CENÁRIO NOTÍCIAS DE MOTUCA
Um serviço de Utilidade Pública - distribuição gratuita - ano II, nÚMERO VII - Periodicidade mensal- Motuca-sp, Novembro de 2008
Ricardo buscará recursos federais O prefeito eleito de Motuca, João Ricardo Fascineli, revelou, em entrevista ao Cenário, que seu governo se esforçará para conquistar verbas de ministérios e emendas parlamentares no Congresso Nacional para minimizar os impactos na receita municipal. Leia esta e outras declarações na entrevista abaixo
Recentemente, você, juntamente com o vice-prefeito Álvaro Thomaz de Aquino (Fiapo) e os vereadores Pedro Vieira e José Carlos Francisco de Arruda, foram para Brasília. Qual o objetivo da viagem?
Ricardo: O objetivo foi abrir as portas do município. Em 16 anos, os governos anteriores nunca procuraram Brasília porque estavam acomodados com o dinheiro que vinha da Usina. Conversamos com o deputado e Presidente da Câmara Federal Arlindo Chinaglia, que nos apoiou na campanha e se comprometeu a ajudar Motuca. Também nos reunimos com o Senador Aluisio Mercadante, além de visitarmos vários gabinetes de parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT). Falamos para eles dos principais problemas de Motuca, como a queda na arrecadação a partir de 2010 e da necessidade da geração de emprego e renda para o povo. A ida para a capital federal nos proporcionou muito conhecimento, principalmente no que se refere à conquista de verbas de ministério e de emendas de parlamentares. Vocês conseguiram trazer recursos para Motuca?
Ricardo: Protocolamos R$ 3,6 milhões em pedidos de emendas para os parlamentares do PT. Solicitei verba para compra de equipamentos na área odontológica, construção de uma creche no Assentamento, implementos agrícolas, veículos para transporte escolar, entre
outras coisas. Existem muitos recursos para as Prefeituras em Brasília. Pretendo estreitar a relação com o Congresso Federal, nomeando um assessor de gabinete, que se comprometa a descobrir e buscar as verbas que serão liberadas para os municípios. Você já iniciou o processo de transição com o atual governo?
Ricardo: Na semana passada, participei de uma primeira conversa com o prefeito Hamilton Falvo e na terça (11) me reuni com as demais autoridades do município. Solicitei ao prefeito uma sala para que componentes de minha equipe iniciassem um estudo da situação municipal. O prefeito disse que não era possível, alegando falta de espaço físico para abrigá-los. Deixei, então, um documento com 24 perguntas sobre a administração municipal, para que eu tenha conhecimento de assuntos como balancetes, contrato de execução de obras e listagem, por departamento, dos servidores municipais. Você já formou sua equipe?
Ricardo: Tive 49 candidatos a vereador, além das pessoas que trabalharam na campanha, mas não prometi nada a ninguém. É claro que acabo devendo favor para alguns. Estou procurando profissionais capacitados. Já acertei com duas pessoas de minha confiança que moram em outras cidades, um advogado para área jurídica, e um profissional
Em viagem para Brasília, Ricardo protocolou R$ 3,6 milhões em emendas para a área de planejamento. Convidei o professor Paulo, de Araraquara, que trabalha como efetivo na Escola Adolpho Thomaz de Aquino, aqui do município. Também convidei para trabalhar na área de finanças Lucas Cambuí, filho de Motuca com grande potencial, que foi obrigado a trabalhar fora por falta de oportunidade na cidade. É justo começar investir em pessoas daqui. Na campanha, você criticou duramente a presença de profissionais de fora, principalmente de Matão, trabalhando na Prefeitura. Não é incoerência fazer o mesmo?
Ricardo: Motuca tem carência de pessoas com conhecimento da gestão pública, especialmente no jurídico. Nossa intenção é trazer esse pessoal e preparar alguém daqui. Quais serão as prioridades de seu governo?
Ricardo: Irei trabalhar, fundamentalmente, pela criação de emprego e renda, juntamente com melhorias nas áreas de educação e saúde, que são base de tudo.
Na educação, pretendo implantar inglês e aulas de informática para os alunos do primeiro ao quinto ano. Pretendo, também, talvez neste ano, se vir recursos do governo federal, construir uma creche no Assentamento. Na saúde, irei melhorar os atendimentos preventivos, como os que são desenvolvidos pelo Programa Saúde da Família (PSF). Em seu plano de governo, você disse que irá trazer algumas empresas para Motuca. Já existe algum acerto?
