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Lajeado, quinta-feira, 14 de julho de 2016 Ano 13 - Nº 1634

Fundado em julho de 2002

Avulso: R$ 2,00

Fechamento da edição: 21h FÁBIO KUHN

VIOLÊNCIA EM ESCOLA

TRÂNSITO EM ENCANTADO

Rotativo volta ao debate Comerciantes pedem a volta do rotativo devido à dificuldade em conseguir estacionamento no centro. Página 12

Direção recorre à polícia para disciplinar os alunos C asos de indisciplina dificultam o trabalho de professores da escola São João Bosco, em Lajeado, e direção ameaça encerrar as aulas nas turmas mais problemáticas. Fato motivou reunião da comunidade escolar com a Polícia Civil e o

Ministério Público. Alunos, pais, professores e autoridades acordaram medidas para evitar os problemas, entre elas, o trabalho permanente do Núcleo de Polícia Comunitária. Próximos encontros ocorrem em agosto, após as férias. Editorial e páginas 4 e 5

Famílias clamam por água potável MARCELO GOUVÊA

OPERAÇÃO LAVOISIER

Empresário nega participação O empresário Tiago Nicaretta critica a cobertura da imprensa e diz não ter ligação comercial com a Urbanizadora Lenan. Hamburgueria do comerciante foi alvo de operação do Ministério Público na semana passada. Página 9

TEMPO NO VALE Nebulosidade com chance de chuva a qualquer momento Mínima: 13°C - Máxima: 18ºC FONTE: CIH/UNIVATES

ESTRELA: cerca de 30 pessoas de Santa Rita dependem de uma fonte natural para ter abastecimento. Depois de chuva, barro suja a água

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A HORA · QUINTA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2016

Editorial

EXPEDIENTE Diretor Geral Adair G. Weiss Diretor de Conteúdo Fernando A. Weiss Diretor de Operações Fabricio de Almeida

REDAÇÃO Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4200 CEP 95900-000 - Lajeado - RS www.jornalahora.inf.br ahora@jornalahora.inf.br

COMERCIAL E ASSINATURAS Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4210 CEP 95900-000 - Lajeado - RS comercial@jornalahora.inf.br assinaturas@jornalahora.inf.br entrega@jornalahora.inf.br Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Tiragem média por edição: 7.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística)

Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

INDICADORES ECONÔMICOS MOEDA

COMPRA

VENDA

Dólar Comercial

3,2725

3,2732

Dólar Turismo

3,2200

3,4100

Euro

3,6302

3,6310

Libra

4,3336

4,3357

Peso Argentino

0,2258

0,2259

Yen Jap.

0,0313

0,0313

Cotação do dia anterior até 17:45h, Valor econômico.

ÍNDICE MÊS (%)

ACUMULADO ANO (%)

ICV Mes (DIEESE) 05/2016

0,67

4,25

IGP-DI (FGV)

05/2016

1,13

4,31

IGP-M (FGV)

05/2016

0,82

4,15

ÍNDICE

MÊS

INPC (IBGE)

05/2016

0,98

4,60

INCC

05/2016

0,19

2,25

05/2016

0,78

4,05

IPC-A (IBGE)

O dilema de educar em um ambiente violento

A

perda de valores, o afastamento da família no processo educacional e a falta de referências trazem como efeito um ambiente propício para confundir a juventude. Imersos em locais esquecidos pelo poder público, adolescentes da periferia se aproximam de um caminho, na maioria das vezes, sem volta. A ameaça de fechar a 8a série de uma escola em Lajeado evidencia essa triste realidade. Jovens desafiam a autoridade policial, desrespeitam os professores e propagam o conceito do “não dá nada”. Alguns atraídos pelos traficantes são levados pelas promessas da sociedade de consumo. Ludibriados pelas possibilidades de conseguir os tênis de marca, a corrente de ouro do funkeiro, ou um celular de última geração. A escola deixou de ser atraente. Os adolescentes não assimilam aquele conhecimento. Não entendem a importância da formação intelectual para o

futuro. O “ter” se sobrepõe em relação ao “ser”. Essa abordagem quase filosófica da sociedade ajuda a entender como gerações de brasileiros de bairros carentes enxergam o sistema. Não há um sentimento de pertencimento.

Na rede Comentário sobre a matéria “Família vive drama por filho desaparecido”

Salário Mínimo/2016 R$ 880,00

TAXAS E CERTIFICADOS (%)

MÊS

ÍNDICE MÊS (%)

ACUMULADO ANO (%)

TJLP

7,5

Selic

14.25%(meta)

TR

05/16

0,2043

0,9361

CDI (Mensal)

05/16

1,1074

5,4955

Prime Rate

05/16

3.25

3,25 (Previsto)

Fed fund rate

05/16

0.50

0,25 (Previsto)

Ouro (dólar) – Onça Troy – USD 1334.1 cotação do dia 13/07/2016

BOLSAS DE VALORES

PONTO

VARIAÇÃO FECHAMENTO (%)

Ibovespa (BRA)

54598

Dow Jones (EUA)

16.027

0,63 3,00

S&P 500 (EUA)

1.853

-1,42

Nasdaq (EUA)

5.023

0,69

DAX 30 (ALE)

9.964

1,33

Merval (EUA)

11.400

0,00

cotação do dia anterior até 17h45min

Petróleo (dólar)/Brent Crude – barril – USD 48,47 em 13/07/2016

É muito triste não saber o que aconteceu com seu filho, ficar na espera. Que dor. Que Deus possa confortar cada coração da família.

Celaine Terezinha Klunck

Com a ausência do Estado, encontram no poder paralelo as bases para preencher lacunas.

Pensam e agem de acordo com o grupo no qual estão inseridos. Com a ausência do Estado, encontram no poder paralelo as bases para preencher lacunas. A falta de opções, como atividades de lazer e entretenimento no turno oposto às aulas e oferta de cursos profissionalizantes, deixa muito tempo livre. Na rua, acabam se relacionando com maiores envolvidos em atos ilícitos. Pesquisadores do país e do mundo alertam para essa constante evolução da criminalidade juvenil. Há uma necessidade candente de instalar territórios da paz nas áreas com histórico de violência. Diversos exemplos comprovam que a cultura e a arte podem ser meios para transformação da realidade. A sociedade precisa entender a importância das referências para os jovens. Não se pode afastá-los ainda mais da vida em comunidade, acreditar em soluções mágicas, como reduzir a maioridade penal. É preciso orientação.

Como abordado no início do texto, esse cenário desalentador tem diversos motivos. Um deles está na família. Muitos pais transferem a responsabilidade de educar para a escola. A vida corrida do trabalho, a alegada falta de tempo são usadas para maquiar o desleixo. A problemática da violência juvenil na escola também está vinculada ao narcotráfico e ao consumo de drogas. Essa tendência inclusive foi abordada em pesquisa da Secretaria Estadual de Educação, por meio do Comitê Comunitário de Preservação à Violência. No levantamento, foram constatados diversos tipos de agressões. As mais comuns são as morais. Por meio do estudo, foi apontada com uma forma de reduzir a interferência dos adolescentes com histórico de violência no ambiente escolar a criação de uma rede de apoio, com integrantes de instituições diversas, como polícias, Ministério Público, Conselho Tutelar, professores, direção, alunos e famílias.

Comentários postados na página do facebook e no site do Jornal A Hora. Participe e deixe sua opinião.

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A HORA · QUARTA-FEIRA, 13 DE JULHO DE 2016

MPF prorroga inscrições para estágio

Cidades

LAJEADO - O prazo para ingresso no processo seletivo que contratará estagiários do curso de Direito para o Ministério Público Federal foi prorrogado. As inscrições seguem até o dia 8 de agosto

e pode ser realizadas na Procuradoria do município, que fica na rua Irmão Emílio Conrado, 120/3º andar. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (51) 3710-4500.

