AH - Principal |06 e 07 de agosto de 2016

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Lajeado, fim de semana, 6 e 7 de agosto de 2016. Ano 14 - Nº 1651 Avulso: R$ 3,50 Fundado em julho de 2002 Fechamento da edição: 19h

ELEIÇÕES 2016 IMIGRAÇÃO ALEMÃ IMIGRAÇÃ

No Vale, 83 pré-candidatos disputam 38 prefeituras O

prazo às convenções partidárias encerrou nessa sexta- um teto para gastos na campanha e o fim das doações privadas. -feira. No primeiro pleito após a minireforma eleitoral, Nas cidades do Vale, o PMDB é o partido com mais postulantes à siglas articulam novas estratégias frente à instituição de majoritária, com 25 pré-candidatos. Páginas 4 e 5

Especial reconta a sagaa dos imigrantes germânicos nas terras gaúchas. Lembra quais foram as primeiras famílias, os marcos históricos e a importância para a formação cultural do RS.

Violência pelo olhar dos lajeadenses RODRIGO MARTINI

MARIA DA PENHA

Lei completa uma década neste domingo Instituída em 7 de agosto de 2006, lei conseguiu coibir agressões às mulheres e punir homens. Na região, de 2012 até outubro de 2015, foram 6.559 casos. Páginas 12 e 13

ATAQUE A BANCO

Criminosos explodem agência Quadrilha usou dinamite para roubar o Banrisul de Fazenda Vilanova nessa sexta. Página 14

TEMPO NO VALE Fim de semana no Vale: Chance de chuva e períodos de sol Mínima: 11°C - Máxima: 22°C

RISCO CONSTANTE: Arthur Secco estuda Engenharia faz quatro anos na Ufrgs e foi assaltado duas vezes próximo ao câmpus

Páginas 8 e 9


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A HORA · FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE AGOSTO DE 2016

Editorial

EXPEDIENTE Diretor Geral Adair G. Weiss Diretor de Conteúdo Fernando A. Weiss Diretor de Operações Fabricio de Almeida

REDAÇÃO Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4200 CEP 95900-000 - Lajeado - RS www.jornalahora.inf.br ahora@jornalahora.inf.br

COMERCIAL E ASSINATURAS Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4210 CEP 95900-000 - Lajeado - RS comercial@jornalahora.inf.br assinaturas@jornalahora.inf.br entrega@jornalahora.inf.br Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Tiragem média por edição: 7.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística)

Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

INDICADORES ECONÔMICOS MOEDA

COMPRA

VENDA

3,1688

3,1940

Dólar Comercial Dólar Turismo

3,1200

3,3000

Euro

3,4500

3,6700

Libra

4,1619

4,1640

Peso Argentino

0,0313

0,0313

Yen Jap.

0,0318

0,0318

Cotação do dia anterior até 17:45h, Valor econômico.

ÍNDICE

MÊS

ÍNDICE MÊS (%)

ACUMULADO ANO (%)

ICV Mes (DIEESE)

06/16

0,45

4,72

IGP-DI (FGV)

06/16

1,63

6,01

IGP-M (FGV)

06/16

1,69

5,91

INPC (IBGE)

06/16

0,47

5,09

INCC

06/16

1,52

3,80

IPC-A (IBGE)

06/16

0,35

4,42

População desamparada à mercê do crime

A

insegurança deixa de ser uma sensação, como o governo tenta fazer a sociedade acreditar. Os assaltos acontecem em qualquer horário. Seja a pedestres, empresas e residências. A falência do Estado virou piada entre os criminosos. Como na carta deixada ao lado de um homem assassinado em São Leopoldo. “Coloca na conta do bigode”, diz a mensagem. No Vale do Taquari, a cada semana, moradores bradam por mais atuação das polícias. Os quartéis tanto da BM como da PC estão vazios nas cidades menores. Em algumas, dois homens são responsáveis pelo policiamento ostensivo em áreas de dois, três e até quatro municípios. Humanamente impossível garantir atendimento à população. Sim, essa conta deve ser cobrada do Piratini. Governo esse que aumenta impostos, gasta mal e não consegue gerenciar a própria equipe de trabalho. Tempos sombrios no RS. Por parte da Secretaria de Segurança Pública, os índices maquiados tentam ludibriar a opinião pública. Alegam nor-

Na rede

O momento é caótico. Nem para o salário dos servidores. O básico não é garantido pelo Estado. Subestimar os problemas da sociedade e repassar a responsabilidade para os policiais, como fez o governador José Ivo Sartori em nota antes da manifestação dessa quinta-feira, é de uma covardia constrangedora.

malidade em comparação com outros anos. Uma ilusão digna de quem adota um discurso complacente porque não sabe o que fazer. A criminalidade avança e não é de agora. Cabe ao governo estipular políticas eficientes de segurança pública. Mas a inoperância e incompetência triunfal dos agentes públicos impossibilitam que a população veja uma luz no fim do túnel. Nas ruas, as pessoas adotam um discurso vitimista: “está assim, vai fazer o quê?” Há o que fazer. Pode contar com esforço coletivo, mas principalmente, vontade política. Inovar na forma de lidar com a segurança pública. Aproximar as polícias, atuar com mais inteligência e, claro, ter equipe, ter policiais bem remunerados e equipados para o desafio diário. Uma realidade ideal, porém, utópica. A forma de atuação das polícias pouco avançou desde a década de 1990. O reconhecimento é feito. As polícias fazem o que pode. Mas não é suficiente. O crime não tira férias, não se aposenta e não recua. Mesmo quando os órgãos de segurança conseguem

Comentários postados na página do facebook e no site do Jornal A Hora. Participe e deixe sua opinião.

Salário Mínimo/2016 R$ 880,00

TAXAS E CERTIFICADOS (%)

MÊS

ÍNDICE MÊS (%)

ACUMULADO ANO (%)

TJLP

7,5

Selic

14.25%(meta)

TR

07/16

0,1621

1,0997

CDI (Mensal)

06/16

1,1605

6,7198

Prime Rate

07/16

3.25

3,25 (Previsto)

Fed fund rate

07/16

0.50

0,25 (Previsto)

Ouro (dólar) – Onça Troy – USD 1358.8 cotação do dia 05/08/2016

BOLSAS DE VALORES

PONTO

Ibovespa (BRA)

57661

VARIAÇÃO FECHAMENTO (%)

0,12

Dow Jones (EUA) 18.511

1,08

S&P 500 (EUA)

2.181

1,10

Nasdaq (EUA)

5.221

1,06

DAX 30 (ALE)

10.367

1,94

Merval (EUA)

15.394

0,77

cotação do dia anterior até 17h45min

Petróleo (dólar)/Brent Crude – barril – USD 44,29 em 05/08/2016

Erramos

Comentário sobre a matéria “Som automotivo gera discórdia na cidade” 10

Discórdia? Pelo amor de Deus. Será que só Teutônia anda para trás? Se pode show de bandas, pode encontro de som e baixos. Os dois reúnem amigos de todos os lados. Será que podem ser menos hipócritas? Ta na hora de rever muita coisa!

Bianca Lemos

É isso aí! Porém, a uns 20 quilômetros, longe da civilização, pois a parte da sociedade não tolera mais esse comportamento!

Alcindo Naycinger de Melo Talvez nossos candidatos tenham algum projeto pra resolver isso!

Marcio Popey

reverter a dificuldade e prender criminosos, faltam vagas no presídio. O cobertor do Estado, além de curto, é cheio de buracos e não aquece mais. O momento é caótico. Nem para o salário dos servidores. O básico não é garantido pelo Estado. Subestimar os problemas da sociedade e repassar a responsabilidade para os policiais, como fez o governador José Ivo Sartori em nota antes da manifestação dessa quinta-feira, é de uma covardia constrangedora. Entre os conceitos de ética do trabalho, há uma passagem que deveria também doutrinar a classe política. Quando um profissional está diante de uma meta para cumprir, de uma tarefa para desempenhar e verifica desconhecimento técnico para exercer a função a contento, deve declinar e deixar claro que não está apto. Se precisar, pedir demissão. Desde a chegada de Sartori ao Palácio Piratini, o discurso de manter o que está bom e melhorar o que não está tão bom não se confirmou. É a sociedade gaúcha que paga pelas atitudes embaraçadoras do governante. Incapaz de resolver o básico.

Cidades

A HORA · QUINTA-FEIRA, 4 DE AGOSTO DE 2016

Som automotivo gera discórdia na cidade Grupo solicita área para promover encontros e evitar incômodo com vizinhos MACIEL DELFINO

Administração aponta sugestões Segundo secretária da Juventude, Esporte e Lazer, Alana Gaussmann, a discussão sobre o assunto é delicada.

Nas áreas urbanas, integrantes dos grupos de som automotivo já tiveram aparelhos apreendidos durante ações da BM

Teutônia

A

equipe Baixos Teutônia, composta por adeptos dos carros rebaixados e som automotivo, busca espaço para realizar encontros. A organização relata preconceito da comunidade com o estilo e a constante abordagem policial instigada por denúncias. O objetivo do grupo é promover eventos na cidade e tornar referência na modalidade. Entretanto, o desejo esbarra na falta de locais apropriados e rentáveis para a confraria. Segundo o taxista Adílio Rosa da Silveira, 28, a restrição obrigou o grupo a realizar encontro fora da cidade. Em fevereiro do ano passado, conseguiram espaço gratuito no balneário Elbrinck, em Estrela. A organização reuniu 350 pagantes e 200 automóveis. O público veio da Serra Gaúcha e vales do Taquari e Rio Pardo. A promoção teve o aval da Brigada Militar diante da obrigação do grupo de contratar seguranças para o local durante a festa. A direção do clube não encontra o mesmo diálogo em Teutônia. “Somos discriminados. Não queremos ser problema. Gostaríamos de sentar, conversar, ouvir sugestões e buscar solução, mas percebemos que o poder público não

quer ouvir propostas”. A empresária Carine Stoll faz parte da diretoria e lamenta as portas fechadas para os integrantes. Os adeptos da equipe são identificados com camisetas e adesivos. São mais de 120 na região. Para participar, o diálogo e

Somos discriminados. Não queremos ser problema. Gostaríamos de sentar, conversar, ouvir sugestões e buscar solução, mas percebemos que o poder público não quer ouvir propostas.” Adílio Rosa da Silveira Taxista

alguns conceitos devem imperar como limpeza e segurança. “O que eu não gosto que seja feito em frente à minha casa, não faço em frente à casa dos outros. O meu direito termina onde começa o do outro”. Para evitar confusão e incômodo na cidade, o grupo tem se reunido no terreno ao lado de um pavilhão abandonado da prefeitura, próximo ao Centro Administrativo. Segundo Carine, a localidade de Linha Germano, por exemplo, é uma opção descartada, devido à distância e aos custos para os adeptos. Seria mais prático ir a Lajeado, diz.

