cenário 42 edição maio 2012

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Maio de 2012

Cenário

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Um professor, uma urna e uma lei Em sua sala, na Unesp de Araraquara, o professor de Teoria Política, Dr. Milton Lahuerta, proferiu um pouco de seus ensinamentos, até então condicionados aos alunos da universidade, à população de Motuca. Na câmara municipal, os vereadores decidiram abrir a possibilidade da instalação da “Urna da Cidadania”, até então restrita aos limites do saguão do prédio do legislativo, em outros locais da cidade. No gabinete presidencial, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que assegura o direito à informação pública, até então circunscrita às páginas da constituição federal, a todos os cidadãos. Conhecimento, participação popular e transparência. Temas abordados em matérias distintas neste mês pelo jornal Cenário, que unidos, fortalecem a democracia e melhoram a vida da população. Agora, com as amarras desatadas, dimensionou-se a possibilidade da sociedade pôr em prática tudo aquilo que aprendeu, contribuir com suas posições sobre o que considera importante, ou tirar todas as suas dúvidas sobre a forma como está sendo administrada a cidade. Mas será que isso realmente ocorrerá? A partir dos ensinamentos adquiridos, descobrimos que a falta de consciência política facilita a manipulação da sociedade pelos políticos profissionais a partir do jogo do “toma lá, dá cá”, regido por interesses diversos. Esta é uma

Banco de imagens

realidade de Motuca, e não apenas dela, que deve ser superada. Por ser uma cidade pequena, é muito mais fácil ampliar a discussão e criar mecanismos de participação popular, tão carentes por falta de um ambiente favorável de discussões, onde adversários são tratados como inimigos. Mesmo que timidamente, a

EXPEDIENTE

“Urna da Cidadania” poderia desempenhar este papel. No entanto, em pouco mais de dois anos, apenas quatro cidadãos demonstraram interesse em se manifestar. Enganam-se os vereadores se considerarem que apenas transferindo o instrumento para outros locais resolverá a falta de interesse das pessoas em participar. É

preciso, antes de tudo, despertar a percepção de que estão sendo levados a sério e que terão uma resposta aos seus anseios. Coisa que, salvo alguns lampejos como o projeto “Município Saudável”, nunca aconteceu em Motuca. Funcionar na prática, indubitavelmente, é o que também se espera da lei de acesso à informação, uma das mais amplas do mundo, que resguarda um dos princípios básicos da administração pública: a transparência. Para isso, primeiramente, é preciso que alguns fatores sejam efetivados na sociedade: ter pessoas que questionem, que saibam questionar e, principalmente, que façam valer o seu direito de obter a informação. Desafios para uma cidade ainda jovem, que aprende com seus erros e acertos. É inegável a importância da ampliação da discussão para obtermos os avanços necessários. Qualquer artifício para inviabilizá-la, seja prejudicando a fomentação do conhecimento social e político, restringindo a participação popular ou dificultando o acesso à informação, deve ser combatido por aqueles que realmente pensam na cidade.

Jornalista: Jairo Figueiredo Falvo, MTB 44.652/SP Repórter: Gabriela Marques Luiz Colaboradores: Fábio Falvo, Milena Fascinelli, Ângela Santos, Emair Freitas, Irineu Ferreira, Felipe Carreli, José de Carvalho, Carlos Alberto dos Santos; Tiragem: 1.000 exemplares Circulação: Motuca-SP Contato: Tel.: 16 3348 11 85 - 8141 9125 e-mail: cenarioregional@gmail.com CNPJ: 07.650.710/0001-06 - endereço: Av. Marcos Rogério dos Santos, 31, Centro, Motuca-SP CEP: 14.835-000 - Impressão: O Imparcial, Araraquara-SP

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Cartas de Cecília (III) Irineu Ferreira (Neu)*

Minha insensatez não tem limites, estou perdida num amaranhado de sentimentos e palavras No início, o prazer tímido, que inocentemente se anuncia; depois, a ausência normal de receio do feio e do proibido, e uma leve sensação de doçura. Só que doçura amarga, é possível? Contradição latente, confunde mais do que esclarece. Minha insensatez não tem limites, estou perdida num amaranhado de sentimentos e palavras, é o que penso. Será que penso? Vejo um triângulo incompreensível, um redemoinho, uma cascata dilacerante, doída, piedosa. Piedosa? É o que sinto. Sinto? Não sei mais o que sinto. Só sei que sou profundamente moralista – eu? –, mas ser moralista no momento me consola e, me basta. Neu, sei que tudo isso pode estar te deixando triste, pois a mim também, que me vejo obrigada a me aceitar assim, obcecada pela paixão, e isso machuca. Gostaria muito, e tenho que acreditar que, apesar das circunstâncias atuais, ainda terei aquele doce tédio de

LEI MARIA DA PENHA EMAIR JUNIO DE FREITAS*

Cartas, I, II, e III de Cecília, é uma ficção, um conto qualquer. Mas eu ficaria contente se fosse lido apenas por pessoas de alma já formada, desprovidas de qualquer preconceito. Pessoas que, só elas, entenderão bem devagar que “Cecília” nada tira de ninguém, mas pode acrescentar muito, principalmente alegria e riso, depende unicamente do estado de espírito de cada um. A mim, por exemplo, a personagem Cecília, foi um desafio difícil. Mas me deixou feliz. E me mostrou, mais uma vez, que tudo é possível, principalmente quando queremos e fazemos algo com paixão. - NEU