Ricardo: Estamos entrando em contato com um abatedouro de aves do Rio Grande do Sul, que tem intenção de montar uma filial em nossa região. Recentemente, um empresário dono de um abatedouro de ovinos e bovinos, com potencial para gerar 50 empregos diretos, me procurou. O Arlindo Chinaglia também está nos ajudando a trazer uma empresa de São Paulo, do ramo têxtil, para cá. Parece que Motuca está direcionando para este setor. Também já me reuni com diretores do Senai para a realização de cursos profissionalizantes no município.
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Construir ou não construir, eis a questão Um dos grandes desafios de João Ricardo Fascineli, prefeito eleito com ampla margem de voto, será o de controlar o ímpeto de construir, presente na imensa maioria dos gestores públicos. É cultural. Muitos prefeitos, assim como boa parte dos governadores e de presidentes que passaram pelo executivo nacional, têm a necessidade de deixar suas marcas. São levados pela vaidade a instalar várias placas com seus nomes para mostrar às gerações futuras suas realizações, que, por sinal, possuem um considerável peso na balança eleitoral. Maluf é um dos políticos mais emblemáticos neste quesito, no qual a lei de responsabilidade fiscal tratou de controlar. No entanto, mais que um bom construtor, Motuca precisa de um bom gestor, principalmente por causa da inevitável escassez de recursos que o município enfrentará nos próximos anos. Se já não bastasse a perda dos impostos da Usina, que a partir de 2010 deixará de engordar os cofres públicos,
a receita de Motuca sentirá os efeitos da crise econômica mundial, decorrente da provável redução dos repasses dos governos federal e estadual. Ainda é difícil prever o tamanho do impacto, mas já há motivos para preocupações. Por isso, é fundamental que o próximo prefeito tenha uma visão estratégica da economia municipal, realizando superávits, isto é, sobras de recursos do orçamento, para não faltar dinheiro depois. Com os volumosos recursos da extinta indústria, não foi difícil para os gestores que por aqui passaram tornar Motuca um município bem estruturado. Muito do que se fez, no entanto, ou não tinha necessidade ou fora construído de forma desproporcional ao tamanho da cidade. Grandes obras exigem custos maiores de manutenção (com funcionários e materiais, por exemplo), que devem, obrigatoriamente, constar no tópico “contas a pagar”, do orçamento municipal, caso contrário, haverá um su-
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Editorial cateamento geral de espaços públicos. A construção de obras públicas, quando realizada observando a real necessidade e a viabilidade econômica, representa um avanço para a cidade e traz o progresso. Agora, quando levada por motivações partidárias ou pessoais, pode significar um alto custo social. Em seu plano de governo, divulgado durante a campanha, Ricardo apresentou várias metas e ações, entre elas seis construções: para a área de lazer o “Clube do Jovem” e a “Arena de Eventos”; na alimentação o “Restaurante Popular”; para os Assentamentos o centro “Amigo do Produtor”, uma “Creche” e um novo “Posto de Saúde”. Dessas construções, cabe ao prefeito eleito, junto com sua equipe, os vereadores e com participação da sociedade, saber o que é realmente necessário, o que é economicamente viável e o que pode ser realizado aproveitando a atual estrutura municipal.
Expediente: Jornalista responsável: Jairo Figueiredo Falvo MTB 44.652/SP Repórter: Gabriela Marques Luiz Telefone: (16) 3348 1185 - 8141 9125 e-mail: cenarioregional@gmail.com Tiragem: 1.000 exemplares Circulação: Motuca Colaboradores: Fábio de Mello Falvo Maria Angélica dos S. Mendes Gerson Donini de Lima Ivana Figueiredo Falvo
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Alzira Nascimento não conseguiu se recuperar de parada cardiorrespiratória Presidente da Câmara tinha bronquite asmática e faleceu 9 dias depois de passar mal
Vereadora cumpria seu segundo mandado
A vereadora e presidente da câmara Alzira Furini do Nascimento (PSDB) era natural de Taquaritinga, deste estado, de onde veio em 1982, junto com o marido e filhos, morar em Motuca. Em 1992, passaram a dirigir uma farmácia na Usina Santa Luiza e anos depois
continu-aram com a atividade na cidade. Forma-da em técnica de enfermagem, exerceu a função por quinze anos. Alzira tinha bronquite asmática e, diariamente, fazia inalação para controlar a doença. Come-çou a passar mal no início da madrugada do dia 13 de outubro. Assim que chegou à Unidade Básica de Saúde do município, sofreu uma parada cardiorrespiratória e seu coração foi reanimado pelo médico de plantão. Levada às pressas para o hospital de Matão, entrou em coma dois dias depois de ser internada. O quadro não se reverteu e a vereadora faleceu no dia 22 de outubro. Seu corpo foi velado na Câmara Municipal, local que Alzira freqüentou como vereadora por quase oito anos. Nas eleições deste ano, não conseguiu se reeleger. Era casada, deixa três filhos e três netos.