Família vive drama por filho desaparecido No dia 17, completa seis meses do sumiço de Lucas Junqueira. Polícia cogita homicídio Bom Retiro do Sul

FÁBIO KUHN

“V

ou ir ali e já volto”, essas foram as palavras ditas por Lucas Junqueira, 26, ao pai César Adriano Junqueira, 49. Ele saiu de casa às 15h do sábado, dia 16 de janeiro. Depois disso, a família nunca mais o viu. Empilhador no depósito do supermercado Languiru, Lucas trabalhou na manhã do fatídico sábado. Ao meio-dia, foi a um restaurante da cidade para almoçar e beber com alguns amigos. Teria retornado à casa para buscar dinheiro. “Ele estava com a roupa do trabalho ainda. Pedi pra ele não sair, mas ele disse que logo iria voltar”, relembra o pai. Após, Lucas circulou por estabelecimentos comerciais de Bom Retiro do Sul e Lajeado ao lado de uma mulher. Conforme as investigações da Polícia Civil, ele foi visto pela última vez na Praça da Matriz de Lajeado, por volta das 8h de domingo, dia 17. Preocupada, a família iniciou a procura na tarde de domingo. Ao ligarem para o celular de Lucas, constataram que o aparelho estava com outra pessoa. Ela seria de Encantado e teria comprado o chip na rodoviária de Lajeado. A moto CG-150 Fan de Lucas foi localizada na madrugada do dia 23, em um balneário desativado, conhecido como “Pedreira”, em Linha Delfina. O veículo vermelho não apresentava danos. Sobre ele, estava o capacete.

Em busca de resposta Sem poder trabalhar devido a problemas de saúde, César Junqueira dedica o tempo à busca pelo filho. Ele vai à Delegacia de Polícia de Bom Retiro do Sul duas vezes ao dia para saber detalhes da investigação. Além disso, o pai peregrinou pela cidade e em bairros de La-

Pai de Lucas, o aposentado Adriano Junqueira vai em busca de informações. Na Pedreira, em Linha Delfina, investigadores encontraram a motocicleta e o capacete ARQUIVO PESSOAL

jeado em busca de informações sobre o desaparecimento de Lucas. Nessa procura, ele foi até ameaçado indiretamente. “Ele é meu único filho... O medo não faz mais parte da cabeça da gente.” Junqueira tem poucas esperanças de encontrar o filho com vida. Mesmo assim, ele continua as buscas. “Eu não vou descansar enquanto não encontrar ele ou o corpo dele. A gente precisa de uma resposta.” Lucas é casado com Patrícia Maia dos Santos. Ela estava grávida e deu à luz a Luan César no dia 3 de fevereiro – quase três semanas após o desaparecimento. “No dia em que ele (Luan César) nasceu, mais de 40 mergulhadores procuravam o corpo de Lucas no lago da Pedreira”, relembra César Junqueira. Com o mistério

cimento de Lucas. Conforme a família, ele era um “jovem tranquilo” e tinha o sonho de ser veterinário.

“Se eu fosse o pai, faria a mesma coisa”

No dia do desaparecimento, Lucas passou em casa por volta das 15h

sobre o paradeiro de Lucas, a família não pôde registrar o bebê no nome do pai. No próximo domingo, 17, completam seis meses do desapare-

A Polícia Civil de Bom Retiro do Sul investiga o caso. Conforme o escrivão Fernando Bittencourt, em um primeiro momento, se trabalhava com a possibilidade de suicídio. Entretanto, essa hipótese foi praticamente descartada após as buscas, sem sucesso, pelo corpo. Bittencourt cogita a possibilidade de homicídio. “É muito complicado uma pessoa estar desaparecida por tanto tempo e não dar nenhum sinal de vida”, argumenta. Ele relata que a Polí-

cia Civil realiza uma série de oitivas e aguarda provas técnicas encaminhadas ao Instituto Geral de Perícia (IGP). O escrivão mostra respeito quanto ao trabalho paralelo de busca realizado por César Junqueira. “Se eu fosse o pai, faria a mesma coisa.” Hoje, Bittencourt trabalha sozinho nas investigações dos crimes na cidade. Conforme ele, o pouco efetivo não é o maior complicante para a resolução do caso. “Está difícil de solucionar o fato devido à sua complexidade. Se houve um crime, a pessoa conseguiu fazer de uma maneira que o corpo não fosse encontrado.” Informações sobre o desaparecimento podem ser repassadas à Polícia Civil pelo 3766-1888 ou 3766-2020.

Comentário sobre a coluna de Fernando Weiss, publicada ontem, 13 de julho Queremos nomes! Não é justo conosco e demais estabelecimentos que trabalham de forma honesta e compram matéria-prima com procedência pagar pela ganância e descaso com a saúde de uns e outros por aí... Que deem nome aos bois! Natana Bervig

Opinião

A HORA · QUARTA-FEIRA, 13 DE JULHO DE 2016

Fernando Weiss fernandoweiss@jornalahora.inf.br

Lixos e o voo das moscas

O

flagrante absurdo de reuso de alimento vencido e apodrecido é mais um capítulo da interminável operação de combate às fraudes na região. Ganância combinada com irresponsabilidade ressaltam o descalabro. Encaminhado para descarte, o queijo vencido e impróprio para consumo humano retornava pela mágica de um desconto criminoso. Valia em torno de R$ 20, mas, ao ser salvo do lixo pela ambição desmedida, passava a ser ofertado por R$ 1,5. E – eureca! – ressurgia como produto nobre. Quem faz isso atenta contra a saúde das pessoas. Pela crença na impunidade, estabelece um método criminoso e “lixa-se para as leis e para o cidadão”, parafraseando o nobre deputado gaúcho Sérgio Moraes (PTB). O mundo dá voltas é uma expressão exata para justificar a ironia de algumas reincidências no cotidiano. Em março de 2013, Gilberto de Vargas, proprietário da Urbanizadora Lenan, foi um dos protagonistas nas denúncias que desvelaram o esquema do lixo, arquitetado pelo Executivo de Lajeado, no recém-empossado governo petista. Prestadora de serviço na limpeza urbana ao município até aquela data, a Lenan havia sido substituída pelo grupo W.K Borges, mediante contrato eivado de dúvidas e imprecisões. Mais cara, ou melhor, muito mais cara aos cofres públicos, a mudança resultou em investigação do Ministério Público, na incriminação de

Encaminhado para descarte, o queijo vencido e impróprio para consumo humano retornava pela mágica de um desconto criminoso. Valia em torno de R$ 20, mas, ao ser salvo do lixo pela ambição desmedida, passava a ser ofertado por R$ 1,5. E – eureca! – ressurgia como produto nobre.

proprietários da W.K Borges, na citação de servidores municipais e, por fim, na exigência judicial de rompimento do contrato emergencial. Não custa lembrar: foram para o ralo bons milhões de recursos públicos, dos quais ninguém mais ouve – ou quer ouvir – falar. Naquele período, Gilberto usou todos os espaços disponíveis para contestar as manobras que o desfavoreciam. Agora, três anos depois, vem à tona envolvido em um esquema fraudulento. Há três anos, era testemunha de acusação de um esquema de recolhimento de lixo danoso ao município. Hoje, ao desviar-se de sua função e não destinar alimentos podres e vencidos para o lixo, torna-se autor de uma fraude. Lixos diferentes permitem análises diversas sobre o voo dos dípteros: a mobilização para expor o esquema entre o governo e a W.K Borges tinha como mote principal uma vendeta pela não renovação dos serviços. Ela acaba exposta da pior maneira, com Vargas tomando do próprio veneno.

Em meio às fraudes, a oportunidade O Vale está diante de um paradoxo: consolidar-se como Vale dos Alimentos ou mergulhar em uma espiral de fraudes comprometedora à confiança essencial aos produtos daqui. As operações do MP trazem à luz graves problemas do setor e uma grande oportu-

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Querem mais nomes Donos de restaurantes e bares de Lajeado estão ávidos pela divulgação do nome das instituições que, segundo o Ministério Público, também teriam envolvimento na fraude dos alimentos. Segundo proprietário de um restaurante na área central de Lajeado, o problema de não divulgar os demais nomes coloca todos sob suspeita. Ele relata, inclusive, queda de 40% no movimento do estabelecimento desde a ofensiva do MP na semana passada. “Estamos todos na vala comum. Todos somos suspeitos.” A promotoria projeta divulgação de mais nomes até o fim de semana. Resta aguardar!

nidade: o desafio regional para refletir, discutir e agir para alcançar outro patamar no qual a qualidade é indispensável. Há exemplos de sistemas implementados e reconhecidos mundo afora, como o do estado autônomo da Galícia, na Espanha, especificamente para a cadeia leiteira. Lá, o trabalho integrado entre poder público, instituições setoriais e a universidade de Lugo permitiu o desenvolvimento de produtos com a marca e o selo galegos. Comitivas regionais por lá estiveram repetidas vezes, e copiar a receita garantirá diferencial a favor dos alimentos produzidos no Vale. Combinar orientação do produtor e das micro e pequenas indústrias com fiscalização rigorosa e estímulo à qualidade pode criar uma nova realidade. Não é momento para omissão, pois todos perdem com as fraudes que deterioram a ideia de um Vale dos Alimentos.


