AH - Principal | 23 e 24 de julho de 2016

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Lajeado, fim de semana, 23 e 24 de julho de 2016. Ano 13 - Nº 1641

Fundado em julho de 2002

Avulso: R$ 3,50 Fechamento da edição: 19h

PRESERVAÇÃO IGNORADA

Falta de legislação põe em risco patrimônio histórico

L O cooperativismo mo garante bases sólidas para enfrentar turbulências econômicas. Neste momento de instabilidade, o modelo mantém o sustento de milhares de famílias.

ajeado tem um prédio tombado como Patrimônio tal distinção, mas, passados 24 anos, 12 já foram demoliHistórico e Cultural do Estado. Inventário municipal das. Executivo projeta legislação para tombamentos adePágina 12 e 13 produzido em 1992 listava 35 construções aptas para quados ao crescimento da cidade.

O drama de viver com 242 quilos ANDERSON LOPES

ANDERSON LOPES

GREVE NA MINUANO

Funcionários encerram a paralisação Depois de cinco dias, Stial fecha acordo com direção do frigorífico de Lajeado. Aumento será de 9,8% para menores salários, e 7% para os acima de R$ 1,4 mil. Página 11

ESTRELA

Estudo mostra perfil sobre a desigualdade Pesquisa visa mapear e saber o que a população pensa sobre as diferenças sociais do município. Com os resultados, pesquisadores vão propor soluções para enfrentar os problemas. Página 10

TEMPO NO VALE Fim de semana no Vale: predomínio do sol Mínima: 7°C - Máxima: 23°C

SAÚDE EM RISCO: Milton Feinsterseifer precisa de uma cirurgia de redução de estômago para acabar com a obesidade mórbida

Páginas 4 a 6


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A HORA · FIM DE SEMANA, 23 E 24 DE JULHO DE 2016 EXPEDIENTE

Editorial

Diretor Geral Adair G. Weiss Diretor de Conteúdo Fernando A. Weiss Diretor de Operações Fabricio de Almeida

Colocar a arma na mão do cidadão não reduz a criminalidade

REDAÇÃO Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4200 CEP 95900-000 - Lajeado - RS www.jornalahora.inf.br ahora@jornalahora.inf.br COMERCIAL E ASSINATURAS Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4210 CEP 95900-000 - Lajeado - RS comercial@jornalahora.inf.br assinaturas@jornalahora.inf.br entrega@jornalahora.inf.br

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Tiragem média por edição: 7.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística)

Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

INDICADORES ECONÔMICOS

MOEDA

COMPRA

VENDA

Dólar Comercial

3,2570

3,2576

Dólar Turismo

3,2100

3,4000

Euro

3,5741

3,5748

Libra

4,2985

4,3009

Peso Argentino

0,2196

0,2199

Yen Jap.

0,0309

0,0309

Cotação do dia anterior até 17:45h, Valor econômico.

ÍNDICE ACUMULADO MÊS (%) ANO (%)

ÍNDICE

MÊS

ICV Mes (DIEESE)

06/16

0,45

4,72

IGP-DI (FGV)

06/16

1,63

6,01

IGP-M (FGV)

06/16

1,69

5,91

INPC (IBGE)

06/16

0,47

5,09

INCC

06/16

1,52

3,80

IPC-A (IBGE)

06/16

0,35

4,42

Salário Mínimo/2016 R$ 880,00

TAXAS E CERTIFICADOS (%)

MÊS

ÍNDICE MÊS (%)

ACUMULADO ANO (%)

TJLP

7,5

Selic

14.25%(meta)

TR

07/16

0,1621

1,0997

CDI (Mensal)

06/16

1,1605

6,7198

Prime Rate

07/16

3.25

3,25 (Previsto)

Fed fund rate

07/16

0.50

0,25 (Previsto)

Ouro (dólar) – Onça Troy – USD 1330.5 cotação do dia 22/07/2016

BOLSAS DE VALORES

PONTO VARIAÇÃO (%) FECHAMENTO

Ibovespa (BRA)

57002

0,64

Dow Jones (EUA) 16.027

-1,10

S&P 500 (EUA)

1.853

-1,42

Nasdaq (EUA)

5.023

0,00

DAX 30 (ALE)

9.964

0,00

Merval (EUA)

11.400

0,00

cotação do dia anterior até 17:45h

Petróleo (dólar)/Brent Crude – barril – USD 47, 75 em 22/07/2016

T

er uma arma não é sinônimo de segurança. Depositar sobre os armamentos para civis a esperança no combate à criminalidade é um erro, além de um risco. A discussão sobre as restrições voltou à tona devido às mudanças que tramitam na Câmara dos Deputados. O texto prevê liberação do porte para moradores de área rurais, maiores de 25 anos que comprovem necessidade para subsistência e defesa pessoal, da família ou do patrimônio. Essa reformulação no Estatuto do Desarmamento tem argumentos válidos em ambos os lados. Mas qualquer implantação precisa de uma análise ampla e criteriosa. Como o tema é de interesse público, tendo como pano de fundo a sensação de insegurança, cabe analisar a eficácia do Estatuto do Desarmamento. No período em que foi implementado, as mortes por arma de fogo aumentaram mais de 340%. Vale lembrar que no RS a votação do referendo deu vantagem ao “não”. Foram mais de cinco milhões de votos contrários, um total de 86,8% dos participantes. As justificativas enaltecem o fracasso da segurança pública. Realçam que os armamentos de posse dos bandidos são mais potentes do que os da polícia. Como o Estado não garante a defesa dos cidadãos, cada indivíduo teria o direito de, com uma arma, fazer sua própria segurança. Um perigo iminente, pois, mesmo com pessoas treinadas, há tragédias. Uma de grande apelo popular foi o assassinato

Importante perceber que a defesa pela revisão do Estatuto do Desarmamento com a justificativa de coibir a violência na verdade é uma forma de maquiar a ausência do poder público. do policial militar, Luiz Carlos Gomes da Silva Filho. A cena foi filmada por um morador da rua Florinha, no bairro Cavalhada, em Porto Alegre. Também cabe destacar a incompetência do poder público em controlar a distribuição de armamentos. Enquanto o cidadão que deseja ter uma arma para defesa do seu patrimônio e da família precisa cumprir um trâmite burocrático complexo e demorado, as armas irregulares

ampliam o arsenal das facções criminosas. Casos como o do morador de Teutônia que matou um bandido não servem de exemplo para comprovar a eficácia das armas para defesa pessoal e do patrimônio. Como bem explorou a polícia, foi mais sorte do que destreza. Ele percebeu a entrada de dois criminosos e teve tempo para pegar a espingarda. A situação poderia ter saído do controle se

a arma dos ladrões não tivesse falhado. Como ele mesmo disse à reportagem do A Hora, em matéria publicada nessa terça-feira, “não desejo isso para ninguém.” Importante perceber que a defesa pela revisão do Estatuto do Desarmamento com a justificativa de coibir a violência na verdade é uma forma de maquiar a ausência do poder público. A arrecadação de impostos bate recordes a cada ano, mas o serviço prestado é deficiente. Os governos deveriam garantir a segurança da população. Mas a resposta é sempre a mesma, não tem equipamento e não tem efetivo para cumprir com essa obrigação. A culpa é do crime. Cada vez mais organizado. Por outro lado, a pecha de desorganização fica no lado das instituições públicas. Liberar a arma para a população é assinar um atestado de incompetência. Transferir a responsabilidade. Lavar as mãos. Ainda que soe utópico, a única forma de reduzir a criminalidade é tornar o país menos desigual. A título de comparação, países mais igualitários do planeta, Suécia, Dinamarca, Suíça, Holanda, Canadá, Coreia do Sul, Bélgica, Noruega, são os menos violentos. Média de um assassinato para cada cem mil pessoas. Também têm baixíssimos índices de uso de armas de fogo. O número de armamentos, ao lado da igualdade material, constitui um índice revelador sobre a civilidade de um povo. Quanto menos diferenças entre as esferas sociais, menor é o uso de armas.


Opinião

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Adair Weiss adairweiss@jornalahora.inf.br

Vítima do SUS. Amanhã pode ser você!

