Directório
de
HABITAÇÃO
Esta revista é suplemento integrante da edição nº 3769 de 12 de Junho de 2009 do semanário REGIÃO DE LEIRIA. Não pode ser vendida separadamente.
Directório de Habitação 12 JUNHO 2009
SUMÁRIO |
Abrir a janela às oportunidades ..................................................................................................................4 Baixa de preços convida ao investimento ...................................................................................................5 Encontrar soluções à medida ......................................................................................................................6 Arrendamento: O que tem falhado? ............................................................................................................8 Mercado oferece novas opções ...................................................................................................................9 Opinião: Os incentivos ao arrendamento jovem .......................................................................................10 Concorrência obriga a estratégias de diferenciação ...............................................................................12 Construção mais amiga do ambiente .......................................................................................................14 Casas ganham BI energético .....................................................................................................................15 Resolver dois problemas num negócio.....................................................................................................16 Opinião: Habitação é um bom investimento em tempo de crise?...........................................................17 Opinião: Novos modelos no mercado são benéficos? .............................................................................18
FICHA TÉCNICA Director Francisco Rebelo dos Santos Director Executivo João Carreira Editor Coordenador Carlos Almeida Textos Patricia Santos Fotografia Joaquim Dâmaso, Arquivo Direcção Comercial Alda Moreira Publicidade Alda Moreira, Ana Gomes, António Cardoso e João Agrela Paginação Semanário REGIÃO DE LEIRIA Impressão Imperjornal, S.A. Tiragem 22.000 exemplares
Esta revista é suplemento integrante da edição nº 3769 de 12 de Junho de 2009 do semanário REGIÃO DE LEIRIA. Não pode ser vendida separadamente.
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Abrir a janela às oportunidades Para João Duque, docente do Instituto Superior de Economia e Gestão, “o imobiliário sempre foi e continuará a ser uma forma alternativa de investimento, com rendibilidades interessantes e muito seguro”, lembrando que a evolução de preço nas últimas João Duque décadas tem sido “muito positiva”. docente do Instituto Superior Como em qualquer investimento, não de Economia e Gestão há garantias que o imobiliário tenha sempre um rendimento positivo. No entanto, se houver uma perspectiva de longo prazo, a alteração de preço, ao qual se po-
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NVESTIR OU NÃO NVESTIR?
A dúvida está presente na mente de empresários e particulares. Por um lado, um cenário de crise, que provocou uma redução de preços, taxas de juro historicamente baixas e desconfiança perante produtos financeiros de capital de risco. Por outro, acesso mais difícil ao financiamento e um grande sentimento de desconfiança.
dem juntar as rendas recebidas, dão boas indicações de retorno financeiro. O mercado imobiliário tem sido animado com o aparecimento de novas opções, como permuta directa de imóveis, arrendamento com opção de compra ou créditos com maior cobertura de riscos, que podem trazer benefícios a compradores. Para João Duque são factores positivos, que “aumentam a flexibilidade ao investimento” e que permitem uma maior “adequação a potenciais perfis e diferentes investidores”. Mas, se o mercado oferece boas oportunidades de negócio, existem alguns riscos associados. João Duque destaca o incumprimento de pagamentos de rendas e risco de litigação em tribunal, como as maiores dificuldades que podem surgir, devido à legislação que rege o arrendamento em Portugal e à demora dos processos judiciais. O recurso a garantias bancárias pode representar um aumento no custo do aluguer, mas uma segurança adicional para o proprietário. Com todos os prós e contras envolvidos em qualquer decisão de investimento, o professor de Finanças, considera que a actual conjuntura pode ser “um momento adequado” para apostar no sector imobiliário, ainda que seja necessária a disponibilidade, por parte do investidor, de correr alguns riscos pela incerteza do desenrolar do quadro económico.