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A HORA · QUINTA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2016

Rodrigo Martini martini.jornal@gmail.com lentem.wordpress.com

Poucos flagrantes. Grande repercussão

A

Operação Lavoisier do Ministério Público sequer chegou, até o momento, ao patamar de denúncia. Mesmo assim, o furor causado pela segunda visita do Gaeco à região em menos de duas semanas demonstra uma certeza: os envolvidos serão cobrados, e muito, pela sociedade. Brincar – no sentido mais pejorativo da palavra – com a saúde alheia é inadmissível. Servir ou vender comida estragada de forma intencional é crime inafiançável perante a polícia. E imperdoável junto à sociedade civil. Dos crimes contra o consumidor, talvez seja o mais repugnante. Em Lajeado, foram poucos flagrantes em estabelecimentos comerciais durante a quinta-feira passada. E nenhuma prisão. A divulgação logo cedo da manhã da operação do MP pode ter contribuido para isso, pois alguns pontos foram vistoriados só no fim da tarde. Me parece óbvio que os proprietários suspeitos já estavam de sobreaviso fazia horas. Isso, por si só, não significa culpa. Mas é capaz, sim, de desqualificar certos inocentes. Inutilmente. Pois a repercussão desse processo investigatório atinge a todos. Culpados ou

não. A vigilância da sociedade foi instigada outra vez. E essa retumbância, até agora, é o grande marco da Operação Lavoisier. Tudo isso está muito claro diante da ânsia demonstrada por boa parte da população lajeadense em relação à esperada lista de estabelecimentos criminosos. Tal relação fora anunciada para esta semana pelos promotores de Justiça, como se fosse uma satisfação pelos poucos flagrantes de quinta-feira passada. E, como os aguardados nomes demoram a ser divulgados, suposições surgem a cada instante. Todo cidadão trata de eleger e encontrar culpados a cada roda de conversa. O leque, que talvez até seja pequeno diante do alto número de estabelecimentos em Lajeado, cresce a cada minuto. Assim como a vigilância sobre essas empresas. Hoje, e até que se prove o contrário, todos parecem suspeitos. E tudo isso tem um lado bom e um ruim. Tudo depende da verdadeira integridade de cada empresário do ramo. Quem de fato é inocente será lembrado como tal logo adiante. Ao menos quero acreditar nisso. Assim como também é possível acreditar em punições

brandas lá adiante. É do jogo. Ainda mais quando se joga em solo brasileiro. Porém, dificilmente os empresários com culpa no cartório serão perdoados pelos consumidores. E é claro que isso não inclui aqueles com relações familiares ou de amizade com os suspeitos. Esses, por incoerência, hipocrisia, instinto, ou mesmo razão, os defenderão. Diante disso, fica claro que a repercussão do caso, por si só, já foi suficiente para mudar algumas receitas em certos restaurantes e lancherias de Lajeado. O sinal de alerta tocou alto em dezenas de cozinhas. Bastou divulgar algumas poucas fotos de produtos apreendidos. Bastou o MP mostrar um mínimo de intolerância contra essa malandragem sem pudor. Mas, como ainda tem muita história para ser contada nesse processo, toda e qualquer análise pode cair por terra logo ali na frente. De concreto, reitero apenas que a simples repercussão do caso já mudou um pouco da cultura increspada em determinadas empresas. O foco, enfim, está devidamente apontado para os empresários do ramo da alimentação. Agora, cabe a eles, culpados ou não, reconquistarem a nossa confiança.

A luta por CCs é literal Uma forte discussão entre um assessor de comissão da câmara de Lajeado e o vereador Djalmo da Rosa (PMDB), ontem de manhã, trouxe à tona um caso complexo. O assessor questiona a nomeação de um CC – indicado pelo peemedebista – para um cargo em extinção. Inclusive há lei prevendo concurso público para a função. O presidente, Heitor Hoppe (PT), validou a contratação.

Tiro Curto – Na sessão passada da câmara de Lajeado, que não foi ao ar pelo canal da NET, teve vereador fazendo campanha para pré-candidato a prefeito(a). As gravações existem. Basta assistir com atenção; – Também no Legislativo de Lajeado, a CPI do PAC segue engavetada na mesa do presidente. É lamentável, mas é verdade; – Em Colinas, o ex-prefeito Edelbert Jasper, o atual gestor municipal, Irineu Horst, e também Marcelo Schroer querem concorrer à prefeitura em outubro; – Líderes do PSC em Lajeado não gostaram da forma como membros do PMDB lajeadense se anteciparam no momento de divulgar a saída dos cristãos da base governista. Mas o fato está concretizado; – A vereadora de Encantado, Sandra Vian (PP), volta a presidir a casa; – As pré-listas de candidatos a vereador em Lajeado mostram dezenas de pessoas que não costumam frequentar a câmara em dias de sessões. Algumas passaram a fazê-lo só em 2016; – O julgamento, pelo TRE, do pedido de cassação de mandato do vereador de Estrela, Felipe Schossler, que trocou o PPS pelo PTB, ocorre na próxima segunda-feira. Segundo denúncias, ele não se desfiliou do partido anterior dentro do prazo legal; – Em Lajeado, o edital de licitação para obras de reforma na prefeitura exige que a proponente tenha PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). As empresas que estão em dia com essas normas estão em vantagem; – Odacir Klein será o novo presidente do BRDE. A posse ocorre na próxima terça-feira; – O ex-deputado pelo PMDB, Alexandre Postal, foi nomeado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Boa quinta a todos! “A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre.” Oscar Wilde


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A HORA · QUINTA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2016

Escola na entrada do bairro Conservas sofre com indisciplina de alguns alunos. Para evitar o encerramento das aulas para duas turmas, professores pedem ajuda às instituições de segurança pública

VIOLÊNCIA ESCOLAR

Direção ameaça fechar turmas indisciplinadas Professores do colégio São João Bosco, no bairro Conservas, não conseguem mais trabalhar. Eles alegam que a indisciplina de alunos atrapalha o andamento das aulas. A direção cogita o encerramento dos trabalhos da 8a série, considerada a turma mais problemática. Nessa terça-feira, o assunto foi tema de reunião com representantes da Polícia Civil e do Ministério Público.

Lajeado

O

encontro integra as ações do Núcleo de Polícia Comunitária, criado em 2014. De acordo com o escrivão Juliano Clavé, o trabalho na escola começou a partir de conversas com a equipe diretiva. “Foi um pedido de socorro”, lembra. Conforme Clavé, o colégio era um dos poucos da cidade que ainda não tinham atividades do núcleo. Os primeiros encontros ocorreram faz cerca de 40 dias. Quatro agentes realizaram conversas com os alunos, dois em cada turno. “No turno da manhã, os agentes pediram para alguns meninos da 8a série tirarem os bonés, como é de praxe, e eles não só afrontaram como tentaram partir para cima dos policiais”, relata. O fato alertou para a gravidade do problema. “Conseguimos contornar a situação, mas foi a primeira vez que agentes foram confrontados nas escolas durante esse trabalho”, ressalta. De acordo com a supervisora Kelen Giongo, a indisciplina se agravou ao longo do tempo até alcançar um patamar

insustentável. “Temos como prática chamar as famílias para conversar, mas chegamos ao ponto em que os pais nos dizem não saber como impor limites aos filhos”, alerta. Diante dessa situação, os professores pensam em desistir da escola. “Todos os dias os professores demonstram a frustração e a tristeza de não conseguir trabalhar. O sentimento é de impo-

Todos os dias os professores demonstram a frustração e a tristeza de não conseguir trabalhar. O sentimento é de impotência.” Kelen Giongo Supervisora da escola

tência”, relata. Orientadora educacional, Helena Araújo relata a necessidade de união entre pais, alunos, funcionários e professores para contornar as dificuldades. “Não pode a família repassar para a escola a responsabilidade por educar seus filhos”, alerta. Para ela, a escola necessitaria de uma equipe multidisciplinar, incluindo psicólogas, para um trabalho permanente com os alunos. “Hoje não temos recursos, pois dependemos do poder público”, lamenta. Conforme Helena, os professores relatam cansaço e estão adoecendo. Se não houver mudanças, afirma, muitos deixarão o colégio ainda neste ano.