O

s brasileiros pacientes do SUS vivem um drama faz tempo. O sistema público de saúde está na UTI e não há luz no fim do túnel. Pelo menos até aqui. E não pensemos que está longe de nós. O Hospital Bruno Born de Lajeado e os demais em funcionamento na região contam as moedas para pagar os funcionários. Se obrigam a realizar manobras herculanas para sobreviver diante de uma tabela do SUS defasada em mais de 40%. Nos últimos cinco anos, o HBB acumula prejuízo superior a R$ 70 milhões. Isso é quase um orçamento anual da entidade. Para dificultar o insuportável, as verbas federais deixam de entrar na data acordada. Por esse motivo agravante, o cheque especial nos bancos – válvula emergencial para tapar o furo do governo – engrossa a deterioração do fluxo de caixa dos hospitais. O HBB, em 15 dias, pagou quase R$ 20 mil de juros nessa modalidade para cobrir o rombo provocado pelos atrasos governamentais. E não termina aí. No entorno, os pequenos hospitais amarguram déficit e cenário trágico semelhantes. Alguns, prestes a fechar as portas, sobrevivem de doações e do espírito voluntário das comunidades empenhadas a dar-lhes sobrevida. O presente comentário não tem poder de resolução. Nem pretende crucificar esse ou aquele governo. Tenta apenas sensibilizar os mais atentos para o grave problema vivido pelas casas de saúde,

[...]os pequenos hospitais amarguram déficit [...]. Alguns, prestes a fechar as portas, sobrevivem de doações e do espírito voluntário das comunidades empenhadas a dar-lhes sobrevida. principalmente da região. A sociedade precisa tomar conhecimento para as críticas não refletirem nas pessoas erradas. Não podemos pensar que o problema está alheio à nossa realidade. Quem tem amigos, familiares ou a si mesmo precisa saber que pode ser vítima da falta de leito ou atendimento. Com as dificuldades acumuladas no sistema regional, a demanda força a lotação em hospitais melhores equipados e coloca na fila de espera até mesmo quem tem plano de saúde ou recursos financeiros. No corredor da UTI, as emergências se misturam e quem chegar por último

pode pagar com a vida. A direção consultiva e operacional do HBB, por exemplo, está vigilante ao cenário crítico. Mantém constante diálogo com os municípios e hospitais da região para um ordenamento cada vez mais integrado. Contudo, não é necessário ser entendido no assunto para saber que “no desespero, todos querem se salvar”. Eis o risco: ficar refém de um sistema beirando o caos. Se não temos poder para grandes mudanças, ao menos tenhamos consciência da calamidade pública que nos atormenta, silenciosamente. A única coisa a fazer é cobrar dos nossos agentes políticos – muitos já em campanha eleitoral – propostas concretas para equacionar o que é possível. Bons planos e projetos podem minimizar o problema crescente na região. Pior será se não houver ao menos um plano.

Entre a cruz e a espada O HBB não sabe como fará se for obrigado a pagar o dissídio aos profissionais. O diretor-executivo, Cristiano Dickel, se diz entre a cruz e a espada para atender o aumento do salário dos funcionários, pois onera em cerca de R$ 3 milhões no ano os cofres da entidade. Não haverá saída, a não ser desligar parcela dos profissionais para cobrir a diferença do reajuste. Do contrário, a falta de dinheiro tornará a operação insustentável e com sérias ameaças ao atendimento.

Corrente do bem Nesta terça-feira à noite, no Clube Tiro e Caça, em Lajeado, o jornal A Hora, em conjunto com clubes de serviços – Lions e Rotarys Clubs – e a rede Parceiros Voluntários, lança um projeto inédito em favor de oito instituições que atendem crianças e adolescentes na região. A parceria com os clubes de serviços e parceiros voluntários se dá em virtude da legitimidade e da experiência que esses têm no trabalho voluntário e social. A maioria é líder destacada na comunidade e com significativo crédito e respeito. Ao convidar essas pessoas, o jornal A Hora também busca unir forças e reconhecer o grande trabalho realizado por essas instituições em favor das causas sociais. O projeto a ser apresentado nesta terça-feira inclui o regulamento prévio, cujas eventuais alterações ou modificações serão facultativas ao comitê solidário do projeto, esse formado por membros titulares e suplentes de cada entidade participante. A ideia construída com a sociedade organizada busca, principalmente, fortalecer os movimentos solidários já atuantes no Vale do Taquari. A proposta é um trabalho coletivo, humanitário e focado na melhoria de vida das crianças atendidas em oito entidades assistenciais. Quarta-feira, A Hora compartilha os detalhes do projeto na edição impressa aos assinantes e leitores e como esses participarão dessa grande corrente do bem.


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DRAMA E ANGÚSTIA

Cirurgia renova esperança de pessoas obesas Aos 55 anos, Milton Vanderlei Fensterseifer busca forças para lutar contra a obesidade mórbida. Ele é um dos mais de sete milhões de brasileiros diagnosticados com a doença, e procura ajuda para passar pela intervenção cirúrgica. A história dele se mistura com a de outros pacientes da região que buscaram no procedimento o caminho para uma vida mais saudável. Vale do Taquari

O

s passos lentos e a respiração ofegante nos poucos metros caminhados demonstram que a saúde não está das melhores. A doença tomou espaço na vida do ex-caminhoneiro devido ao descuido com alimentação e a dedicação integral ao trabalho. Ex-supervisor em uma transportadora, ficava responsável pelas unidades em mais de 100 cidades, trafegando cerca de cinco mil quilômetros por semana. Para otimizar o tempo, fazia refeições em rápidas paradas nos postos de gasolina. O cardápio era restrito a bolinhos de carne e pasteis, acompanhados de garrafas de dois litros de refrigerantes. O horário para dormir era substituído por horas extras nas estradas e os fins de semana eram dedicados a preparar veículos para o trabalho. Fersterseifer sempre foi um homem grande. Pesava cerca de 100 quilos, herdados da genética familiar, mas mantinha rotina ativa. Em 2010, sofreu um acidente de carro que desencadeou em um quadro de depressão. O peso foi aumentando até ficar fora de controle. Hoje, está com 242 quilos e clama por ajuda. As roupas deixaram de servir, as cadeiras não suportaram mais seu peso e a saúde passou a dar sinais de esgotamento. Com dificuldades para respirar, as noites se tornaram tortuosas. Desenvolveu hipertensão e má-circulação nas pernas, dificultando os deslocamentos. Um par

de muletas tornou-companhia diária e os gastos para fazer roupas sob medida subiram substancialmente. O peso emocional aumentou com a dificuldade para entrar em carros. Quando percebeu que não conseguia mais passar pela porta dos veículos de transporte coletivo, recebeu um passaporte para a solidão, e

Antes me davam carona, agora, por preconceito, não ajudam.” Milton Fersterseifer Ex-caminhoneiro

a convivência social ficou tão difícil quanto a locomoção. Passou a conviver com olhares de rejeição e o afastamento dos amigos. Afirma que muitos passam em frente à sua casa e viram o rosto para o lado. “Antes me davam carona, agora, por preconceito não ajudam.” Lembra da época em que tinha boa aparência e saúde em dia, quando as amizades eram frequentes. Hoje, alega contar nos dedos as pessoas com quem mantém uma relação de proximidade. Para Fersterseifer, a única esperança de uma vida melhor reside na chance de uma cirurgia bariátrica. Depois de cinco anos aguardando consulta na Pontífica Universidade Católica (PUC) em Porto Alegre, ele conseguiu vaga pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, o ritmo do acompanhamento angustia. “É demorado e o custo é alto, cerca de R$ 17 mil”. Mesmo assim, Fersterseifer sonha com a vida depois da intervenção cirúrgica. Promete a si mesmo cuidar da alimentação em tempo integral, além de priorizar momentos de lazer e abandonar o sedentarismo. Exemplos de conhecidos que superaram a obesidade aumentam ainda mais a expectativa da mudança e alimentam o único desejo: voltar a ter vida normal.

Mudança de vida Eduardo Cardoso dos Santos sentiu na pele o drama da obesidade. Aos 36 anos, ultrapassou os 180 quilos com 1,72 metros de

altura, e começou a sentir dores no fígado. No princípio, desconsiderou a relação entre os sintomas e a obesidade, mas problemas com hipertensão, colesterol e apneia do sono mostraram que sua vida estava em risco. O despertar para a necessidade de mudança ocorreu em uma viagem para o Beto Carreiro World, em 2012. Ele e a família foram assistir a uma apresentação de manobras com carros, mas nenhuma cadeira comportava o tamanho e peso de Santos. O supervisor do evento foi chamado e, depois de minutos de diálogo, permitiu que ele ficasse sentado no corredor, acompanhado de um funcionário. Ao retornar para casa, buscou informações para dar fim ao problema. Santos vendeu uma moto e financiou uma cirurgia By Pass com desvio, realizada em Passo Fundo. Gastou R$ 10 mil, sem contar o valor de exames e consultas pagas pelo plano de saúde. Após três semanas de intensas restrições alimentares, retomou as atividades cotidiana.


