na programação da Semana Santa de Mangualde. Após a realização deste primeiro concerto, que os organizadores classificaram como um verdadeiro sucesso, a

orquestra POEMa já recebeu vários convites para para se apresentar fora do concelho de Mangualde. FORMAR DUAS ORQUESTRAS No projeto estão para já a participar maioritariamente jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 30, que são alunos e ex-alunos do Conservatório Regional de Música de Viseu e elementos das Bandas Filarmónicas do concelho de Mangualde. Criar duas orquestras, uma de câmara e outra de sopros, é o objetivo dos promotores que classificam o projeto como “único na região e que visa potenciar a cultura musical”.

A Comissão Política Concelhia do PSD de Ma ng ua lde tem nova liderança. Em lista única, votada no dia 11 de abril, foi escolhido para presidente Frederico Assunção. O novo líder concelhio do PSD é afilhado do antigo autarca social democ r at a S oa re s Ma rque s . Na direção da CPC ficam João Gonçalves e Susana Coelho como vice-presidentes, Paula Rodrigues, secretária e Ramiro Loureiro, tesoureiro. Os restantes elementos são António Almeida, André Rebelo, Bruno Pinto,Joaquim Silva,Luís Martins,Manuel Albuquerque e Nélson Augusto. Para a presidência da mesa do plená rio de secção foi eleito Carlos Lopes, atual chefe de gabinete do Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, que é natural de Mangualde. A nova est r ut u r a tem a i nd a como coordenador autárquico Joaquim Messias atual vereador na câmara de Mangualde que ocupou o segundo lugar na lista de coligação PSD/CDS . Fora de qualquer orgão partidário ficou Aníbal Maltez, candidato derrotado à presidência do município nas últimas eleições autárquicas.

PENALVA DO CASTELO

VINHO BRANCO PREMIADO EM FRANÇA O Vinho Branco Casa da Ínsua Gra nde Reser va 2012 venceu o concurso internacional de vinhos realizado em Lyon. Este certame, em que participam vários escanções de referência internacional e chefs com estrelas Michelin, é um dos mais prestigiados concursos do género realizados em França. O vinho, premiado no estrangeiro, com medalha de ouro, é produzido a partir das castas Encruzado, Semillon e Malvasia-Fina, existentes nas vinhas da Casa da Ínsua em Penalva do Castelo. Chega à mesa dos consumidores após um estágio de sete meses em barricas de carvalho encomendadas, segundo os produtores, aos mel hores tanoeiros das regiões francesas 18 ABR

de Bordéus e da Norma nd ia, Este vinho branco é também o primeiro da Região Demarcada do Dão a que foi atribuído o título de Grande Reserva, pela Câmara de Provadores da Comissão Vitivinícola Regional do Dão. Os v inhos da Casa da Ínsua, estão ligados ao hotel de charme, que o Grupo Visabeira tem em Penalva do Castelo, rodeado por 30 hectares de vinha onde a tradição da produção vitivinícola remonta a 1852. Segundo os especialistas o Vinho Branco Casa da Ínsua Grande Reser va 2012 , que tem uma produçãow limitada de garrafas, “revela-se como um excelente vinho gastronómico”.


REGIÃO

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SÁTÃO

DEZ ANOS DE PISCINA MUNICIPAL COM ATIVIDADES PARA TODOS A comemorar dez anos de existência, o complexo desportivo do Sátão está a preparar para hoje, dia 25, várias atividades, totalmente gratuitas, direcionados a toda a população. Segundo dados fornecidos pela autarquia e referentes a 2013, são 545 o número de utentes que todos os meses frequentam a piscina municipal. Do programa de comemoração dos 10 anos, que pretende ir ao encontro da dinâmica que tem sido desenvolvida ao longo dos anos, fazem parte aulas natação livre e ginásio (14h30 às 18h30), aulas de hidroginástica (16h00 e 18h00), hidroterapia (17h00) e au la s de g r upo ao a r l iv re (15h00 e 17h00). Segundo o que a autarquia fez saber em comunicado a Piscina Municipal de Sátão, ao longo destes dez anos, tem apresentado uma dinâmica que pretende ir ao encontro de todas as faixas etárias e incentivar toda a população para a prática da atividade física, porque esta é um meio para melhorar a saúde e o bem-estar físico e psíquico. Atualmente a piscina tem em funcionamento vários projetos: aulas de natação, hidroginástica, hidroaeróbica e hidroterapia com a Escola Municipal de Natação; a iniciativa “Idade Mais Ativa”, que se refere a fisioterapia acompanhada para idosos, e “Brincar na Água”, um projeto direcionado para as crianças do ensino pré-escolar do concelho totalmente gratuito. Na piscina municipal decorrem ainda iniciativas gratuitas por para os alunos do 1.º ciclo que frequenta m as ativ idades de enriquecimento curricular, para alunos do Desporto Escolar e para crianças com necessidades educativas especiais.

IC35 vai ligar Penafiel e Entre-osRios Foto DR

CINFÃES

Texto Micaela Costa

IC35 NA MIRA DE EMPRESÁRIOS E AUTARQUIA TROÇO QUE VAI CUSTAR 23 MILHÕES DE EUROS PROMETE SER “O SALTO ECONÓMICO” PARA O CONCELHO DE CINFÃES. ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL E AUTARQUIA ESPERAM MAIS INVESTIMENTO

A

construção do IC35, em Penafiel, pode ser o “salto económico” que Cinfães precisa. Pelo menos estas são as previsões quer da Associação Empresarial de Cinfães, quer da autarquia. Segundo a estimativa do Governo, o troço (inscrito no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020, que foi anunciado no inicio do mês), vai ser lançado ainda este ano. Para a Associação Empresaria l de Cinfães, o IC35 “tem toda a impor tâ ncia e urgência para o concelho”, assegurou ao Jornal do Centro, Rogério Reis, presidente da associação. Para o responsável,

“este pode ser o salto económico que precisamos, pois a proximidade com o Norte do país e, sobretudo da autoestrada, pode garantir novos e mais investimentos”. O IC35, que vai ligar Penafiel e Entre-os-Rios (cerca de 12 quilómetros), foi incluído no conjunto de obras considerado prioritário para o desenvolvimento do Interior e para Rogério Reis “esta é uma excelente notícia que vai facilitar os acessos, coisa que neste momento a Associação Empresarial vê como principal entrave ao desenvolvimento do concelho”. “Qualquer empresário que se queira instalar em Cinfães pensa duas vezes, primeiro

pelos acessos, ou falta deles, e em segundo pelos gastos que isso implica. Com o IC35 pode ficar tudo mais facilitado”, concluiu o presidente da Associação Empresarial. O Governo aponta para um investimento de 23 milhões de euros, cabendo à União Europeia suportar 18 milhões. O valor restante será assumido pelo Estado. De acordo com o cronograma do documento, designado ‘PETI3+2’, a adjudicação deverá ocorrer no primeiro semestre de 2015 e o arranque da obra nos meses seguintes. Segundo o documento, a conclusão da empreitada deverá ocorrer no segundo semestre de 2017.

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REGIÃO

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Mosteiro de Tarouca é um dos monumentos representados na “exposição” Foto Pedro Martins DRCNorte

TAROUCA

Texto Micaela Costa

HISTÓRIA DO CONCELHO VIAJA ATÉ LAMEGO SALA TEMÁTICA DÁ A CONHECER O TERRITÓRIO ATRAVÉS DE IMAGENS, MAPAS, TEXTO E FILMES

P

ara comemorar o dia Internacional dos Monumentos e Sítios, o Vale do Varosa está a partir de hoje, dia 18, no Museu de Lamego. A sala temática, dedicada inteiramente ao Vale do Varosa, reúne pedaços de história, com particular destaque para os Mosteiros cistercienses de São João de Tarouca, Santa Maria de Salzedas e o Convento de Santo António. Juntam-se ainda, pela primeira vez, a Ponte e Torre da Ucanha (Tarouca), Capela de São Pedro de Balsemão (Lamego) e a Casa do Paço (Dalvares). Quem visitar a “exposição” vai

volve ao longo do rio Varosa e que abrange os concelhos de Lamego e Tarouca, agregado numa rede de estruturas de elevado interesse turístico e cultural”, explicaram os responsáveisda iniciativa. O objetivo é, por isso, “potencializar o desenvolvimento turístico da região, recordando a ligação geográfica ao Douro, mas, mais que poder conhecer o território através isso, a ligação histórica à região Património Mundial da Humanidade de imagens, mapas, texto e filmes. A Sala Temática Vale do Varosa, que os cistercienses, em particular, que resulta de uma parceria com ajudaram a construir ao longo dos o município de Tarouca, pretende séculos”, referiram. A Sala Temá“divulgar no Museu de Lamego um tica pretende ainda “aumentar o património ímpar, que se desen- fluxo turístico ao território”.

O objetivo é potencializar o desenvolvimento turístico da região

VILA NOVA DE PAIVA

ABRIL - MÊS DA PREVENÇÃO DOS MAUS-TRATOS NA INFÂNCIA A Comissão de Proteção de Crianç a s e Jove n s d e V i l a Nov a d e P a i v a e a C â m a r a Mu n i c i p a l associa ra m-se à “Ca mpa n ha do Laço Azu l ” (BlueR ibbon), a decorrer durante o mês de abril, para a prevenção dos maus-tratos na infância e juventude. Estão a decorrer várias iniciativas, de forma “a consciencia liza r a comunidade para a importância d a prevenç ão dos maus-t ratos na infância; para a promoção do 18 ABR

exercício de uma parentalidade positiva e para informar a criança/ jovem sobre os seus direitos”. As ações a decorrer durante o mês de abril contam com a divulgação da campanha Laço Azul, seguida por sessões de cinema referentes à temática nos próximos dias, 23 e 30 de abril no Auditório Municipal Carlos Paredes e no Auditório do Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Paiva. – PP

PROJETO “VALE DO VAROSA” O “Vale do Varosa” pretende instalar no Vale do Rio Varosa uma rede de estruturas e soluções a nível regional, beneficiando da concentração de imóveis e elementos históricos de elevado interesse turístico-cultural, otimizando investimentos e potencializando o desenvolvimento turístico da região. Este projeto incide sobre o Vale do Rio do Varosa, abrangendo numa primeira fase os concelhos de Tarouca e Lamego.

MOIMENTA DA BEIRA

FERNANDO RUAS E NARCISO MIRANDA NOS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL Quatro dias a comemorar o 25 de Abril, é o programa promovido pela autarquia para assinalar os 40 anos da revolução dos cravos. Do programa constam uma exposição de cartoons na biblioteca municipal, durante todo o mês de abril, uma conferência com dois militares de Abril, no dia 22. O Poder Local, visto como uma das principais conquistas da democracia, é debatido no dia 23 com a participação de Fernando Ruas, ex-presidente da Câmara Municipal

de Viseu e da Associação Nacional de Municípios Portugueses, e Narciso Miranda, ex-autarca em Matosinhos. Paulo Teixeira, ex-presidente da Câmara de Castelo de Paiva, que viveu a crise da queda da ponte de Entre-os-Rios, Manuel Ferreira Pinto, primeiro presidente eleito pós-25 de abril, em Moimenta da Beira, e António Vilar, advogado e presidente do Fórum Portucalense, associação de desenvolvimento regional, são outros dos participantes. – PP


REGIÃO

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RESENDE

PENEDONO

AUTARQUIA LEVA OS MAIS VELHOS ÀS TERRAS DE SICÓ

RIBEIRA DA CESTA REGENERADA PARA DAR PRIORIDADE AOS PEÕES INVESTIMENTO DE 190 MIL EUROS EM CALDAS DE AREGOS

O castelo de Pombal é um dos momumentos do vasto património das Terras de Sicó

Obras estão em fase de conclusão

A

zona da Ribeira da Cesta, em Caldas de Aregos (Resende), está a ser intervencionada para ser devolvida aos peões. As obras estão quase terminadas e resultam de um investimento de 190 mil euros. Segundo a União de Freguesias de Anreade e S. Romão de Aregos, responsável pela empreitada, a intervenção está a requalificar o espaço público que ladeia o canal da Ribeira de Cesta até ao Cais Fluvial de Aregos. Ao longo deste percurso estão a ser criadas áreas de circulação de pessoas e de automóveis, a reorganizar-se o acesso e o estacionamento do Balneário da Termas de Aregos e a reenquadrar a Capela de Santa Maria Madalena de Aregos, bem como delimitar o seu adro.

“Com esta regeneração urbana pretende-se privilegiar o passeio a pé em toda esta área de lazer e fruição e, para o efeito, melhorar significativamente as condições em que o mesmo é realizado”, pode-se ler na nota explicativa da União de Freguesias. De destacar o reforço do caráter lúdico dos percursos pedonais, introduzindo-se um “percurso de madeira” adjacente ao canal da Ribeira de Cesta, cujos elementos mais relevantes e apelativos são precisamente as pontes criadas através de estruturas tridimensionais em madeira. Uma forma encontrada para minimizar a ideia de que o canal é uma barreira intransponível, procedendo-se à demolição das suas guardas em granito maciço,

e multiplicando-se os pontos de contacto entre as duas margens, aprox ima ndo-se assim física e visualmente ambos os lados. Em reforço da ideia de unidade das duas margens do cana l, de destac a r ta mbém a cr iaç ão de áreas verdes na margem nascente do canal, bem como a introdução de ár vores de grande porte, de forma a estabelecer-se a lg uma ligação com a ali existente avenida da Tílias e ampliarem-se as zonas de sombr a nat u r a l na á re a do cais f luvial. Em destaque, ainda, o reforço do caráter lúdico e de lazer, através da criação de um parque infantil, situado na área ajardinada do cais fluvial, junto à área das esplanadas.

O município de Penedono promove, no dia 22 de maio, mais uma viagem de Turismo Sénior. Segundo a autarquia, a atividade enquadra-se “na dinamização da qualidade de vida dos “menos jovens” do concelho”. A viagem terá como destino as Terras de Sicó, um território situado na região Centro de Portugal, englobando a totalidade da área dos municípios de Alvaiázere, Ansião, Condeixa-a-Nova, Penela, Pombal e Soure em torno do maciço da Serra de Sicó. Para a autarquia, os objetivos desta atividade são: “criar condições aos munícipes para o contacto com novas realidades culturais e sociais, proporcionar entre os mesmos momentos de convívio e reencontro mas, e acima de tudo, conseguir uma equidade social entre todos os participantes”. O executivo alerta ainda que independentemente da crise o que “o que realmente é importante e crucial, é o bem estar e felicidade dos munícipes”.

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REGIÃO

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AGUIAR DA BEIRA

TABUAÇO

CAMINHADA SOLIDÁRIA PARA AJUDAR ACÁCIA

Texto Micaela Costa

MUNICÍPIO ASSINA PROTOCOLO DE APOIO AO EMPREENDEDORISMO PARCERIA PRETENDE ATRAIR INVESTIDORES E OFERECER CONDIÇÕES VANTAJOSAS AOS EMPREENDEDORES

Assinatura do protocolo realizouse no auditório dos Paços do Concelho Foto DR

O

mu nicípio de Ag u ia r da Bei ra lançou um programa de apoio ao empreendedorismo. O Empreender + Aguiar da Beira, segundo a autarquia, “vem de encontro à estratégia de desenvolvimento económico e social do município, apostado em desafiar e a favorecer os empreendedores a criarem e/ou expandirem a sua atividade no concelho”, bem como “promoverem a diferenciação na produção e na comercialização, o emprego, a fi xação de pessoas e a riqueza local”. O protocolo, assinado em parceria com a Associação Empresarial do Nordeste da Beira (AENEBEIRA) e a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Vale de Távora e Douro, pretende, a partir de maio, disponibilizar um serviço de atendimento permanente ao empreendedor que, em colaboração com as entidades já parceiras e com outras que venham a ser úteis, seja “a porta de entrada e o interlocutor de

OBJETIVOS:

- promover o empreendedorismo e o apoio no que respeita à criação de empresas e de promoção do emprego - estimular e orientar investimentos a realizar por micro e pequenas empresas, para a melhoria dos produtos e/ou serviços prestados, para a modernização das empresas

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excelência para o empreendedor/investidor local”, referiu a autarquia. Segundo os responsáveis esta aposta no empreendedorismo “faz todo o sentido, pois os empreendedores assumem um papel vital para a revitalização do tecido económico, criando postos de trabalho e dinamizando as economias de base local”. O programa visa, numa primeira fase, a capacitação do empreendedor, seguindo-se a apresentação e a discussão das ideias de negócio, o seu encaminhamento para as linhas disponíveis de financiamento, o apoio e a assessoria técnico e logístico para a implementação e o desenvolvimento do negócio. As entidades parceiras pretendem ainda desenvolver várias atividades nomeadamente formações, seminários de apresentação de ideias, informação diferenciada, encaminhamento para apoios financeiros e acompanhamento e apoio no pós-arranque do negócio.