Solução urgente A reunião de terça-feira começou com a exibição de um vídeo do educador e filósofo Mário Sérgio Cortella sobre o papel dos pais e da escola na educação das crianças. Na fala, Cortella reafirma que a responsabilidade familiar pela educação não pode ser terceirizada para as instituições de ensino. Em seguida, Juliano Clavé falou sobre o


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A HORA · QUINTA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2016

Reportagem e fotos: Thiago Maurique

aumento das situações de enfrentamento à autoridade ao longo dos anos. “Vivemos uma crise séria, que começa na família, passa pela escola e acaba chegando na sociedade como um todo.” A diretora do São João Bosco, Loiva Crestani Fauri, relatou aos pais os problemas enfrentados pelos professores e fez um alerta sobre a possibilidades de os profissionais abandonarem a instituição. “Se não entrarmos em um acordo, vamos ter que fechar turmas”, admitiu. Segundo ela, em 24 anos trabalhando no colégio, é a primeira vez que os problemas de indisciplina chegam a esse patamar. Lembra que a turma mais problemática chegou a ser dividida em duas. “Hoje temos uma 8a série com 12 e outra com 14 alunos e não melhorou.” Diante do relato, os pais manifestaram a intenção de manter os filhos na escola e sugeriram a transferência dos alunos indisciplinados. Muitos disseram não ter condições de levar e buscar as crianças em instituições distantes do bairro Conservas.

“Não dá nada” Promotor de Justiça de Lajeado, Ederson Luciano Vieira foi incisivo. Aos alunos, falou que a conversa tinha a intenção de saber os motivos para os casos de indisciplina para que “não coloquem a vida fora.” “Tem muita gente dizendo para vocês que

o certo é o errado, mas esse caminho pode levar a tragédias.” Ao ser questionado por um jovem, alertou para a cultura do “não dá nada”, frase dita pelo rapaz que classificou como um dos problemas dessa geração. “Essa ideia termina quando as pessoas se veem diante do presídio, da Fase ou mesmo do cemitério”, bradou. O promotor retratou a dura realidade dos condenados no sistema prisional para ilustrar o destino daqueles que enfrentam as leis. “Assim como afrontam na escola, também fazem na família e na sociedade, até que acabam pagando de alguma forma. Aí, percebem como termina esse ‘não dá nada.’” Ao fim da reunião, a comunidade escolar e as autoridades entraram em um acordo. A orientação é que casos mais graves, envolvendo ameaças, calúnia, difamação e dano ao patrimônio, sejam registrados na polícia e comunicados aos pais. Conforme Clavé, todos os órgãos participantes do núcleo de polícia comunitária se colocaram á disposição para continuar o trabalho em conjunto com a escola. As próximas reuniões estão marcadas para agosto, após as férias de inverno.

Trabalho permanente Coordenadora-adjunta da 3ª Coordenadora Regional de Educação, Greicy Weschenfelder afirma que a CRE está ciente da complexidade dos problemas enfrentados pela

escola. “É uma situação delicada, por isso, temos que agir com todas instituições.” Lembra que o Estado não disponibiliza psicólogos para um trabalho permanente nas escolas. “Tanto a diretora Loiva quanto os professores são reconhecidos pelo esforço de não ter desistido dessas crianças. Nossos professores são heroicos.” Segundo ela, os problemas se agravam

“A escola de hoje não atende as necessidades e desejos das crianças.” Pedagoga e mestre em Desenvolvimento Regional, Suzana Mas é coordenadora do projeto de extensão Educação para a Paz, desenvolvido pela Unisc em escolas de cinco municípios dos vales do Taquari e Rio Pardo. O projeto é destaque na área de atuação da 6ª CRE e se baseia em assembleias de discussão com toda a comunidade escolar para estabelecer acordos de convivência. A Hora – As dificuldades de disciplina são comuns nas escolas gaúchas. Por que isso acontece? Suzana Mas – Os adolescentes sempre têm como regra o tensionamento à autoridade. Faz parte do desenvolvimento todo esse processo de desafiar e questionar. É preciso pensar em como os adultos lidam com a sua autoridade em relação às crianças. As crianças e os jovens precisam ver no adulto essa pessoa confiável, capaz de ser uma referencia em termos de valores e atitudes. Quando falamos em escolas, não devemos discutir onde está a culpa. A violência não é apenas um fenômeno externo e, por ser social, repercute no espaço escolar. Como as instituições podem lidar com essas situações? Suzana – Com um trabalho co-

Integrantes da Polícia Civil e do Ministério Público se reuniram com comunidade escolar nessa terça

diante do contexto de efervescência social vivido no dia a dia das comunidades. “Percebemos um consumismo exagerado e a desestruturação das famílias. A escola é um espaço que reflete essa realidade.” Para ela, é necessário investir em trabalhos sistemáticos e permanentes. “Estamos diante de uma questão social que exige essa união de todos os envolvidos.”

letivo, intra e extraescolar. A escola precisa ser vista como espaço de referência de formação e valores. Para isso, precisa de princípios muito claros que devem regrar toda as práticas e trabalhos docentes. Mas esses princípios devem ser construídos e vividos com os alunos. É fundamental construir esses acordos com as crianças, não apenas com o objetivo de disciplinar a sala, mas trabalhar valores como a autoregulação, a autonomia e a cidadania. No projeto em que trabalho, existem as assembleias escolares. É uma metodologia de diálogo, para que os alunos aprendam a analisar a vida coletiva e busquem resolver os conflitos de forma pacífica. A conversa substitui a agressão física e toda a forma de violência simbólica. É preciso repensar a forma como as escolas estão estabelecidas? Suzana – A escola de hoje não atende as necessidades e desejos das crianças. É preciso repensar a metodologia, os conceitos e, principalmente, conhecer como se constrói e se dá sentido a tudo isso. Existe a necessidade de despertar nos alunos o encantamento e magia da escola. Tudo isso passa pela formação dos professores e pelo compromisso político e pedagógico das instituições.


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A HORA · QUINTA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2016

Cidades

Governo prorroga decreto ESTADO – Foi prorrogado até o dia 31 de dezembro de 2016 o decreto que reduz de 12% para 6% a base de cálculo do ICMS nas saídas interestaduais de suínos vivos. O presidente da Acsurs, Valdecir Luis Fo-

lador, comemora a aprovação da medida. “O RS não tem condições de absorver toda a produção. Muitas famílias garantam o seu sustento com as vendas interestaduais”, comenta.

Recorrência de arrombamentos gera cobrança por mais policiais Comerciantes reclamam da falta de segurança após série de furtos EDUARDO AMARAL

Arroio do Meio

O

s ataques a um restaurante e a três lojas no centro chamaram atenção para a falta de efetivo policial no município. Os estabelecimentos foram roubados na madrugada de segunda-feira, 4. Segundo o coordenador da Secretaria de Indústria e Comércio, Ivan Batista Fuhr, uma reunião com o secretário estadual de Segurança, Wantuir Jacini, será marcada nos próximos dias. Em pauta, a cobrança por mais brigadianos para o município. No início do mês, o governo estadual anunciou a nomeação de dois mil policiais militares e civis. Os arrombamentos de domingo deixaram os lojistas preocupados, e o efetivo policial é o principal motivo da sensação de insegurança segundo o presidente da CDL de Arroio do Meio, Lair José Fritzen. “Estamos mais inseguros, até por causa do baixo efetivo, como em outras cidades.” Uma das propostas para reduzir os roubos é a colocação de câmeras de vigilância na região central. A medida tem apoio da CDL e do governo, mas esbarra na questão financeira, como lembra Fuhr. “É uma proposta válida, mas a instalação e manutenção são caras o que torna inviável para agora”, destaca o coordenador.

Lojistas cobram ações Proprietário de uma loja de roupas invadida, Tairone Gerhardt, se viu obrigado a investir valores que não estavam programados em nome da segurança. “A ideia inicial era não usar grades, mas agora tivemos

Arrombamento ocorreu na madrugada do dia 4. Proprietário instalou grades para evitar mais prejuízos DIVULGAÇÃO

Ladrões quebraram o vidro com uma pedra para entrar na loja de confecções

que colocá-las”, destaca lembrando o fato de a loja ter sido inaugurada na rua João Carlos Machado há menos de um mês. Por enquanto, as grades serão os únicos investimentos em segurança, pois Gerhardt não vê efetividade na instalação de câmeras de segurança. “Elas podem identificar os ladrões, mas eles só são presos em flagrante e, mesmo assim, são soltos logo depois”, ressalta o comerciante. Sem revelar o montante de prejuízo, Gerhardt lamenta a volta de uma situação a qual acreditava ter acabado. “Em 2014 tivemos uma série de ata-

ques, eu fui roubado duas vezes. Isso deu uma trégua depois de uma campanha da CDL e BM”,

lembra o empresário. Para ele, o poder público precisa ter “atenção especial” para a situação. Outro proprietário que calcula os investimentos em segurança é Enio Ost. Dono de um restaurante na mesma rua, ele teve um prejuízo de R$ 3 mil após o ataque na madrugada de segunda-feira. Novas trancas e a instalação de alarmes estão entre os investimentos previstos. “Nunca tinha colocado alarme por causa da câmera de segurança do banco aqui do lado, mas estou vendo que nem isso mais é respeitado.”

