cenário 48ª edição novembro 2012

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DIVISOR DE ÁGUAS A última sessão do ano realizada no dia três de dezembro representou um divisor de águas, um marco histórico para Motuca. Como raras vezes, a população se mobilizou de maneira articulada para combater privilégios e propostas que, se aprovadas, trariam prejuízos evidentes à cidade. As posições centralizadoras e fisiológicas demonstradas ao longo do mandato pelo atual prefeito e ressaltadas em seus derradeiros atos foram contestadas pela sociedade, cujo reflexo foi decisivo para a posição dos vereadores, inclusive da base governista. Venceu o bom senso. Como aprovar um plano de carreira sem que ao menos os servidores envolvidos fossem consultados e estivessem de acordo? Como aprovar criação de cargos permanentes no “apagar das luzes”? Como aprovar a criação de um distrito industrial sem que houvesse um planejamento adequado para gerar emprego e renda para a população? Certamente, por isso, a forma de governar do atual prefeito não foi aprovada nas urnas. Ações administrativas com o claro objetivo de cortar custos e que acarretaram em prejuízos dos serviços públicos depois das eleições demonstram que os gastos elevados dos últimos anos tinham uma finalidade principal: reeleição.

Banco de imagens

Um dos maiores legados do atual governo talvez seja o amadurecimento político da sociedade. Mais que nunca, ela fez valer sua posição de artista principal da história que cotidianamente está sendo escrita em Motuca.

EXPEDIENTE

Ainda temos muito a avançar, mas o caminho está correto. Falta ainda uma cobrança maior da sociedade sobre a transparência irrestrita dos governantes e a exigência de prestação de contas sempre

que houver necessidade. Falta exigir o desenvolvimento, não a qualquer custo, mas com planejamento. Falta uma participação maior nas questões políticas e sociais. O prefeito eleito Celso e sua equipe herdará essa população mais politizada. Sua intenção de realizar um governo participativo vai de encontro com esta realidade. Para dar voz a população não precisa de grande estrutura. Basta fazer os mecanismos institucionais existentes funcionarem adequadamente. Atualmente, a cidade possui conselhos municipais fragilizados, que não cumprem sua missão constitucional de orientar a administração pública. No mais, o que a população quer é respeito e honestidade. A cidade deu demonstração clara que não tolera privilégios e nem abusos de poder de seus governantes. A partir do próximo ano um novo capítulo da história de Motuca será escrito. As escolhas administrativas dos políticos devem estar de acordo com os interesses da população. Caso contrário, a sociedade certamente se mobilizará.

Jornalista: Jairo Figueiredo Falvo, MTB 44.652/SP Repórter: Gabriela Marques Luiz Colaboradores: Fábio Falvo, Milena Fascinelli, Ângela Santos, Emair Freitas, Irineu Ferreira, Felipe Carreli, José de Carvalho, Carlos Alberto dos Santos; Tiragem: 1.000 exemplares Circulação: Motuca-SP Contato: Tel.: 16 3348 11 85 - 9722 4608 e-mail: cenarioregional@gmail.com CNPJ: 07.650.710/0001-06 - endereço: Av. Marcos Rogério dos Santos, 31, Centro, Motuca-SP CEP: 14.835-000 - Impressão: O Imparcial, Araraquara-SP

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A Batalha

VENDA COM CARTÃO DE CRÉDITO

Irineu Ferreira (Neu)* “A verdadeira coragem está em fazermos sem testemunha o que seríamos capazes de fazer diante de todo mundo” (François La Rochefoucauld) Ele desembarcou na Itália em 16 de julho de 1944. Sua missão mais importante foi tomar aquele que era chamado de “monte fantasma” pelos pracinhas brasileiros e de “monte maldito” por soldados de outras nacionalidades. Logisticamente, o Monte Castello está situado próximo a Bolonha, lugar por onde passava a “carreteira 64”, que ligava o norte ao sul da Itália, uma obra defensiva que compunha a linha alemã, fortemente armada, com mais de 200 minas terrestres, além de fossos antitanques e dos fortins guarnecidos por atiradores de elites. Curiosamente, ele ingressou no Exército Brasileiro por influência do pai, ex-comandante, que também esteve na guerra. Este motuquense, juntamente com outros brasileiros, incorporou o R1 e R2 da cidade do Rio de Janeiro. Eles tiveram que usar armas abandonadas durante o conflito por soldados alemães e americanos, pois chegaram à Itália praticamente desarmados. Tiveram que improvisar vestimentas, pois as roupas que levaram não eram adequadas para os montes nevados, característica do clima europeu onde os fatos se deram. Eram jovens recrutas sem o amadurecimento psicológico para tal enfrentamento. Eram tropas extenuadas, pela acirrada ânsia de conquista em local estrategicamente difícil, sob forte impacto contínuo da artilharia alemã, e a da popular ”lurdinha”, uma submetralhadora produzida em plena guerra, de coronha dobrável, a primeira a não usar nada de madeira na sua fabricação. A batalha de Monte Castello foi travada ao final da Segunda Guerra Mundial, entre as tropas aliadas e as forças do exército alemão. Os aliados, no caso, tentando conter o avanço dos nazistas no norte da Itália. Esta batalha, que marcou a presença da Força Expedicionária do Brasil (FEB) no conflito, arrastou-se por três meses, ao longo dos quais se efetuaram seis ataques, com grande número de baixas, entre outros fatores, em razão das temperaturas extremamente baixas. Quatro dos ataques não tiveram