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Reportagem: Maciel Delfino e Thiago Maurique ANDERSON LOPES

dos médicos. Segundo ela, emagrecer é um processo difícil, sobretudo em uma cultura baseada nos estereótipos. “Poucas pessoas se aceitam como gordinhas, ainda mais em uma em que ‘gordo’ é uma palavra ofensiva”, alerta. A psicológica diz ser praticamente impossível manter uma boa autoestima diuante das críticas baseadas em uma definição limitada sobre o corpo. “A influência da obesidade no bem estar psíquico é uma via de duas mãos, pois ambos são causa e consequência”, alega. Para Rebeca, somente tratar a obesidade, seja com cirurgia ou fazendo uso de outros métodos, sem acompanhamento psicológico, não resolve os problemas. Segundo a psicóloga, como qualquer pessoa que busca ajuda de profissionais da área, os pacientes obesos precisam se conhecer para depois compreender os significados dos seus comportamentos. “Primeiro é preciso descobrir o que incomoda essa pessoa para depois descobrir o que mudar e como fazer isto”, aponta. Conforme Rebeca, em se tratando de obesidade, é importante pensar além da questão da comida e suas calorias e levar em consideração o ser humano complexo, cheio de sentimentos e motivações.

Redução de estômago

Hoje, pesa 96 quilos e come porções pequenas a cada três horas. As orientações médicas são seguidas à risca, com exceção da prática de atividades físicas. Alega que o ritmo de trabalho impede a dedicação necessárias para frequentar academia. Agora, batalha para reunir dinheiro suficiente para pagar a cirurgia de retirada do excesso de pele, que custa cerca de R$ 12 mil. Segundo Santos, a vida mudou drasticamente desde a cirurgia. Situações antes complicadas, como amarrar um tênis ou subir escadas, se tornaram normais. Além disso, deixou de lado o medo de frequentar lugares públicos. “Sei que não vou quebrar nenhuma cadeira.”

Trinta quilos em três meses Três meses depois de se submeter a uma cirurgia, a empresária Neusa Paludo, 52, comemora a perda de 30 quilos. Neusa conviveu com o sobrepeso desde a infância e chegou aos 80 quilos após o casamento. Na gestação do primeiro filho chegou aos 100 quilos e não conseguiu mais recuperar o

peso ideal. Depois de ter a segunda criança, Neusa passou a fazer dietas. Chegou a perder 50 quilos usando uma substância importada do Uruguai que depois foi proibida pela Anvisa. Sem acesso ao remédio, voltou a engordar. Em 2015, iniciou novo regime com o qual emagreceu dez quilos. Porém, após uma cirurgia para retirada de útero, ganhou o peso em dobro. Em contato com uma conhecida, descobriu a técnica de cirurgia Sleeve, menos perigosa em relação à tradicional By Pass. “Já tinha feito três tentativas para cirurgia tradicional, mas desisti por ser agressiva, com muita perda de peso e medicações para o resto da vida”, assinala. Alega que o procedimento escolhido foi tranquilo e de fácil recuperação, mas alerta para a necessidade de seguir as recomendações médicas para evitar complicações. “Nos primeiros 15 dias, só me alimentei com líquidos, depois passa para o pastoso por mais 15 dias até começar a comer

TEUTÔNIA: com 242 quilos, Fensterseifer desenvolveu hipertensão, má circulação nas pernas e sente dificuldades para respirar à noite. Para caminhar, precisa de muletas. Ex-caminhoneiro, não consegue mais entrar em carros ou utilizar o transporte coletivo

normalmente”, lembra. Em três meses, os resultados para a qualidade de vida são notáveis. “Sou outra pessoa e me arrependo de não ter feito a dez anos atrás, pois nunca mais tomei remédios para a pressão”, relata. Hoje, se sente mais animada para executar as tarefas do cotidiano e ainda frequenta academia diariamente.

Fator emocional Para a psicológica Rebeca Katz, a obesidade é um problema que não permite ser esquecido, pois cada olhada no espelho incomoda e cada garfada remete às palavras

Conforme a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, até 2014 o país registrava 7 milhões de obesos mórbidos, número que representa 3,6% da população. No mesmo ano foram realizadas 88 mil cirurgias bariátricas. O Brasil permite quatro tipos procedimentos. O mais comum é o Bypass Gástrico, responsável por 75 % das cirurgias realizadas. A técnica consiste em grampear parte da parede estomacal, reduzindo o espaço para o alimento e criando desvio para produção de hormônios. O método é capaz de reduzir até 40% do peso corpóreo. A Duodenal Switch proporciona até 50% de perda de peso, por meio da retirada tira 85% do órgão. O procedimento representa 5% das técnicas aplicadas no país, mas tem como risco a diminuição drástica da absorção de nutrientes. A técnica de Banda Gástrica Ajustável (sleeve) é capaz de reduzir em até 30% o peso inicial da pessoa. Ela consiste na instalação de anel de silicone inflável instalado ao redor do estômago, controlando o esvaziamento do órgão. Outro método é a Gastrectomia Vertical, aplicada faz cerca de 16 anos no país. A cirurgia modifica a anatomia do estômago e é capaz de reduzir em até 40% o peso original do paciente.

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Exames confirmam necessidade Para chegar ao processo cirúrgico o paciente deve passar por acompanhamento clínico de dois anos com tentativas de emagrecimento por meio de medicação e controle nutricional. Segundo o cirurgião Evandro Reis, a intervenção precisa ser avalizada por um cardiologista. Após, é realizada uma avaliação psicológica para determinar se o obesidade mórbi-

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da é desencadeia por casos de ansiedade ou outros distúrbios. Caso sejam comprovados, os problemas de ordem emocionais são tratados antes da cirurgia. A última avaliação é realizada por um endocrinologista, profissional especializado no tratamento da obesidade. Para Reis após o procedimento é necessário manter o tratamento para assegurar a continuidade dos resultados. Aponta a reeducação alimentar e prática de atividades físicas como parte importante do processo. MACIEL DELFINO

A cirurgia não é mágica” O cirurgião bariátrico Evandro Reis realiza até 16 cirurgias mensais no Hospital Bruno Born. O profissional explica critérios para o procedimento e as características da doença. A Hora – O que é obesidade mórbida? Como ela se caracteriza? Evandro Reis – É uma classe de obesidade. O primeiro nível é o sobrepeso que serve de alerta. O segundo ocorre quando o paciente já é classificado como obeso, e o último estágio é a obesidade mórbida, que vem da morbidez, ou seja, quando a pessoa tem ou terá doenças oriundas da obesidade. Chamamos de co-morbidez a hipertensão e a diabetes por exemplo. Quem se trata por isso já tem, ou terá no futuro, quadro de morbidez. Quando a cirurgia é recomendada? Reis – A indicação cirúrgica está relacionada ao Índice de Massa Corporal (IMC) que calculado dividindo o peso pelo quadrado da altura. Para quem não tem nenhuma doença associada, o resultado tem que ser acima de 40 para a indicação cirúrgica. No caso de pessoas com doenças associadas, o procedimento é recomendado com IMC acima de 35. Não é só hipertensão e diabetes que caracterizam a morbidade. Artrose de joelho ou quadril, que só irão melhorar se o paciente perder peso, são exemplos. Um dos critérios mais recentes é a parte social, quando o obeso se retrai, fica constrangido e desencadeia graus de depressão. Qual cirurgia é a mais recomendada? Reis – Não tem cirurgia melhor. Cada uma está direcionada para pacientes específicos. Algumas, como a desabsortiva, apresentam

VIDA NOVA: após a cirurgia bariátrica, Eduardo Cardoso dos Santos passou de 180 para 96 quilos

perdas de vitaminas e proteínas. A mais feita no Bruno Born, quase que na totalidade, é a gastrectomia vertical, que transforma o estômago em um grande tubo. A segunda mais feita no mundo é a By-Pass, que é mista. O paciente que passar por esse procedimento come menos, mas tudo é absorvido devido ao desvio criado. A gastrectomia vertical é restritiva porque só diminui o tamanho do estômago. O paciente que passou pela cirurgia pode voltar a ter o problema? Reis – Pode. A cirurgia não é mágica. Quem pensa ficará magro para o resto da vida somente com a cirurgia está equivocado. A manutenção do peso depende de inúmeros fatores. O organismo tende a estabilizar. O paciente deve fazer dieta regular e praticar exercícios. Quais os custos para cada procedimentos ou tratamento? Reis – Os materiais descartáveis utilizados durante a cirurgia custam mais caro. Só os grampos e demais itens chegam a R$ 8 mil, sem contar os honorários médicos. Em média todo a cirurgia custa R$ 25 mil, se for totalmente particular. No entanto, o paciente particular quase inexiste. A maioria dispõe de convênio. Quanto tempo leva a intervenção cirúrgica? Reis – O tempo cirúrgico fica em torno de duas horas. A internação de 3 a 5 dias. Todas as cirurgias são feitas por videolaparoscopia. São realizados cinco pequenos cortes para introdução de câmera e equipamento. O procedimento é visto pelo monitor. Não se faz mais a cirurgia com corte devido ao risco de ter infecções, além de deixar cicatriz e o risco do paciente ter hernia. A videolaparoscopia também gera recuperação melhor.