Lei do Sossego restringe movimento Nos fins de semana, grupos se reuniam às margens da avenida 1 Leste para confraternização. No entanto, ocorrências envolvendo volume excessivo de som automotivo e barreiras nas calçadas de intensificaram o direito ao sossego. Comerciantes encontravam lixo em frente aos estabelecimentos e até odor de urina. Foram instaladas placas no trecho, mas os episódios continuavam. As reclamações motivaram denúncias da comunidade e a ação rigorosa da Brigada Militar. Se-

A Hora – O pavilhão multiuso pode ser utilizado para um evento de som automotivo, por exemplo? Quais os requisitos para que o evento possa ocorrer? Alana – Deverá ser previamente autorizada pelo Executivo, sendo que a autorização deverá ser solicitada por meio de protocolo junto à Secretaria da Fazenda, com antecedência mínima de 15 dias da data de realização do evento. Qual a avaliação da secretaria quanto à lei criada pelo Judiciário com objetivo de "aliviar" as aglomerações na avenida 1 Leste? Algumas pessoas reclamam que é como toque de recolher. Também fazem alusão a outros municípios onde não há proibição. Alana – A secretaria procura sempre dar espaço e criar oportunidade para todos os segmentos de interesse dos jovens que chegam ao nosso conhecimento. O poder público entende que é importante preservar os direitos da juventude teutoniense, assim como seus deveres, por

gundo o sargento Marco Mattes, nos últimos meses houve menos ocorrências do gênero. “Antes ficavam próximo de prédios residenciais e acabavam perturbando os moradores. Por isso, a necessidade de um espaço adequado”.

Saiba mais O clube Baixos está sob nova di-

isso, implantou a secretaria, a fim de dar voz aos jovens e atender suas demandas, ouvir suas opiniões. Portanto, buscamos intermediar, em conjunto com o Conselho Municipal da Juventude, a questão do espaço para os carros com som automotivo. Conversamos com alguns jovens interessados, com representante da Brigada Militar, entre outros grupos, com o objetivo de intermediar essa relação e buscar a solução para o problema. Feito isso, acordamos, com os grupos de jovens que nos procuraram, em utilizar o pavilhão multiuso e os fundos desse local para que pudessem estacionar seus carros, se divertirem, ouvir um som, mas de forma ordeira e respeitável. Acreditamos que se todos fizerem o seu papel, e respeitarem o espaço do outro, tudo é possível, e novas oportunidades sempre surgirão. Quais alternativas estudadas pela secretaria para atender a demandas do clube de carros rebaixados? Alana – Até hoje todos os clubes que procuraram a Sejel foram atendidos, e em parceria, realizados os eventos de som automotivo, inclusive neste ano, no mês de maio.

reção faz um ano. Não cobra mensalidade e atua de forma corporativa na confecção de camisetas, adesivos e realização de eventos. As confraternizações ocorrem aos fins de semana e são marcadas pelo aplicativo Whatsapp. Por ano, ocorre um evento de maior proporção, reunindo apreciadores de outras cidades.

Diferentemente do publicado na edição dessa sexta-feira, na matéria “Câmara revê subsídios para secretários”, na página 4, o correto da variação dos vencimentos dos parlamentares aumentou 228% desde 2004, e não 323 % como o noticiado.


Opinião

A HORA · FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE AGOSTO DE 2016

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Adair Weiss adairweiss@jornalahora.inf.br

A propaganda mudou, muito

O

DIVULGAÇÃO

empoderamento dos consumidores é o fato originário e a consequência principal de uma série de circunstâncias revolucionárias nas mídias no mundo. Essa é a visão de um dos maiores gurus da propaganda no Brasil, Rafael Sampaio. Ele dedica 40 anos de sua vida profissional a estudar o modelo brasileiro, hoje em meio a um mercado hipercompetitivo, complexo.

A análise de Sampaio começou a ser publicada em dez páginas na revista especializada CENP, desde a edição de junho. Ele escreve sobre circunstâncias, fundamentos, agências de propaganda e gestão. E é um pouco disso que compartilho na coluna de hoje, sobre o futuro da propaganda. Está cada vez mais difícil para o anunciante saber ou decifrar qual o investimento certo. Com o advento das mídias sociais, parece que tudo virou de cabeça para baixo, o que gera insegurança entre os menos informados, ou incorretamente informados. Sampaio constata com correção: “minha crença na propaganda aumentou muito. É preciso manter o espírito crítico, portanto, para escapar dessa comentada miopia... Essa tendência em acreditar e apostar nos modismos é natural”. Sampaio chama atenção para o equívoco de quem superestima as redes sociais, vendas pela internet ou todo aparato envolvendo a tecnologia digital. Ele as entende úteis, mas acessórias por se mostrarem incapazes de fazer a transformação radical anunciada por pessoas e empresas ávidas de ocupar seu lugar ao sol da “nova ordem”. Ele alerta que muita gente entrou na conversa. Acelerou por que “marqueteiros” desejam ocupar o lugar de seus chefes, agências ou produtoras querem se expandir no mercado e assim vai. Muitos prometem e pensam ter encontrado o “santo graal” da propagan-

A Netshoes é o maior exemplo de que a mídia digital, sozinha, não se sustenta.”

da, adverte o publicitário. Até mesmo nos Estados Unidos o e-ecommerce ainda não chega em 7% das vendas no varejo. A propaganda na internet ainda não conseguiu causar os efeitos de credibilidade e percepção que as mídias tradicionais do jornal, rádio e TV são capazes. Para alguns setores até funcionam. Mas nenhuma empresa pode se arriscar e dispensar as mídias tradicionais se quer sobreviver no longo prazo. A Netshoes é o maior exemplo de que a mídia digital, sozinha, não se sustenta. Ela é, hoje, uma das maiores anunciantes da mídia tradicional, embora sua venda esteja toda na plataforma digital. Assim como a Netschoes não sobrevive apenas com a internet, a absoluta maioria das

grandes empresas opta, majoritariamente, pela mídia tradicional. Para uma loja física, por exemplo, não faz sentido se comunicar apenas com o público digital, pois terá dificuldades de atrair o consumidor ao seu estabelecimento. O jornal A Hora optou por fortalecer sua plataforma física – o impresso – pelas razões acima expostas. E foi um grande acerto. Hoje, os anunciantes e assinantes do A Hora aumentam, apesar da queda na maioria dos jornais brasileiros. Não dispensar a plataforma on-line, mas saber que ela não é a solução que sustenta o negócio. Nem mesmo a Folha, ZH ou Estadão conseguem sobreviver com o digital. O empresário não paga pela propaganda na internet. E não se sabe até quando continuará assim. Outra abordagem muito pontual de Sampaio é sobre o percentual do PIB investido em marketing e comunicação. Nos EUA supera 5% e no Brasil oscilamos entre 1 e 2%. Na Suíça chega a 7%. Isso mostra que, ao invés de diminuir o investimento publicitário, as empresas precisam ampliar seu posicionamento. É por conta disso que algumas se destacam. A profissionalização das mídias é um caminho sem volta. Agências de qualidade tendem a ganhar espaço, pois orientam com base no conhecimento técnico e na responsabilidade. É preciso ter cuidado com os “milagrosos”, muitos autodidatas digitais que estão por toda parte. Ler bons conteúdos, consultar boas agências de publicidade, optar por veículos sérios e inovadores pode auxiliar para acertar mais na propaganda da sua empresa. Anunciar em qualquer lugar, só porque é barato, é uma forma de dizer como é sua visão de negócio. Cuidado. Tem mídias que nem de graça combinam com a sua empresa. Eis o desafio.

Mulheres com força na política lajeadense Estou impressionado, positivamente, com o qualificado grupo de mulheres candidatas nas eleições de Lajeado deste ano. Em diversos partidos, elas têm surpreendido pelo excelente currículo e perfil. E convenhamos, faltam mulheres na política brasileira. Elas têm mais sensibilidade e, via de regra, são mais orientadas às questões humanas, têm mais senso de justiça e, normalmente, se envolvem menos em corrupção. Lajeado terá mais de duas dezenas de mulheres candidatas. Na majoritária, pelo menos duas se apresentam. Considerando que mais da metade dos lajeadenses é mulher, não seria nada mal elegermos ao menos sete mulheres à próxima legislatura. Seria uma verdadeira mudança, para um perfil novo ao Legislativo local. Lajeado já elegeu uma mulher prefeita: Carmen Regina Cardoso, duas vezes. Foi vereadora por vários mandatos. Mas poucas tiveram êxito. Eloede Conzatti (PT) é a única entre os atuais vereadores, e faz pouco tempo, pois esteve na Secretaria de Educação. Está na hora de o Legislativo ampliar sua representação feminina. Isso tornará a casa mais eclética, plural e equilibrada. Nada contra os homens candidatos, mas, se defendemos direitos iguais, então, demos oportunidades iguais para elas. Pelo quadro qualificado que se apresenta, no mínimo, devemos aumentar a representatividade feminina.


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A HORA · FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE AGOSTO DE 2016

ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2016

PMDB tem candidaturas em 63% das cidades Na região, 81 alianças estão confirmadas. Em 14 cidades prefeitos buscam reeleição. Pleito de outubro é o primeiro com as mudanças da minirreforma eleitoral. Entre as novas regras, está o fim da doação privada às campanhas e a instituição de um teto máximo de gastos. DIVULGAÇÃO

Vale do Taquari

A

s alianças para o processo eleitoral de outubro estão formadas. O prazo para realizar as convenções encerrou, nessa sexta-feira. Entre os municípios do Vale, poucos esperaram o fim do prazo para chancelar as articulações. Os partidos têm até dia 15 para fazer o registro das candidaturas. A campanha começa de forma oficial a partir da terça-feira, 16. Ao todo são mais de 80 coligações pelo Vale. O PMDB é o partido com mais pré-candidatos. Lidera articulações em 63% das cidades. Logo depois vem o PP, com 18 nomes. O PDT com 12. O PSDB tem sete. PTB, seis. PT com cinco. PSB, três. PSD com dois. PR, PPS, DEM e PV apenas um pré-candidato entre as alianças das 38 cidades. Na região, mais de 14 prefeitos buscam reeleição. Entre eles, Luís Fernando Schmidt, em Lajeado, repete a dobradinha com Vilson Jacques. Em Sério, Elir Antonio Sartori e Paulinho José Aroldi estão na disputa. Em Estrela, Rafael Mallmann tenta continuar a frente da Administração. Em Taquari, Manoel Hassen de Jesus e André Luis Barcelos. Westfália, Canudos do Vale, Putinga e Anta Gorda serão as quatro cidades que terão

Pelos prazos eleitorais, os pré-candidatos devem fazer a inscrição até o dia 15 de agosto. Campanha e propagandas começam um dia depois

consenso. Dos municípios com menos de dez mil habitantes, a maior parte terá duas coligações. A mesma situação ocorre em Encantado e Arroio do Meio. A exceção é Roca Sales com cinco nomes anunciados. Lajeado, Estrela, Teutônia, For-

quetinha, Pouso Novo, Tabaí, Taquari e Paverama terão três. Enquanto o eleitorado feminino no Vale corresponde a pouco mais de 51%, na busca por cargos eletivos elas são minoria. Das mais de 80 coligações, apenas quatro mulheres estão na li-

derança para disputar o Executivo. Entre elas Márcia Scherer, em Lajeado, Vânia Brackmann, em Poço das Antas, Carmen Goerck, em Mato Leitão e Fabiana Canetelle, em Roca Sales. Dez mulheres entram na corrida para o cargo de vice.

Convenções Poucos municípios deixaram para fazer a convenção no fim do prazo. Bom Retiro do Sul, por exemplo, o PMDB deixou para decidir na última hora se disputava o processo com chapa pura ou apoiava a coligação liderada


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A HORA · FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE AGOSTO DE 2016

Reportagem: Cassia Paula Colla

pelo PPS e PSB. Os peemedebista decidem no voto a forma como irão se posicionar. Até o fechamento desta edição não havia definição. Ilópolis, Arvorezinha, Sério, Pouso Novo e Doutor Ricardo também realizaram convenção na noite dessa sexta-feira.