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REDUÇÕES E VALORIZAÇÃO MAIS LENTA SÃO OPORTUNIDADES
Baixa de preços convida ao investimento Dificuldade de acesso ao crédito, excesso de oferta de habitação nova e aumento nas situações de desemprego. Três factores que contribuem para que o preço real nas habitações tenha descido nos últimos meses. Para João Paulo Sobreira, director de agência da Remax, o actual cenário “é benéfico para quem quer comprar ou investir”, ainda que se apresente “desfavorável para quem quer vender”. Também Fernando Lopes, sócio-gerente da imobiliária Casas do Lis, considera que existem “óptimas oportunidades no sector imobiliário”, com quebras no preço que podem atingir os 15 por cento. “Para os investidores é bom, porque não têm de esperar para rentabilizar o negócio”, afirma Estefânio Martins, proprietário da imobiliária Petro Domus, também defende que a habitação continua a ser um bom investimento, alertando que “não houve descidas de 30 por cento, de forma generalizada”, mas antes reduções de alguns promotores imobiliários. As maiores dificuldades no acesso ao crédito e o excesso de construção contribuem para uma redução na valorização da habitação. “Até 2007 os imóveis aumentavam de preço no período entre o início e o fim da construção”, afirma Estefânio Martins. O agente imobiliário considera que o actual cenário vai permitir “um rejuvenescimento do mercado”, através de uma redução na construção de
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PORTUNIDADE?
O preço real das habitações tem descido nos últimos meses. É um cenário benéfico para quem quer investir.
novas habitações, mas apostando mais na qualidade, para responder a um mercado mais exigente. O responsável pela Petro Domus defende ainda a necessidade de investimento nas zonas históricas, mercado que tem potencialidades. Para isso há que apostar na reabilitação, a preços comerciais, refere.
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FINANCIAMENTO
Encontrar soluções à medida Prestações fixas ou variáveis, várias modalidades de seguros, produtos especiais para imóveis destinados a arrendamento. No mercado actual não faltam soluções de financiamento para aquisição de habitação. A era do “crédito fácil” até pode ter terminado, no entanto, o sector bancário parece apostado em apresentar soluções mais flexíveis aos investidores.
O truque para um bom financiamento está em avaliar as melhores condições para cada situação e ter sempre em conta as repercussões no longo prazo. A PRESTAÇÃO QUE MAIS CONVÉM Prestações com taxas de juro fixas, mensalidades mais baixas nos primeiros anos, períodos de carências pagamento inicial apenas dos juros. O acesso ao crédito tem agora um crivo mais apertado, ainda assim, são várias as opções disponíveis, à medida de necessidades diferentes. Para um bom negócio há que comparar e avaliar os reflexos do crédito no curto, médio e longo prazo. AGARRAR AS OPORTUNIDADES Se encontrou a casa dos seus sonhos, ou se precisa de uma solução mais adequada à família, não é necessário desperdiçar uma oportunidade de negócio, à espera da venda da actual habitação. No mercado existem soluções que permitem adquirir agora a casa nova e esperar por uma melhor oportunidade de venda da casa antiga. PREVENIR PARA NÃO REMEDIAR Um crédito à habitação obriga sempre à subscrição de seguros para protecção do imóvel e dos titulares do empréstimo. Se a protecção da habitação, do recheio, ou os seguros de saúde e de vida são frequentes na hora de procurar financiamento para uma casa, as seguradoras têm cada vez mais opções para garantir o cumprimento das obrigações. Desemprego ou baixa médica são opções que pode incluir no seguro, dando mais garantias de segurança ao longo do período de vigência do crédito.
CUIDADOS A TER NA HORA DA COMPRA Comprar casa é um passo importante na vida de qualquer pessoa. Para que um momento de felicidade não se torne numa grande dor de cabeça existem pequenos passos importantes para evitar dissabores futuros. Conhecer bem, para escolher melhor já diz o ditado que a pressa não é boa conselheira, especialmente numa compra que, muitas vezes, representa o investimento de uma vida. Mesmo que se goste logo da habitação é importante fazer várias visitas, a diferentes horas do dia, para perceber melhor o ambiente, a vizinhança ou a exposição solar, por exemplo. O comércio, os serviços e a rede de transportes públicos existentes na zona também podem contribuir para uma melhor decisão.
PREVENIR COMPLICAÇÕES LEGAIS. Deslocações a algumas entidades podem ajudar a conhecer a real situação do imóvel. Na Conservatória do Registo Predial pode verificar se o imóvel está registado em nome do vendedor ou se existem hipotecas ou penhoras a favor de terceiros. No serviço de Finanças da área do imóvel poderá ser importante ver se o imóvel está livre de herdeiros com direito de preferência, ou inquilinos,
ou se o Imposto Municipal sobre Imóveis está em dia, no caso de compra em segunda mão. Uma visita à Câmara Municipal, pode ser importante para verificar se já foram emitidas as licenças de construção e de habitação. Caso se adquira terreno para construção, é importante confirmar se está em zona autorizada para construção.