POLÍCIA JÁ IDENTIFICOU UM DOS LADRÕES De acordo com o delegado João Alberto Selig, os ataques não representam um aumento no índice de roubos da cidade. “É um caso típico e por isso chama atenção, sabemos que a criminalidade vem aumentando em diversas áreas, mas esse caso não representa isso.”

De acordo com Selig, um dos jovens foi identificado entre os autores dos crimes. “Um é adolescente morador da cidade e o outro não foi reconhecido ainda.” A identificação foi possível graças às imagens das câmeras de segurança das lojas do centro.

Região elege as três prioridades Vale do Taquari A qualificação da rede de atenção à saúde foi a prioridade eleita pela população do Vale do Taquari na Consulta Popular 2016/17. Também foram escolhidas como prioridades o apoio ao desenvolvimento da produção leiteira e da pecuária familiar e a formação continuada para professores e funcionários da área da educação. Os municípios receberão da Consulta Popular R$ 1,51 milhão para serem distribuídos igualitariamente nos três programas. A votação realizada entre os dias 5 e 7 , pela internet, contou com a participação de 18.254 eleitores em 36 cidades. A partir da próxima semana, os Coredes se reúnem com representantes das secretarias dos programas vencedores para definição dos projetos regionais que receberão os recursos. As demandas eleitas pela população serão incluídas na Lei Orçamentária Anual (LOA), que será encaminhada pela Seplan à Assembleia Legislativa até 15 de setembro.

Encomendas de mudas Progresso As mudas de eucaliptos já podem ser encomendadas na Secretaria de Agricultura. Cada produtor pode encomendar até cinco mil unidades. Para participar é necessário ter o talão de produtor. O governo municipal subsidia 40% do valor.


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Lei garante autonomia Voluntários seguem atuando MACIEL DELFINO

Corpo de Bombeiros comemora garantia de voluntariado pela comunidade

Teutônia

A

ssembleia Legislativa aprovou emenda que garante autonomia de trabalho aos bombeiros voluntários. Com o resultado, 96 municípios gaúchos permanecem com atendimento de corporações independentes inalterado sob fiscalização e credenciamento dos militares. O projeto que estava em discussão colocava em dúvida a existência dos voluntários devido a dois artigos. Um deles mencionava a exclusividade do serviço prestado pelos bombeiros militares. O outro defendia o direito de cassar ou suspender qualquer corporação. Ambos foram retirados. Além disso, a emenda acrescentou a liberdade de grupos independentes realizarem mesmo serviço dos militares. Conforme o presidente do Corpo de Bombeiros Voluntários (CBV), Markyson Marques, o fato foi histórico para a organização. “Nos deu segurança maior. Fui a favor aos projetos porque trouxe clareza sobre o CBV. Agora existe definição que podemos exercer a função. Estamos legais perante a lei e temos conforto de trabalho”, diz. Outro fator positivo foi a união da categoria. Coronéis e presidente da Voluntersul definiram datas para reuniões. A aproximação permite estabelecer metas e aprimorar os serviços. Cerca de 200 profissionais participaram da solenidade.

Éverton Bao, 24, ingressou na corporação em novembro do ano passado. Estar pronto a ajudar a comunidade onde reside foi a motivação. Durante o período, financiou três cursos fora da cidade. Além disso, aproveita as especializações ofertadas pelos colegas. Por semana, dedica 24 horas de trabalho, com plantões às quintas-feiras e aos sábados a cada 15 dias. O auxiliar administrativo participou pela primeira vez do pleito do CBV e sentiu os benefícios da aprovação da emenda. “Pude participar de momento muito importante, onde percebemos que somos valorizados pelo Estado. Isso motiva ainda mais.”

SAIBA MAIS Duas vezes por ano, os voluntários enviam relatórios sobre vistoria do prédio, manutenção e relação de veículos aos militares. A lista de membros, integrantes da diretoria e o nível de especialização do grupo também são analisados. O CBV foi fundado em 2002 e conta com 40 integrantes. A frota de veículos é composta por um caminhão auto-bomba-tanque que foi doado à corporação, uma unidade de atendimento, de ferramentas e um Fiat Uno para deslocamento administrativo.

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Impasse deixa famílias sem água potável Cerca de 30 pessoas dependem de uma fonte natural, inutilizável após dias de chuva FOTOS MARCELO GOUVÊA

Estrela

PROJETO AGUARDA DNIT

M

oradores de Santa Rita precisam comprar água mineral para beber e preparar alimentos. O problema afeta cerca de 30 pessoas faz mais de 20 anos. Desde 2014, a situação é estudada pela Corsan. A proposta de extensão da rede de água do bairro Auxiliadora para atender a população aguarda liberação do Dnit. Nos meses mais secos, a situação é amenizada com a captação feita em uma fonte em meio à mata do entorno das residências. Com as chuvas, a água do Arroio Estrela e o lodo das proximidades se sobrepõem ao poço e invadem o abrigo de madeira construído pelos moradores. Após o nível normalizar, demora até sete dias para a vertente limpar. No período, apenas água com lama sai das torneiras com ajuda das bombas instaladas. A situação preocupa o aposentado Juraci Böhm, 81. Ex-morador de Cabriúva, Paverama, ele veio para casa do filho devido à idade. Por precaução, ele evita beber da água turva. “Quando cheguei aqui, levei um susto com essa água. Hoje meu filho precisa comprar água.” A água mineral também é a única alternativa para consumo nas casas de Adélia Vargas, 59, e da filha, Jocieli, 24. Durante o último verão, afirmam, os custos com o item superaram R$ 300 mensais. Além deles, os gastos para bombear a água do poço encarecem as tarifas de energia elétrica. Por mês, são cerca de R$ 800. De acordo com a mãe, as tratativas para resolver o impasse duram três anos. Apesar de ter

Após períodos de chuva, a fonte da água distribuída para as famílias da localidade de Santa Rita é invadida pelo barro

recebido garantias de uma resolução, nada mudou desde lá. Nesse período, o pedido da família para perfurar um poço artesiano também foi negado. Sem a solução, afirma, eles buscaram a Associação de Água de Santa Rita. Mas desistiram devido à dificuldade

Böhm mostra a coloração da água que sai da torneira. Opção é comprar água mineral

Quando cheguei aqui, levei um susto com essa água” Juraci Böhm morador da localidade

técnica para abastecimento e aos custos, estimados em oito salários mínimos.

Demanda antiga Morador faz mais de 20 anos, Adelmo Brandão, 43, também precisa comprar água para a família ou esperar a limpeza da fonte. Cinco pessoas moram na casa. “A instala-

ção das bombas ajudou, não precisamos buscar lá, mas a situação é bastante desgastante.” Erna Wagner, 81, é uma das moradoras mais antigas dos arredores e lembra as dificuldades para ter acesso à água potável. Até a família se associar à Comunidade de Água de Santa Rita, faz cerca de 20 anos, dependia da mesma fonte usada pelos vizinhos ou do que conseguia captar das chuvas. Para lavar roupas, era preciso usar o arroio. Quando chovia muito, dependiam do estoque de água até a fonte ficar limpar. O problema ficou mais recorrente após a duplicação da BR-386. Com 11 filhos, viu-se obrigada a pagar a ligação com o reservatório. Na época, os custos chegavam a 12 salários mínimos e parte da herança dos filhos precisou ser vendida para viabilizar a instalação do cano do reservatório, próximo à Transantarita. “O meu pai não pensou em luxo, mas em nos dar água. Se não fosse isso, hoje, ainda não teríamos”, resume a filha Célia Wagner, 59.

A extensão da rede de água da Corsan até a residência dos moradores é acompanhada pela companhia. Segundo o agente administrativo, Adelar Hammes, o ponto está incluído no projeto de ampliação de 9,5 mil metros de tubulação na área urbana. Como a rota mais provável tem passagem pela área de domínio do Dnit na BR-386, a proposta depende de liberação do órgão federal. Hoje, as residências ficam fora da área de atuação da Corsan. Entre os pontos de abastecimento mais próximos, estão as redes dos bairros Pinheiros e Auxiliadora. Assim como a Corsan, a Comunidade de Água local aguarda por um posicionamento do órgão. Há três anos, de acordo com o tesoureiro José Gregóry, a sociedade com cerca de 40 sócios tenta a liberação para enterrar os canos para abastecer a localidade. Em nota. o Executivo salientou a existência de duas formas de abastecimento. Na área urbana, a Corsan teve contrato de 25 anos renovado para abastecimento. Na rural, o serviço é feito por sociedades de água. No caso da extensão da BR-386 e da Transantarita, uma cláusula contratual com a estatal prevê o serviço de expansão de rede.