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Gustavo é eleito presidente da Câmara Assessor pede demissão um dia depois da posse do vereador Gustavo da Costa Rosa venceu a disputa pela Presidência da Câmara Municipal com Fabio Chaves, por cinco votos a três, assumindo o cargo deixado pelo falecimento de Alzira Furini do Nascimento. O vereador estará à frente do legislativo até dezembro. Em pronunciamento, na tribuna da casa, o Presidente eleito declarou que os funcionários da Câmara terão que desempenhar a função no horário estipulado. “Os que trabalham com cargo de con-fiança vão continuar na função, mas terão que cumprir a carga horária”, destacou. Gustavo reiterou que irá buscar melhorarias nas atividades do legislativo. “Tudo o que for de bom vou trabalhar para que acon-
Em pronunciamento, Gustavo diz que funcionários terão que cumprir horários
teça”, finalizou. No dia seguinte à posse do novo Presidente do Legislativo (4), o diretor administrativo e financeiro da Câmara, João Geraldo da Costa, pediu desliga-mento do cargo.
Sueli Ribaldo assume cadeira da vereadora Alzira Furini do Nascimento
Câmara aprova lei que cria Programa de Desligamento Voluntário (PDV)
PSDB está recorrendo da decisão da Câmara e pede impugnação ao ato da posse da empresária
Projeto beneficiará servidores municipais que queiram sair da Prefeitura
Sueli faz juramento para exercer a função
A empresária Sueli Ribaldo, do Partido Verde (PV), tomou posse como vereadora, no último dia três, ocupando a cadeira deixada pela vereadora e Presidente da Câmara, Alzira Furini do Nascimento, falecida em 22 de outubro, aos 56 anos. Esta é a segunda vez que Sueli exerce a função legislativa, tendo participado do mandato de 2001 a 2004. “Não queria que fosse deste jeito, pois a Alzira era uma grande amiga e uma pessoa muito querida por todos, mas irei trabalhar por Motuca nestes dois meses que faltam para terminar a legislatura”, declarou.
Na eleição de 2004, Sueli ficou como primeira suplente do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Em 26 de julho de 2007 ela migrou para o PV. O Presidente do PSDB de Motuca, Marco Antonio Morandim, entrou com uma representação na Câmara requerendo a posse do segundo suplente Paulo Roberto Amaral. Morandim salienta, no comu-nicado, que o cargo de vereador pertence ao partido, de acordo com a lei da Fidelidade Partidária, instituída pelo Tribu-nal Superior Eleitoral, que entrou em vigor em 27 de março de 2007 para cargos no legislativo, quatro meses antes de a empresária trocar de partido. O engenheiro agrônomo do município, Paulo Roberto Amaral, revela que o partido entrará com uma ação de impugnação ao ato da posse, pois “o presidente da câmara em exercício, Fábio de Menezes Chaves, tomou a decisão sem se basear em parecer jurídico”, decla-rou. Segundo Amaral, caso o PSDB saia vitorioso no processo, as decisões da Câmara serão prejudicadas. “Todas as participações da Sueli como vereadora poderão ser anuladas”, afirma.
A Câmara Legislativa aprovou, na sessão realizada em 20 de outubro, a criação do Programa de Desligamento Voluntário (PDV) de servidores da Prefeitura Municipal. O projeto, de autoria do executivo, tem “a finalidade de promover a redução incentivada do quadro de servidores local, com o objetivo de modernizar os atos administrativos e os processos de trabalhos, além de diminuir os custos com folha de pagamento”, justificou o prefeito Hamilton Falvo, no texto do projeto. O servidor interessado em participar do PDV deverá levar requerimento ao Prefeito, acompanhado da declaração de renúncia do cargo, até o dia 26 de novembro, prazo que pode ser prorrogado por decreto municipal. Com a aprovação do pedido, o beneficiado terá direito às sobras de salário, adicionais, férias integrais ou proporcionais, 13º salário proporcional, FGTS e multa rescisória. Os funcionários que participarem do programa não poderão ser admitidos para qualquer cargo ou função municipal, pelo prazo de dois anos, a não
ser em caso de admissão decorrente de aprovação em concurso público. O projeto foi aprovado por unanimidade. Teve apenas uma emenda, de autoria do vereador José Carlos Francisco de Arruda, recomendando a anulação da prorrogação, por decreto, da data limite da renúncia, mas foi derrubada pelo voto da maioria. “Em minha opinião, 30 dias são suficientes para que o funcionário programe sua vida”, declarou. “Não cabe ao Prefeito abrir um decreto porque a responsabilidade de decidir é dos vereadores”. De acordo com Arruda, o PDV só foi criado porque as eleições não foram favoráveis à situação. “Se ti-vessem vencido, esse programa não ocorreria”, ressaltou.