OPTAR PELO MELHOR FINANCIAMENTO. Comparar várias possibilidades e fazer os cálculos a longo prazo, prevendo os vários cenários, são regras essenciais para quem quer encontrar o melhor financiamento para compra de casa. Na hora de recorrer ao crédito há que ter atenção a vários critérios. A Taxa Anual Efectiva (TAE), que reflecte o valor total do empréstimo. Avalie os produtos que possam estar associados e os seguros e faça as contas ao valor global a gastar. Há que ter atenção às taxas promocionais, podem ser uma boa opção, mas há que ter a noção do valor após o período da promoção. Compare as diferenças na Euribor (duração, revisão) e Spread.
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PUBLIREPORTAGEM
A oferta do quádruplo benefício A Macolis, SA com uma experiência consolidada desde há vários anos na área solar, assente num percurso de 25 anos, tem em curso a Campanha Solar Térmico 2009. Esta campanha inclui um conjunto de benefícios e maisvalias que vão muito além das oferecidas pela Medida do Governo 2009, que continua a esbarrar num grupo restrito de marcas e fabricantes e bloqueada com desinformação. Sob marca própria SolarMACO, a Macolis consolidada numa parceria com instaladores credenciados, enquanto últimos responsáveis pela comercialização, instalação e assistência técnica, está em condições de oferecer as melhores soluções e respostas às questões que continuam na mente dos consumidores.
Para que pode ser aproveitada a energia solar? Pode ser utilizada para a produção de energia eléctrica para venda à rede - aproveitamento fotovoltaico, ou para aquecimento e produção de águas quentes sanitárias - aproveitamento térmico.
Quais as diferenças entre os sistemas termossifão e circulação forçada? O sistema termossifão consiste geralmente num conjunto de colectores ligados a um depósito posicionado a um nível mais alto do que os colectores. Não são necessárias bombas circuladoras, pois a circulação de água faz-se de forma natural, induzida pela diferença de densidade entre a água quente e fria. Este sistema apresenta maiores perdas de energia. A circulação forçada é mais eficiente e é caracterizada pela existência duma bomba circuladora para forçar a circulação do fluido de transferência nos colectores. Esta bomba é comandada por uma unidade de controlo que reage à diferença de temperatura entre a água à saída dos colectores e a temperatura da água na parte mais baixa do depósito.
Quais os benefícios fiscais associados? Dedução, em sede de IRS, de 30% do valor de aquisição e instalação do equipamento, com limite de 796 € em 2009.
Qual o custo de um sistema solar? Quais as condições para a instalação de painéis solares térmicos? A condição básica é ter uma superfície (no mínimo entre 2 a 6 m2, mediante o nº de pessoas da habitação) orientada a sul e livre de sombreamentos, para que a exposição seja a máxima possível. Todas as outras condicionantes têm a ver com cada instalação específica.
Que níveis de poupança permitem os sistemas solares? No consumo de águas quentes sanitárias um sistema solar permite uma poupança energética cerca de 80% e até 40% no aquecimento central, quando complementados com outros sistemas.
Existem diferentes modalidades de financiamento de crédito que tornam possível a aquisição de um sistema solar térmico a partir de 61€ por mês, para um prazo de 36 meses.
Qual o quádruplo benefício oferecido pela Macolis? Além do desconto equivalente à comparticipação do estado no solar térmico, redução da factura energética anual até 80%, direito à dedução fiscal a Macolis com um serviço personalizado e experiente “chave na mão” assente num modelo fabricante – distribuidor – instalador oferece sistemas integrados complementados com os sistemas solares que permitem maiores níveis de eficiência energética, desde
caldeiras condensação, que reduzem consumos de gás até 30% além de outras soluções.
E quais as vantagens dos sistemas solares fotovoltáicos? Além de produzirem electricidade constante sem necessitar de manutenção, numa perspectiva de investimento trata-se de uma boa aplicação, dado que o retorno do investimento acontece ao fim de 8 anos e o tempo de vida do equipamento é de 25 anos. Tratando-se de uma aplicação num equipamento de energias renováveis é também dedutível no IRS.
