cenário janeiro 2014 61ª edição

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UM SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA - ANO 8, NÚMERO 61 - PERIODICIDADE MENSAL- MOTUCA-SP, 25 DE JANEIRO DE 2014 - R$ 2,50 Fotos: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)


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Há 24 anos, Motuca tornava-se município História da localidade começou há mais de 100 anos; pequeno povoado já existia quando foi construída a estação de trem, em 1893

Há 24 anos, com forte desejo da população e com grande influência da usina Santa Luiza, Motuca emancipou-se de Araraquara e tornou-se município. Em 9 de janeiro de 1990 a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo votou favoravelmente à reivindicação de 1.121 moradores, que em 5 de novembro de 1989 , por meio de plebiscito, votaram “sim” pela emancipação, contra apenas 30, que votaram “não”, de acordo com o livro “Sertanejos, estrangeiros, forasteiros. Dos primeiros boiadeiros à emancipação política de Motuca”, lançado em janeiro do ano

passado pela colaboradora do Cenário, a jornalista Gabriela Marques. Mas a história de Motuca começou há mais de 100 anos. Um pequeno povoado já existia na Sesmaria do Simão, de propriedade pertencente à fazendeira Hermínia Vieira Borba Moura, membro da família do bandeirante paulista Borba Gato, quando a Companhia Paulista decidiu construir um ramal férreo e uma estação de trem, inaugurada em 1º de fevereiro de 1893. A partir daí, iniciou-se um desenvolvimento gradativo da localidade. No decorrer dos anos,

Motuca foi destino de muitos imigrantes, atraídos por suas terras férteis, como italianos, portugueses, que viriam a se tornar os principais donos de terras da localidade, além dos japoneses, que em 1915 fundaram a primeira colônia particular do Brasil, denominada Núcleo Colonial Tokyo, que permaneceu ativa até 1968, quando foi extinta em decorrência, entre outros motivos, de surto de doenças como a malária e o esgotamento natural das terras, já que naquela época não existiam fertilizantes. Em 1985, a cidade cresceu em termos popula-

cionais com a criação de Assentamentos Rurais voltados à reforma agrária na Fazenda Monte Alegre. Atualmente, existem 416 lotes nos cinco Assentamentos pertencente a Motuca, com cerca de 418 famílias residentes nos locais. Os moradores de Motuca também foram formados por nordestinos e mineiros, atraídos pelo trabalho na usina Santa Luiza. Usina Fundada em 1958, a usina Santa Luiza representou o principal marco econômico de Motuca, gerando emprego e renda para os moradores, até sua parali-

sação em dez de dezembro de 2007, por decisão do grupo formado pelas usinas São Martinho, Santa Cruz e a Cosan (atual Raízen), que haviam adquirido a indústria junto à família Malzoni em abril do mesmo ano. O fim da usina Santa Luiza não acarretou em grandes problemas sociais e econômicos, como muitos previam anteriormente. A Prefeitura manteve o crescimento de arrecadação e as usinas da região absorveram grande parte da mão de obra. Muitos trabalhadores, no entanto, tiveram que se transferir para outras localidades.

SORTEIO CENÁRIO

EXPEDIENTE

Jornalista: Jairo Figueiredo Falvo, MTB 44.652/SP Repórter: Gabriela Marques Luiz Colaboradores: Fábio Falvo, Milena Fascinelli, Ângela Santos, Emair Freitas, Irineu Ferreira, Felipe Carreli, José de Carvalho, Carlos Alberto dos Santos, Pedro Vaz de Lima, Lucas Vizentim, Edison P. Junior, Samuel Nosferatus; Tiragem: 1.000 exemplares Circulação: Motuca-SP Contato: Tel.: 16 3348 11 85 - 9722 4608 e-mail: cenarioregional@gmail.com CNPJ: 07.650.710/0001-06 endereço: Av. Marcos Rogério dos Santos, 31, Centro, Motuca-SP - CEP: 14.835-000 - Impressão: O Imparcial, Araraquara-SP

16 - 3348 1185 cenarioregional @gmail.com


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Constituição de 1988 foi decisiva para emancipação política de Motuca Desejo do povo motuquense barrava, até então, em artigo da legislação federal que preconizava o número mínimo de 10 mil habitantes A promulgação da Constituição Brasileira em 1988, elaborada no período de transição do governo militar para a democracia, promoveu a descentralização federativa e proporcionou maior autonomia aos estados, que passaram a elaborar suas próprias leis para a criação de novos municípios. Diante disso, a Constituição foi um fator decisivo para a efetivação da proposta de

emancipação construída pelo Grupo Comunitário de Trabalho, formado por funcionários da usina Santa Luiza e moradores de Motuca. A informação está no livro lançado pela jornalista Gabriela Marques Luiz, em janeiro do ano passado. De acordo com apuração da autora a partir de entrevistas com personalidades que participaram do processo de eman-

cipação e de documentos da época, a iniciativa barrava na exigência de uma lei federal a partir da qual somente locali-

dades com mais de 10 mil habitantes poderiam se emancipar, mesmo o então distrito (por causa dos recursos da usina

