AH - Principal | 06 fevereiro de 2016

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Fundado em julho de 2002 Lajeado, fim de semana, 6 e 7 de fevereiro de 2016 Ano 13 - Nº 1525 Avulso: R$ 3,00 Fechamento da edição: 19h

FINANCIAMENTO EM LAJEADO

Férias e verão pedem leveza

Governo refaz projeto, mas prazo expirou, diz o BRDE L

uís Fernando Schmidt reencaminha projeto para o readores rejeitaram a proposta. Gerentes do banco alertam BRDE. Pede R$ 4 milhões para pavimentações. Em 21 para a possibilidade de Lajeado não ser contemplado em de janeiro, o prefeito convocou sessão extra, mas ve- 2016, pois o prazo venceu no dia 15 de janeiro. Página 9

ANDERSON LOPES

DO INTERIOR À CAPITAL

Nova rotina desafia jovens

EXPERIÊNCIA À VIDA: natural de Lajeado, Julia Giusti, 22, mora na Casa do Estudante há dois anos. Convívio com jovens de todo o país proporciona nova visão de mundo

CARNAVAL

Feriado muda atendimento Setores públicos voltam quarta e polícia amplia atuação. Páginas 12 e 13

TEMPO NO VALE Fim de semana no Vale: predomínio do sol Mínima: 20°C - Máxima: 33°C FONTE: CIH/UNIVATES

Deixar a casa dos pais e iniciar uma nova fase na capital do RS representa uma guinada na vida de alunos que conseguiram uma vaga na Ufrgs. A rotina interiorana muda e força a uma revisão de hábitos. Mais cuidado com a segurança, necessidade de planejar os horários e a formação de novos círculos de amizade estão entre as características desta fase. Acadêmicos da região relatam experiências, desde a saudade da família até a convivência na Casa do Estudante. Páginas 4 a 7


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A HORA · FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE FEVEREIRO DE 2016

Editorial

EXPEDIENTE Diretor Geral: Adair Weiss Diretor de Redação: Fernando Weiss Diretor Comercial: Sandro Lucas Diretor Administrativo: Fabricio Almeida

REDAÇÃO Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4200 CEP 95900-000 - Lajeado - RS www.jornalahora.inf.br ahora@jornalahora.inf.br

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Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

O cego desejo pelo poder macula o serviço

N

ove meses nos separam do pleito eleitoral a definir os próximos mandatários municipais. Mesmo assim, o clima de campanha antecipada já se sobrepõe aos fatos nos discursos e debates de propensos candidatos ou partidários. Este editorial aborda o tema após os recentes conflitos entre os vereadores e demais partidos da oposição com o governo municipal. Uma clara – e danosa – mistura de funções e obrigações dos agentes públicos está escancarada em Lajeado. Mais do que reduzir a credibilidade da classe política, essa promíscua relação entre os poderes ignora o desenvolvimento da cidade e coloca em segundo plano as necessidades coletivas. Financiamento via BRDE para pavimentação de ruas, obras do

PAC, oferta de propina e pedido de intervenção da Polícia Federal, bate-boca e alfinetadas públicas. Tudo se transforma em polêmica, sem que houvesse maturidade e serenidade para buscar entendimento. O ano eleitoral na maior cidade do Vale começou com acusações e defesas, traduzidas em tentativas de desconstrução daquilo que o outro constrói. A democracia favorece o contraditório e alimenta a exposição

[...] o problema está na mistura de funções e na sobreposição de prioridades.”

de ideias divergentes no campo de discussão das ações públicas. Se sustentadas em fatos e argumentos plausíveis, contribuem para melhores decisões e serviços oferecidos. Contudo, o problema no caso específico apontado neste editorial está na mistura de funções e na sobreposição de prioridades. Percebe-se nos embates mais recentes interesses pessoais e partidários evocando comportamentos que destoam das urgências locais e precedem a disputa eleitoral. Ao passo que o Brasil vive uma das suas piores crises políticas e econômicas das últimas décadas, nossos políticos deveriam se vacinar contra a ganância e os interesses escusos de predadores que se aproximam do poder para obter vantagens. A corrupção na máquina pública só ocorre quando existe uma parceria entre a má-fe e

a prevaricação. Uma lista de condutas inadequadas exemplifica o despreparo e descomprometimento de governantes – antigos ou atuais – com os problemas eloquentes das cidades. Enquanto se agarram nas discussões pessoais e usam de expedientes oficiais para atrair dividendos políticos, alimentam a estrutura viciada que as investigações país afora tentam desmontar. Sugere-se para este período que antecede a campanha eleitoral oficial mais equilíbrio e melhor separação entre o cego desejo de alcançar o poder com as necessidades prementes dos cidadãos, que são muitas. Em caso de indícios de fraudes, superfaturamentos, desvios, sobram mecanismos e canais de investigação que devem ser acionados para que não haja sobreposição de cargos nem funções.

INDICADORES ECONÔMICOS

Ideias MOEDA

COMPRA

Dólar Comercial

3,9094

3,9100

Dólar Turismo

3,8300

4,0800

Euro

4,3536

4,3543

Libra

5,6505

5,6522

Peso Argentino

0,2726

0,2727

Yen Jap.

0,0333

0,0333

Cotação do dia anterior até 17:45h, Valor econômico.

ÍNDICE MÊS (%)

ACUMULADO ANO (%)

ICV Mes (DIEESE) 01/2016

0,77

12,57

IGP-DI (FGV)

01/2016

0,44

10,68

IGP-M (FGV)

01/2016

0,49

10,54

INPC (IBGE)

01/2016

0,90

11,28

INCC

01/2016

0,12

7,22

IPC-A (IBGE)

01/2016

0,96

10,67

ÍNDICE

MÊS

Salário Mínimo/2016 R$ 880,00

TAXAS E CERTIFICADOS (%)

MÊS

ÍNDICE MÊS (%)

ACUMULADO ANO (%)

TJLP

7,5

Selic

14.25%(meta)

TR CDI (Mensal)

0,2250

1,7954

01/2016 1,1613

13,2386

Prime Rate

01/2016

3.25

3,25 (Previsto)

Fed fund rate

01/2016

0.25

0,25 (Previsto)

Ouro (dólar) – Onça Troy – USD 1141.3 cotação do dia 5/2/2016

BOLSAS DE VALORES

PONTO

Ibovespa (BRA)

40616

-0,50

Dow Jones (EUA) 16.417

VARIAÇÃO FECHAMENTO (%)

0,49

S&P 500 (EUA)

1.915

0,15

Nasdaq (EUA)

4.362

-3,28

DAX 30 (ALE)

9.286

-1,14

Merval (EUA)

11.499

0,67

leitor@jornalahora.inf.br

VENDA

cotação do dia anterior até 17h45min

Petróleo (dólar)/Brent Crude – barril – USD 35.04 em 05/02/2016

Utopia

O

tema de redação do vestibular da Fuvest traz à tona algo que permeia o cotidiano da humanidade: a utopia. Todos, invariavelmente, mantemo-nos vivos à base das utopias que nos movem e nos fazem superar a inércia do “não fazer”. Alguns buscam a utopia coletiva de um mundo melhor: percorrem todas as instâncias, aliam- se a programas de voluntariado, exercem a militância em várias frentes, discursam, brigam, levantam bandeiras em prol da mudança pretendida. Outros perseguem uma vida mais romântica, na qual todos amem e sejam amados, a despeito dos defeitos, das limitações, dos erros e imperfeições. Onde as diferenças sejam o elo para superar as desigualdades excludentes e a di-

versidade supere o preconceito. Há os que vivem a utopia individual: sua própria paz, seu conforto e bem-estar, agarrando-se à convicção que, na sua comodidade, ao menos não prejudicam ninguém. Há quem persiga a utopia da fama, do estrelato, do status, do sucesso e da fortuna: não poupam esforços e não medem as consequências dessa busca. Vitórias, superações, conquistas e realizações das mais diversas figuram no rol das utopias humanas sem concretizar-se. A utopia da liberdade – pessoal ou coletiva – deve ser, de longe, a mais pretendida e a menos compreendida, visto que uma depende da outra. A liberdade é uma condição subjetiva e depende, sobretudo, da capacidade de desapegar-se, de desprender-se em primeiro lugar de

si mesmo, das próprias convicções, dos defeitos, dos vícios e dos medos, para entregar-se ao exercício da vida gregária e à busca do bem comum. Beleza, vigor físico e juventude eterna também são utopias fomentadas pelo consumismo, pelo capitalismo, pelo lucro. Fórmulas quase miraculosas para melhorar a aparência e a saúde física são encontradas em todos os lugares, desde que se invista tempo e dinheiro para tal. E, no entanto, por mais que seja despendido, tais benefícios acabam sendo efêmeros, transitórios, finitos. Galeano coloca a utopia no horizonte, como motivação para caminhar. Eu a projetaria ao infinito: é impossível chegar ao estado de perfeição almejado, ainda que as conquistas sejam diárias e que sejamos gratos a elas. Por mais que

Evanice L. D. Schroeder

Profissional de Educação Física Especialista em Psicopedagogia Institucional/Professora estadual, Estrela. niceluizinha@hotmail.com

busquemos, argumentemos, construamos alternativas para chegar onde sonhamos, não viveremos – cá na terra – a única utopia que é unanimidade: a felicidade plena. Entretanto, que não pereçamos no imobilismo. Que nossas utopias – vãs ou não; dos tempos de criança ou da vida adulta – nos movam na direção de melhorar a vida.