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Arrendamento O que tem falhado? O objectivo que esteve na base da criação Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU) foi melhorar o equilíbrio entre o direito a uma renda justa, por parte do senhorio, e o direito a uma habitação condigna, pelo inquilino. No entanto, para o advogado Mapril Bernardes, responsável em Leiria da Ordem dos Advogados, os objectivos não foram cumpridos, ainda que admita “ser óbvio que já é de pensar duas vezes antes de optar pela compra ou arrendamento”. A falta de incentivos fiscais é um dos entraves ao arrendamento em Portugal. Para Mapril Bernardes é “caricato” que apenas as despesas classificadas de “condomínio” possam ser deduzidas nos impostos. “Um proprietário de mais idade não terá condições de fiscalizar e gerir os imóveis, pelo que é da mais elementar justiça que se possa deduzir despesas, não só com obras necessárias, como com a remuneração a quem gerir os prédios”, defende o advogado. A par disto, é ainda necessário criar “incentivos fiscais efectivos” ao arrendamento, sustenta Mapril Marques. A degradação do parque habitacional é outro grande entrave à expansão do arrendamento em Portugal. A criação de incentivos a obras de recuperação torna-se essencial para que a habitação se torne mais atractiva. Neste campo, as autarquias têm um papel importante a assumir, através da recuperação e reabilitação dos centros urbanos, defende o advogado. NOVO ESTILO DE VIDA PRECISA-SE “O conceito de estilo de vida” é o grande entrave apontado por António Tinoco à opção pelo arrendamento na hora de procurar casa. “A ideia fossilizada nas pessoas é a de um dia comprar a tal casa própria”, sublinha o perito avaliador imobiliário da Comissão de Mercados e Valores Mobiliários (CMVM).
Entender que as pessoas têm de estar disponíveis para uma maior mobilidade ao longo da vida é urgente, defende António Tinoco. Se o mercado imobiliário pode ser uma forma de investimento, o avaliador imobiliário, considera que a maioria dos negócios que se realizam no País não segue essa filosofia, defendendo a chegada do tempo de uma “maior fluidez residencial”. UMA CASA QUE NÃO CORTA AS ASAS Nas últimas décadas criou-se uma imagem de alguma descrença em relação ao arrendamento. No entanto, a actual situação económica abre perspectivas aliciantes nesta área. Com a baixa de preços aparecem novas oportunidades, já que as restrições impostas à actualização de rendas se tornam “quase ridículas”, devido à “dificuldade em manter, sequer, o arrendamento pelo mesmo preço”, afirma Mapril Marques. Aos preços mais acessíveis deve juntar-se as novas necessidades que o mercado de trabalho cria. À medida que o conceito “emprego para a vida” vai perdendo força, também a ideia de comprar uma casa para a vida se torna menos prática. A grande vantagem que o arrendamento oferece é a possibilidade de ter uma casa, sem hipotecar a liberdade de movimentos, algo essencial nos dias de hoje, defende o perito avaliador imobiliário, António Tinoco. Mas, ainda que o arrendamento ofereça um preço mais acessível e uma maior flexibilidade, António Tinoco considera que o aumento da oferta seja uma situação conjuntural. A menor confiança das famílias em avançar para a compra, o acesso mais difícil ao crédito e a necessidade que os promotores imobiliários têm em realizar negócio são as três razões que têm contribuído para o fenómeno, no entender de António Tinoco.
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Mercado oferece novas opções Arrendar para mais tarde comprar O Governo colocou o arrendamento com opção de compra na ordem do dia, quando anunciou a criação de fundos de investimento para arrendamento habitacional, uma das medidas anti-crise. A par desta iniciativa, outras empresas têm criado condições vantajosas para o arrendamento com opção de compra. Em Leiria, a Vigolarte lançou, recentemente, uma campanha que abrange 18 apartamentos do empreendimento Hill Side. O objectivo é permitir o acesso a uma habitação de qualidade, numa altura mais difícil para avançar com a compra de casa. Com esta opção, a Vigolarte dá a possibilidade de arrendar um apartamento novo, dando mais tempo para a venda da anterior habitação. Além disso, o valor das rendas do primeiro ano é inteiramente deduzido na compra, havendo um período de dois anos para a tomada de decisão. Por um valor de rendas que oscila entre os 500 (T2)
e os 700 euros (T4), é possível dar o primeiro passo em direcção à habitação própria, beneficiando de um empreendimento que oferece apartamentos de qualidade, em termos de acabamentos e design, com inovações tecnológicas e uma boa localização privilegiada. Apesar de, actualmente, haver uma maior aposta no arrendamento com opção de compra, a solução não é nova no mercado. No caso da imobiliária Casas do Lis já existe há três anos. Fernando Lopes, sóciogerente da empresa, refere que o arrendamento com opção de compra é, geralmente, procurado por pessoas com dificuldades no acesso ao crédito, ganhando alguns meses para fazer a compra, ou por quem procura uma casa para arrendar, mas com intenções de adquirir habitação própria no futuro. É uma forma de adiarem uma compra definitiva, sem andar depois “com a casa às costas”, refere Fernando Lopes.