Aposta no corpo a corpo As duas articulações de Santa Clara do Sul protocolaram no Cartório Eleitoral documento com série de condutas para regrar o processo eleitoral na cidade. A iniciativa, segundo o coordenador do pré-candidato, Fábio Luiz Ficher (PSDB), Airton Mittelstadt, é uma forma de reduzir o tumulto, os custos e a poluição visual. A aposta será no corpo a corpo. De acordo com o coordenador de campanha do pré-candidato, Paulo Kohlrauch (PMDB), Fabrício Renner, a iniciativa determina que ambas as chapas abram mão do tempo de propaganda no rádio, carreatas, anúncios em mídia impressa e publicação de pesquisas de preferência. Os carros de som poderão ser usados entre às 16h e 18h. Conforme ele, a medida pretende mostrar amadurecimento político e estimular a fiscalização pelo eleitor.

Mudanças A eleição, neste ano, será uma espécie de laboratório para 2018. Uma série de alterações serão colocadas em prática por meio da minirreforma eleitoral, aprovada em 2015. Os postulantes contarão com 45 dias de campanha. O período de campanha no rádio foi reduzido para 35 dias. Em entrevista anterior ao A Hora, o juiz eleitoral da comarca de Lajeado, Luiz Antônio de Abreu Johnson, avalia que as alterações mais sentidas, na região, devem ser as relacionadas aos cartazes e pintura de muros. Essa prática será vetada. Os candidatos poderão utilizar placas de, no máximo, meio metro quadrado. Além disso, os cartazes não podem ser sobrepostos para aumentar o espaço de propaganda. As novas regras determinam que o candidato precisará alcançar pelo menos 10% do coeficiente eleitoral para conquistar a vaga de vereador. Com isso, a

força dos postulantes mais expressivos para garantir vaga no Legislativo será reduzida. Além disso, a medida deve evitar a eleição de candidatos sem expressão. Com a limitação dos gastos em campanha, a internet será uma das principais estratégias para buscar a preferência dos eleitores. Publicações patrocinadas estão proibidas. Além de ter que respeitar o limite de gastos, candidatos não irão contar com recursos oriundos do financiamento empresarial. Já as doações de pessoa física é limitada. Para quem declara Imposto de Renda (IR), o limite é de 10% da renda bruta declarada. Já os isentos do IR podem doar até 10% do limite

Colaboração: Ezequiel Neitzke

de isenção, um valor aproximado de R$ 2,5 mil.

Número de Eleitorado Os eleitores na região somam eleitores na região mais de 270 mil eleitores. As supera 270 mil. Pelo quatro maiores cidades apresentaram um crescimento de pouperfil dos votantes, co mais de 1%, desde 2014. No período, Arroio do Meio, maioria são pessoas mesmo teve queda de 0,92%. O municícom idade entre pio perdeu 1.133 votantes. Nas com menos de dez mil 30 a 50 anos. Mais cidades habitantes, a redução ocorreu em Ilópolis, Nova Bréscia, Pade 51% são de verama e Travesseiro. As outras mulheres cidades registraram pequeno crescimento. Os dados mostram que o maior número de votantes está na faixa etária entre 30 e 50 anos. Jovens de 16 a 20 anos cor-

respondem pela menor parcela de eleitores. As mulheres correspondem por mais de 50% do eleitorado. Na região, as cinco maiores cidades apresentam essa natureza. Mas cidades como Boqueirão do Leão, Dois Lajeados, Nova Bréscia, Anta Gorda, Capitão, Canudos do Vale, entre outras são os homens que correspondem por mais de 50% do publico votante. O índice de pessoas com ensino fundamental incompleto domina o Vale do Taquari. Essa natureza segue o cenário nacional. No Brasil, 28,5% dos eleitores foram enquadrados neste grau de instrução. Em algumas cidades do Vale, com menos de 10 mil habitantes, o índice ultrapassa os 54%.

Nomes de pré-candidatos à majoritária pela região Cidade

Pré-candidatos

Coligação

Anta Gorda

Celso Casangrande e Madalena Lazzari

PDT, PP, PMDB, PTB e PT (Consenso)

Klaus Werner Schnack e Eluise Hammes

PMDB, PTB, DEM e PTdoB

Gustavo Kasper e Lúcio Bersch

PP e PRB

Luiz Paulo Fontana e Roberto Fachinetto

PMDB, PP, PSDB, PV, PC do B, DEM e PTB

Arroio do Meio Arvorezinha

Bom Retiro do Sul

Boqueirão do Leão Capitão Canudos do Vale Colinas Coqueiro Baixo Cruzeiro do Sul Dois Lajeados

PDT e PT* Diogo Antoniolli e Paulinho Mattes

Estrela

Fazenda Vilanova

Forquetinha

Ilópolis Imigrante

Lajeado

Marques de Souza

Muçum Nova Bréscia

PTB, DEM, PP, PDT, PSD, PR, PSDB, PRB e PC do B

Edmilson Busatto e Eder Eduardo Muller Ciceri

PPS, PSB, PT e PTdoB

Luiz Augusto Schmidt e Ademir Dalbosco

PDT, PSB e PTB

Paverama

Carmen Goerck e Sérgio Luiz Machado da Silva Carlos Bohn e Arli Stehor

PP, PTB e PT PSDB e PDT

Jonas Carom e Miguel Catalonga

PP e PSDB

Lorival de Seixas e Lauro Forqueti

PMDB, PSD e PDT

Marcos Martini e Adilar Lorenzon

PDT, PMDB e PSDB

Diogenes Laste e Helena Daroit

PP

Fabiano Merence Brandão e João Edson de Oliveira Moraes

PSB e PT

Eldo Danir Dickel e Carlos Alberto Hartmann

PP, PSDB e PTB

Vanderlei Markus e Elemar Dickel

PMDB, PDT e PRB

Vânia Brackmann e Laurentino Flach

PDT e PMDB

Ricardo Flach e Laercio Klein

PP, PSDB, PT, PTB e PSB

Ari João Strapazzão e Rodrigo Vinhatti

PMDB e PSB

Aluizio Brock e Lidiane Nardino

PTB e PT

Paulo Joel Ferreira e Dilmarcos Richecky

PMDB, PT e PSDB

Fabiano Daltoé e Cristiano de Almeida

PP, PDT e PT

Saulo César Scheidt e Daniel Hunhoff

PMDB e PSDB

Luiz Alberto Reginatto e Vilson Pedro Schmitt

PMDB / PDT / PP / PTB / PT (consenso)

Irineu Horst e Ademar Rüger

PMDB e PT

Moacir Luiz Severgnini e José Antônio da Silva

PDT

Sandro Hermann e Regina Müller

PP, PTB, DEM, PSDB e PDT

Gilberto Constantin e Adriano Guarangi

PDT e PP

Flávio Conte e Irineu Rizzi

PP e PSDB

Jocimar Valer e Valmor Salvi

PMDB

Lairton Hauschild e João Dullius

PSDB, PMDB, PT, PRB, PSB, DEM e PSC

Cesar Leandro Marmitt e Jorge Siebenborn

PP e PDT

Moacir Olmi e Henrique Capitanio

PT, PDT e PPS

Tiago Grando e Fabiana Giacomin

PMDB, PV e PP PMDB e PSDB*

Doutor Ricardo Encantado

Mato Leitão

Poço das Antas

Pouso Novo

Progresso Putinga Relvado

Roca Sales

Valmir Girardi e Nadir Pinton

PTB, PMDB e PT

Claudiomiro Censi e Enezir Polese

PP, PDT, PMDB, PSDB e PTB (Consenso)

Adroaldo Luiz Da Croce e Ari João Reginatto

PT, PP, PDT e PTB

Odi Paulo Lorenzini e Clério Ricci

PMDB

Nélio José Vuaden e Helena Costi

PSDB

Fabiana Canetelle e Evaristo Bronca

PTB e PP

Amilton Fontana e Leandro Botega

PMDB e PSB PSD

PP*

Fernando Marasca e Marione Wibel

Agostinho José Orsolin e Jonas Calvi

PMDB, PDT, PTB, PSB, DEM

Cleber Escotá e Rodrigo Agostini

PDT

Adroaldo Conzatti e Enoir Cardoso

PSDB, PP e PT

Fábio Luiz Ficher e Ademar Wolschick

PSDB, PP, PDT e PT

Aloísio Mallmann e Carlos Bruxel

PSD e PDT

Joel Malmann e Eduardo Wagner

PR, PPS, PRB e DEM

Rafael Malmann e Valmor Griebeler

PMDB, PV, PTB, PSDB, PP e PT

Pedro Dornelles Neuza Inez Fell

PDT, PTB, PSD e PRB

José Cenci e Roque Vargas

PSB e PP

Heitor Luiz Groders e Jaqueline Bottoni

PMDB

Marcelo Schmitz e Guido Schmitz

PTB

Paulo Grunewald (PP) e Rene Becker (PP)

PP e PSDB

Cláudio Martins e João Batista

PSDB, PMDB, PP, PSC, DEM e PPS

Avelino André Montagner e César Slaviero

PP, DEM, PDT, PC do B e PT

Valdir Trindade e José Arino

PV

PMDB, PTB, PSB*

Jonathan Bronstrup e Valdir Amaral

PSDB, PSD, PSB, PRB, DEM

Evandro Biondo e Mariane Scherer

PMDB, PP, PPS e PCdoB PDT, PTB e PT

Santa Clara do Sul Sério

Tabaí

Paulo Kohlrauch e Fabiano Immich

PMDB e PTB

Moacir Rodrigues e Dolores Kunzler

PDT e PP

Elir Antonio Sartori e Paulinho José Aroldi

PMDB e PT

Arcelio Cardoso e Nelson Machado

DEM, PMDB, PSB e PSDB

Osvaldo Machado e Adriano Sousa

PP, PDT e PTB

João Brandão e Quiquito

PT

Manoel Arnt de Jesus e André Luis Barcelos Taquari

PT, PDT, PC do B, PTB, PR, PRB e PSB

Celso Kaplan e Charles Porsche

PP e PT

Gilnei Dahmer e Roberto Doertzbacher

PMDB e PDT

Celso Aloísio Forneck e Sandra Tiggemann

Marcelo Caumo e Glaucia Schumacher

PP, PSDB, PSD e PMN

Ariberton Quinot e Ildo Godoy

PMDB,PTB E PP

Luís Fernando Schmidt e Vilsinho Jacques Filho

PT, PTB, PSC, PSB, PR e PRB

Genésio Hofstetter e Sérgio Nied

PSB E PT

Márcia Scherer e Renato Worm

PMDB, PDT, REDE, DEM e PPS

Gelcy Arend e Edgar Kassner

PP, PMDB e PSB

Edmilson Dörr e Lucas Stoll

PTB, PT e PDT

Teutônia

Travesseiro Vespasiano Correa Westfalia

Marcelo Portaluppi e Aurio Coser

PP

Leonir Rosalen e Leonir Balerini

PMDB

Otávio Landemeier e Eranete Grave

PMDB, PDT, PP, PT e PSDB (Consenso) *convenção ocorreu após o fechamento da edição e não divulgaram nomes.