Próxima sessão da Câmara: Segunda (17/11), a partir das 20h. Exerça seu papel de cidadão: PARTICIPE
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Motuca pode ter nova epidemia de dengue Município registrou 20 casos da doença em 2001; aumento do número de pessoas infectadas na região preocupa autoridades
Mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue
Assim como aconteceu em 2001, quando Motuca registrou 20 casos de dengue, existe a preocupação das autoridades de saúde local de ocorrer uma nova epidemia da doença no município neste verão. Isto porque o número de casos têm aumentado na região. A cidade de Araraquara, a 36 km, passou por uma epidemia neste ano, com aproximada-mente 1.200 pessoas contaminadas até outubro. Muitos moradores de Motuca viajam diariamente para lá, o que pode acarretar em casos importados,
(oriundos de outra localidade), aumentando as chances da proliferação da doença. Neste ano, houve dois registros de dengue em moradores do município. A dengue é uma doença típica de pe-ríodos chuvosos, já que a larva do mos-quito Aedes Aegypti, principal transmissor da doença, precisa de água parada e limpa para se desenvolver. Em Araraquara este ciclo não se confirmou, já que houve registros de dengue no inverno. Além disso, autoridades de Araraquara estão preocupadas com a incidência de dengue hemorrágica, depois do aparecimento do vírus da dengue tipo 2 no município. A dengue hemorrágica é a forma mais perigosa e pode levar à morte. Ela ocorre quando alguém que já teve a doença é contaminado com um vírus diferente do que provocou a dengue pela primeira vez. Até então, apenas o vírus tipo 1 fora encontrado na região. Plano de Contingência No dia 23 de outubro, o Departamento Regional de Saúde de Araraquara (DRS), que abrange a cidade de Motuca,
Município investe em ações preventivas PSF realiza trabalho de conscientização nas escolas e nas residências Não existe vacina contra a dengue. Para evitar a disseminação da doença, os governos recorrem a ações preventivas, com o objetivo de evitar a procriação do mosquito transmissor Aedes Aegypti, cuja larva precisa de água pa-rada e limpa para se desenvolver. “Iniciamos trabalho de conscientização junto à população, orientando às pessoas sobre como eliminar os criadouros do mosquito nas residências”, explica a enfermeira responsável pelo Programa Saúde da Família (PSF) do município, Lais Cristina Gasparini. Inicialmente, o trabalho das agentes do PSF busca a conscientização de crianças e adolescentes do município, por meio de atividades lúdicas e apresentação de material socioeducativo nas escolas da cidade. No dia oito de outubro, cerca de 270 alunos da Escola Municipal Maria Luiza Malzoni Rocha Leite parti-ciparam do programa. Já na Escola Adolpho Tho-
convocou autoridades de saúde da região para passar informações sobre um Plano de Contingência contra a doença, a ser implantado nas cidades pertencentes à regional. Na reunião, participaram a di-retora da vigilância sanitária de Motuca, Susi Elaine dos Santos Falvo, e a enfermeira do município, Lais Cristina Gasparini, da vigilância epidemiológica. Segundo Susi, a reunião teve como objetivo alertar para o perigo da doença na região. “As exposições foram voltadas para as atitudes que o município deve tomar em ocasião de uma epidemia e de como proceder nos casos confirmados”, revela a diretora, que também ressalta a importância de um trabalho conjunto entre o poder público e a população para conter o avanço da doença. “O município, enquanto gestor das ações, tem a sua responsabilidade, mas a população também deve cumprir o seu papel, pois o mosquito da dengue, de maneira geral, procria-se em criadouros como pneus, garrafas e latas localizados nas residências”, aponta.