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A LEGISLAÇÃO E OS INCENTIVOS SÃO FAVORÁVEIS AOS JOVENS QUE PRETENDAM ARRENDAR CASA?
“As autarquias devem promover a reabilitação urbana dos centros históricos”
“Os jovens continuam a encontrar um sistema burocrático e inquisitório”
Em primeiro lugar, considero a habitação, a par da educação e do emprego, um pilar fundamental no processo de emancipação dos jovens, cabendo ao Estado, por imperativo constitucional, a promoção de políticas tendentes à prossecução de um Diogo Coelho Presidente da Federação Distrital efectivo direito à habitação. Neste domínio, em de Leiria da JS contínuo aperfeiçoamento, com o Governo do PS, foi possível dar passos bastante positivos através da criação do Programa Porta 65 Jovem que possibilitou aumentar o número de jovens beneficiários abrangidos face ao antigo IAJ, apoiando quem realmente precisa. Pese embora, o Porta 65 Jovem constitua um verdadeiro incentivo ao arrendamento, a meu ver, torna-se necessário ir mais além, devendo também as autarquias assumir um papel de activos agentes promotores da reabilitação urbana dos seus centros históricos, fomentando a construção de habitação e recuperação de imóveis devolutos a custos controlados, destinando-os preferencialmente ao arrendamento por jovens. A nível nacional, 6 por cento das candidaturas aprovadas em Dezembro de 2008 são de jovens do distrito de Leiria, número que pode ser potenciado com a criação de gabinetes de apoio ao Porta 65 nas autarquias, onde os jovens se possam dirigir para pedir esclarecimentos e elaborar as candidaturas.
A resposta é claramente negativa. O actual Governo Socialista já assumiu o erro na criação de um regime inacessível para o Porta 65. Aliás, a própria designação alusiva ao artigo 65º da CRP, sobre precisamente a questão da João Paulo Costa habitação, acaba por ser um insulto aos miPresidente da Comissão Política lhares de jovens que foram excluídos deste Distrital de Leiria da JSD programa. Em primeiro lugar deve o Governo e o PS considerar a habitação como uma questão que tem que ver com a realização do indivíduo, de certa forma uma “declaração de independência” do indivíduo em sociedade, só a partir deste momento encaramos o problema com a seriedade necessária. Posteriormente devemos encarar a forte necessidade de regulamentação deste mercado, falamos de preços muitas vezes superiores ao avaliado. A JSD é apologista duma modalidade em que o proprietário declara esta modalidade de arrendamento (jovem), em troca de benefícios da administração fiscal. Por último e o mais importante: os jovens continuam a encontrar um sistema burocrático, inquisitório e sobretudo que protege o “interesse do Estado”, não concedendo subsídios. Devo deixar ainda uma questão que me parece bastante importante: e a Geração dos 500 €, não são estes se calhar merecedores de alguma atenção e algum apoio?
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PUBLIREPORTAGEM
A vantagem de isolar por fora Em Abril deste ano, a IDEIAS PARA A HABITAÇÃO mudou para novas instalações na Av. Dr. Francisco Sá Carneiro, em Leiria. À solução de aquecimento por piso radiante junta-se agora o isolamento térmico pelo exterior.
Com as crescentes preocupações com a eficiência enérgica, com a aplicação dos novos regulamentos (SCE e RCCTE) e com a busca de um maior conforto térmico pelo cliente/utilizador, as soluções de isolamento térmico pelo exterior (ETICS) apresentam-se como uma solução eficiente de onde se salientam as seguintes características: • Aumento da durabilidade das fachadas que se encontram assim protegidas contra a acção dos agentes atmosféricos (choque térmico, incidência solar, humidade, etc.). • Diminuição dos choques térmicos a que estão sujeitos normalmente as paredes e a estrutura, contribuindo para diminuir os movimentos diferenciais de origem térmica entre a estrutura e a alvenaria, proporcionando assim uma maior durabilidade destes elementos. • Redução das pontes térmicas devido à maior homogeneidade da envolvente, contribuindo assim para um melhor desempenho térmico, além de serem permitidas ainda elevadas espessuras de isolamento. • Diminuição da espessura das paredes, proporcionando assim uma maior área habitável. • Melhoria do conforto térmico de inverno devido ao aumento da inércia associada ao facto
da maior parte das paredes estar pelo interior do isolamento, maximizando assim os ganhos associados à incidência solar. • Melhoria do conforto térmico de verão igualmente devido ao aumento da inércia térmica interior, funcionando a envolvente como um elemento regulador.