Querido Neu: Um longo apito anuncia a partida do barco que me levaria para o continente. Digo levaria, pois apenas observo, e decido: eu fico por aqui. Hoje, como a semana toda, chove muito em Fernando de Noronha, prejudicando todas as atividades corriqueiras, inclusive as minhas, que às vezes tenho que sair. Vim para a ilha com o intuito de dar um tempo e pensar. Precisava tentar entender o que não entendo. Não me entregar à desorientação, à desesperança que ora me acomete. Minha vida estava se tornando um enredo banal, não quero o que estava prestes a viver. Aquilo que toda mulher sonha, eu estava para ter. Mas, no meu íntimo, estava carente, órfã, sozinha, e buscando consolo em ti. E acredito que, por falar e escrever, eu te assustei, e talvez te perca. Mas, se me calo e não converso, eu é que vou me perder. Me perder? É possível perder-se sem ter um caminho? Terá sido amor o que senti? Mas que amor é esse tão irracional, que me obriga a ganhar tempo, que amedronta e me deixa neste estado de dormência, com um leve sentimento de pobreza, do ridículo mais trivial. Não consigo viver sem pudor. Pudor? Mas no amor?

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uma lua de mel, como qualquer pessoa. Ao menos aqui na ilha vejo que o sol nasceu para todos. Só peço que me compreenda e, como já disse anteriormente, não quero respostas tipo “auto-ajuda”, só receio que tudo isto talvez possa estar tirando a minha e a tua racionalidade. Seria possível? Espero que não. Ainda não te contei tudo, falta muito pra contar. Mas percebo que escrever me acalma. Escrever cartas, criar fantasias, contar sobre mim mesma, e ainda tendo você como correspondente e interlocutor, isso realmente me diverte. Confesso, foi muito bom, adorei, desconfio que você também tenha adorado. Pois finalizo dizendo: “Preciso urgentemente me divertir, dançar, cantar”. Vou procurar um vestido de chita. Que seja tão lindo quanto o da dama de irradiante beleza. Esquecer e ser feliz e ponto. Já ouviu falar da casa de shows “Cafundó do Forró”? Fica em Olinda, no continente. Para lá me leva o próximo barco, é tudo que eu preciso. Mas o que me deixa mesmo feliz ao término desta “trilogia”, é saber que você aceitou o meu convite e virá me visitar. É o mais importante de tudo. Estou imensa e ansiosamente feliz. Eu disse ansiosamente? Seria isso mesmo? Beijos M.C. (*) servidor da Unesp - FCF/CAr, e-mail: motuca_city@hotmail.com

Maio é conser mais doIndiscutivelmente, a lei siderado como lorosas do s e n d o o m ê s Maria da Penha é merecedora que a física. das mulheres, Quande elogios e retrata um portanto, é basdo ocorrer marco no combate as tante razoável ou a mulher que o tema seja estiver em agressões contra a mulher ligado ao direito situação de das mesmas, e violência donada melhor que discorrer sobre a Lei méstica e familiar, compreendendo-se 11.340, de 7 de agosto de 2006, que que “doméstica” tem o sentido de foi elaborada no intuito de criar me- espaço físico onde convive um grupo canismos que visam coibir a violência de pessoas e o termo “familiar” comdoméstica e familiar contra a mulher. preende indivíduos que são ou se conMaria da Penha, na verdade é sideram parentes, poderá comparecer Maria da Penha Maia Fernandes, a uma Delegacia de Polícia caso as vítima de tentativa de homicídio agressões sejam físicas ou sexuais, praticado pelo marido que depois de para relatar os fatos, e dependendo vários anos não havia sido julgado da gravidade, estando o agressor em pelo crime, e, estava prestes a ser estado de flagrância poderá ser preso beneficiado pela prescrição, ou seja, imediatamente, podendo a vítima, poderia não ser condenado. Então, ainda, solicitar as medidas protetivas Maria da Penha com o apoio de Or- de urgência que são previstas no ganizações de Direitos Humanos de- artigo 22, dentre elas o afastamento nunciou o descaso para a Comissão do lar ou da convivência com a víde Direitos Humanos da Organização tima; proibição de aproximar-se ou dos Estados Americanos (OEA) e a fazer contato com a ofendida, seus Comissão reconheceu a omissão do familiares e testemunhas; proibição Estado Brasileiro, recomendando, de freqüentar determinados lugares; a celeridade no processamento da restrição ou suspensão de visitas aos ação penal, bem como, que o Brasil dependentes menores; prestação de promovesse reformas para evitar alimentos provisórios, bem como, tolerâncias em casos de violência outras medidas que possam ser indisdoméstica contra mulheres. pensáveis a peculiaridade dos casos. E assim, nasceu a Lei Maria da A Lei Maria da Penha, indiscutiPenha cujo nome é uma homenagem velmente é merecedora de elogios à intrépida mulher que lutou contra o e retrata um marco no combate descaso e a morosidade do Estado as agressões contra a mulher. E para ver seu agressor punido. recentemente o Supremo Tribunal Antes da Lei Maria da Penha, as Federal decidiu que mesmo nos mulheres ficavam demasiadamente casos de lesão corporal leve a ação vulneráveis às agressões domésticas e penal será pública incondicionada, familiares, mas após sua promulgação ou seja, não dependerá da repreem agosto de 2006, isso tem mudado sentação da agredida. Portanto, sensivelmente, apesar do Estado ainda doravante, se uma mulher sofrer não estar aparelhado para colocar a lesão corporal mesmo que de natudisposição das vítimas todos os be- reza leve, mas dentro do contexto nefícios da Lei, tal como, Delegacias doméstico e familiar, a denúncia Especializadas e realização de cursos não necessariamente terá que partir de capacitação para policiais que aten- dela, implicando que, se a autoridam ocorrências do gênero. dade policial tomar conhecimento A Lei, descreve diversas formas de do fato terá que instaurar inquérito violência, ou seja, física, psicológica, policial para apuração, mesmo sem sexual, patrimonial e violência moral o consentimento da vítima. previstas no artigo 7º. Portanto, ao contrário do que imagina a maioria das mulheres a proteção da Lei em questão (*) advogado, estende-se além das agressões físicas, emairjfreitas@adv.oabsp.org alcançando os demais tipos acima mencionados que muitas vezes podem