Opinião

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Adair Weiss adairweiss@jornalahora.inf.br

Lixo, pedreiros, iluminação natalina e agora o PAC 2...

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ajeado experimenta uma gestão atípica desde que o PT chegou ao poder na cidade. Começou com a repentina suspensão do contrato do lixo da empresa anterior para em seguida chamar uma organização de fora, pertencente a um cartel investigado pelo Ministério Público Estadual. Sucessivos contratos emergenciais foram renovados com argumentos indefensáveis para os mais atentos. Aliás, em março, vence o contrato mais rentável do lixo, mantido até hoje com a WK Borges. Será que, mesmo diante de todas as notícias de cartel denunciado pelo MPE, o governo repetirá a renovação? A saga de dúvidas e questionamentos segue. Ainda no ano passado, pedreiros e serventes foram contratados a preços de ouro, por meio de uma empresa criada por um ex-assessor ligado ao partido. Tudo legal e moral aos olhos do governo municipal. Antes do Natal, tivemos o patético desencontro em relação aos preços praticados para colocar algumas guirlandas e o trenó do Papai Noel. As cifras

Pergunto-me qual seria a razão para tantos desenganos, desencontros e incoerências. Uma empresa privada não sobreviveria nem um ano.

saíram do caixa público com a mesma rapidez que o assunto foi esquecido pela população. Pelo governo, nem se fala. Agora, novas suspeitas pairam

sobre o governo. As obras do PAC 2, um investimento na ordem de R$ 20 mi, já haviam sido colocadas sob suspeita pelo então secretário de Obras, Adi Cerutti. Quase um ano após ele se negar a assinar os empenhos e denunciar superfaturamento, a Caixa Econômica Federal também engrossa. Quer mais detalhes para ver se libera o restante do gordo empréstimo que os próximos governos de Lajeado pagarão. Não lembro de uma gestão lajeadense com tantos incidentes e questionamentos quanto a atual comandada por Luís Fernando Schmidt. Pergunto-me qual seria a razão para tantos desenganos, desencontros e incoerências. Uma empresa privada não sobreviveria nem um ano. Já a prefeitura sangra o dinheiro do contribuinte há três, enquanto a arrecadação superior a R$ 200 milões se esvai num mareado de dúvidas, desperdícios e teimosias dominantes no atual governo de Lajeado. Não acredito que tudo isso passará em branco. Sempre confiei na Justiça e tenho certeza que novos desdobramentos virão. Aguardemos!

Rodovia da piada Se não fosse triste, seria tragicômico. Falta pequeno trecho para concluir a polêmica e demorada obra da BR-386, mas acabou o dinheiro. Sua importância não se discute, e o recurso aplicado para preparar a base que receberá o asfalto se perderá quase que completamente se o trabalho não for concluído logo. O assunto BR-386 tornou-se piada. E o motivo são as injustificáveis e patéticas razões

apresentadas pelo governo e Dnit. Usaram os índios para fazer a população de boba. Que governo é esse? Tem seriedade nenhuma! Nesta semana, a bancada gaúcha esboçou realocar e antecipar recursos previstos para o trecho entre Lajeado e Iraí. Pode uma coisa dessas! Como existe dinheiro para obra futura e não para uma em construção faz dez anos? Está danado de engolir.

Em tempo Ito Lanius (PSDB) está ressurgindo em vários setores da política lajeadense. Márcio Klaus está mais próximo do PMDB, diga-se Celso Cervi. Com Klaus distante da articulação tucana, Lanius começa a imprimir seu estilo dentro da sigla que renova seu quadro faz algumas semanas.

Secando a fonte Em Lajeado, o caixa dos padrinhos políticos começa a se fragilizar. Alguns medalhões se queixam da dificuldade de segurar os apadrinhados depois que o TSE abriu a janela eleitoral. Esse é o resultado quando se filia apenas por dinheiro e não por convicções.

Disputa interna Isidoro Fornari e Marcelo Caumo disputam dentro do PP quem será o próximo candidato a prefeito de Lajeado. Alguns falam na volta de Sedinei Zen ao cenário.

Correndo por fora Leodir Degasperi (DEM) não desistiu da ideia de concorrer a prefeito em Lajeado. Seu grupo cresce na mesma proporção que a vontade de concorrer com chapa pura.

Sangue novo O engenheiro Samir Batisti só não será candidato a prefeito de Marques de Souza se não quiser. Eis o detalhe: não faz questão.

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Karina Trojak, 19, morava em Estrela quando foi aprovada no curso de Arquitetura e Urbanismo. Com apoio da família, conseguiu se adaptar à rotina exigente e superar a saudade

VAGA NA UFRGS

Bagagem cheia de novas Reportagem conta histórias de estudantes do Vale que sonharam em estudar na Ufrgs e, aprovados, se veem diante do desafio de trocar a tranquilidade do interior pelo agito de Porto Alegre. Para os pais, o afastamento da convivência diária é motivo de preocupação. Já para os filhos, aprender a viver longe dos olhos da família é uma prova de maturidade.

Vale do Taquari

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os 18 anos, Vinicius Mattei se prepara para trocar a pequena cidade de Sério, com pouco mais de 2,2 mil habitantes, para viver pelos próximos cinco anos na capital do RS. Aprovado na seleção da maior universidade gaúcha, o jovem pertencerá a um universo de mais de 50 mil alunos provenientes das mais diferentes regiões do país. Centenas de estudantes do Vale do Taquari disputam em janeiro as cerca de 5,6 mil vagas disponibilizadas pela Ufrgs por meio do Sisu ou vestibular. O ensino gratuito com qualidade de excelência e a possibilidade de iniciar nova vida em uma grande cidade atraem mais de 40 mil pretendentes a cada ano. No dia 29 deste mês, Mattei começa a frequentar as aulas do curso de Engenharia de Minas e a dividir o cotidiano com os mais

de 1,4 milhão de moradores de Porto Alegre. No início, vai morar com os tios, mas planeja independência. Pretende, em breve, dividir apartamento com amigos e colegas. As mesmas mudanças e incertezas enfrentadas pelo jovem foram vivenciadas pelas estudantes Julia Giust, 22, Verônica Datsch, 25, e Karine Trojak, 19. Anos antes, fizeram parte da vida do engenheiro civil Goevane Pedó, 34, e do sociólogo Cesar Goes, 52. Julia saiu de Lajeado na metade de 2013, após ser aprovada no curso de Educação Física. Caçula entre as três filhas do casal Alexandre e Janete Giusti, relutou em seguir o mesmo caminho das irmãs. Cristiane, a mais velha, se formou em Ciências Contábeis em 2008. A do meio, Lisiane, cursa Nutrição na Irlanda, onde participa de um intercâmbio. “Quando passei no vestibular, fiquei em dúvida, pois sou muito apegada aos meus pais e namorava na época”, lembra. Mesmo


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Reportagem: Thiago Maurique

Fotos: Anderson Lopes

Caçula da família, Julia Giust seguiu os passos das duas irmãs mais velhas e hoje é uma das 576 pessoas que vivem na CEU. Para ela, o ambiente e as oportunidades enriquecem a formação

experiências assim, não desperdiçou a chance de concluir a graduação em uma universidade federal gratuita, classificada pelo MEC como a segunda melhor do Brasil. Nos primeiros seis meses, Julia morou com Cristiane no Bom Fim, bairro boêmio de Porto Alegre. “Foi tudo muito diferente da realidade que vivia em Lajeado, a começar pelo ritmo acelerado da cidade”, lembra. Ao mesmo tempo em que Julia começava uma vida nova, seus pais também tiveram que se habituar com a mudança. Acostumada a ter as meninas sempre por perto, Janete teve dificuldade para conviver com a saudade e as apreensões sobre o destino das filhas. “No começo tinha muito medo porque é uma cidade muito grande, onde tudo parece mais difícil.” Mesmo diante das incertezas, o casal incentivou as jovens a buscarem seus próprios objetivos e aproveitarem as oportunidades.

Juntas, Julia, Lisiane e Cristiane fazem parte da primeira geração da família com Ensino Superior.

