7 minute read

Avanço de 12,6% no RS encoraja empreendedores

No primeiro trimestre, segmento movimentou mais de R$ 218 bilhões no país, estima Associação Brasileira de Franchising. Marcas do Vale almejam expansão e detalham características do negócio

Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

De uma cafeteria fundada em 2015 em Teutônia para 51 lojas distribuídas por cinco estados. Assim surgiu a rede Quiero Café. Criada por Matheus Fell e Luís Felipe Wallauer Ferreira, a empresa alcançou resultados expressivos, com um faturamento recorde de R$ 97 milhões em 2022. Crescimento de 78% em relação ao período anterior.

Receitas, preparo e sabor inconfundível. A Pizzaria Di Nápoli, fundada em Lajeado, rompe fronteiras e se torna conhecida pela

Estruturar uma franqueadora não é fácil, mas somos privilegiados em atrair gente boa para embarcar nessa jornada com a gente.” dores usarem uma marca já estabelecida, a partir da compra dos direitos de operar.

Conforme a Associação Brasileira de Franchising (ABF), esse mercado movimentou mais de R$ 218 bilhões no país só nos primeiros três meses de 2023. Representa um avanço de 17,3%. Quando se avalia o recorte estadual, o crescimento foi um pouco menor, de 12,6%. Ainda assim maior do que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) da nação (crescimento de 2,9% em 2022, segundo o IBGE).

Mais de 60 lojas neste ano

Quiero Café nasceu em Teutônia. Pelo modelo de franquia, hoje tem 51 estabelecimentos. Ideia é passar de 60 até o m do ano

Empresários autônomos partem do zero. Já a franquia é um modelo colaborativo (...).” região dos vales, Caí, Rio Pardo, Taquari, também na Serra, Região Metropolitana, Litoral Norte e chega ao interior do Paraná. Em comum, os empreendimentos se fortaleceram a partir do modelo de franquias. Esse formato se sustenta no direito de empreende-

Faturamento no país

R$ 16 bilhões

R$ 30 bilhões

R$ 70 bilhões

FONTE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRANCHISING

*Valores aproximados

R$ 139 bilhões

R$ 186 bilhões

R$ 211 bilhões

Os resultados estimulam o Quiero Café. Conforme Matheus Fell, hoje são 51 lojas em funcionamento. A perspectiva é mais dez unidades em 2023. “Estruturar uma franqueadora não é fácil, mas somos privilegiados em atrair gente boa para embarcar nessa jornada com a gente”, afirma e complementa: “estamos com quase oito anos de história e queremos seguir nos consolidando por meio da evolução nos processos, suporte e fortalecimento de marca.”

Neste histórico da formação, Fell realça a característica central do franchising. “Para um negócio dar certo, é preciso muita dedicação e trabalho duro. Entendemos como muito importante o papel do líder, para cuidar do time e se relacionar com os clientes”.

Geração de empregos

a expansão, dizem

Em cima disso, seria difícil levar a marca para cidades mais distantes, diz. “Precisávamos de proximidade, alguém todos os dias com a equipe. Foi então que buscamos aprender mais sobre franquias e começamos o processo de estruturação do modelo.”

Segundo Fell, a premissa do Quiero parte de que cada unidade tenha um dono, alguém dedicado de forma integral ao negócio. “Não são todos modelos do setor de franquias que operam assim, mas seguimos esta linha. O nosso formato nos permitiu e permite muita troca e aprendizado.”

Toque de Lajeado no símbolo da Itália

Em 15 anos de atuação, a Di Nápoli se tornou referência. Hoje, está entre as franquias do ramo que mais crescem no sul do país. Fundada por Ricardo Rodo, são cerca de 80 mil pizzas vendidas por mês. A inspiração no nome veio de Napoli, cidade italiana conhecida como o berço da pizza. “Nossa pizza não é 100% napolitana. Adaptamos ao estilo brasileiro, com a massa tradicional, um pouco mais grossa, e a massinha de borda mais fina.”