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Lei assegura o direito à informação pública A partir deste mês, qualquer cidadão pode solicitar sem apresentar justificativa qualquer dado ou documento em todas as esferas de poder

A partir deste mês, qualquer cidadão tem assegurado o direito constitucional de acessar qualquer documento ou informação pública sem apresentar justificativa, com exceção de dados sigilosos ou de cunho pessoal, imediatamente quando estiverem disponíveis ou pelo prazo de 20 dias, prorrogáveis por mais dez. Em vigor desde o dia 16 de maio, a lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, denominada Lei de Acesso à Informação, é considerada uma das mais amplas do mundo por abranger todas as esferas de poder. Além

de autarquias governamentais, atinge também entidades privadas ou sem fins lucrativos que recebam recursos públicos. A lei determina que as informações sejam emitidas de forma clara e com fácil compreensão. Os custos para viabilizá-las devem ser revertidos a quem as solicitou. Recusar ou retardar a disponibilização da informação pode levar o servidor responsável a responder por improbidade e a sofrer sanções administrativas que vão desde uma simples advertência até a perda do emprego. As mesmas penalidades também

podem recair sobre quem destruir ou inutilizar a informação, bem como para a pessoa que agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações. Prática Em seu Blog, o jornalista

Fabiano Angélico, especialista em transparência pública, observa que a lei proporciona uma maior proteção jurídica a um direito já previsto na constituição. “É um enorme passo para a consolidação democrática no país”, descreve. Segundo ele, é

Município ainda não se adequou à lei Cabe a prefeitura como a câmara criar legislação própria obedecendo as normas gerais A Lei de Acesso à Informação ainda não é cumprida tanto pelo poder executivo como pelo legislativo municipal. O cenário é recorrente em várias outras cidades, que tiveram 180 dias para se adequar. De acordo com o texto, cabe aos estados e municípios criarem legislação própria obedecendo as normas gerais da lei, especialmente quanto à criação

Sem efeito na Câmara, “Urna da Cidadania” poderá ser instalada em outros locais

do Serviço de Informações ao Cidadão (SIC). O espaço público deve ser estruturado para atender e orientar a população sobre o acesso às informações mais simples como horário de atendimento médico, desde documentos mais complexos como processos licitatórios e contratos com órgãos públicos e privados “Já que é uma determinação federal, iremos realizar as

Jairo Falvo, out. de 2009

Iniciativa busca aumentar a participação social no planejamento da cidade; desde 2009, apenas 4 pessoas utilizaram o instrumento

Inaugurada em outubro de 2009 no saguão da Câmara Municipal com o objetivo de aproximar o poder legislativo da população a partir do recolhimento de reclamações, sugestões e pedidos de providências, a “Urna da Cidadania” poderá agora ser instalada em outros locais da cidade, a partir de requerimento por escrito de qualquer um dos vereadores. No período, apenas quatro pessoas utilizaram a urna. O projeto que altera a resolução 01/2007 e abre a possibilidade de expansão do instru-

mento de participação social, de autoria dos vereadores Fábio de Menezes Chaves e José Carlos Spinelli, foi aprovado neste mês. “Desta forma é possível a participação da população de forma mais ativa no planejamento da cidade”, justificaram os vereadores. Das quatro mensagens contidas na urna, uma sugeria exatamente a locomoção do instrumento para outros locais. “Ela é um excelente meio democrático, mas para alcançar a população é preciso que seja itinerante, ou que

necessário agora que funcione na prática. “Existem tarefas gigantescas a serem cumpridas tanto pela administração pública quanto pelos cidadãos, já que a lei foi criada para melhorar a relação entre estado e sociedade civil”, analisa.

Momento da inauguração em 2009 no saguão do legislativo

seja levada para pontos da cidade como supermercados e bancos”, diz o texto. Outras duas faziam pedidos de melhorias. “Gostaria que fossem instalados aparelhos na praça do Jardim Canavieiras para os moradores fazerem exercícios físicos”. A outra dizia respeito à própria Câmara. “A população pede uma cafeteria e um bebedor do lado de fora porque durante as sessões

não é possível entrar lá dentro para tomar”. Crítica Uma mensagem crítica sobre a atuação dos vereadores também foi inserida no local. “Os senhores vereadores deveriam deixar as “rinchas” políticas de lado e pensar mais no município e seus munícipes”, aponta o texto.

exigências necessárias para colocá-la em prática”, assegura o presidente José Aguinaldo dos Santos, do legislativo municipal. Prefeitura O Cenário questionou a prefeitura por e-mail sobre a adequação à lei, mas até o fechamento da edição não houve retorno.