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Cidades

A HORA · FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE AGOSTO DE 2016

Grupo contesta decisão contra plebiscito Para presidente do O Sul é o Meu País, pesquisa de opinião não fere legislação Vale do Taquari

D

ecisão da juíza Patrícia Stelmar Netto, da Justiça eleitoral de Teutônia, proibiu a realização de plebiscito informal proposto pelo movimento O Sul é Meu País nos municípios abrangidos pela comarca. Representantes do grupo contestam a medida e garantem a manutenção da consulta. Presidente do movimento, o jornalista e filósofo Celso Deucher afirma que o pleito visa unicamente avaliar a aceitação da população à proposta. Para ele, o TRE não tem atribuição sobre pesquisas de opinião que não sejam referentes ao processo eleitoral. “Respeitamos as decisões do Judiciário, mas temos um direito acima de qualquer questão, o da livre manifestação do pensa-

mento”, aponta. O presidente do movimento disse que apreciará a decisão da juíza e ver a possibilidade de adequar a consulta. “Se houver coerção do nosso direito de expressão, vamos recorrer aos tribunais”, garante. Na quarta-feira, 3, a magistrada proferiu decisão proibindo a realização do plebiscito marcado para 2 de outubro, data das eleições municipais. No documento, a juíza classificou como impertinente e irresponsável a intenção do movimento. Patrícia também apontou que a 125ª zona eleitoral sequer foi consultada sobre o pleito. De acordo com o texto, o plebiscito pode dar a falsa ideia de que a consulta é realizada pela Justiça Eleitoral. Segundo a juíza, um plebiscito só pode ser convocado pelos poderes Executivo ou Legislativo, não pela população. Citou ainda apontamentos

O referido plebiscito, marcado para o dia das eleições, é, no minimo, impertinente e irresponsável. Ora, um plebiscito é convocado pelo Poder Executivo ou Legislativo, e não pela população. Usar o termo “plebiscito” poderia incutir aos cidadãos a falsa ideia de que a Justiça Eleitoral está organizando o movimento, o que não é verdade. Nesse viés, VEDO a realização de tal plebiscito nas cidades que compreendem a 125ª Zona Eleitoral – comarca de Teuônia

do Ministério Público Eleitoral, que classifica a consulta como uma afronta à lei de eleições e à Constituição federal, que impede o desmembramento de parte do território nacional.

Outras medidas judiciais Patrícia também apontou recomendação da Justiça Eleitoral de Santa Catarina que vetou a realização do plebiscito na data das eleições. Após reunião no Ju-

diciário catarinense, representantes do movimento anteciparam a consulta para o dia 1º de outubro. Eles também alteraram o nome “plebiscito” para plebisul, alteraram a logotipia e a disposição das urnas, acatando as recomendações da Justiça de Santa Catarina.

SAIBA MAIS Na sexta-feira da semana passada, o movimento O Sul é o Meu País formou comissão em Westfália para a realização de consulta sobre a separação dos estados do RS, SC e PR do restante do país. De acordo com o grupo, mais de 21 cidades da região têm representação no movimento.

O importante é saber o que as pessoas querem. A Hora – Como surgiu o movimento O Sul é o Meu País? Celso Deucher – Foi criado no dia 9 de abril de 1992 em Laguna, Santa Catarina, e logo se espalhou pelos três estados. Surgiu como uma oposição a outros grupos que defendiam uma separação étnica. Esses não entendem nada de separatismo, ainda mais diante da nossa realidade. O nosso movimento está baseado principalmente em questões econômicas e também culturais. Temos 120 etnias diferentes nos três estados e uma influência da imigração, mas não brigamos por descendência. Ao longo do tempo, acabamos aglutinando 30 movimentos diferentes. O único que ficou de fora é o comandado por Irton Marx, que é preconceituoso. Também não temos bandeira ou um projeto de país, como eles. Nosso tipo de separatismo é liberal, capitalista e leva em consideração o que as pessoas querem. Por isso, o plebiscito. Se o povo decidir que não é interessante, ao menos foi ouvido. O movimento separatista perdeu força no fim dos anos 90 e início dos anos 2000. Qual os motivos para o aumento no número de adeptos hoje e o quanto essa adesão influencia na realização do plebisul?

Deucher – A partir da década de 1990, sofremos uma série de processos. Ganhamos todos eles, mas saímos com a imagem arranhada. Mesmo assim, nunca paramos o movimento. Continuamos trabalhando, fazendo palestras nos três estados. Mas a força da ideia separatista veio após a segunda eleição da Dilma. Antes, nossas pesquisas mostravam adesão de 52% da população. Após o pleito de 2014, outra pesquisa apontou quase 74%. A adesão também foi grande com a crise. Estamos faz quase um ano nessa sangria política para tirar uma presidente. Isso não cabe, é coisa

A nossa classe política é igual a do resto Brasil.

para se resolver em um mês. O aumento da adesão nos deu segurança para realizar a consulta, porque acreditamos que a população será a favor. Mas isso pode mudar de um dia para o outro e a maioria pode ser contra. O importante é saber o que as pessoas querem. Críticos ao movimento apontam a crise financeira do RS como empecilho para o sucesso da proposta. Como você avalia essa questão? Deucher – A crise do RS não é diferente dos outros dois estados. Mas aí aparece mais porque a briga ideológica é mais acirrada. Os problemas financeiros decorrem de duas questões. Os governos do RS, todos eles, independente do partido, encheram o Estado de funcionários públicos. O Estado se tornou ineficiente porque foi ideologizado, seja pelo PT, pelo PMDB ou pelo PSDB. Existe um coronelismo que coloca muita gente para dentro dos governos, sejam estaduais ou municipais e essa crítica precisa ser feita. Em segundo lugar, a crise gaúcha também está relacionada à relação com a União. No ano passado, o RS mandou R$ 60 bilhões

para o governo federal e recebeu R$ 13 bilhões. Essa sangria ocorre ao longo de décadas. Sabemos que esse recurso não vai para o desenvolvimento do nordeste, como dizem, e sim para as oligarquias, inclusive para as oligarquias aqui do sul. A nossa classe política é igual a do resto Brasil. Estivemos com o presidente da Assembleia e o governador para denunciar essa sangria tributária. Eles sabem disso, mas não denunciam porque não querem se comprometer. Caso a consulta aponte uma maioria favorável à separação, quais os próximos passos do movimento? Deucher – O movimento não é separatista em si. Luta pelo direito de expressão da ideia de separatismo. Queremos mandar os resultados do plebisul para a União para mostrar que estamos descontentes com a forma como o Estado brasileiro tutela os três estados do sul. Daremos as razões de porquê nosso povo vota sim pela independência. Também vamos acionar os organismos internacionais. Precisamos que o Estado brasileiro diga que vai melhorar essas questões. Caso contrário, o próprio Estado nos empurra para a separação. Se não houvesse essa disparidade tributária, não teria por que existir o movimento.


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VIOLÊNCIA NA CAPITAL GAÚCHA

Medo altera a rotina de estudantes da região A crescente onda de assaltos em Porto Alegre obriga a uma revisão de atitudes. Segundo índices, a cada 20 minutos, um pedestre é assaltado na capital. No entorno dos prédios da Ufrgs, entre a rua Sarmento Leite e a av. Osvaldo Aranha, no centro, estudantes da região são vítimas da violência. Há duas semanas, o estrelense Marcel Thomé foi morto no Passo das Pedras. Estado

“E

les vieram em três. Um deles me ameaçou: 'Vamos te furar, vamos te furar'. Não vi se havia arma com algum deles. Mas não valia a pena duvidar e reagir”. O relato do estudante de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Arthur Secco, 24, é mais comum do que se imagina entre estudantes universitários. Ele é só mais um entre as milhares de vítimas de assalto em Porto Alegre. Para se ter uma ideia, só entre janeiro e julho deste ano, foram quase 17 mil. A abordagem dos três assaltantes aconteceu em agosto de 2014, em uma parada de ônibus da av. Osvaldo Aranha, em frente ao Instituto de Educação. Eram 23h. Foi a segunda vez que o lajeadense sofreu com a violência da capital. “Havia pelo menos mais oito pessoas no local. Eles também abordaram uma menina que estava ao meu lado. Depois fugiram para o meio do mato e levaram meu celular.” Em ambos os assaltos, Secco não viu arma com os meliantes. O medo e a insegurança que pairam sobre Porto Alegre, segundo

ele, fazem disso um mero detalhe entre vítimas e algozes. Mesmo assim, ele afirma quase ter reagido durante a primeira abordagem, também no mês de agosto, mas em 2014. Ele caminhava pela rua Sarmento Leite, por volta das 20h, quando um homem lhe pediu dinheiro. “Achei que fosse um morador de rua, e procurei algumas moedas. Daí ele anunciou o assalto.” Em um primeiro momento, Secco entregou R$ 40. “Estava na dúvida sobre ele ter arma ou não.” Logo após, o sujeito exigiu o celular. “Então olhei para ele e vi que não tinha nada, e era muito menor do que eu. Mandei-o embora e ele fugiu.” Diante da recorrência desses fatos envolvendo ele e diversos amigos, Secco mudou algumas rotinas. Protelou a reforma de um celular novo, e opta por um apa-

Arthur Secco, 24, estudante de Engenharia, foi assaltado duas vezes nas proximidades da Ufrgs. A irmã dele, Morgana, também foi vítima da violência de Porto Alegre. “Troquei o turno da noite pela tarde na universidade”, lamenta o lajeadense.


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Reportagem e fotos: Rodrigo Martini

relho velho. “Para não chamar a atenção.” Também evita andar com fones de ouvido e “ficar de bobeira” próximo ao prédio da Escola de Engenharia. Por precaução, leva alguns trocados no bolso para “ter o que dar” em caso de assalto e assim “evitar agressões físicas.” Nascido em Lajeado, Secco escolheu morar em Porto Alegre em 2012. Desde então, foi forçado a mudar os hábitos nas indas e vindas de casa, no bairro Bom Fim, aos locais de estudo, no centro. “Antes era muito mais tranquilo. Hoje, evito ouvir música com fone na rua, e tento não mexer muito no celular. Também troquei o turno da noite pela tarde na universidade.”

“Ele puxou um facão” Arthur não é o único membro da família Secco vítima da violência de Porto Alegre. A irmã, Morgana, 32, também foi assaltada junto do namorado, Luiz Gustavo. Ele, nascido no Rio de Janeiro. Ela, lajeadense. Eram 14h de um dia de semana, início de abril deste ano. Os dois caminhavam sob o viaduto da rua Borges de Medeiros, muito próximo aos dois pontos onde o irmão foi abordado. “Estávamos indo para um cartório, havia muita gente na rua. Então um homem passou a andar ao nosso lado, na mesma velocidade.” Poucos segundos, e veio a primeira ameaça ao namorado carioca. “Me passa teu celular, me passa teu celular”, ordenou o criminoso, mostrando uma faca com aproximadamente 30 centímetros de lâmina. “Ele puxou um facão, e eu demorei um pouco para entender o que estava acontecendo. Depois fugiu, acobertado por um casal que estava de olho, ali próximo.” O namorado não reagiu e entre-

ÍNDICES DA VIOLÊNCIA • De janeiro a julho de 2015, foram 16.724 assaltos; • Por dia, a média é de 67 assaltos a pedestres; • Os itens mais levados são bolsa ou mochila, cartão de crédito, carteira, celular, bicicleta; • 56% das vítimas registram Boletim de Ocorrência;

BM inicia operação ostensiva. Milhares de estudantes frequentam a região entre a Osvaldo Aranha e a Sarmento Leite

gou o aparelho ao bandido. Após, foram direto à polícia registrar o assalto. A resposta dos agentes de segurança, no entanto, foi mais do que desanimadora. “Nos disseram, com certa ironia, que 'todos sabem que não pode usar celular no centro'. Disseram que não havia nada a fazer”, lamenta. Mesmo assim, o casal não desistiu de reaver o aparelho. Ao consultarem a localização via GPS, perceberam movimentação nas proximidades da rua Volun-

Nos disseram (um policial), com certa ironia, que ‘todos sabem que não pode usar celular no centro Morgana Secco Lajeadense

tários da Pátria, em uma área conhecida por crimes como venda de produtos roubados e prostituição. “Voltamos à polícia. Primeiro mandaram 'reclamar ao governador'. Depois foram até o local, mas perdemos o sinal do celular.” Morgana morou durante 15 anos em Porto Alegre. Aos 32 anos, acabou sendo assaltada quando já havia deixado a capital fazia alguns meses. “A capital piorou muito nos últimos anos. No início, até comentávamos eu e meu namorado: É muito mais tranquilo que o Rio de Janeiro. Hoje, é difícil conhecer alguém que não foi assaltado. E quem não foi sabe que um dia pode ser a vítima.”