Santa Luiza) gerando em 1987 a quarta maior receita de Araraquara, atrás apenas das empresas Cutrale, Lupo e Nestlé. Gabriela Marques/Arquivo

Motuca gerava a 4ª maior receita para Araraquara antes da emancipação Arrecadação era superior a 55,59% dos municípios paulistas Banco de imagens

Grupo de Trabalho junto com o governador Orestes Quércia no dia 9 de janeiro de 1990, quando sancionou lei que elevou o então distrito de Motuca à categoria de município

Matéria de jornal de Araraquara a 10 dias do plebiscito colocou em risco emancipação Prefeitura de Araraquara afirmava que gastos do distrito eram maiores que a arrecadação

Montante era resultado dos impostos da Usina Santa Luiza

A Prefeitura de Araraquara, juntamente com os poucos moradores contrários à emancipação política e administrativa, argumentavam que a iniciativa era inviável em razão da insuficiente geração de recursos para manter as atividades. De acordo com a jornalista Gabriela Marques, o Grupo de Trabalho responsável por desenvolver o processo emancipatório, provou que arrecadação do município, oriunda fundamentalmente dos impostos da usina Santa Luiza e da Agropecuária Aquidaban era, em 1987, a 4ª maior de Arara-

quara, atrás apenas da Cutrale, Lupo e Nestlé. O Grupo de Trabalho também revelou que Motuca, caso fosse município em 1987, receberia de ICMS (Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre prestações de Serviços) Cz$ 99.064.276.006, o que na época representava uma arrecadação maior que 55,59% dos municípios paulistas, ou seja, 318 cidades. Naquele ano, o índice percentual de participação do distrito no ICMS recolhido pelo Estado seria de 0,035% – ou cerca de 3,5 milésimos.

Uma matéria publicada em um jornal de Araraquara, contrariando números levantados pelo Grupo de Trabalho, colocou em risco o processo de emancipação, cerca de dez dias do plebiscito que definiria a escolha da população. “O Imparcial, de Araraquara, publicou uma matéria alegando que o ICMS de Motuca era de 0,0035%, e não o número 0,035% que Emílio alegou no processo de emancipação. Pior, a Prefeitura de Araraquara afirmava que o distrito gastava mais do que arrecadava. Um exemplo: a Prefeitura alegou que Motuca arrecadava R$ 600 mil, e não R$ 6 milhões, como dissera Emílio, e gastava R$ 1 milhão”, descreveu Ga-

briela, em seu livro. De acordo com a autora, a notícia abalou o Grupo. O engenheiro de segurança da usina, Emílio Carlos Fortes, que viria a se tornar prefeito de Motuca por dois mandatos, refez as contas para averiguar a informação. Após exaustivo tra-

balho, ele chegou ao mesmo número que apontara no início, ou seja: 0,035% da participação dos municípios paulistas. Para Emílio, segundo relatou a jornalista, o número com um zero a mais foi mudado propositalmente para atrapalhar o processo emancipatório.

96% dos eleitores votaram “sim” No dia oito de junho de 1989, a Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou, por unanimidade, a realização do plebiscito, a partir do qual a população de Motuca diria sim ou não a emancipação. O plebiscito foi realizado em cin-

co de novembro de 1989, organizado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. Dos 1.163 eleitores que compareceram, 1.121 votaram a favor, ou seja, 96%; 30 contra, que representou apenas 2,5%. Foram contabilizado também 9 votos em branco e 3 nulos.


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Construção de linha férrea e estação alavancou povoamento de Motuca

Cia Paulista inaugurou construções na então vila em primeiro de fevereiro de 1893; desativação do ramal e da estação ocorreu em 1969 Jairo Falvo

Parte de trilho abandonado na área rural de Motuca, conhecido por moradores como “Ponte do Negão”

A construção da estação de trem em Motuca, inaugurada em 1º de fevereiro de 1893, foi fator determinante para o povoamento da localidade, onde já existiam alguns moradores. Na época, foram cons-

truídas outras três estações denominadas Tymbira, Conserva e Joá. De acordo com o historiador Ralph Mennucci Giesbrecht, um relatório da Cia Paulista datado de 30 de abril de 1893 aponta a cons-

trução de um ramal de 9,8 km, unindo a estação de Motuca às barrancas do rio Mogi-Guaçu, em frente às corredeiras da Boa Vista. As obras da estação, que compunha todo o leito, obras de arte, duas casas para turmas de conserva e uma caixa d’água, segundo Giesbrecht, foram realizadas pelos empreiteiros Ricci e Andreuccetti. Para se verificar a conveniência de prolongar o ramal para além do rio Mogi, reconheceu-se vários trechos em diversas fazendas, incluindo a de São Martinho, consideradas fora da zona privilegiada da Mogiana e de algumas dentro dessa zona. A desativação do ramal e da estação ocorreu em 1969. A estação hoje fica no centro da praça Maria Luiza Malzoni Rocha Leite, bem conservada, mas descaracterizada no que se refere à pintura, portas e janelas. Atualmente abriga um centro comunitário. Também já foi

Ralph M. Giesbrecht/arquivo

Acima, parte da linha métrica da Companhia Paulista em 1893 (Rio Claro-Jaboticabal), e a seu lado a sua linha fluvial, que ligava Porto Ferreira a Porto Pontal. Notar um ramal entre Motuca e Boa Vista, ramal este projetado mas jamais construído. Serviria para carregar café da região diretamente para a linha fluvial e dali diretamente para a bitola larga, em Porto Ferreira (Mapa da Companhia Paulista, 1893, acervo Ralph M. Giesbrecht).

utilizada como discoteca na década de 80.