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Política como na Grécia antiga

Jairo Falvo

De acordo com o cientista político Milton Lahuerta, professor doutor de Teoria Política da Faculdade de Ciências e Letras (Unesp) de Araraquara, em cidades pequenas como Motuca ainda é possível realizar política como na Grécia Antiga, onde o povo participava de forma efetiva das principais discussões sobre o futuro da sociedade. Desta forma, segundo ele, reduziria o limite para a prática da política profissional, representativa, como é realizada atualmente. Lauherta demonstra ainda necessidade da criação de uma agenda positiva, no sentido de estimular o debate entre os vários setores sociais sobre os temas mais importantes que envolvem a cidade para obter melhorias a médio e longo prazo. Leia abaixo a entrevista completa.

Poder no centro A política foi criada pelos gregos a partir da ideia de que o poder não está no vértice de uma pirâmide, mas no centro. Até então, a justificativa predominante era a da influência divina. Este conceito social orienta o mundo ocidental até hoje, onde a existência de uma praça no centro de cada cidade simboliza o espaço público idealizado pelos gregos denominado “Ágora” para as realizações de discussões coletivas para a conquista da “boa vida”, ou seja, do bem estar comum. Desta forma, ampliou-se o demo (povo), ao criar condições para que mais pessoas atuassem nas decisões sociais importantes. Àqueles que se recusavam a participar eram chamados de “Idioté”, por causa do desinteresse coletivo e por se conformarem com a falta de liberdade. Política profissional Na sociedade moderna, com a consolidação do sistema capi-

talista, que desencadeia a maximização constante de benefícios próprios e desencoraja o indivíduo a se interessar pelas questões coletivas, a forma grega clássica de fazer política foi substituída pela política profissional, de representação. Este é um fato irreversível, até mesmo porque é impossível deliberar discussões como na Grécia antiga para uma sociedade com uma população extremamente maior. “Curto circuito” O conceito de liberdade da sociedade moderna não valoriza a participação na vida pública. Ao contrário, leva o indivíduo a acreditar que ser livre significa usufruir a vida privada. Desta forma, consolidou-se a concepção do pensador italiano Nicolau Maquiavel, de que “a política é uma atividade que busca fundamentalmente atingir o poder”. No entanto, independente da escolha partidária e da ideologia, a política

profissional funciona em constante “curto circuito”. Por isso, não é raro vir na cabeça de muitas pessoas a necessidade de se resgatar a participação, entendida no sentido grego, dos indivíduos saírem de suas vidas privadas e passarem a atuar diretamente no processo de tomada de decisões. Mobilização Em uma cidade pequena, como Motuca, isso seria razoavelmente possível de acontecer. Um espaço onde ainda existe a possibilidade de mobilizar a população para as questões mais importantes, o que reduziria o limite para a prática da política profissional. Deste modo, desencadearia uma relação mais virtuosa e promissora entre o que é típico do mundo moderno, que é a política representativa, do que é próprio do mundo antigo, que é a busca pela “boa vida”. Para chegar a este propósito, no entanto, é necessário que exista

Lauherta, em sua sala na Unesp de Araraquara

um ambiente favorável para a discussão e que os cidadãos se disponham ao aprendizado político e queiram participar. Agenda positiva Outro ponto fundamental é que os vários setores da cidade, e não apenas o político, contribuam para a criação de uma agenda positiva, a partir da discussão sobre os pontos mais importantes que a envolvem como na educação, saúde e meio ambiente para obter melhorias numa perspectiva de médio e longo prazo. Saber se estes temas estão sendo debatidos pelo legislativo e como estão sendo feitas as escolhas pelo executivo. É fundamental que a atuação dos poderes responda aos interesses da população. Desmotivação popular A constituição brasileira prevê vários mecanismos de participação, mas a população não se vê motivada a participar. O espaço para a política democrática está reduzido.

Além disso, falta capacidade para os cidadãos pensarem adequadamente as questões políticas. Como não existe esta conscientização, fica mais fácil a manipulação da sociedade pelos políticos profissionais a partir do jogo do “toma lá, dá cá”. É preciso buscar essa participação não para que as pessoas abdiquem de seus interesses, porque isso seria algo absolutamente utópico, mas para que sejam capazes de fazer aquilo que o pensador francês Alexis de Tocqueville definiu como “interesse bem compreendido”, no sentido de levar em conta o que seja bom para todos. Experiências inovadoras Este caminho, no entanto, requer educação política, que se faz fundamentalmente a partir do aprendizado (não somente da escola), do debate e do contraditório. Por intermédio desta interação social, é possível gerar experiências inovadoras, que serão posteriormente transferidas paras as próximas gerações.