Além do frio intenso, as chuvas transformaram as estradas, já esburacas pelos bombardeiros aliados, em verdadeiros mares de lama êxito, por falhas de estratégia. Em novembro de 1944, a 1ª Divisão Expedicionária do Exército Brasileiro deslocou-se da frente de batalha do Rio Serchio, onde vinha combatendo há pelo menos dois meses, para a frente do Rio Reno, na Cordilheira Apenina. O exército havia montado seu QG avançado na localidade de Porreta-Terme, cuja área era cercada por montanhas sob controle dos alemães, um perímetro com raio aproximado de 15 quilômetros. As posições alemãs eram consideradas privilegiadas e, em submetendo os brasileiros à vigilância constante, dificultavam qualquer movimentação. Estimativas davam que o inverno prometia ser rigoroso. Além do frio intenso, as chuvas transformaram as estradas, já esburacas pelos bombardeiros aliados, em verdadeiros mares de lama. As forças aliadas pretendiam marchar rumo a Bolonha antes que as primeiras nevascas começassem a cair. Mas a posição de Monte Castelo se mostrava extremamente importante do ponto de vista estratégico, posto que oferecia aos alemães pleno controle sobre a região. Caberia, então, aos brasileiros a responsabilidade de conquistar o setor mais combativo de toda à frente Apenina. Porém havia um problema: parte das forças aliadas eram uma tropa ainda sem experiência suficiente para encarar um combate daquela magnitude. Mas como o objetivo era conquistar Bolonha antes do Natal, o jeito seria aprender na prática, ou seja, em combate. Em novembro, aconteceu assim a primeira investida rumo ao Monte Castelo. No segundo dia, tudo parecia indicar que a operação seria exitosa. Depois de conquistarem o vizinho Monte Belvedere, soldados america-

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nos chegaram até a alcançar o cume de Monte Castelo. Entretanto, em uma contra-ofensiva poderosa, a infantaria germânica, responsável pela defesa de Castelo e do Monte Della Torracia, recuperou as posições perdidas, obrigando os soldados brasileiros e americanos a abandonar as posições já conquistadas, com exceção do Monte Belvedere. Somente em 20 de Fevereiro de 1945, quando o inverno já não era mais tão rigoroso, o exército determinou o início de uma nova ofensiva, que contaria com as tropas aliadas. Tendo começado às 6 horas da manhã, quando os primeiros soldados do regimento conquistaram o cume do Monte Castelo, por volta das 17h30, os americanos ainda não haviam vencido a resistência alemã. Só o fariam noite adentro, quando os pracinhas de há muito haviam completado sua missão e começavam a tomar posição nas trincheiras e casamatas recém-conquistadas. Grande parte do sucesso da ofensiva foi creditada à artilharia divisionária, que efetuou um fogo de barragem perfeito contra o cume do Monte Castelo, permitindo a movimentação das tropas brasileiras. Com esta narrativa sem qualquer comprometimento com os fatos narrados, síntese de algumas leituras sobre o tema, o articulista pretende, primeiro despertar o lado investigativo do leitor, ao mesmo tempo em que, com o mesmo interesse e respeito, presta reverência ao falecido sr. Morillo Carlos de Oliveira, mais conhecido por Murilo, que foi um dos 25.000 brasileiros que, cheios de ardor patriótico, viveram a saga da conquista de Monte Castello, feito histórico tão pouco valorizado em nosso meio. (*) Servidor Aposentado da Unesp - FCF/CAr;Pós-Graduação “Lato-Sensu” em Gestão Pública-Gerência de Cidades – FCL/ UNESP; e-mail: motuca_city@ hotmail.com; blog: www.artigosdoneu.wordpress.com

EMAIR JUNIO DE FREITAS* Para o direito o meio dos carNão é justo que seja contrato de compra devendo majorado o preço do produto tões, e venda cujo pagasempre, ser os pelo simples fato do mento é feito por preços pratimeio de cartão de cados na forpagamento estar sendo crédito, já foi matéma do pagaria bastante discuti- realizado por meio de cartão mento à vista. da, principalmente, Hoje, felizcom relação a cobrança de preços mente, já está pacificado o entendiferenciados quando do pagamen- dimento de que o pagamento com to com cartão. Sendo este o foco cartão deve ser considerado à vista, da matéria, no intuito de informar o mas ainda nos deparamos com consumidor desinformado, pois ainda fornecedores desinformados e desahoje existem fornecedores e pessoas tualizados ou talvez, na vontade de que utilizam-se dessa prática arcaica. obter mais lucros, praticam preços Os cartões em geral, sejam diferenciados para os pagamentos de crédito ou débito são com ra- no cartão, sendo que, na verdade deras exceções considerados como veriam sim, ao estipularem o preço sendo pagamento à vista, ou seja, à vista considerar o custo na venda caracteriza-se como sendo a mo- com cartão para não constranger o dalidade contratual de compra e consumidor que utiliza a forma de venda à vista, mesmo que, use-se o pagamento com cartão, pois se o parcelamento, pois a obrigação das fornecedor disponibiliza esta forma partes contratantes exaure-se no de pagamento o consumidor tem momento da venda, com a entrega o direito de pagar no cartão sem da mercadoria e o recebimento do alteração do preço. valor pago no cartão, não ficando Como ensina o doutrinador nenhuma pendência entre as pes- Fran Martins “De fato, constituinsoas envolvidas. Portanto, se todas do os cartões de crédito um novo as obrigações são finalizadas na instrumento de negociação que, compra com cartão, resolvendo por abolindo o uso do dinheiro, facilicompleto a relação contratual de tam as operações entre vendedor compra e venda, não é justo que seja e consumidor, é do interesse dos majorado o preço do produto pelo intermediários emissores desses simples fato do pagamento estar cartões que um grande número de sendo realizado por meio de cartão. pessoas os utilizem, pois as receiOutra informação de suma impor- tas do emissor dependem, na sua tância na defesa do direito de pagar parte mais substancial, das vendas o mesmo preço, seja no dinheiro ou feitas através dos cartões. Cada cartão é que os contratos celebrados venda dá direito a uma comissão entre as empresas administradoras ao emissor; assim, quanto mais de cartões e o comércio ou forne- vendas, mais comissões, mais cedores, preveem expressamente lucros para os emissores” (Cartões que não seja cobrado preços dife- de Crédito, monografia, Rio, 1970). renciados dos consumidores quanPor outro lado, somente é do realizarem os pagamentos por considerado pagamento à vista se no ato da compra ou negociação for efetivamente autorizado o pagamento, pois se o pagamento for efetivado somente dias depois da compra, já não se caracteriza mais a compra e venda à vista e sim compra à prazo, quando, então o preço poderá ser diferenciado. Se, por ventura, nos depararmos com uma situação, onde o pagamento será realizado no cartão e o preço cobrado não for o à vista, devemos acionar os órgãos de defesa do consumidor para que tomem as medidas necessárias no sentido de coibir tal arbitrariedade. (*) advogado, emairjfreitas@adv.oabsp.org