Ensino, pesquisa e extensão Ao iniciar as aulas, a estudante de Educação Física percebeu os motivos da alta concorrência para as vagas da Ufrgs. Segundo ela, o ambiente acadêmico é completamente diferente em relação ao que estava acostumada no colégio. “Tinha alguma noção pelas minhas irmãs, mas a qualidade é de ponta e as oportunidades surpreendentes”, aponta. Além do ensino, uma das principais diferenças é a possibilidade de integrar projetos de pesquisa e extensão, além das bolsas e auxílios oferecidos aos estudantes. Julia participou de extensões na área da educação e da saúde. Hoje, recebe bolsa do Pibid, programa do governo federal para as

áreas de docência, e faz estágio remunerado no Hospital de Clínicas, um dos maiores e mais conceituados do RS. Para o futuro, pretende seguir estudando nos cursos de pós-graduação da universidade. Para garantir a permanência dos alunos, a instituição disponibiliza ajuda de custo para aluguel, transporte, compra de materiais e refeições, além de programa de assistência em saúde. Aqueles com filhos pequenos também recebem auxílio-creche. Alunos também podem solicitar moradia na Casa de Estudantes da Ufrgs (CEU).

Convivência No segundo semestre da faculdade, Julia conseguiu uma vaga na CEU. Localizado na avenida João Pessoa, uma das mais movimentadas da capital, o prédio abriga 571 alunos provenientes do interior do RS e de outros estados. A maioria dos quartos é dividida entre duas pessoas. Cada um dos oito andares tem banheiros coletivos, sem separação por sexo. No nono, há uma cozinha compartilhada e dois terraços onde ocorrem confraternizações. “Para mim é muito tranquilo. Desde que entrei, divido o quarto com a mesma colega, com quem me dou muito bem”, relata. Como mora no sétimo andar, evita participar das festas, por causa do barulho e da bagunça. “Quando tem, prefiro ir para Lajeado,

porque fica impossível de dormir e algumas pessoas extrapolam e fazem sujeira”, destaca. Porém, diz que os problemas geralmente são causados por convidados, não por moradores da Casa. Entre as vizinhas de andar de Julia, está a também lajeadense Verônica Datsch. Estudante de Ciências Contábeis, ingressou na CEU em março de 2012, um semestre após entrar na faculdade. Na época em que se mudou para Porto Alegre, estudava na Univates, onde fazia duas disciplinas por semestre. “Meu pai pensava que gastaria muito mais aqui, mas recebi assistência estudantil e o custo se tornou bem menor”, ressalta. No começo da estada na Casa, Verônica estranhou a divisão dos banheiros, principalmente na hora de tomar banho. “Pensava que alguém iria espiar por cima, mas todos já estão acostumados e ninguém faz esse tipo de coisa”, afirma. A estudante passou por dois andares diferentes e teve três colegas de quarto. Para ela, conviver com pessoas de diferentes lugares, além de princípios, manias e ideologias diferentes, foi um aprendizado. “Aqui temos praticamente uma família e todos se ajudam”, assegura. Com formatura prevista para a metade do ano, a jovem diz que sentirá falta da convivência com os colegas. Quanto ao futuro, pretende continuar em Porto Alegre e manter os estudos.


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“É meio assustador sair de uma escola com 160 alunos para a melhor universidade do sul do país” Vinícius Mattei

studante de Arquitetura e Urbanismo, Karina Trojak, de Estrela, ingressou na Ufgrs no primeiro semestre de 2015. A ida para Porto Alegre era um desejo antigo da jovem. Como tem muitos conhecidos morando na capital, acreditava em uma adaptação fácil. Porém, a partir do segundo mês na cidade, começou a sentir as dificuldades da mudança, mesmo dividindo apartamento com uma amiga no bairro Bom Fim. “Caiu a ficha de que eu estava sozinha, sem minha família, e já não sobrava tempo para ver os amigos.” Quando chegou em Porto Alegre, escutava histórias sobre assaltos e ficava com medo de sair na rua ou ficar sozinha em casa. Com o tempo, se acostumou a tomar cuidados, como evitar andar com o telefone na mão ou usando objetos de valor. Para ela, o apoio da mãe, Cácia, foi imprescindível. “Acho que ela queria mais que eu porque desde quando decidi me dedicar ao vestibular me ajudou a agiu como se estivesse no meu lugar”, lembra. Apesar da distância, o namorado Leonardo Hauschild também incentivou a jovem. “No ano anterior, nos víamos apenas nos fins de semana, pois ele estuda em Caxias do Sul. Então continuo da mesma forma”, relata. Segundo ela, a saudade é amenizada com telefonemas

e pelas redes sociais. “Apesar do ciúmes, brincamos que até é melhor assim, porque a vontade de estar junto aumenta”, afirma. Hoje, Karine diz estar acostumada com a nova rotina. Passa a maior parte do tempo na faculdade, onde conheceu muitas pessoas e cultivou grandes amizades. “Acho muito bom morar sozinha, pois acabei criando novos hábitos”, alega. A adaptação foi tão positiva que ela não pretende voltar a morar na região após o fim do curso. Entre as principais vantagens da capital, aponta a facilidade de locomoção e a maior opção de atividades culturais e de lazer. Quanto ao ensino da Ufrgs, Karina se considera privilegiada por poder frequentar uma das faculdades de arquitetura mais conceituadas do país. “Percebo a diferença quando ouço alunos de outras universidades falando sobre seus cursos.” Conforme Karina, os professores são muito exigentes e fazem com que os alunos se dediquem ao extremo. “Isso acontece no auge do semestre, quando ocorrem muitas provas. Nestes momentos, sinto falta de um abraço da família.” Para o futuro, pretende continuar na Ufrgs, fazendo cursos de mestrado e doutorado. Também tem o sonho de abrir o próprio escritório.

Aprovado em Engenharia de Minas

O

esforço de Vinicius Mattei nos estudos mobilizou a família. Filho de Margani e Flávio Mattei, o jovem passou o último ano se dedicando aos livros para garantir uma vaga na Ufgrs. A recompensa veio em janeiro, com um lugar na Escola de Engenharia da universidade. “Foi uma sensação inexplicável, misto de felicidade e sensação de dever cumprido”, lembra. Após estudar a vida toda em escola pública, conseguiu competir com candidatos de colégios conceituados sem precisar de cursinho preparatório. Para Margani, o sentimento de orgulho pela conquista do filho se mistura com a saudade e o medo da mudança para Porto Alegre. “Me conforta a confiança que tenho nele. É o meu caçula, mas criamos os filhos para o mundo e temos que nos acostumar.” Em casa, o jovem é braço direito do pai na produção de rapaduras em uma agroindústria. Segundo Margani, a família ainda não decidiu como repor a mão de obra do filho. “A ficha ainda não caiu, por isso, não pensamos em uma alternativa.” Para diminuir o sentimento de ausência, o jovem prometeu à mãe

passar todos os fins de semana e férias em Sério. “É necessário, caso contrário, morreremos do coração.” Hoje o estudante vive a expectativa da nova experiência. “É meio assustador sair de uma escola com 160 alunos para a melhor universidade do sul do país”, aponta. Para ele, a chance de conviver com pessoas de regiões diferentes, com gosto e costumes distintos, tem o potencial de mudar a sua percepção de mundo. “Espero adquirir muito conhecimento e sabedoria vivenciando o ambiente acadêmico”, alega. Porém não esconde a ansiedade diante da transformação em seu cotidiano. Para Mattei, o principal desafio será trocar uma cidade pequena, onde pode ir a todos os lugares com segurança e sem necessidade de transporte, pela capital. “Conheço o caos do trânsito e sei sobre os casos de violência em Porto Alegre”, justifica. Esses motivos também influenciam nos planos de Mattei para o futuro. Após a formatura, pretende continuar estudando, de preferência no exterior. “No futuro quero me estabilizar em uma cidade mais tranquila, pois prefiro a calmaria interiorana ao caos porto-alegrense”, afirma.