Com informações do historiador Ralph Mennucci Giesbrecht


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Motuca abrigou 1ª colônia particular de japoneses no país

Arquivo

Afirmação é de um integrante influente da época e atestada por Associação de Araraquara Em 15 de março de 1915, após adquirirem por cinco contos de réis 84 alqueires da propriedade da dona Hermínia Vieira Borba Moura - membro da família do bandeirante paulista Borba Gato um grupo de 60 japoneses, dividi-

dos em quinze famílias, fundou o primeiro núcleo colonial Japonês particular no país, denominado Núcleo Colonial Tokio de Motuca, localizado na área rural da então vila. Um dos japoneses mais in-

fluentes da colônia, chamado Kensuke Babá, correspondente de um periódico dirigido à sociedade nipônica em São Paulo, atestou o pioneirismo na iniciativa em Motuca, contrariando outros teóricos, que afirmavam ser o Núcleo Hi-

Colônia ficou ativa por 53 anos

Surto de doenças e esgotamento da terra precipitaram extinção do local no ano de 1968

A Colônia Tokio de Motuca foi extinta em 1968, 53 anos após sua fundação, em 1915, com a aquisição de uma gleba de 84 alqueires de terra junto à dona Hermínia Vieira Borba Moura, de acordo com pesquisa realizada pela jornalista Gabriela Marques, em seu livro “Sertanejos, estrangeiros, forasteiros. Dos primeiros boiadeiros à emancipação política de Motuca”, lançado em janeiro do ano passado. Em seu auge, em 1925, de

acordo com a autora, a Colônia abrigava cerca de dois mil japoneses. E foi neste período que o local sofreu seu primeiro golpe: o surto de malária. Por conta dos brejos que havia nas proximidades, a maleita – como era conhecida pelos japoneses – matou mais de 300 colonos. Se não bastasse isso, em 1940, a Colônia sofreu um segundo golpe: o esgotamento natural das terras, que começaram a ficar inférteis. E, como

Fundação completará centenário em 2015

na época não existiam fertilizantes, as famílias japonesas lentamente começaram a abandonar Motuca. A única família restante da colônia foi a da japonesa Hatso Anno que, em 1981, recebeu uma homenagem do Governo brasileiro por ser a imigrante japonesa mais velha no Brasil, com 84 anos. Atualmente, seu neto, Humberto Anno, e seu bisneto, Enrico Anno, residem em Motuca. Jairo Falvo/Arquivo

Imigrantes mantiveram tradição como a prática da luta de sumô

rano, em Cafelândia, o primeiro. A tese também é defendida pela Associação Nipo Brasileira, de Araraquara. De acordo com Babá, o Núcleo Hirano foi criado aproximadamente seis meses depois. Cerca de três anos antes, em cinco de maio de 1912, os japoneses desembarcaram no porto de Santos, após viajarem por dois meses a bordo do navio Itsukushima Maru. A imigração japonesa iniciou em 1908, com a chegada do navio Kasato Maru. A esperança de progresso nas lavouras de café, incitada por promessas de agricultores brasileiros, foi o principal motivou da iniciativa. Antes de se instalarem em Motuca, o grupo de japoneses permaneceu por certo tempo na Fazenda Guatapará, para trabalhar nas lavouras de café. Em Motuca, cultivaram principalmente café, seda, algodão e trigo. De acordo com a jornalista

Gabriela Marques, autora do livro que abordou o assunto, o apogeu econômico da colônia ocorreu por volta de 1925, quando um rico fazendeiro da localidade chamado Leonel Ferreira, que havia adquirido uma máquina de beneficiar algodão, passou a comprar a produção dos colonos. O pagamento era feito em dinheiro. Para auxiliar no aprendizado da língua portuguesa e viabilizar a comunicação com os moradores da vila de Motuca, o Núcleo contratou um professor chamado Mário Palermo, muito querido pelos japoneses. Em Motuca, os estrangeiros se preocuparam em deixar vivas as tradições da terra natal, promovendo festas típicas como o Undo-kai, celebrada todo ano, em 15 de junho. Também eram realizadas lutas de sumô. Muitos moradores de Motuca iam até a Colônia para observar os festejos.