orientação nas residências. A estudante do 7º ano Jaqueline Rusqui de Oliveira, de 12 anos, revela que, tanto ela quanto os pais, não procuram criadouros do mosquito na casa onde moram. “Agora irei me preocupar mais, pois a dengue é uma doença muito grave e pode matar”, ressalta
maz de Aquino, as agentes apre-sentaram nos dias 6 e 7 deste mês slides sobre os perigos da doença e discursaram a respeito da necessidade de se eli-minar os criadouros do mosquito. Os alu-nos da escola também participaram de uma gincana, com o objetivo de reunir materiais como latas e pneus. A premiação foi uma visita ao zoológico e ao observatório, em São Carlos. “É mais fácil conscientizar as crianças e os ado-lescentes, pois possuem mais facilidade para a mudança de comportamento, além de alertarem aos pais sobre os perigos da doença”, destaca Laís. As agentes do PSF também realiAgente do PSF falando dos perigos da dengue zam trabalho de edu- cação e aos alunos da escola Adolpho T. de Aquino
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Aplicação de venenos deve seguir normas da Sucen Outras ações utilizadas para evitar o avanço da doença são: utilização da nebulização (nuvem de fumaça para matar o mosquito), e do larvicida, (aplicado na água para eliminar as larvas). De acordo com a diretora da vigilância sanitária de Motuca, Susi Elaine dos Santos Falvo, os venenos devem ser utilizados de acordo com procedimentos preconizados pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen). “Somos orientados para fazer a nebulização somente quando há casos confirmados da doença”, explica. “Já o larvicida é apli-cado quando há suspeita de dengue”. De acordo com Susi, a utilização desen-freada dos venenos pode acarretar em mosquitos mais resistentes, o que contribui para a proliferação da doença.
Sintomas da dengue Início súbito com febre intensa, dor de cabeça, dores fortes nos olhos, na musculatura e nas juntas, podendo surgir erupções na pele. As formas mais graves da doença são as hemorrágicas, que acometem pele, tecidos subcutâneos e trato intestinal, podendo levar ao choque e ao óbito.
Cuidados para evitar a procriação do mosquito A maneira mais eficaz de evitar a dengue é não deixar o mosquito proliferar. Isto pode ser feito acabandose com os criadouros (garrafas, pneus, pratos de vasos de plantas, bacias, copos descartáveis e sacos plásticos, entre outros obje-tos que podem acumular água). Também é necessário manter sempre limpa a caixa d’agua e poços. Além disso, deve-se evitar jogar lixo nas ruas e quintais, pois mesmo tampas de garrafas pet, copos plásticos e brinquedos podem ser locais para proliferação do mosquito. Fonte: http://www.departamentomedico.com
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A bela história de Malhada e Grandão “Um amor que nem a morte pôde destruir”
Era 12 de março, os raios de sol expulsavam as trevas que davam lugar àquela bela manhã de verão. Quando estava tomando café, é que tive a estranha notícia de que, entre os alicerces onde seria a casa de minha tia, se transformou em moradia a uma família de cães. Fui lá ver e, na frente da casa, um cão velho de pêlo alaranjado e de aparência cansada, fitava a mim e a meu pai com grande desconfiança. Entramos lá e ele logo começou a latir, como se quisesse avisar a alguém. Entrando na casa, logo avistamos uma ninhada de filhotes e uma jovem cachorra branca malhada, que rosnava, ameaçando nos morder. Demos comida e ela se acalmou. Começamos a cuidar dela e do cão todos os dias e eles começaram a gostar de mim e de minha família. E então, resolvemos escolher seus nomes. A ela de-mos o nome de Malhada e a ele, de Grandão. Passaram-se meses e os filhotes to-maram seus rumos. Achamos que agora Grandão deixaria Malhada, mas não foi o que aconteceu. Dizem que o amor de verdade só pode ocorrer com humanos. Discordo totalmente, pois o amor de Malhada e Grandão batia todos os recordes. Os dois se amavam tanto que nada podia separá-los. Passou-se um ano e descobri a história deles. Grandão era de um homem muito ruim que o maltra-tava. Um dia, Grandão, cansado daquela violência, mordeu seu dono, que o expulsou de casa. Malhada, por sua vez, fora abandonada em Motuca, minha cidade,
e um cabeleireiro cuidou dela, mas ela fugiu e, quis o destino, que se encontras-se com Grandão. Estavam Malhada e Grandão a passear pelas ruas, quando um homem de carroça pegou Grandão e o levou para outra cidade. Malhada se entristeceu e vivia deitada nas calçadas, com seus olhinhos de cor negra, marejados de lágrimas. Passaram-se, assim ,quinze dias sem notícias de Grandão. Malhada parecia não ter mais vontade de viver. Mas, seu destino foi bom, pois Grandão estava de volta, magro, mas feliz. A volta de Grandão encheu de alegria o pequeno coração de Malhada, e o casal
amou-se mais do que nunca. Tentaram várias vezes separá-los, mas o amor dos dois quebrava quaisquer barreiras. Passando-se alguns dias, tive a notícia de que Grandão fora atropelado, mas sobrevivera. Ele ficara manco e já muito fraco quando foi levado a um sítio para receber cuidados. Malhada novamente se entristeceu, mas a cada dia, enchia seu coração com a esperança de que ele voltasse curado. Na fazenda, Grandão ficou com profunda tristeza ao ver-se separado de Malhada. Tentava fugir, mas não tinha força em suas pernas envelhecidas pelo tem-po. Já não era o mesmo cachorro de antes. O jeito era esperar sua melhora para logo voltar correndo ao amor de sua vida. A cada dia, sua dor aumentava. Grandão perdera as esperanças e, um dia, fechou os olhos para sempre. Diariamente, Malhada acordava esperançosa para novamente ver seu amor. Já não comia bem, apenas pensando em Grandão. No dia da morte dele, Malhada per-deu todas as esperanças de viver.