Caiu a ficha de que eu estava sozinha, sem minha família, e já não sobrava tempo para ver os amigos.” Karina Trojak Aluna de Arquitetura e Urbanismo


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Reportagem: Thiago Maurique e Anderson Lopes

O estudante só vai descobrir o que é estar na Ufrgs depois de entrar” O sociólogo Cesar Goes é um dos milhares de profissionais formados na principal universidade gaúcha. Natural de Aracaju, Sergipe, se formou na turma de 1982 e concluiu mestrado e doutorado na instituição, com pesquisa desenvolvida na universidade de Granada, Espanha. Hoje, Goes é professor da Universidade de Santa Cruz do Sul e uma das principais referências da área no RS. A Hora – Quais os motivos que levam mais de 40 mil estudantes por ano a disputarem as vagas da Ufrgs? Cesar Goes – Em primeiro lugar, é a representatividade do Ensino Superior no país. Temos uma vasta população sem condições de ascensão social, para a qual a formação superior é a possibilidade de uma vida significativa do ponto de vista profissional e de reconhecimento por parte da sociedade. Temos um sistema diferente de outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, existe uma gama maior de possibilidades. A coisa é tão dramática no Brasil que a pouca possibilidade de fazer ensino público superior gratuito aumenta tremendamente a pressão sobre os estudantes. As universidades brasileiras são recentes em relação às instituições de outros países da América Latina. Por que esse processo foi tardio no país? Goes – As elites locais sempre viam a universidade como uma forma de concorrência ao poder. Os filhos dessa camada social estudavam na Europa até o século XIX. As primeiras universidades se consolidaram a partir da década de 40. Existiam faculdades, mas não um complexo de formação de intelectual que serve para democratizar a sociedade. Diferente de países como Peru, Bolívia, México, Chile e Venezuela, não houve no Brasil o rompimento com a classe dominante no fim da colônia. Nossos vizinhos têm instituições com mais de 250 anos. Como é para o aluno participar desse ambiente acadêmico? Goes – O estudante só vai descobrir o que é estar na Ufrgs depois de entrar. Poder frequentar uma instituição com este peso e o valor simbólico de uma carreira formada aqui dentro são coisas muito importantes. Também permite o lado bom da ruptura geracional, que é a liberdade de sair de casa com apoio da família. Existe a contrapartida da responsabilidade, pois o jovem não sai brigado, e, sim, para estudar. Não há um rompimento familiar. Se a saída na ruptura é motivo de constrangimento para os pais, a mudança para estudos é um orgulho.

Quais as principais dificuldades enfrentadas por alunos que saem do interior para a capital? Goes – A pressão inicial é muito grande. Passam por mudanças de hábito causadas pela própria dinâmica de um centro urbano maior. Isso altera o próprio olhar sobre a comunidade de onde saiu, o que pode ser fonte de conflito. Mas ninguém deixa de voltar para visitar a família e esse processo é fundamental para a manutenção do aluno. O salame, o pão e a schimier que ele leva na mala quando volta para as aulas são verdadeiros tesouros. Muitas vezes, você não entende como esses alunos sobrevivem. Nenhum pai manda R$ 1 mil por mês, mas sempre há uma ajuda. Como é a rede de apoio aos estudantes? Goes – No meu caso, quando ingressei, acabei em uma moradia estudantil autônoma mantida pelos próprios alunos, a Cjuc. Era parte de uma extensa rede criada pela Igreja Católica. Depois, a igreja não conseguiu manter e os estudantes assumiram. Morávamos entre 17, precariamente, mas nos organizávamos para fazer a limpeza. Tinha uma diretoria, conseguíamos recursos na Assembleia Legislativa e na Câmara. Fazíamos rifas para garantir para todos arroz, feijão e polenta. Essa é uma experiência muito rica do ponto de vista da organização social. Depois de um ano e meio, fui para a CEU, em condições melhores. Fiz grandes amizades que mantenho até hoje nas duas casas. Essas redes são muito importantes para manter os estudantes em POA, assim como os parentes, as amizades e a auto-organização. A maioria dos estudantes que conversamos afirma que pretende ficar em Porto Alegre após os estudos. Por que isso ocorre? Que conselhos você daria aos pais desses alunos? Goes – Um rapaz que está em Porto Alegre e descobrindo o mundo agora vai dizer que não quer voltar. Depois de formado, ele irá onde a oportunidade surgir, mesmo na cidade natal. Aos pais, eu diria que escutem seus filhos, para ajudá-los a discernir o impacto da mudança. São fontes de sabedoria e já enfrentaram muita coisa. Essa mobilidade para estudar é uma dádiva da modernidade. Antes, nossos pais saíam ou para garantir o próprio sustento ou para aliviar o custo da família.


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Cidades

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Município planeja entrega para março As 250 famílias contempladas serão chamadas a partir da próxima semana ANDERSON LOPES / ARQUIVO

Vale do Taquari

teamento Nova Morada II, que compreende outras cem residências, serão chamadas tão logo o primeiro lote conclua a entrega das casas. Com ruas pavimentadas, os moradores desfrutarão de casas com 48 metros quadrados, construídas em uma área de 13 hecta-

F

amílias que concorreram e ganharam uma das 379 casas populares do Loteamento Nova Morada I, em Estrela, começam a ser chamadas para ajustar documentação do imóvel. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Social, Trabalho e Habitação (Sedesth), José Itamar Alves, a previsão de entrega é para o fim de março, mas é preciso levar em conta as condições meteorológicas. “Novembro e dezembro choveu muito, mas janeiro o tempo firmou e possibilitou o avanço das obras.” Segundo o secretário, os dossiês dos moradores chegam de Novo Hamburgo na próxima quinta-feira, quando as famílias do Projeto Minha Casa Minha Vida – etapa I com 250 moradias – serão chamadas para assinatura do contrato.

res, às margens da Rota do Sol. No formato geminado, as residências contam com piso cerâmico, dois quartos, sala, cozinha, área de serviço coberta e varanda. Todas têm reservatório de água individual e aquecimento solar, bem como são adaptadas com banheiros maiores para cadeirantes.

LAJEADO CHAMA BENEFICIADOS

Em fase de acabamento, previsão de entrega é para o fim de março

Com prazo de entrega previsto para o fim de 2015 e início de 2016, a construção das casas está em fase de acabamento, com 88% das obras concluídas. A instalação de postes de luz e rede de água e esgotos devem estar prontas em 45 dias. O investimento do governo federal supera R$ 14 milhões. Entre as exigências da Caixa

Econômica Federal (CEF), as famílias devem ter renda de até R$ 1,6 mil, estarem incluídas no Cadastro Único e comprovarem moradia no município por, no mínimo, cinco anos. O candidato enquadrado nos critérios terá dez anos para pagar a contrapartida. As prestações variam de R$ 25 a R$ 80. As famílias inscritas no Lo-

Os futuros moradores do Loteamento Novo Tempo I, entre os bairros Jardim do Cedro e Santo Antônio, em Lajeado, se reúnem neste sábado, a partir das 13h30min, no Ginásio Nelson Brancher. Os escolhidos para residir no Novo Tempo II serão chamados às 15h30min. Todos devem chegar com 15 minutos de antecedência para cadastro de dados. É

preciso levar documentos de identificação. O encontro serve para realizar a quinta palestra com os condôminos. Na ocasião, será debatido o tema “Conservação do patrimônio e do meio ambiente”. A reunião é um trabalho desenvolvido pela Secretaria de Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sthas) em parceria com a empresa Acordar Treinamentos.

Cidade inaugura academia pública e projeta mais instalações RAFAEL SIMONIS

Santa Clara do Sul No dia em que a primeira academia ao ar livre da cidade foi aberta, o governo apresentou o projeto de instalar mais duas estruturas semelhantes neste ano. Uma delas no parque multiesportivo em construção à margem da rua Alberto Schabbach e outra na Praça Irmã Chrisanta. A inauguração da primeira aca-

demia pública ocorreu nessa sexta-feira e teve participação do grupo de ginástica atendido pela Secretariada Saúde, além de autoridades municipais e comunidade. Noélia Bald, 57, Terezinha Arenhard, 69, e Neide Kronbauer, 58, participaram da inauguração e aprovam a iniciativa do Executivo. “Hoje de manhã acordei com dor de cabeça e agora, me exercitando na academia, já estou mui-

to melhor”, relata Neide. A amiga Noélia pratica exercícios físicos faz cerca de dez anos e enaltece os benefícios para o corpo e a mente. Terezinha também integra o grupo de ginástica da secretaria e comemora o investimento nas áreas do esporte e lazer. A obra foi construída pela empresa Corema Serviços e custeada pela administração municipal ao valor de R$ 37 mil.

Primeira academia ao ar livre do município custou pouco mais de R$ 37 mil


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Governo reencaminha o projeto do BRDE Prefeito quer R$ 4 mi para ruas. Prazo de envio das propostas acabou em janeiro RODRIGO MARTINI

Lajeado

de 18 ruas em dez bairros. Dessa vez, a proposta apresenta mais informações. O financiamento prevê prazos de 96 meses de amortização e 18 meses de carência, contrapartida do município de 10% e juros de 6,18% ao ano, mais correção pela taxa Selic.

