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Frente fria e ciclone deixam região em alerta

Possibilidade de grandes volumes de chuva remontam a transtornos registrados em junho. Localidades como Colinas e Teutônia, afetadas pela enxurrada do mês passado, preparam estratégias para minimizar eventuais danos

Jhon Willian Tedeschi jhon@grupoahora.net.br

Alexandre Miorim alexandre@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

Aperspectiva de mais um período com grande volume de chuvas volta a preocupar a região. De acordo com alguns modelos meteorológicos, o acumulado até a noite do sábado, 8, pode chegar a 150 milímetros em determinados pontos do RS. A próxima semana também oferece indicativo de uma quantidade expressiva de chuva, o que alerta autoridades, sobretudo de localidades vulneráveis a enchentes e deslizamentos.

A primeira parte da instabilidade provocada pelo ciclone extratropical ficou concentrada entre a sexta e o início do sábado. Após melhoria no domingo, a partir da segunda-feira, 10, até a quinta, 13, uma massa de ar quente sucedida por uma nova frente fria volta a intensificar as chuvas. De acordo com a MetSul Meteorologia, os maiores riscos são de temporais com raios, ventos e granizo.

A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu, na manhã da sexta-feira, 7, um alerta para a ocorrência de chuvas intensas em várias regiões do estado, entre elas o Vale do Taquari. Pela projeção do governo estadual, a bacia do Rio Taquari está fora da área de atenção para inundação.

No entanto, o maior volume de chuvas está concentrado entre terça e quarta-feira. Os dados da MetSul apontam que Lajeado, por exemplo, pode somar 82,6 milímetros de precipitação nos dois dias. Ao somar o projetado a partir do sábado, a quantidade de chuva passa dos 130 milímetros.

Previsão para os próximos dias Sábado

Mín. 14°C | Máx. 18°C 28 mm

Domingo

Mín. 11°C | Máx. 21°C 1 mm

Segunda

Mín. 15°C | Máx. 21°C 20 mm

Terça

Atenção nas ruas

Após a enxurrada entre os dias 15 e 16 de junho, que espalhou transtornos por várias cidades do Vale do Taquari, aumentam as ações preventivas para eventuais novos eventos. Mesmo que a tendência seja de menos problemas em relação ao mês passado, não é descartada a necessidade de uma mobilização. “Temos que trabalhar com precaução sempre, para que a população esteja alerta”, ressalta o coordenador da Defesa Civil de Lajeado, Gilmar Queiroz.

Ele recomenda que as pessoas tenham cautela, sobretudo para que evitem sair às ruas sem necessidade. O monitoramento será constante, caso haja mudanças diante das projeções meteorológicas. “A expectativa é que aqui seja mais fraco, não tenha tanta intensidade. A princípio os sistemas mostram que os ciclones vão se deslocar mais em direção à região metropolitana e ao litoral”, conclui.

Risco de deslizamentos

Um dos municípios afetados foi Colinas, que teve um episódio de abertura de rachaduras na Linha Ano Bom Alto. A área afetada tem na região deve dar trégua apenas no domingo, mas retorna na segunda-feira rificar as condições. “Enquanto não forem feitas as obras de engenharia necessárias, que são as drenagens e estabilização de taludes, em toda chuva vai haver o risco do problema se agravar”, acrescenta.

O coordenador da Defesa Civil do município, Edelbert Jasper, acompanha os desdobramentos e colocou as equipes em prontidão para acompanhar a evolução das precipitações. Na ocorrência de junho, conforme medição dos próprios moradores, o volume de chuva ultrapassou os 250 milímetros.

Mín. 14°C | Máx. 18°C 35 mm

Quarta

Mín. 15°C | Máx. 20°C 42 mm cerca de 2 hectares, sem residências próximas, mas a preocupação é grande devido a outros morros no entorno. O retorno da chuva aumenta a tensão na comunidade. Samuel Presa Rodrigues, responsável técnico da Gaia Ecológica, empresa contratada pelos moradores, destaca que o problema foi justamente reflexo do volume de chuvas.

“Com esse fenômeno do ciclone tem que redobrar a atenção, ficar de olho no escoamento dessa água, porque se chover em um nível considerável provavelmente vai haver mais movimentação de massa naquela parte de baixo”, explica. Ele pretende vistoriar a área presencialmente ao longo do fim de semana, para ve-

Controle de enxurradas

Em Teutônia, a Defesa Civil mantém alerta para os próximos dias. “A previsão é chover muito em poucas horas. Recebemos o alerta na quinta-feira e já comunicamos as equipes. Estamos preparados”, afirma o coordenador Pablo Chrestani. Uma série de medidas de precauções são adotadas, como preparação de lonas e equipamentos em veículos.

Os transtornos causados pela enxurrada de junho ainda requer medidas do governo, que entregou na sexta-feira um plano de ação para a rodrigomartini@grupoahora.net.br

Defesa Civil Nacional sobre os reparos necessários após os estragos de infraestrutura. O município declarou situação de emergência e tenta captar recursos junto ao governo federal para as obras. A solicitação é de R$ 135 mil para consertos em pontes e estradas.

Nesta semana, foi instalada uma régua para monitorar o nível do Arroio Posses, um dos mananciais que mais transbordaram na enchente do mês passado. O dispositivo está localizado na ponte que faz limite com Paverama. O objetivo é ampliar o controle sobre o ritmo de elevação da água, para possibilitar a antecipação da transferência das famílias ribeirinhas das áreas alagáveis. O mesmo mecanismo pode ser instalado em outros arroios da cidade, como o Harmonia e o Boa Vista.

RODRIGO MARTINI

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