- preparar os empreendedores para o desafio da constituição de uma nova empresa ou do lançamento de um novo projeto no mercado - facilitar a criação de empresas, através da disponibilização de um conjunto de instrumentos/medidas para estimular os empreendedores a criarem as suas empresas, identificando e explorando novas oportunidades de negócio

Os Bombeiros Voluntários de Tabuaço estão a organizar uma caminhada solidária para o próximo dia 25. O objetivo é ajudar a “princesa Acácia”, como a mãe. Calara a trato. Acácia tem 11 anos e quando nasceu foi-lhe diagnosticada atresia intestinal (uma malformação onde existe um estreitamento ou ausência de uma parte do intestino). Ainda recém-nascida foi alvo de uma cirurgia que, apesar de correr bem, não foi suficiente e teve de regressar ao bloco operatório por mais duas vezes. A terceira intervenção acabou por não correr como esperado e Acácia sofreu uma paragem cardíaca, deixando a “princesa ”, com paralisia. Hoje, está em estado vegetativo, embora a recuperar. “A minha princesa é uma verdadeira força da natureza, apesar do estado vegetativo tem, ao longo dos anos, evoluído bastante, sobretudo graças às terapias a que a tenho levado, pois acredito que a Acácia pode melhorar”, contou Clara ao Jornal do Centro. A ajuda, que resultar da caminhada solidária, vai ser canalizada para que possa ser comprado material que a Acácia vai precisar após a próxima cirurgia, marcada para dia 29. Isto porque a “princesa” sofre agora de escoliose na coluna e vão ser precisos alguns aparelhos de reabilitação e uma cadeira para que a Acácia se possa deslocar. “Este é um apoio fundamental pois de outra forma seria impossível adquirir o que é necessário. Ao longo dos anos tenho feito de tudo pela minha filha, mas o dinheiro vai acabando, sobretudo porque tive que deixar de trabalhar para me dedicar a 100 por cento, explicou. Os Bombeiros de Tabuaço decidiram assim juntar-se à causa e apoiar uma menina que tão bem conhecem. “Esta é a nossa forma de darmos uma ajuda à Acácia. Já a transportamos há praticamente dois anos e ela é de facto uma criança que merece todo o apoio necessário e esta é parte da nossa contribuição”, afirmou o segundo comandante Marques. Para Clara “os bombeiros são verdadeiros anjos da guarda” e espera que esta caminhada, “para além de ajudar monetariamente seja uma forma de todos darem força à mãe e à filha”, frisou. Além da caminhada solidária, que tem inicio pelas 9h00, junto ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Tabuaço, todos os que queriam apoiar a Acácia podem fazê-lo através de uma conta bancária disponível para o efeito. – MC


Judas ESPECIAL

OFICINAS & QUEIMA

— Trigo Limpo teatro ACERT — Tondela

UM BONECO, MOSTRENGO OU O QUE SE LHE CHAMAR, COMEÇA A SER CONSTRUÍDO AO LONGO DE UMA SEMANA PELAS MÃOS DE CENTENAS DE JOVENS. VÃO CHAMARLHE JUDAS, VÃO AMALDIÇOÁ-LO, DIZER-LHE COISAS FEIAS. DESFAZEM-NO EM CHAMAS. FICA NA MEMÓRIA O ESPECTÁCULO QUE É TRAZIDO TODOS OS ANOS PELA ACERT COM REQUINTE CRIATIVO


Judas

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OFICINAS & QUEIMA

TRADIÇÃO EM TONDELA

OS ANOS DA QUEIMA DO JUDAS O Judas apóstolo traidor caiu há muito em desgraça e ninguém lhe perdoa o ter-se virado contra quem se virou. Pôs-se a jeito para todos os maus-tratos. Há celebrações e festas que representam o desabafo do povo perante a vil opção e as dificuldades do tempo que corre. Em Tondela, nos inícios do século XXI, há uma tradição que nasce e que tem como centro o Judas. A desgraça da traição é traduzida e transformada em espetáculo popular. Judas é exposto, recriado em representação demoníaca e depois queimado com artes de pirotecnia fogosa e barulhenta. Todos os anos é cumprida no sábado de aleluia, entre a Quaresma e a Páscoa. A religiosidade do momento deixou escapar a tradição do Judas, que tem sinais de festa pagã. Mas o significado é aceite pela igreja, já que o alvo a abater é a realidade do gesto do traidor — Judas — que acusou Jesus Cristo. No sábado de aleluia, então, juntavam-se milhares de pessoas para queimar e rebentar o Judas – sinal de purificação e afastamento dos males que durante um ano passaram pela localidade. A memória da tradição da queima e rebentamento do Judas cruza-se com a história de Tondela. O nome do Batatinha, um conhecido e apreciado personagem local, do qual hoje é raro alguém lembrar-se, está ligado ao início do cerimonial. Segundo se dizia, era um biscateiro da cidade mais dado a trabalhos de carpintaria e marcenaria. Do Batatinha ainda se ouvem histórias como a das suas idas a pé a Lisboa para, provavelmente, ver a família. Quando morreu foi para a sepultura envolto num lençol por não ter dinheiro para ir numa urna mas deu origem à tradição da queima e rebentamento do Judas em Tondela. Rezam também as crónicas que a conceção e montagem do mostrengo terão começado a ser feitas na sapataria do Joaquim Ricardo, em Tondela. Era financiado o material pirotécnico que vinha de Ferreirós do Dão e os empregados da sapataria iam construindo o Judas. Era revestido a papel de cores com estrutura de mimosa grossa e pinho. O que se queria era um boneco leve para girar impelido pelo fogo-de-artifício. Depois era levado para o 18 ABR

local da queima que, durante anos a fio, foi junto à igreja mais importante de Tondela. Muitos foram os construtores do Judas e animadores da tradição ao longo dos anos até, em 1985, ter passado para a ACERT o testemunho de realizar a festa. Desde então a Queima do Judas nunca mais parou e todos os anos ganha mais emoção, teatralidade e efeitos de pirotecnia. Nos tempos da ACERT a organizar o Judas, o espectáculo mudou, passou seriamente a ser de teatro de rua, embora continue a ser visto e feito como uma continuação da antiga queima e rebentamento do “monstro”. Tal como dizem os organizadores, tudo começa com uma ideia que serve de guião, são feitas músicas originais e realiza-se o boneco que personificará o traidor. Ao longo de uma semana, junta-se uma centena de pessoas, entre jo-

Foto Carlos Teles

Foto Ricardo Chaves

Muitos foram os construtores do Judas e animadores da tradição ao longo dos anos até, em 1985, ter passado para a ACERT o testemunho de realizar a festa

vens cheios de vontade de criar, trabalhar na criação, artistas e técnicos da ACERT. Deitam mãos à obra e na ponta da língua são decorados os textos das interpretações para as acusações ao Judas, ensaiadas as coreografias, as marcações, as músicas e todos os gestos para a festa. Entretanto vai-se erguendo a estrutura do Judas com muito vime e papel de colar. Figurinos e cenografia a postos, luzes prontas para ensinar grandiosamente o olho dos milhares de espectadores. O campo de jogos de Nandufe foi escolhido este ano para receber a Queima do Judas e é o local onde tudo vai acontecer. Bastam 50 minutos para queimar todos os males do mundo. O Judas vai arder para sempre!

Foto Carlos Teles


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Judas

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OFICINAS & QUEIMA

A CÂMARA NA QUEIMA DO JUDAS

AS MEMÓRIAS E O COMPROMISSO DO AUTARCA

Apostamos em momentos marcantes para Tondela para assinalar o que já é um bom posicionamento que tem na região. Damos cada vez mais valor a isso Foto Nuno André Ferreira/Arquivo

JOSÉ ANTÓNIO JESUS É O LÍDER DA AUTARQUIA DE TONDELA NO ANO EM QUE A QUEIMA DO JUDAS MUDOU DE SÍTIO, DO CAMPO DA ESCOLA EB 2,3 DA CIDADE PARA O CAMPO DE JOGOS DO SPORTING CLUBE DE NANDUFE. É UM DOS ENTUSIASTAS DA FESTA E FALA DELA E DO APOIO QUE NÃO QUER QUE LHE FALTE

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É uma das maiores tradições de Tondela. “Normalmente, na véspera da Páscoa e depois da Quaresma, após a missa nocturna na igreja matriz, foliões traziam um boneco que haviam preparado nos últimos dias. Era queimado em grande algazarra. Era a tradição da Queima do Judas para espantar todos os males que pudessem existir”. É assim que lembra a tradição o presidente da Câmara Municipal de Tondela, José António Jesus. A celebração “parte muito da preparação da Páscoa, embora seja um sentimento pagão na altura do fecho da Quaresma e início das celebrações pascais”, diz. O autarca tem memória ainda de que “à época do início da tradição, a Páscoa era observada com muito rigor e disciplina”. Mas os festejos do Judas representavam sobretudo o terminar de um ciclo e o dar um salto para outro estádio, afastando todos os males. O Judas já marca uma forte presença na região de Tondela “e mesmo para além dela”. Todos os anos mi-

lhares de pessoas assistem ao espetáculo final, “mas toda a semana é de grande envolvimento”. Este ano, por impossibilidade de realização do espetáculo na Escola Eb 2,3 de Tondela (foi colocado um piso sintético no campo de jogos onde se realizou o Judas durante anos a fio), “houve necessidade de adaptar outro espaço, o do campo de jogos de Nandufe. Do ponto de vista cénico e visual está garantida a edição de 2014, mas a nossa intenção é ir mais longe. A dimensão que já atingiu este espetáculo poderá levar à escolha de outro grande espaço para acolher o Judas em 2015”, promete José António Jesus. Embora toda a organização, criação e animação da Queima do Judas estejam a cargo da ACERT, a Câmara Municipal assume-se como parceira de toda a festa. O momento em que acontece o Judas é “sempre uma quadra festiva, em que a cidade e o concelho recebem naturais radicados noutras regiões e muita gente vinda de fora para celebrar a Páscoa”, sublinha ao

autarca, que adianta “estar a cidade preparada para este evento. A restauração e a hotelaria locais estão preparadas para a enchente de pessoas”, diz. “Olhamos para o Judas também como um estímulo para várias atividades económicas do concelho e, por isso, garantimos sempre o nosso apoio”, sustenta o autarca. A Câmara Municipal financia o Judas diretamente com 10 mil euros mas disponibiliza muitos mais recursos para a realização da festa, tais como estruturas e pessoal de apoio para a sua realização. “Apostamos em momentos marcantes para Tondela para assinalar o que já é um bom posicionamento que tem na região. Damos cada vez mais valor a isso”, afirma José António Jesus, que deixa ainda uma palavra para a grande capacidade de organização da ACERT: “São os principais organizadores da Queima do Judas e, como grandes dinamizadores culturais da cidade e região, não deixaremos nunca de os apoiar nesta e noutras realizações”.


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Judas

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OFICINAS & QUEIMA

UMA SEMANA DE TRABALHO

FORMATAR O JUDAS De repente surgem rapazes e raparigas vindos sem se saber de onde. Começam a juntar-se no bar da ACERT, a agrupar-se. Outros, menos rapazes e menos raparigas, esperam-nos com papéis na mão e tarefas para todos.

A

oficina da Queima é já uma tradição na ACERT. Um momento criativo no qual surgem jovens de todos os lados. É uma semana de trabalho. Olhos arregalados e preparados para dar a ver, ouvir e sentir a grande festa da Queima do Judas. De repente surgem rapazes e raparigas vindos sem se saber de onde. Começam a juntar-se no bar da ACERT, a agrupar-se. Outros, menos rapazes e menos raparigas esperam-nos com papéis na mão e tarefas para todos. Há quatro desenhos colados a um vidro. São os rostos primários para o que será a forma do Judas para a Queima no grande teatro de rua que vai acontecer em

Nandufe. “As personagens que criámos, entre o mostrengo do adamastor de Camões e as do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, são o ponto de partida do trabalho deste ano”, diz José Rui Martins, o diretor artístico do espetáculo. Os jovens começam a manifestar o desejo de pertencer aos grupos definidos: as famílias, os corruptos, os velhos, os jovens e as bestas. Saíram da sala e foram ver os papéis, os vimes, as madeiras e tudo o que faz parte da estrutura do mostrengo. E quem são os das andas?, e os manchas negras?, vão questionando. Foi uma semana intensa de muito trabalho, ensaios e criação. A dramaturgia ia surgindo, tal como a coreo-

grafia, este ano entregue a Romulus Neagu. Os sons começaram também a ouvir-se com a direção de Fran Pérez. Muitos outros atores, músicos e técnicos participam no evento, contando com a energia da comunidade de Nandufe, mais os construtores, apoiantes, grupos culturais do concelho, chega-mechas… “sem os quais, o sonho não aconteceria”. “Este é um movimento genuíno na ACERT. Contraria até um pouco o que se diz de as pessoas não participarem. O Judas também tem um significado próprio para nós; é o relançar de um novo ano para todo o grupo; há sangue novo que transborda”, diz Miguel Torres, da direção da ACERT.

PU B

FORMAR AVENTUREIROS Toda a história é contada em breves momentos a todos os candidatos a participar no Judas de 2014. Primeiro o mostrengo, depois a formação de grupos e a apresentação do esboço da ideia pelos elementos da direção artística, coreográfica, técnica, musical e de montagem. Foi o arranque do grande espetáculo pensado para o campo de jogos de Nandufe que amanhã vai levar milhares de pessoas para ver mais uma Queima do Judas. 18 ABR


Judas

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OFICINAS & QUEIMA

OFICINAS DO JUDAS

Fotos José Crúzio

Este é um movimento genuíno na ACERT. Contraria até um pouco o que se diz de as pessoas não participarem. O Judas também tem um significado próprio para nós; é o relançar de um novo ano para todo o grupo; há sangue novo que transborda

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REGIÃO

ARMAMAR

MUNICÍPIO LANÇA ROTA DA MAÇÃ DE MONTANHA

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OPINIÃO

Consultório Jurídico

ÂNGELA FIGUEIREDO SANTOS Advogado

COMO REAGIR A UMA REVERSÃO DE EXECUÇÃO FISCAL

João Silva

Avelino Correira

MOIMENTA DA BEIRA

Texto e fotos Pedro Pontes

GUERRA DE PREÇOS IMPEDE COMERCIANTE DE COMPRAR ESPUMANTE UM COMERCIANTE EM MOIMENTA DA BEIRA ESTÁ IMPEDIDO DE FAZER COMPRAS NA COOPERATIVA AGRÍCOLA DO TÁVORA POR CAUSA DO ESPUMANTE “TERRAS DO DEMO”

N

o ano passado, a cooperativa agrícola do Távora negociou com quatro superfícies comerciais a venda em banca do espumante “Terras do Demo”. A ideia era disponibilizar o produto ao fim de semana, dias em que a cooperativa está encerrada ao público. Segundo o presidente da cooperativa, João Silva, a solução encontrada tinha como objetivo disponibilizar os produtos “Terras do Demo” a quem visitasse Moimenta da Beira, mesmo ao fim de semana. “Um negócio bom para todos”, refere. Com o passar de a lg um tempo, começaram a surgir oscilações nos preços então definidos pela cooperativa. “Acordámos 20% de margem. O mesmo preço que a cooperativa praticava na adega”, realça. A guerra dos preços surge com o aparecimento dos descontos em cartão praticados por uma unidade comercial em Moimenta da Beira. Outros comerciantes mexem no preçário e já ninguém sabe ao certo quem começou primeiro esta “guerra”. Avelino Correia, comerciante no centro da vila, diz que não foi ele o primeiro a baixar o preço acordado. “Houve quem tivesse reduzido o preço ao espumante, prejudicando a venda do produto no meu espaço comercial”. Uma situação que diz ter sido dada a conhecer à cooperativa em tempo útil. Ainda assim “as coisas ficaram na mesma e a guerra começou”. Avelino Correia baixou o que pode ao preço da garrafa. Quando surgiu a oportunidade de com-

prar mais barato que na cooperativa, o comerciante ficou motivado para mudar de fornecedor e adquirir espumante mais barato que na própria adega. “Compro fora mais barato que cá dentro”, refere. O espumante mais barato está na prateleira deste comerciante com um preço record. Quase euro e meio menos que o estipulado pela adega. Motivo mais que suficiente para que a cooperativa não lhe venda mais nada. O presidente da cooperativa agrícola do Távora fala em “acordo quebrado”. Uma questão de ética comercial, que João Silva diz ter sido posta em causa. Já para Avelino Correia, o que interessa agora é continuar a servir os clientes ao melhor preço, ainda que o produto com origem nas Terras do Demo tenha de ser adquirido a fornecedores fora do concelho. Do preço inicial de 7,45€, o espumante com preços diferentes em Moimenta da Beira, chega a ser comercializado nos 5,99€. “TERRAS DO DEMO” ENTRE OS MELHORES ESPUMANTES Numa análise de dez espumantes em Portugal, na relação preço/ qua l id ade, feita pela DECO, o espumante “Terras do Demo” foi distinguido entre os melhores. João Silva diz que nesta guerra de preços é preciso defender e dignificar a marca bem como proteger os 1500 produtores que recebem a tempo e horas o pagamento das uvas que entregam na cooperativa”.