O

prefeito Luís Fernando Schmidt reencaminhou à câmara o projeto de lei que solicita autorização para financiamento com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Dessa vez, a administração quer buscar R$ 4 milhões em operação de créditos para pavimentações de ruas, R$ 1 milhão a mais em relação à proposta rejeitada pelos vereadores em janeiro. A votação deve ocorrer na próxima sessão do Legislativo, marcada para quinta-feira, 11, em função do feriado de Carnaval. Em nota, a administração municipal informa que o prefeito esteve em Porto Alegre na tarde de quarta-feira, em reunião com o vice-presidente e diretor de Acompanhamento e Recuperação de Créditos do BRDE, Odacir Klein. Nesse encontro, Schmidt diz que Klein lhe garantiu dez dias de prazo para o Executivo lajeadense se inscrever no BRDE Municípios. Cerca de 40 municípios garantiram a inscrição. Todos antes do dia 15 de janeiro, data limite anunciada pelo banco desde o lançamento do programa, em 7 de outubro de 2015. Em Gravataí, por exemplo, o convênio foi aprovado na câmara já em novembro do ano passado. Em Mato Leitão, a prefeita, Carmen Goerck, encaminhou todos os documentos no dia 14 de janeiro, buscando recursos para três obras no perímetro urbano e nas sedes dos distritos de Arroio Bonito e Sampaio. Lá, o legislativo aprovou o convênio no dia 7 de janeiro. Conforme o prefeito de Lajeado, Klein teria ficado “surpreso com a

Só Lajeado pediu prorrogação

Rua Frederico Delbrugge, no Jardim do Cedro, é uma das 18 vias previstas para receber pavimentações pelo BRDE

rejeição do projeto anterior”, ocorrida no dia 21 de janeiro, em sessão extraordinária convocada pelo Executivo. Os vereadores reprovaram o convênio por seis votos a cinco. A principal reclamação dos parlamentares era o pouco tempo para análise, e a ausência de detalhes como prazos e taxas de juros da operação. Para Schmidt, não haverá endividamento do município com o novo financiamento. Cita que parte dos custos das obras, por força da legislação, será revertida por meio da Contribuição de Melhorias. “O valor retorna à prefeitura.” Sobre garantias, o prefeito anuncia um superávit de R$ 5 milhões em 2015, e comenta sobre os mais de 85% de retorno do IPTU recolhido só em janeiro. O projeto de lei autoriza o Executivo a contratar até o limite de R$ 4 milhões. O recurso será aplicado na pavimentação de até 20 trechos

Entrevista com gerente-adjunto de operações do BRDE, André Guarnieri A Hora – Ainda é possível a inscrição de projetos pelas administrações municipais? André Guarnieri – Não, a data limite para recebimento dos pedidos de financiamento dentro do programa BRDE Municípios foi 15 de janeiro de 2016. Quando iniciaram e quando encerraram as inscrições? Houve mudança nesse cronograma desde o lançamento do programa, em outubro de 2015? Guarnieri – Não houve mudança do cronograma.

As inscrições iniciaram logo que o programa foi lançado, mas era preciso que a prefeitura providenciasse os documentos necessários para a solicitação do financiamento, constantes no Manual de Instruções de Pleitos (MIP), do Tesouro Nacional. Conforme acima mencionado, era possível fazer a solicitação até o dia 15 de janeiro de 2016. Quantos municípios estão inscritos? Guarnieri – Em torno de 40 municípios entraram com solicitação de financiamento.

Em 22 de janeiro, um dia após os vereadores rejeitarem a proposta, a prefeitura divulgou matéria sobre o assunto. Cita o texto que “o programa do BRDE foi lançado em outubro de 2015 e, em princípio, o prazo para incrições se encerraria em março. Na última semana, porém, o prazo foi reduzido para segunda-feira (25/01), o que levou à convocação de uma sessão extraordinária pelo Executivo.” Após a reprovação do projeto na câmara, o secretário de Governo (Segov), Auri Heisser, também afirmou que os prazos haviam sido antecipados. No entanto, conforme o gerente-adjunto de operações do BRDE, André Guarnieri, e também o gerente de planejamento do BRDE no estado, Alexander Leitzke, desde o início, o fim do prazo de inscrições já estava definido para o dia 15 de janeiro. Ou seja, seis dias antes da sessão extraordinária. “O prefeito veio e disse que tinha o projeto pronto e o problema teria sido a rejeição pela câmara. Nos avisaram para receber o projeto e tentar incluir dentro do prazo para contratações, que vence em abril, em função do período eleitoral”, informa Leitzke. Em função do atraso, alerta para as dificuldades de Lajeado ser contemplado em 2016, e diz que só Schmidt solicitou prorrogação.


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Feriado será abafado e com chuva passageira Temperaturas na região devem superar os 30ºC até a Quarta-Feira de Cinzas Vale do Taquari

O

tempo durante o Carnaval será típico da estaçã: calor e chuva passageira. Essa é a previsão do Centro de Informações Hidrometeorológicas da Univates. Conforme a coordenadora, Fabiane Gerhard, os modelos indicam que nos próximos dias pode chover uma média de 25 a 35 milímetros (mm) na região. “Ressaltamos que isso pode apresentar alterações devido à chuva prevista para segunda-feira, que será típica de verão, podendo ter muita precipitação em um ponto e nada em outro.” Como o Vale apresenta altos índices na emissão de radiação, é importante os moradores adotarem alguns cuidados. Neste verão, o CIH já registrou picos de 11,8 (considerado extremo pela Organização Mundial de Saúde). Isso ocasiona doenças de pele, queimaduras solares e envelhecimento precoce. Para a prevenção, além do uso de protetor solar, as pessoas devem evitar a exposição ao sol das 10h às 16h.

PREVISÃO Sábado: o tempo fica firme e, ao longo do dia, o sol aparece acompanhado de algumas nuvens. O amanhecer segue agradável e a tarde, quente. Mínima de 20°C e máxima de 31°C Domingo: as condições pouco mudam e ocorre mais um dia de sol e nuvens. As temperaturas continuam agradáveis ao amanhecer, mas elevam-se um pouco mais à tarde. Mínima de 20°C e máxima de 33°C Segunda-feira: o ingresso de ar quente e úmido favorece maior elevação das temperaturas, e a tarde será de intenso calor e abafamento. Por conta disso, chuvas típicas de verão, com possíveis temporais, podem ocorrer entre a tarde e a noite. Mínima de 21°C e máxima de 35°C Terça-feira: o dia começa ensolarado. No entanto, no decorrer do período, uma frente fria ingressa no estado e provoca aumento da nebulosidade. Até o fim do dia, pancadas de chuva devem acontecer. Há risco de chuva forte e temporais. Antes da mudança do tempo, a sensação será de calor e abafamento. Mínima de 23°C e máxima de 32°C Quarta-feira: muitas nuvens cobrem o Vale e ainda há chance de chuva, principalmente na primeira metade do dia. No decorrer do período, a instabilidade se afasta do estado e o tempo apresenta melhora, com possíveis aberturas do sol. As temperaturas ficam mais agradáveis. Mínima de 19°C e máxima de 30°C

ANDERSON LOPES

Centro de Informações Hidrometeorológicas da Univates alerta para risco de temporais no início da próxima semana


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Lei institui multa por falta de limpeza Crescimento do inço em terrenos baldios gera críticas e preocupação em vizinhos CARLOS FLORES

Lajeado

P

eríodos de calor e chuva fazem a vegetação crescer mais, causando reclamações por parte de vizinhos de terrenos baldios. Mas a Secretaria de Planejamento (Seplan) enfrenta dificuldades de localizar proprietários de imóveis, para enviar notificações sobre a limpeza. A partir das próxima semana, quem não for encontrado será intimado via edital, conforme determinado pelo Código de Posturas.

Em janeiro, mais de 70 avisos foram expedidos por fiscais responsáveis. De acordo com a secretária da Seplan, Marta Peixoto, a administração tem reiterado a necessidade da população colaborar. Terrenos particulares, destaca, são de responsabilidade dos proprietários. Se os munícipes tomarem o devido cuidado, o Executivo pode reduzir gastos. “Podendo então intensificar o trabalho em outros setores.” Ela salienta que, em época de combate ao mosquito aedes

DESTINAÇÃO POR TIPO DE RESÍDUO Cootralto: móveis e eletrodomésticos (linha branca), além de pneus devem ser entregues na sede da Cooperativa de Trabalhadores do Alto Taquari, na rua Beira Rio, 1.379, no bairro Conservas. Contado pelo 9351-6644; Ecolog: pilhas, baterias, celulares, carregadores e chapas de raios x devem ser entregues nos pontos de coleta espalhados pela cidade, inclusive na Secretaria do Meio Ambiente (Sema), onde também podem ser obtidas informações pelo 3982-1099; Ecoóleo: óleo vegetal pós-consumido deve ser destinado aos pontos de coleta espalhados pela cidade, inclusive na Sema; Moraes & Maia: lixo eletrônico deve ser destinado aos pontos de coleta espalhados pela cidade, inclusive na Sema.

Serviço: – A coleta de lixo orgânico ocorre de segundas a sábado. O lixo seco é recolhido em dias específicos, conforme o bairro; – Lâmpadas e fluorescentes devem ser armazenadas adequadamente e devolvidas aos fornecedores e/ou fabricantes; – Lixo verde deve ser descartado em área devidamente licenciada.