“Passados 67 anos de sua fundação, pelos pioneiros Shinzo Shimizu, Hujoshi Furuchio e Keizo Ono, pouco ou quase nada resta de material para mostrar o que foi a Colônia Tokio” (jornal Imparcial, ano 1982). O trecho acima foi pesquisado no Jornal Imparcial, de Araraquara, edição publicada em 1982, pelo agricultor Francisco Seihati Shimizu, 78, filho de Shinzo Shimizu, um dos fundadores do local. Se em 1982 passaram-se 67 anos, agora, em 2014, completará 99 e no ano que vem chegará a 100 anos deste importante marco histórico de nossa cidade, que pouco se falou, registrou ou exaltou. Data simbólica que necessita de uma celebração a altura. Francisco é um dos princi-

pais pesquisadores da história da colônia. Há vários anos vem coletando informações que o ajudaram a redigir um valioso relato, direcionado à Prefeitura de Motuca em 2011, cuja cópia foi gentilmente fornecida ao jornal Cenário pelo funcionário público Nelson Gonçalves de Oliveira (Fininho), um dos moradores mais interessados na história de nossa cidade. O filho de Shinzo Shimizu também idealizou em 2011 duas placas, uma instalada em um hotel da cidade e a outra no Cemité-

Arquivo

Francisco Shimizu, filho de um dos fundadores da Colônia, ao lado de placa que confeccionou

rio Municipal, para homenagear seus compatriotas que fundaram a então vila da Colônia.

Auge da Colônia foi em 1925, com a produção de algodão


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A origem do nome da nossa cidade Boiadeiros que vinham do sul foram os responsáveis pela denominação, inspirada em um inseto muito peculiar na época

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ntes de ser povoada, a localidade situava-se na Sesmaria do Simão, pertencente à fazendeira Hermínia Vieira Borba Moura, membro da família do bandeirante paulista Borba Gato. Por aqui passava a famosa Estrada de Boiadeiro, que saía do Rio Grande do Sul e rumava para Minas Gerais e Goiás, onde os boiadeiros comercializavam seus gados. Como a viagem era longa, os boiadeiros escolhiam pernoitar naquela sesmaria. O motivo: a abundância de água, com rios, córregos e belíssimas cachoeiras. O único problema era a presença de um inseto peculiar na região, conhecido por mutuca. Os boiadeiros, ao chegarem ao seu destino, relatavam as belezas encontradas no caminho. Quando perguntados sobre o nome do local, simplesmente respondiam: Mutuca. E este foi o nome dado à pequena vila que ali nasceu. Com uma pequena mudança: para diferençar o nome da vila do nome do inseto, os moradores batizaram-na de Motuca. Com informações e trechos retirados do livro “Sertanejos, estrangeiros, forasteiros. Dos primeiros boiadeiros à emancipação política de Motuca”, da jornalista Gabriela Marques. Livro de registro histórico de Jaboticabal

A partir de entrevista com a moradora Marlene Freitas e de pesquisa em documentos históricos, selecionamos alguns fatos curiosos de nossa cidade

A primeira geladeira Quando chegou a primeira geladeira em Motuca, foi aquele alvoroço. O aparelho foi adquirido pelo senhor Adriano Carreira Mendes. Todo mundo foi até lá ver a grande novidade. Naquela época, a vaca era morta na sexta para o pessoal comprar a carne até no sábado para cozinhar e consumir logo, pois não tinha onde guardar.

A primeira televisão A primeira televisão foi adquirida por um funcionário da Companhia Paulista que chefiava os trabalhos na estação. Ele era tão ranzinza que, apesar da curiosidade do povo que queria assistir algum programa, ele se recusava a deixar entrar. Depois o seu Benedito de Mello comprou um aparelho para assistir a Copa de 70. Ele deixava a molecada acompanhar aos jogos. Teve uma vez que estava passando um show dos Beatles e ele permitiu a entrada do pessoal. Mas quando ele viu alguns rapazes de cabelo comprido ele barrou. “Cabeludo aqui não entra”, disse.

RUA VISTA POR BAIXO

O primeiro automóvel O primeiro automóvel de Motuca foi adquirido pelo seu Hugo Berwert. Era um Ford. Ele observou oportunidade de ganhar dinheiro com o veículo e começou a alugá-lo para quem quisesse utilizá-lo para alguma viagem.

Telefone e luz elétrica Nascido em Cosenza, na Itália, em seis de novembro de 1885, Salvador Bruno veio para o Brasil com doze anos de idade. Viveu em Araraquara e Taiúva-SP, onde cresceu e dedicou-se ao comércio. Foi cidadão benemérito de Motuca, onde foi proprietário de um Armazém de Secos e Molhados (atual Supermercado Santa Mônica). Entre suas principais conquistas para Motuca, é importante citar a instalação de telefone e luz elétrica. Depois, mudou-se para Jaboticabal, onde dedicou-se ao alto comércio de café e participou ativamente de iniciativas sociais.

VISTA AÉREA DO LOCAL

Salvador Bruno, reponsável por trazer o telefone e a luz elétrica para Motuca

O primeiro carro de polícia O Seu David Orlando, que faleceu recentemente, sempre foi um homem ligado à política. Quando chegou a Motuca, ficou indignado ao ver os policiais levando os presos a pé para a delegacia. Com isso, utilizou sua habilidade política para convencer o então prefeito de Araraquara a enviar uma rádio patrulha para cá.