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Projetos enviados “a toque de caixa” por prefeito são rejeitados com votos de vereadores aliados Do total de oito matérias incluídas na ordem do dia, duas foram retiradas pelo próprio poder executivo e não tramitaram na última sessão ordinária no ano Projetos enviados “a toque de caixa” pelo Prefeito João Ricardo Fascineli na última sessão ordinária do ano realizada no dia três de dezembro foram rejeitados por ampla maioria na Câmara, com votos de vereadores que até então acompanhavam o executivo. A vereadora Maria do Carmo Mendes de Oliveira faltou à sessão. As reprovações das matérias foram aplaudidas pelo público, que lotou o plenário. Do total de oito projetos incluídos na ordem do dia, dois foram retirados pelo próprio prefeito e não tramitaram na sessão. Por pressão popular e sem apoio, Ricardo retirou a proposta de redução de carga horária de dez empregos públicos municipais, alguns determinados por lei federal desde 2010 como engenheiro e assistente social, mas cuja obrigatoriedade vem sendo desrespeitada pelo executivo municipal, apesar de ações judiciais impetradas pelos profissionais. Os cargos de tesoureiro, diretor de escola e analista de suporte foram questionados pelos vereadores por abrangerem

Jairo Falvo

Plenário da Câmara com grande número de pessoas

respectivamente esposa, sogra e cunhado do prefeito. O executivo também retirou o projeto que disciplina o plano de carreira dos profissionais da educação básica do município com a justificativa de não ter a adesão da maioria dos servidores atingidos. Vereadores apontaram inconstitucionalidade em virtude do plano ter sido elaborado sem a participação dos funcionários por

Celso ainda não foi autorizado a iniciar transição de governo Prefeito também não elaborou relatório da atual situação administrativa

O prefeito eleito Celso Teixeira Assumpção Neto não recebeu até o momento autorização da Prefeitura para iniciar o processo de transição governamental, com o objetivo de conhecer a atual situação dos setores administrativos. Em companhia do vice eleito Zé Luizinho, Celso se reuniu neste mês com o prefeito João Ricardo Fascineli, que na ocasião se mostrou aberto à realização da iniciativa. O prefeito Ricardo também não elaborou relatório detalhado da atual situação da Prefeitura para ser entregue ao sucessor, divulgado amplamente, conforme determina a lei orgânica municipal. Após ser derrotado nas urnas, o prefeito realizou uma série de ações administrativas com objetivo de conter custos. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê punições aos gestores que deixarem dívidas ao sucessor. Entre as ações, estão a demissão de cargos comissionados, alguns estratégicos, que refletiram na queda de qualidade dos servi-

ços públicos, como secretário de agricultura, chefe do departamento de obras e chefe de esportes. Também foi realizado corte dos ônibus dos trabalhadores de Araraquara nos finais de semana e remanejamento durante a semana. O transporte de estudantes para Guariba também sofreu mudanças no horário para diminuir o número de veículos. Na área social, a Prefeitura diminuiu a quantidade de leite distribuída. Na educação, houve corte da distribuição do iogurte da merenda dos estudantes, uma das principais bandeiras do governo. Também houve a tentativa de adiantar o final das aulas nas escolas municipais para 30 de novembro, que não aconteceu por interferência da delegacia regional de ensino. Questionado sobre por que não divulgou o relatório detalhado da situação da Prefeitura e qual o motivo por não ter autorizado o processo de transição, o prefeito Ricardo não se manifestou.