Em alguns casos, a vegetação chega a emcobrir residências vizinhas, e terrenos são usados como depósitos de lixo

aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, é preciso cuidado redobrado. Conforme Marta, o município coleta o lixo doméstico e oferece, por meio de convênios com empresas e cooperativa, locais para destinação. Pneus, móveis, eletrodomésticos e óleo de cozinha não devem ser descartados junto com o lixo residencial. Segundo o secretário de Agricultura e Urbanismo (Saurb), Marcos Salvatori, limpezas em terrenos particulares são efetuadas apenas quando solicitado pela Seplan. “Mesmo porque é grande a demanda em imóveis e logradouros públicos, como praças, parques, escolas e postos de saúde”, comenta.

Perigos Áreas abandonadas, cuja vege-

tação cresce sem controle, podem causar riscos a saúde dos vizinhos, visto que são propícias para a procriação de pragas. De acordo com o laboratorista aposentado, Heinz Prediger, 72, a situação de dois terrenos próximos ao local onde ele mora, no bairro São Cristóvão, é preocupante. Segundo ele, além de criadouros de insetos, os locais são usados como depósito de lixo residencial. “Ninguém toma providências, e quem mora perto também não pode fazer nada, porque não conhecemos o proprietário”, lamenta A empresária Cristina Wendt, 50, visita a filha que mora na região e diz que é normal aranhas e baratas entrarem em casa. Ela afirma que as autoridades responsáveis já foram alertadas. “Já cansaram de ligar para a prefeitura”, relata.

Legislação Conforme o parágrafo 3°, do artigo 25º, da lei 5.840, de 17 de dezembro de 1996, alterado pela lei 157 de março de 2015: “verificado o não cumprimento da notificação de limpeza de imóveis, o município notificará via edital, contendo nome do proprietário e localização do imóvel (setor, quadra e lote), para que o mesmo proceda o asseio de pátios, quintais, prédios e terrenos”. Caso não houver atendimento à notificação, serão aplicadas multas previstas nos artigos 3° e 5°, variando de 100 a 500 Unidades de Referências Fiscais (Ufirs), conforme reincidências. Também será cobrada a limpeza do terreno, caso seja feita pela equipe de roçada da Saurb.


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ANDERSON LOPES

Operação Viagem Segura se estende até a quarta-feira, 10. Nos últimos cinco anos, estado registrou média de 5,6 mortes por dia

Controle das estradas é meta no feriadão Aumento de circulação de veículos e o consumo de bebidas aloólicas ampliam riscos a condutores. Para reduzir acidentes, polícias rodoviárias promovem operações nas estradas da região. Maioria das repartições públicas fecha até quarta-feira Vale do Taquari

S

etores de segurança da região devem intensificar a fiscalização sobre motoristas até a quarta-feira, 10, com a Operação Viagem Segura. Ela terá abrangência estadual e iniciou nessa sexta-feira. O controle do excesso de velocidade, consumo de bebida alcoólica e a fiscalização de ultrapassagens irregulares serão prioritários. As medidas são uma tentativa para reduzir os índices de acidentes e mortes registrados durante os dias de festejo popular. O trecho da BR-386 da região é indicado como um dos pontos prioritários para ações de segurança nesta

época do ano. O motivo é o histórico de 16 mortes registradas entre 2007 e 2014. No feriado do passado, uma pessoa morreu em acidente na rodovia e a PRF registrou 3,6 mil multas por excesso de velocidade, autuando 24 motoristas por irregularidades durante ultrapassagens. No mesmo período, foram aplicados 439 testes de etilômetro e dez condutores foram flagrados dirigindo após consumir bebida alcoólica. Do total, três foram presos. Com o fluxo registrado na rodovia nessa sexta-feira, em direção a Porto Alegre, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) espera uma maior movimentação entre as 16h e às

22h, além da terça-feira, 9. Só na BR-386, serão utilizados três radares móveis para o controle de

Levantamento do Detran mostra que no feriado de Carnaval a média de mortes no trânsito é de 5,6 vítimas por dia

velocidade. As rondas no período também vão contar com 12 etilômetros. Nas rodovias estaduais, onde o fluxo de veículos deve aumentar 30%, cada Grupo de Policiamento Rodoviário da Brigada Militar contará com um etilômetro e um radar de velocidade nas ações desenvolvidas. Em 2015, a unidade registrou 36 acidentes em vias estaduais da região, 14 deles com algum tipo de lesão.

Detran indica atenção Em nota sobre a Viagem Segura, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RS) salientou a importância de se manter atenção ao dirigir. Para o órgão, o Carnaval não está entre os feriados

mais violentos do estado. Um dos fatores está ligado ao consumo de bebidas alcoólicas. Na média dos últimos cinco anos, o órgão registrou 5,6 vítimas por dia no feriadão. Em outros períodos de recesso prolongado em que a ação é desenvolvida, os índices chegam aos 6,6 mortes por dia. Em 2015, o Detran/RS contabilizou 30 mortes nos seis dias de operação.

Repartições públicas fecham Os serviços também serão adaptados ao feriado. Nas repartições públicas, as atividades só retornam na quarta-feira. No período, ambulâncias serão mantidas por


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Reportagem: Marcelo Gouvêa

plantonistas e fazem o transporte de pacientes a hospitais da região. Em Lajeado, os postos de saúde estarão fechados na segunda-feira e na terça-feira. Nos dois dias, os atendimentos a moradores do município são feitos na UPA, no bairro Moinhos d'Água. Nos dois dias, alguns setores do Hospital Bruno Born (HBB) estarão com atividades suspensas. Entre eles, está o Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) e o Centro de Tecnologia Avançada (CTA). Além deles, a medida compreende serviços administrativos. A Central de Regulação atende na segunda-feira até às 14h, já o serviço de quimioterapia, retirada de exames, estacionamento e a Central de Marcação de Exames mantêm atendimento normal. Pontos de visitação no município como o Parque Histórico e o Jardim Botânico ficarão abertos. O primeiro opera entre as 13h e às 19h nos dois dias, enquanto o segundo, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Os serviços de coleta de lixo serão mantidos.

Serviços no feriado Rede Imec – Funciona sem alterações em Lajeado e Estrela Desco – Fechado em Encantado e Lajeado Rissul – Funciona sem alterações Supermercado STR – Não abre na terça-feira Lojas – Não abrem na terça-feira Bancários – Fecham na segunda e terça. Na quarta-feira, atendimento ao público ocorre das 12h às 15h Shopping Lajeado – Lojas com abertura opcional na terça-feira. Demais atividades sem alterações.

Dicas de segurança •Planeje sua viagem: conheça as distâncias e possíveis pontos de parada, abastecimento e manutenção; •Viaje descansado e pare a cada duas horas: o motorista que se expõe a muitas horas ao volante está sujeito à sonolência, perda de reflexos e da força motora. Outro risco é de ocorrência da hipnose rodoviária, quando o condutor se mantém de olhos abertos, porém, sem reagir aos estímulos externos; •Aproveite o dia: caso não conheça a pista ou tenha pouca experiência em rodovias, evite circular em horários de maior movimento e à noite. Ao evitar o período, o condu-

tor também reduz os riscos da viagem. Nele, costumam ser registrados os acidentes mais grave e a probabilidade de ocorrências com morte ou ferimentos dobra. A demora no atendimento mecânico é outro fator a ser levado em conta; •Revisão: verifique documentação pessoal e do veículo antes de sair. Outra medida importante é avaliar o estado do veículo e fatores como óleo, água, faróis, sinaleiras, pneus e itens obrigatórios; •Cautela: fique atento às condições de ultrapassagem. Só a faça em áreas permitidas. Cerca de 3% dos acidentes são decorrentes de manobras

do tipo malsucedidas. Elas são responsáveis por mais de 1/3 das mortes; •Controle: respeite os limites de velocidade. O excesso é principal responsável por acidentes de trânsito e pelo agravamento dos acidentes. Mantenha uma distância segura do veículo da frente e evite freadas bruscas caso esteja na frente de um caminhão. Sob chuva, mantenha uma distância maior. Use o cinto de segurança e utilize cadeirinhas ou assentos de elevação para o transporte de crianças; •Não se exceda: evite envolvimento em atrito e releve provocações de outros condutores.


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Cidades

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Calor provoca a morte de 1,5 mil frangos Produtores de Boa Vista contabilizam perdas após temperatura superar 40ºC MACIEL DELFINO

Teutônia

passado, Silvane investiu R$ 3 mil na melhoria do sistema de refrigeração. O objetivo era acrescentar mais equipamentos do que o necessário. No local, estão instalados 24 ventiladores e linhas com 120 bicos nebulizadores. Conforme Silvane, o prejuízo é incalculável. “Perdemos mão de obra, ração e são mais de três mil quilos de carne que não podem ser aproveitados.”