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Empresário nega venda de itens estragados Proprietário da Brothers Food & Drinks critica a ação do MP e a cobertura da imprensa ARQUIVO A HORA

Lajeado

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ma semana após o Ministério Público Estadual (MPE) deflagrar a Operação Lavoisier, o empresário Tiago Nicaretta, gerente de um dos estabelecimentos investigados por suposta receptação e venda de produtos vencidos, questiona as acusações e critica a forma como a imprensa regional abordou o assunto. Segundo ele, nenhum produto estragado foi oferecido aos consumidores. A lancheria e restaurante Brother's Food & Drinks, na av. Alberto Pasqualini, foi o único local onde os agentes da Vigilância Sanitária e do MPE afirmam ter encontrado provas de negócios realizados com diretores da Urbanizadora Lenan, acusados de revender alimentos vencidos. Os itens deveriam ser descartados em um aterro sanitário, conforme contrato firmado com rede de supermercados. Conforme o promotor de Justiça, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Segurança Alimentar), os agentes encontraram produto vencido no restaurante. Para os investigadores, essa mercadoria apreendida fora “recentemente negociada” com integrantes da família Vargas, responsáveis pela Lenan. Nicaretta nega. “Saiu no jornal que foram apreendidas mercadorias dentro do meu estabelecimento. Na verdade havia uma única peça de queijo vencida, entre outras 30 que estavam em dia. E ela estava lacrada, não foi comercializada e tampouco servida aos clientes”, afirma o empresário, lembrando que a empresa trabalha com mais de 200 itens alimentícios. Ele também nega que o produto teve como origem a negociação ilícita com a Lenan, contrariando as afirmações do MPE. “Esse queijo vencido não foi comprado da família Vargas. Eles terão que provar isso agora. Eu não sou receptador de produtos vencidos. Estou pagando sozinho por tudo isso.” Hoje, ele deve prestar depoimento no MP

Me senti muito prejudicado pelas matérias que comprometem seis anos de trabalho sério.” Tiago Nicaretta Empresário

Equipe de investigadores do MP vistoriou estoques e a cozinha do Brother's Foods & Drinks na quinta-feira passada

sada. Ele não divulgou o nome das empresas vistoriadas, o que deve acontecer nos próximos dias. Segundo Alcindo, diversas conversas via WhatsApp mantidas entre os suspeitos e outros clientes ainda são averiguadas pela equipe do Gaeco.

Estabelecimento reaberto O Brother's Foods & Drinks chegou a ser interditado na de Lajeado sobre as acusações. Segundo Nicaretta, o fato de só o Brothers Foods & Drinks ter sido divulgado pelo MP lhe trouxe “muitos prejuízos”. Cita que as conversas via WhatsApp, apresentadas pelos investigadores como provas dos ilícitos cometidos pelos integrantes da família Vargas, estão sendo atribuídas a ele. Assim como as fotos de produtos estragados recolhidos de um galpão localizado no bairro Carneiros. “A conversa que foi publicada no jornal não é minha. Os produtos que aparecem nas fotos não foram recolhidos aqui no meu estabelecimento. Me senti muito prejudicado pelas matérias que comprometem seis anos de trabalho sério”, garante. Conforme o promotor responsável pelo caso, pelo menos outros sete estabelecimentos foram investigados na quinta-feira pas-

quinta-feira passada, após a Operação Lavoisier, em função de “inadequações às leis sanitárias”. No entanto, já na segunda-feira, o atendimento ao público foi liberado pelas equipes de fiscalização. Para isso, Nicaretta cumpriu adequações solicitadas pelos agentes de saúde envolvendo etiquetas em potes e higienização. Antes de falar à imprensa,

Nicaretta se defendeu por meio da página do Brother's Foods & Drinks na rede social Facebook. Conforme o texto, publicado na sexta-feira passada, “todos os fornecedores de matéria-prima são empresas idôneas e reconhecidas no mercado, e jamais foram utilizados produtos impróprios ou de origem ilícita para consumo a clientes, amigos e familiares.”

ENTENDA A INVESTIGAÇÃO A Operação Lavoisier, deflagrada na quinta-feira passada, apreendeu mais de 2,2 toneladas de alimentos, bebidas, produtos de limpeza e inseticidas vencidos ou estragados que, supostamemte, seriam vendidos para o mercado de consumo do Vale do Taquari. Os produtos foram encontrados nas residências de Gilberto e Gilmar de Vargas, e também em um galpão pertencente à Urbanizadora Lenan, onde funciona uma cabanha. O montante deveria ter sido descartado em um aterro sanitário de Serafina Corrêa, conforme contrato firmado em julho de 2015 com rede de supermercados. Segundo o

MP, essa rede auxiliou nas investigações. Além dos irmãos, também são suspeitos de integrarem associação criminosa para a prática de crimes contra as relações de consumo a mulher de Gilberto, Sílvia, e o filho, Leandro. Para o MP, eles comercializaram produtos alimentícios com prazo de validade vencido ou sem condições de consumo, além de adulteração e corrupção de produtos alimentícios e bebidas. Segundo o MPE, os responsáveis pela empresa informavam aos interessados não só que os produtos estavam vencidos como também davam dicas sobre como suprimir a data de validade

do produto. Entre os clientes, o promotor cita uma festa de fim de ano organizada por uma academia de ginástica, quando foram vendidas caixas de vodka e energético vencidos. Para os investigadores, os integrantes da família Vargas também disponibilizavam para a venda ilegal leite vencido há mais de cinco meses, chocolate, biscoitos, massas, bem como produtos de peixaria e outros alimentos congelados, que ficavam acondicionados em tonéis, sem refrigeração, junto a pesticidas, inseticidas e soda cáustica. Os acusados negam qualquer comercialização e afirmam que era só para consumo próprio.


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Cidades

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BRF suspende a negociação com sindicato Empresa mantém proposta de reajuste e trabalhadores não descartam paralisação ARQUIVO A HORA

Vale do Taquari

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BRF suspendeu as negociações salariais de 2016 e cancelou, por tempo indeterminado, as reuniões pré-agendadas com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Avícolas e Alimentação em Geral de Lajeado e Região (Stial). Conforme o presidente da entidade, Adão Gossmann, a empresa insiste na proposta de 5,75% de reajuste, retroativos a maio, e mais 0,5% em janeiro. “A proposta, além de não avançar, agora emperrou de vez”, critica Gossmann. A data-base da categoria é 1º de maio e, até o momento, a Stial afirma que só a BRF e a Minuano não fecharam acordo com a categoria. Os demais segmentos fecharam com índice da inflação – 9,83% – e até com ganha real, caso da Cosuel. Segundo o dirigente sindical,

Na próxima segunda-feira, pelo menos 1,2 mil funcionários entram em férias

nem o protesto organizado nessa quarta-feira em frente da sede da BRF, na capital de São Paulo, serviu para pressionar a empresa a concretizar um acordo dentro de um índice que não fique tão abaixo da inflação. Gossmann, assim como diversos trabalhadores, não descarta

a paralisação das atividades. Na terça-feira passada, houve um início de movimento nas proximidades da fábrica. Já na próxima segunda-feira, parte dos funcionários entra em férias coletivas, para troca de equipamentos. O Stial realizou assembleia

no dia 1º de julho para votar a proposta de reajuste salarial do segmento alimentação. A proposta, apresentada pela patronal e aceita pela categoria, foi de 9,83%, o mesmo índice da inflação no período. A reunião envolveu dezenas de trabalhadores. Já o sindicato representa cerca de 2,5 mil trabalhadores do segmento alimentação, que envolve, entrou outros, balas, doces, bebidas e panificadoras. O piso para o segmento passou para R$ 1.186,00; o auxílio-escolar para o trabalhador ou um dependente, R$ 358, e para o trabalhador e um dependente, ou dois ou mais dependentes, R$ 533; o adicional noturno permanece 30%, assim como a concessão de 16 horas/ano para levar filho ao médico. A cláusula que garante o pagamento do 31º dia do mês foi renovada.