Rua de São Paulo possui nome de Motuca A rua da foto fica em São Paulo e foi denominada “Motuca”. A origem do nome é desconhecida. A via está localizada próximo do Parque da Aclimação, no Bairro da Aclimação. O Bairro é nobre, de classe média, criado em 1939. Assim como Motuca, o local, que foi caminho de tropeiros, foi loteado a partir de várias chácaras. (Fábio Falvo)


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As várias origens do povo de Motuca A

população de Motuca foi formada desde o seu surgimento e no decorrer de sua história por imigrantes, vindos principalmente da Itália e de Portugal. Aqui, encontraram o lugar ideal para investirem em terras e desenvolverem a agricultura de produtos como arroz, milho e, principalmente, café. Vários moradores também vieram de cidades da região de São Paulo e de outros estados, como Bahia, Sergipe, Pernambuco e Minas Gerais, atraídos pelo trabalho na usina Santa Luiza. Muitos faziam a safra e voltavam para a terra natal. Outra parte significativa permaneceu em Motuca, onde constituíram família e bens. Leia abaixo entrevista realizada pelo Cenário com alguns representantes da nossa população: Jairo Falvo

Rosa Schiavinato da Silva, 83 anos, aposentada Meu Pai era Italiano e seu primeiro destino no Brasil foi a cidade de Descalvado, no interior do estado de São Paulo, onde conheceu minha mãe. Lá eles tiveram seis filhos. Depois mudaram para Guariba para trabalhar nas colônias de café. Nasci em Guariba, mas quando eu tinha apenas seis meses de idade, meus pais se transferiram pra Motuca, onde moraram em sítios, como o do Zé Marques, pai da dona Therezinha, e também na propriedade dos Mendonça. O café continuava sendo a ocupação principal de minha família. Aqui em Motuca, além de trabalhar na roça, meu pai gostava de tocar baixo na banda da cidade. As apresentações ocorriam geralmente no coreto da praça, que já não existe mais. Nossa distração em Motuca eram as festas de final de ano. Minha mãe era religiosa e aos domingos nos levava para a missa. Meu pai faleceu quando eu tinha apenas sete anos. Com onze filhos, minha mãe mudou para a Fazenda do Dr. Valverde, onde anos depois seria construída a usina Santa Luiza. Casei quando eu tinha 22 anos, e fui morar na propriedade da família de meu marido, no sítio dos Pilões. Tivemos quatro filhos. Fui criada em Motuca. Nunca fui para outro lugar, pois gosto muito daqui. Jairo Falvo

Objetivo dos pernambucanos, como Raimundo, era juntar dinheiro na safra

Filha de Italiano, Rosa nasceu em Guariba e veio para Motuca com seis meses

Raimundo Antônio de Lima, 59 anos, aposentado Todos os pernambucanos que vieram para Motuca saíram de Bom Jardim, no interior do estado. Acredito que mais de 40 trabalhadores deixaram a terra natal para trabalhar na usina Santa Luiza. O objetivo era fazer a safra aqui, juntar um bom dinheiro para depois investir em cabeça de gado, terra e outros bens lá em Pernambuco. Hoje, deste total, restaram umas quinze famílias de pernambucanos em Motuca. Vim para cá com dezessete anos, antes de meu irmão Pedrinho. O distrito era pequenininho, não chegava a mil habitantes. Como a usina não contratava menor de idade, trabalhei na Cutrale e em lavouras de café e milho para agricultores locais como o Antonio Thomaz, o Primo Vanzan e o Nelo Falvo. Quando completei dezoito anos, entrei na usininha como serviços gerais. Algumas vezes levei lista de pernambucanos interessados em trabalhar na usina para os diretores. Muitos eram contratados, pois faltava mão de obra em Motuca. Depois passei para auxiliar mecânico e permaneci na indústria até o seu fechamento, em dezembro de 2007. Aqui em Motuca formei minha família. Minhas quatro filhas são todas motuquenses. Também construí meu patrimônio. Possuo casa própria e outra alugada.Para mim, Motuca é a melhor cidade do mundo para se morar. Aqui temos qualidade de vida. Não existe violência. Jairo Falvo

Camilo Dias Pereira, 60 anos, aposentado Eu não tinha completado dezoito anos quando saí de Chapada do Norte, cidade de Minas Gerais, localizada no Vale do Jequitinhonha. Minha família morava num sítio, onde nem sempre o que a gente plantava nascia por causa da seca. Com a morte de meu pai, os filhos tiveram que se virar. Meu irmão veio para Motuca na década de 70 para trabalhar na usininha. Mas meu primeiro destino foi Sertãozinho, onde trabalhei em fazendas e usinas. Vim para Motuca para trabalhar no salão de açúcar na Santa Luiza no início da década de 80. Também exerci função de operador de tratorista por muito tempo na usina São Martinho. Aqui em Motuca encontrei um cantinho ideal para morar. Dos meus quatro filhos, três nasceram e cresceram aqui, além dos netos. Vejo a cidade como uma grande família, pois todos se conhecem e existe uma amizade muito grande. Construí minha família em Motuca e acredito que ficarei por aqui pelo resto de minha vida. Para Camilo, Motuca representa uma grande família, onde todos se conhecem