A

gricultores do interior do município tiveram prejuízo devido ao calor intenso registrado nas últimas semanas. Faz dez anos que Silvane Thies cria frangos. No fim do mês passado, registrou a maior perda desde que ingressou na atividade. Mil aves morreram devido ao calor. Em outras localidades, os prejuízos foram menores e totalizam pouco mais de 550 aves. No dia 25, entrou no aviário de 1.440 metros quadrados e encontrou 200 animais mortos. Entre o dia 29 e 30, constatou perda de mais 800 frangos. O maior prejuízo reduziu para 15 mil o número de animais. As mortes aconteceram dois dias antes da Cooperativa Languiru

Cuidados reduzem mortes

Apesar dos investimentos em refrigeração, há dois dias antes do recolhimento para o abate, 800 animais morreram

recolher as aves. Dentro do aviário, a temperatura estava em torno de 37ºC, enquanto fora os termômetros marcavam 40ºC. A localidade de Boa Vista Fundos não é a ideal para a criação de frangos. A planície entre morros retém o calor e gera sensação de abafamento. Para amenizar o problema, no ano

O período mais delicado e suscetível à morte dos animais é entre fim de outubro e metade de fevereiro. No entanto, existem medidas que podem amenizar as perdas. Conforme o técnico em Agropecuária Jaime Borgelt, reduzir a quantidade de ração durante a manhã para chegar ao fim da tarde sem o alimento pode contribuir. Caminhar entre os frangos para que eles se movimentem também auxilia. Em dias com temperatura muito elevada, em torno de 40º C, como foi registrado, a orientação é fechar as cortinas internas e externas, evitando que o calor de fora invada o galpão. Com isso, os ventiladores e nebulizadores terão mais efetividade. Mesmo com os cuidados, os produtores podem registrar perdas. Outra solução é o investimento no sistema americano dark house, que controla a temperatura e luminosidade 24 horas por dia. O valor do galpão é 10% maior que um aviário convencional. No entanto, promete ciclo de crescimento mais rápido e redução de mortandade.


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Veloterra PATROCÍNIO:

Arroio do Meio sedia a Summer Cup Segunda etapa da competição de verão ocorre neste fim de semana FÁBIO KUHN

A

pista ao lado do CTG Querência do Arroio do Meio recebe a Summer Cup de Veloterra neste fim de semana. Considerado uma preparação ao Campeonato de Veloterra oficial, o evento reúne cerca de 150 pilotos gaúchos. Programação inicia no sábado com os treinos preparatórios – entrada é gratuita. No domingo, ocorrem mais treinos de manhã e as disputas nas 19 baterias à tarde. A entrada custa R$ 10. Os organizadores aguardam cerca de três mil pessoas nos dois dias “É um evento inédito no município. Tomara que o tempo colabore, pois em pista seca os pilotos conseguem um melhor desempenho,” declara o responsável pela Fiel Promoções, André Tramontina. Além da Fiel Promoções, o Summer Cup conta com o apoio do Moto Clube Arroio do Meio (Mocam) e administração municipal. Prova é supervisionada pela Federação Gaúcha de Motociclismo. Esta será a segunda etapa da

Programação inicia no sábado com treinos e entrada grátis. No domingo, ocorrem as baterias. Ingresso custa R$ 10

competição de velocidade. A primeira ocorreu em Cotiporã, em janeiro. A terceira e última etapa ainda não tem data e local definidos, mas provavelmente ocorrerá em Anta Gorda.

PROGRAMAÇÃO Sábado 15h30min – Treinos livres 19h – Previsão de término das atividades Domingo 9h – Início dos treinos 12h – Término dos treinos

13h – Abertura 13h15min – Início das 19 baterias. Premiação de cada categoria ocorre após o fim das corridas 17h – Previsão de término do evento


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Gauchão

Alviazul busca pontos em São Leopoldo Jogo contra o Aimoré ocorre neste domingo, às 18h ANDERSON LOPES

Equipes jogam pela classificação Intercamping O Campeonato Intercamping, de Marques de Souza, chega na reta decisiva. Neste sábado, a partir das 14h, no Camping da Pedra, ocorrem seis partidas pela primeira fase eliminatória Na primeira, o nono colocado Sombras encara o Maravilha. Na sequência, Mecânica Scherer e Xurupita A prometem um confronto equilibrado. Dono da segunda melhor campanha na fase classificatória, o Xurupita B joga contra o Breds Couros. Demais jogos são: Camping do Stackão versus Illuminati (21º), UFC versus Bom Fim e Quem Chuta Busca versus Regra 3.

Primeira rodada eliminatória

Equipe comandada por Carpegiani viaja cerca de 100 quilômetros em busca dos primeiros pontos no Estádio Cristo Rei

A

pós tropeçar na estreia e perder para o Juventude por 3 a 1 em casa (partida disputada quarta-feira à noite), o Lajeadense busca os primeiros pontos no Campeonato Gaúcho 2016. Em São Leopoldo, a equipe alviazul encara o Aimoré. O confronto era válido pela rodada de abertura, entretanto, foi transferido para as 18h deste domingo devido a problemas em dos muros do Estádio Cristo Rei. Na tabela de classificação, as duas equipes estão empatadas na zona de rebaixamento, sem pontuar, mas com uma partida a menos que a maioria dos demais adversários (veja tabela). Estão à frente apenas do Passo Fundo – time que perdeu os dois primeiros jogos por goleada e trocou de técnico. Saiu Ben-Hur Pereira e entrou Paulo Porto. Pelo Gauchão do ano passado, Lajeadense e Aimoré empataram sem gols o confronto disputado em São Leopoldo.

Outras partidas Internacional e Ypiranga jogam para ficarem na ponta da tabela.

A partida ocorre às 17h de sábado, no Estádio Beira-Rio. Até o momento, as equipes estão com 3 pontos em um jogo disputado. Esta será a primeira partida do time colorado após a saída de D'Alessandro. Nos treinamentos, o técnico Argel Fucks promoveu a entrada de Alex no lugar do ex-capitão. O plantel que inicia o jogo deve ter: Alisson, William, Paulão, Réver, Artur, Fernando Bob, Rodrigo Dourado, Anderson, Eduardo

Sasha e Vitinho. Às 19h30min de domingo, o São José encara o Cruzeiro, no Passo da Areia. Se vencer, a equipe do “Zequinha” pode ocupar temporariamente a liderança da competição. Cruzeiro busca a primeira vitória.

Sábado 17h – Internacional x Ypiranga Domingo 18h – Aimoré x Lajeadense 19h30min – São José x Cruzeiro

PRIMEIROS CLASSIFICADOS – – – – – –

Tocafogo Lacmax São José New's Car O que Importa é o que Interessa Jurupita

CLASSIFICAÇÃO EZEQUIEL NEITZKE

Equipe

Jogos do fim de semana

São José se classificou ao eliminar o Caí na Farra (campeão da edição 2012/13) nas penalidades. No tempo normal, os times ficaram no 2 a 2. De virada, o Lacmax venceu

o Debilitados por 4 a 1. Os gols da equipe vencedora foram anotados por Fabiano Seidel, Ricardo Jommertz e Alexandro Schuster (dois). Vice-campeão na última edição, Bohemios foi eliminado pelo Tocafogo ao perder por 3 a 0 – gols de Jeferson Schneider (dois) e Leandro Appelt. Dono da melhor campanha, o Jurupita eliminou o Barsemlona ao empatar em 2 a 2 no tempo normal e vencer nas penalidades. Destaque nessa etapa foi o goleiro do Jurupita, Tiago Brock, com duas defesas nas três cobranças. Representante de Travesseiro, o O que Importa é o que Interessa eliminou o Bucha Neles ao vencer por 2 a 1. Marcelo Krindges e Ismael Wathier fizeram os gols da classificação. New’s Car eliminou Penetra’s ao empatar no tempo normal por 2 a 2 e vencer nas penalidades. Rodrigo Bergonsi defendeu a cobrança de Ruimar Kunzel.