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Férias coletivas na segunda-feira O aumento nos insumos e a baixa comercialização de frango no mercado internacional motivam férias coletivas entre os dias 18 e 31 de julho só para a linha de produção de aves da fábrica em Lajeado. Atividades administrativas e abate de suínos funcionam normalmente nesse período. A medida foi anunciada no início de junho pela direção nacional da BRF. São pelo menos 1,2 mil funcionários atingidos pela medida. Conforme a nota encaminhada em junho pela empresa, todos retornam às atividades na primeira semana de agosto. A BRF não comenta sobre possíveis demissões. Entre as razões apresentadas, o “ambiente econômico desafiador pelo qual atravessa o país e o nosso mercado”.


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A HORA · QUINTA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2016

Executivo estuda volta do sistema rotativo Serviço foi suspenso em abril do ano passado após desistência da administradora FÁBIO KUHN

Encantado

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dificuldade de estacionar nas ruas centrais motivou reunião da administração municipal com o diretor da Versiul, Vander Eli da Silva. Na oportunidade, foram citadas maneiras para minimizar os transtornos com a falta de vagas aos automóveis. Uma das medidas estudadas é a reimplantação do estacionamento rotativo. “Há um clamor popular para que o serviço volte a funcionar”, diz o vice-prefeito José Calvi. Nas próximas semanas, o Executivo se reúne com vereadores, integrantes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Comercial e Industrial (Aci-e) e sindicatos para tratar do assunto, além de contratar um profissional para ver a viabilidade financeira do sistema rotativo. Conforme o secretário do Planejamento, Roberto Turatti, os maiores problemas com a falta de estacionamento são registrados nas ruas Júlio de Castilhos e Padre Anchieta. “São as vias que têm bancos e vários pontos comerciais. O movimento é muito grande.” Caso a proposta seja aprovada pela sociedade, Turatti acredita que o estacionamento rotativo vai funcionar nas mesmas ruas da época em que o serviço era administrado pela Associação Pró-Menor de Encantado (AME).

Sistema rotativo em voga As placas alertando a existência do sistema rotativo continuam na rua Júlio de Castilhos, mesmo após 15 meses da paralisação das atividades. “Não sei nem por que pararam o serviço. Agora nunca temos lugar para estacionar”, lamenta Alecir Conto, 60. Outro condutor que aprova o retorno é Augustinho Tomasi, 53. Ele relata as dificuldades em conseguir estacionar sem a cobrança e as vantagens da rotatividade. “A gente pagava alguns centavos e não precisava ficar circulando em busca de vagas.”

Dificuldade em encontrar vaga prejudica comerciantes e motoristas

Proprietário de um restaurante, Moises Escarello, 49, destaca que a própria falta de conscientização dos lojistas prejudica. “Um estaciona na frente do ou-

tro e acaba tirando a vaga dos clientes”. Ele também acredita que o estacionamento rotativo seria benéfico e aumentaria a circulação de clientes.

SAIBA MAIS A AME administrou o sistema rotativo nas ruas de Encantado por cerca de quatro anos, entre 2011 e 2015. No dia 30 de abril deste ano, encerrou as atividades alegando dificuldades financeiras. Não houve empresas interessadas em administrar o sistema rotativo. Matéria divulgada pelo jornal A Hora em janeiro de 2015 mostrava as dificuldades da AME em man-

ter o sistema. Na época, a inadimplência chegava a 26%, uma diminuição na arrecadação de R$ 3 mil mensais. Outra dificuldade da AME era contratar profissionais devido ao desrespeito dos condutores. A entidade alegava ainda defasagem dos valores da cobrança, aumento do salário e encargos trabalhistas como dificuldades para manter o serviço.


A HORA · QUINTA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2016

Futsal PATROCÍNIO:

Alaf inicia preparação para jogo decisivo Neste sábado, em Lajeado, equipe enfrenta o Copagril, líder da Liga Nacional EZEQUIEL NEITZKE

P

ara manter a boa sequência na Liga Nacional, a Alaf se prepara para o jogo contra o líder Copagril, de Marechal Candido Rondon (PR). A partida ocorre neste sábado, às 20h15min, no Complexo Esportivo da Univates. Os ingressos estão à venda na sede social da Alaf, DMF Esportes, Imprimix, Comercial São Cristóvão e Bruxellas Esportes ao preço de R$ 10. Na hora, custam R$ 15. Para a partida, o único desfalque é o goleiro Chico que segue se recuperando de lesão. Conforme o presidente do clube, Alexandre Heisler, a direção promove rifa para manter a equipe. Quem tiver interesse pode contatar com ele pelo 9330-6780 ou se dirigir à sede social do clube. O valor é R$ 100 e dá direito a diversos prêmios e cinco ingressos para partidas da Alaf na temporada.

Derrota na Série Ouro Em Carlos Barbosa, a Alaf conheceu a segunda derrota no Estadual Série Ouro. Caio Jr. abriu

lizando o goleiro-linha. Porém, foi a ACBF quem mais criou chances de gol e quase ampliou com Kevin. A equipe de Lajeado permanece na terceira colocação do Grupo 1 do Estadual com 13 pontos em sete jogos; um jogo a menos que o líder Juventude, que soma 17 pontos.

CLASSIFICAÇÃO Em Carlos Barbosa, Alaf perdeu por 2 a 1 para a ACBF e se manteve em terceiro lugar

o placar aos 7 minutos de jogo para a ACBF. O time de Carlos Barbosa criou várias oportunidades de gol até que a partida mudou de rumo, aos 13 minutos. Marlon interceptou uma jogada de contra-ataque dos visitantes e foi expulso. A equipe ficou por dois minutos com um jogador a menos em quadra e soube suportar a pressão sem levar gols. Ainda na primeira etapa, os barbosenses reclamaram de uma falta violenta na entrada da área e cobraram o

mesmo critério do juiz, que apresentou apenas o cartão amarelo. Na saída para o intervalo, o técnico Marquinhos Xavier foi expulso por reclamação. No segundo tempo, a equipe de Lajeado empatou aos 6 minutos, com o gol de Adriano. Depois, a ACBF passou a insistir ainda mais no ataque e a pressão surtiu efeito aos 12 minutos, quando Rafa colocou o time laranja na frente outra vez. Nos minutos finais, a Alaf tentou empatar uti-

Chave A Juventude – 17 pontos ACBF – 16 pontos Alaf – 13 pontos AES – 11 pontos Asif – 10 pontos BGF – 7 pontos Cachoeira Futsal – Sem pontuar Chave B Atlântico – 18 pontos Assoeva – 18 pontos ADS/ATF – 13 pontos AGF – 10 pontos América – 7 pontos ASTF – 7 pontos Assaf – Sem pontuar


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A HORA · QUINTA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2016 DIVULGAÇÃO

Rústica de Inverno

Evento deste domingo reúne 550 participantes Tradicional prova da região inicia às 8h no Princesa do Vale DIVULGAÇÃO

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Título veio com a vitória de 12 a 11 sobre o time Esquadrias Conventos

Esquadrias Conventos B conquista o título Bocha As finais do Campeonato Aberto de Bochas de Nova Berlim, Canudos do Vale, ocorreram no sábado passado. Pela disputa do terceiro lugar, o Cancha do Nelo venceu o Capoani Pedras por 12 a 9. Na decisão do

título, o Esquadrias Conventos B derrotou o Esquadrias Conventos A por 12 a 11 e festejou o título. Também foram premiados Valcir, da equipe Esquadrias Conventos A, como o melhor bochador. Vilmar, da equipe Capoani Pedras, foi o ponteiro destaque.

vento tradicional no calendário gaúcho, a Rústica de Inverno de Estrela atrai 550 atletas profissionais e amadores. A concentração ocorre a partir das 8h deste domingo, 17, com largada em frente ao Parque Princesa do Vale. Até as 9h, os participantes podem retirar o kit, contendo uma camiseta e um chip de identificação utilizado para conferir o percurso. Conforme a coordenadora do evento, Simone Rissi, com a inscrição, os atletas têm o direito de usufruir de toda estrutura do evento. “Haverá frutas, água e suplementos à disposição e os atletas poderão fazer o seu alongamento nas clínicas fisioterápicas instaladas em espaço restrito aos competidores”, salienta. As provas iniciam às 9h com a largada da categoria infantil. Os pequenos fazem percorrem dois

Programação começa às 8h com entrega de kits. Primeira largada ocorre às 9h

quilômetros, saindo do Parque Princesa do Vale, subindo a Júlio de Castilhos em direção à Transantarita. Às 10h, três categorias largam juntas: caminhada de três e cinco quilômetros, corrida adulto de cinco e dez quilômetros. Durante todo o trajeto, os cor-

redores serão supervisionados por uma equipe de mais de cem voluntários que disponibilizam água e mantêm a segurança do perímetro. Três ambulâncias da Secretaria de Saúde podem ser chamadas se acontecer imprevistos. Conforme os organizadores, a premiação será de troféu para o primeiro colocado. Do segundo ao quinto colocado recebe medalhas, Todos recebem medalha de participação.