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An-dava triste pelos cantos e já não se alimentava mais. Vivia deitada no meio da rua, como se quisesse se suicidar. Já não queria mais viver. Outros cães se aproximavam dela, mas ela só queria amar Grandão. Tentávamos agradá-la de todas as formas, mas já não era mais feliz. Um dia, um carro atendeu ao pedido de Malhada e ela não viu mais o sol nascer. Todos da cidade estranharam a coincidência dos acontecimentos, mas deixaram por isso mesmo. Não acredito que tenha sido coincidência. Aquilo fora um caso de divino amor. Creio que não há explicação para um amor tão grande quanto aquele, que nem o sábio dos sábios soube explicar. Um amor que nem a morte, nem nada podem destruir. Esta história nos mostra que não importa quem ou o que somos para viver um grande amor. Assim, termina a história desse amor que nenhum humano é capaz de repetir.
Marina Vieira Alves, estudante
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Na Área... Espaço Jovem
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Motuca está com um número cada vez maior de jovens que trabalham fora. Por falta de oportunidade na cidade, buscam na região uma vaga de emprego. Conversamos com Fábio Donizete Paiva, 26 anos; com Vânia Cristina Gorgulho, 22, ambos empregados em Araraquara, e Altair Pereira da Cruz, 29, que trabalha em Guariba. Eles nos revelam como é a vida do jovem que viaja quase todo o dia para trabalhar. Gabriela Marques Luiz apresenta. “A cidade é muita fraca em número de empresa e em estudo. Não tem curso e a Prefeitura não ajuda muito com isso”, afirma Fábio, que ainda diz: “Precisava trazer cursos técnicos para qualificar a mão-de-obra existente em Motuca”. Altair confirma. “É fundamental trazer serviço e qualificação profissional para o pessoal.” Trazer empresas e oferecer qualificação também é uma solução observada por Vânia, que completa. “Oferecer empregos e cursos também para as mulheres, porque, geralmente, as empresas que vieram para cá são mais voltadas para os homens”. Volta para Motuca
O cansaço da viagem é a principal dificuldade para Altair, Vânia e Fábio Falta de oportunidades
Por falta de opção em Motuca, esses três jovens tiveram que buscar emprego em outras cidades. Fábio é montador de móveis em Araraquara, mas também trabalha na região quando necessário. “Foi difícil eu conseguir emprego fora, tive que ralar muito”, diz. Trabalhando em Guariba como caldeireiro, Altair con-seguiu emprego rápido. “Na minha área é fácil encontrar serviço, ainda mais porque tenho três profissões: caldeireiro, soldador e cozinhador”, conta. Vânia, empregada como vendedora de roupa, contou com o conhecimento na área para conseguir um serviço em Araraquara. “No meu caso foi mais fácil, pois já tinha experiência”, explica. Dificuldades de se trabalhar fora
Foram unânimes: o cansaço da viagem é a maior dificuldade que eles en-frentam para trabalhar fora. “É muito cansativo sair às 6h e só voltar para minha casa às 20h40, por falta de horários de ônibus mais flexíveis”, relata Vânia. Para
Fábio, a viagem é mais can-sativa que o próprio emprego. “É muito estressante”, afirma. Para Altair, além do cansaço de acordar às 5h30 para pegar o ônibus, tem o fato de passar muito tempo longe da família. “Quando eu trabalhava aqui, ia para minha casa almoçar e ficava mais tempo em casa. Hoje, fico mais com os colegas de serviço do que com minha própria família”, lamenta. Além do cansaço, tem o custo da viagem. Altair não paga o transporte, pois fica por conta da empresa, e Vânia ga-nha quatro passes por dia da loja onde trabalha. Já Fábio, que precisa de veículo próprio para se locomover, tem uma ajuda de custo, mas considera insuficiente. A falta de emprego em Motuca
Atualmente, as dificuldades que os jovens têm de conseguir emprego, no ponto de vista dos três, é motivada pela falta de oportunidade e qualificação. São exatamente esses problemas que Motuca