meio de consultas em assembleia, obrigatórias por lei. Os vereadores reprovaram três projetos. Após ter sido rejeitada no período da campanha eleitoral, o prefeito enviou novamente a proposta de criação do segundo distrito industrial, cuja área ainda está em

fase de regularização no cartório de registro de imóveis, com a descrição dos empresários que receberiam os lotes. “Além de voltar com os mesmos vícios de redação como erro de metragem é inconstitucional”, discursou o vereador José Carlos Francisco de Arruda. Os vereadores também reprovaram por unanimidade a criação de três empregos no quadro efetivo da Prefeitura: procurador jurídico municipal, técnico em segurança do trabalho e coordenador do centro de referência de assistência social. De acordo com o vereador Renato Luiz Rateiro, a legislação eleitoral brasileira veda a contratação de servidores nos três meses que antecedem o pleito até a posse dos eleitos. Outro projeto reprovado foi o que autoriza a Prefeitura a vender três veículos da frota municipal com a justificativa de não estarem sendo utilizados. O vereador Fá-

bio de Menezes Chaves observou erros de redação na proposta e inclinou pela rejeição. O único que votou favorável foi Pedro Ipólito Vieira Alves. “No último ano do prefeito Hamilton foi enviado projeto semelhante e considero necessário pois a Prefeitura possui vários veículos e estes não estão sendo usados”, discursou. Aprovados A Câmara aprovou por unanimidade projeto que autoriza a Prefeitura a transportar produtos do gênero alimentício de produtores rurais do Assentamento Monte Alegre. O serviço era realizado pela Prefeitura de Araraquara até pouco tempo, mas foi cortado para conter custos. Os vereadores também aprovaram denominações de duas estradas rurais localizadas no Assentamento IV. A primeira de “Jair Ferreira Costa” e a segunda de “Aurelina da Silva Gevezier”.

Concessão de espaço à Cooperfasc é aprovada Arruda votou contra alegando prejuízos pela emissão de odores; presidente afirma que não ocorrerá mau cheiro

A Câmara aprovou neste mês projeto do poder executivo que concede espaço físico correspondente a aproximadamente 70% do prédio onde está localizada a secretaria de desenvolvimento econômico, agricultura e meio ambiente à Cooperativa dos Agricultores Familiares da Região Centro Paulista (Cooperfasc) por cinco anos, prorrogáveis por igual período. O projeto, reprovado no período das eleições, passou pela Câmara por sete votos favoráveis e um contrário, do vereador José Carlos Francisco

de Arruda. “Seria favorável se fosse em outro lugar, pois neste local poderá trazer prejuízos aos moradores pela emissão de odores”, se posicionou Arruda. De acordo com o presidente Narderço Constantino, a atividade da indústria no local não será poluente. “Iremos atuar de acordo com o que exige a vigilância sanitária e outros órgãos como a Cetesb”, afirmou. Além de ser utilizada como sede da Cooperativa, uma das propostas para o local é abrigar equipamentos para o processamento de alimentos, que ainda depende de um acordo com

a prefeitura de São Carlos. Biodiesel A Coopersfac foi transferida de São Carlos para Motuca em 2009, a partir de iniciativa do ex-secretário de agricultura de São Carlos Sergio Dutra e do prefeito João Ricardo Fascineli. Um de seus principais objetivos era construir uma usina de biodiesel avaliada em R$ 2 milhões, mas o projeto não se concretizou pela não liberação de recursos federais. Atualmente, desenvolve, em parceria com uma empresa da região e produtores do Assentamento, projeto para plantio de soja.

Execução de convênios firmados com o governo federal devem ficar para a próxima gestão Prefeito se comprometeu a realizar investimentos de aproximadamente R$ 1,5 milhão ainda neste ano

Convênios firmados com o governo federal, cujas verbas já foram liberadas para a realização dos empreendimentos devem ficar para a próxima gestão. Até o momento, não existe divulgação de processo licitatório no site da Prefeitura. No seu plano de governo durante a campanha, o prefei-

to e então candidato Ricardo se comprometeu a realizar ações de aproximadamente R$ 1,5 milhão ainda neste ano. Segundo o site Sincov, do governo federal, foram liberadas verbas para as seguintes obras: Cancha de Bocha (R$ 150 mil), Reforma Praça Campo da Vila (R$ 150 mil), reforma Posto

de Saúde do Assentamento (R$ 200 mil), além da aquisição dos seguintes equipamentos: motoniveladora (R$ 480 mil), dois ônibus escolares (R$ 400 mil) e dois tratores pequenos (R$ 150 mil). Questionado por e-mail sobre a situação dos convênios, a Prefeitura não se manifestou.


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Zé Luizinho diz que atuará de forma ativa no governo Foco principal será na agricultura, setor que possui maior experiência, mas vice eleito revela que também ajudará no meio ambiente e segurança Jairo Falvo

Após concorrer, mas não vencer a eleição para o executivo municipal em 2008, o agricultor José Luiz de Laurentiz Sobrinho, de 44 anos, popularmente conhecido como Zé Luizinho, terá a oportunidade a partir do próximo ano de desempenhar pela primeira vez uma função no governo municipal. Natural de Jaboticabal e formado em agronomia, o vice-prefeito eleito pretende participar de forma ativa no governo, principalmente na área de agricultura. Para ele, o Assentamento possui um grande potencial de produtividade, mas considera importante a parceria com diferentes entidades para viabilizá-lo. Leia a entrevista completa abaixo: Como será sua atuação no governo municipal? Eu e o Celso tivemos uma conversa franca sobre minha participação no governo. Ele me deu autonomia para atuar na agricultura, área que possuo experiência e contatos com vários profissionais. A ideia é definir um secretário, que ajudarei na administração dos trabalhos e coordenação de projetos. Estou motivado a ajudar os produtores rurais do Assentamento Monte Alegre e também da cidade, com quem firmamos compromissos. Qual será o papel da secretaria de desenvolvimento econômico, agricultura e meio ambiente e como observa a estrutura atual? Estes três setores continuarão na mesma pasta. Temos ciência da necessidade de economizar, pois não conhecemos as reais condições financeiras da Prefeitura. Os envolvidos terão que fazer algo mais. Na agricultura, a Prefeitura deve oferecer uma assistência técnica adequada, com profissionais capacitados e bons equipamentos. Atualmente, alguns implementos estão ociosos e outros precisando de manutenção. Também observo a necessidade de aquisições, como uma motoniveladora, para ajudar na manutenção das estradas. Temos a ideia de montar uma frente de serviço no Assentamento, ao lado do PSF, onde já existe vigia, para abrigar os equipamentos da prefeitura. Como observa o Assentamento e quais iniciativas para desenvolvimento do local? Observo um grande potencial de produtividade no Assentamento, que infelizmente não está sendo aproveitado. A oportunidade tem

