Fábrica têxtil Viana Confecções foi inaugurada no dia 30 de abril. Empresário já solicitou outro espaço físico para a construção de uma fábrica de jeans. Página 4
Biodíesel Prefeito apresentou em Brasília projeto de uma Usina de biodiesel, com investimento de R$ 2 milhões. Página 4
Agentes Políticos Motuca foi sede do primeiro encontro de Agentes Políticos, com a participação do deputado federal José Paulo Tóffano (PV). Página 5
Demissões Vereadores decidem criar comissão para apurar demissões de ex-funcionários da Santa Luiza pelas Usinas São Martinho, Santa Cruz e Cosan. Página 6
Água do Assentamento é imprópria para o consumo Contaminação ocorreu pela construção e manutenção inadequadas de fossas
A água do Assentamento Monte Alegre é imprópria para o consumo humano, de acordo com análises realizadas entre 1999 e 2007 por estudantes de farmácia, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, da UNESP de Araraquara. A partir das amostras, coletadas em poços artesianos utilizados por moradores, foi constatada a presença de coliformes fecais e totais em todos os locais pesquisados. A contaminação, considerada de alto grau, entre 95 e 100%, ocasionou-se, principalmente, pela construção e manutenção inadequadas de fossas, além de fezes de animais criados próximos aos poços. As análises foram realizadas nos Assentamentos I, II, IV, V, pertencentes à Motuca e III e VI, pertencentes à Araraquara, sob orientação dos professores/doutores João Aristeu da Rosa e Adal-berto Farache Filho. Segundo o professor João Aristeu (em entrevista por e-mail), a Legislação Brasileira, conforme Portaria 518, de 25 de março de 2004, determina que os cidadãos recebam água tratada para obtenção de qualidade de vida. “A água contaminada pode transmitir microorganismos responsáveis por várias doenças como giardíase, amebí-ase e hepatite A”, afirma. Depois de confirmada a contaminação, de acordo com o professor, os moradores foram orientados a realizar processos de desinfecção, por meio de cloração e fervura da água utilizada para o consumo. O Departamento de Saúde de Motuca, na época, após reuniões com os integrantes da Unesp, implan-
tou programa de cloração nos poços, além de entregar gratuitamente cloro para os moradores. “Estas são soluções para curto prazo” destaca João Aristeu. “Para longo prazo, seria a construção de fossas adequadas para recebimento e tratamento de dejetos humanos e de poços profundos para fornecimento de água tratada à população”. Apenas o Assentamento II, dos quatro que pertencem à Motuca, possui poço profundo, mas o encanamento não chega a todas as casas da Agrovila. Segundo o diretor de saúde de Motuca, Márcio Aparecido Contarim, o município irá apresentar o problema para a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), no sentido de conquistar recursos para solucionar o problema. “Estamos elaborando um projeto em conjunto com os profissionais da Unesp para a construção de fossas sépticas em todas as moradias dos Assentamentos e de mais três poços artesi-anos com tratamento de água para atender as Agrovilas”, afirma. “Até o ano que vem esperamos resolver o problema”. Resistência
A agente de saúde Cleusa Gevezier Ferreira, do Programa Saúde da Família (PSF) do Assentamento, relata que, du-rante aproximadamente três anos, realizou trabalho juntamente com a vigilância sanitária de Motuca, voltado para a orientação e fornecimento de cloro para os moradores, mas encontrou resistência. “Em muitos casos a gente acabava de colocar o cloro e moradores tiravam porque falavam que a água ficava ruim”, conta. Segundo Cleusa, o trabalho foi prejudicado nos últimos anos por falta de cloro para fornecer à
Asssentamento II é o único que possui caixa d´agua para atender a agrovila, mas água não chega a todas as residências
população. “Quando a prefeitura manda a gente entrega para os moradores, mas sempre falta”, afirma. A moradora do Assentamento II, Jandira Casagrande, 75, começou a comprar galões de água mineral há cerca de dois meses, preocupada com a saúde da família, composta por cinco pessoas. Ela gasta aproximadamente de R$ 10 por mês. “Qualquer doença que surgia a gente logo já achava que era por causa da água”, relata. A Agrovila onde vive é a única que possui poço artesiano que fornece, por meio de encanamento, água para os moradores, mas não chega até a sua casa. “Na época, a prefeitura in-formou que a caixa não comporta o abastecimento pra todos os moradores, então é preciso construir outra”, cobra.