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Cidades

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ANDERSON LOPES

Ex-secretário avalia processar vereador Lajeado

Conforme a Polícia Civil, adolescente de 17 anos foi encontrada na boate gerenciada pelo ex-prefeito de Canudos do Vale

PC prende ex-prefeito por favorecer prostituição Cleo Lemes é suspeito de exploração de menor Vale do Taquari

GIOVANE WEBER/ARQUIVO A HORA

U

ma operação da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM) prendeu na noite dessa quinta-feira o ex-prefeito de Canudos do Vale, Cleo Antônio Lemes da Silva. Ele é suspeito de favorecimento à prostituição de uma adolescente. De acordo com a delegada Betina Martins Caumo, a operação surgiu após uma denúncia recebido no início do mês sobre o bar e pousada Ônix, de propriedade de Silva e localizado no bairro Conventos, em Lajeado. A informação apontava o local como casa de prostituição onde trabalhava uma adolescente de 17 anos. A Polícia Civil (PC) instalou investigação e, com ajuda de informantes, confirmou se tratar de um prostíbulo. Em cumprimento a um mandado de busca e apreensão, os policiais foram até o local e constataram a presença da menor. Ela estava trabalhando junto com outras 14 garotas. “Todas confirmaram que estavam ali para programas sexuais”, ressalta. Conforme Betina, Silva foi preso em flagrante por ser o proprietário e gerente da boate. Após registro na delega-

Cleo Antônio Lemes da Silva administrou Canudos do Vale entre 2009 e 2012. Foi eleito com 967.

cia, o ex-prefeito foi encaminhado para o sistema prisional. Ele foi enquadrado no artigo 244 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que trata sobre a prostituição de menores. A pena para o crime vai de quatro a dez anos de prisão, além de multa. A menor foi entregue ao Conselho Tutelar por não ter parentes no município. De acordo com a delegada, a adolescente completa 18 anos em agosto e, até lá, será acompanhada pelas redes de proteção.

Disque denúncia Conforme Betina, as denúncias envolvendo prostituição de menores são frequentes na região,

mas poucas se confirmam durante as investigações. “Esse foi um dos poucos casos em que conseguimos confirmar a presença de menores de idade em situação de exploração sexual.” De acordo com a delegada, informações sobre casos semelhantes podem ser repassadas pelo disque 100, que recebe denúncias de violação aos direitos humanos, ou pelo número 197 da Polícia Civil. “Estamos disponíveis sempre que alguém tiver informações sobre crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, não apenas para os casos de crime”, frisa. Segundo ela, as denúncias auxiliam a atuação dos órgãos públicos e das redes de auxílio. Para Betina, o fato de ter uma delegacia especializada da mulher na cidade facilita a busca por proteção. “Os policiais têm treinamentos diferenciados, tentam entender a situação de vítima daquelas pessoas e ajudá-las.” Afirma que o acolhimento na delegacia especializada é mais rápido em relação às demais e que vítimas se sentem mais à vontade no ambiente preparado para receber os casos. A operação teve apoio das delegacias de Teutônia, Lajeado, Estrela e Encantado.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) da Comarca de Lajeado arquivou a investigação que apurava as denúncias feitas pelo vereador, Delmar Portz (PSDB), durante sessão da câmara de vereadores realizada em fevereiro. Segundo o parlamentar, um ex-secretário municipal teria oferecido R$ 10 mil para um correligionário tucano desistir do pleito de outubro. Conforme a decisão do MPE, assinada pelo promotor de Justiça, Carlos Fiorioli, não houve tipicidade para configurar qualquer crime eleitoral. Ele avaliou se o correligionário do PSDB, Pedro Bitdinger, foi contatado por integrantes do PMDB como um “eleitor” ou como “pré-candidato”. Como o citado confirmou ser pré-candidato, o promotor concluiu não haver indícios de crime eleitoral, por se tratar de livre estratégia entre os partidos. Além do MPE, os envolvidos no caso também foram interrogados pela Polícia Federal (PF). Toda investigação ocorreu após pedido do juiz eleitoral da Comarca de Lajeado, Luís Antônio de Abreu Johnson. Diante da denúncia exposta pelo vereador tucano durante a sessão plenária do dia 2 de fevereiro, ele encaminhou ofício intimando MPE e PF para investigarem o caso. De acordo com a posição do juiz na época, o trabalho dos investigadores tinha como objetivo garantir a igualdade e o equilíbrio nas eleições. O

processo investigatório avaliava possíveis crimes eleitorais e de corrupção ativa.

SECRETÁRIO ESTUDA ABRIR PROCESSO Questionado sobre o arquivamento pelo MPE, o ex-secretário de Agricultura, Ricardo Giovanella, aguarda ter acesso aos autos do processo para decidir se vai ou não processar o vereador do PSDB. “Estou esperando o processo chegar em nossas mãos. Até hoje, ele (Delmar) não citou meu nome. Mas todo mundo sabe que ele falava de mim.” Portz disse, na época da denúncia, apenas não se tratar de Adi Cerutti, ex-secretário de Obras, e por meio de ofício, também negou se tratar de Nelson Noll, ex-secretário de Administração do governo de Luís Fernando Schmidt. Caso o vereador tucano tenha citado Giovanella no processo, o ex-secretário da Saurb, que confirma a conversa informal com Bitdinger, vai processar o parlamentar por calúnia. “Eu sequer fui chamado para depor. Não sei o que consta no processo. O presidente do nosso partido já solicitou cópia. Se ele me citou, vou processar”, garante. A reportagem tentou, sem sucesso, contato com Portz.

ARQUIVO A HORA

Delmar Portz (esq) denunciou suposta tentativa de aliciamento


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Cidades

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Pesquisadores buscam mapear desigualdade social em Estrela Estudo quer revelar dificuldades vividas por parte da população FÁBIO KUHN

Estrela

A

s desigualdades sociais são marcantes na sociedade brasileira e repercutem no Vale do Taquari. Mesmo a região sendo uma das mais desenvolvidas do estado, renda e oportunidades ainda são definidas por gênero e etnias. É isso que apontam os primeiros dados colhidos pela equipe responsável pela pesquisa Desvelando o que Queremos Esconder, coordenada pela Faculdade La Salle. Os primeiros números revelam uma diferença de salários pagos a homens e mulheres. A renda média mensal do públi-

Moradores de bairros como Marmit, enfrentam preconceito e falta de infraestrutura

co feminino fica abaixo dos homens. Enquanto eles recebem R$ 1,65 mil, a média de salários pagos às mulheres é de R$ 1,08 mil. O pagamento não é proporcional ao tempo de estudo de cada

gênero. Os números colhidos junto ao IBGE apontam que 13% das mulheres da cidade têm Ensino Superior incompleto. Entre os homens, 9,9% têm o mesmo tempo de estudo. Mesmo assim,

das 226 pessoas com renda entre dez e 15 salários mínimos, 134 são homens e 92 são mulheres. De acordo com o aumento da renda, a participação feminina vai reduzindo. A diferença de tratamento é sentida pela ajudante de produção Jaqueline Seibel. Aos 23 anos, ela precisou esconder a formação para conseguir um emprego. “Me formo em Matemática Financeira no fim do ano, mas não conseguia emprego na área. Para essa vaga, nem coloquei no currículo para poder ser contratada.” Mesmo garantindo não ser tratada de forma diferente pelos colegas homens no atual emprego, Jaqueline reconhece que o preconceito existe. “Tem muito por causa de cargo, se o chefe é homem, eles acham que tu é inferior.” A diferença salarial também é conhecida por Jaqueline. “Conheço mulheres que recebem até 40% menos do que homens fazendo a mesma função e com a mesma formação.” Além da diferença por gênero, a ajudante de produção lembra do preconceito por morar no bairro Marmit. “Quando a gente fala onde mora, as pessoas já olham pensando que é bandido. E aqui é um bairro bom de morar, tem problemas como outros.”