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Confirmação de morte por hantavirose preocupa moradores do Assentamento Índice de infestação do vírus no local será investigado pelo Instituto Adolfo Lutz; Secretaria confeccionou e distribuiu cartilhas com informações gerais da doença

Moradores do Assentamento Monte Alegre demonstram preocupação após a confirmação da morte por hantavirose da jovem Débora Gonçalves Ferreira, de 20 anos, que vivia no local. O resultado do exame que constatou a contaminação foi divulgado oficialmente pelo Instituto Adolfo Lutz no dia onze deste mês, pouco mais de duas semanas após o óbito, ocorrido no dia 27 de abril. Doença com alta taxa de letalidade, a hantavirose é transmitida pela inalação do vírus presente na urina, fezes e saliva de roedores silvestres. “Estou com intenção de comprar uma roçadeira para aparar a brachiária próximo de minha casa”, relata o produtor rural João Lázaro Sobrinho, 64 anos, morador do Assentamento 2, se referindo ao capim considerado um dos principais

alimentos do rato. “Farei o possível para evitar o contágio”, acrescenta. A dona de casa Maria Alves de Oliveira, 70, observa que os animais são muito comuns no local. “Todo lugar tem rato”, acentua. “Costumo colocar veneno para matá-los e agora irei realizar outras prevenções como não amontoar entulhos”. De acordo com a enfermeira Aline Lamdim Ramos, da Unidade Básica de Saúde do Assentamento 1, houve aumento no número de atendimento após a confirmação da doença. “Algumas pessoas com sintoma de gripe foram nos procurar com medo de que fosse hantavirose”, diz Antes da confirmação, logo após as primeiras suspeitas da morte pela doença, uma equipe do Centro de Educação Ambiental

Jairo Falvo

de Araraquara (Ceama) foi até o Assentamento Monte Alegre para orientar as agentes comunitárias sobre a forma correta de atuar na prevenção. Na semana passada, a mesma equipe realizou palestras nos centros comunitários do Assentamento 2 e no da cidade. Investigação Como forma de aumentar a conscientização, a Secretaria de Saúde confeccionou cartilhas com informações gerais sobre a doença, distribuídas nos Assentamentos. A Secretaria também solicitou a realização de uma investigação pelo Instituto Adolfo Lutz com o intuito de revelar o índice de infestação. “Estamos aguardando a resposta do ofício, mas em breve o trabalho será realizado”, relata o secretário Márcio Contarim.

Casa onde Debora morava fica próxima de plantação de grãos e com presença de brachiaria, principais alimentos do rato silvestre

Vírus está presente na Doença é considerada o “ebola brasileiro” região, diz especialista

Dos primeiros sintomas à morte de Débora foram apenas quatro dias; suspeita inicial era dengue Araraquara.com

Araraquara, Guariba e Bueno também já registraram casos

O caso de hantavirose é o primeiro constatado em Motuca. No ano passado uma pessoa morreu em Guariba, vítima da doença. Antes, um agricultor e dois funcionários também foram contaminados e faleceram em uma fazenda da mesma cidade. Também já foram registrados casos em Bueno de Andrada e Araraquara. O vírus encontrado nestes lugares é chamado “Araraquara”, por ter sido constatado primeiro nesta cidade, explica o analista Edson Maria Torres, funcionário do Centro de Educação de Araraquara e especialista da doença. Segundo ele, o rato de nome científico necromys lasiurus, que

vive em áreas de serrado, também conhecido como “rato do arroz” ou “rato de rabo peludo” é o reservatório do vírus. “Existem vários tipos de vírus e cada um se hospeda em um determinado rato”, explica. Ele é encontrado nas áreas rurais porque seus principais alimentos são grãos e sementes de brachiaria. Torres enfatiza o manejo ambiental (ver box) como principal forma de evitar o contágio. “É um erro exterminar os ratos, pois este ato pode trazer um desequilíbrio ao ambiente”, salienta. Outro erro, segundo ele, é incendiar áreas com mato, pelo perigo que proporciona.

Foto de Débora, que queria ser mãe

De acordo com o especialista Edson Maria Torres, a taxa de letalidade da hantavirose é de aproximadamente 60%. “Pela agressividade, a doença é considerada o “ebola brasileiro”, ex-

plica. “Em pouco tempo a pessoa vem a óbito”. Foi o que aconteceu com Débora. Dos primeiros sintomas à morte foram apenas quatro dias. De acordo com a sogra Cleuza Gevezier Ferreira, no dia 23 de abril ela reclamou de dores no corpo, no globo ocular e apresentava febre. “Achávamos que era uma gripe”, lembra. No dia seguinte, após a continuidade dos sintomas, procuraram atendimento médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) do município. Na ocasião, o médico suspeitou de dengue. Ela recebeu soro e retornou para ficar em observação. No entanto, no dia 25 o quadro se agravou e, após atendimento inicial na UBS local, foi transferida para o Hospital Carlos Fernando Malzoni, em Matão, onde foi levada às pressas para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Depois os órgãos dela começaram a parar, teve infecção pulmonar e, após 24 horas da internação, veio a falecer”, relata Cleuza. Sonhos A morte repentina paralisou vários sonhos de Débora, como o de ser mãe. “Ela já tinha demonstrado o desejo de ter uma criança e estava se programan-

do para isto”, revela a sogra. A jovem também estava com esperança de ser contradada por meio de um concurso público no município. Logo após sua morte, o marido Clóvis Gevezier Ferreira, 25, com quem estava casada há dois anos, também apresentou sintomas parecidos com o que ela tivera. Foi internado por precaução no Hospital Estadual de Américo Brasiliense (Heab), mas recebeu alta após constatação médica de que estava com sinusite. “A gente tem medo, porque estávamos tão expostos quanto ela”, revela Cleusa.