que ser proporcionada a todos, mas iremos priorizar aqueles que querem progredir na atividade. Antes mesmo do início do governo, eu e o Celso queremos nos reunir com as lideranças locais para definirmos as prioridades. Temos que entender e respeitar a aptidão das pessoas. Uma das principais iniciativas será a realização de parcerias. Iremos buscar desenvolver os projetos com o apoio de sindicatos, universidades, empresas e órgãos governamentais. Algumas parcerias já estão definidas? Já conversamos com o Elio Neves, presidente da Feraesp. Ele revelou que pretende ajudar na implementação de projetos voltados à agricultura familiar, a partir de convênios com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Professores da Faculdade de Ciências Agrárias de Jaboticabal (Unesp) com quem conversamos também demonstram interesse em realizar trabalhos no Monte Alegre, aproveitando na prática o conhecimento que está sendo gerado. A partir dessas parcerias, como outras, poderemos trabalhar a diversificação de culturas no Assentamento por meio da realização de várias atividades como olericultura, pecuária leiteira, piscicultura, fruticultura, plantio de eucalipto, cana, além de outros. A retomada do plantio de cana no Assentamento é uma das principais reivindicações dos produtores. Como a Prefeitura irá trabalhar para viabilizá-la? Estamos sendo cobrados para resolver este impasse. Uma usina da região demonstrou interesse em firmar contratos. Para isso, é fundamental a

O vice-prefeito eleito Zé Luizinho

mecanização, já que o fim da queima da palha é uma realidade. Uma das ideias é sistematizar o cultivo entre os lotes vizinhos, de forma a otimizar a logística e facilitar o processo de produção. Tudo tem que ser feito dentro da lei, com o acompanhamento do Itesp e outros órgãos. Além da agricultura, pretende atuar em outros setores? Minha ideia é contribuir com melhorias no meio ambiente, a partir de um programa de arborização municipal. A cidade possui calçadas inteiras sem sombreamento. Ob-

servo também falta de manutenção em praças e outros lugares públicos. Árvores morrem e não existe trabalho de recomposição. Também pretendo auxiliar na área de segurança. Tenho contatos importantes que podem ajudar a melhorar o setor.

Como observa o governo participativo anunciado pelo prefeito eleito? Eu e o Celso conversamos muito a respeito de desenvolver um governo participativo. Não vejo motivos para ser diferente. O prefeito e o vice, assim como todos que trabalham na Prefeitura, são funcionários da população. Possuo um contato direto com os moradores, que frequentemente me trazem críticas e sugestões. Temos que ouvir bastante para errar o menos possível. Incomoda a percepção popular do vice-prefeito em Motuca ser considerado um cargo de expectativa? É preciso acabar com isso. Eu e o Celso temos uma boa relação. Espero manter essa confiança, respeitando a posição ocupada por cada um. Não quero tomar o lugar dele nunca, tanto que saí de vice. Meu intuito é ajudar. Tenho minhas opiniões, mas a decisão final sempre será dele.


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Furtos em residências durante o dia deixam cidade em alerta

Jairo Falvo

No período de pouco mais de um ano foram praticados três crimes com as mesmas características

Infratores aproveitaram a ausência de moradores e furtaram pertences de uma casa no Jardim San Matheus no dia sete deste mês. O crime ocorreu durante o dia, entre 9h e 12h40. A única pista que a polícia possui é um veículo preto estacionado próximo da residência, observado por vizinhos. Até o momento ninguém foi preso. A oficial administrativa Cristiane Souza Santana Milani, 29, do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) havia retornado ao trabalho há poucos dias, após período de férias. “Quando retornei do serviço, por volta de 12h40, vi o portão danificado, a porta da casa aberta e observei a ausência de alguns aparelhos eletrônicos, bicicleta e roupas”, relata. Após a ocorrência, Cristiane pretende investir em mecanismos de segurança em sua residência. “Irei instalar alarme e alguns de meus vizinhos disseram que irão fazer o mesmo”. No período de pouco mais de

um ano, foram praticados três crimes com as mesmas características: durante o dia, sem que os moradores estivessem presentes. Ainda neste ano, em setembro, um Gol ano 2000 foi furtado dentro da residência. Posteriormente, o veículo foi encontrado em Jardinópolis, mas ninguém foi preso. Em outubro do ano passado, uma casa na Vila Malzoni também foi furtada da mesma forma. “Saí para levar minha filha no bairro onde mora e, quando retornei, num prazo de dez minutos, observei três jovens saindo de minha casa com objetos”, relata o segurança patrimonial Donizete Leite de Oliveira, 56. “Eles achavam que eu iria levar minha esposa em Santa Lúcia, onde trabalha, mas foram surpreendidos pelo meu retorno rápido”, diz Oliveira, que acredita que estava sendo vigiado há alguns dias pelos criminosos que fugiram e até hoje não foram identificados. Ele calcula em cerca de R$ 6 mil

o prejuízo. “Depois, realizei seguro residencial e reforcei com portas para dificultar a entrada”. Imprevisível Para a polícia, os furtos foram cometidos por infratores de outras localidades. “Existe a possibilidade de agirem a partir de orientações de pessoas daqui”, analisa o investigador José Roberto Chagas, da Polícia Civil. O sargento Marcílio Ortiz Júnior, da Polícia Militar (PM) local, diz ser difícil prevenir tais crimes por serem imprevisíveis. “Às vezes, quando menos se espera, ocorrem estes furtos”, aponta. Segundo ele, o fato de a polícia ter aumentado a vigilância no período noturno pode ter levado os criminosos a agirem durante o dia. “Neste período, as suspeitas são bem menores”, analisa. “Por isso é importante a cooperação da população para acionar a polícia ao observar qualquer movimentação suspeita”, conclui.