Instituição quer apontar caminhos de combate à desigualdade Prestes a iniciar a etapa de entrevistas com os moradores, a pesquisa pretende avaliar como a população de Estrela concebe essas desigualdades. O questionário está em fase de finalização e será aplicado em menos de um mês. Em outubro, os dados colhidos serão tabulados e apresentados à comunidade. Após isso, o grupo responsável criará pistas de ação para combater as diferenças sociais do município.

Qualidade de vida para todos. Para o diretor-geral da Faculdade La Salle, irmão Marcos Corbellini, a pesquisa será fundamental para entender a opinião da população sobre os problemas sociais do município. Confira a entrevista. Jornal A Hora – Como será feita a pesquisa? Irmão Marcos Corbellini – O primeiro passo foi utilizar os dados oficiais para levantar informações sobre quatro focos: gênero, renda, etnia e acesso à saúde. No início de agosto, vamos selecionar os pesquisados que vão colher os dados com a população. As entrevistas serão feitas proporcionalmente à população dos bairros. Temos dois objetivos: mapear a situação da desigualdade de Estrela e descobrir o que a população pensa a respeito disso. O que será feito após a coleta dos dados? Corbellini – Com os resultados, debateremos alternativas. Vamos supor que se constate que a população desconhece esses problemas, ache a cidade maravilhosa. Mas aqui tem desigualdade, discriminação. Então vamos discutir o que se pode fazer para conscientizar sobre esse cenário. A população pode perceber os problemas, então, vamos debater como combater a desigualdade. Qual a importância desse trabalho para a sociedade? Coberllini – Criar uma consciência maior, de que não basta dar esmola, mas possibilitar às pessoas saírem da desigualdade e não sofrerem consequências por serem diferentes. Com isso, talvez a população seja mais cidadã, já que ser cidadão não é apenas votar a cada quatro anos. A população de Estrela se orgulha pelo fato de a cidade ser referência de qualidade de vida, mas tem que ser referência para todos.


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Acordo põe fim à paralisação de cinco dias Funcionários aceitaram proposta da Minuano e 1,4 mil pessoas retornam ao trabalho MARCELO GOUVÊA

Lajeado

R

eunidos em frente do abatedouro da Minuano desde a segunda-feira, trabalhadores aprovaram a proposta construída entre Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Avícolas e Alimentação em Geral de Lajeado e Região (Stial) e representantes da companhia. Nela, os reajustes serão cedidos em duas etapas e um adicional de R$ 200, em setembro. Para salários até R$ 1,4 mil o índice será de 9,8%. Do total, 6% serão pagos como retroativo ao mês de maio e outros 3,83% serão fornecidos em dezembro. Já os trabalhadores com vencimentos superiores à R$ 1,4 mil, terão 7% de reposição. Além dos 6% para retroativo eles terão 1% de compensação a partir de fevereiro. Com o acerto, o piso inicial para a categoria passa a ser de pouco mais de R$ 1, 1 mil. Em dezembro, ele passa para R$ 1,2 mil. O acordo ainda prevê o auxílio escolar de R$ 470 e R$ 800 de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). Eles terão o adicional noturno de 27% e, acada cinco anos trabalhados, 4%. Dos cinco dias de paralisação, dois devem ser compensados pelos grevistas. Antes da votação, represen-

tantes do Stial e da Minuano debateram a proposta durante toda a manhã. O trânsito da Rua Carlos Sphor Filho precisou ser desviado por integrantes da mobilização, durante a assembleia. No início das tratativas, os trabalhadores pediam 9,8% de reposição retroativa.

Assembleia dos trabalhadores que definiu o fim da greve ocorreu nessa sexta-feira, em frente da indústria lajeadense

Um dia antes, os sindicalistas Proposta foi estiveram em Marau para uma rodada de negociações com inteestabelecida de da BRF. O debate enceracordo com faixas grantes rou sem um acordo e as negociasalariais. Até R$ 1,4 ções tem sequência por telefone. mil, o índice é de “Não terá represálias” De acordo com o presidente do 9,8%. Acima disso, Stial, Adão Gossmann, apesar de não haver consenso entre os o percentual cai trabalhadores, o resultado espara 7% colhido pela maioria confirma

a melhor proposta apresentada ao grupo desde o início das tratativas. Eles debatem o reajuste anual desde março. O presidente ressaltou, durante a assembleia, a participação de trabalhadores do país e imigrantes na paralisação. Para ele, apesar da duração do movimento, em média 85% dos 1,7 mil trabalhadores apoiaram a greve. De acordo com Gossmann, o ato demonstrou articulação da

categoria e a reunião com a empresa também serviu para garantir direitos aos trabalhadores. “Eles nos garantiram que não terá represálias, mas vamos seguir acompanhando.” A mobilização também foi acompanhada pelo diretor da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Rio Grande do Sul, Paulo Madeira. Ele ressaltou a importância do ato dos trabalhadores.


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MEMÓRIA EM RUÍNAS

Falta de planejamento apaga a história Governo finaliza a elaboração de nova lei para tentar proteger o patrimônio histórico e cultural da cidade. Sem legislação própria e planejamento adequado, gestores enfrentam dificuldades para impor medidas como tombamentos e preservação de prédios, bens e demais acervos referentes ao legado da sociedade lajeadense. Lajeado

E

ra 26 de outubro de 1983. O então prefeito Erni Ilmo Petry assinou e encaminhou o ofício de número 1.271 ao gabinete do jornalista Joaquim de Almeida Amorin, então sub-secretário estadual de Cultura. O conteúdo era claro e objetivo. E inovador na região. “Solicitamos à vossa excelência que promova as gestões necessárias ao tombamento do prédio em pauta, no Patrimônio Histórico, pelo Governo do Estado”. O prédio “em pauta” era a então prefeitura de Lajeado, hoje transformada em Casa de Cultura. Localizado na rua Borges de Medeiros, em frente à Praça da Matriz, o terreno que abriga o único imóvel tombado pelo Estado no município foi comprado em maio de 1896, por 45 contos de réis. Na época, os seis terrenos custaram cerca de 10% do orçamento anual. A inauguração oficial da nova “Intendência”, presumem os historiadores, ocorreu no início de 1901, cinco anos após a compra dos terrenos. Já o tempo aguardado pelos gestores na década de 1980 para receber a confirmação de tombamento pelo Estado foi mais curto, apesar dos percalços enfrentados – principalmente – com o cartório de imóveis da cidade. Em 29 de agosto de 1985, menos de dois anos após o pedido inicial encaminhado pelo prefeito, a coordenadoria de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado encaminhou o ofício de número 113 para o gabinete de Pe-

try. No texto, a esperada confirmação: “Fica inteiramente concluído o processo de tombamento, para todos os efeitos legais.” Esse processo, realizado há 31 anos, foi o primeiro e único em Lajeado. Desde então, e especialmente a partir da produção do Inventário Cultural do município, em 1992, pelo menos 12 dos 35 prédios históricos listados no documento foram demolidos. Além desses, outros três imóveis tiveram as estruturas modificadas, perdendo parte do valor histórico. Dentro os derrubados, está aquele que fora considerado o mais antigo da cidade. Localizado às margens do Rio Taquari, na

Sem uma legislação própria que permita o tombamento pelo Executivo e impeça as demolições ou alterações dos prédios, ficamos de mãos atadas.” David Orling Secretário de Cultura

rua Osvaldo Aranha, e construído em 1873 pelo engenheiro Luiz Jaeger, o imóvel serviu como armazém de secos e molhados e, posteriormente, como sede da Navegação Arnt. Sucumbiu diante de um misterioso incêndio, em maio de 1998, aos 125 anos. O mesmo ocorreu com a antiga residência de Bruno Born, também erguida na rua Osvaldo Aranha. Assim como a sede da Arnt, foi tomada por moradores de ruas e usuários de drogas. Em setembro de 2013, um incêndio – até hoje sem explicação – destruiu quase toda a estrutura interna. Pouco ou nada pôde – ou pode – ser feito para evitar tais demolições e perdas sem o consentimento dos proprietários, explica o secretário municipal de Cultura, David Orling. “Sem uma legislação própria que permita o tombamento pelo Executivo e impeça as demolições ou alterações dos prédios, ficamos de mãos atadas”, lamenta o agente público.