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Continuação Jairo Falvo

Maria Helena Chaves, 72 anos, dona de casa

Jairo Falvo

Maria Helena saiu de Sergipe com sete filhos para trabalhar no corte de cana

Estou em Motuca há mais de 50 anos. Meu finado marido Zé Chaves, falecido em abril de 2013, foi o segundo sergipano a vir para Motuca para trabalhar na usina Santa Luiza. Antes dele, tinha vindo o Pedro D´Hora, que hoje mora em Matão. Depois de juntar um dinheirinho no primeiro ano aqui, acho que em 1960, meu marido mandou me buscar lá em Lagarto, no interior do estado. Morávamos em um sítio. Naquela época tinha sete filhos, do total de treze que viríamos a ter. Destes, três faleceram. Vim com todos em uma cansativa viagem de ônibus até a cidade de São Paulo. Lá encontrei o Zé e ele pagou um táxi até a estação da luz, onde pegaríamos o trem para Rincão. Depois viemos de ônibus para Motuca. Quando cheguei aqui estranhei o ambiente, muito diferente da minha cidade. Achava que iria morrer de frio, pois em Lagarto não tinha essa sensação. Comecei a trabalhar no corte de cana. Penei bastante, pois até então nunca tinha visto uma cana na minha vida. Em Lagarto eu trabalhava na lavoura de mandioca e fumo. A principal dificuldade que tivemos em Motuca foi a financeira. O dinheiro que eu e meu marido ganhávamos era insuficiente para manter a casa com dez filhos. Não chegamos a passar fome, mas tivemos situações difíceis. Porém, Motuca demonstrou ser um local com pessoas solidárias. Além da assistência social, muitos moradores ajudavam a gente. Gosto muito de Motuca. Quando viajo para outro lugar, mesmo que por poucos dias, fico com uma vontade imensa de voltar.

Jairo Falvo

Jucilene Santos Soares, 28 anos, servidora municipal Minha família é de Utinga, cidade localizada no interior da Bahia, na região da Chapada Diamantina. Meu avô veio primeiro para Motuca, no início da década de 70, junto com meu tio, irmão mais velho de meu pai, que chegou por aqui em 1984. O objetivo de todos eles, como de várias outras famílias que saíram de Utinga, era trabalhar na Usina Santa Luiza, especialmente no corte da cana. Um ano depois da chegada de meu pai, em 1985, minha mãe se juntou a ele. Neste mesmo ano, nasci em Matão. Até meus nove anos morei em Motuca. Depois retornamos para Utinga. Em 2009, com 22 anos, meus pais retornaram para cá comigo e meus dois irmãos. Aqui é um local sereno, com clima agradável, mas até pouco tempo me sentia um peixe fora d’água. Tinha pouco contato com os moradores. Mas depois que comecei a estudar em Araraquara, na Fatec, e passei no concurso da Prefeitura, comecei a me sociabilizar melhor. Apesar de sentir falta de um ambiente mais cultural, Motuca é uma cidade ótima para se morar. Gosto muito daqui.

Jucilene e os irmãos acompanharam os pais na mudança para Motuca

Jairo Falvo

José Abel de Oliveira, 60 anos, aposentado

José Abel trocou a “correria” de São Paulo pela tranquilidade de Motuca

Conheci Motuca há cerca de oito anos, através de um amigo lá de São Paulo chamado Euclides. Ele nasceu em Motuca e, em uma de suas visitas aos parentes daqui, me convidou para acompanhá-lo. Naquela época ainda trabalhava como técnico de elevador, profissão que atuei por 27 anos. Nasci em Presidente Bernardes, no interior do estado, e fui morar em São Paulo com minha família quando tinha cinco anos. Permaneci na capital por 55 anos. Estava cansado daquela correria toda, da violência e do trânsito. Como estava prestes a me aposentar e já procurando um lugar para descansar o esqueleto, Motuca me pareceu a cidade ideal. Passado algum tempo, depois de ter conhecido a cidade, comprei um terreno no Jardim Nova Motuca e comecei a construção de minha residência. Mudei para cá em 2008. Primeiro vim com minha mulher e depois minha sogra também nos acompanhou. Meus dois filhos, um rapaz de 30 anos e uma moça de 21 anos, trabalham em São Paulo e decidiram ficar por lá. Aqui a gente possui segurança, qualidade de vida e bastante sossego. Além disso, existem as cidades vizinhas, todas próximas, que complementam aquilo que a gente não encontra por aqui.


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Ocupação do Assentamento Monte Alegre iniciou em 1985 44 famílias de Araraquara e região ingressaram inicialmente em áreas improdutivas pertencentes ao governo do estado de São Paulo Jairo Falvo/Arquivo

VLuptatureriae vende officiet, consendam, odictem expla quiatqui

Um dos Assentamentos Rurais da Fazenda Monte Alegre

O processo de ocupação da Fazenda Monte Alegre iniciou em 1985, com o ingresso de 44 famílias de Araraquara e região em uma área improdutiva do governo do estado, de acordo com informações levantadas pela Fundação Itesp. Na mesma época, após negociação com o governo estadual, foram assentadas outras 42 famílias vindas do Horto Guarani, de Pradópolis, em uma segunda área. Em janeiro de 1987, a quinta área é ocupada por 65 famílias provenientes de Sertãozinho. Destas, somente 35 permanecem. O grupo é subdividido em três: doze famílias ocupam lotes vagos na área 1, onze famílias ocupam lotes na área 4 e doze são transferidas, no ano seguinte, para a Fazenda Bela Vista do Chibarro, também em Araraquara. Em novembro de 1989, esta quinta área é novamente ocupada, instalando-se ali

42 famílias. Outras vagas no assentamento Monte Alegre vieram de lotes vagos: 22 no total. Em 1990, um novo processo de seleção de beneficiários trouxe 55 famílias para a área 3, permanecendo , entretanto, somente 42. Segundo o último levantamento da Caderneta de Campo referente a safra de 2010/2011, os agricultores dos assentamentos Monte Alegre (1,2,3,4 e 5) obtiveram renda de R$ 1.952,65/ família/mês, apenas com a venda da produção agropecuária. Esse valor não contempla os custos da produção. Sendo assim, a renda mensal destas famílias, ficou em 3,25 salários/ mínimos/família/mês, média bem acima da renda estadual dos assentamentos que é de 2,76. As principais produções são: frango integração, milho grão e cana indústria.


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Quem foi São Sebastião?

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Jairo Falvo/Arquivo

Santo padroeiro de Motuca possui história de fé e devoção a Deus

Por Deyvid Santana Santos Além da grandiosa fé, que demonstrara desde o seu nascimento, a perspicácia era uma das principais características de São Sebastião. Seu pai faleceu quando ainda era uma criança. Por isso, ficou sob os cuidados da mãe, que era cristã. Naquela época, ser cristão era muito difícil, pois existiam perseguições de todas as maneiras. Quando São Sebastião atinge a fase adulta, ele se alista no exército romano. Em razão de suas virtudes, não demorou a ser nomeado comandante da guarda real pelo imperador Diocleciano, que confiava muito nele. No período em que trabalhou no exército, realizou vários trabalhos de evangelização. Frequentemente, ia até as celas para levar palavras consoladoras aos presos. Muitos deles converteram-se ao cristianismo. Assim como Jesus Cristo, São Sebastião também foi traído. Um de seus soldados revelou a Diocleciano sua fé cristã, o que encheu o imperador de raiva por ter sido enganado pela pessoa por quem tinha simpatia e depositara confiança. Diante disso, tentou fazer com que São Sebastião renunciasse sua fé. Ao ouvi-lo recusar a renúncia, ordenou aos guardas que levassem São Sebastião até um tronco, despissem ele e acertassem flechas onde não fossem pontos vitais, para que não causassem morte instantânea e ele sofresse mais. São Sebastião ficou agonizando por muito tempo. Acreditando que ele já estava morto, os guardas deixaram-no só no local. Então, Irene, mulher do mártir Castulo, chamou todos os seus amigos para retirar o corpo. Para sua surpresa, logo percebeu que ele ainda estava vivo. Após sua recuperação, no dia 20 de janeiro, São Sebastião aparece em público fazendo exigências a Diocleciano, pedindo que o imperador parasse de perseguir os cristãos e toda a igreja. O imperador ficou furioso e ordenou aos guardas que o açoitassem até a morte. São Sebastião foi um mártir que dedicou toda a sua existência em nome da palavra de Deus. Palavra essa que ele não renunciou por nenhum instante.

Imagem do Santo localizada na Igreja da Matriz

A tradicional procissão em louvor ao santo padroeiro Evento realizado há décadas reúne centenas de fieis de Motuca e da região no último dia das festividades Fábio Falvo/Arquivo

Fábio Falvo/Arquivo

Procissão realizada na década de 40

Procissão realizada em 2012


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Fotos: Fábio Falvo e Alessandre Carreira Vale dos Corguinhos

Área rural na estrada de Motuca para Bueno

Vegetação em área rural

Rio Mogi Guaçu

Mata do Joãzinho Uria

Mata do Sítio Santa Inês

Estrada entre o Assentamento 1 e 4

Vista parcial de Motuca (ao fundo)

Cachoeira dos Pilões

Cachoeira do Lajeado

Cachoeirinha

Cachoeira do Assentamento 2


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Fatos históricos de Motuca CRONOLOGIA

Criação da localidade:

Ramal férreo e estação de trem

Não há registros, mas relatos dos moradores mais antigos dizem que havia um povoado antes da construção da estação de trem

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Segunda metade do séc XIX

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1958

1989

Emílio Carlos Fortes, vereador e engenheiro de segurança da usina Santa Luiza, é eleito prefeito de Motuca

h 1996

3ª Eleição Emílio Carlos Fortes é reeleito prefeito de Motuca

h 2000

1925

1ª Eleição

Município

Em cinco de novembro de 1989, 1.163 eleitores de Motuca foram às urnas para votar pela emancipação de Motuca. Do total, 1.121 votaram a favor e 30 contra; 9 em branco e 3 nulos