A Câmara de Armamar lançou um novo produto turístico que aproveita a maçã como ex-libris do concelho. “Rota da Maçã de Monta n ha” é o nome d a i n iciativa que junta agentes locais de fruticultura, da restauração, promotores de eventos e agentes de viagem. O desaf io é entre os meses de abril e outubro, os visitantes acompanharem todo o ciclo vegetativo da macieira até à apanha do fruto. Neste momento, a aposta é no “espetáculo visual imperdível” da macieira em flor, como refere o presidente da autarquia. João da Fonseca destaca a impor tância destas rotas como mais um programa que concilia paisagem, gastronomia, cultura e património. “É uma exploração multissensorial que vai surpreender os visitantes”, afirma. O município de Armamar é um dos maiores produtores nacionais de maçã, uma atividade que representa uma das mais importantes fontes de rendimento da população. A qualidade da maçã de Armamar é reconhecida a nível nacional e o seu peso na economia da região é relevante. Com cerca de 1400 hectares de área plantada, colhem-se por ano uma média de 50 mil toneladas de maçãs. As rotas agora anunciadas vão tirar vantagem da paisagem dos extensos pomares que se estendem ao longo do Douro, dos armazéns que são construídos de uma forma padronizada e permitir a visita a alguns monumentos de referência em Armamar. –SR

A reversão de execução fiscal contra uma sociedade por quotas é um mecanismo cada vez mais utilizado pela Autoridade Tributária. A reversão f isca l consiste no chamamento à execução de outra pessoa que não o devedor originário, ou seja, os gerentes, ainda que somente de facto, são chamados ao processo na qualidade de responsáveis subsidiários. Contudo, para haver responsabilidade tributária do gerente por meio da reversão no processo de execução fiscal é necessário que a Administração Tributária cumpra um conjunto de pressupostos: verificar a inexistência ou a fundada insuficiência de bens penhoráveis do devedor principal e dos responsáveis solidários; demonstrar o exercício de funções de administração ou gestão; presumir a culpa no não pagamento da prestação tributária bem como na insuficiência patrimonial. No primeiro ponto, poderá o revertido (gerente) exigir que os bens do devedor originário e de eventuais devedores solidários sejam penhorados em primeiro lugar, mesmo que insuficientes pa ra o paga mento da d ív ida tributária. Logo, o responsável subsidiário só responderá, posteriormente, pelo remanescente da dívida exequenda. Neste procedimento, a Autoridade Tributária está obrigada a cumprir o dever de audiência prévia do responsável subsidiário, sob pena de a reversão ser inválida. Se a decisão proferida for no sentido de determinar a reversão do processo de execução fiscal, a mesma deverá ser notificada ao revertido, neste caso, ao gerente. Tal notificação deverá conter o despacho de reversão, a liquidação das dívidas exequendas e a respetiva fundamentação. Assim sendo, o responsável subsidiário notificado da reversão fiscal pode: pagar a dívida tributária no decurso do prazo para a oposição à execução e beneficiar da isenção do pagamento de juros de mora e de custas; recorrer-se da oposição à execução no caso de se verificar algum vício quer no despacho de reversão quer na própria citação; impugnar judicialmente o despacho de reversão. 18 ABR


REGIÃO

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OPINIÃO

Princesa Europa ANTÓNIO ALVARENGA Investigador e Gestor

OS BOTÕES DE PUNHO

“e desligar; a televisão; o telemóvel; o computador; o rádio; a luz; o corpo; e ligar-nos; construir o “entre”; valorizar o encontro” Há tanta coisa; a água; a linha e o resto; a coluna do renascido MEC; o Herman, não o José, o Kahn; o pensamento; a ideia de parar de ter ideias; o móvel de criado-mudo; os olhos azuis da Maria; os caracóis da Ana; o saudável Agualusa que tem um diário; a minha memória também necessita de um; uma casa onde se pode escrever; uma casa marcada pela leitura, não de livros, mas do que existe; o almoço e a conversa; o café na máquina que funciona cada vez melhor; o eu e o mim; o calor de Lisboa (e o Tejo ao início da noite?); a escala de Viseu; os bancos, não os de jardim; as cadeiras, não as da universidade; a religião; os arquitectos; as pessoas; os seus cérebros; as suas emoções; a ausência de um; a ausência do outro; a ausência dos dois; a presença de um; a presença do outro; a presença e interacção dos dois, cérebro e emoções; o km2 à nossa volta; as limitações do cérebro que nos dão corpo; as emoções que nos relembram que temos corpo; a criatividade que emerge; o círculo interrompido; e o acidente; a música; a grande música; e o ritmo; a doença; a roupa; e os sapatos; a comida (incluindo a japonesa e o peixe grelhado); e desligar; a televisão; o telemóvel; o computador; o rádio; a luz; o corpo; e ligar-nos; construir o “entre”; valorizar o encontro; falhar; voltar a falhar; e falhar melhor, como diz o meu amigo João; olhar para o mundo; o envelhecimento; o passado que alteramos cada vez que nele pensamos; o presente monopolista e inexistente; a liberdade ilimitada e a outra, a grande, íntima, limitada; o cansaço; a energia; o poder sobre os outros; o poder dos outros; o poder; o amor; os líderes que conheciam a verdade e sabiam; o “tudo é possível”; e a relação, a partir da colisão; a linguagem; o bluegrass; a ironia; e o riso; a gargalhada; o sorriso; o silêncio; os botões de punho. 18 ABR

SERNANCELHE

Texto Sandra Rodrigues

BISPO VERMELHO HOMENAGEADO NO 25 DE ABRIL AUTARQUIA ATRIBUI MEDALHA DE HONRA MUNICIPAL

D. Manuel da Silva Martins

A

Câmara de Sernancelhe vai atribuir a Medalha de Honra Municipal ao bispo D. Manuel da Si lva Mar tins. A cerimónia decorre a 25 de abril e é um dos momentos altos da comemoração dos 40 anos da Revolução. A autarquia explica que esta homenagem ao bispo emérito de Setúbal acontece por se t rata r de u ma figura incontornável do nosso País que mantém com Sernancelhe uma relação de grande proximidade há vários anos. D. Manuel da Silva Martins, a quem chamam de o bispo vermelho, viveu os momentos conturbados da Revolução quando chegou a Setúbal. Na cidade onde a maioria da população se identificava com o Partido Comunista, a sua chegada e ordenação foram feitas debaixo de grande contestação. Para conquistar o povo, o bispo abdicou de usar as vestes clericais fora da igreja e aproximou-se da população ao mostrar-se solidário

com as suas preocupações. O bispo emérito foi membro da Conferência Episcopal Portuguesa onde presidiu à Comissão da Acção Social e das Migrações e Turismo. Foi uma voz ativa na questão de Timor-Leste, com iniciativas de vária ordem que culminariam com uma intervenção na sede da ONU e, posteriormente, com uma visita a Timor. É membro fundador das organizações não governamentais Oikos e Pro Dignitate. COMEMORAÇÕES As comemorações do 25 de Abril contam com um programa que começa pelas 9h00 em frente aos Paços do Concelho, com a guarda de Honra pelo Corpo de Bombeiros Voluntários de Sernancelhe, seguindo-se o hastear da Bandeira Nacional e interpretação do Hino de Portugal pela Banda Musical 81 de Sernancelhe. É tradição do Município que os laureados hasteiem a bandeira, juntamente com o presidente da Assembleia Mu-

nicipal, José Agostinho Aguiar, e com o presidente da Câmara Municipal, Carlos Silva Santiago. Seguir-se-á a sessão solene evocativa do 25 de abril, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, que abrirá com a leitura de poemas de Abril por crianças do concelho. Na Sala de Exposições do Centro Municipal de Artes será depois inaugurada a exposição dedicada a D. Manuel da Silva Martins que recria a sua vida e obra, ficando a apresentação a cargo de Manuel de Lima Bastos e do general Pires Veloso, capitão de Abril, um homem determinante na conquista da liberdade em Portugal e na consolidação da democracia durante o período em que comandou a Região Militar do Norte e amigo de D. Manuel da Silva Martins. A Cerimónia seguirá depois para o Auditório Municipal onde decorrerá o Concerto alusivo a Abril pela Academia de Música de Sernancelhe.

SÃO JOÃO DA PESQUEIRA

CHAMADAS DE ATENÇÃO PARA ACABAR COM MAUS TRATOS INFANTIS A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de S. João da Pesqueira está a organizar, durante este mês, ações de prevenção contra os maus tratos na infância. “Não lhes toques com violência... toque-lhes no coração” é o nome da iniciativa que envolve a sensibilização da comunidade, através de conferências em escolas e centros sociais do concelho. As ações incluem ainda a entrega de

laços azuis para lembrar que é preciso “amar e respeitar” as crianças. Ao longo do ano de 2013, primeiro ano de funcionamento desta Comissão, foram várias as iniciativas realizadas com crianças em risco, não só ao nível da prevenção, mas também na atuação direta com pais e crianças. Entre elas, o lançamento de um Obser vatória de R isco e Perigo do concelho que tem como

missão avaliar e ajudar a implementar políticas concelhias de apoio a esta franja populacional. “Pretendemos com estas atividades, consciencializar para a importância dos maus tratos na infância e juventude, envolvendo toda a comunidade e a rede de parceiros sociais, numa lógica de prevenção, partilha e promoção de hábitos e estilos de vida saudáveis”, assinala a CPCJ.


REGIÃO

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MORTÁGUA

NELAS

Texto e fotos C.António Pereira

AUTARQUIA QUER CALDAS DA FELGUEIRA UM PÓLO DE DESENVOLVIMENTO

MARATONA BTT BATE RECORDE DE PARTICIPANTES TAÇA DE PORTUGAL XCM EM BTT CONTOU COM O MAOR NÚMERO DE PARTICIPANTES DE SEMPRE, COM QUASE 700 ATLETAS MASCULINOS E FEMININOS

Taça de portugal XCM em BTT

F

oram 663 os atletas que participaram no último domingo na 7ª Maratona BTT de Mortágua, uma organização conjunta do Velo Clube do Centro em parceria com o Município de Mortágua. A maratona deste ano teve a particularidade de contar para o Calendário Nacional da Taça de Portugal XCM, 2ª etapa da prova e da época. Ruben Almeida, da equipa Pedalsempre/Movenoticias/Solintellysys, foi o grande vencedor ao conquistar o primeiro lugar do pódio e da classificação geral da XCM 89km com o tempo de 3h44m57s. Nuno Inácio, da equipa Soniturismo/Bike World, e Renato Flórido da equipa BTT Seia, fecharam o pódio. Tratou-se de uma prova dura, com uma subida à serra de Linhar de Pala e um acumulado de 2600 metros. Os últimos concorrentes chegaram à meta após mais de 5 horas a pedalar. No setor feminino (75Km) a mais rápida foi Maaris Meier, da Estónia, a correr pela equipa Saertex Portugal/Edaetech, com o tempo de 3h35m34s, seguida de Tânia Neves, do Galitos Ciclismo/Teka/ Blackjack, e Celina Carpinteiro da BTT Loulé/BPI. Na c ategor ia Promoç ão 45k m, masculinos, o vencedor foi Daniel

Ribeiro da equipa Viseu 2001, com 1h54m20s, seguido de Armando Figueiredo da equipa Escola de Cicl ismo Br u no Ne ves , e Lu ís Junho da equipa Clube de Praças da Armada. No setor feminino a vitória foi para Natália Silva da equipa Viriato Racing, seguida de Andreia Lopes da equipa C.S.OTA/Anipura/ Oxi Nutrit. Na Promoção 75km, Hélio Videira foi o vencedor, com 3h29m.55s, seguido de Filipe Melo Ribeiro, da mesma equipa, e José Aurélio, da equipa Batistas Foudation Team. No setor feminino, Elisabete Rouxinol da equipa Nightingale Team, foi a mais rápida, com 4h48m.39s, seguida de Márcia Sa lvador da equipa Ass Team Giant. A prova da Taça de Portugal tinha dois percursos, 75km para as mulheres (categoria Elites e Master), e 89km para os homens ( Elites Sub/23, Master 30, 40, 50 e 60 anos). A prova de Promoção tinha também dois percursos, a meia-maratona de 45 km e a maratona de 75 km, ambas divididas em várias classes. Dos 663 atletas alinhados à partida, 326 (eram atletas federados) que competiam para a Taça de Portugal e 337 para a prova de Promoção destinada a (não federados).

PARACICLISTAS (SURDOS) ANIMARAM COMPETIÇÃO É de destacar a excelente prestação dos paraciclistas (atletas surdos), com Ricardo Gomes a ser o mais rápido, da equipa UCVNF/Soniturismo/Bike World, com 4h05m24s, seguido de Fábio Luiz, Anipura/ OXI/ Nutricion/Blackjack, e Ivo Pereira, da equipa Rodinhas/Santos Silva. Por equipas o primeiro lugar foi para equipa do BTT Seia, seguid a do BT T L ou lé e d a Saer tex Portugal/Edaetech. Satisfeito com a “brilhante organização” da Velo Clube do Centro estava o Presidente da Câmara Municipal de Mortágua. José Júlio Norte elogiou Pedro Silva e toda a sua equipa, por terem assumido este ano “o desafio e a responsabilidade acrescida” de receber uma prova da Taça de Portuga l. “Tivemos um grande evento de afirmação e promoção do concelho, com quase 700 atletas vindos de norte a sul do país, desde o Algarve ao Minho, e não temos dúvidas de que deixámos uma boa imagem em todos os participantes. Isso significa que para o ano, muito provavelmente, voltarão a participar na Maratona de Mortágua”.

A Câmara Municipal de Nelas em conjunto com a Companhia das Águas Medicinais da Felgueira estão a preparar várias atividades com o objetivo de tornar as Caldas da Felgueira “um polo de desenvolvimento local”. O encontro das várias entidades decorreu no passado dia 7 e, segundo Borges da Silva, presidente da Câmara Municipal de Nelas, “o mês de maio será o momento de afirmação de uma das termas de referência do país”. A Companhia das Águas Medicinais está já a preparar uma campanha que envolve redução de preços e condições especiais para as várias unidades hoteleiras do concelho (atividade que já haviam desenvolvido no início da época termal). Também para o próximo mês de maio está agendada uma feira de turismo, termalismo, saúde e bem-estar, uma ação que segundo o autarca “vai reunir os vários agentes económicos do concelho, na área da saúde. Uma forma de envolver o tecido económico e mostrar o que temos de melhor”, explicou Borges da Silva. Outras das atividades que a Câmara Municipal irá encetar prende-se com a melhoria, limpeza e arranjo urbanístico da localidade e, segundo o autarca, “o executivo compromete-se a tirar os efluentes da Ribeira da Pantanha que desaguam nas Caldas, até ao final deste mês, início de maio. Assim como direcionar a recolha de efluentes da zona industrial de Chão do Pisco para a Etar nº 2 de Nelas, permitindo assim resolver o problema de poluição na Ribeira da Pantanha”, garantiu o presidente da autarquia. Na reunião ficou ainda decidida a aposta na divulgação das Termas através de anúncios publicitários em vários meios de comunicação social e regional. “É preciso que todos conheçam a nossa região e que venham visitar-nos. O turismo é fundamental e Nelas tem todas as condições para atrair novos aquistas e turistas”, frisou Borges da Silva. Para os responsáveis, que reuniram no Grande Hotel das Caldas da Felgueira, “o grande compromisso é o de que todos vão unir esforços e empenhar-se para que aquela estância termal seja, ainda mais, uma referência do termalismo em Portugal”.

18 ABR


ENTREVISTA

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FRAP - FEDERAÇÃO REGIONAL DAS ASSOCIAÇÕES DE PAIS

Texto A. Figueiredo

AS COISAS ESTÃO CADA VEZ PIOR NAS ESCOLAS

O

Ministério da Educação quer encerrar escolas com menos de 21 alunos. Viseu é um dos concelhos sinalizados. Silgueiros de Bodiosa, Bodiosa, Vil de Soito, Lustosa e Boa Aldeia, são algumas das localidades onde se pondera o encerramento. A FRAP – Federação Regional das Associações de Pais lamenta não ser ouvida durante o processo de decisão

Prevê-se o fecho de escolas do 1º ciclo com menos de 21 alunos. Que informação tem sobre as escolas a encerrar no distrito de Viseu? As câmaras municipais estão a mandar os presidentes de junta para o terreno a falarem com os professores para sondarem sobre a sensibilidade do eventual fecho das escolas no próximo ano letivo. Os pais não estão a ser ouvidos. Nós, FRAP, mandámos um e-mail à câmara de Viseu para sermos ouvidos perante as notícias que dão de uma forma clara o fecho de escolas do 1º ciclo em Viseu. Nós queremos saber quais são e porquê? Qual é o rácio? Se calhar, como já aconteceu no passado, há escolas que não cumprem o rácio definido, 21 alunos, mas não fecham para fazer o favor a alguém. O fecho de escolas no próximo ano vai ser mais uma catástrofe. Há cada vez menos crianças a matricularem-se nas escolas. Se juntarmos os que se vão embora com os pais para a emigração, há cada vez menos alunos nas escolas e isso vai ter reflexos já no próximo ano letivo.

Mas sabem quantas escolas vão encerrar? Não sabemos mas queremos saber. Queremos evitar que os pais só saibam do fecho das escolas, quando forem levar os filhos depois das férias de verão, por um qualquer papel colocado na porta do estabelecimento de ensino. Neste momento as coisas estão a ser negociadas entre autarquias e ministério da educação e nós só pedimos transparência, que falem com as pessoas. Eu conheço professores que já foram abordados pelos presidentes de junta para saberem qual a opinião do docente sobre o fecho da escola. Aos pais nada foi dito. Temos que ficar preocupados embora um email da câmara de Viseu nos diga que ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre fecho de escolas no concelho. Nós queremos é ser ouvidos antes da decisão.