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Professores passam a estacionar carros dentro de escola após atos de vandalismo

Direção realizou boletim de ocorrência após quatro veículos terem sido riscados com objetos pontiagudos neste mês Jairo Falvo

Profissionais também discutem outras medidas de segurança

Amanhã (1) termina vacinação contra a gripe Campanha busca reduzir problemas provocados pelo vírus da gripe

Termina amanhã (1) a campanha de vacinação contra a gripe. Prevista inicialmente para terminar no dia 25, ela foi prorrogada pelo Ministério da Saúde para chegar à meta de 80% de imunização, até então não alcançada. O público-alvo é formado por pessoas com mais de 60 anos de idade, trabalhado-

res de saúde, crianças entre seis meses e menores de dois anos, gestantes e povos indígenas. A vacina é segura e protege contra os três vírus que mais circulam no Brasil, entre eles o H1N1. O principal objetivo é reduzir a mortalidade, as complicações e as internações provocadas por infecções do vírus da gripe.

Para evitar novos atos de vandalismo, professores da Adolpho Thomaz de Aquino passaram neste mês a estacionar seus carros no interior da escola. No último dia nove, quatro veículos foram riscados com objetos pontiagudos no período da noite. “Tal fato vem se repetindo, mas esse último foi o que deixou uma maior indignação entre todos”, destaca o professor de geografia Paulo Roberto Simões. Segundo ele, a direção da escola realizou Boletim de Ocorrência (BO) e solicitou palestra para a Polícia Militar (PM) direcionada aos alunos sobre o crime de vandalismo. Simões revela ainda que existe a discussão sobre a implementação de outras iniciativas para evitar novas ocorrências. “Cogitou-se a construção de um estacionamento ou uma câmara para proporcionar Divulgação

Vacina é considerada segura Jairo Falvo

Sacode a Praça” será realizado neste sábado (2) na praça cental Esta é a terceira vez que o projeto é realizado em Motuca Após ter sido adiado no dia 12 por causa da chuva, o “Sacode a Praça” será realizado neste sábado (2) na praça central, com a prática de diversos eventos esportivos, lúdicos, brinquedos e prestação

de serviços. Esta é a terceira vez que Motuca recebe o projeto, desenvolvido a partir de parceria entre o Serviço Social da Indústria (SESI), prefeitura municipal e EPTV.

Último evento realizado em Motuca

maior segurança aos professores e funcionários, mas até o momento nada de concreto”, aponta. De acordo com a coordenadora pedagógica Maria Ligia Sachs Zulmires de Campos, que também teve o carro danificado, não é possível afirmar se os atos foram praticados por alunos. “Trabalho há pouco tempo aqui e nunca tive problema com ninguém”, explica. “Além disso, tanto professores do estado como do município foram vítimas”. Ela não soube precisar o valor do prejuízo. “O correto agora é realizar uma pintura nova”, lamenta. Crime De acordo com o artigo 163 do Código Penal Brasileiro, o ato de destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia configura-se crime e pode levar o infrator a ser punido com detenção de seis meses a um ano ou multa.


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Feraesp articula retomada do plantio da cana no Assentamento com a inclusão de projetos sociais Proposta é que as usinas adquiram também produtos da horticultura e uniformes A Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp) articula a retomada do plantio de cana no Assentamento Monte Alegre com a inclusão de projetos sociais. Pela negociação, duas usinas da região irão adquirir, além da cultura, produtos provenientes da horticultura para serem utilizados nos refeitórios e de uniformes dos funcionários confeccionados por moradores locais. “O plantio de cana está condicionado com os projetos sociais”, destaca Daniela Honório, do departamento de formação da Feraesp. Segundo ela, já estão sendo formados os grupos para a organização das atividades. A indefinição sobre a renova-

ção dos contratos entre indústrias e assentados já dura três anos. Ela decorre fundamentalmente da insegurança jurídica após irregularidades trabalhistas terem sido constatadas pelo Ministério Público do Trabalho, que resultaram em multa paga pelas indústrias. A participação da Feraesp é fator decisivo para a efetivação da proposta. O presidente Elio Neves possui influência no setor, a partir de seu trabalho por melhorias nas condições dos trabalhadores rurais da região. Segundo apurou o Cenário, o fracasso das negociações para a retomada das atividades no ano passado, após várias reuniões, foi ocasionada principalmente pela ausência de Neves nas discussões.