Nova lei em andamento Orling é cauteloso ao falar sobre leis municipais que protejam prédios, monumentos e demais obras de arte históricas do município. Ele sabe das dificuldades de convencer proprietários dos imóveis a optarem pelo tombamento. “Precisamos de um projeto a longo prazo, que não inviabilize o crescimento e o progresso da cidade, e ao mesmo tempo mantenha a história.” O secretário prefere não adiantar detalhes da proposição. Diz, apenas, que pretende encaminhá-la em 2016 ao Legislativo muni-

Antiga casa de Bruno Born virou o lar de

cipal, e fala sobre a ideia de criar conselhos comunitários para tomar as decisões conjuntas sobre a preservação da história. “A ideia é juntar o poder público e a sociedade para, dentro de um conselho deliberativo, decidir questões como os tombamentos”, resume. A principal queixa dos proprietários é causada, segundo Orling, pela desinformação a respeito dos critérios e obrigações referentes ao tombamento de prédio. “A maioria vê isso de forma prejudicial, pois imagina que nada mais poderá ser feito naquele imóvel. Na verdade, o objetivo é criar uma forma de manter características, sem impedir determinadas


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Reportagem: Rodrigo Martini FOTOS RODRIGO MARTINI

SITUAÇÃO DE OUTROS BENS HISTÓRICOS

PONTE DE FERRO: passados 77 anos da inauguração oficial, a estrutura sobre o Rio Forqueta, interligando o município com Arroio do Meio, carece de reformas devido à série de avarias nas vigas de madeira. Usuários reclamam de insegurança e assaltos no local. Um possível processo de tombamento da estrutura comprada em 1927, na Alemanha, ocorrerá após nova lei municipal.

MARCO INICIAL DO MUNICÍPIO: inaugurada no governo passado, a placa sobre um pequeno monumento de concreto estava abandonada às margens da rua Lindolfo Labres, estrada geral de Carneiros, e foi roubada. Segundo Orling, o ponto deveria indicar onde foi construída a primeira casa de Antônio Fialho de Vargas, fundador de Lajeado. No entanto, para a atual gestão, o local está equivocado, e ficaria em um terreno particular próximo.

dependentes químicos. Incêndio em 2013 danificou prédio. Município pretende tombar edificação

reformas ou obras no local”, informa.

“Demais prédios estão tombando faz tempo” Professor, jornalista e historiador lajeadense, José Alfredo Schierolt assina o texto utilizado pelo Executivo municipal, em 1983, para justificar as características históricas da atual Casa de Cultura. Autor de uma série de livros sobre a história do Vale do Taquari, ele lamenta a falta de preocupação com o patrimônio. “Os demais prédios e casarios antigos já estão tombando faz tempo.” Schierolt alerta para a demolição de outros

bens pertencentes à história de Lajeado. Entre eles, cita o monumento erguido pelo Executivo, em 1902, sobre a lápide do primeiro intendente municipal, Júlio May – responsável pela construção da Casa de Cultura –, no antigo Cemitério Evangélico da rua Júlio de Castilhos. “Fui visitar o local na companhia do atual secretário, e não a encontramos mais. O governo deveria ter tomado conta, defendido seu bem, e construído um mausoléu para também homenagear outros ex-prefeitos e intendentes”, reclama o historiador, para quem o caso trata de iconoclastia cultural. Agora é tarde. Tal peça foi jogada no lixo,

ARQUIVO HISTÓRICO: disposto em uma pequena sala na biblioteca municipal, o Arquivo Histórico resguarda centenas de pastas, ofícios, leis, fotos e prestações de contas que contam a história do município. Até 2015, goteiras atingiam a sala e, mesmo após obras, lonas ainda são usadas para proteger o acervo. A Secultur estuda utilizar parte do térreo da prefeitura para armazenar as peças, e também contratar uma empresa para digitalizar os documentos.

em 2014, segundo informa a secretária da comunidade responsável pelo local, Beatriz Endres. “A família não demonstrou interesse, e o monumento foi colocado naquelas caçam-

bas de tele-entulho”, resume a funcionária. Já os restos mortais de Júlio May foram devidamente resguardados junto à lápide de outros familiares.


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Agro

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Vale tem 60% das propriedades com possibilidade de sucessão Colinas sedia neste sábado encontro regional de jovens rurais

Fundoleite interrompe repasses para o IGL

GIOVANE WEBER

Vale do Taquari

atividade com futuro promissor. Ele precisa se sentir parte do negócio, ressalta.

O

empreendedorismo no campo move os quatro integrantes da família Stein, em Estrela. Do grupo famíliar, apenas a mãe, Ilaine, 54, não trabalha na lavoura. O serviço fica sob responsabilidade do patriarca Lauro, 58, e dos filhos, Paulo, 33, e Carlos, 28. Começaram a investir na produção leiteira e suinocultura de forma independente faz 13 anos. “Antes a gente morava com o meu pai, mas tudo era limitado, do jeito dele. Depois que compramos aqui, a realidade mudou e conseguimos investir mais”, conta Lauro. Diferente do convencional, em que os filhos já nascem e herdam as terras, Paulo e Carlos participaram da construção da propriedade desde o começo. Quando adquiriram os 29 hectares em Linha Lenz, compartilharam e até sugeriram como seria o “recomeço” dos trabalhos. “A gente morava com o vô e ele não era muito de inovar. Com terras próprias, isso mudou e tivemos espaço para opinar”, reforça Carlos. Lauro e Ilaine incentivam os

Entendimento entre gerações

Lisane busca o diálogo para assumir a gerência ao lado do irmão no futuro

Os filhos precisam participar mais do que no trabalho físico, devem auxiliar na gerência Lisane Messer Dummel Coordenadora dos Jovens Rurais

filhos desde pequenos, tanto que emanciparam os dois para adquirir financiamentos bancários, a fim de comprar mais áreas e construir pavilhões para suínos e gado leiteiro. A participação assídua nos negócios faz a família integrar o quadro de 60% das propriedades do Vale do Taquari com sucessão garantida. Conforme estimativa da Fetag, a região tem quase 26,5 mil famílias agricultoras que atuam, especialmente, com criação de aves e suínos, produção de leite e agroindústrias. “Eles são nossos parceiros”, diz o pai. “Todas as decisões são tomadas ou no café da manhã ou no jantar. Ninguém decide nada sozinho”, acrescenta a mãe. Hoje a família administra três galpões no programa terminação com capacidade para 2,4 mil suínos e um plantel com cerca de cem animais, sendo 47 vacas em lactação e uma produção de 1,1 mil litros de leite diários. Na avaliação do professor Lucildo Ahlert, consultor especialista em Gestão Empresarial, é fundamental os pais terem uma visão de futuro e quererem dividir o poder de decisão gradativamente. “Pais e filhos, juntos, é sinônimo de sucesso e perpetuação da agricultura familiar.” Frisa a necessidade de os pais remunerarem os filhos por meio da participação de resultados. Dar-lhe salário fixo o torna empregado e estimula a enxergar a

Segundo a coordenadora regional dos Jovens Rurais do Vale do Taquari, Lisane Messer Dummel, de Teutônia, esse é o principal empecilho que dificulta a sucessão nas propriedades. “Os filhos precisam participar mais do que no trabalho físico, devem auxiliar na gerência. Alguns pais ainda resistem em dividir o poder e acabam sem sucessores.” Além disso, a falta de políticas públicas específicas para a agricultura familiar e ausência de garantia de renda estimulam os jovens a migrar para as cidades. Esses serão alguns temas do Encontro Regional da Sucessão Rural, que ocorre neste sábado, na Linha Ano Bom, em Colinas.

Diálogo e foco em gestão Após cinco anos empregada na cidade, Lisane voltou para administrar a produção leiteira ao lado dos pais e do irmão, Dalles, de 20 anos. Além de reforçar a mão de obra, o retorno possibilitou novos investimentos em infraestrutura, como a sala de ordenha. Com um plantel de 48 vacas, a produção diária chega a 700 litros. Por mês, cada um recebe 3,5% do lucro obtido. “Aqui somos donos do negócio, a renda é boa, trabalhamos sem horário e ainda produzimos nosso alimento”, destaca.