A FRAP é contra o fecho de escolas com menos de 21 alunos? Nós somos contra o fecho de qualquer escola que crie grandes alterações e constrangimentos na comunidade em que está inserida. Isto No concelho de Viseu há escolas, não pode ser visto só pelo númecom menos de 21 alunos, nos agruro de alunos, 21 ou 18. Estas coisa pamentos de Abraveses, Repeses, têm que ser pensadas e faladas. Se Viso e Mundão. Convidámos a câmara municipal os pais concordarem que uma escopara estar no encerramento do nos- la deve encerrar nós não somos conso último plenário. Não esteve nin- tra. Tem é que haver respeito pelas guém. Era uma questão de digni- pessoas e pela escola pública. dade e reconhecer o trabalho de cidadania que os pais fazem nestas Quem não respeita a escola pública? associações onde não são remunera- O governo e o ministro quando dedos. Só nos querem nas escolas para sinvestem na escola pública. Por elegermos o diretor? Fico indignado exemplo a redução dos assistentes e revoltado com este tipo de atitudes. operacionais das escolas, os antigos

18 ABR

RUI MARTINS PRESIDENTE DA FRAP


ENTREVISTA

contínuos, é terrível. Já se fala do exemplo de Espanha em que há um rácio de cinco funcionários para mil alunos e é impensável. Alguém acredita que é possível uma escola como a EB 2/3 Grão Vasco de Viseu funcionar com cinco funcionários? Só quem não conhece mesmo a realidade dos estabelecimentos de ensino. Isto é um acumular permanente de dificuldades para a escola publica, quando depois abrem as portas e entregam dinheiro dos contribuintes aos privados.

ca. Quem quer os filhos no ensino privado deve pagar, não tem que ser o estado a suportar essa despesa. O dinheiro dos impostos dos contribuintes deve ser para a escola pública que acolhe os nossos filhos, que são obrigados a frequentar, até aos dezoito anos.

sabido gerir muito bem estes casos. Felizmente em Viseu não tem havido grandes problemas. Quem está nas escolas tem feito tudo para evitar mas as coisas podem falhar e por isso é preciso prevenir.

Tem havido muitas queixas sobre falhas no ensino especial. O que lhe tem chegado? Essa é uma da áreas em que o desinvestimento na escola pública é dramático. Há casos em que alunos com necessidades educativas especiais deviam ter duas horas de teraOs diretores da escolas queixam-se pia e nem meia hora têm. É lamenda falta de funcionários? tável. Depois o estado dá dinheiro Sabemos que é uma realidade e uma para as escolas privadas onde não gestão cada vez mais difícil até por- há, nem recebem alunos com necesque os assistentes operacionais ro- sidades especiais. Há pais que já se dam entre as diferentes escolas dos estão a organizar para garantirem o agrupamentos, não se criando uma apoio que o estado nega aos filhos. relação de proximidade com os alunos que é sempre importante. Estão preocupados com o número crescente de alunos que vão estudar Continuam os casos de empresas pripara fora das terras onde vivem porvadas de aulas de Inglês a irem às esco- que deixou de haver oferta formativa. las públicas assediarem pais e alunos? A FRAP pediu às escolas para acomHá escolas onde os pais receberam panharem esses jovens que estão telefonemas e e-mails. É lamentável uma semana sozinhos fora de casa. que isto ande a ser feito com a cum- É muito preocupante que jovens plicidade dos diretores das escolas com 14/15 anos estejam a viver soonde isso acontece. Nós temos que zinhos em Viseu, porque nos concedenunciar. Não podemos pactuar lhos onde residem, Vila Nova de Paicom essas situações. va, Sernancelhe, etc, deixou de haver a oferta formativa que pretendiam. A FRAP tem mostrado preocupação Pedimos às escolas que tenham atencom a indisciplina que diz ser cresção a estes casos, porque são jovens, cente, mesmo nas salas de aula? muito novos, que passam uma seHá muitos casos que não se conhe- mana fora da casa de família. cem, porque não são colocados na plataforma, para registo destas si- O que é que a escola pode fazer? tuações, criada pelo Ministério da Criar tutores que acompanhem esEducação. As que se vão conhecen- tas crianças. Tem tudo a ver com os do é graças às notícias que vão sain- gabinetes interdisciplinares que fado nos jornais. lámos também por causa da indisciplina. É o mínimo que a escola Pedem a criação de gabinetes interpode e deve fazer para acompanhar disciplinares nas escolas? um aluno que está cinco dias, toda Porque estamos preocupados com o a semana, sem acompanhamento aumento da indisciplina dentro da familiar. O diretor de turma deve sala de aula e reiteramos a necessi- estar sensibilizado para estas situadade de serem criados gabinetes in- ções. Nós só alertamos para isso, terdisciplinares nas escolas, com re- nada mais. cursos humanos competentes, para poderem ajudar os alunos que pro- Qual é o futuro da escola pública? vocam e motivam a indisciplina den- Com as políticas deste ministro da tro da sala de aula. Esta é uma pro- Educação a escola pública tem tenposta que a CNIPE - Confederação dência a desaparecer. Com muito Nacional de Associações de Pais tem sacrifício dos meus pais eu conseapresentado ao governo. Legislar não gui estudar e ter uma formação suchega. É preciso criar estruturas para perior porque havia a escola pública. que a prevenção seja eficaz. Eu não sei vou conseguir dar essa mesma formação às minhas filhas. O que são recursos humanos competentes? Qual é a posição da FRAP/Viseu soSão os professores e os psicólogos bre os contratos de associação que o que há nas escolas. Nós sempre de- estado assina com escolas privadas fendemos, porque há uma grande quando há vagas nas escolas públicas? falta, um reforço de psicólogos nas Esses contratos só podem e devem escolas. Felizmente as escolas têm existir se não houver escola públi-

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Em Viseu faz sentido haver contratos de associação assinados entre o estado e os colégios privados? Não faz sentido. Em Viseu há oferta suficiente na escola pública. Não se pode desviar investimento da escola pública para entregar aos privados. E mais as regras são diferentes. O privado seleciona os alunos e não aceita os que têm dificuldades especiais. E quando algum aluno começa a dar problemas os pais são convidados subtilmente a transferir o filho do colégio privado para uma escola pública. O estado não deve subsidiar este tipo de atitudes e de discriminações.

Nas escolas privadas, que recebem dinheiro do estado, não há, nem aceitam alunos com necessidades educativas especiais

Quem quer os filhos no ensino privado deve pagar, não tem que ser o estado a suportar essa despesa

Há alunos com necessidades educativas especiais que deviam ter duas horas de terapia e nem meia hora têm

Escolas com amianto continuam a ser um problema? Em Viseu, na cidade e distrito, parece que os problemas começam a ser resolvidos, mas tiveram que ser os pais a colocarem a situação na opinião pública. Em Viseu a escola da Ribeira será a que tem mais cobertura de amianto. Percebemos que a escola não pode parar. Esperamos que as promessas de haver obras nas férias do verão sejam cumpridas. Em Castro Daire já foi retirado de uma escola, em Abraveses/Viseu também, na Viriato está a ser resolvido garantiu o diretor. A ausência dos pais dos Conselhos Pedagógicos foi prejudicial para a escola? Há uma certeza. A nossa ausência não trouxe melhorias. Há casos caricatos. Em Sátão os pais depois de terem sido retirados do conselho pedagógico foram convidados a participarem numa reunião para retificarem uma medida relacionada com a matrícula no primeiro ciclo. Uma contradição. Felizmente que ainda há alguns diretores que convidam os pais a participarem na reunião do Conselho Pedagógico. É apenas isso que nós queremos. Porque as atividades com os pais são aprovadas no Pedagógico. Quais são os objetivos para o novo mandato da direção da FRAP? Apoiar os pais e as suas associações para estarem junto das escolas e contribuírem para uma melhoria do ensino público para os nossos filhos.

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A ESCOLA

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE VOUZELA

VOUZELA

ESFORÇO PARA A EXCELÊNCIA

MUITOS NÃO CONCORDAM, UM ANO DEPOIS DA AGREGAÇÃO, EM PERTENCER AO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CAMPIA, QUE DISTA MAIS DE 20 QUILÓMETROS DA SEDE DE CONCELHO DE VOUZELA E FICA MAIS PRÓXIMO DA VILA DE OLIVEIRA DE FRADES

84% de alunos colocados no ensino superior

O

ensino secundário tem os seus primórdios em Vouzela com a Sociedade Central de Vouzela de Educação e Ensino, Lda, em 1962. Funcionava no Externato S. Frei Gil como dependência da Escola Comercial e Industrial de Viseu, tal como aconteceu com outras escolas de concelhos limítrofes ao da sede do distrito. A partir de 1976 a Escola Secundária de Vouzela atinge a sua autonomia, funcionando na mesma no antigo externato até 1987, ano em que

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seriam inauguradas as instalações onde funciona actualmente, na parte mais alta da vila. Já lá vão 27 anos em que a Escola funciona no mesmo edifício. Segundo José Alberto Pereira, director, “é um local privilegiado pela sua localização, mas as instalações já vão precisando de alguma remodelação”. Atualmente é uma Escola livre de placas de fibrocimento, com as obras que recentemente têm sido feitas para retirar o tão indesejado amianto. Há pouco mais de um ano foi de-

cidido superiormente que a Escola Secundária de Vouzela se deveria agregar ao Agrupamento de Escolas de Campia. Muitos não concordaram com a decisão, mas a medida foi mesmo tomada. Mesmo sendo uma localidade do concelho, Campia situa-se a 23 quilómetros e tem mais proximidade a Oliveira de Frades. Mas decisões são decisões e o Agrupamento funciona atualmente, tendo Campia formado uma turma do 10º ano no presente ano lectivo. A oferta formativa da Secundária

de Vouzela, no ensino regular, passa pelos cursos Científico Humanísticos de Ciências e Tecnologias e de Línguas e Humanidades. A oferta de cursos profissionais já foi maior (existe desde 2006), sendo hoje de apenas dois cursos: Gestão de Equipamentos Informáticos e de Auxiliares de Saúde. Possui ainda um Curso de Educação e Formação (CEF) de Instalação e Reparação de Computadores.


A ESCOLA

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE VOUZELA

423 alunos

59

funcionários no agrupamento

101

ESFORÇO PARA ATINGIR EXCELÊNCIA A maior parte dos alunos da Escola provém de meios rurais e mais desfavorecidos. De acordo com números apurados este ano, 53 por cento dos alunos beneficiam de apoios da Ação Social Escolar. “Grande parte dos nossos alunos vêm de meios rurais de onde são conhecidas dificuldades e onde a maioria dos pais têm baixas taxas de escolarização”, reconhece o director da Escola. No entanto, José Alberto Pereira adianta: “Por si só, esta realidade obriga a Escola a um grande esforço para atingir patamares de excelência”. O esforço da Escola consiste sobretudo em dar meios aos alunos para ultrapassarem dificuldades. “Não queremos que lhes falte nada na for-

mação. Já basta a falta de possibilidades económicas dos agregados familiares”, diz o diretor. As apostas da Escola passam pelo reforço de aulas fora do período lectivo, programas de tutoria e acompanhamento de alunos e ainda projetos que motivem os alunos. Um dos exemplos de motivação extra curricular é o projeto internacional Comenius, em execução na Escola. Alunos e professores de Vouzela deslocam-se ainda este mês à Grécia para participar em ações de intercâmbio com alunos e entidades daquele país. A direção da Escola Secundária de Vouzela e o seu corpo docente estão convencidos de que têm que oferecer aos seus alunos um conjunto de opções que os façam focalizar a ati-

vidade letiva. Para além desta fase essencial existem as atividades paralelas que, no entanto, estão relacionadas com os cursos que estão a frequentar. Alunos da Escola participaram, por exemplo, nas Olimpíadas da Criatividade, no Porto, tendo obtido dois primeiros lugares na competição. O esforço na formação dos alunos tem-se traduzido, entre outros números, nos cursos profissionais, em 84 por cento de alunos dos cursos regulares colocados em ambas as fases de acesso ao ensino superior. Para o êxito que é procurado na Escola contribui o Gabinete de Acompanhamento e Desenvolvimento de Ensino e Formação (GADEF). Trata-se de um serviço que não só se preocupa com alunos a frequenta-

professores no agrupamento

“A entrada no mercado de trabalho é difícil com ou sem crise”, reconhece a direção da Escola Secundária de Vouzela, que aposta numa formação de excelência para os seus alunos

rem os cursos da Escola, como também com antigos alunos. Um dos objetivos do gabinete é o de avaliar as áreas mais procuradas no ensino superior para que a oferta formativa seja ajustada no futuro. A entrada no mercado de trabalho “é sempre difícil para os nossos alunos, quer haja ou não crise”, diz o diretor da Escola. Para minimizar as dificuldades, a Secundária de Vouzela procura parcerias com empresas que, numa primeira fase, recebam os jovens em estágio. “Um dos nossos grandes objetivos é o de incutir responsabilidade nos alunos dos cursos profissionais para o caso de quererem ‘agarrar’ um emprego no difícil mercado laboral dos dias que correm”, assegura José Alberto Pereira.

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A ESCOLA

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE VOUZELA

JOSÉ ALBERTO PEREIRA Diretor

“Não queremos que lhes falte nada na formação. Já basta a falta de possibilidades económicas dos agregados familiares”

CARLOS OLIVEIRA

Assistente Operacional

Defende que os desafios que se colocam na escola “são mais complexos que no mercado de trabalho”. “Há alunos que não têm um bom desempenho na escola e que o vão ter no mercado de trabalho”, observa.

Está na Escola desde o início, em 1987. Faz pequenos arranjos e mantém operacional a reprografia da Secundária de Vouzela. Reconhece que o meio é pequeno mas diz ter uma boa relação com os alunos.

SEMANA DA SAÚDE A Semana da Saúde é um dos pontos altos na actividade do curso profissional de Auxiliar de Saúde. Trata-se do primeiro grande contacto dos alunos com o meio para o qual são preparados. Técnicos do sector e docentes promovem um maior conhecimento dos jovens nesta área, preparando-os para os desafios que vão encontrar no mercado laboral. O tema escolhido para a edição 2013/14 da Semana da Saúde foi “O saudável inacessível todos os dias é uma realidade para todos hoje” e vai ter o ponto alto com uma conferência do professor Jaime Gomes. A semana é uma iniciativa do grupo de Biologia e Geologia e do pessoal do bar da Escola Secundária de Vouzela.

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JOSÉ COSME

Psicólogo dos Serviços de Psicologia e Orientação

CONCURSO DE FOTOGRAFIA É outra das iniciativas que faz parte das atividades paralelas da Escola Secundária de Vouzela. Este ano os alunos estão a ser convidados a realizar trabalhos subordinados ao tema “Um olhar sobre a leitura” e os trabalhos dos alunos deverão ser entregues até ao final do mês.


CULTURA

OPINIÃO MIGUEL TORRES Animador Cultural

COMUNICAR

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GRAEME PULLEYN ENCENA ROMEU E JULIETA

Texto Sandra Rodrigues

QUANDO O AMOR É MAIOR QUE OS PRECONCEITOS PROJETO COMUNITÁRIO JUNTA 70 PARTICIPANTES EM NELAS PARA DRAMATIZAÇÃO DE ROMEU E JULIETA Foto JL

É muitas vezes referido que um dos problemas da sociedade moderna é a incapacidade dos jovens em participarem na vida da comunidade a que pertencem. São apontados como sendo os causadores do fim de um determinado estilo de vida, baseado na comunidade. Esta constatação é feita numa sociedade em que os jovens são “aliciados” a estar em contacto permanente uns com os outros, através do uso da internet e das suas diversas “redes sociais” que propiciam um tipo de criação de “amizades sem rosto visível”. A FÁBRICA DA QUEIMA E A QUEIMA DO JUDAS DA ACERT EM TONDELA Desde 1996 que a “Fábrica” abre no domingo anterior à Páscoa e dura até ao sábado seguinte, dia da apresentação do espetáculo. Neste espaço de tempo tudo é construído por 200 voluntários, na sua maioria jovens. A cenografia, a música, os movimentos e o texto são criados e ensaiados. sete dias depois, temos um boneco construído em papel, vime e canas, e apresenta-se o espetáculo, que culmina com a queima da gigantesca figura. Este exemplo, que se repete há anos, serve para refletir nas primeiras linhas deste texto. Será que os jovens perderam a sua capacidade de participação? Tendo a própria comunidade mudado de feição, eles mudaram, isso sim, a sua forma de relacionamento com ela mas não perderam o interesse em se envolverem em projetos que lhes despertam a criatividade. O trabalho dos jovens que se envolvem neste projeto e a sua capacidade de assumir responsabilidades é esmagadora, perante um coletivo impressionante. Qual a fórmula? O objetivo de intervir criticamente na sociedade; a possibilidade de construir algo; o prazer de ver reconhecidas pelo grupo e pela comunidade as suas capacidades; o grupo e os confrontos que ele gera; o sentido da festa, da alegria e da libertação que ela transporta.