perior a 25 anos, de acordo com o estabelecido no certificado de homologação ETA 05/0054, dando lugar à respectiva marcação CE nos produtos comercializados. As directrizes para a aprovação ETAG de um produto ou família de produtos definem exigências de forma a averiguar o desempenho do produto e/ou solução em função da utilização para o qual está previsto, de acordo com o projecto e a sua execução.
• Diminuição das condensações interiores já que as paredes interiores estarão a uma maior temperatura contribuindo assim para aumentar o ponto de orvalho. • Redução do peso das paredes e das cargas sobre a estrutura. • Melhoria da impermeabilidade das paredes. • Grande variedade de soluções e cores de acabamento. • Possibilidade de realizar a aplicação desta solução sem incomodar eventualmente os moradores/utilizadores quando em obras de recuperação/remodelação. Será ainda de salientar que no caso das soluções de ETICS stomixTHERM as massas de acabamento possuírem, logo à partida, aditivos que previnem a formação de bolores, musgos ou fungos além de prevenirem a penetração de humidade na fachada devido ao seu efeito repelente de água. Tais características irão contribuir para manter não só o aspecto original do acabamento como prolongar a sua vida útil. As soluções stomixTHERM foram ainda testadas para que possam ter uma duração expectável su-
Nesse sentido os produtos stomixTHERM são comercializados como um “kit” garantindo assim ao cliente uma compatibilidade total em todos os materiais utilizados.
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EMPRESAS APOSTAM NA QUALIDADE, LOCALIZAÇÃO E OFERTA DE BÓNUS Acabamentos de luxo ou localização privilegiada são algumas formas que os promotores de empreendimentos imobiliários procuram para diferenciar os novos edifícios. A forte concorrência tem contribuído para o aparecimento de novos benefícios. Um desses exemplos é a possibilidade de adquirir uma moradia, com os electrodomésticos na cozinha e um carro na garagem. A opção está disponível nas moradias “Smile Ville”, onde a uma construção moderna, com aposta no design, se junta um automóvel. Joaquim Paulo Conceição, proprietário do empreendimento, justifica a aposta com a necessidade de “um elemento diferenciador”, que permite às famílias mudar de casa e carro ao mesmo tempo e “ter mais por menos dinheiro”. Mais do que uma casa, o edifício New Style, em Fátima, procura oferecer um estilo de vida. Trata-se de um condomínio privado que, além dos apartamentos, oferece campos de ténis, piscina, espaço
Concorrência obriga a estratégias de diferenciação Empreendimento New Style
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de lazer, parque infantil, ginásio e apartamentos com jacuzzi. “Uma linha diferente na habitação da região de Leiria e Fátima”, garante Nuno Martins, da empresa Trindade & Martins Construções, responsável pelo empreendimento. Outro exemplo onde o conforto e a privacidade se assumem como imagem de marca é o empreendimento Casa dos Arcos, em Óbidos. Uma construção concebida para criar casas elegantes e modernas, que permitam o máximo de conforto e privacidade aos moradores. A localização é outra vantagem do empreendimento, tendo como vizinha a vila de Óbidos e estando a pouca distância de Lisboa. A escolha de pontos centrais é cada vez mais um requisito para a construção de edifícios. No caso do empreendimento “Twins”, nos Parceiros, está próximo de três auto-estradas, mas ao mesmo tempo numa posição central da localidade. Além dos bons acessos, beneficia ainda de uma zona de estacionamento e lazer, reservada aos moradores. No caso da Urbanização Fontes do Rei, na Marinha Grande, a localização é também um ponto-chave, onde há ainda a possibilidade de personalizar a habitação. A Nanic – Gestão Imobiliária é a empresa responsável pela venda de lotes com projecto aprovado, que procuram colmatar algum défice de moradias na cidade, de acordo com Alexandre Nicolau, sócio gerente da empresa. Empreendimento Smile Ville
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Empreendimento Twins
Construção mais amiga do ambiente
A legislação e a maior sensibilidade ambiental começam a ter reflexos na construção de nova habitação. O edifício Covinhas, em Fátima, ou o empreendimento Twins, nos Parceiros, são dois exemplos onde a preocupação com a eficiência energética está presente desde o momento da construção. O aquecimento de águas residuais através de painéis solares é a aposta da empresa Quimlena para o empreendimento Twins, actualmente em fase de conclusão. A empresa Divireis apostou numa integração entre energia renovável e estética do edifício Covinhas, instalando painéis fotovoltaicos dissimulados nas varandas, uma forma de se “diferenciar da concorrência e dar um passo na legislação”, refere o responsável Duarte Reis.