Só depois dos primeiros quatro anos, a Di Nápoli se tornou uma franquia. Rodo vendeu a primeira filial, de Estrela, para um amigo, hoje sócio. O formato atual garante ao franqueado um acesso a central, onde constam treinamentos, manual de como preparar cada receita, como manter a higienização da loja. Para ele, essas informações são fundamentais para garantir o padrão da marca.

Caracol está com 20 lojas, com unidades em diversas regiões do Brasil

Candies do Vale e o chocolate da Serra

Em 2019 a Florestal comprou a Caracol Chocolates e criou um modelo de franquias. “De lá para cá está cada vez mais em alta a demanda no ramo, pois se trata de um negócio pronto e altamente rentável”, responde a empresa por meio de nota.

A Florestal Franchising é franqueadora da marca Caracol Chocolates “Por onde passamos recebemos elogios sobre a Caracol Chocolates. Temos franquias em diversas cidades do Brasil e ganhamos visibilidade nacional, levamos um pedacinho de Gramado para cada lugar nesse país cheio de oportunidade.”

Hoje são 20 lojas em operação e outras quatro estão para ser inauguradas. Os estabelecimentos estão espalhados pelo Brasil. Há unidades em Piauí, Bahia, São Paulo, Maranhão, Santa Catarina, Paraná e outros estados.

Para o futuro, a Florestal Franchising espera chegar a 100 franquias da Caracol até 2024. “Queremos levar o encanto e qualidade das nossas franquias para muitas outras regiões do Brasil, unindo dois negócios altamente lucrativos: chocolate e café, em um só lugar.”

Aposta com soluções tecnológicas

Empresa de desenvolvimento de softwares presente no Tecnovates, a Suprema, inicia no ramo de franquias. “Fomos convidados pela ABF (Associação Brasileira de Franchising) para participar de uma feira em São Paulo”, conta o CEO da empresa, Clodoaldo Santos.

Após o evento, a empresa elaborou um plano para entregar um programa exclusivo para o setor de franquias. “Permite aos franqueadores acesso a todas as informações e comunicações dentro do sistema”, explica.

O software oferece recursos de gestão, controle de estoque, vendas pela internet e comunicação tanto para unidades físicas quanto para e-commerce. “Essa tec-

Detalhes sobre o formato

As franquias são modelos de negócio nos quais uma empresa (franqueadora) concede a outra pessoa ou empresa (franqueada) o direito de usar a marca, os produtos e os métodos operacionais em troca de uma taxa inicial e royalties contínuos.

FRANQUEADOR

Detentor da marca ou do conceito de negócio bem-sucedido. Ele desenvolveu um modelo comprovado e deseja expandir a presença no mercado.

FRANQUEADO

Empresa ou pessoa que compra os direitos de operar. Ele investe no negócio e assume a responsabilidade de executar as operações diárias de acordo com as diretrizes e padrões.

Suporte E Treinamento

nologia é adaptável para diversos segmentos de franquias, desde alimentação, vestuário e calçados até redes de mecânicas e distribuidoras”, realça Santos.

“Vimos que não existe um sistema específico para o mercado de franquias. Ao adotar esse software, o franqueador tem acesso a todas as informações de suas unidades em um único acesso, simplificando a gestão do negócio”, frisa.

Marcas brasileiras

O franqueador oferece a base. Garante suporte, treinamento e consultoria ao franqueado. Isso pode incluir manuais operacionais, suporte de marketing, assistência na seleção e localização do ponto comercial.

Padroniza O

Uma das principais vantagens. O franqueador estabelece diretrizes detalhadas, incluindo produtos, serviços, atendimento ao cliente, marketing e identidade visual. Essa padronização garante consistência em todas as unidades e ajuda a construir a reputação da marca.

Expans O Da Rede

Objetivo do franqueador. Garante que a marca alcance mais clientes e aumente a presença no mercado.

Vantagens

Marca estabelecida, suporte do franqueador, menor risco em comparação com começar um negócio do zero e acesso a um modelo de negócio comprovado.