C

ena: Julieta está na varanda a sonhar com seu amado Romeu. “Amor mais triste não existe debaixo deste céu”. Drama: “Os meus pais nunca vão aceitar porque ele é cigano”. Esta é a história do Romeu e da Julieta de Nelas. Dois jovens que se apaixonam e que contra tudo e contra todos resolvem viver o seu amor. O final, Shakespeare já o escreveu... Romeu e Julieta é a peça que o encenador Graeme Pulleyn está a encenar em Nelas com a comunidade local. Um teatro de rua que vai estrear no “Viseu A...”, um festival de artes que decorre entre 24 de maio e 1 de junho. Este é um espetáculo comunitário feito por protagonistas amadores. São cerca de 70 participantes de todas as idades e que conta com uma forte presença da comunidade cigana. A história é do século XVI, mas pode bem ser dos dias de hoje. Mais do que abordar o amor impossível, lança a

problemática da integração entre pessoas com diferentes maneiras de pensar e de viver. “Mania das pessoas meterem tudo em caixinhas” desabafa Julieta a certa altura da peça. Na vida real, a jovem Diana Tessitore – que interpreta o papel de Julieta – gostava que fosse como está a ser nos ensaios. “Não há preconceitos”. Mais envergonhado, Daniel Soares (é dele o papel de Romeu) segue com atenção todas as indicações que lhe são dadas nos ensaios. “É uma experiência que não é fácil, exige muito trabalho, mas é muito divertido”, sublinha. Esta é também a leitura que o encenador faz do trabalho que tem vindo a desenvolver com os participantes desde finais de fevereiro. “É um projeto ousado, mais uma descoberta da nossa equipa artística”, refere Graeme Pulleyn. O encenador recorre à história de Shakespeare para, nesta sua encenação, colocar em confronto duas co-

munidades que vivem lado a lado, mas que a maior parte das vezes estão de costas viradas “e quando há comunicação é feita em conflito”. Aliás, essa “tensão natural” é a mais-valia em termos artísticos porque ajuda na própria dramatização, explica o encenador para quem fazer projetos comunitários é “a sua praia”. Romeu e Julieta vai ter uma ante-estreia a 23 de maio. O cenário é a Praça da República de Nelas. O edifício da Câmara a casa de Julieta e no adro estará o acampamento cigano de onde vem o jovem Romeu. “O Viseu A...” vai acontecer de 24 de maio a 1 de junho, em Viseu, Mangualde, S. Pedro do Sul, Nelas e Tondela. O festival conta com a consultoria e coordenação artística de Madalena Victorino e Giacomo Scalisi. Para os organizadores, este é um festival que quer “deixar memórias, projetar para o futuro, contribuir para que as gerações possam ter um olhar diferente sobre o seu papel na sociedade”.

LAMEGO

MUSEU DESTACA GRAVURA QUE REPRODUZ “A VIRGEM DA CADEIRA” O Museu de Lamego está a destacar durante este mês uma gravura que reproduz uma das mais célebres obras de Rafael, um dos mestres do Renascimento italiano, intitulada “A Virgem da Cadeira”. Segundo o museu, trata-se de “uma composição a óleo sobre madeira, do início do século XVI, onde figuram a Virgem, o

Menino e São João Batista” que, “mais de duzentos anos depois, outro Rafael, agora gravador, haveria de a reproduzir”. “Raphael Morghen (Florença, 17581833) foi um dos maiores gravadores de finais do século XVIII e inícios do XIX, que iniciou a sua aprendizagem com o pai”, explica.

No total, executou 252 gravuras a partir de obras de mestres como Rafael, Titan, Bronzino, Correggio ou Matteini. A gravura da “Virgem da Cadeira” foi executada por Raphael Morghen para o General Monfrendini, tendo sido impressa, em Roma, na oficina de Nicola de Antony. 18 ABR


CULTURA

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COLECIONADOR EXPÕE NO INATEL

CONCURSO INTERNACIONAL DE GUITARRA

Texto Sandra Rodrigues

FESTIVAL SONORIZA VISEU ATÉ 11 DE MAIO

RELÓGIOS DE SOL SÃO VELHOS COMPANHEIROS DO HOMEM EXPOSIÇÃO “HORA SOLAR APARENTE” LEVA VISITANTES A UMA VIAGEM NO TEMPO Foto JL

O

s relógios de sol acompanham o Homem há séculos e são uma das paixões de Pedro Almeida Gomes. O colecionador dá a conhecer alguns dos relógios que tem construído ao longo dos tempos. Exemplos únicos para ver na agência do INATEL, em Viseu, até 10 de maio. Pedro Almeida Gomes é sócio do INATEL e é natural de Celorico da Beira, mas mantém uma ligação estreita a Vila Chã de Sá, onde foi um dos fundadores da “Ofiuco”, associação que se dedica à Astronomia e ao estudo da poluição luminosa bem como da Gnomónica, ciência que aborda, entre outros temas, a incidência do sol em superfícies, nomeadamente na construção de relógios de sol e na cartografia. Pedro Almeida Gomes decidiu partilhar os seus relógios por se tratar de património que se deve dar a conhecer, pois são objetos científicos, mas também artísticos. “Tendo sido o Relógio de Sol um companheiro de viagem do Homem na sua viagem atra-

vés dos tempos, “não é justo que agora o Homem se esqueça deste velho companheiro”, salienta o colecionador. A origem dos Relógios de Sol remonta a 2400 a. C., embora o mais antigo exemplar conhecido seja egípcio e tenha cerca de 3500 anos. Com uma longa história, os Relógios de Sol começam a cair em desuso só no início do século XX, com a introdução e expansão do relógio mecânico, tendo sido a razão principal do seu sucesso a sua utilização pelas ordens religiosas para a marcação das chamadas “Horas Canoniais”, ou períodos dedicados à oração. Esta exposição insere-se na programação regular da INATEL , cujos fins principais, como sublinha o diretor da agência, Victor Esteves, são, entre outros, a “promoção de melhores condições para a ocupação de tempos livres e de lazer dos trabalhadores”, a “valorização do turismo social” e a “criação e fruição cultural”.

EM ABRIL

DOM QUIXOTE VISITA TEATRO VIRIATO Dez jovens de Viseu vão mostrar quem é Dom Quixote, a personagem principal do romance de Miguel Cervantes. Uma peça para ver no Teatro Viriato, em Viseu, nos dias 23 e 24 de abril, e que resulta da iniciativa K Cena – Projeto Lusófano de Teatro Jovem. Durante cerca de seis meses, os jovens foram orientados pelo encenador residente Graeme Pulleyn e pelo encenador convidado João Branco. O grupo explorou, trabalhou e investigou as características, as personagens e os temas do mundo de Miguel Cervantes para chegar a um espetáculo no qual o universo de Dom Quixote é transportado para os dias de hoje. 18 ABR

João Branco é presidente da Direção Artística da Associação Artística e Cultural Mindelact, em Cabo Verde, e assina a encenação de vários espetáculos de teatro. A segunda edição do K Cena – Projeto Lusófono de Teatro Jovem volta a reunir vários jovens de diferentes nacionalidades, realidades culturais e contextos, mas ligados pela Língua Portuguesa. Lançado em 2012, é uma iniciativa do Teatro Viriato (Viseu, Portugal), em parceria com o Teatro Vila Velha (Salvador-Bahia, Brasil) e Instituto Camões/Centro Cultural Português - Pólo do Mindelo, com o apoio local da Mindelact – Associação Artística e Cultural (Cabo Verde).

Música para Flauta no o concerto dos laureados tempo de D. Maria I é o do 7º Concurso de Instruconcerto que decorre hoje mentistas do Conservatóà noite na Igreja da Mise- rio de Viseu. ricórdia, em Viseu. A pre- A 30 de abril sobe ao palco sença do Ensemble Ars do Teatro Viriato o Remix Iberica com Olavo Teng- Ensemble – Casa da Músiner Barros (traverso), Ale- ca. No 1.º de maio poderá xandre Andrade (traver- assistir-se ao espectácuso) e Sofia Nereida Pinto lo de guitarra com Goran (cravo) garante uma per- Krivokapich e Danijel Ceformance musical que era rovic na Igreja Nova. No praticada dentro da cor- dia seguinte, Judicael Perroy actuará te portugueno Museu de sa e nas casas Grão Vasco. da alta aristoO Concerto cracia e ricos da Primavecomerciantes. rá será interEste é um dos pretado pelos concertos que Concertos vão professores está inserido habitar vários do Conservana programa- espaços da tório de Múção do Festisica de Viseu, val de Música cidade na Igreja de S. da Primave- de Viseu José, no dia 4 ra que sonode maio. Dois riza a cidade dias depois o de Viseu pela local vai ser sétima vez e que este ano conta com a a Igreja da Misericórdia realização do 1º. concurso e os protagonistas Felipe internacional de guitarra. Veríssimo (órgão), HélO concurso acontece en- der Fernandes (trompete) tre os dias 1 e 3 de maio e Rune Castro (trompete). e, segundo a organização, A 7 de maio Pedro Sousa conta com a participação Silva (flauta) e Hugo Sande intérpretes oriundos de ches (alaúde) actuam no Solar do Vinho do Dão, vários países. O Festival de Música da onde, no mesmo dia podePrimavera de Viseu pros- rá se ver o quinteto de acorsegue a 24 de Abril com deões de Viseu e a guitarra o concerto “40 cravos, 40 de Margarita Escarpa. anos do 25 de Abril”, no Será também no Solar salão nobre dos Paços do do Vinho do Dão, a 8 de Concelho. Helena Ne- maio, que se realizarão ves (voz mezzo-soprano), os concertos “A Ébano e Carlos Canhoto (saxofo- Botões” com Nuno Silnes) e Joana Resende (pia- va (acordeão) José Miguel Amaral (piano) e Adriana no) são os intérpretes. A 26 de abril, os sons do Ferreira e Christian Anviolino e do piano, junta- drea El Khouri. mente com a música eletró- A 9 de maio o Quarteto de nica e dança, vão estar no Cordas de Sintra e Quarhotel Grão Vasco. Este es- teto São Roque atuam no petáculo é constituído por Clube de Viseu. No dia duas partes. Na primei- seguinte, na Igreja do Sera, vai-se ouvir Elitza Pa- minário Maior é a vez vão (violino) e José Miguel do Coro e Orquestra do Amaral (piano). Na segun- Conservatório de Música da a música de Cândido de Viseu. O Festival terLima e José Carlos Sousa mina a 11 de maio com será dançada por Leonor a Orquestra Filarmonia Keil. No dia seguinte, rea- das Beiras, um espetáculizar-se-á, na aula magna lo para ver e ouvir no Teado Instituto Politécnico, tro Viriato.


ENTRETENIMENTO

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Astrologia

Cinemas

Agenda

CARNEIRO (21/3 a 20/4)

VISEU

VISEU

— FÓRUM VISEU

FESTIVAL DE MÚSICA DA PRIMAVERA Até dia 11 de Maio

Acréscimo de responsabilidades profissionais, que podem revelar-se de extrema importância num futuro próximo. Espírito convincente e facilidade de expressão ao longo da semana. Uma pessoa especial pode surgir inesperadamente na sua vida, mas tenha alguns cuidados.

MR. PEABODY E SHERMAN M6 - 14h10, 16h30, 18h50

TOURO (21/4 a 21/5)

SANGUE E GELO M16 - 21h20, 23h55* (*6ª e Sáb.)

Decisões impulsivas e precipitadas podem acarretar problemas, especialmente no que se refere ao trabalho e vida pessoal. Semana plena de romance e momentos inesquecíveis junto da pessoa que atualmente faz parte da sua vida. Seja mais paciente e tolerante.

GÉMEOS (22/5 a 21/6) A reflexão constitui o processo mais indicado de encarar todos os assuntos, pelo que deve fazer um balanço de várias decisões tomadas nos últimos tempos no sector de trabalho e pessoal e tentar corrigir erros passados. Evite, contudo, ferir sentimentos desnecessariamente. CARANGUEJO (22/6 a 22/7) Confie na intuição e, em vez de se fazer vítima dos acontecimentos, enfrente-os com coragem e otimismo. Será fácil cumprir as obrigações profissionais e resolver assuntos pessoais. Os astros não favorecem muito os investimentos financeiros com maior risco.

3 DIAS PARA MATAR M12 - 13h30, 16h05, 18h45, 21h30, 00h20* (*6ª e sáb.) O FANTÁSTICO HOMEM-ARANHA 2 M12 - 14h30, 17h45, 21h40 A CASA DA MAGIA M6 - 14h20 300: O INÍCIO DE UM IMPÉRIO M16 - 16h50, 19h15, 21h50, 00h30* (*6ª e sáb.) CAPITÃO AMÉRICA – O SOLDADO DE INVERNO M12 - 14h00, 17h00, 21h00, 00h05* (*5.ª, 6ª e Sáb)

LEÃO (23/7 a 23/8)

O 7º Festival de Música da Primavera chegou este ano a Viseu com uma aposta na sua internacionalização e realiza o 1º Concurso Internacional de Guitarra Portuguesa. Com uma programação que inclui concertos, master classes e ainda o concurso internacional de guitarra, o festival prolongase até ao dia 11 de maio e marcará diversos espaços da cidade com eventos dedicados à música, celebrando a chegada da Primavera.

MÚSICA PARA FLAUTA NO TEMPO DE D. MARIA I 19 de abril

21h30 |Clube de Viseu 24 de abril - Concerto “40 cravos, 40 anos do 25 de abril”21h30 | São Nobre do Paços do Concelho Mais informação do Festival de Música da Primavera disponível em http://primaveraviseu.pt

Necessidade de mudanças no quotidiano profissional, o que pode revelar-se de grande utilidade, se conseguir canalizar ideias e energias de uma forma positiva. Concentre-se nas decisões amorosas e atue com alguma reserva, fugindo a entusiasmos demasiados.

RIO 2 VP M4Q - 13h50, 16h15, 18h40, 21h10, 23h35*(*5.ª, 6ª e Sáb.)

VIRGEM (24/8 a 23/9)

— PALÁCIO DO GELO

FORUM VISEU EXPOSIÇÃO ALUSIVA À PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL Até 22 de abril

O FANTÁSTICO HOMEM-ARANHA 2 M12 - 14h00, 17h20, 21h00, 00h20*(*5.ª, 6ª e Sáb.)

NELAS

O seu talento e espírito ambicioso encontram-se em destaque ao longo de toda a semana e obterá sucessos inesperados, tanto no sector profissional como num assunto da sua vida privada. Romantismo e sensibilidade e ótimas hipóteses de começo de um novo romance.

BALANÇA (24/9 a 23/10)

DIVERGENTE M12 - 14h30, 17h30, 21h30, 00h30* (*5.ª, 6ª e Sáb)

Embora se sinta motivado por grandes ambições, nem sempre a energia irá corresponder às suas expectativas. Pense bem e coloque os prós e contras na balança se lhe surgir oportunidade de mudar de casa. Resoluções amorosas dependem da sua capacidade criativa.

SEI LÁ! M12 - 14h20, 16h50, 19h20, 22h00, 00h35* (*5.ª, 6ª e Sáb)

ESCORPIÃO (24/10 a 22/11)

Risco de desentendimentos e interpretação errada dos seus projetos no campo profissional, pelo que se aconselha prudência. Reprima os comportamentos impetuosos e críticos. Tentação de reatar um amor do passado, mas deve refletir antes de tomar decisões irreversíveis.

TARZAN VP M6 - 11h10*(*Dom.), 13h40, 15h55, 18h10 CAPITÃO AMÉRICA: O SOLDADO DE INVERNO M12 - 21h10, 00h15* (*5.ª, 6ª e Sáb)

SAGITÁRIO (23/10 a 20/12) Se acha que a nova filosofia de vida, que tem vindo a construir, se insere favoravelmente no seu quotidiano profissional, continue a segui-la, sem atender a opiniões e atitudes de terceiros. Dê mais atenção à pessoa amada e distraia-se em companhias divertidas.

NOÉ M12 - 13h50, 17h00, 21h20, 00h25* (*5.ª, 6ª e Sáb) RIO 2 VP M4Q - 11h00* (Dom.), 14h10, 16h35, 19h00, 21h40, 00h05* (*5.ª, 6ª e Sáb)

CAPRICÓRNIO (21/12 a 20/1)

Verá alguns dos mais ousados projetos de trabalho realizados e a sua diligência será reconhecida. Esteja, contudo, atento a várias atitudes negativas dos que o rodeiam. Um romance imbuído de secretismo pode marcar inesperadamente o quotidiano dos nativos deste signo.

— CINE CLUBE VISEU

GUERRA OU PAZ DE RUI SIMÕES, PORTUGAL, 2014, 97 MIN

AQUÁRIO (21/1 a 19/2)

Não vão faltar-lhe hipóteses de conseguir o sucesso desejado em todos os assuntos relacionados com o trabalho e igualmente com a sua vida pessoal. Fuja de romances tumultuosos e aventuras que sabe, de antemão, corresponderem a situações mais melindrosas.

22 de Abril

PEIXES (20/2 a 20/3) Aproveite esta semana para dar largas aos seus desejos de sucesso no campo profissional, dado não lhe faltarem oportunidades de subir alguns degraus na escada do sucesso. A pessoa amada contribuirá para lhe restaurar algum otimismo que não tem marcado presença.