P

S

1° Grêmio

6

4

2° Juventude

6

3

3° São José

4

3

4° Novo Hamburgo

4

2

5° Ypiranga

3

4

6° Glória

3

1

7° São Paulo

3

0

8° Internacional

1

0

9° Brasil de Pelotas

1

-2

10° Cruzeiro

1

-2

10° Veranópolis

1

-2

12° Aimoré

0

-2

12° Lajeadense

0

-2

14° Passo Fundo

0

-7 Seis partidas ocorrem a partir das 14h. Quem perder dá adeus ao certame


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INTERNACIONAL

Do lamento à flauta:

o impacto da saída de D’Alessandro Os bastidores do futebol gaúcho ficaram conturbados na semana com o empréstimo de D' Alessandro para o River Plate. Enquanto os torcedores colorados lamentavam, memes se multiplicaram na web para homenagear e até comemorar a saída do argentino

A

ndrés Nicolás D'Alessandro vestiu, nos últimos sete anos e seis meses, a camiseta do Internacional em 341 partidas. Saiu vitorioso em 176 jogos, empatou outros 85 e perdeu 80 – um aproveitamento de quase 60%. Foi na “era D'Ale” que o Inter se tornou campeão inédito da Copa Sul-Americana, conquistou o bicampeonato da Libertadores e Recopa e se consolidou como o maior vencedor do Gauchão ao levantar a taça cinco vezes seguidas. Também com a presença do meio-campista argentino, a equipe colorada registrou alguns dos momentos mais desgostosos da história centenária. Entre eles, a derrota para o Mazembe na semifinal do Mundial de Clubes e a goleada sofrida para o Grêmio por 5 a 0, em 2015. Nessa quarta-feira, a diretoria colorada confirmou o empréstimo de D'Ale para o River Plate. Ele ficará na equipe que o revelou até o fim do ano e poderá disputar a Libertadores da América. Durante a despedida, o atleta chorou e disse: “o que passei no clube não tem comparação com nada.” Ainda na quarta-feira, D'Ale levantou a última taça com a camisa do Internacional. Na decisão da Recopa Gaúcha, o time colorado empatou com o São José por 0 a e conseguiu o título ao vencer nas penalidades por 3 a 2 – jogo disputado no Passo D'Areia. Sem D'Alessandro, a torcida colorada fica carente de liderança. Nas redes sociais, admiradores do argentino lamentaram a saída repentina, enquanto se multiplicavam memes homenageando e até comemorando o fato. Diretoria colorada busca um substituto. Técnico Argel Fucks já evidenciou que a missão será difícil ao citar que “há escas-

sez na posição”. Por enquanto, quem deverá atuar na função é Alex. Há possibilidades ainda de Andrigo, de Estrela, figurar como uma das soluções para o meio de campo.

Trajetória 2008 Agosto D'Alessandro estreou no Beira-Rio com um empate em 1 a 1 diante do Tricolor. Partida era válida pela Copa Sul-Americana Dezembro Em menos de cinco meses, D'Ale comemora o primeiro título com a camisa do Internacional, na Copa Sul-Americana. Na decisão, equipe colorada derrotou o Estudiantes por 1 a 0 na prorrogação.

2010 Agosto O auge da passagem de D'Ale pelo Internacional foi a conquista do bicampeonato na Libertadores da América. Ele foi a principal referência técnica da equipe e teve atuação destacada na semifinal, contra o São Paulo

2010 Dezembro Poucos meses depois da coroação na Libertadores, D'Ale vive um dos piores momentos com a camisa colorada ao participar da derrota contra o Mazembe, no Mundial de Clubes.

2011 Agosto Mais uma taça internacional. A equipe colorada vence o Independiente por 3 a 1 e conquista o bicampeonato da Recopa.

2015 Maio Internacional conquista o quinto título gaúcho seguido ao ganhar do Grêmio por 2 a 1 e D'Ale se consolida como o rei dos Gre-Nais. Em 27 clássicos, o argentino venceu 13, empatou nove e perdeu cinco.

Qual a importância de D'Ale para o Internacional e como você avalia a sua saída repentina? D’Alessandro e o último jogo dele na quarta. É simples. Ele foi tão maestro como sempre. Peitou o juiz como se tivesse chegando naquele dia. Xingou quem deveria ser xingado e não deixou de ser quem ele sempre foi nestes sete anos e meio. Sobre a saída, acredito que se tivesse sido de outra forma não aconteceria. Talvez seja sua última chance de jogar a Libertadores da América. Meu coração colorado diz que ele volta. Aqui é a casa dele.

Jéssica Salini, 23, Lajeado Ele teve uma importância imensurável para o Internacional. Nestes sete anos e meio, conquistou vários títulos pelo clube e se tornou uma referência técnica para o futebol brasileiro. Quanto à saída repentina, foi um susto. Até ontem você olhava para o campo e via seu camisa 10 lá, agora é torcer para que o time encaixe sem ele.

Felipe Stefani, 25, Travesseiro O D'Ale é um ídolo. Ele se tornou um herói para nós colorados. Todos os jogos que ele jogou, ele foi um líder, um capitão e uma pessoa fora de série. Para mim, foi uma tristeza profunda. Lamento ele ter saído sem uma despedida maior. Uma festa no Beira-Rio. Agora que perdemos ele, temos que achar um atleta que o substitua à altura.

Ilvo Hemsing, 65, Teutônia


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A HORA 路 FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE FEVEREIRO DE 2016


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A HORA · FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE FEVEREIRO DE 2016

Informe

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Lideranças emboladas no Torneio de Férias

Chave A

FÁBIO KUHN

A

pós sete rodadas do Torneio de Férias, a liderança de duas das cinco chaves continua embolada. Na chave D, Coroas Mirim e Lesionados lideram com 6 pontos cada em duas partidas. O Coroas está na frente por ter o melhor saldo (veja tabela de classificação). A situação mais embolada é registrada na chave E. Quatro equipes estão empatadas com 3 pontos cada – Tocafogo, Aliança, Pampero e DK FC. Único sem pontuar até o momento é o Four – com saldo negativo de seis gols. Na chave A, Coroas Mirim D tem 7 pontos e ocupa a liderança isolada. Em seguida, vem o SER Falcatrua com 4 pontos e um jogo a menos. SER Sodabeb foi punido pelo artigo 7.3 do regulamento e está com 3 pontos negativos. Pela chave B, Rebordose está no primeiro lugar com 100% de aproveitamento – três vitórias em três jogos. Amnésia é o líder da chave C com 77% de aproveitamento – duas vitórias e um empate.

CLASSIFICAÇÃO Equipe

Ponto

Saldo

1° Coroas Mirim D

7

5

2° Falcatrua

4

3

3° Hangover

3

0

4° Canhão

0

-9

5° SER Sodabeb

-3

-1

Chave B Ponto

Saldo

1° Rebordose

Equipe

9

8

2° Dream Teamn

6

4

3° S.E.B

3

0

4° Maragatos

0

-4

5° Pumas

0

-8

Pontos

Saldo

Chave C Equipe Próxima rodada ocorre na quinta-feira, 11, com quatro jogos a partir das 19h

tias Buth e Luciano Zen. S.O.S aplicou a maior goleada do dia ao vencer o CTC Tennis Team por 5 a 1. Compareceram no marcador: Rafael de Oliveira (dois), Vicente Ely, João Paulo Worm e Vilmar Orlandi (1). Pela chave C, ADL derrotou o Expressinho por 2 a 0 – gols de Tomás Salvatori e Estevão Pólis.

Última rodada

Torneio Início

Nessa terça-feira, foram disputadas quatro partidas pela terceira rodada. As equipes balançaram as redes em 15 oportunidades – média superior a três gols por confronto. Pela chave D, Amnésia e Donos da Bola empataram em 1 a 1. O Amnésia largou melhor com gol de Tiago Weber aos 10 minutos da primeira etapa. Alex Espíndola empatou para o Donos da Bola aos 4 minutos do segundo tempo. Lesionados venceu a segunda no certame ao derrotar o Coroas Mirim Demóisss por 4 a 1. Balançaram as redes Rodrigo Sbaraini (dois), Ma-

Associados têm até o dia 27 para se inscrever no Torneio Início 2016 pelo site do CTC. O certame é uma preparação para a tradicional Copa CTC/Espaço 3 Arquitetura de Minifutebol. O torneio será disputado no dia 5 de março, a partir das 9h.

RESULTADOS •Amnésia 1 x 1 Donos da Bola (chave C) •Coroas Mirim Damóisss 1 x 4 Lesionados (chave D) •CTC Tênis Team 1 x 5 S.O.S (chave C) •Expressinho 0 x 2 ADL (chave D)

PRÓXIMA RODADA

1° Amnésia

7

3

2° Donos da Bola

4

10

3° S.O.S

3

1

4° Verdonna

3

2

5° CTC Tênis Team

0

-16

Chave D Equipe 1° C. Mirim/Charrua

6

2° Lesionados

6

6

3° ADL

3

-1

4° Expressinho

3

-4

5° C. Mirim Demóisss

0

-11

Última rodada registrou 15 gols em quatro jogos.

10

Chave E Equipe

Quinta-feira, 11 19h – Four x Tocafogo (chave E) 19h50min – Pampero x Aliança (chave E) 20h40min – Canhão x Hangover (chave A) 21h30min – SER Sodabeb x Falcatrua (chave A)

Pontos Saldo

Pontos Saldo

1° Tocafogo

3

4

2° Aliança

3

1

3° Pampero

3

-2

4° DK FC

3

2

5° Four

0

-6


Lajeado, Fim de semana, 6 e 7 de fevereiro de 2016

Jornalismo / redação: ahora@jornalahora.inf.br Publicidade: comercial@jornalahora.inf.br Assinaturas: assinaturas@jornalahora.inf.br


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