Novos membros do conselho tutelar serão empossados no dia 10 dezembro Número de aprovados para a suplência é insuficiente para o preenchimento das vagas O cinco membros efetivos e dois suplentes (ver box) eleitos após passarem pelo processo seletivo e eleitoral, realizado no dia onze deste mês, serão empossados no dia dez de dezembro, às 9h, na Câmara Municipal. O mandato tem duração de três anos. O número de pessoas aprovadas para a suplência é insuficiente para o preenchimento das vagas, já que o edital prevê a quantidade de cinco para a função. A exigência de experiência profissional

A fundadora da empresa Jubiça, com a filha e netos e o diretor Nelson

Elite inaugura Outlet em Motuca Diferencial da loja é o preço, aponta diretor comercial da empresa

No dia 21 deste mês, a Elite inaugurou em espaço anexo à sua fábrica um novo conceito de vendas denominado Outlet. “É um estilo moderno de loja, com o preço sendo o grande diferencial”, explica o diretor comercial da empresa Nelson Francischini Junior. Segundo ele, o valor é atrativo em virtude da maioria das peças serem de estações anteriores ou possuírem pequenos defeitos. “Muitos são imperceptíveis e mostramos com uma etiqueta onde eles estão”. Esta é a segunda loja com este conceito inaugurada pela Elite. A primeira iniciou as atividades em Matão no início de agosto. “É uma forma que encontramos para acabar com os estoques, aponta Francischini. No evento de inauguração, esteve presente a empresária Jubiça Trevisan Beggio, fundadora

da Elite, acompanhada de filhos e netos. “Estou muito feliz em poder oferecer esse local de vendas para os motuquenses, povo que gosto muito”, exalta. Expansão Com fábrica empregando atualmente 103 funcionários em Motuca, a Elite, de Matão, tem planos de expandir seus negócios na cidade. “Aumentamos recentemente nosso parque industrial e já solicitamos um novo espaço à prefeitura para desenvolver um outro empreendimento, mantendo o atual”, destaca o diretor comercial da empresa Nelson Francischini Junior. A proposta, segundo ele, é aproveitar o espaço físico construído pela Prefeitura para a Viana Confecções, que encerrou as atividades em julho deste ano. Ronaldo Vicente

mínima de ao menos um ano em atividades na área de defesa e atendimento à criança e adolescente é apontada como principal fator para a baixa adesão.

Integrantes do programa de coleta seletiva “Recicla Motuca”

Integrantes de programa de reciclagem adquirem uniformes com ajuda de doadores Valor arrecadado por voluntária para custear vestuários foi de R$ 542

Com a ajuda de doadores da cidade e de uma empresa de São José do Rio Preto, as integrantes do programa “Recicla Motuca” adquiriram neste mês 12 camisetas e 12 calças para serem utilizadas como uniforme de trabalho. O valor arrecadado para custear os vestuários foi de R$ 542. “Os uniformes ajudam a melhorar nosso trabalho, pois é uma forma de nos identificarmos” destaca a integrante Keity Mazzi.

Atualmente, seis trabalhadoras participam do programa. A iniciativa para a compra dos uniformes partiu da conselheira tutelar Mara Vanzan Marques. “A ajuda da comunidade é fundamental para resolvermos os problemas da cidade”, afirma. Mara revela que pretende ajudar as integrantes a organizar um bingo futuramente para conquistarem recursos para a compra de uma prensa, outra reivindicação das integrantes.


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David Lepesteur, um dos emancipadores de Motuca, morre aos 92 anos Sepultamento ocorreu em Cuiabá, onde faleceu no dia dois Jairo Falvo/arquivo Cenário

Carioca, David mudou-se para o então distrito em 1980

David Orlando Lepesteur, um dos principais articuladores do processo que culminou na emancipação política e administrativa de Motuca em 1990, faleceu no dia dois deste mês, aos 92 anos, de falência múltipla dos órgãos, na cidade de Cuiabá-MT, onde seu corpo foi sepultado. Após a emancipação, Lepesteur candidatou-se ao cargo de prefeito municipal, na primeira eleição de Motuca em 1992, tendo como vice o comerciante Aril-

do Figueiredo, falecido em 2002, que também atuou efetivamente no processo emancipatório. Tiveram 480 votos contra 1.100 do prefeito eleito Rui Fernando Pinotti. Natural do Rio de Janeiro, onde trabalhou nos Correios e no Ministério das Comunicações, mudou-se para Motuca em 1980, após aposentar-se, onde posteriormente fundou o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Lepesteur deixa os filhos Orlando Lepesteur Filho e Ana Paula Lepesteur, do primeiro casamento com Cleyde de Melo Lepesteur, falecida em 1990. O 3º filho, Frederico Carlos Lepesteur, faleceu em 2007. Atualmente, estava casado com Vanusa Aparecida Lepesteur.