“Evito locais pouco movimentados” Diego Joahnn, 25, estudante de Engenharia de Minas da Ufrgs desde 2012, é outro lajeadense vítima de assalto. Ele também foi abordado na Sarmento Leite, próximo ao câmpus do Direito. Lá, placas instaladas por estudantes nas grades da universidade contabilizam os dias “sem assalto”

e informam: “Evite andar com o celular na mão. Zona de Assaltos.” Eram 15h30min da tarde. Ele deixava a faculdade com colegas, e caminhava em direção ao bairro Cidade Baixa para assistir a um jogo do Grêmio. “Quando eu vi, apareceu um homem correndo do meu lado. Disse para eu não me apavorar, que era um assalto. Disse que seu eu corresse, seria pior.” Na sequência, o criminoso ordenou a entrega dos pertences do bolso. Celular, fone de ouvido e dinheiro. Tudo foi entregue sem qualquer reação por parte de Diego. Assim como nos casos envol-

• Cerca de 60% dos assaltos são contra homens; • Cerca de 44% dos assaltos ocorrem durante o dia.

vendo Arthur, o assaltante não mostrou nenhuma arma. “Não sei se tinha arma, faca ou coisa parecida. Eu entreguei minhas coisas e ele mandou eu seguir sem olhar.” Hoje, Johann diz estar “mais ligado”. Evita caminhar por locais ou horários com pouco movimento. Ele também comprou uma bicicleta para ir às aulas. “Me sinto mais seguro. Pois já perdi as contas de quantas vezes vi ou li sobre assaltos naquela região.”

DICAS PARA EVITAR ABORDAGENS • Evite andar desatento em função do uso das redes sociais pelo celular; • Não deixe suspeitos se aproximarem; • Se perceber algo estranho, mantenha a distância; • Mulheres devem andar com a bolsa na frente do corpo; • Homens devem andar com carteira no bolso da frente; • Evite deixar à mostra objetos de valor, como celular de última geração, relógios de marca, joias.


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Cidades

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Estado confirma chikungunya no Vale Doença foi diagnosticada em idosa de Estrela ao retornar de viagem à Bahia ARQUIVO A HORA

Estrela

aegypti. Sugere atitudes simples, como a verificação de locais com acúmulo de água parada nas residências e na vizinhança.

O

diagnóstico do segundo caso de febre chikungunya na região amplia a preocupação com o mosquito aedes aegypti. A doença foi contraída por uma idosa durante viagem à Bahia. Ao retornar, teve sintomas como febre e dor intensa nas articulações. De acordo com a coordenadora de Vigilância em saúde do município, Carmen Hentschk, a preocupação com o caso aumentou devido à demora para o diagnóstico. Segundo ela, a paciente ficou cerca de 20 dias tratando a febre e as dores pensando se tratar de uma inflamação. “Os mosquitos precisam picar uma pessoa em até cinco dias após aparecerem os sintomas para representarem risco”, alerta. Por causa do período de frio, Carmen praticamente descarta a

DOENÇA DOLOROSA

O município é considerado área de infestação do aedes aegypti desde abril, e integra mobilizações de combate ao mosquito

chance de contágio de mosquitos na cidade. Mesmo assim, aponta

para a facilidade de transmissão da doença.

“As pessoas viajam bastante para lugares onde a doença se prolifera e temos aqui o mosquito que transmite a doença”, ressalta. Segundo ela, desde abril, o município é considerado como ponto de infestação do aedes aegypti. Diante dessa situação, Carmen reforça a necessidade de impedir a proliferação do mosquito. Lembra que o frio não mata o inseto, ao contrário da crença popular. Conforme a coordenadora, os ovos ficam preservados no inverno e demoram 150 dias para eclodir, tempo suficiente para o retorno do calor. Para Carmen, a população precisa assumir a responsabilidade de ajudar no combater ao aedes

Diagnosticada no Brasil em 2010, a febre chikungunya é originária do continente africano. A primeira epidemia da doença foi registrada na Tânzania, entre 1952 e 1953. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2004, o vírus já foi identificado em 19 países. As principais características da doença são dores intensas nas articulações dos pés, mãos, dedos, dos tornozelos, joelhos e pulsos. Também causa febre alta, com duração de dois a três dias. Em 30% dos casos, também ocorre conjuntivite. Os sintomas aparecem entre dois e 12 dias após a picada do mosquito. O tratamento é realizado por meio de anti-inflamatórios e medicamentos contra a febre. Mais de 40 pacientes com febre chikungunya foram registrados no RS desde 2015. Em junho, a Secretaria da Saúde confirmou o primeiro caso da doença contraído no RS, por uma mulher de Ibirubá.

Agricultura investe em compra de maquinário Mato Leitão Uma roçadeira hidráulica reforça a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente. O equipamento foi comprado em julho, com recursos da Consulta Popular no valor de R$ 30 mil. Além dela, o Executivo terá outros R$ 66,5 mil para compra de espalhadores de ester-

co e calcário. De acordo com o secretário de Agricultura, Ilceu Burghardt, as aquisições devem colaborar com uma versatilidade maior na prestação do serviço. Com a roçadeira hidráulica, afirma, serão feitas as limpezas de laterais de estradas, além de servir para prestação horas máquina para propriedades.


Polícia

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Abiageato atormenta produtores de gado Prejuízo de criador é de R$ 70 mil com roubo de 29 reses. Lei torna pena mais dura BÁRBARA BOTTINI/GRUPO INDEPENDENTE

Vale do Taquari

P

ropriedades localizadas em áreas retiradas, sem moradores nas redondezas, tornam criadores de gado alvos fáceis para ação de criminosos. O abigeato – furto de animais – é um dos principais problemas enfrentados no campo. No primeiro semestre de 2015, esse tipo de crime havia crescido 19%, somando 3.976 casos, ante 3.342 registros do mesmo período do ano anterior. Conforme o tenente-coronel Rogério Martins Xavier, coordenador do Comitê de Prevenção ao Abigeato e à Carne Clandestina do Estado, o baixo efetivo, o avanço do desemprego e a impunidade contribuem para o número de casos registrar seguidas altas nos últimos quatro anos. Cita a criação de patrulhas rurais, compostas por policiais, técnicos das áreas tributária e sanitária, em um esforço conjunto para barrar a ação dos bandidos, que encontram na rede de abates clandestinos o alimento para o crime. São atendidos 197 municípios localizados ao longo da fronteira. Em 2012, segundo levantamento da Seapi, foram cerca de sete mil ocorrências, com furto de quase 25 mil animais, entre bovinos, ovinos e equinos. No RS, 20% dos abates são clandestinos. Crime traz um prejuízo de R$ 1 bilhão para a economia.

Da fazenda de Wiebusch, em dois anos, foram furtados 32 animais

Na região, Taquari, Teutônia e Fazenda Vilanova registram o maior número de casos, mais de 50 nos últimos seis meses. De acordo com o tenente Marcio Dias, da Brigada Militar de Taquari, a área rural é muito extensa e algumas fazendas estão localizadas em comunidades onde não há moradores, o que facilita a ação de ladrões. “Precisaríamos ter uma caminhonete para agilizar o deslocamento e poder intensificar as rondas. Temos pessoal, mas é um crime difícil de ser combatido.” O abigeato não é o único crime registrado no meio rural. Há ainda furtos de produtos agrícolas, insumos, equipamentos, máquinas e até assaltos às propriedades, que assustam agricultores e elevam as estatísticas.

“Dá vontade de desistir da atividade” Entre as vítimas, está o criador teutoniense Maciel Wiebusch. Na manhã dessa quarta-feira, ele foi surpreendido quando avisado que um bando de ladrões havia invadido a propriedade de Linha Conceição, interior de Fazenda Vilanova. Foram levadas 29 cabeças de gado (novilhas prenhas, vacas e bois), das raças angus e hereford. Ao todo, mantinha 55 animais no local. Cada exemplar pesava em média 450 quilos. O prejuízo é de R$ 70 mil. Sem moradores nas imediações, os criminosos quebraram o cadeado do portão principal, cortaram a cerca e encostaram um caminhão truck no brete para

facilitar o carregamento. Os animais foram recolhidos do campo à mangueira com ajuda de cavalos. A ação durou pelo menos duas horas. Apenas quatro exemplares foram deixados. “Não tinha mais espaço no veículo.” Wiebusch procura informações do paradeiro dos animais. “Dá vontade de vender tudo e desistir da atividade. Sabemos das condições de trabalho da Polícia Civil e da Brigada, mas isso está vergonhoso”, desabafa. Em dois anos, esta foi a segunda vez que a propriedade é alvo de abigeato. Em 2014, foram furtadas três cabeças. O crime é recorrente na região. Há cerca de dois meses, outras 26 cabeças foram furtadas em outra fazenda. Semanalmente, são registrados abates de bovinos, no entanto, em menor número.

Câmeras inibem ações Para amedrontar os bandidos,

Esse crime ocorreu numa área ainda sem monitoramento por câmeras Pedro Dornelles Prefeito de Fazenda Vilanova

o Executivo de Fazenda Vilanova, em parceria com criadores, instalou 11 câmeras de vigilância, nas 12 saídas existentes entre a BR-386 e a divisa com Bom Retiro do Sul, no lado direito da rodovia, sentido interior-capital. O investimento foi de R$ 36 mil. A administração municipal ficou responsável pela manutenção e funcionamento dos equipamentos, que têm dois anos de garantia. “Esse crime ocorreu numa área ainda sem monitoramento por câmeras”, lamenta o prefeito Pedro Dornelles. Na área onde existe o monitoramento durante 24h por dia, nos últimos sete meses, foi registrado apenas um furto. As imagens do caminhão foram entregues à Policia Civil. Dornelles aponta a elaboração de um projeto para instalar outras 30 câmeras do lado esquerdo da rodovia. O custo total será de R$ 150 mil.

Punição aumenta Publicada no Diário Oficial da União nessa quarta, a lei de autoria do deputado Afonso Hamm (PP/RS) endurece as penas para os crimes de furto, recepção de animais e de carne clandestina. A norma tipifica o abigeato como furto qualificado. A pena será de dois a cinco anos de reclusão. O mesmo vale para quem transportar, armazenar, adquirir ou vender carne sem procedência.


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DEZ ANOS DA LEI MARIA DA PENHA

Violência contra mulheres: histórias por trás dos índices Considerada a terceira melhor legislação do mundo na defesa das mulheres, a Lei Maria da Penha completa uma década neste domingo. Entre avanços e dificuldades, tem garantido mais segurança às vítimas de violência doméstica. Mesmo assim, os índices de agressão ainda são altos. ANDERSON LOPES

Vale do Taquari

E

lis conheceu o ex-marido ainda adolescente e não demorou a casar. A partir de então, o marido começou a mostrar os primeiros sinais de violência que culminariam em agressões anos mais tarde. O primeiro indício do comportamento agressivo foi proibir a mulher de trabalhar. “Ele não queria que eu estudasse, ou trabalhasse fora. Além disso, era muito ciumento, não gostava que desse atenção nem às visitas.” Apesar dos problemas, Elis garante que a relação ainda era boa até o nascimento da primeira filha do casal, quando ela tinha 27 anos. “Ele começou a ficar muito agressivo e possessivo, o clima da casa ficou muito pesado por causa da menina”, relata lembrando das brigas diárias. “Ele chegava do trabalho e não queria ficar com a filha, reclamava que estava cansado e começava a me xingar.” As agressões verbais quase sempre eram ligadas ao gênero de Elis. O momento extremo dessa relação conturbada foi em 1997, quando os dois estavam em um bar. Por ciúmes, o marido começou uma discussão que culminou em um soco no rosto. A agressão aconteceu nove anos antes da instituição da Lei Maria da Penha. Orientada pelas testemunhas, ela registrou ocorrência, mas o agressor não recebeu punição efetiva. “O delegado disse apenas que se algo acontecesse comigo dentro de casa ele seria responsabilizado”, lembra. A falta de uma legislação específica era um dos impeditivos para medidas mais fortes contra o marido.

Hoje assistente social, mulher vítima de violência sofreu agressões físicas e psicológicas do marido por 18 anos. Ele a proibia de estudar, trabalhar e dirigir

Dificuldade para sair do ciclo de violência A situação vivida por Elis é frequente na região. Assim como em muitas outras histórias, ela também demorou para sair da relação abusiva. “A gente terminava e voltava, ele dizia que ia mudar e eu dava outra chance”, relata. Entre idas e vindas, foram 18 anos com o agressor, sofrendo, principalmente, violência psicológica. “Agressão física foi apenas uma, o comum mesmo era agressão verbal, que sequer era

A gente terminava e voltava, ele dizia que ia mudar e eu dava outra chance Elis*

prevista em lei na época.” O passar dos anos e a repetição da situação levaram Elis a colocar um fim no ciclo de violência. Isso aconteceu quando a segunda filha tinha 3 anos. Ela havia se mudado para Lajeado, deixando Porto Alegre para trás. A mudança de cidade não modificou o comportamento do marido, e aos 40 anos, ela colocou um basta à relação.

Recomeço na boleia Quem encontra a recém-formada assistente social pode não acreditar nas idas e vindas de sua vida.

Ao falar do passado, Elis se mostra tranquila e satisfeita com o que conquistou após o fim do relacionamento. O primeiro passo foi voltar ao mercado de trabalho, e logo ela conseguiu unir uma paixão. “Eu sempre fui apaixonada por dirigir, e foi a primeira coisa que procurei como emprego.” O primeiro trabalho foi como motorista de transporte escolar. Outra atitude foi voltar aos estudos. “Eu já tinha até desistido de faculdade”, ressalta. Agora formada, ela pretende ajudar mulheres que passam por situações parecidas.


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Reportagem: Eduardo Amaral

“Estou em busca do registro, e quero trabalhar com mulheres vítimas da violência.”

Para autoridades, lei tem funcionado Para a titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Lajeado, Márcia Bernini, a Lei Maria da Penha foi fundamental para inibir os agressores. “Antigamente, não contávamos com mecanismo de coerção contra o homem que agredia sua mulher”, lembra. A visão da delegada aponta para uma mudança na sociedade. Se em meados das décadas de 1960 e 70 a extinta revista Cruzeiro considerava natural perguntar aos entrevistados se “homens devem bater em mulher”, a situação hoje é diferente. “Violência doméstica é considerado um problema social. E isso é uma grande conquista da lei”, afirma Márcia. De acordo com a delegada, os crimes cometidos contra as mulheres estão relacionados. “As mulheres são muito humilhadas na circunstância

que envolve a violência doméstica. Dificilmente a injúria e a ameaça não estão presentes quando ela é também agredida fisicamente.” Coordenando o recém-criado Centro de Referência à Mulher de Lajeado, Danielle Pimentel Pinto compartilha da avaliação da delegada. “A cada ano, a lei tem maior referência no combate à violência contra a mulher. Os homens reconhecem que ela funciona e leva o agressor para a cadeia.” Mesmo assim, afirma ainda haver falta de conhecimento pleno sobre a lei. “Muitas das mulheres já ouviram falar, mas muitas não reconhecem as formas de violências que constam na legislação.” O principal desconhecimento ainda é sobre a legislação a respeito da violência verbal e financeira, ambas com punições previstas pelo Código Penal. Além de mais divulgação, Danielle também destaca a necessidade de qualificar o atendimento nas delegacias e centros de apoio às mulheres vítimas de violência.

VIOLÊNCIA NO VALE DO TAQUARI 2012

2013

2014

2015

Total

1.412

1.352

1.369

910

5.043

Lesão corporal

470

319

380

220

1.389

Estupro

36

31

26

9

102

Feminicídio

3

6

4

12

25

Ameaça

População feminina TOTAL

132.776 Dados até outubro de 2015

Quem é Maria da Penha A cada ano, a lei tem maior referência no combate à violência contra a mulher. Danielle Pimentel Pinto Coordenadora do Cram Lajeado

Cearense de Fortaleza, Maria da Penha é farmacêutica bioquímica pela Universidade Federal do Ceará, com mestrado em Parasitologia em Análises Clínicas, pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Em maio de 1983, ela foi vitimada por seu então marido, Marco Antonio Heredia Viveros ,com um tiro nas costas enquanto dormia, que a deixou paraplégica. Marco Antônio por duas vezes foi julgado e condenado, mas saiu em liberdade devido a recursos.

Em 1994, ela publicou o livro Sobrevivi... Posso Contar, o qual serviu de instrumento para levar o assunto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos. Essa denúncia resultou na condenação internacional do país, pela tolerância e omissão estatal, pela maneira sistemática que agressões às mulheres eram tratadas pela Justiça. Com essa condenação, o Brasil foi obrigado a cumprir algumas recomendações, dentre as quais, mudar a legislação, para que permitisse, nas relações de gênero, a prevenção e proteção da mulher em situação de violência doméstica e a punição do agressor. Assim, o governo federal criou um projeto que, após aprovado por unanimidade na Câmara e no Senado, foi transformado em lei no dia 7 de agosto de 2006. A Lei Federal 11.340 recebeu o nome de Lei Maria da Penha em homenagem à vítima de violência doméstica. *O nome foi trocado para preservar a entrevistada


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Polícia

A HORA · FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE AGOSTO DE 2016

Explosão de agência assusta comunidade Unidade do Banrisul elevou para 175 o número de assaltos a bancos desde janeiro RODRIGO MARTINI

Fazenda Vilanova

A

rrombamentos a caixas eletrônicos nessa sexta-feira ampliaram o número de ataques a banco no RS. Em Santana do Boa Vista, na Campanha, a agência do Sicredi foi alvo por volta da 1h. Em Fazenda Vilanova, cinco bandidos armados chegaram a bordo de um Corsa preto, na agência do Banrisul. Às 3h, colocaram dinamites em dois terminais, mas só um explodiu. Os criminosos fugiram intimidando moradores com tiros para o alto. No mesmo prédio

onde está situado o banco, residem mais de nove famílias. A Brigada Militar permaneceu em vigilância no local até que o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) chegasse para retirar as dinamites que estavam nos outros terminais. O material foi levado para o interior. Às 8h45min, os moradores ouviram a explosão dos artefatos deixados pelos bandidos. O episódio amplia para 175 ocorrências desde janeiro, o que representa 25 por mês. A faxineira Luci Garcia Miguel, 56, se preparava para ir ao trabalho no Banrisul quando recebeu

Quadrilha usou dinamites nos terminais. Três artefatos foram instalados, mas apenas um explodiu. Gate foi chamado

ligação da gerente. Ela avisava que não haveria expediente. Ao chegar no local, se deparou com movimentação de policiais e destruição jamais vista nos dez anos de atividade na agência. Essa foi o terceiro episódio presenciado pela faxineira. Nos primeiros anos de trabalho, estava dentro da unidade quando aconteceu assalto. Em 2015, o local foi arrombado com maçarico. A cena de destruição e a insegurança amedrontam a comunidade. “Isso é horrível. Mesmo com medo, tenho que trabalhar, não posso parar”.

Insegurança tira sono da comunidade O autônomo Roberto Pereira da Silva, 25, mudou-se com a família de Porto Alegre para a cidade do interior faz duas décadas. A escolha teve como objetivo proporcionar mais segurança e tranquilidade. No entanto, o cenário nos últimos dois anos se modificou. A casa de Roberto foi alvo de furto e depois ficou na tentativa. Para coibir os crimes, instalou alarme e câmeras de monitoramento. “Tivemos que dificultar. Antes não precisava, podíamos sair e deixar a casa aberta, poderíamos andar tranquilamente na rua, mas agora há muito fur-

to e assaltos. Estamos em cidade do interior com problema de cidade grande. Hoje, Porto Alegre e Fazenda Vilanova não têm muita diferença”. Dorli Rodrigues, 57, reside na cidade faz três anos e aposta na

instalação de alarme na casa, mas a falta de segurança nas ruas preocupa. “Não tem fundamento, é zero de segurança. A qualquer momento, andar na rua pode ser fatal. Tem que vir segurança para nós”.

GUARDAS MUNICIPAIS O prefeito Pedro Dornelles critica a falta de ação por parte do Estado em melhorar a segurança no município. Em menos de um mês, foram registrados dois ataques a banco, uma lotérica e uma farmácia. “Fizemos tudo o que está ao nosso alcance. O Excecutivo não pode contratar policiais. Isso é competência do governo estadual, mas como está “quebrado”, quem sofre com a criminalidade é a população.” A contratação de guardas municipais está descartada. Por lei, não podem estar armados. Não ajudaria em nada, aponta. A partir de segunda-feira, o posto da Brigada Militar voltará a funcionar após ficar mais de meio ano fechado. No entanto, o prefeito cobra a nomeação de mais policiais para atuar no município. “Temos quatro e dois em trabalho por turno. Além de

fazer as rondas aqui, percorrem toda cidade de Bom Retiro do Sul. A maior parte do tempo um dos municípios fica desprotegido.” Dornelles cobra mudanças nas leis e aplicação de penas mais duras aos criminosos. “Os presídios estão lotados. Os bandidos fazem fila para entrar. Hoje são presos e semana que vem o Judiciário solta. Voltam às ruas rindo da cara dos brigadianos. Esse prende e solta precisa mudar.” Outro projeto para inibir a ocorrência de assaltos, roubos e furtos é a instalação de mais câmeras de vigilância em repartições públicas, bancos e acesso à BR-386. São mais de dez equipamentos em funcionamento, ligados à sede da Polícia Civil. “Isso não inibe a ação dos ladrões, mas ajuda a identificarmos e tentar prendê-los.”


A HORA · FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE AGOSTO DE 2016

Futsal PATROCÍNIO:

Times vivem momento decisivo Alaf e ASTF entram em quadra neste fim de semana necessitando da vitória

O

sábado será decisivo para as equipes do Vale do Taquari. Alaf e ASTF disputam competições distintas, mas têm mesmo objetivo: vencer para seguir na briga pela classificação à próxima fase. Pela Liga Nacional de Futsal, a Alaf recebe o CAD, de Guarapuava (PR). A partida ocorre no Complexo Esportivo da Univates, a partir das 20h15min. A direção continua com a promoção nos ingressos. Antecipados a R$ 10, nas lojas DMF Esportes, Bruxellas Esportes, Imprimix, Comercial São Cristóvão e Sede Social do clube. Na hora, custam R$ 15. Com 12 pontos, o time necessita vencer para entrar na zona de classificação às oitavas de final. Caso perca, precisará ganhar os jogos fora de casa. Até o momento, em 15 partidas disputadas, venceu uma, empatou nove e perdeu cinco. Para o confronto, Giba tem o retorno do fixo Carlão, que cumpriu suspensão na partida anterior. O provável time que inicia o jogo é: Cristian, Marcelo Giba, Batalha, Adriano e Rafinha. O adversário vem de três derrotas e três empates. O último êxito foi no dia 16 de julho – 6 a 3 sobre o Jaraguá Futsal. Além de Alaf versus CAD, a rodada tem Assoeva versus Cascavel, ADC Intelli versus Jaraguá Futsal, Atlântico versus Concórdia, Floripa Futsal versus AFSU, Minas Tênis Clube versus ACBF, Corinthians versus Marreco, Magnus versus JEC/ Krona e Unisul versus São José. A classificação da Liga Nacio-

EZEQUIEL NEITZKE

Carlão retorna neste sábado na partida contra o CAD pela Liga Nacional. Partida ocorre no Complexo Esportivo da Univates FÁBIO KUNH

No confronto do primeiro turno, ASTF e América empataram em 1 a 1

nal tem: Copagril (32 pontos), JEC/Krona (30), Atlântico (29), ADC Intelli (28), ACBF (27), Jaraguá Futsal e Corinthians (24), Assoeva e Concórdia (22), Floripa Futsal (19), AFSU e Marreco Futsal (18), Magnus Futsal e São José Futsal (17), Minas Tênis Clube (15), Cascavel Futsal (14), Alaf (12), CAD (11) e Unisul (8).

Para fugir do quadrangular do rebaixamento Sexto colocado com 10 pontos, a ASTF, de Teutônia, necessita vencer o América para continuar na briga por uma das vagas para à segunda fase. Se perder, terá que disputar o quadrangu-

lar do rebaixamento. A partida ocorre neste sábado, em Tapera, a partir das 20h. Para a partida, o técnico Christian Carniel tem o retorno do ala/fixo Dionízio. Com isso, o time titular tem: Lucas Bastian, Karoki, Lelê, Dionizio e Biel. O adversário é o terceiro colocado com 14 pontos e vem de goleada sobre a Assaf, por 5 a 1. No primeiro turno, ASTF e América empataram em 1 a 1 em partida realizada em Teutônia. A rodada deste sábado tem ainda Asif versus Cachoeira Futsal e AES versus BGF. A classificação da chave A tem: ACBF (28 pontos), Alaf (22), Juventude (20), AES (14), Asif (13), BGF (7) e Cachoeira Futsal (sem pontuar). No grupo B, o líder é o Atlântico com 27 pontos, seguido de Assoeva (25), América, AGF e ADS (14), ASTF (10) e Assaf (sem pontuar).


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A HORA · FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE AGOSTO DE 2016

Conheça os destaques das três primeiras rodadas Neste domingo, ocorrem 28 partidas da quarta

Goleadas de 5 a 0 e 4 a 0 foram registradas no começo da competição. Maior artilheiro do Regional balançou a rede quatro vezes. Equipe com a defesa mais vazada sofreu nove gols.

A

FÁBIO KUHN

pós 76 partidas, começam a surgir alguns destaques no Campeonato Regional/Copa Certel/Sicredi. Na categoria titular, 11 Amigos, de Poço das Antas, tem o ataque mais eficiente com oito gols. A equipe é 7º colocada com 6 pontos. Três jogadores dividem o status de goleador na principal categoria. Adriano Schneider, do 11 Amigos, Joceir Florencio, do Juventude, de Westfália, e Dudu Kaufmann, do Monterey, de Venâncio Aires. A defesa do Ser São Cristóvão, de Lajeado, está invicta nas primeiras três rodadas. Quarto colocado com 6 pontos, o time disputou duas partidas até o momento. Em contraste, as três equipes de Arroio do Meio – Forquetense, Amigos e Rui Barbosa, têm as piores defesas da competição, sofrendo sete gols cada.

Goleador do campeonato está no aspirante Com quatro gols, Julian Krindges, o

três gols. Ouro Verde, de Teutônia, tem o melhor ataque com oito gols. Assespe, de Venâncio Aires, e Rudibar, de Bom Retiro do Sul, ainda não balançaram a rede. A melhor defesa é divididaa por três equipes: Saidera, de Teutônia, Imigrante, de Estrela, e Ser São Cristóvão, de Lajeado. As equipes não sofreram gol até o momento. Já o Riograndense, de Imigrante, tem a pior defesa com nove gols sofridos.

Goleador e melhor ataque veterano da mesma equipe O atual campeão, Juventude, de Teutônia, mostrou na primeira rodada que o setor ofensivo é a aposta da equipe. Com quatro gols marcados e nenhum sofrido, tem o melhor ataque, ao lado do União, de Encantado. Guilherme Oliveira, do Juventude, é o artilheiro com três gols.

Disciplina das equipes

Ari Miguel treina o Canarinho, um dos líderes da categoria titular com sete pontos

“Schmia”, do União Campestre, de Lajeado, e Douglas da Rosa, do Canarinho, de

Cruzeiro do Sul, dividem a artilharia da categoria. Outros dois atletas estão com

Em 76 partidas, foram distribuídos 402 cartões amarelos e 27 vermelhos. Na categoria titular, a equipe mais indisciplinada é o Ecas, de Imigrante, com 15 cartões amarelos e um vermelho. No lado oposto, está o Arroio Alegrense, de Forquetinha, com apenas dois amarelos. Na aspirante, o destaque positivo é o


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A HORA · FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE AGOSTO DE 2016

Reportagem: Ezequiel Neitzke EZEQUIEL NEITZKE

CLASSIFICAÇÃO TITULAR Equipe

rodada. Categoria veterano joga às 10h. Aspirantes entram em campo às 13h30min e titulares, às 15h30min. Ingressos custam R$ 3 JANDIR LOCATELLI/DIVULGAÇÃO

Rodada deste domingo pode apontar os primeiros classificados para a próxima fase, nas categorias titular e aspirante

Fluminense, de Westfália, com dois cartões amarelos. Já o time mais indisciplinado é o Colorado, de Taquari, com 12 amarelos e três vermelhos.

Chave B Centro/Marques de Souza

Brasil

x

Rudibar

Alesgut/Teutônia

Ouro Verde

x

Amigos

Chácara/Estrela

Imigrante

x

Saidera

Picada Aurora/Cruzeiro do Sul

25 de Julho

x

Riograndense

São Cristóvão/Lajeado

Ser São Cristóvão

x

Danado

Folga: Fluminense

Chave A Alesgut/Teutônia Picada Aurora/Cruzeiro do Sul

Ouro Verde 25 de Julho

Chave C x

Amigos

Centro/Capitão

7 de Setembro

x

Monterey

x

Riograndense

Cabriúvas/Encantado

CAN

x

Juventude-Bro

Arroio Alegre/ Forquetinha

Arroio Alegrense

x

Forquetense

Titular/aspirante - 4ª rodada

Folga: Ecas

Chave D

Chave A Alesgut/Teutônia

Ouro Verde

x

Amigos

Picada Aurora/Cruzeiro do Sul

25 de Julho

x

Riograndense

Linha Delfina/Estrela

Aimoré

x

11 Amigos

JG

Brasil

7

70

3

Canarinho

7

140

3

Ecas

7

200

3

São Cristóvão

6

50

2

Imigrante

6

90

3

7 de Setembro

6

100

3

11 Amigos

6

140

3

União Campestre

5

80

3

25 de Julho

5

80

3

Assespe

5

90

3

Saidera

4

40

2

Juventude-West

4

60

3

Monterey

4

70

2

Colorado

4

100

3

CAN

4

130

3

Riograndense

3

90

2

Danados

3

90

3

Ouro Verde

3

130

3

Aimoré

2

60

2

Ribeirense

2

130

3

Arroio Alegrense Forquetense Juventude-Bro Rui Barbosa Rudibar Fluminense Amigos

1 1 1 1 0 0 0

20 70 80 140 50 70 80

2 3 2 3 2 3 2

Equipe

PG

Disciplina

JG

11 Amigos

9

130

3

Quarta rodada

CAN

7

80

3

Neste domingo, ocorrem 28 partidas pela quarta rodada. Veteranos jogam às 10h. Aspirantes entram em campo às 13h30min e titulares, às 15h30min.

União Campestre

7

130

3

Ouro Verde

6

60

3

Saidera

6

70

2

Ribeirense

6

100

3

Atletas suspensos

Danados

5

110

3

Imigrante

5

120

3

Forquetense

5

190

3

Aimoré

4

30

2

São Cristóvão

4

60

2

Arroio Alegrense, de Forquetinha, tem a melhor disciplina na categoria titular

Veterano - 2ª rodada

Folga: Juventude

Disciplina

CLASSIFICAÇÃO ASPIRANTE

JOGOS

Chave A

PG

Rui Barbosa/Arroio do Meio

Rui Barbosa

x

Canarinho

Linha Ribeiro/Teutônia

Ribeirense

x

Colorado

Westfália/Juventude

Juventude-West x

Folga: Assespe

União Campestre

A categoria aspirante tem 11 atletas suspensos na rodada. Ficam fora por um jogo: Robson Horst e Jeferson Lorenzon (7 de Setembro), João Pedro Kraemer de Borba e Juliano Gerhardt de Souza (Forquetense), Otávio da Silveira Franck (Ouro Verde), Almir Rodrigues Massocatto (Danados), Douglas Rodrigues da Silva (Canarinho) e Jéferson da Conceição (Colorado). Por dois jogos: Richard Wagner (Juventude-Westfália), Rodrigo Gomes (25 de Julho), o treinador Márcio Leite (treinador do Colorado). A categoria titular tem sete suspensos. Ficam fora por um jogo: Jeferson Backes (Juventude Brochier), Tiago Unnewehr (Ecas), Gabriel Hoerle (Rui Barbosa), Adriano Martini (União Campestre). Por dois jogos: Gabriel Delazeri (CAN). A categoria veterano tem dois jogadores fora por dois jogos. Leocir Gabineski, do União, e Luís Augusto Gonçalves, do Estudiantes.

Rui Barbosa

4

80

3

Canarinho

4

240

3

Colorado

4

270

3

Arroio Alegrense

3

50

2

Ecas

3

80

3

Amigos

3

120

2

Juventude-Bro

2

30

2

Brasil

2

30

3

Assespe

2

70

3

7 de Setembro Fluminense Monterey 25 de Julho Riograndense Rudibar Juventude-West

2 1 1 1 0 0 0

200 20 70 120 50 70 120

3 3 2 3 2 2 3


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A HORA · FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE AGOSTO DE 2016

Internacional

Alex é suspenso e desfalca o Colorado Partida contra o Fluminense ocorre neste domingo, no Estádio Beira-Rio, às 16h15min DIVULGAÇÃO

A

Meia Alex aumenta a lista de desfalques do Internacional para a partida

lém da fase negativa de dez partidas sem vencer, o técnico Paulo Roberto Falcão tem mais desfalques para a partida deste domingo contra o Fluminense, no Estádio Beira-Rio, às 16h15min. Na derrota por 4 a 2 para o Cruzeiro, o técnico perdeu Alex. O camisa 12 levou o terceiro cartão amarelo aos 37 minutos do segundo tempo. O meia, que havia marcado de pênalti o segundo gol gaúcho, cometeu falta em Ábila e acabou advertido pelo árbitro Raphael Claus. Alex não será o único desfalque de Falcão. O técnico continua sem Danilo Fernandes, Leandro Almeida e Anselmo (todos lesionados) e William e Rodrigo Dourado, que atuam pela seleção brasileira na Olimpíada. Por outro lado, Paulão volta a ficar à disposição. O capitão não

esteve no Independência porque precisou cumprir suspensão. O provável time titular do Colorado tem: Marcelo Lomba, Paulo Cézar, Ernando, Paulão, Artur, Fernando Bob, Fabinho, Anderson, Seijas, Valdívia e Nico Lopez.

A direção do Internacional faz promoção para partida de domingo. Com R$ 20, o sócio assiste ao jogo da Inferior/Superior Livre e, com R$ 30, da Inferior/Superior Central.

CLASSIFICAÇÃO

Ingressos estão sendo vendidos aos sócios por R$ 20 e R$ 30

Tricolor folga neste fim de semana Grêmio Sem jogo neste fim de semana, por conta do adiamento da partida com o Botafogo, Roger Machado terá tempo para estudar, testar e aplicar variações no modelo de jogo do time. A meta é adaptar a equipe aos jogadores disponíveis no momento e combater a queda de produção recente. As convocações de Walace e Luan impactaram no jeito de jogar do Grêmio. A venda de Giuliano para o Zenit, da Rússia, também. “Penso em treinar, sim, alguma coisa diferente. Adaptar o material humano que temos. Botar peças em determinados lugares. Temos uns dias pela frente”, disse Roger Machado após o segundo empate seguido contra times da zona do rebaixamento, sem marcar gol. A ausência de Luan é a mais preocupante. Artilheiro do time

Promoção de ingresso

Clubes

PG V SG

1º – Santos

33

10 16

2º – Palmeiras

33

10

14

3º – Corinthians

33

10

13

4º – Grêmio

32

9

7

5º – Atlético-MG

32

9

6

6º – Flamengo

31

9

3

7º – Atlético-PR

30

9

3

8º – Ponte Preta

27

8

-6

9º – Fluminense

24

6

2

10º – Chapecoense

24

5

-4

11º – São Paulo

23

6

0

12º – Sport

22

6

0

13º – Vitória

22

5

-3

14º – Internacional

21

6

-2

15º – Botafogo

20

5

-6

16º – Figueirense

20

4

-4

17º – Santa Cruz

18

5

-5

18º – Cruzeiro

18

5

-8

19º – Coritiba

18

4

-7

20º – América-MG

10

2

-19

19ª RODADA Sábado 18h30min

Flamengo

x Atlético-PR

Domingo

Depois do empate em 0 a 0 com o Santa Cruz, o Grêmio folga nesta rodada do Brasileirão e retorna somente dia 14

na temporada, o meia-atacante tem papel fundamental na engrenagem do Grêmio. E até a possibilidade de venda dele preocupa a comissão técnica. “Luan está fazendo falta? Claro que sim. Nem sei se ele volta, tem a jane-

la aí. Por mais que o presidente tenha disso que não quer vender, se chegar com R$ 300 milhões, não tenho dúvida que sai. Walace a mesma coisa”, argumentou Roger. Na próxima rodada, o Grêmio

enfrenta o Corinthians. Até o jogo que abre o returno, na Arena, em Porto Alegre, Roger tem oito dias para encontrar um jeito de fazer o time jogar sem Luan, Walace e Giuliano. Um plano, inclusive, para o futuro incerto.

11h

América-MG

x Santos

16h

Palmeiras

x Vitória

16h

Coritiba

x Ponte Preta

16h15min

Internacional

x Fluminense

16h15min

Santa Cruz

x São Paulo

18h30min

Figueirense

x Sport

Segunda-feira 20h

Atlético-MG

x Chapecoense

21h

Corinthians

x Cruzeiro

Dia 4/9 18h30min

Botafogo

x Grêmio


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A HORA · FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE AGOSTO DE 2016

Informe

ww www.ctclajeado.com.br

Pumas conquista turno inicial da quarta divisão FÁBIO KUHN

O

primeiro finalista da edição 2016 da Copa CTC/Espaço3 Arquitetura foi definido no sábado passado. É o Pumas, que venceu o turno inicial da quarta divisão e está classificado com antecedência à grande final, em novembro. Na campanha até a vaga, o Pumas venceu nove partidas, empatou uma e perdeu uma – aproveitamento de 84%. Também teve a segunda melhor defesa com 13 gols sofridos em 11 jogos e o melhor ataque com 32 gols marcados. Na decisão do turno inicial, o Pumas encarou o Supérfluos/TPM. O time chegou a ficar duas vezes atrás no marcador, mas conseguiu os empates necessários para garantir a vaga antecipada – 2 a 2 no tempo normal e 1 a 1 na prorrogação. Na primeira etapa, Marcão fez dois gols para o Supérfluos/TPM. O primeiro foi aos 3 minutos de jogo após receber passe de Nandinho Becker. Seis minutos depois, ampliou a vantagem com chute de fora da área. Ao retornar do vestiário, o Pumas mudou a postura e conseguiu igualar o marcador. Lucas Dexheimer inaugurou o

Scherer, Jardel Schossler, Dilson Piloneto, Jorge Fritsch, Jeremias Reckziegel, Tiago Sbardelotto, Diogenes Dall Acqua, Augusto Dalmoro, Rodrigo Bald, Tiago Neumann, Marcelo Scherer, Rodrigo Barbosa. Técnico: Alex Lopes Craide.

Elite e terceirona

Pumas conquistou a vaga antecipada à final da quarta divisão. Venceu nove jogos, empatou um e perdeu um

placar para o Pumas aos 10 minutos. Coube a Diorgenes Dall Acqua, em cobrança de pênalti aos 23 minutos, empatar o jogo. A decisão foi para prorrogação. Nessa etapa, o Supérfluos voltou a ficar na frente com gol de Nandinho Becker. Entretanto, Jardel Schossler empatou o confronto em 1 a 1 e garantiu a classificação antecipada à

Jogos Primeira divisão (campo A) Série Ouro 12h15min – Galera x Banguzinho 13h15min – Dream Team x Rebordose 14h15min – C. Mirim/Charrua x C. Mirim D Série Prata 15h15min – Aliança x Falcatrua 16h15min – Donos da Bola x C. Mirim/ Arco-Gás 17h15min – EPTG x Tocafogo Segunda divisão (campo C) Série Prata 12h15min – Bitterflex x Metralhas 13h15min – Executivos x Sodabeb

14h15min – Ghost x 100 Pressão Série Ouro 15h15min – Maragatos x Amnésia 16h15min – DK FC x Smurfs 17h15min – Hangover x Exxtra Classe Terceira divisão Série Ouro 12h15min – Lesionados x No Migué 13h15min – Galera x C. Mirim D 14h15min – Pampero x C. Mirim D/Physalis Série Prata 15h15min – C. Mirim x Toca Água 16h15min – S.O.S x Descontrole 17h15min – Four x ADL1411

final da quarta divisão. Plantel – Maurício Santos Moreira, Ederson Wollmuth, Leonardo Jacques, Graciano Pretto, João Fritsch, Lucas Dexheimer, João

Na rodada de sábado passado, foram definidas as equipes que ficam nas séries Ouro e na Prata da primeira divisão e terceira divisão. Destaque na elite foram as classificações do Rebordose à Série Ouro. A equipe comandada por Jacy Pretto goleou o Aliança por 4 a 0 e ficou na quinta colocação. Os gols foram anotados por Ruimar Kunzel (dois), José Eduardo dos Santos e Alex Goergen. Na terceira divisão, No Migué conseguiu a classificação à Série Ouro na última rodada ao vencer o ADL 1411 por 4 a 2. Os gols do time vitorioso foram de Eduardo Monteiro (dois), Leandro Dörr e Henry Rabaiolli.

Classificação Primeira divisão

Terceira divisão

Equipe

Equipe

Pontos Disciplina

Pontos Disciplina

1° Galera

26

500

1° Lesionados

25

300

2° Dream Team

22

500

2° Galera

24

420

3° C. Mirim/Charrua

20

370

3° Pampero

20

320

4° C. Mirim D

20

560

4° C. Mirim D/Physalis

19

320

5° Rebordose

19

540

5° C. Mirim D

17

280

6° Banguzinho

18

380

6° No Migué

17

330

7° Aliança

17

340

7° C. Mirim

16

350

8° Donos da Bola

16

650

8° S.O.S

12

380

9° EPTG

13

770

9° Four

11

360

10° Tocafogo

9

400

10° ADL

10

500

11° C. Mirim/Arco-Gás

7

430

11° Descontrole

7

100

12° Falcatrua

3

360

12° Toca Água

6

320

Equipes da Série Ouro

Equipes da Série Prata


Lajeado, fim de semana, 6 e 7 de agosto de 2016

Jornalismo / redação: ahora@jornalahora.inf.br Publicidade: comercial@jornalahora.inf.br Assinaturas: assinaturas@jornalahora.inf.br

Caminhada e Corrida BRF

Inscrições estão abertas até 11 de setembro Evento ocorre no dia 25 de setembro, a partir das 7h30min, no Parque dos Dick, em Lajeado

L

ajeado sedia mais uma edição da Caminhada e Corrida da BRF no dia 25 de setembro. O evento ocorre a partir das 7h30min no Parque dos Dick. Inscrições podem ser feitas até o dia 11 de setembro com custo de R$ 8 (caminhada) R$ 15 (corrida) (veja boxe com pontos de inscrição). Expectativa da organização é reunir até mil competidores. A largada ocorre às 9h30min no percurso de cinco quilômetros pelas principais ruas do município, Santos Filho, João Abott, João Batista de Mello, Marechal Deodoro, Borges de Medeiro, e avenida Benjamin Constant. Os participantes serão dividi-

EZEQUIEL NEITZKE

dalha e troféu para os melhores de cada grupo. Todos os participantes recebem um kit com camiseta e boné. A expectativa é que o percurso seja completado em cerca de 15 minutos pelos corredores. Para quem vai caminhar, não há tempo limite. Após a chegada, os cinco primeiros colocados de todas as categorias recebem premiação.

Sobre o evento Primeiras inscrições foram feitas no lançamento do evento nessa sexta-feira

dos em quatro categorias: funcionários (trabalhadores da BRF), livre (para pessoas sem vínculo

com a empresa), cadeirantes e máster (acima dos 50 anos). Haverá premiação em dinheiro, me-

Realizada pela BRF em várias cidades do país, a caminhada e corrida visa a estimular a prática de exercícios físicos e aumentar a qualidade de vida nas comunidades onde a empresa está inserida. “Um dos princípios da BRF é

participar das comunidades onde ela está inserida. E isso se efetiva com eventos como a caminhada e corrida. Nela, estimulamos as pessoas a caminhar, a correr e buscar atitudes positivas, que privilegiam o bem-estar e a saúde,” destaca o gerente industrial Herberto Dupont.

Inscrições abertas As inscrições podem ser feitas nos seguintes pontos: BRF Agropecuária, BRF de Arroio do Meio, BRF Frigorífico, Academia FitVale, Academia Movimento, Academia Podium, Cascão Esportes, Posto Faleiro e Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer de Lajeado (Sejel).


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