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Casas ganham BI energético Está aberta a porta para casas mais amigas do ambiente. O Sistema Nacional de Certificação Energética obriga uma certificação, não só de novas habitações, mas também nas transacções de imóveis, incluindo arrendamento. Hugo Venâncio, responsável da empresa Clima 3, a única em Leiria a fazer este serviço, estima que dentro de dois anos, todos os imóveis já estejam certificados. O responsável considera que esta medida vai trazer benefícios económicos e de conforto e ajudar as pessoas. Mais economia, conforto e respeito ambiental são as razões que Carla Carreira, directora de qualidade da Macolis, aponta para a aposta em sistemas de climatização. Os benefícios económicos são também apontados por António Barbosa, da empresa Barbosa & Barbosa, uma vez que os sistemas de climatização estão já preparados para uma optimização energética. Para Mauro Rodrigues, da delegação de Leiria da empresa Solar Project, as energias renováveis devem ser encaradas como “uma aposta económica e também de futuro”, permitindo manter o nível de conforto. Trata-se de climatizar o lar, reduzindo os custos e contribuindo para o meio ambiente. Pedro Figo, responsável pela
empresa Ideias para Habitação, alerta, no entanto, que se trata de um investimento avultado onde são precisos muitos anos para haver retorno financeiro. Carla Carreira defende que “a opção ideal” passa pela junção entre equipamentos, que permitam melhorar a eficiência energética, com as energias renováveis.
Empreendimento Casa dos Arcos
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PERMUTA DE IMÓVEIS
Resolver dois problemas num negócio A fam família cresceu e a casa não chega. Uma mudança de trabalho dita uma Um ggrande deslocação. Estas são algumas razões que obrigam a procurar uma nova solução para morar. Um processo longo e burocrático que obriga à venda da actual habitação, enquanto se procura uma nova, tentando que compra e venda coincidam ao máximo, para eevitar uma terceira casa no processo da mudança. A permuta directa de imóveis oferece a grande vantagem de resolvver, em simultâneo, o problema de duas famílias, quando a casa já não serve as necessidades. Há possibilidade de satisfazer duas vontades
numa troca, há ainda a poupança no IMT – Imposto Municipal sobre Transacções Onerosas de Imóveis. Estas são as duas grandes vantagens apontadas por João Paulo Sobreira, director de agência da Remax, um exemplo de imobiliária que tem uma campanha nacional de permuta de imóveis. Ainda que não tenha números concretos da adesão que a campanha está a registar a nível nacional, João Paulo Sobreira sublinha que a opção pela permuta de imóveis “está a correr muito bem”. Já Fernando Lopes, sócio-gerente da imobiliária Casas do Lis, considera que a troca de habitações, ou espaços comerciais, é uma solução mais vantajosa para investidores do que particulares. Os benefícios desta solução passam pela possibilidade de ficar com mais um bem, rodar investimento, sem um investimento monetário directo. Para Fernando Lopes um investidor tem a vantagem “de ter mais poder negocial”, o que já não acontece na troca entre particulares.
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A HABITAÇÃO PODE SER UM BOM INVESTIMENTO EM TEMPO DE CRISE?
“O retorno no investimento imobiliário continua positivo” Claro que sim. Ainda há dias, um estudo comparativo, efectuado pelo Investment Property Databank (IPD), revelava que o retorno no investimento imobiliário era positivo, mesmo depois de descontada a inflação, ao contrário do mercado de acções, que registou retornos negativos na ordem dos 49,6 por cento, relativamente às empresas do índice José dos Santos Presidente da direcção regional PSI 20. do centro da APEMIP Os bens imobiliários são bens de raiz, muiAssociação dos Profissionais e Empresas de Mediação to reais, que podem, pontualmente, sofrer Imobiliária de Portugal uma desvalorização. Desvalorização que será sempre breve e recuperável a curto prazo, como todos os estudos indicam. A qualidade é menos visível noutros investimentos, nomeadamente naqueles cuja garantia física é um papel, mesmo que seja um papel genuinamente autenticado. Nesta crise – que é, essencialmente uma crise financeira – acresce, em defesa do imobiliário como investimento alternativo, o facto das taxas de juro estarem baixas e destas taxas se reflectirem nas taxas EURIBOR, que, em regra, fazem o preço do dinheiro dos empréstimos à habitação. Esta é boa altura para se fazer um bom negócio imobiliário.