Os três já trabalharam em Motuca. Altair e Fábio na extinta Usina Santa Luiza e Vânia como babá e empregada doméstica. Todos cogitaram a idéia de trabalhar em Motuca novamente se surgir oportunidade. “Eu trocaria meu emprego em Araraquara por um em minha cidade. Só pelo fato de poder estar na minha casa já compensaria”, diz Vânia, que trabalha fora há um ano. Já Altair e Fábio só trocariam seus empregos na região por um em Motuca se tivessem segurança no trabalho. “Só
trocaria por uma empresa consolidada”, conta Fábio. Altair completa. “Empresa pequena oscila muito. Já nas grandes, me sinto mais seguro”, afirma. Transporte
Vânia conta que perde cerca de 4h por dia no transporte para o trabalho, o que a deixa ainda mais cansada. “Deveria ter um horário de ônibus para quem trabalha fora chegar mais cedo em casa, e isso parte da Prefeitura, pois já fizemos um abaixo assinado e nada foi resolvido”, protesta. E ainda completa. “Já temos que sair de nossa cidade para poder trabalhar. Precisamos de uma ajuda da Prefeitura. Uma iniciativa, de pelo menos, conversar com a empresa de ônibus que nos leva”. Altair conta que foi a empresa onde trabalha, em conjunto com a prefeitura de Guariba, que contribuiu com o transporte, alterando os horários de ônibus para ajudá-los. “A prefeitura daqui não nos ajudou em nada. Nós trabalhamos fora, mas pagamos impostos aqui”, diz. Fábio propõe que a Prefeitura coloque a disposição um veículo. “Poderia ceder o microônibus, por exemplo, para levar e buscar as pessoas que trabalham fora e não tem horário de ônibus flexível”.
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Espaço de cidadania e qualidade de Vida
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Fábio Falvo e Maria Angélica
BOLO VERDE
Viajar! O melhor da Qualidade de Vida! Quando se fala em qualidade de vida, uma das primeiras coisas que vem à mente é viajar. Sair por aí, abre nossos olhos para coisas novas, aumenta nossos conhecimentos, nos ensina boas maneiras, cria laços com outras pessoas e lugares. Funciona mais ou menos como se a pessoa estivesse vivendo uma vida que não é sua, um meio de fugir da realidade e viver um belo sonho. Excelente opção também para quem deseja sair da rotina, desestressar e ainda renovar as baterias para continuar a vida. Viajar se tornou uma atividade muito popular, mas é preciso saber o que você está buscando para se enriquecer. Pretendemos aqui, ajudar você a explorar o que de melhor uma viagem pode lhe oferecer: Escolha um caminho: É o primeiro passo do viajante, sendo preciso saber que o caminho pode ser ali na cidade vizinha ou em um país distante. Busque informações: Ao se decidir é importante buscar informações deste local, definir o meio de chegar e onde se hospedar. Saiba também o que o lugar oferece de melhor. Custo da Viagem: É preciso saber todos os gastos: transporte, hospedagem, alimentação, diversão e as lembrancinhas. Calculado todos os custos, defina a melhor opção de pagamento. Hoje é possível parcelar em várias vezes. Para isso, uma boa dica é procurar uma agência de viagem. Companhia: Não há nada melhor do que viajar com uma boa companhia, alguém com quem você tenha intimidade
suficiente para criar um clima diferente do cotidiano. O mais importante não é só lugar para onde você viaja, mas com quem você viaja.
Locais Turísticos: Cada lugar tem características únicas, descobri-las é o segredo do sucesso da viagem, portanto, além daquela praia famosa ou aquela construção fantástica, é preciso vasculhar e encontrar uma ruazinha charmosa com um bom café ou um gelado chopp, entre outros locais. Gastronomia: O que comer durante os passeios tem que ser uma escolha muito especial. Portanto, procurar um
bom restaurante, cantina ou até um quiosque e ali saborear algo nunca experimentado, valerá por si só a viagem e no retorno você trará consigo na memória as delícias experimentadas. Mas atenção! É preciso ter muito cuidado com a alimentação. Muitas vezes a comida típica da região pode ser “pesada”. Observe também o ambiente, veja a limpeza e o movimento do local, qualquer vacilo na alimentação pode acabar com a viagem. Nossa dica mais importante: Não adianta deslocar seu corpo se sua cabeça não lhe acompanhar. Desligue-se dos problemas.