Sabor do mundo em Lajeado

Modelo colaborativo

Um dos fundadores do Hub Franchising do Sul, em operação no Tecnovates, Antônio Carlos Diel, ressalta os pontos positivos do modelo de negócios. “Com mais de 3 mil marcas atuando no Brasil, o franchising tem se tornado uma opção cada vez mais reconhecida e percebida pelos pequenos empresários.”

Franquias incubadas no Tecnovates

No Hub Franchising do Sul, a estratégia é elaborar três projetos por ano para futuras marcas no mercado de franquias. Alguns estão em fase de lançamento ainda neste ano.

A rede de fast food Subway está entre as marcas conhecidas no mundo e presente na região. O fraqueado Ângelo Pulita confirma a força local como atrativo. “O Vale do Taquari é uma ótima região para se investir. Tem qualidade de vida e isso acompanha uma perspectiva de inovações. Tal cenário atrai investidores deste nicho.”

Pulita gerencia três lojas em Lajeado. “Como franqueado estamos muito otimistas com o sistema, estamos crescendo acima desta média, o que nos motiva a continuar investindo”, afirma. De acordo com ele, para quem deseja entrar nesse mercado, é preciso conhecimento. “A oferta é muito variada. Então digo: analise bem cada tipo de empreendimento para não entrar em uma cilada.”

Hoje a Subway está em 72 cidades gaúchas. Há cerca de um ano foi comprada pelo grupo South Rock. O objetivo repassado aos franqueados, diz Pulita, é expandir a marca com novos sabores, criação de um aplicativo de pedidos. “Vem muita coisa boa por aí. E, claro, também temos planos de expandir pelo Vale.”

De acordo com ele, se trata de um setor que se retroalimenta, pois quando uma empresa monta uma franqueadora e uma unidade piloto, já existe um mercado, experiência e uma marca estabelecida. A partir desse ponto, a empresa começa a expandir e a cada nova unidade, há um histórico de aprendizados anteriores.

Além disso, o franchising oferece vantagens em termos de escala. Permite que as franqueadoras comprem em conjunto, obtenham descontos e façam negociações vantajosas com parceiros. “Empresários autônomos partem do zero. Já a franquia é um modelo colaborativo, com conhecimento prévio e crescimento contínuo.”

Potencial de consumo

No ano, a perspectiva de consumo nas 38 cidades do Vale do Taquari chega a R$ 16,2%. Repre-

Um dos fundadores do Hub Franchising do Sul, Antônio Carlos Diel, ressalta como aspecto positivo das franquias o compartilhamento de conhecimentos senta 4,5% do total do RS, conforme o Índice de Potencial de Consumo (IPC Maps). Outro detalhe é o crescimento do poder de compra. Entre 21 e 22, enquanto o país caiu, as famílias da região expandiram em consumo algo próximo dos R$ 193 milhões.

“As franqueadoras estudam o potencial de cada cidade. Onde há mais consumo e mais população. Se formos ver, as maiores cidades da região, em especial Lajeado, atrai marcas internacionais que não optariam por municípios deste porte”, avalia Diel.

MAKE MY BIER

O piloto para produção de cerveja artesanal inicia no restaurante Lendário. Em cima disso, o estabelecimento vai se tornar Cervejaria Lajeadense;

NAPONTA

Empresa voltada para contabilidade digital. Previsão de lançar neste semestre. Serão oferecidos serviços de contabilidade baseados em tecnologia com a proposta de serem de baixo custo;

FRESHY ALIMENTOS

Um restaurante voltado a culinária saudável. Unidade piloto será no Shopping Lajeado, após a reforma no centro comercial;

DULLIUS HIGIENIZAÇÃO

Marca presente no mercado se prepara para virar franquia. Ideia é lançar o projeto neste semestre, com serviços de limpeza de estofados, de ambientes e aplicação de ozônio para sanitização de ambientes.

This article is from: