Caderno Você - 13 e 14/05/2023

Diferentes formas deser

mãe

Longe de romantizar a maternidade, mulheres contam sobre o amor e os desafios ao criar os filhos, em distintas composições familiares

Presente de domingo

Depois que o avô morreu, a mãe mandou que ela morasse com a avó para não deixar a matriarca sozinha. Junto dos pais e irmãos, a rotina era monótona, mas em seu novo lar as coisas eram ainda mais lentas. Sentia saudade de casa e contava os dias sem saber quando avistaria a carroça que trazia a visita de sua mãe. Quando se sentia triste, as histórias da avó eram um consolo. Em dia que o minuano amansava e o céu clareava todo azul, as duas caminhavam em direção a casa de algum parente que morasse perto. Durante o percurso, a avó fumava seu fino cigarro de palha e lembrava de tudo o que aconteceu naquele pampa, as guerras e os encontros. Era difícil saber o que era verdade nas histórias. O único registro era a bala presa em um banco da cozinha. Algum soldado valente passou por lá e deixou sua marca nos móveis feitos com capricho pelo avô. Mas ninguém nunca mais viu o banco, nem bala, nem soldados. O casebre era o único em meio ao verde das plantações que se estendiam até onde os olhos pudessem ver. Seus pais e avós plantavam tudo o que tivessem chance de vingar naquela terra. Mas

Tudo o que resta são as lembranças..

nem todos os parentes eram assim. Para estudar, alguns tios saíram da cidade que de tão pequena não tinha escola com Ensino Médio.

Ela só saiu de lá depois de casada e só se aproximou das terras dos arredores do Rio Taquari quando já tinha três filhas. Volta e meia ela lembra de todos os cheiros que cercavam a infância: pão de milho, café e cigarro de palha.

Ninguém tem muitas fotos daquela época e nenhum dos irmãos têm registro da avó. Tudo o que resta são as lembranças que gostam de invadir as ideias na hora do café, de noite. Talvez sejam os cheiros, talvez seja apenas a ordem natural das coisas. Talvez seja o interesse pelas histórias de minha mãe.

Nesta edição do Caderno Você falamos sobre diferentes possibilidades de ser mãe. São histórias lindas e emocionantes, que me fizeram lembrar da minha mãe, não pela semelhança dos enredos, mas pelo amor que sentem pelos filhos.

Neste domingo, desejo que todos os filhos se encantem e se interessem pelas histórias de suas mães, que antes de tudo, são mulheres, com amores, com memórias, com saudades. Me parece um bom presente.

Boa leitura!

Entretenimento para toda família no fim de semana

AGENDA

Os próximos dias no Vale são marcados pela diversidade da programação cultural

Júlia Amaral juliamaral@grupoahora.net.br

Cris Pereira: de borracha à bombacha

O humorista Cris Pereira traz um espetáculo único que une dois grandes personagens: Gaudêncio e Jorge da Borracharia.

A apresentação ocorre no sábado, 13, no Teatro Univates, em dois horários, às 17h e às 20h. Os ingressos variam de R$ 45 a R$ 120 e podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou no site da Univates.

56º Festival do Chucrute

A mais tradicional festa da cidade volta em maio, durante a Maifest, em comemoração ao aniversário de Estrela. O desfile temático ocorre neste sábado, 13, e é a partir

do dia 20 de maio que iniciam as festividades, com o 1º Baile Típico. Informações e venda de ingressos pelo telefone (51) 37121120 ou WhatsApp (51) 98551-7742.

Julia Amaral

Biosofia Laboratório conta com teste genético

Exame está disponível na matriz em Estrela e nas unidades de Lajeado e Bom Retiro do Sul

Um diagnóstico que até pouco tempo atrás levava tempo para ser apurado com precisão, agora pode estar nas mãos do paciente e do seu médico em menos de uma semana. Trata-se da comprovação de uma reação no organismo que vem se popularizando, mas que nem sempre era de fácil comprovação: a intolerância ao glúten - um tipo de proteína presente em alguns cereais, como trigo, centeio, malte e cevada, por exemplo.

Desde a última semana, a Biosofia Laboratório de Análises Clínicas, com matriz em Estrela e unidades em Lajeado e Bom Retiro do Sul, oferece o exame genético de intolerância ao glúten de maneira pioneira na região, em parceria com um laboratório especialista em biotecnologia, de Porto Alegre.

Segundo a diretora da empresa, a biomédica Raquel Birck, trata-se de um teste específico, feito a partir da coleta sanguínea. “Além da precisão no diagnóstico, que garante tratamentos mais assertivos e melhor qualidade de vida, o exame se destaca pela agilidade no resultado, que leva entre 4 e 6 dias. Para casos urgentes, conseguimos prazos ainda mais rápidos. Com a parceria, também ganhamos agilidade nos testes genéticos de intolerância à lactose, que existe há mais tempo, mas que melhoraram os prazos”, destaca. Os testes estão disponíveis por convênio ou particular.

SUS em Lajeado

Outra recente conquista da Biosofia Laboratório foi a assinatura do convênio com o SUS para atendimentos em Lajeado. “Na Clínica Amo contamos com um posto de coleta do laboratório, que agora passa a disponibilizar exames de forma gratuita para pacientes encaminhados via Sistema Único de Saúde”, comemora Raquel. A Clínica

Amo, que oferece atendimento multidisciplinar, fica na rua 17 de Dezembro, nº 661, no bairro Hidráulica.

Onde atendemos?

ESTRELA

Rua Geraldo Pereira, nº 300, Alto da Bronze Central telefônica: (51) 3712-2336

WhatsApp: (51) 98977-4949

Equipe da Biosofia Laboratório que atende na matriz, no centro de Estrela

Atendimento domiciliar e resultados on-line

A Biosofia Laboratório também disponibiliza facilidades aos clientes e parceiros. Uma delas é disponibilizar os resultados de exames no site do laboratório (www.biosofialaboratorio.com.br), por meio de um login e senha. “Oferecemos ainda uma área específica aos médicos, que não precisam esperar o paciente para ter acesso aos exames.”

Outro benefício é para pessoas apresentam dificuldade de locomoção, como idosos e pacientes acamados. A Biosofia Laboratório oferece atendimento domiciliar aos sábados pela manhã, que precisam ser agendados. “Reservamos o sábado para esse serviço, pois geralmente são pessoas que necessitam de uma atenção mais específica”, enfatiza a biomédica.

CRÉDITOS: DIVULGAÇÃO

LAJEADO

Rua 17 de Dezembro, nº 661, Hidráulica WhatsApp: (51) 99002-6709

BOM RETIRO DO SUL

Rua Peri Ribeiro, nº 101, Centro WhatsApp: (51) 98474-4845

A Biosofia Laboratório, que se destaca pela qualidade e agilidade nas análises clínicas em suas três unidades e em empresas parceiras, como o P.A.+, de Estrela, e a Clínica Geriátrica Caminhos da Vida, de Lajeado, nasceu do sonho de sua diretora. Desde criança, ela queria abrir um hospital no Distrito de Delfina para “descobrir as doenças e ajudar as pessoas.” Mas, quis o destino que, primeiro, ela rumasse para a Pedagogia. O sonho da área da saúde ressurgiu quando sua avó, no auge da Doença de Alzheimer, abençoou uma carta escrita em alemão por Raquel, quando estava na 5ª série, onde traçava metas para o futuro. Logo surgiu a oportunidade de ingressar no curso de Biomedicina da Ulbra e de trabalhar no Laboratório do Hospital de Pronto Socorro (HPS), de Canoas.

Ao concluir a segunda graduação e contar com o apoio da família, retornou a Estrela e, levando em conta sua ampla experiência e uma pesquisa de mercado, resolveu abrir o Laboratório de Análises Clínicas, em 2015. “Não foi fácil, pois entendia pouco das questões burocráticas. Começamos a nos estabilizar em 2016, com o credenciamento do SUS em Estrela e, com investimentos, atualizações e muita dedicação, hoje contamos com equipamentos de alta tecnologia, uma equipe de 11 profissionais capacitados e serviços diferenciados para atender a região”, elenca Raquel.

Produzido por

Um sonho de infância

Raquel Birck: exame inédito promete agilizar diagnósticos e tratamentos

inédito de intolerância ao glúten

Uma homenagem especial a elas

O Dia das Mães é domingo, mas o CTC fará uma programação especial para elas aproveitarem com os filhos já neste sábado (13). A partir das 09h30min às quadras de Beach Tennis ficam movimentadas com os jogos de Integração Mães e Filhos. Na

sequência, sessões de quick massagem serão disponibilizadas para todas as mulheres.

Das 11h às 15h, brinquedos infláveis serão a atração principal para a garotada, enquanto as mamães podem curtir, tranquilamente, os ambientes do Clube. Um almoço espe-

Carona Legal dá acesso prioritário ao CTC

Desde abril o Clube retomou o projeto “Carona Legal”, proposta que visa incentivar a redução da poluição do meio ambiente, evitar a lentidão nos acessos em horários de jogos e reforçar os vínculos entre os sócios.

No total, 5 vagas ainda estão disponibilizadas para os veículos que tiverem quatro ou mais ocupantes. Ou seja, você traz sua família e amigos para o Clube e ainda tem acesso facilitado para aproveitar todos os espaços.

cial também será servido, das 11h30min às 14h, no Salão panorâmico pela equipe do Blue Bar.

O CTC convida a todas as mães sócias para aproveitarem, com seus filhos, este dia cheio de atividades.

Torneio interno movimenta quadras de tênis

Quatro quadras de tênis serão palco para o Torneio Integração de Duplas neste sábado. As atividades iniciam às 9h e reúnem tenistas de Lajeado, Encantado, Estrela e Santa Cruz do Sul. No total, 32 duplas vão participar da atividade, que se estende ao longo do dia.

Clube

O Clube Tiro e Caça iniciou a implementação do sistema de reconhecimento facial para liberar o acesso às dependências do Clube, por meio da portaria principal. A mudança visa agilizar e modernizar o controle de entradas e saídas dos sócios, bem como garantir mais segurança a todos os frequentadores do CTC.

Com o novo sistema, basta o associado olhar para o equipamento disponível na portaria, que fará o reconhecimento da face e permitirá o acesso. Para tanto, todos os sócios e seus dependentes devem fazer a atualização da foto no cadastro do CTC. O arquivo deve ser enviado para o e-mail administrativo@ctclajeado.com.br, com o nome completo de cada pessoa e número de matrículas.

Agende-se para o Happy Hour especial de Dia dos Namorados

No dia 12 de junho, o CTC será palco de uma noite romântica e animada para os casais apaixonados. Isso porque o Bar do Clube receberá o Happy Hour de Dia dos Namorados, tendo como atração principal o Grupo Samba D’Boa.

O evento acontece das 19h às 23h e terá um cardápio especial para a noite. Os ingressos estão à venda na secretaria do Clube, no valor de R$ 30, com direito a consumação. Os sócios solteiros também são convidados para o Happy Hour, que promete ser especial.

Reconhecimento facial é implantado para acesso ao

CULTURA

Arte na Praça presta homenagem a Rita Lee

Evento ocorre neste sábado, na Praça João Zart Sobrinho, em Lajeado

Ana Lorenzini analorenzini@grupoahora.net.br

Em homenagem a Rita Lee, expoente do rock brasileiro que morreu na segunda-feira, 8, os organizadores do Arte na Praça promovem uma exposição de caricaturas da cantora neste sábado, 13. As obras são produzidas por artistas de diferentes regiões do país e estarão à mostra na Praça João Zart Sobrinho, das 10h às 18h. A exposição leva o nome

“Rita Leeterna”. “Sempre tivemos exposição de pinturas, caricaturas, artes em geral e artesanato. O evento foi criado para dar oportunidade das pessoas mostrarem seus trabalhos”, destaca uma das organizadoras do evento, Monica Kirchheim.

A ideia de fazer uma homenagem à Rita Lee surgiu do

carinho e sentimento dos expositores pela artista. “O Arte na Praça sempre foi um lugar aberto para exposições culturais diversas. Um lugar especial para homenagear a cantora”, afirma Laura Peixoto, também organizadora do evento.

Os artistas foram escolhidos pelas redes sociais já que, com

a morte da artista, diversas caricaturas e cartuns foram compartilhados para homenageá-la. Com a autorização dos autores,

as obras foram impressas. Entre os expositores, está a cartunista Fabiane Langona. Ela comenta que Rita Lee é uma de suas grandes inspirações. “Ela fala de um lugar de onde todas falamos. A diferença é de um momento histórico, no qual a voz das mulheres era ainda mais silenciada. Rita eterna, nossa guia”.

Além dela, Máucio Rodrigues, cartunista e professor de Desenho Industrial da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), também fala da importância da artista em sua vida. “Rita sempre me fascinou pela mistura de melodia, humor e poesia. Fez tudo isso em um meio musical extremamente machista. Sua obra extrapola um grito Rosa Choque. É um perfume lançado no ar na sociedade brasileira”.

Gilmar Fraga, outro expositor, também comenta que a artista permeou sua vida em diversas fases. Ele a admirava como pessoa, e acreditava que ela ia contra os padrões da época. Além disso, também quebrou o “bom mocismo” popular. “Ela é uma das minhas heroínas”, afirma.

(*) Estagiária. Texto sob supervisão de Bibiana Faleiro

Máucio Rodrigues, cartunista e professor, tem Rita Lee como uma inspiração

FOTO ARQUIVO PESSOAL Neste sábado, 16 artistas participam da exposição

COMPORTAMENTO

Maternidade plural: amor de todos os

Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net

Julia Amaral juliaamaral@grupoahora.net

Quando Ana Clara, 4, é questionada sobre a família, responde logo e com um sorriso no rosto: “Quantas mães você tem? Eu tenho duas”. Filha de Evelise Ribeiro e Vandréa Vanzin, ela sabe, desde cedo, que existem famílias diferentes entre o próprio grupo de amigos e a importância de respeitá-las. Mas, se hoje a maternidade é encarada com tranquilidade pelas mães, nem sempre foi assim. Evelise e Vandréa se conheceram há 15 anos, em Porto Alegre, onde viviam até a decisão de se mudarem para Lajeado e compartilhavam o desejo de ter um filho. Enquanto Vandréa não queria gestar o bebê, este era um sonho de Evelise e o acordo resultou em um tratamento para a fertilização in vitro, que iniciou em 2015.

“Quando a gente começou a fazer os testes, descobrimos que, com 33 anos, eu estava em menopausa precoce. Foi um susto. Fiquei bem triste e veio a realidade: nunca vou conseguir ter filhos geneticamente meus”, conta Evelise. Por outro lado, Vandréa tinha óvulos que poderiam ser im-

Jeane Baron, mãe de Leonel

plantados na parceira. Mesmo assim, não tiveram sucesso.

“As coisas foram ficando bem difíceis, porque o psicológico pega. Eu fui engordando, e aí a Vandréa disse ‘para, acabou, vai cuidar da tua saúde,

quem vai engravidar sou eu’”. Naquele momento, Evelise entrou na fila da bariátrica e Vandréa fez a fertilização do último óvulo ainda congelado e engravidou. As duas afirmam uma mudança grande na rotina depois do nascimento de Ana

Clara e, sempre que podem, programam atividades em família. “É algo muito legal, a gente ama a vida que a gente escolheu. Valeu a pena correr atrás do nosso sonho. Nossa missão é dar exemplo para a nossa amada filha”.

Mãe de Marias

Na casa de Aline Giovanella, a família é construída de forma tradicional. A mãe, o pai e duas filhas: Maria Clara, 13, e Maria Antônia, 6. A gravidez das meninas foi planejada. Inclusive a

mãe solo, duas mães, mãe e pai. a constituição da família, hoje, não segue mais um padrão e a maternidade se tornou diversa. neste dia das mães, conheça a história de três mulheres que compartilham as alegrias e desafios de criar os filhos com ou sem união

eu tive que ressignificar a maternidade”

Na casa de Aline Giovanella, a família é construída de forma tradicional. A mãe, o pai e duas filhas: Maria Clara e Maria Antônia

Evelise Ribeiro e Vandréa Vanzin são um casal há 15 anos e, juntas, criam a filha Ana Clara, em uma família com carinho, respeito e amor

O sonho de Jeane Baron era ser mãe

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

plural: os jeitos

das mudanças com a nova integrante da família, mas que ninguém tinha avisado que Aline não participaria mais dos passeios. “Ela disse: ‘quero devolver minha irmã, não quero mais ela’. Aí eu pensei ‘meu Deus, e agora?”. Hoje, as duas “Marias” são muito próximas e a relação de irmandade dá orgulho para os pais.

O que é importante para todas as mães ao cuidarem dos filhos?

distância de sete anos entre cada gestação. Mesmo assim, na hora to parto, vieram as dúvidas e inseguranças. Mesmo com todo apoio familiar, a maternidade continua sendo um desafio.

“Tem coisas que ninguém fala pra gente. Romantizamos um pouco a maternidade, principalmente quando somos jovens”, destaca Aline. Ela conta que quando engravidou da primeira filha, aos 28 anos, também tinha a ideia romântica de ser mãe. Logo após a cesária, o sentimento foi outro e levou um tempo até voltar a se sentir bem para cuidar da filha.

Na segunda gestação não foi diferente. Mas ela já sabia do processo e encarou o parto cesariana com mais segurança do que a outra vez. “Quando o bebê nasce, tu tem aquele choque de realidade: Opa! E agora? O que eu vou fazer?”.

Ela lembra que antes de Maria Antônia nascer, o casal preparou a filha mais velha para a chegada da irmã. Nos primeiros meses depois do nascimento, Aline ficava em casa com a pequena e os passeios de Maria Clara eram sempre com o pai.

Um dia, a menina foi conversar com a mãe e disse que sabia

Ao longo dos anos, Aline também experimentou a maternidade de diferentes formas: em casa, 100% disponível para as crianças, trabalhando em uma empresa privada e também como empreendedora. “A maternidade mudou muito minha vida porque a gente passa a colocar o filho em primeiro lugar”, destaca.

Para ela, uma gestação é sempre uma surpresa e ela gosta de ver o desenvolvimento das filhas. “Cada dia é uma novidade, uma coisa diferente. É demais. Eu amo ser mãe”

Mãe e bebê

Pai, mãe e filho. Esse era o modelo de família que Jeane Baron sonhava em ter. A vontade de maternar sempre acompanhou o desejo de se casar. No entanto, as idealizações que acompanhavam a profissional de relações públicas desde criança tiveram que ser revistas.

As coisas não saíram exatamente como planejado. Ela vivia um relacionamento recente quando descobriu a gravidez e teve que aceitar ser mãe solo.

“Sei de muitas mulheres que querem isso e inclusive planejam ser mães independentes, não vejo problema algum nisso, mas esse não era um desejo meu, eu queria viver isso junto com alguém”, conta. A falta de um pai presente ocorria sobretudo pela ausência de companhia de ir ao parque, de comemorar as conquistas dos filhos, de planejar a rotina.

Para encarar os desafios foi necessário ressignificar a maternidade. Foi assim, entendendo os novos significados, que ela

O que os filhos mais necessitam é o investimento emocional. Um bebê só irá existir se os seus cuidadores tiverem a capacidade de identificar-se com suas necessidades, como alimentação e higiene mas, principalmente, investimento emocional. Indiferente da configuração familiar, o que mais importa é o “como”. Sendo uma mãe solo, duas mães, avós, pai solo ou mãe e pai, os principais cuidadores precisam estar presentes desempenhando a função materna e paterna com afeto e sustentação emocional para o desenvolvimento dos filhos em cada etapa da vida.

Muitas mulheres também se comparam em termos de maternidade e se sentem culpadas por não darem conta de tudo, como a família, o trabalho, a saúde, a vida social. Como você avalia isso?

Winnicott, que era um pediatra e psicanalista britânico, diz que uma mãe não precisa ser perfeita, ela precisa ser “suficientemente boa”. Na medida que seus filhos vão amadurecendo, suas falhas em atender todas as necessidades levam eles a uma menor dependência, de modo que eles possam ir amadurecendo e criando suas estratégias de enfrentamento e regulação

aprendeu que o laço entre mãe e filho é mais importante do que a imagem da família tradicional.

Leonel nasceu em 2019, de uma gestação tranquila. O bebê calmo e saudável ajudou a mãe de primeira viagem a se adaptar à nova realidade. A relação com o pai se mantém amigável e respeitosa.

Um dos maiores desafios ocorreu durante a pandemia, quando Leonel tinha um ano, período em que a criança demanda bastante atenção e, sem escola, Jeane se dividia entre o home office

emocional para viver no mundo. “Dar conta de tudo” e também “fazer tudo certo” é uma auto exigência muito presente que pode surgir por crenças trazidas da própria infância mas, principalmente, porque não há espaço social para uma mulher dizer que é impossível dar conta de tudo. A mãe que assume isso corre o risco de ser julgada, apontada e de sua queixa ser minimizada.

Seja a mãe, da forma que ela for, qual a importância de ter uma rede de apoio na criação dos filhos?

A rede de apoio é fundamental. Uma coisa são as funções maternas que só uma mãe (biológica ou não) será capaz de desenvolver na relação com seus filhos e no desenvolvimento emocional deles, outra coisa é dar conta de todas as responsabilidades na criação de um filho e de um lar. A maternidade é um trabalho invisibilizado e essa carga precisa ser dividida. A criação dos filhos não é responsabilidade exclusiva das mulheres. Os pais precisam ser mais ativos em suas funções que são tão fundamentais para o desenvolvimento saudável dos filhos quanto as maternas. Falar de maternidade não é “coisa só de mulher”, é coisa de todo mundo que está vivo porque, afinal, teve uma mãe que lhe deu a luz.

e o cuidado com o bebê. Apesar das dificuldades do período, ela conta ter sido nesse momento que o laço entre ela e o filho se fortificou ainda mais.

Hoje, já com quatro anos, Leonel é o grande parceiro da mãe. A empatia entre as colegas de trabalho, além do apoio da família, é um dos pilares da maternidade de Jeane.

“Precisei ressignificar a maternidade e, hoje, consigo ver eu e o Leonel como uma família”, conclui.

“Não há espaço social para uma mulher dizer que é impossível dar conta de tudo”

Suelen Beal Miglioransa - psicóloga especialista na relação pais-bebês e atenção materno-infantil e obstetrícia. Mestre em educação e saúde

mãe e, hoje, mesmo sem a figura paterna, ela cria Leonel com ajuda da família e muito amor

E aí a Vandréa disse ‘para, acabou, vai cuidar da tua saúde, quem vai engravidar sou eu’”

Evelise Ribeiro, mãe da Ana Clara e esposa de Vandréa

Romantizamos um pouco a maternidade, principalmente quando somos jovens”

Aline Giovanella, mãe de Maria Clara e Maria Antônia

BIBIANA FALEIRO

Feministas e red pills

Uma crítica que sempre mantive, apesar dos dentes rangendo, foi ao uso enviesado do conceito de “lugar de fala”, amplamente polinizado por Djamila Ribeiro. Simplesmente porque muitas pessoas não empregaram a noção de saber o seu contexto social como parte relevante nos diálogos, construindo uma ideia rasa de impossibilidade de falas sobre temas relacionados a grupos aos quais não se pertence.

Passado muito tempo, ouvi a Djamila explicar sobre a utilização equivocada, algo que, na minha opinião, deveria ter feito antes. Para um podcast, ela resumiu o problema: sem lerem o seu livro “Lugar de fala”, as pessoas começaram a se colocar pelas redes sociais. Movimentos semelhantes, na internet, têm gerado vários mal entendidos. Um dos temas mais distorcidos é o próprio feminismo.

Fora das discussões conceituais, notória má condução sobre o assunto tem sido feita por coaches e influencers conhecidos com red pills, mormente homens, sem contar alguns grupos religiosos, nos quais mulheres e homens vêm sugerindo a submissão delas a eles como ensinamento bíblico. Do outro lado, muitas mulheres têm colocado esses reacionários no chinelo em divertidas respostas pelo TikTok, Instagram e outras plataformas.

Embora não seja necessário muito esforço intelectual para rebatê-los, acredito que há possibilidade de responder com melhor fundamento.

Para que não se repitam erros cometidos no exemplo dado no começo desse texto que, por fim, mais prejudicam do que ajudam. Um excelente livro para compreender as múltiplas movimentações das mulheres, sejam elas liberais ou marxistas, brancas ou negras, heterossexuais

Jandiro Adriano Koch escritor

Risadas e sátiras da vida real no “Stand Up da Bruna”

ou lésbicas, é “Pensamento feminista: conceitos fundamentais”, coletânea organizada pela mais nova integrante da Academia Brasileira de Letras, Heloísa Buarque de Hollanda. Com a reunião de nomes como Audre Lorde, Donna Haraway, Joan Scott, Judith Butler, Patrícia Hill Collins, Sueli Carneiro e Teresa de Lauretis, apresenta dezenove textos seminais para entender as direções e os meandros nas pautas feministas. Múltiplas facetas e autocrítica se congregam para evidenciar de onde elas saíram e aonde querem chegar.

Sim, ainda precisam, os LGBTQIA+ e as mulheres, carregar o fardo da responsabilidade de serem melhores conceitualmente – como se quem precisasse mais não fossem os que espalham idiotices. Para evitar que tenhamos o mesmo impacto que deveriam ter os red pills e correlatos: nulo. Para sublimar a possibilidade de tiro no pé: ler.

CULTURA

Ohumorista Maikinho Pereira, com o show de comédia “Stand Up da Bruna’‘, se

apresenta em Lajeado dia 26 de maio. Oportunidade para toda a família prestigiar e dar boas risadas, a apresentação é promovida pelo Sesc/RS. Os ingressos estão à venda nas unidades do Sesc, que oferecem o espetáculo com valores especiais para usuários do Cartão da instituição nas categorias Comércio e Serviços ou Empresários.

Maikinho Pereira é natural de São Leopoldo e se consagrou como um dos principais nomes do cenário de stand up comedy da atualidade. Entre os diversos personagens do artista, Bruna é uma sátira de ex-participantes

Os ingressos para o show podem ser adquiridos nas unidades do Sesc, com desconto para usuários do serviço

do Big Brother Brasil que faz piadas sobre situações do trabalho e suas empreitadas como coach de candidatos para entrar no reality show.

Pereira tem feito sucesso nas redes sociais e também arranca gargalhadas em casas de comédias e teatros pelo País. O “Stand Up da Bruna” estreou neste ano no Festival Porto Verão Alegre e teve sessão esgotada.

Atração chega em Lajeado neste mês, promovida pelo Sesc

“

Muitas mulheres têm colocado esses reacionários no chinelo em divertidas respostas pelo TikTok, Instagram e outras plataformas”

20 anos de Mostra Guaporé

Com o tema “Desejo Urbano”, a 20ª Mostra Guaporé Expocultural foi lançada na terça-feira, 9, na Vinícola Gheller. O encontro reuniu a diretoria da Associação Guaporé Pró-Eventos, autoridades, patrocinadores, expositores, apoiadores e imprensa.

A mostra, programada para os dias 4, 5, 6 e 11, 12 e 13 de agosto, aguarda cerca de 200 expositores e também celebra os 120 anos de Guaporé, comemorado este ano, em dezembro.

3º Pratas da Casa do ano

Ao som do sertanejo, os moradores de Bom Retiro do Sul, Jackson Zanuni e Álvaro Júnior resgataram os principais hits da dupla João Paulo e Daniel, sucesso da década de 1980. O show foi na noite de quarta-feira, 10, no Teatro do Ceat. Esta foi a terceira apresentação do Pratas da Casa 2023, que tem edição especial de tributos. Ao todo, são dez shows, uma vez por mês, até dezembro. A próxima atração é a banda Os Ramalhos, com tributo a Zé Ramalho.

Lisi Costa Leila Franz Bibiana Faleiro

Maria Stela Ritta e Rosa Maria Feldens Jane e Rosangela Giacomolli, Ivy, Valentina e Lau Schmitz Machado Bruna Moraes

Drissa Zeni e Maika Giaretta

Luana Belarmino, Eloá Marchetto, Bianca Nizzola e Eduarda Stumpf

Presidente da Mostra Guaporé, Romeu Bressan, com a esposa Ieda Toni

Risotos para bons encontros

A chegada das temperaturas mais baixas pede uma boa refeição para fazer em casa. Os risotos são opções que, apesar de parecerem sofisticadas, podem ter receitas simples e saborosas. Para os vegetarianos ou quem aprecia a carne, há sugestões para todos os gostos. A harmonização pode ser feita com um vinho tinto, branco ou rosé. Confira uma receita para testar em casa:

Gorgonzola e pera

Ingredientes (rende duas porções)

1 xícara (chá) de arroz para risoto;

1/3 de xícara (chá) de queijo gorgonzola esfarelado;

2 mini peras;

1/2 cebola;

1/4 de xícara (chá) de vinho branco;

1 litro de caldo de legumes caseiro; caldo de ½ limão;

1 colher (sopa) de manteiga; azeite a gosto; queijo parmesão ralado a gosto; sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto;

Modo de preparo

Leve uma panela com o caldo de legumes ao fogo alto. Quando ferver, diminua o fogo e mantenha aquecido durante todo o preparo do risoto. Enquanto isso, descasque e pique a cebola bem fina.

Lave as peras sob água corrente e mantenha a casca. Corte uma das peras em cubos de 1 cm, descarte o cabinho e as sementes. Transfira os cubos para uma tigela, regue com o caldo de limão e reserve. Corte a outra pera em quartos, mantendo o cabinho.

Leve uma frigideira, de preferência antiaderente, ao fogo médio. Quando aquecer, regue com um fio de azeite, coloque os quartos de pera com a parte cortada para baixo e deixe dourar por 2 minutos de cada lado. Reserve num prato enquanto prepara o risoto.

Leve uma panela média ao fogo médio. Quando aquecer, regue com 1 colher (sopa) de azeite, junte a cebola, tempere com uma pitada de sal e refogue até murchar. Adicione o arroz e misture bem por 1 minuto para envolver todos os grãos

com o azeite. Tempere com sal e pimenta a gosto.

Regue com o vinho e mexa bem até secar. Adicione uma concha do caldo de legumes e mexa novamente até o arroz absorver o caldo. Repita o processo, acrescentando o caldo, de concha em concha, até o risoto ficar no ponto: o grão deve estar cozido, mas ainda durinho no centro. Na última adição, não deixe secar completamente – o risoto deve ficar bem úmido.

Desligue o fogo, misture a manteiga, o queijo gorgonzola e queijo parmesão

Os risotos são opções que, apesar de parecerem sofisticadas, podem ter receitas simples e saborosas

a gosto. Acrescente a pera em cubos (com o caldo de limão) e mexa delicadamente para não desmanchar. Divida o risoto em dois pratos, disponha 2 pedaços de pera grelhados no centro de cada um e sirva a seguir.

Ana Paula Both e Jonatan H. Ewald Escritório Doca Arquitetura (51)99598-8741 doca.arquitetos@gmail.com @docaarquitetura

Conforto e funcionalidade em pequenos espaços

Um apartamento integrado e funcional foi projetado pelo escritório Doca Arquitetura para uma família de Lajeado. O objetivo foi mobiliar e decorar o ambiente sem adaptações e reformas estruturais.

Os arquitetos Jonatan H. Ewald e Ana Paula Both destacam o conceito do projeto, que possui como característica os ambientes integrados, em que sala, cozinha e lavanderia não se diferenciam no espaço. A proposta foi adequar todas as necessidades em um único ambiente, sem interferir no visual e comodidade do apartamento.

Assim, o uso de cores laqueadas verdes para destacar elementos importantes foram estratégias adotadas para harmonizar com os tons de madeira e uma paleta de cores beges e claras. Além disso, a escolha foi por tons claros, cinzas e amadeirados e

um móvel com cor em destaque.

No mesmo espaço, os arquitetos buscaram transformar um ambiente de churrasco e jantar em um espaço confortável e com personalidade para receber visitas e, ao mesmo tempo, ocultar uma lavanderia sem que ela ficasse visível.

Com o objetivo de otimizar ambientes médios e pequenos em um apartamento, os arquitetos sugerem dicas na hora da criação do projeto.

Para otimizar os ambientes

- Móveis pequenos ou sob medida: apesar de um pouco mais caros, os benefícios são muitos, como evitar desperdícios e deixar a casa mais confortável.

- Uso de espelhos: dão mais profundidade ao ambiente e trazem a sensação de mais espaço.

- Móveis multiuso: um exemplo são os sofás-cama. Eles são práticos e muito úteis caso tenha um espaço para receber visitas. Quando desocupados, podem ter outra finalidade.

- Elimine divisórias: isso poupa o espaço ocupado das paredes e deixa o lugar maior. Um exemplo é a união da sala com o quarto, da cozinha com a sala e da lavanderia com a cozinha.

- Móveis para dividir cômodos: Se não gostar da ideia de deixar o quarto junto com a sala, utilize móveis para manter a separação.

- Boa iluminação: a principal dica é aproveitar a iluminação natural. Explore a luz do dia que entra por cada janela, use cortinas e venezianas leves e claras, e evite que estantes ou outros móveis bloqueiem a incidência de luz natural.

Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br