O Cenário já havia revelado a intenção do sindicalista de incluir projetos sociais na edição de maio do ano passado. “É preciso firmar macro parcerias, com as indústrias adquirindo outros produtos, além da cana, e a diversificação das atividades é o caminho para chegar a este propósito”, disse, na ocasião. De acordo com o coordenador Luiz Saraiva Francisco, da Cooperativa dos Produtores Agrícolas de Motuca e Região (Coopam), os assentados estão mais conscientes para não repetirem os mesmos erros do passado. “Temos condições de realizar o cultivo da cana de acordo com o que preconiza a lei”, afirma. Segundo ele, a organização já vem se estruturando

Cooperativa alega prejuízo na produção de soja por falta de rendimento a produtores Grupo demonstra insatisfação e pretende entrar na justiça contra a organização A Cooperativa dos Agricultores Familiares da Região Centro Paulista (Cooperfasc) alega prejuízos na produção de soja para justificar a falta de rendimento da maior parte dos 42 produtores do Assentamento Monte Alegre. O plantio iniciou em novembro e a colheita terminou neste mês. De acordo com o engenheiro agrônomo Alexandre Guerra, responsável técnico da Cooperfasc, as áreas de cultivo foram afetadas por 16 dias de seca, que influenciou negativamente na produção. “Muitas plantações estavam vistosas, mas sem a chuva perdeu a qualidade”, aponta. Guerra afirma que todos os produtores foram informados em reuniões sobre a possibilidade da falta de rendimento. Pelo acordo, segundo ele, a Cooperativa ficou responsável pelo processo

produtivo e os produtores pela disponibilização de parte do lote, além de alguns tratos culturais. “Disse a todos que o custo de produção era de 25 sacas e o que colhesse acima disso ficaria como lucro para eles”, relata. “E caso a quantidade fosse inferior, a Cooperativa absorveria os prejuízos”, complementa. O produtor Antonio de Lima, em entrevista a EPTV, diz que só aceitou realizar o plantio porque achou que iria obter um rendimento. “Aceitei participar porque pensei que ia ter lucro”, diz. Em virtude da insatisfação, um grupo de produtores disse que ingressará com uma ação judicial contra a Cooperativa. Mesmo os produtores que tiveram algum retorno demonstraram descontentamento. “Não estou satisfeita, pois achei que iria

ganhar mais”, relata a produtora Maria Nair de Souza Pereira, moradora do Assentamento 1, que disponibilizou sete hectares de sua propriedade para a Cooperativa e obteve lucro de pouco mais de R$ 2 mil. “Não pretendo plantar mais”, acentua. O produtor José Antônio de Moraes Elias, do Assentamento 5, mesmo sem obter retorno, diz que irá continuar no projeto. “Minha terra está limpa e o solo está melhor, com mais matéria orgânica e nutrientes”, analisa. “Já notei uma produtividade maior que o ano passado”, finaliza.

a partir da aquisição de maquinários agrícolas e parcerias com revendedores de insumos para a realização da atividade. Apoio O vice presidente da Associação dos Produtores Rurais do Assentamento Monte Alegre ,

João da Silva dos Santos, também acredita no desenvolvimento legal do programa, mas observa a necessidade de apoio. “Depois que a Santa Luiza fechou ficamos praticamente sozinhos, o que dificultou o desenvolvimento das atividades pelos assentados”, explica.

Ladrões matam e roubam carne de vaca prenha no Assentamento Proprietária do animal calcula em R$ 5 mil reais o prejuízo

Uma vaca leiteira prestes a dar cria foi morta e sua carne foi levada em um pasto do Assentamento Monte Alegre 4 na madrugada do dia cinco deste mês. A proprietária Rosalina Costa Leal, que fez boletim de ocorrência, teme por nova ação dos criminosos. “Acredito que eles podem esperar a poeira abaixar e voltar novamente”. Ela calcula em aproximadamente R$ 5 mil o prejuízo. Outras sete cabeças de gado ainda permanecem no local, um pasto arrendado, além de outras 20 que possui no sítio onde mora. “Estamos pensando em tirá-las de lá”, relata Rosalina. Um morador vizinho foi quem avisou a produtora, após observar o animal descarnado com o bezerro morto que estava no útero ao lado. “A gente fica triste, pois a venda do leite era uma fonte de renda a mais que a gente teria”, lamenta. Segurança De acordo com o investiga-

Jairo Falvo

Gados costumam ficar longe das moradias

dor José Roberto Chagas, da Polícia Civil de Motuca, ainda não há suspeitos do crime. “Geralmente, os gados são roubados à noite em um local isolado sem a presença de testemunhas, o que dificulta a identificação dos infratores”, relata. Ele ressalta a importância dos proprietários realizarem medidas de segurança para evitar a ocorrência. “Uma das iniciativas é aproximar os gados da moradia, principalmente durante a madrugada”, destaca.


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Jovens da cidade sonham ser jogadores de futebol Incentivados pelos familiares, eles fizeram testes em vários times de São Paulo e até de outros estados para atuar profissionalmente no esporte Gabriela Marques

Por Gabriela Marques

Os amigos Lucas e Marcos Vinicius

Vôlei também atrai atletas Jovem joga no time de base do Nautico/Fundesport desde o ano passado Gabriela Marques

Victor, com as várias medalhas conquistadas

Seguir carreira no vôlei também é o foco de alguns garotos de Motuca. O jovem Victor Luiz de Freitas, 15 anos, atua pelo Náutico/Fundesport, de Araraquara. “Pretendo ser jogador de vôlei

profissional. Atualmente, treino na equipe de base desde o ano passado”, conta. O jovem pratica o esporte desde os 11 anos e, desde então, aprendeu conciliar a paixão pelo vôlei com os estudos. “Treino três vezes por semana a tarde e estudo a noite. Nos outros dois dias, tenho a manhã e tarde livre só para os estudos”, garante. Victor afirma que tem o apoio total da família para prosseguir no esporte. “Sempre que possível, eles vão assistir aos jogos e perguntam como estou”, diz. Mesmo com várias medalhas e troféus em campeonatos, Victor pretende garantir o futuro através dos estudos. “Pretendo também fazer uma faculdade ligada a área de computação”, conta. Por Gabriela Marques

Assim como vários jovens de todo o Brasil, alguns garotos de Motuca buscam o sonho de se tornarem jogadores profissionais no futebol. O jovem Marcos Vinicius dos Santos, 17 anos, é um deles. A decisão ocorreu quando tinha apenas 11 anos, época em que frequentava a escolinha do esporte em Motuca. Desde então, participa de vários testes para times de todo o Brasil. “Já realizei testes para equipes de Matão, Minas Gerias, Paraná, Jaú, Ribeirão Preto e, recentemente, para a equipe sub-18 do time profissional EC Santo André”. Vinicius também já participou de alguns treinos da Ferroviária, de Araraquara, na equipe sub-18. Mesmo com as dificuldades para fazer testes em todo o estado e conciliar os estudos, Vinicius tem todo o apoio da família e dos admiradores de seu futebol. Paralelamente ao esporte, o jovem já investe em outra carreira. “Faço curso de técnico de segurança do trabalho e pretendo investir em uma faculdade de engenharia nessa área”. O jovem Lucas dos Santos Sousa, 17 anos também quer

Veteranos disputam semifinal no sábado Jogo será às 16h contra Jabuka

A equipe de futebol veterano acima de 50 anos de Motuca/Unesp está nas semifinais do Campeonato de Futebol Mini-Campo Veterano de Jaboticabal. A equipe enfrenta Jabuka no próximo sábado (2), às 16h, no campo da Unesp, em Jaboticabal. O time de Motuca se classificou em terceiro lugar para as semifinais.Serão dois jogos, de ida e volta, todos em Jaboticabal. Por Gabriela Marques

ser jogador de futebol. E, para alcançar esse sonho, também faz vários testes em times do Brasil todo. “Vou junto com o Vinicius nas avaliações. Também já realizei testes para equipes de Minas Gerais, Paraná, Matão, Jaú e Ribeirão Preto”, conta. O jovem também participou de alguns treinos na equipe sub-17 da Ferroviária e recentemente treinou pela equipe de Guariba. Lucas decidiu seguir a carreira nos gramados aos 12 anos, devido

Adolescente conquistou vaga no Botafogo de Ribeirão Preto Focado no esporte, não pensa em outra coisa para sua vida

O jovem Bruno Baesso, 15 anos, já começou a trilhar sua carreira nos campos de futebol. Atualmente, Bruno atua pelo Botafogo Futebol Clube, de Ribeirão Preto. O jovem jogador conquistou uma vaga no time após realizar testes. Na cidade, tem o apoio da irmã e do cunhado. “Conto muito com a ajuda, pois moro na casa deles”, conta.

Bruno decidiu ser jogador profissional aos 13 anos. Desde então, fez dois testes e foi chamado para jogar no time que está atualmente. “Assim que terminar o paulista pelo Botafogo, irei fazer testes no Coritiba”, adianta. Focado no esporte, o jovem não pensa em outra coisa para sua vida. “Quero ser jogador de futebol”, garante. Por Gabriela Marques

Vila Nova é campeão do Campeonato de Futebol Equipe venceu Monte Alegre por 2 x 1 em final disputada

O Vila Nova sagrou-se campeão do 14° Campeonato Municipal de Futebol, com uma vitória de 2x1 sobre o Monte Alegre, no dia 29 de abril, na Área de Lazer. A vitória do Vila Nova, em jogo disputadíssimo, tirou o campeonato do Monte Alegre, que foi campeão da competição em 2010. Com o título em mãos, o Vila

Motuca enfrentou Coronel Pilar (RS) no Dia do Desafio Motuca enfrentou a cidade de Coronel Pilar (RS) no Dia do Desafio, que aconteceu no dia 30 de maio. A adversária de Motuca tem 1715 habitantes e, no ano passado, 52% da população participou das atividades do Dia do Desafio, de acordo com a organização do evento. Em Motuca, 2955 pessoas

aos treinos na escolinha de futebol da cidade. Desde então, tem o total apoio da família. “Eles me incentivam e pedem para eu não desistir dos meus objetivos”, fala. Atualmente, Vinicius e Lucas treinam em jogos em Motuca e já planejam os próximos passos. “A partir do segundo semestre deve ter novos testes pintando para nós dois. Meu pai tem mantido contato com alguns empresários na busca de novas avaliações em clubes paulistas”, conta Vinicius.

fizeram, pelo menos, 15 minutos de atividades físicas, também segundo a organização. “Esse ano realizamos atividades na Área de Lazer, escolas, prefeitura, secretarias e nas empresas”, conclui o diretor de esportes, Sidney Ferreira, o Iei. Por Gabriela Marques

Nova faturou R$ 1 mil. Já o vice, R$ 500. O artilheiro do campeonato foi o atacante Mauricio, do Vila Nova. Ao todo, sete equipes participaram da competição: Família Futebol Clube, Grêmio Monte Alegre, Jovem Futebol Clube, Molecada da Vila, Monte Alegre, Olho D’Água e Vila Nova. Por Gabriela Marques


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