PROGRAMAÇÃO 8h30min – Recepção 9h – Abertura 9h30min – Apresentação de painel sobre a conjuntura na região e no estado e resgate de pesquisa e cenário atual - Emater/RS-Ascar 10h – Debate em grupo 11h – Apresentação dos temas discutidos 13h – Almoço 14h – Brincadeiras

Estado Por 18 votos favoráveis e apenas dois contrários, o Conselho Deliberativo do Fundoleite decidiu nessa quinta-feira suspender o convênio e o repasse de recursos ao Instituto Gaúcho do Leite (IGL). A decisão foi tomada com base na atuação do instituto e nos apontamentos vindos da Câmara Temática do Leite da Ocergs. Na semana passada, o conjunto de cooperativas que faz parte do grupo discutiu o assunto. Além de cobrarem a suspensão dos repasses, os participantes pediram a reestruturação do Fundoleite. Conforme registrado em ata, o presidente da Ocergs, Vergilio Perius, levantou três questões sobre a atuação do fundo: “Quais entidades devem compor o Fundoleite e o IGL? Onde deverão ocorrer os investimentos do Fundoleite? Quais são os ajustes no orçamento que já está sendo executado?” Além de acatar o pedido da câmara, será criado um grupo para discutir o funcionamento da entidade, para retomar a harmonia no segmento, que, segundo o secretário da Agricultura Ernani Polo, está abalada. O primeiro encontro para definir o futuro do IGL e Fundoleite ocorre dia 4 de agosto com representantes da Ocergs e Fecoagro-RS, dos produtores (Fetag e Farsul), da indústria (Sindilat-RS e Apil-RS) e do governo estadual (secretarias da Agricultura e do Desenvolvimento Rural). O presidente do IGL, Gilberto Piccinini, disse que oficialmente ainda não foi comunicado. Na semana que vem, ocorre reunião entre a diretoria para avaliar os apontamentos feitos e buscar soluções.


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REGIONAL PATROCÍNIO:

Três agremiações estreiam neste domingo EZEQUIEL NEITZKE

Segunda rodada da competição tem 24 partidas em 12 municípios dos vales do Taquari e Rio Pardo

A

segunda rodada do Campeonato Regional de Futebol Amador/ Copa Certel/Sicredi ocorre neste domingo com 24 partidas. Doze municípios das regiões do vales do Taquari e Rio Pardo sediam os confrontos nas duas categorias. Aspirantes entram em campo às 13h30min e titulares, às 15h30min. Destaque deste domingo é a estreia de três agremiações, que folgaram na rodada de abertura. Dentre elas, está o campeão regional de 2006, Riograndense, de Daltro Filho, Imigrante. A equipe vai a Arroio do Meio, enfrentar o Amigos, em Picada Arroio do Meio. Presidente da equipe, Ariel Rabaiolli salienta que o objetivo é ficar entre os quatro melhores. “Estamos todos empolgados e confiantes em uma boa campanha.” Ele afirma que dos 27 clubes 16 brigam pelo título. O elenco manteve a base que disputou a Taça da Amizade, acrescentando quatro atletas, Nene, de Cachoeirinha, Tida e Júlio, de Feliz, e Binho, de Porto Alegre. Em virtude de reformas na sede esportiva, o Riograndense mandará os jogos no campo

Partidas da segunda rodada iniciam às 13h30min na categoria aspirante. Titulares jogam a partir das 15h30min

do Rui Barbosa, em Colinas.

Outras estreias Novidade nesta edição, o Saídera, de Teutônia, também estreia fora de casa. No domingo, o time viaja a Bom Retiro do Sul onde encara o Rudibar. Formado por jogadores que disputam campeo-

Estamos todos empolgados e confiantes em uma boa campanha.” Ariel Rabaiolli Presidente do Riograndense

natos de futsal e minifutebol na região, o Saídera mandará os jogos no campo do Fluminense, em Linha Harmonia. Presidente do time, Leonardo Kliks salienta que a expectativa

CONTINUE


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Reportagem: Ezequiel Neitzke ARQUIVO A HORA

da equipe é fazer bons jogos, não participar de tumultos e aumentar a experiência dos jogadores. Salienta que o primeiro objetivo é passar de fase. “Mata-mata é outro campeonato, vamos pelas beiradas.” Conforme ele, o time não tem destaque individual. “O nosso diferencial é o grupo, não temos nenhum cascudo, é só gurizada mesmo.” Representante do Vale do Caí, o Juventude, de Brochier, estreia contra o Monterey, em Linha Hansel, Venâncio Aires. A equipe brochiense busca repetir a façanha do ano passado, quando ficou com a quarta colocação na categoria titular.

Confronto dos invictos O destaque da segunda rodada na categoria titular fica por conta dos confrontos: Brasil versus Danados, em Marques de Souza, e CAN versus Ecas, em Encanta-

Artilharia Quatro jogadores estão empatados na artilharia da categoria aspirante. São eles: Maicon Amorin (Aimoré), Higor da Rosa (Danados), Julian Krindges, o “Schmia” (União Campestre) e Wagner Daniel Moureira do Amaral (Ribeirense). Na titular, três atletas estão empatados com dois gols, Gustavo Zanchi (CAN), Rodrigo Kunzler (11 Amigos) e Dudu Kaufmann (Monterey).

Estreando nesta edição, Riograndense foi eliminado na segunda fase no ano passado

do. As quatro equipes venceram na estreia e buscam manter a invencibilidade.

Times buscam primeira vitória Além dos três estreantes, outros 14 times na categoria titular bus-

cam a primeira vitória na competição. O destaque fica por conta do confronto entre 7 de Setembro e Forquetense, em Capitão, além do enfrentamento de Imigrante versus Fluminense, em Estrela. As quatro equipes perderam na estreia e buscam a primeira vitória na competição. FÁBIO KUNH

Após empatar na estreia, Rui Barbosa, do treinador Matheus Siebenborn, busca a primeira vitória na categoria aspirante

Três clubes folgam no domingo Aimoré, de Estrela, Ser São Cristóvão, de Lajeado, e Arroio Alegrense, de Forquetinha, folgam nesta rodada.

SERVIÇO O quê: segunda rodada do Regional Onde: 12 municípios (Arroio do Meio, Bom Retiro do Sul, Capitão, Cruzeiro do Sul, Encantado, Estrela, Lajeado, Marques de Souza, Taquari, Teutônia, Venâncio Aires e Westfália) Horários: aspirante, às 13h30min; titular, às 15h30min Ingressos: R$ 3

Atletas suspensos Aspirante Guilherme Artur dos Santos Schultz (Amigos) – 1 jogo Gabriel Aloisio Recktenwalt (11 Amigos) – 1 jogo Lucas Kuhn (São Cristóvão) – 1 jogo Jordi Roberto Gomes da Silva (Imigrante) – 1 jogo Kesley Mattes Feitoza (Rudibar) – 1 jogo George Luan de Andrade (Canarinho) – 1 jogo Maicon Alex Wolschick (Canarinho) – 1 jogo Guilherme Lauxen (Canarinho) – 2 jogos Filipi Peris de Vargas (Colorado) – 2 jogos Andrion Couto da Silva (União Campestre) – 1 jogo Titular Roger Nei Marques Oliveira (Amigos) – 1 jogo Tiago Micael dos Santos Renz (11 Amigos) – 2 jogos Everton Claiton da Silva (Ribeirense) – 1 jogo

CLASSIFICAÇÃO Chave A Local Picada Arroio do Meio/ Arroio do Meio

Amigos

x Riograndense

Alesgut/Teutônia

Ouro Verde

x 11 Amigos

Picada Aurora/Cruzeiro do Sul

25 de Julho x Assespe

Chave B Centro/Bom Retiro do Sul Centro/Marques de Souza

RudiBar

x Saidera

Brasil

x Danados

Imigrante

x Fluminense

Linha Hansel/Venâncio Aires

Monterey

x Juventude

Centro/Capitão

7 de Setembro

x Forquetense

Cabriúvas/Encantado

CAN

x Ecas

Linha Berlim/Westfália

Juventude

x Canarinho

Bairro Campestre/ Lajeado

União Campestre

x Ribeirense

Chácara/Estrela

Chave C

Chave D

Léo Alvin Faller/Taquari Colorado

x Rui Barbosa


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Série Ouro

Times do Vale entram em quadra no sábado ASTF recebe a Assaf em Teutônia, e Alaf enfrenta o BGF em Bento Gonçalves. Jogos iniciam às 20h

A

s equipes do Vale do Taquari vivem momentos opostos na Série Ouro de Futsal. Enquanto a Alaf, de Lajeado, está garantida na segunda fase com quatro rodadas de antecedência, a ASTF, de Teutônia, luta para fugir do quadrangular da morte. Neste sábado, ambas voltam à quadra a partir das 20h. Necessitando da vitória para não se distanciar da zona de classificação à próxima fase, a ASTF disputa o clássico dos Vales, com a Assaf, de Santa Cruz do Sul. A partida ocorre no Ginásio da Água. Ingressos custam R$ 10. Estudantes com comprovante pagam R$ 5. Com 7 pontos, o time do Vale do Taquari está a 3 pontos da quinta colocada AGF, de Guaíba. Se vencer o clássico, pode entrar pela primeira vez na zona de classificação. Enquanto o ala Feijão e o pivô Biel não jogam, Negretti fica à disposição do técnico Christian Carniel. O provável time titular tem: Lucas Bastian, Karoki, Dionizio, Lelê e Bruno Reis. O adversário é o lanterna da chave, sem ter pontuado. Em oito partidas, a equipe de Santa Cruz do Sul perdeu todos os confrontos, marcou apenas 11 gols e sofreu 43. No primeiro turno, jogando no Vale do Rio Pardo, a ASTF venceu por 5 a 2 – gols de Lelê, Biel e Bruno Reis (três).