SERVIÇO O quê: Rústica de Inverno de Estrela Quando: domingo, a partir das 7h30min Onde: Parque Princesa do Vale Programação: das 8h às 9h, retirada dos kits. Primeira largada ocorre às 9h para a categoria infantil (dois quilômetros). Às 10h, largam as categorias adulta (cinco e dez quilômetros) e caminhada (três quilômetros).


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A HORA · QUINTA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2016

Informe

AGENDA 18ª rodada

www.soges.com.br

Primeira divisão – Campo 1

Equilíbrio marca a primeira divisão EZEQUIEL NEITZKE

Edson da Rosa, do Boka Bier, autor de dez gols. A melhor defesa é do Xernobyl, Dener Colossi sofreu dez gols. O Passa Bola B tem a pior defesa – 43 gols.

Equipes ainda não venceram Pela segunda divisão, Thundercats e LDU ainda não venceram. Em dez partidas disputadas, só empataram um confronto e estão na zona de rebaixamento para a terceira divisão.

Xtotz United

12h30min

Cevaria

x

13h30min

Anjos da Noite

x Saidera

14h30min

Sokanelas

x Sangue Frio

15h30min

Xernobyl

x Alambique

16h30min

Demonhos Jr

x Boka Bier

17h30min

Meninos da Vila

x Al Qaeda Jr

18h30min

Passa Bola B

x Sombras

Terceira divisão – Campo 2 12h30min

Bud FC

x Fúria

13h30min

Geral Estrela

x

14h30min

LDU

x Sem Bronca

15h30min

Tsunami

x Smoking FC

16h30min

Os Kururus GR

x Manguaça

17h30min

Capote

x Patriots SB

18h30min

Thudercats

x

Os Kururus NC

Donos da Bola

CLASSIFICAÇÃO

Equipes da primeira divisão (foto) e da segundona voltam a campo neste sábado. Partidas iniciam às 12h30min

A

seis rodadas do fim da fase classificatória, a primeira divisão tem ainda duas rodadas para disputar – neste sábado e no dia 6 de agosto. Desde as primeiras rodadas,

a elite ficou marcada como a divisão mais equilibrada. Das 14 equipes, apenas três estão garantidas na próxima fase – Xernobyl, Anjos da Noite e Alambique. Outras quatro não têm chance de classificação e disputarão a repescagem

Click Soges Eduardo Heck Gonçalves comanda o Galácticos na terceira divisão da Soges.

EZEQUIEL NEITZKE

– Cevaria, Meninos da Vila, Xtotz United e Passa Bola B. Três estão empatadas na sétima colocação com 14 pontos: Sangue Frio, Al Qaeda Jr e Saidera. A diferença está no saldo de gols. Enquanto o Sangue Frio tem saldo de 2 positivo, Al Qaeda Jr e Saidera têm saldo negativo de dois gols. A primeira divisão já registrou 319 gols, em 70 jogos, média superior a quatro por confronto. Os melhores ataques são de Xernobyl e Alambique FC, ambos marcaram 33 gols. O pior é do Xtotz United, 15 gols marcados. O artilheiro é

Primeira divisão

Segunda divisão

Terceira divisão

Equipes

PG

Equipes

PG

Equipes

PG

Xernobyl

24

Furia

24

Brocadores

24

Anjos da Noite

22

Capote FC

22

Sokanelinhas

21

Alambique

22

Smoking FC

22

Firma

16

Demonhos Jr

19

Donos da Bola

20

Cetudos

16

Boka Bier

19

Manguaça

18

Falkatrua

15

Sokanelas

18

Patriots SB

16

Galácticos FC

14

Sangue Frio

14

Geral Estrela

15

Gunners FC

13

Al Qaeda Jr

14

Bud FC

14

Falcons

12

Saidera

14

Sem Bronca

13

Só Pela Ceva

12

Sombras

10

Hooligans

13

Cevaria B

12

Cevaria

8

Tsunami FA

10

Xtotz United

7

Os Kururus GR

8

Alambique Original

11

Meninos da Vila

6

Os Kururus NC

5

Renegados

11

Passa Bola B

4

Thundercats

1

Super 10

10

LDU

1

Finotrato

9

Ser Nata

4


Lajeado, Quinta-feira, 14 de julho de 2016

Jornalismo / redação: ahora@jornalahora.inf.br Publicidade: comercial@jornalahora.inf.br Assinaturas: assinaturas@jornalahora.inf.br

Regional

Confraternização marca abertura da copa Divididos nas categorias aspirante, titular e veterano, 64 times disputam o título EZEQUIEL NEITZKE

D

irigentes, atletas e amantes do futebol amador participaram, ontem, do lançamento do Campeonato Regional/Copa Certel/Sicredi. Organizado pela Associação de Ligas do Vale do Taquari (Aslivata), o certame realiza a primeira rodada neste domingo, 17. Durante o evento de ontem à noite, realizado em Teutônia, foram apresentados os clubes que participam da edição 2016. No total, são 64 equipes nas três categorias – 27 na titular, 27 na aspirante e dez na veterano. Cerca de 1,6 mil atletas disputam o campeonato. Na categoria titular, os 27 times estão divididos em quatro chaves, três com sete clubes e uma com seis. Os 24 melhores passam para a fase eliminatória – sistema será o mesmo na aspirante. Os jogos ocorrem à tarde. Pela categoria veterano, os dez times estão divididos em dois grupos. As equipes se enfrentam em turno e returno, classificando-se as quatro melhores de cada chave às quartas de final. As partidas desse naipe iniciam no dia 31, às 10h. Das 18 equipes que já levantaram o troféu titular da Aslivata, sete disputam esta edição. Os tricampeões Rui Barbosa, de Arroio

PARTICIPANTES

Dirigentes, atletas e admiradores do futebol amador prestigiaram a abertura do Regional ontem à noite em Teutônia

do Meio, União Campestre, de Lajeado, e Brasil, de Marques de Souza, além dos campeões Riograndense, de Imigrante, Ser São Cristóvão, de Lajeado, Forquetense, de Arroio do Meio, e 25 de Julho, de Cruzeiro do Sul. Neste ano, a competição continua com o patrocínio do Sicredi e da Certel. Presidente da Aslivata, Volnei Kochhann, pretende repetir o sucesso da edição de 2015. Conforme ele, a competição deste ano deve ser uma das mais disputadas do certame, em virtude do equilíbrio entre as equipes. Ele espera que os times façam um campeo-

Vitória é consequência do trabalho dos clubes dentro da competição[...] Volnei Kochhann presidente da Aslivata

nato disciplinar e sem confusões. “Vitória é consequência do trabalho dos clubes dentro da competição, mas eles já são vencedores por disputar o Regional.” A primeira rodada neste domingo tem 12 jogos em 11 municípios dos vales do Taquari, Caí e Rio Pardo. Na categoria aspirante, os jogos começam às 13h30min. Equipes titulares disputam a partir das 15h30min. Atual campeão na categoria titular, o 25 de Julho, de Cruzeiro do Sul, estreia em Linha Delfina, Estrela, diante do Aimoré, campeão da categoria aspirante.

Titular e aspirante – Taquariense e Colorado (Taquari), Ser São Cristóvão e União Campestre (Lajeado), Rui Barbosa, Amigos e Forquetense (Arroio do Meio), Ecas e Riograndense (Imigrante), Ribeirense, Ouro Verde e Saidera (Teutônia), Juventude e Fluminense (Westfália), Canarinho e 25 de Julho (Cruzeiro do Sul), Aimoré e Imigrantes (Estrela), Assespe e Monterey (Venâncio Aires), Arroio Alegrense (Forquetinha), 7 de Setembro (Capitão), 11 Amigos (Poço das Antas), Juventude (Brochier), CAN (Encantado), Rudibar (Bom Retiro do Sul) e Brasil (Marques de Souza). Veterano – Imigrantes e Arroio do Ouro (Estrela), XV de Novembro (Sério), Estudiantes (Lajeado), Arroio Alegrense (Forquetinha), União (Encantado), Guaíba (Paverama), Pinheiros (Taquari), Juventude (Teutônia) e Águia Azul (Fazenda Vilanova).


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