SOLAR DA CASA DO CENAS DIA INTERNACIONAL DOS MONUMENTOS E SÍTIOS

18 de abril 14h00 às 18h00 – visita guiada ao espaço museológico e exibição de fi lme/ documentário “100 anos de Património – Memória e Identidade”

BIBLIOTECA MUNICIPAL ANTÓNIO LOBO ANTUNES EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA “INVASÃO IRRACIONAL”

Até 20 de abril Autoria de Filipe Patrocínio

TONDELA PARQUE DE JOGOS DO SPORTING CLUBE DE NANDUFE | JUDAS’ 14

Sábado | 19 de abril | 23h30 Em, 1985 a ACERT recebe de um grupo de cidadãos de Tondela a passagem de testemunho para a realização da queima do Judas, tradição antiga da comunidade. Durante alguns anos, a tradição manteve-se sem grandes alterações. À saída da missa no Sábado de Aleluia, um boneco feito de palha e trapos velhos era queimado junto à Igreja Matriz de Tondela. Posteriormente a tradição foi evoluindo dando origem a um espetáculo comunitário onde o Teatro e a Música se aliam numa celebração onde se expurgam todos os males ocorridos desde o ano anterior.

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Avenida Alberto Sampaio 81-r/c-E, Viseu 3510-031 VISEU

18 ABR


DESPORTO

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OPINIÃO PAULO CAVALEIRO

“temos de fazer muito mais pelo desporto em Viseu”

Que espaços desportivos municipais temos? Serão estes suficientes para a prática desportiva formal/informal e para um melhor nível de desenvolvimento desportivo? Apesar da resposta parecer óbvia, importa pois analisar os espaços desportivos municipais que Viseu detém e oferece. Consultando o sítio da Câmara Municipal constata-se o seguinte: 1-Temos o Complexo Desportivo do Fontelo que tem campos para prática do futebol, ténis, atletismo e alguns desportos menos comuns, piscinas (um conjunto bem reestruturado), mas o pavilhão encontra-se em fase de remodelação, desde há um ano a esta data. Apesar de tal oferta, para Viseu parece-nos manifestamente pouco. 2- Ciclovia, uma estrutura muito importante para os cidadãos que procuram outros tipos de actividade física de lazer e recreação, nomeadamente atividades de bicicleta e percursos pedestres. 3-Pavilhões desportivos, nesta data, somente o que serve a escola secundária Viriato. Perante este cenário, não temos dúvidas que temos de fazer muito mais pelo desporto em Viseu. A edilidade deve ser o agente catalisador de um processo sustentado de desenvolvimento desportivo, apoiado, naturalmente, pelas associações e clubes. Já tivemos tempo para termos outro tipo de estruturas desportivas. Já tivemos tempo para pensar e estruturar um processo de desenvolvimento desportivo viseense. Já tivemos tempo de fazermos mais e melhor. Estamos muito a tempo de refletirmos e agirmos de forma a desenvolver o desporto em Viseu. Todos somos poucos para um desenvolvimento desportivo de sucesso. 18 ABR

FUTSAL

Texto Micaela Costa

VISEU E BENFICA NO MUNDIALITO DE VETERANOS CAMPEONATO DECORRE EM SETEMBRO NO ALGARVE

A

equipa de futebol de veteranos do Sport Viseu e Benfica foi convidada a participar no Mundialito de Futebol de 11 de veteranos. A competição, que junta várias equipas de renome nacional e internacional, vai decorrer entre os dias 26 a 28 de setembro no Algarve e tem a organização da Catchawards. Para já, ainda não são conhecidas todas as equipas que vão participar nesta competição, mas os espanhóis do Granada são uma das 10 que já disseram “sim” ao convite dos responsáveis (sendo que para a realização da competição são precisas, no mínimo 10 equipas e, no máximo, 16). ATELETAA EM FESTA

VISEU E BENFICA DE REGRESSO À DIVISÃO DE HONRA Os viseenses garantiram no passado fi m de semana o regresso ao principal escalão distrital. Com a vitória, por 5 - 0 frente ao Santiago de Cassurrães, o Viseu e Benfica garantiu o título de campeão da zona Sul da I Distrital, e vai jogar na próxima época na Divisão de Honra. Vão agora discutir o título distrital com o Tarouquense, vencedor da zona Norte.

Ao Jornal do Centro os responsáveis pela equipa de veteranos do Viseu Benfica afirmaram estar “muito contentes com o convite” por esta ser uma forma de “valorizar a equipa de jogadores mais velhos em provas de relevo”. Esta será a estreia da equipa viseense no Mundialito, mas não é a primeira vez que disputam torneios nacionais. No ano passado foram os vencedores do Torneio de Albergaria (onde defrontaram equipas como Rio Ave ou Estrela da Amadora) e têm ainda a brilhante marca de não perderem um jogo há dois anos.


DESPORTO

41

Foto Gil Peres

FUTEBOL FEMININO

VISEU 2001 JÁ CONHECE CALENDÁRIO DA SEGUNDA FASE

Jogo decisivo decorre no próximo dia 27. Este sábado o Moimenta disputa a Taça da Afv

FUTEBOL

Texto Micaela Costa

MOIMENTA A UM JOGO DO TÍTULO VITÓRIA NO CARREGAL PODE CARIMBAR SUBIDA AOS CAMPEONATOS NACIONAIS DE FUTEBOL

A

equipa de Moimenta da Beira está muito perto de se sagrar campeã da Divisão de Honra de Viseu, se vencer, no próximo dia 27 de abril, o Carregal do Sal. Os dez pontos de diferença sobre o segundo e terceiro classificados (ambos com 49 pontos) e o jogo em atraso com o Oliveira de Frades, deixam o Moimenta da Beira apenas a uma vitória do título. Mas se as contas têm tudo para dar certo a verdade é que o Carregal do Sal também não vai querer ficar mal na fotografia, pois luta para fugir aos lugares de despromoção. Embora a diferença para os lugares perigosos da tabela seja de três pontos, é uma margem muito reduzida, que obriga os carregalenses a procurar pontos nestes jogos finais. Caso o Moimenta vença o Carregal, os homens de Jorge Febras fazem a festa, há largas jornadas anunciada, tal a vantagem, e o domínio, que tem patenteado no campeonato. Será mais uma equipa no Campeonato Nacional de Seniores, onde vai poder juntar-se a Lusitano e Cinfães, caso nenhum deles seja despromovido. Tudo ingredientes para uma partida de emoções como, aliás, vem sendo hábito na Divisão de Honra da Associação de Futebol de Viseu.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

CLASSIFICAÇÃO Moimenta da Beira Mortágua Sátão Castro Daire Penalva Castelo Resende SC Paivense Oliv. Frades Ferreira de Aves Sampedrense Sernancelhe Mangualde Carregal do Sal GP Parada Nespereira CP Fornelos

Pts. 59 49 49 45 42 38 38 36 31 29 29 29 25 22 20 15

JG 25 26 26 25 25 26 26 25 26 25 26 25 26 25 26 25

V 18 12 15 13 12 10 10 10 8 7 7 6 6 5 5 4

E 2 1 7 6 7 8 8 9 11 10 11 8 13 13 16 18

D 63 40 40 44 43 30 32 35 36 23 30 28 32 24 30 24

FIM-DE-SEMANA DE TAÇA Este fim-de-semana, pausa no campeonato da Divisão de Honra para se disputarem os quartos-de-final da Taça da Associação de Futebol de Viseu. Vão definir-se as quatro equipas que seguem para as meias-finais da competição, a segunda mais importante do calendário oficial distrital. Quatro partidas onde se destaca a deslocação do Moimenta da Beira a São Pedro do Sul, onde os líderes da Divisão de Honra vão defrontar a Sampedrense, sábado pelas 16h00.

CALENDÁRIO 1ª jornada (27 de abril) CAC – Viseu 2001 F. Laura Santos - Leixões 2ª jornada (4 de maio) Viseu 2001 – F. Laura Santos Leixões – Atlético

23ª JORNADA

TAÇA AFV

Carregal do Sal 27/04 16:00 M.Beira

QUARTOS-DE-FINAL

F. de Aves

27/04 16:00 Mortágua

Mangualde

27/04 16:00 GD Parada

Sernancelhe

27/04 16:00 Nespereira FC

Sampedrense

27/04 16:00 Castro Daire

Fornelos

27/04 16:00 SC Paivense

Resende

27/04 16:00 Oliv.Frades

P. Castelo

27/04 16:00 Sátão

Oliv. Frades

Tarouquense

Sampedrense

Moimenta da Beira

Penalva Castelo

Resende

Carregal do Sal

Sport Clube Paivense

4ª jornada (24 de maio) Viseu 2001 – Atlético Leixões – F. Laura Santos

6ª jornada (10 de junho) Viseu 2001 – Leixões Atlético – F. Laura Santos

TAROUCA RECEBE 9º EDIÇÃO DE JUVENIS be Desportivo São Bernardo do Grupo A e pelo Grupo B, SL Benfica, Clube Desportico Xico Andebol e Ginásio Clube de Tarouca. Os jogos acontecerão, à semelhança das edições anteriores, no Pavi-

3ª jornada (18 de maio) Leixões - Viseu 2001 F. Laura Santos – Atlético

5ª jornada (1 de junho) F. Laura Santos – Viseu 2001 Atlético – Leixões

ANDEBOL

Decorre nos próximos dias 25, 26 e 27 de abrila9ªediçãodoTorneiodeAndebolCidade de Tarouca de Juvenis Masculinos. Para este torneio são esperadas as seguintes equipas: Dragon Force-FC Porto, Ada Maia-Ismai, Clu-

Decorreu esta terça-feira o sorteio da segunda fase (apuramento de campeão) da Taça de Promoção de Futebol Feminino. O evento, que decorreu no Auditório Manuel Quaresma na sede da Federação Portuguesa de Futebol, defi niu as próximas seis jornadas, que vão eleger a equipa que sobe, na próxima época, ao principal campeonato nacional de Futebol Feminino. O Viseu 2001, campeão indiscutível na série B, tem pela frente clubes de peso e fortes candidatos a assumirem o título de vencedor absoluto do Campeonato de Promoção. Clube Atlético Cultural (série D), Fundação Laura Santos (sére C) e Leixões (série A) são os três adversários dos viseenses. O primeiro confronto decorre dia 27 de abril com a equipa de Francisca Martins a viajar até Lisboa para defrontar o CAC. O Viseu 2001 joga em casa, no fim-de-semana seguinte a 4 de maio, frente à Fundação Laura Santos.

lhão Gimnodesportivo de Tarouca, numa organização conjunta entre o município de Tarouca, o Ginásio Clube de Tarouca, a Federação de Andebol de Portugal e a Associação de Andebol de Viseu. 18 ABR


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O número que liga à saúde

808 24 24 24

OBITUÁRIO AGÊNCIA FUNERÁRIA ABÍLIO - VISEU Amélia de Jesus, 90 anos, viúva, faleceu. Era natural de Vilarinho, Lousã e residia em Viseu. O funeral realizou-se dia 16 de abril, indo o corpo a sepultar para o cemitério Novo de Santiago.

Maria Alice Ramos, 81 anos, casada, faleceu. Residia em Pascoal, Viseu e o funeral realizou-se no dia 11 de abril, indo o corpo a depositar para o crematório de Viseu. AGÊNCIA FUNERÁRIA AMARAL & SOBRINHO – VISEU

Joaquim Esteves Dionísio, 68 anos, faleceu. Era natural de Setúbal e residia em Viseu. O funeral realizou-se no dia 14 de abril, indo o corpo a sepultar para o cemitério de Viseu.

Emília de Figueiredo, 92 anos, solteira, faleceu. Era natural de Torredeita, Viseu e residia em Vila Chã de Sá, Viseu. O funeral realizou-se no dia 13 de abril, indo o corpo a sepultar para cemitério de Torredeita.

AGÊNCIA FUNERÁRIA VISEENSE - VISEU

AGÊNCIA FUNERÁRIA H.SANTOS - VISEU

José Rolo, 89 anos, viúvo, faleceu. Residia em Moselos, Viseu e o funeral realizou-se dia 15 de abril, indo o corpo a sepultar para o cemitério do Campo.

Francisco da Costa, 88 anos, viúvo, faleceu. Residia em Cabanões, Viseu e o funeral realizou-se dia 13 de abril, indo o corpo a sepultar para o cemitério de S. João de Lourosa.

Maria Emília da Costa, 88 anos, casada, faleceu. Residia na Quinta de São Bernardo, Santiago e o funeral realizou-se dia 12 de abril, indo o corpo a sepultar para o cemitério Velho de Santiago.

AGÊNCIA FUNERÁRIA BALULA – VISEU

António Ramos Marques, 91 anos, viúvo, faleceu. Residia em Viseu e o funeral realizou-se dia 8 de abril, indo o corpo a sepultar para o cemitério da Guarda. Esmeralda Mendes de Paiva Vaz Pinto, 68 anos, casada, faleceu. Residia em Abraveses e o funeral realizou-se no dia 13 de abril, indo o corpo a sepultar para o cemitério Novo de Abraveses.

João Fernandes Marques, 77 anos, casado, faleceu. Residia em Lages de Silgueiros, Viseu e o funeral realizou-se dia 13 de abril, indo o corpo a sepultar para o cemitério se Silgueiros. AGÊNCIA FUNERÁRIA D. DUARTE José Manuel Jesus Pais, 77 anos, casado, faleceu. Era natural de Alcafache, Mangualde e residia em Fragosela de Cima. O funeral realizou-se dia 12 de abril, indo o corpo a sepultar para o cemitério de Fragosela.

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Escrever o anúncio no cupão quadriculado. Cada letra deve ocupar um só quadrado, deixar um espaço livre entra cada palavra. O cupão quadriculado deverá ser recortado e enviado em carta, ou entregue em mão, com os respectivos valores, iniciando-se a publicação na edição imediatamente a seguir à sua receção. Mensagem: Anúncios sujeitos a confirmação do número de telefone JORNAL DO CENTRO Av. Alberto Sampaio nº 132, 2º andar — 3510-028 Viseu

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- U.f. de Seia, São Romão Cabeleireiro e Barbeiro Seia E Lapa dos Dinheiros

6º Ano

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Empregado de Escritório em Geral

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18 ABR


OPINIÃO

44

BE EDUARDO MARQUES Estudante Universitário

ABRIL, LUTAS MIL

PS ALEXANDRE AZEVEDO PINTO Economista

40 ANOS DE ABRIL E O REGRESSO AO PASSADO

PSD FERNANDO ESTEVES Professor ESAV

O PODER LOCAL E O LOCAL DO PODER

18 ABR

Abril não é só Abril. Abril são todos os meses e todos os dias e escreve-se sempre com letra maiúscula, independentemente de qualquer acordo ortográfico. Volvidos quarenta anos, o processo revolucionário continua em curso: existe ainda muito para fazer no que toca às liberdades individuais, à autodeterminação das mulheres, à não discriminação do ser humano por classe social, etnia, género ou orientação sexual. Estes são também quarenta anos marcados por uma alternância desastrosa entre PS e PSD (com alguma intermitência do CDS). Quarenta anos a tentar apagar Abril e os seus valores. Quarenta anos a menosprezar estas liberdades - que são as garantias mais básicas e fundamentais para os cidadãos de um estado de direito. Permitam-me a homenagem, mas

“Estes são também quarenta anos marcados por uma alternância desastrosa entre PS e PSD” ainda que algumas pessoas devam ser lembradas todos os meses e todos os dias, não podia deixar de recordar o Miguel Portas. Faz neste Abril, dois anos que a sua partida nos deixou mais pobres. O Miguel foi e é um das minhas maiores referências, como político e como pessoa. Tive o prazer de o conhecer, há cinco anos, na pré-campanha das últimas eleições europeias. Depois disso trocámos impressões por meia dúzia de vezes sobre Portugal, a Europa e o Mediterrâneo - sua grande paixão. Há homens e mulheres que não se

medem com rotundas. Há homens e mulheres cuja ação fala mais que mil ajustes diretos. Ainda sobre a ação há que recordar que as grandes lutas da vida de Paulo Rangel e de Nuno Melo se desenrolaram em congressos e que talvez a maior batalha da vida de Francisco Assis se tenha travado num célebre episódio em Felgueiras. Sabemos que na Europa as lutas do Miguel, como as da Marisa e como as nossas, continuam. Atravessamos os mesmos desafios: os mesmos governos de direita que servem a finança e acedem às mesmas tentações; a mesma parte das pessoas a pagar a dívida; a mesma parte das pessoas a enriquecer. Precisamos, hoje e sempre de revisitar os sonhos de Abril, contra o esquecimento e contra as más memórias.