Desfile beneficente exibiu peças de lojas da cidade neste ano”. Cecília ressalta ainda o estímulo proporcionado aos modelos, que têm oportunidade de se apresentar ao público. “Muitos podem seguir carreira, investindo futuramente em cursos”. De acordo com Noraci Mandra, voluntária da igreja e uma das organizadoras do desfile, o evento serviu também para unir a cidade. “Não esperávamos tanta ajuda, de pessoas de diferentes religiões e classes sociais, que ajudaram a desenvolver um trabalho que, acima de tudo, é bom para a cidade”, exalta. Noraci também coordenou os ensaios com os modelos. “Foi exaustivo, mas acredito que alcançamos nosso objetivo”, destaca.

Fábio Falvo

Modelo desfila no evento

Prefeitura fez várias exigências para utilizar salão da 3ª idade quando decoração estava pronta Segundo ela, foi firmado um contrato com a Prefeitura uma semana antes. “Vários eventos foram realizado lá, inclusive com vendas de cerveja, mas resolveram dificultar o nosso, que é beneficente”, lamenta. Segundo

Serão impressos trezentos exemplares na 1ª edição Com a grande procura, a autora Gabriela Marques Luiz decidiu aumentar a tiragem do livro “Sertanejos, estrangeiros, forasteiros. Dos primeiros boiadeiros à emancipação política de Motuca” para 300 exemplares. A ideia inicial era imprimir 200. “Foi algo que me surpreendeu”, destaca. Segundo ela, 91 pessoas já reservaram a obra, além de 23 que serão disponibilizados aos patrocinadores. Após encerrar neste mês a busca por patrocínios, realizar a revisão e a diagramação, a autora enviou a obra para a impressão em uma gráfica da região e já

ela, por conta do imprevisto, tiveram que realizar vários improvisos. “Fizemos de última hora o camarim, mas com a ajuda de várias pessoas, apesar das dificuldades, fizemos um ótimo evento”, conclui.

prepara o evento de lançamento. “Pensei em fazer algo simples, mas que seja marcante”, revela Gabriela, que ainda não decidiu o local onde acontecerá o evento. Reservas Em virtude da boa receptividade, a autora disponibiliza reservas para as pessoas interessadas em adquirir a obra, que terá tiragem limitada de 300 exemplares. O valor é R$ 25. As reservas podem ser feitas com a própria autora pelo telefone (16) 9734 8189 ou pelo e-mail gabriela_marquesluiz@yahoo. com.br.

Lúcio dos Santos

O único enfermeiro de Motuca, Lúcio dos Santos, percebendo que a maioria da população de Motuca na década de 70 era formada por jovens, organizava diversos eventos sociais, inclusive o carnaval. O enfermeiro chegou a Motuca no final dos anos 60, acompanhado da esposa Angelina e dos seus seis filhos, cinco mulheres e um homem. Anos depois, já proprietário de uma farmácia e uma sorveteria no distrito, Santos fundou o Clube dos jovens “12 de outubro”.

Curiosidades

Evento teve que ser transferido de local na última hora Previsto para ser realizado no salão da 3ª Idade, o desfile teve que ser transferido três horas antes do início após a Prefeitura cobrar várias exigências aos voluntários. “Falaram que não podia vender cerveja e cobrar ingressos. Ficamos contrariados, mas aceitamos para aproveitarmos o local, que já estava decorado e com estrutura montada, mas depois vieram nos falar que só poderia ser alugado para casamentos e aniversários”, aponta a organizadora Noraci Mandra.

Com grande procura, autora decide aumentar tiragem de livro

Personalidades

Recursos arrecadados foram revertidos para ações sociais desenvolvidas por igreja Vários modelos de diferentes idades exibiram peças de lojas da cidade no desfile beneficente realizado no dia 24, na praça da matriz. Os recursos arrecadados com vendas de mesas, alimentos e bebidas foram revertidos para ações sociais desenvolvidas pela igreja São Sebastião. Participaram do evento Ceci Modas, Estrela da Manhã, Elite, além da Lú Noivas, de Guariba. “Foi uma forma de divulgamos nosso comércio e ao mesmo tempo ajudarmos a igreja”, destacou a comerciante Cecília Maria Oliveira. Segundo ela, a ideia é agregar mais lojas da cidade em eventos futuros. “Convidamos todos, mas muitos não participaram

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O Surgimento da Usina

”As empresas de Motuca, que eram a Usina Santa Luiza e uma parte da Agropecuária Aquidaban, arrecadaram Cz$ 89.978.079.529 para Araraquara em 1987, o que representava a quarta maior arrecadação da cidade. As duas empresas de Motuca ficavam atrás apenas da Cutrale, Lupo e Nestlé. Em 1987, se Motuca fosse município, receberia de ICMS (Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre prestações de Serviços) Cz$ 99.064.276.006, o que na época representava uma arrecadação maior que 55,59% dos municípios paulistas, ou seja, 318 cidades. Naquele ano, o índice percentual de participação do distrito no ICMS recolhido pelo Estado seria de 0,035% — ou cerca de 3,5 milésimos.” (Trechos do livro “Sertanejos, estrangeiros e forasteiros. Dos primeiros boiadeiros à emancipação política de Motuca”)


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Celso recebe título de cidadão Motuquense

O pastor e fundador da Igreja Quadrangular Antônio Marcos também recebeu a homenagem; Bombeiro Eduardo Corina recebeu o diploma de Honra ao Mérito O médico ginecologista Celso Teixeira Assumpção Neto, prefeito eleito de Motuca, recebeu título de cidadão motuquense em solenidade realizada na Câmara Municipal no dia 30 de novembro. A iniciativa partiu do vereador Marcilaqui da Silva. “Fico feliz por este título. São 12 anos de trabalho em Motuca, onde construí parte importante de minha vida, com responsabilidade, buscando sempre melhorias na qualidade de vida da população”, discursou Celso. O pastor e fundador da Igreja Quadrangular Antônio Marcos

Mariano, também foi congratulado com a homenagem, por iniciativa do vereador Renato Luis Rateiro. “Cheguei em Motuca em 2001, cidade que gosto muito, onde me dediquei à transmitir as palavras de Deus”, destacou o pastor. O bombeiro Eduardo Marques Corina recebeu o diploma de Honra ao Mérito pelos relevantes serviços prestados à população, a partir de indicação do vereador Marcilaqui da Silva. “Fico muito feliz com a homenagem e agradeço a todos pelo reconhecimento”, acentuou.