“Um bom momento para investir na habitação” Perante a actual conjuntura económica adversa, penso que todos devemos privilegiar um maior rigor na gestão dos recursos. Não pretendo por esta via defender a adopção de um espírito pessimista, até porque é também Paulo Gonçalves neste tipo de cenários que se podem encontrar ARICOP – Associação Regional diversas oportunidades de investimento. dos Industriais de Construção e Obras Públicas de Leiria Com a clara superioridade da oferta sobre a procura, rapidamente se sentem os resultados do funcionamento do mercado. O mercado da habitação não é excepção, constatando-se a prática de preços claramente inferiores ao seu valor real. Este poderá representar um bom momento para investir na habitação, sendo certo que a médio prazo se poderá conhecer uma evolução em alta dos preços actualmente praticados. Por outro lado, a habitação pode representar uma oportunidade para investidores, na medida em que o arrendamento representa uma solução para muitas famílias. O Governo deve tomar medidas no sentido de dinamizar este mercado, de que é exemplo o diploma recentemente publicado, com o objectivo de clarificar os requisitos a observar para despejo de um inquilino de arrendamento social, ampliando desta forma as garantias dos senhorios.
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Directório de Habitação 12 JUNHO 2009
OS REAJUSTAMENTOS E NOVOS MODELOS NO MERCADO DE HABITAÇÃO TRAZEM BENEFÍCIOS ÀS PESSOAS?
“Reconfigurar a forma tradicional de mercado” Para novos problemas novas respostas. O mercado não pode ficar estático perante situação de dificuldade e de crise económica. O mercado irá confirmar se as novas hipóteses que estão a surgir são as mais adequadas. Neste momento, há duas situações a ter em atenção. Situações que permitem desafogar o orçamento familiar João Cunha Economista para dar continuidade no cumprimento das obrigações são diferentes do enveredar por esquemas de pagamento de juros sobre juros, que podem prejudicar famílias no futuro. Uma situação transitória é diferente de um acumular de situações que vão ser gravosas no futuro. As pessoas podem não encontrar solução, mas mais problemas. O mercado de aquisição e arrendamento de imobiliário precisa de novas respostas, para se continuar a fazer negócio. Não se pode continuar a pensar em pessimismo. A questão fundamental é a reconfiguração da forma tradicional do mercado, para construção de novas soluções para famílias e agentes do mercado. Não é nenhum drama, é antes sinal de inteligência.
Directório de Habitação 12 JUNHO 2009
“Começam a existir muitas alternativas” O mercado da habitação, como consequência da crise económica nacional e internacional, está a sofrer importantes alterações, muitas das quais serão favoráveis aos portugueses. Os bancos centrais baixaram drasticamente as taxas de juro, descida acompanhada pelas taxas de mercado, como é o caso da Euribor. Para quem Jaime Antunes tem um crédito, mesmo que os bancos comecem a cobrar algumas taxas Economista novas, a prestação mensal a pagar pela já sofreu uma queda muito significativa, entre 20 e 30 por cento. Quem pretende fazer agora um empréstimo terá mais dificuldades. Apesar das taxas mais baixas os bancos exigem mais garantias e são muito mais rigorosos na análise do risco de crédito e, por isso, praticam spreads muito maiores e recusam financiamentos a certos clientes. Face à dificuldade em contrair créditos novos para comprar habitação própria, os portugueses começam agora a explorar o mercado de arrendamento, que dá sinais de um certo dinamismo para responder a esta nova procura. Por outro lado, muitas empresas com dificuldades para venderem apartamentos já acabados, optam por arrendar para começarem a ter algum rendimento. Por todas estas razões, para os portugueses que têm a felicidade de manter um emprego, o ano de 2009 será positivo, uma vez que se prevê uma taxa de inflação muito próxima de zero e na habitação começam a existir muitas alternativas, entre a compra e o arrendamento.
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