Quarenta anos passados, a Revolução de Abril não conseguiu evitar o regresso de uma certa Direita e de um Modelo Neo-Conservador, como aquele que hoje temos, com uma matriz marcadamente ideológica. A grave crise económica que atravessamos não pode nem deve servir como justificação para o regresso a práticas atávicas, bolorentas e caridosas como aquelas que ouvimos de Isabel Jonet, sobre os “bifes e os pobrezinhos” ou sobre os “pobrezinhos e as redes sociais”, ou mais recentemente do novel e regressado príncipe da Direita portuguesa “o camarada” Durão Barroso a propósito dos “méritos da antiga escola salazarenta”. Os sinais multiplicam-se na sociedade portuguesa,

alunos do secundário que evocam “o botas de Santa Comba” como ídolo, ou ainda estudos de opinião que concluem que os “políticos de antigamente” eram mais honestos que

Quando as efemérides atingem números redondos, temos a tendência natural de as realçar com maior enfase. Os 40 anos do 25 de Abril não fogem à regra e, como tal, multiplicam-se as manifestações de regozijo pelo dito acontecimento. O dia-a-dia dos cidadãos e a sua livre vivência rotineira é, no entanto, a melhor forma de espelhar e homenagear as conquistas daí emanadas. O poder local é, seguramente, uma dessas conquistas que, por tão enraizada na sociedade atual, por vezes não lhe atribuímos as devidas valências. O poder local não se encerra nos eleitos e é tanto mais enriquecedor para as populações, quanto maior for o seu grau de participação nos órgãos autárquicos. As Assembleias de Freguesia constituem pois um espa-

tia de diversidade de ideias e de discussão inerente à mesma, em que a maior exigência consiste em que daí resultem melhorias para a qualidade de vida dos cidadãos da freguesia e o maior desafio, é que tal seja possível sem recurso à demagogia fácil. A presença dos viseenses neste fórum, serve pois a dois propósitos: por um lado, permite-lhes questionar directaço privilegiado, não só para a troca mente o poder executivo e, por outro, de ideias entre os seus membros, mas aquilatar da justeza da sua decisão, também entre estes e os fregueses que quando em Setembro confiou o seu representam. voto a alguém. O escrutínio das actiA constituição da Assembleia de Fre- vidades dos eleitos, não se deve limitar guesia de Viseu, saída das últimas aos que governam, mas também aos eleições, é de largo espectro, com que gostariam de o fazer. uma composição semelhante à da As- Ah! a próxima sessão é já no dia 24 de sembleia da Republica. A presença de Abril e certamente não seria possível representantes das cinco principais realizá-la há 40 anos atrás, mas apeforças políticas deste país, é a garan- nas por… um dia!

“Este Jonetismo, chamemos-lhe assim, mais não é do que o regresso a uma cultura conservadora bacoca”

“O escrutínio das actividades dos eleitos, não se deve limitar aos que governam, mas também aos que gostariam de o fazer”

“os políticos de agora”. Parece latente em algumas situações e visível noutras, uma certa nostalgia desse passado. Comportamentos e “valores” que considerava extintos da sociedade portuguesa e que a Revolução de Abril e a integração na União Europeia não conseguiram fazer desaparecer. Este Jonetismo, chamemos-lhe assim, mais não é do que o regresso a uma cultura conservadora bacoca, que procura a dominação e o controlo dos afortunados sobre os desgraçados, aplicando-lhes o “donativo”, a “esmola” e a “caridadezinha” beata, reduzindo-os à condição de dependência, subserviência e sobrevivência. Este não deve nem pode ser o caminho do meu País.


OPINIÃO

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CARTOON

CDU JOÃO CARLOS GRALHEIRO Advogado

O MAIOR ASSALTO AO QUE É NOSSO

CDS/PP GRAÇA CANTO MONIZ Jurista

OS INDIVÍDUOS FAZEM A DIFERENÇA

A existência de Portugal com as mais antigas fronteiras da Europa ficou a dever-se, também, aos baldios, que foram fundamentais na fi xação das populações. Na Constituição está garantida a existência de um setor cooperativo e social que compreende os meios de produção comunitários, possuídos e geridos por comunidades locais, estipulando a lei que são baldios os terrenos possuídos e geridos por comunidades locais. Em 2005 o PS aprovou uma lei que estabeleceu que o domínio hídrico das águas nascidas e subterrâneas de terrenos baldios ficaria a pertencer às Juntas ou às Câmaras. Os portugueses compartes de baldios viram ser-lhes expropriadas as águas nativas desses terrenos sem

1. Os historiadores modernos tendem a negligenciar a importância de actos individuais no curso da História. Este lapso hermenêutico surge da predominância do politicamente correcto, uma doutrina que nivela individualismo a egoísmo ou egotismo. Como não pretendo ser historiadora, moderna, ou apologista de politicamente correctos, acredito que os actos individuais fazem toda a diferença, sobretudo se este “liberalismo” servir para mostrar as garras da sociedade civil. E Viseu tem-nas, são umas garras compridas e competentes, capazes de rasgar até ao osso o mediavelismo cultural a que fomos votados. Refiro-me, por um lado, aos Jardins Efémeros + Sexta-feira Negra e, por outro, ao City Bike Colour. O primeiro todos conhecem mas, o segundo, pro-

que tivessem sido indemnizados. Em 2013 o PSD/CDS apresentaram na Assembleia da República um Projeto-lei que prevê a extinção dos baldios se não forem usados por um período de 15 anos, ou quanto não tendo sido devolvidos aos compartes ou tendo a sua administração sido delegada, assim permaneçam durante mais 10 anos, passando a integrar o domínio privado das Juntas. A extinção de um direito de propriedade pelo não uso e a aquisição legal desse direito por entidades administrativas com posse sem intenção aquisitiva é contra todas as regras de direito. Depois dos salários, pensões, reformas, caminha-se para a espoliação da pequena e média propriedade rural.

acredito que os actos individuais fazem toda a diferença, sobretudo se este “ liberalismo” servir para mostrar as garras da sociedade civil

Com o objetivo de entregar as águas às empresas criadas pelos amigos dos partidos da “governação”, com a privatização do abastecimento às populações, ontem foram as águas dos baldios, amanhã será a dos poços das terras. Após as alterações produzidas na legislação florestal e com a lei do “Banco de Terras”, os partidos da “governação” estão a preparar-se para entregar aos seus amigos da indústria da celulose toda a extensa área baldia de Portugal. Amanhã será a pequena e média propriedade rural. Se o voto é a arma do povo, use-a já no dia 25 de maio.

põe-se, “levar os viseenses a colorir a cidade de Viseu com as suas bicicletas”. Portanto, dia 19 de Abril, contra o mediavelismo cinzento toca a pedalar. 2. Ironicamente, a gestão autárquica mudou e o crime violento e grave registado no nosso distrito também mudou, para pior. Coincidência? Talvez. O que não se compreende é que perante estes dados a CMV tenha aberto um concurso de mais de um milhão de euros…para manutenção de jardins. Ou as papoilas rapidamente começam a fazer detenções ou a moral social democrata viseense padece de uma grave e terminal doença.

18 ABR


ENTRETENIMENTO

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SEXTA

DOMINGO

RTP1

06:30 B om Dia Portugal 10:00 Praça Da Alegria 13:00 Jornal Da Tarde 14:15 Ben-Hur (Filme) 18:00 Portugal Em Direto 19:15 O Preço Certo 20:00 Telejornal 21:15 Bem-Vindos A Beirais 22:00 The Voice Portugal Diários 22:15 Quem Quer Ser Milionário 23:15 5 Para A Meia-Noite Verbo: Nilton Convida: 00:45 Road To The 2014 FIFA World Cup Itália - Chile 01:15 Harry Potter E Os Talismãs Da Morte: Parte 2 (Filme) 03:30 Surf Report 03:45 Éramos Seis Ep.ºs (148) E (149) 05:00 Televendas 06:00 Biosfera

06:30 Grandes Quadros Portugueses 07:00 África Global 2014 07:30 África 7 Dias - 2014 08:00 Bom Dia Portugal Fim De Semana 11:00 Surf Report 11:15 Uma Mesa Portuguesa... Com Certeza 11:45 Voz Do Cidadão 12:00 BBC Terra A Arca De Attenborough 13:00 Jornal Da Tarde 14:30 Aqui Portugal 20:00 Telejornal 21:00 Linha Da Frente 21:30 Sabe Ou Não Sabe 22:30 Desafio Total 00:00 Os Filhos Do Rock 01:00 J. Edgar (Filme) 03:30 Surf Report 03:45 Janela Indiscreta VI 04:15 Televendas 06:00 Biosfera

06:30 Músicas De África 2013 07:30 Santos De Portugal 08:00 Bom Dia Portugal Fim De Semana 09:15 Missa De Domingo De Páscoa 11:30 A Marcha Dos Pinguins (Filme) 13:00 Jornal Da Tarde 14:15 Só Visto! 15:00 Arrow 15:45 Nikita 16:30 Zé Colmeia (Filme) 18:00 Thunderstruck Talentos Trocados (Estreia) (Filme) 20:00 Telejornal 21:15 The Voice Portugal 23:15 Hora Da Sorte: Sorteio Do Joker 23:30 The Mechanic - O Profissional 01:30 Masculino Feminino 03:15 Só Visto! (R/) 04:30 Televendas 06:00 Consigo

RTP2

07:00 12:00 12:30 13:00

07:00 Z ig Zag 10:40 U niversidade Aberta 11:00 Consigo 11:45 O Tempo E O Modo 12:15 A Verde E A Cores 12:45 Disco África 2013 13:45 Urban Circolombia 15:00 Desporto 2 19:01 Olhar O Mundo 19:30 Vigília Pascal 22:00 Pedro E Inês (Bailado) 23:15 Um Rosto Na Multidão (Filme) 01:15 Agora (Diários) (R/) 01:25 Palcos Zé Perdigão Ao Vivo No Casino De Lisboa 02:40 Agora (Diários) 03:00 Euronews

07:00 11:45 12:15 12:45

14:00 15:30 16:00 17:00 20:00 22:00 23:00 23:15 23:40 00:30 01:15 01:35

SIC

TVI

18 ABR

SÁBADO

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06:45 Filme A Designar 08:15 Filme A Designar 09:30 Filme A Designar 11:15 Filme A Designar 13:00 Primeiro Jornal 14:15 Filme A Designar 16:00 Filme A Designar 18:00 Filme A Designar 20:00 Jornal Da Noite 21:45 Sol De Inverno 22:45 Amor À Vida 23:45 A Guerreira 00:45 Mentes Criminosas 01:45 Donas De Casa Desesperadas 02:45 Volante

06:30 Diário Da Manhã 10:15 Você Na TV! 13:00 Jornal Da Uma 14:30 A Outra 16:00 A Tarde É Sua 19:00 Doce Fugitiva 20:00 Jornal Das 8 - Inclui Euromilhões 21:30 O Beijo Do Escorpião 22:45 Belmonte 00:00 Giras & Falidas 01:00 Série - Apanha-me Se Puderes 3 02:00 Filme - Munique 04:45 O Teu Olhar

06:00 06:45 08:00 08:30 10:15 11:00 12:00 13:00 14:00 14:30 15:00 15:30 17:45 20:00 21:45 22.15 23:30 00:30 01:30

Etnias LOL@SIC Dragões Disney Kids A qui Não Há Quem Viva A qui Não Há Quem Viva Nosso Mundo Primeiro Jornal Alta Definição Fama Show E-Especial F ilme A Designar F ilme A Designar Jornal Da Noite C amilo, O Presidente Gosto Disto Os Vídeos Do Guiness Downton Abbey F ilme A Definir

06:30 Animações - Em Busca Do Vale Encantado 07:15 Kid Kanal - Dora, A Exploradora 08:00 Kid Kanal - Kung Fu Panda 08:30 Kid Kanal - Fanboy & Chum Chum / Tartarugas Ninja 09:30 I Love It 10:30 Inspector Max 13:00 Jornal Da Uma 14:00 Série - Chicago Fire 16:00 Filme - Alvin E Os Esquilos 2 18:00 Mais Vale À Tarde Do Que Nunca 20:00 Jornal Das 8 22:00 Masterchef Portugal 00:00 Filme - Um Dia Em Grande 02:00 Série - Glee III 03:00 O Teu Olhar 04:45 T V Shop 06:15 Batanetes

13:15 14:00 14:45 15:00 19:01 19:30 20:30 21:00 21:45 22:30 23:30 00:15 01:15

Zig Zag Caminhos 70x7 A Verde E A Cores Ingrediente Secreto Eurodeputados Voz Do Cidadão Desporto 2 A Entrevista De Maria Flor Pedroso Zig Zag A Teoria Do Big Bang Jornal 2 Orquestra Clássica Da Madeira - 50 Anos A Odisseia De Homero Bairro Alto Britcom O Jantar Das SextasFeiras Vida A Três Euronews

06:45 LOL@SIC Pouns Puppies I Pac Man I Peter Pan I 08:00 Dragões: Os Defensores De Berk Ep.14 08:30 Disney Kids 10:15 Aqui Não Há Quem Viva 11:00 Aqui Não Há Quem Viva 12:00 Vida Selvagem: O Cante Da Terra (Doc. Português) 13:00 Primeiro Jornal 14:00 Filme A Designar 17:00 Filme A Designar 20:00 Jornal Da Noite 21:45 Vale Tudo 00:30 Filme A Designar

nimações - Em Busca 06:30 A Do Vale Encantado 07:15 Kid Kanal - Dora, A Exploradora 08:00 Kid Kanal - Kung Fu Panda 08:30 Kid Kanal - Fun Boy & Chum Chum 09:00 Kid Kanal - Tartarugas Ninja 09:30 I nspector Max 10:30 S érie - O Bando Dos Quatro 11:15 Missa + Oitavo Dia 13:00 J ornal Da Uma 14:00 S omos Portugal 20:00 Jornal Das 8 21:45 A Tua Cara Não Me É Estranha - Kids 01:00 F ilme - Os Salteadores Da Cidade Perdida 03:00 O Teu Olhar 04:30 T V Shop 06:00 Todos Iguais

SEGUNDA

06:30 Bom Dia Portugal 10:00 Praça Da Alegria 13:00 Jornal Da Tarde 14:15 Os Nossos Dias 15:00 Portugal No Coração 18:00 Portugal Em Direto 19:00 O Preço Certo 20:00 Telejornal 21:15 Bem-Vindos A Beirais 22:00 The Voice Portugal Diários 22:15 Quem Quer Ser Milionário 23:15 Mulheres De Abri (Estreia) 00:15 5 Para A Meia-Noite Luís Filipe Borges 01:30 A Ressaca - Parte II 03:15 Éramos Seis Ep.ºs (150) E (151) 04:45 Televendas 06:00 Inovar É Fazer

07:00 12:00 12:30 13:00 14:00 15:35 16:00 17:00 20:00 20:53 21:00 21:45 21:55 22:30 23:15 00:00 00:45 01:00

Zig Zag Biosfera (R/) Vida De Mãe Voo Directo - A Vida A 900 À Hora Sociedade Civil A Fé Dos Homens Comunidade Israelita De Portugal Igreja Católica Romana Marquesa De Cadaval Uma Vida De Cultura Zig Zag National Geographic Os Dez Mais Do Mundo Animal A Hora Da Sorte Jornal 2 Agora (Diários) Visita Guiada Reféns Portugal 3.0 ( R/) Sinais De Vida Agora (Diários) (R/) Euronews

06:00 SIC Notícias 07:00 Edição Da Manhã 08:45 A Vida Nas Cartas - O Dilema 10:00 Queridas Manhãs 13:00 Primeiro Jornal 14:30 Senhora Do Destino 15:30 Boa Tarde 18:15 Sangue Bom 18:45 Em Família 19:15 Sangue bom 20:00 Jornal Da Noite 21:45 Sol De Inverno 22:45 Amor À Vida 23:45 A Guerreira 00:45 Mentes Criminosas 01:45 O Contra-Ataque 02:30 Inesquecível

06:30 Diário Da Manhã 10:15 Você Na TV! 13:00 Jornal Da Uma 14:30 A Outra 16:00 A Tarde É Sua 18:00 Doce Fugitiva 20:00 Jornal Das 8 21:15 Melhor Do Que Falecer 21:30 O Beijo Do Escorpião 22:45 Belmonte 00:00 Giras & Falidas 01:00 Série - Apanha-me Se Puderes 3 02:00 Série - Apanha-me Se Puderes 3 03:00 O Teu Olhar 05:00 T V Shop

TERÇA

06:30 Bom Dia Portugal 10:00 Praça Da Alegria 13:00 Jornal Da Tarde 14:15 Os Nossos Dias 15:15 Portugal No Coração 18:00 Portugal Em Direto 19:15 O Preço Certo 20:00 Telejornal 21:15 Bem-Vindos A Beirais 22:00 The Voice Portugal Diários 22:15 Quem Quer Ser Milionário 23:15 Mulheres De Abril 00:15 5 Para A Meia-Noite José Pedro Vasconcelos 01:30 Um Homicídio Perfeito (Filme) 03:30 Éramos Seis Ep.ºs (152) E (153) 05:00 Televendas 06:00 Inovar É Fazer

07:00 12:00 12:30 13:00 14:00 15:35 16:00 17:00 20:00 21:00 21:45 21:55 22:30 22:50 23:15 00:45 01:00

Zig Zag Visita Guiada (R/) Vida De Mãe Voo Directo - A Vida A 900 À Hora Sociedade Civil A Fé Dos Homens Aliança Evangélica Portuguesa Igreja Católica Romana National Geographic Os Dez Mais Do Mundo Animal ( R/) Zig Zag National Geographic Os Dez Mais Do Mundo Animal Jornal 2 Agora (Diários) Entre Imagens Rockefeller 30 Californication Ser E Agir Agora (Diários) (R/) Euronews

06:00 SIC Notícias 07:00 Edição Da Manhã 08:45 A Vida Nas Cartas - O Dilema 10:00 Queridas Manhãs 13:00 Primeiro Jornal 14:30 S enhora Do Destino 15:30 Boa Tarde 18:15 Sangue Bom 18:45 Em Família 19:15 Sangue bom 20:00 Jornal Da Noite 21:45 S ol De Inverno 22:45 Amor À Vida 23:45 A Guerreira 00:45 Mentes Criminosas 01:45 O Contra-Ataque 02:30 Inesquecível