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h

1915

Plesbicito

A criação da usina Santa Luiza pela família Malzoni, contribuiu significativamente para a geração de emprego e renda para os moradores. Em dezembro de 2007, o grupo controlador decidiu encerrar as atividades

Motuca deixou de ser vila em 1925, quando passou a ser gerenciada administrativamente por Araraquara na forma de distrito

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1893

Usina Santa Luiza

Distrito

Após adquirirem propriedade em Motuca, um grupo de japoneses fundou o primeiro núcleo colonial particular do país, denominado Núcleo Colonial Tókio, que permaneceu em atividade até 1968

Em 1º de fevereiro de 1893 foi inaugurada a estação de trem de Motuca, juntamente com o ramal férreo, que chegava até Bebedouro-SP. Ambos foram desativados em 1969

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2ª Eleição

Núcleo Colonial Tókio

A primeira eleição de Motuca ocorreu dois anos após a emancipação, em 1992. Foi eleito como prefeito o gerente da Santa Luiza, Rui Fernando Pinotti (PDS), que cumpriu mandato por dois anos para tentar, sem sucesso, a Prefeitura de Matão. Em seu lugar, ocupou o cargo de prefeito de Motuca o vice Mateus Voltarel

Após aprovação da emancipação pela Assembleia Legislativa do Estado, o então governador Orestes Quércia sanciona a lei que eleva Motuca à categoria de município no dia nove de janeiro de 1990.

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h

1990

1992

5ª Eleição

4ª Eleição O vereador e funcionário do setor agrícola da usina Santa Luiza, Hamilton Falvo é eleito prefeito de Motuca

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2004

6ª Eleição

O professor de matemática João Ricardo Fascineli quebra a hegemonia de gestores ligados à usina Santa Luiza, paralisada no ano anterior, e vence as eleições municipais

O médico ginecologista Celso Teixeira Assumpção Neto, morador de Matão, é eleito prefeito de Motuca

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2008

2012


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População de Motuca cresceu 134% desde 1950

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Localidade saltou de 1.936 habitantes na época para 4.534 em 2013

Em 1950, o então distrito de Motuca possuía 1.936 habitantes. Passados mais de 60 anos, a população cresceu 134%, chegando a 4.534 em 2013, de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento populacional no período é considerado pequeno, levando-se em conta que, por aproxima-

Censo populacional (IBGE: 2010) População: 4.290 Homens: 2.162 Mulheres: 2.128 Branca: 2.529 pessoas Preta: 244 pessoas Parda: 1.506 pessoas

damente 50 anos, a localidade abrigou importante indústria de açúcar e álcool, geradora de centenas de empregos. Em 1960, o distrito chegou a 1.945 habitantes. Já em 1970, alcançou 2.117 e, na década de 80, o número de habitantes era de 3.002. Em 1996, já distrito, contabilizava 3.528 habitantes e, em 200, 3.871. Em 2007, ano

do fechamento da usina Santa Luiza, o número de moradores chegou a 4.340. O Censo de 2010 do IBGE demonstrou queda no número de habitantes, provavelmente relacionado ao fechamento da usina Santa Luiza, caindo para 4.290 habitantes. A população voltou a crescer em 2013, alcançando 4.534 moradores.

Educação (2010) Taxa de Analfabetismo: Moradores com mais de 15 anos: 6,35% População de 18 a 24 Anos com Ensino Médio Completo: 70,72%

Mesmo com indústria, Motuca teve pequeno crescimento

Habitação e Infraestrutura Urbana (2010)

Economia (dados do Seade)

Coleta de Lixo : 99,89% Abastecimento de Água : 99,76% Esgoto Sanitário : 99,03%

Renda per Capita (2010): R$ 778,44 PIB (2011): R$ 598,65 milhões PIB per capita (2011): R$ 17.705,70

Fonte: IBGE e Seade

Motuca é uma das cidades com menor índice de criminalidade Segurança é uma das principais características da localidade Jairo Falvo

Setor de serviços é o principal gerador de empregos de Motuca 42,89% dos moradores trabalham na área, segundo Seade Jairo Falvo/Arquivo

Furto representa principal ocorrência policial A segurança é uma das principais características de Motuca, que apresenta um dos menores índices de criminalidade do país. De acordo com dados da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, a principal ocorrência policial é o furto. No

ano passado foram registrados 24. Muitos dos casos estão ligados ao consumo de drogas, três pessoas foram presas por tráfico em 2013. Já roubos, em dez anos, de 2001 a 2010, foram registrados treze, média de 1,3 por ano. Com relação ao crime de

homicídio, Motuca registrou a última ocorrência em outubro de 2011, após sete anos. Outra preocupação das autoridades é o suicídio. Com a morte por enforcamento de um jovem de 21 anos neste mês, o município registrou a terceira em cinco meses.

Indústria possui 19,59% de participação Com a participação de 42,89% das carteiras assinadas em Motuca, o setor de serviços é o principal gerador de empregos formais em Motuca, de acordo

com dados de 2012 da Fundação Seade, seguido do comércio, com 27,40%, indústria, com 19,59%, agricultura, com 7,03% e construção civil, com 3,10.


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