Para refletir... Muitos de nossos comportamentos trazem sérios prejuízos sociais. A maneira como agimos em relação ao destino do lixo, a forma como tratamos o meio ambiente (fauna e flora), a formação de criadouros do mosquito da dengue em nossas residências, o gasto desnecessário de água, entre outros exemplos, orienta nossa espécie, e consequentemente as outras, para um futuro sombrio. Esta não é uma profecia apocalíptica. Está baseada em relatórios científicos, como os que demonstram o aquecimento global decorrente, principalmente, da ação humana (governamental, industrial e individual). Uma solução aparentemente simples, mas de difícil execução, pode nos salvar: transformar nossos comportamentos ruins em bons. No entanto, agir de forma contrária aos costumes é incrivelmente difícil para a maioria de nós - para alguns impossível. Somos condicionados, desde a infância, por hábitos adquiridos. Nossos pais e demais familiares, professores, amigos, bem como o meio no qual vivemos, são diretamente responsáveis por nossas ações. Se agimos errado, foi porque nossa orientação foi ruim.
Ingredientes: 1 pacote de mistura para bolo sabor limão 4 ovos 1 copo de iogurte natural (200 g) a mesma medida de óleo 1 colher de pó royal 1 caixa de gelatina sabor limão Modo de fazer Bater tudo no liquidificador de 4 a 5 minutos. Coloque para assar em forma untada por 30 a 35 minutos. Cobertura 1 lata de leite condensado suco de 2 limões Misturar bem e cobrir o bolo já frio Receita eviada por: Elaine Marques Luiz Envie também sua receita para cenarioregional@gmail.com ou diretamente a um de nossos coloboradores.
Mudança de comportamento Os governantes são os principais agentes da mudança de nosso comportamento. Podem realizá-la por meio de investimento em educação e cultura de qualidade, mecanismos comprovadamente eficazes. E ainda podem nos forçar a mudar, pela criação de leis e aplicação de multas, mas por representar atos impopulares, são instrumentos pouco acionados. Também podem nos oferecer gratificações, como incentivos fiscais e premiações. Quem não se lembra da eminência do apagão? O governo aplicou multas e criou incentivos e, até hoje, muitos de nós continuamos a economizar energia em função do acontecimento. Nossos comportamentos ruins já trouxeram muitos danos. Causaram doenças, mortes, catástrofes naturais e, tudo indica, serão responsáveis por ainda mais estragos. A questão não é sermos politicamente corretos ou socialmente responsáveis. É sermos solidários aos nossos pais, irmãos, amigos, filhos, netos, bisnetos.... O futuro das próximas gerações depende de cada um de nós. REFLITAM
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um serviço de utilidade pública
Atleta de Motuca disputará sul-americano máster na Argentina Competidor tem como objetivo bater recorde no salto em distância Mestre é destaque regional no atletismo, esporte que pratica desde os doze anos
Gabriela Marques Luiz / Jairo Falvo
O atleta Augusto Celso Mestre tem como objetivo bater o recorde do salto em distância em sua categoria (45 a 49 anos), no Campeonato Sul-Americano de Atletismo Veterano, que será realizado em Rosário, na Argentina, entre os dias 22 e 29 de novembro. Atualmente, a melhor marca é de 6,06 metros. “Estou retornando agora, depois de muito tempo parado, com mais experiência, vontade e garra”, declara o atleta, que também é Diretor Esportivo do Município. Além do salto em distância, Mestre disputará as provas de 100 e 200 metros rasos. “O nível do Sul-Americano é muito alto”, analisa, “Estou treinando para competir de igual para igual com os atletas que estarão lá”. A participação do atleta no Sul-Americano começou em 2005, quando soube que estava em andamento o Campeonato de Atletismo para Veteranos. Mas foi só agora que teve a oportunidade de re-tornar ao atletismo, após ser apresen-tado ao dirigente de uma Associação de Ribeirão Preto, que o convidou a competir no Sul-Americano. Uma parte dos custos é
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bancada pela Associação, como taxas e o hotel. Outra fica por conta do atleta ou de seu patrocinador, como a passagem até o destino da competição. O Sul-Americano, assim como o Campeonato Brasileiro, tem como finalidade somar pontos para que o competidor possa participar no Campeonato Mundial. O Sul-Americano é realizado uma vez ao ano, diferente do Campeonato Brasileiro, que é dividido em várias etapas. Mestre pratica o esporte desde os 12 anos. “O atletismo serve de base para todas as outras modalidades”, afir-ma o multiesportista, que também pra-tica voleibol e futebol. Atletismo em Motuca
Atualmente, existem jovens de Motuca sendo treinados para competir futuramente no atletismo. “Ainda estão no básico”, revela o diretor de esportes. Motuca chegou a ter uma equipe de atletismo, que participou dos Mini-Jogos em 1998. Há também o interesse de trazer outras modalidades para o esporte motu-quense como basquete, biribol e bocha, além do atletismo, para disputar os próximos Jogos Regionais. A cidade conta, atualmente, com equipes de futebol, futsal e voleibol.