06:30 Diário Da Manhã 10:15 Você Na TV! 13:00 Jornal Da Uma 14:30 A Outra 16:00 A Tarde É Sua 18:00 Doce Fugitiva 20:00 Jornal Das 8 - Inclui Euromilhões 21:15 Melhor Do Que Falecer 21:30 O Beijo Do Escorpião 22:45 Belmonte 00:00 Giras & Falidas 01:00 Série - Psych - Agentes Especiais 02:00 Série - Psych - Agentes Especiais 03:00 O Teu Olhar 05:00 T V Shop

QUARTA

06:30 Bom Dia Portugal 10:00 Praça Da Alegria 13:00 Jornal Da Tarde 14:15 Os Nossos Dias 15:15 Portugal No Coração 18:00 Portugal Em Direto 19:15 O Preço Certo 20:00 Telejornal 21:15 Bem-Vindos A Beirais 22:00 The Voice Portugal Diários 22:15 Quem Quer Ser Milionário 23:15 Mulheres De Abril 00:15 5 Para A Meia-Noite Nuno Markl 01:30 A Casa Da Lagoa (Filme) 03:15 Éramos Seis Ep.ºs (154) E (155) 04:45 Televendas

07:00 12:00 12:30 13:00 14:00 15:30 16:01 17:00 20:00 21:00 21:45 22:30 23:15 00:15

Zig Zag Entre Imagens (R/) Vida De Mãe Voo Directo - A Vida A 900 À Hora Sociedade Civil A Fé Dos Homens Comunidade Hindú De Portugal Igreja Católica Romana Programa A Designar Zig Zag National Geographic Battle For Elephants Jornal 2 Agora Sob Suspeita O Império E Os Românticos Armados Euronews

06:00 SIC Notícias 07:00 Edição Da Manhã 08:45 A Vida Nas Cartas - O Dilema 10:00 Queridas Manhãs 13:00 Primeiro Jornal 14:30 S enhora Do Destino 15:30 Boa Tarde 18:15 Sangue Bom 18:45 Em Família 19:15 Sangue bom 20:00 Jornal Da Noite 21:45 S ol De Inverno 22:45 Amor À Vida 23:45 A Guerreira 00:45 Mentes Criminosas 01:45 EPT - European Poker Tour 02:30 Inesquecível

06:30 Diário Da Manhã 10:15 Você Na TV! 13:00 Jornal Da Uma 14:30 A Outra 16:00 A Tarde É Sua 18:00 Doce Fugitiva 20:00 Jornal Das 8 21:15 Melhor Do Que Falecer 21:30 O Beijo Do Escorpião 22:45 Belmonte 00:00 Giras & Falidas 01:00 Série - Psych - Agentes Especiais 02:00 Guestlist 02:30 O Teu Olhar 05:00 T V Shop


CRÍTICA

47

MÚSICA

CINEMA

LEITURAS

IDEIAS

FILIPE CARMO

HÉLIO TEIXEIRA

MANUELA BARRETO NUNES

PEDRO COUTINHO

LIARS - MESS

CINEMA EM PALAVRAS

25 DE ABRIL, SEMPRE

“o principal problema prendia-se com conjuntivites mais ou menos severas. E isso também servia de arma de arremesso contra a nova arte”

“Mess” é deveras um caos. Um caos composto por sintetizadores industriais, melodias eletrónicas ameaçadoras e vocais distorcidos, tudo compactado numa produção determinada em tornar este novo som dos Liars em algo único e imediatamente memorável, com enorme sucesso. Desde o início até ao fim, “Mess” mantém um sentimento de urgência e um nível de energia elevados, manifestando-se como uma violenta e confiante “tour de force”. A energia é tanta que o álbum é forçado a abrandar na faixa adequadamente intitulada “I Can’t Hear Well”, onde os Liars recuperam folêgo antes de voltarem ao caos. Esta agressividade está presente também nas letras. Angus Andrew, o vocalista e produtor, está decididamente zangado, criticando a cultura, o governo e a sociedade em geral. Mas mais do que isso tudo, Angus está zangado consigo próprio. A maior parte do seu rancor nasce da sua própria incapacidade de resolver os problemas do mundo ou simplesmente conseguir não se tornar parte deles. Isto é claro em faixas como “Mask Maker”, onde Angus começa por recusar uma cultura fútil que idolatra a beleza estética, mas no fim acaba por ser ele a persegui-la obsessivamente. Ele demonstra-se errático, depressivo, constantemente receoso de perder a sua identidade pessoal. O conceito temático do álbum é cativante porque posiciona a culpa tanto nos problemas exteriores como no ego, lembrando nos especialmente da grande responsabilidade que temos pela nossa complacência para com muitos deles. Espera-se pelo menos que a criação de “Mess” tenha sido para os Liars uma experiência tão catártica como o álbum é para quem o ouve.

Nesta crónica abordarei o cinema não de um ponto de vista estético, mas sim fisiológico. Tratarei daquilo que ficou conhecido como “cinematoflálmias”. Esta doença dos olhos foi diagnosticada pelo Dr. Etienne Ginestous, numa comunicação apresentada em 1909. Escrevia “as cinematoflálmias constituem uma verdadeira enfermidade atribuíveis a um novo espectáculo”. E apresentava exemplos que encontrou nas suas consultas. No geral o principal problema prendia-se com conjuntivites mais ou menos severas. E isso também servia de arma de arremesso contra a nova arte. Esta doença era provocada por uma débil conceptualização da persistência retiniana, justificação teórica das imagens animadas, e também por defeitos mecânicos dos primeiros aparelhos de projecção. Quanto à primeira das causas, estabeleceu-se que a ideal persistência das impressões luminosas se situaria nas 2/25 fracções de segundo, ou seja 16 imagens por segundo. Contudo havia inúmeros directores de sala que, para alargarem o espectáculo, retardavam a cadência. Por outro lado, os aparelhos primitivos provocavam uma cintilação muito molesta para os olhos, já para não falar no carácter defeituoso da película de então: grão irregular, manchas, cortes etc. Como profilaxia aconselhava-se a ida a cinemas de qualidade e a utilização de óculos de lentes azuis. Recomendava-se o emprego de colírio de cocaína e adrenalina para diminuir o enrejecimento dos olhos. Depois da 1ª Guerra, transformando-se o cinema em espectáculo favorito das classes médias, promulgaram-se rigorosas normas de conduta e os abusos acabaram. Essencial foi também a lenta aprendizagem dos processos de projecção.

No ano em que se celebram os 40 anos do 25 de Abril, a edição de livros sobre a Revolução dos Cravos tem sido abundante e de qualidade. Diante da diversidade exposta nas montras das livrarias e amplamente divulgada nos media e nas redes sociais, a escolha é difícil. Entre outros, os olhos do leitor detêm-se no magnífico livro “Os Rapazes dos Tanques”, com fotografias de Alfredo Cunha e texto de Adelino Gomes (Porto Ed.), são atraídos pela reveladora “História do Povo na Revolução Portuguesa 1974-75”, de Raquel Varela (Bertrand), fixam-se no inédito “Portugal, a Flor e a Foice”, de Rentes de Carvalho (Quetzal), uma visão heterodoxa da revolução, escrita no calor dos acontecimentos, mas só agora publicado em Portugal. E se o leitor quiser contar o 25 de Abril aos seus filhos ou netos, como fazer? Para as gerações que não viveram o 25 de Abril e não têm memória de um país sem democracia nem liberdade de expressão, a Revolução é um acontecimento tão distante como a implantação da República. Manuel António Pina (1943-2012) encontrou com “O Tesouro” (Assoc. 25 de Abril e APRIL, 1993, reeditado pela Assírio & Alvim em 2013) uma fórmula mágica para fazer viver aos mais novos a emoção primordial sentida pelos habitantes do “País das Pessoas Tristes”. Estas pessoas viviam tristes e com medo, porque lhes tinha sido roubado o seu tesouro. Um dia, cansadas de tanta tristeza, revoltaram-se. E qual era afinal o tesouro? Era a Liberdade. Reconquistada a Liberdade, a felicidade foi tanta, que “todo o país se transformou numa enorme festa, ruidosa e transbordante” e o dia da Revolução “passou para sempre a chamar-se o Dia da Liberdade”. A edição inicial de O Tesouro está disponível em acesso aberto no sítio do Centro de Documentação 25 de Abril.

IDENTIDADES REGIONAIS, DESAFIOS REAIS. A PROXIMIDADE - I com o alargar do campo comunicacional, fomos criando laços de tal forma distantes que esquecemos o face-a-face

Lusinde, 6 de abril. Carlos Rodrigues apresenta o seu “Janelas para o interior”, projeto artístico que reflete a desertificação e a extinção comunitárias, realidades da periferia em abandono. No entanto, naquele momento, a aldeia revive o serão antigo e religa-se. O Eu liga-se ao Outro presencialmente. Na verdade, a existência dessa periferia consuma a existência do centro que se afirma como autor provido de autoridade. Um não existe sem o outro. Se um deles é frágil, a região é o resultado dessa dinâmica. Esta Região revela-se inconsciente de si. A tomada de consciência desse mecanismo deve sair das academias e tornar-se senso comum, fazendo também parte da comunicação diária. Este processo de inconsciência foi simples: com o alargar do campo comunicacional, fomos criando laços de tal forma distantes que esquecemos o face-a-face. Na verdade, o processo é inevitável e permitiu perceber para lá do centro. De tal forma para longe que se tornou difícil perceber o próximo. Como se de um nevoeiro se tratasse. Rapidamente se assiste à comparação de números e produtividade entre Portugal e a Finlândia ou entre Litoral e Interior. Gerou-se um problema de escala. Rapidamente conhecemos o incidente da Palestina, mas desconhecemos o problema da Freguesia. Do mesmo modo que a comunicação nos mostra, também oculta, ou seja, demasiada luz obscurece. O papel dos media locais começa agora a revelar-se urgente, clamando-se por conhecimento de proximidade, por mediação sensível. 18 ABR


Jornal do Centro

80%

Portugueses que bebem café diariamente (Fonte: AICC) — Netsonda Portugal

Em Real das Donas, John aprecia sobretudo “as gentes formidáveis” e a paisagem

TEMPO

Olho de Gato

JOAQUIM ALEXANDRE RODRIGUES 18 SEX.

“EUROPA”

19 SÁB.

Os dois motores da mundialização — as luzes e o capitalismo — tiveram a sua origem na Europa. O espírito científico e de criação de riqueza fi zeram o nosso mundo globalizado, mundo com problemas tão grandes que já não têm soluções nacionais, só as têm numa escala supra-nacional. Também aí o velho continente foi pioneiro: não há mais nenhuma instituição supra-nacional que se pareça com a “Europa”, esta nossa “coisa” acima dos países, a que devemos 70 anos de paz. Esta ideia começou a germinar a seguir à primeira guerra mundial: em 1926 foi organizado em Viena o primeiro “Congresso Pan-Europeu” a que acorreram nomes como Adenauer, Churchill, Freud, Rilke, Einstein, Unamuno, Ortega y Gasset, Thomas Mann. Seguiram-se ainda mais três congressos pan-europeus nos anos de 1930. Mas só depois do pesadelo nazi é que foi possível, em 1951, debaixo do chapéu-de-chuva norte-americano, com o Tratado de Paris, avançar para o embrião da “Europa” com seis países. Desde então, foram entrando mais estados e as transferências de soberania para a CEE/UE nunca mais pararam. Depois da implosão do império soviético, a “Europa” entrou em “bulimia tratadística” (expressão de José Medeiros Ferreira): Maastricht (1992), Amesterdão (1997), Nice (2001), Constitucional (2005), Lisboa (2007), o tratado do célebre “porreiro, pá”. Tratado nada porreiro, por sinal: com ele a “europa dos cidadãos” perdeu para a “europa das chancelarias”, perante a satisfação bacoca da dupla Sócrates / Barroso. Tanto tratado em tão pouco tempo significa que a “Europa” está sem pensamento de longo prazo, dirigida por uma eurocracia cara, irresponsável e hostil ao eleitorado. Por sua vez, em Portugal, mudam os regimes mas não muda o espírito predador e corrupto das nossas elites: africanista antes de 1974 nos monopólios coloniais, europeísta agora a “executar” (isto é, “matar”) fundos comunitários.

22º / 12º

14º / 8º

20 DOM.

11º / 8º

NO MUNDO

21 SEG.

12º / 8º

DE INGLATERRA PARA VOUZELA John Tomkinson tem 64 anos, é natural de Liverpool, Inglaterra. Este cientista reformado, que liderou uma equipa de investigadores do ISIS - Science & Technology Facilities Council, líder mundial em pesquisa na área das ciências físicas e biológicas, veio pela primeira vez a Portugal em 1967. Desde então, não mais deixou de vir fazer férias no país dos três F´s (Fátima, futebol e fado), tendo também integrado equipas de investigação ligadas a universidades portuguesas e de vários outros países do mundo. Há dois anos, John Tomkinson e a mulher, Lena, que apesar de ser natural de Abragão, Penafiel, conheceu em França, decidiram vir viver para Real das Donas.

Na pequena aldeia, John aprecia sobretudo “as gentes” que, mesmo com dificuldades em falar português, descreve como sendo “formidáveis”. Explica que na Inglaterra um bom vizinho diz “bom dia, boa tarde e nada mais”. Em Lafões encontrou “uma generosidade de espírito” que o deslumbra. “Os vizinhos dão galinhas, ovos, uvas. Dão tudo”, destaca. Para além das pessoas, também a paisagem fez com John e Lena decidissem “assentar arraiais” em Vouzela. É neste concelho que escolheram gozar a reforma, contudo, se a saúde piorar, admitem voltar para Terras de sua Majestade, “porque é tudo gratuito, e em Portugal não é assim”, afirma. PUB

OPINIÃO

22 TER.

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Em Real das Donas, John aprecia sobretudo “as gentes formidáveis” e a paisagem

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JOAQUIM ALEXANDRE RODRIGUES 18 SEX.

“EUROPA”

19 SÁB.

Os dois motores da mundialização — as luzes e o capitalismo — tiveram a sua origem na Europa. O espírito científico e de criação de riqueza fi zeram o nosso mundo globalizado, mundo com problemas tão grandes que já não têm soluções nacionais, só as têm numa escala supra-nacional. Também aí o velho continente foi pioneiro: não há mais nenhuma instituição supra-nacional que se pareça com a “Europa”, esta nossa “coisa” acima dos países, a que devemos 70 anos de paz. Esta ideia começou a germinar a seguir à primeira guerra mundial: em 1926 foi organizado em Viena o primeiro “Congresso Pan-Europeu” a que acorreram nomes como Adenauer, Churchill, Freud, Rilke, Einstein, Unamuno, Ortega y Gasset, Thomas Mann. Seguiram-se ainda mais três congressos pan-europeus nos anos de 1930. Mas só depois do pesadelo nazi é que foi possível, em 1951, debaixo do chapéu-de-chuva norte-americano, com o Tratado de Paris, avançar para o embrião da “Europa” com seis países. Desde então, foram entrando mais estados e as transferências de soberania para a CEE/UE nunca mais pararam. Depois da implosão do império soviético, a “Europa” entrou em “bulimia tratadística” (expressão de José Medeiros Ferreira): Maastricht (1992), Amesterdão (1997), Nice (2001), Constitucional (2005), Lisboa (2007), o tratado do célebre “porreiro, pá”. Tratado nada porreiro, por sinal: com ele a “europa dos cidadãos” perdeu para a “europa das chancelarias”, perante a satisfação bacoca da dupla Sócrates / Barroso. Tanto tratado em tão pouco tempo significa que a “Europa” está sem pensamento de longo prazo, dirigida por uma eurocracia cara, irresponsável e hostil ao eleitorado. Por sua vez, em Portugal, mudam os regimes mas não muda o espírito predador e corrupto das nossas elites: africanista antes de 1974 nos monopólios coloniais, europeísta agora a “executar” (isto é, “matar”) fundos comunitários.

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20 DOM.

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NO MUNDO

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12º / 8º

DE INGLATERRA PARA VOUZELA John Tomkinson tem 64 anos, é natural de Liverpool, Inglaterra. Este cientista reformado, que liderou uma equipa de investigadores do ISIS - Science & Technology Facilities Council, líder mundial em pesquisa na área das ciências físicas e biológicas, veio pela primeira vez a Portugal em 1967. Desde então, não mais deixou de vir fazer férias no país dos três F´s (Fátima, futebol e fado), tendo também integrado equipas de investigação ligadas a universidades portuguesas e de vários outros países do mundo. Há dois anos, John Tomkinson e a mulher, Lena, que apesar de ser natural de Abragão, Penafiel, conheceu em França, decidiram vir viver para Real das Donas.

Na pequena aldeia, John aprecia sobretudo “as gentes” que, mesmo com dificuldades em falar português, descreve como sendo “formidáveis”. Explica que na Inglaterra um bom vizinho diz “bom dia, boa tarde e nada mais”. Em Lafões encontrou “uma generosidade de espírito” que o deslumbra. “Os vizinhos dão galinhas, ovos, uvas. Dão tudo”, destaca. Para além das pessoas, também a paisagem fez com John e Lena decidissem “assentar arraiais” em Vouzela. É neste concelho que escolheram gozar a reforma, contudo, se a saúde piorar, admitem voltar para Terras de sua Majestade, “porque é tudo gratuito, e em Portugal não é assim”, afirma. PUB

OPINIÃO

22 TER.

15º / 6º

23 QUA.

16º / 3º

24 QUI.

16º / 9º


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