Jairo Falvo

O médico Celso discursa após receber a homenagem

O pastor Antônio Marcos recebe a placa do vereador Rateiro

Sebrae utiliza teatro para demonstrar importância de boas práticas

Ronaldo Vicente

Evento voltado aos produtores rurais abordou temas relacionados à qualidade das atividades no trabalho Com o marido e o filho agindo constantemente de forma a prejudicar a integridade física de toda família, da sociedade e do meio ambiente, a esposa busca de várias formas demonstrar a importância de atuar conforme as boas práticas para obterem uma qualidade de vida melhor. De forma divertida, o SEBRAE levou esta mensagem aos produtores e estudantes locais por meio da peça teatral “Seu Tonho e família”, da Cia. de Teatro Seu Chico, de Santa Catarina, realizada no dia treze deste mês no Cine Teatro.

“É uma forma mais leve e descontraída que encontramos para falar sobre a importância da qualidade nas atividades no campo”, destaca a engenheira agrônoma Ana Carolina Favero, consultora do Sebrae. “Tudo o que abordamos em dez meses de curso é transmitido pela peça como a importância de ter comprometimento, de agir com responsabilidade social e buscar sempre a qualidade no trabalho e na vida para, consequentemente, obter melhoria de renda”, complementa. Estes temas fazem parte do Programa Qualidade Total Rural (QT Rural), que juntamente com Sebraetec (consultoria tecnológica) e Central de Negócios (oportunidades de mercado) integram o Agrosebrae, programa desenvolvido pelo Sebrae com o objetivo de melhorar a atividade dos produtores rurais. De acordo com Ana Carolina,

Atores da Cia. de Teatro “Seu Chico”, em cena da peça

a partir de cursos e palestras, o QT Rural qualifica os produtores para uma gestão adequada a partir de melhorias na produção, controle financeiro adequado e qualidade, como o “D-Olho na qualidade”, que ensina o método japonês 5s (organização, descarte, limpeza, higiene e ordem mantida).

Divertido “Achei muito interessante e divertido”, aponta o produtor Orlando Malagoni Filho, 37, do Assentamento 2, que pela primeira vez participa de um evento voltado à melhoria nos trabalhos a partir de uma peça teatral. “Desta forma não é cansativo como as palestras”, aponta.

Vereador Marcilaqui entrega a homenagem ao bombeiro Eduardo


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Vôlei é tricampeão dos Jogos da Primavera Mesmo enfrentando dificuldades como falta de transporte e alimentação, equipe conquistou título consecutivo sem perder nenhum set Divulgação

Jogadores de Motuca são destaques em competições regionais Por Gabriela Marques

A equipe de vôlei masculino Infanto Juvenil da Escola Adolpho Thomaz de Aquino conquistou o tricampeonato nos Jogos

da Primavera, que ocorreu no primeiro semestre de novembro, em Araraquara. O time, invicto, ganhou o título pela terceira vez consecutiva sem perder nenhum set na competição. A equipe é

comandada pelo professor de educação física Eraldo Correa. No esquema de “mata-mata”, Motuca venceu as escolas Externato e COC, de Araraquara, por 2x0. Na final do campeonato, a equipe enfrentou Américo Brasiliense e também venceu, com folga, por 2x0, no dia 13 de novembro. “Os jogos foram tranquilos para nós, que só tivemos um pouco mais de trabalho no primeiro set contra o COC”, revela o jogador Lauan Bellardo. A maior dificuldade da equipe foi a falta de transporte e alimentação. Diferentemente de outros anos, a equipe do ensino médio, pertencente a escola estadual, não teve o transporte e alimentação oferecidos pela Prefeitura de Motuca. “Para irmos jogar, tínhamos que ir às 6h ou às 12h30 com o ônibus da saúde, independente do horário do nosso jogo. Para voltarmos, tínhamos que esperar o das 11h ou o das 17h, também da Saúde. Quando o horário dos jogos não coincidia, perdíamos o ônibus e o nosso professor tinha que fazer duas viagens de carro para levar todos para casa”, conta

um jogador da equipe, que preferiu não se identificar. Para a final dos Jogos, marcada para às 11h, o time precisou ir com o ônibus das 6h e esperar até o horário do jogo. Para alimentação ou água, os jogadores tinham que pagar do próprio bolso e contar com ajuda particular dos professores da escola. “Para esse jogo, precisamos andar cerca de dois quilômetros para chegarmos, pois o ônibus não nos levava no local dos jogos”, afirma, ressaltando que, em um dos

jogos, eles tiveram que ir andando embaixo de chuva até o local da disputa. Apesar de treinarem raramente, com a ajuda de amigos, o time, composto por jogadores apenas de Motuca, alcançou ótimos resultados em competições na região, como os Jogos da Primavera e os títulos nas fases sub-regionais e regionais nas Olimpíadas Escolares do Estado de São Paulo (OEESP), em que se classificaram para a fase estadual.


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