Alaf busca a liderança da chave A Depois de golear a Asif na quarta-feira, a Alaf volta a jogar fora de casa neste sábado. A partir das 20h, enfrenta o BGF, em Bento Gonçalves. Terceiro colocado com 16 pontos, o time pode terminar a rodada na liderança do grupo, isso em virtude de a líder ACBF folgar neste fim de semana e jogar só na terça-feira. Até o momento, a Alaf venceu cinco jogos, empatou um e perdeu dois. Marcou 32 gols e sofreu 12 gols.

FOTOS EZEQUIEL NEITZKE

No primeiro turno, a ASTF goleou a Assaf por 5 a 2. Jogo deste sábado ocorre no Ginásio da Água, em Teutônia. Ingressos custam R$ 10. Estudantes pagam R$ 5

Gonçalves venceu dois jogos, empatou um e perdeu outros cinco. Marcou 20 gols e sofreu 21. Na primeira fase, jogando em Lajeado, a Alaf venceu por 1 a 0 – gol de Rafinha.

CLASSIFICAÇÃO Chave A Equipes

Até o fim do primeiro turno, ASTF enfrenta Assaf, Atlântico, América e Assoeva. Já a Alaf duela com BGF, AES, ACBF e Cachoeira Futsal.

No primeiro turno em Lajeado, Alaf venceu o BGF por 1 a 0, gol do pivô Rafinha

Para a partida, o técnico Giba tem quase todos os jogadores à disposição. Único desfalque ainda é o goleiro Chico, que não tem previsão de retorno. O provável time titular tem: Cristian, Marcelo Giba, Adriano, Batalha e Rafinha. Com 7 pontos, o BGF quer a vitória para fugir do quadrangular da morte. A equipe de Bento

PG

JG

V

SG

ACBF

19

8

6

21

Juventude

17

8

5

14 20

Alaf

16

8

5

AES

14

9

4

6

Asif

10

8

3

1

BGF

7

8

2

-1

Cachoeira Futsal

0

9

0

-61

Chave B Equipes

9ª RODADA Chave A

PG

JG

V

SG

Atlântico

21

8

7

21

21

7

7

21

Bento Gonçalves

BGF

x

Alaf

Assoeva

Cachoeira do Sul

Cachoeira Futsal

x

Juventude

ADS

13

9

4

2

América

10

8

3

-2

AGF

10

8

3

-3

Teutônia

ASTF

x

Assaf

Guaíba

AGF

x

ADS

Erechim

Atlântico

x

Assoeva

Chave B

ASTF

7

8

2

-7

Assaf

0

8

0

-32


18

A HORA · FIM DE SEMANA, 23 E 24 DE JULHO DE 2016

Internacional

Com desfalques, time encara a Ponte Preta Falcão não definiu substitutos de Dourado e Willian, convocados para seleção brasileira olímpica

O

técnico Paulo Roberto Falcão realizou nessa sexta-feira o segundo treino fechado da semana no Beira-Rio. Sem contar com William e Dourado, na seleção olímpica, o treinador faz mistério sobre a escalação. Se repetir o esboço que mostrou no trabalho de quarta-feira, Fabinho atua na lateral-direita, e Anselmo ocupa o lugar de volante ao lado de Fernando Bob. Valdívia volta a ser titular na vaga de Andrigo. Assim, o Inter deve ser formado com: Danilo Fernandes, Fabinho, Paulão, Ernando, Geferson, Anselmo, Fernando Bob, Ferrareis, Valdívia, Sasha e Vitinho. Nico López, que aguarda a inscrição na CBF, treinou com o grupo. A expectativa é que o jogador uruguaio faça a estreia contra o Corinthians, no dia 31, às 16h, no Beira-Rio. O Inter viajou nessa sexta-feira e treina

FOTOS DIVULGAÇÃO

Jogos Série A - 16ª rodada Sábado

16h30min

Corinthians

x Figueirense

18h30min

Santa Cruz

x Coritiba

Domingo

Inter trabalhou com portões fechados na sexta-feira. Partida contra a Ponte Preta ocorre no domingo

11h

Palmeiras

x Atlético-MG

11h

Ponte Preta

x Internacional

16h

Cruzeiro

x Sport

16h

Grêmio

x São Paulo

16h

Atlético-PR

x Fluminense

16h

Chapecoense

x Botafogo

18h30min Vitória

x Santos

19h30min

x Fluminense

Vitória

Segunda-feira

neste sábado à tarde no Centro de Treinamentos da Ponte Preta, no Jardim Chapadão, em Campinas. A partida válida pela

16ª rodada do Campeonato Brasileiro ocorre neste domingo, às 11h, no Estádio Moisés Lucarelli.

Roger define time para enfrentar o São Paulo neste domingo, às 16h, na Arena

20h

Flamengo

x América-MG

CLASSIFICAÇÃO Time

PG V

E

1º – Palmeiras

32

10

17

2º – Corinthians

29

9

14

3º – Grêmio

27

8

6

Gremio

4º – Santos

26

8

13

O Grêmio está definido para o confronto com o São Paulo, neste domingo, às 16h, na Arena. O técnico Roger Machado optou por Miller Bolaños no setor ofensivo, na vaga aberta por Luan, que atua na seleção brasileira. Outro desfalque é o meia Giuliano, negociado com o Zenit, da Rússia. Pedro Rocha e Negueba brigam pela vaga. Outro que aparece como candidato pelo posto é o centroavante Henrique Almeida. Com isso, Bolaños seria recuado para a meia. O provável time que enfrenta o São Paulo é: Marcelo Grohe, Edilson, Pedro Geromel, Wallace Reis, Iago, Jaílson, Maicon, Negueba (Pedro Rocha), Douglas, Éverton e Bolaños (Henrique Almeida).

5º – Atlético-PR 6º – Flamengo

24 24

7 7

2 0

7º – Ponte Preta

23

7

-5

8º – Atlético-MG

23

6

1

9º – São Paulo

22

6

2

10º – Fluminense

21

5

0

11º – Internacional

20

6

1

12º – Vitória

19

4

-3

13º – Chapecoense

19

4

-5

14º – Santa Cruz

17

5

-1

15º – Botafogo

17

4

-5

16º – Figueirense

16

3

-5

17º – Sport

15

4

-3

18º – Cruzeiro

15

4

-7

19º – Coritiba

15

3

-4

20º – América-MG

8

2

-18

Ingressos Grêmio versus São Paulo

Com Luan na seleção brasileira, atacante Miller Bolaños deve começar a partida como titular

Estão à venda nas bilheterias da Arena e das lojas GremioMania. A direção faz promoção ao sócio de Cadeira Superior

(quarto anel) que desejar assistir à partida das cadeiras Gramado Leste, Corners Leste ou Gramado Sul. Para aproveitar a

oportunidade, basta adquirir um ingresso a R$ 20. A promoção também é extensiva, pelo mesmo valor, a um acompanhante.


19

A HORA · FIM DE SEMANA, 23 E 24 DE JULHO DE 2016

Informe

ww www.ctclajeado.com.br

Rodada adiada duas vezes ocorre neste sábado

Jogos Primeira divisão (campo C) 12h15min – Banguzinho x EPTG 13h15min – Donos da Bola x Aliança 14h15min – Rebordose x C. Mirim D 15h15min – Dream Team x Galera 16h15min – C. Mirim/Charrua x Falcatrua

S

FÁBIO KUHN

e as condições meteorológicas permitirem, a semifinal do primeiro turno da quarta divisão da Copa CTC/Espaço3 ocorre neste sábado. A rodada foi adiada duas vezes em função da chuva. Os jogos iniciam às 16h15min, no campo A. Quem perder dá adeus a essa etapa da competição. No primeiro confronto, o dono da melhor campanha, Pumas, encara o Dream Team. As equipes se enfrentaram uma vez na fase de grupos. O Pumas venceu por 1 a 0 no dia 4 de junho. Pela outra partida da semifinal, às 17h15min, Baile de Monique joga contra o Supérfluos. Pela fase de grupos, as equipes empataram em 1 a 1 no dia 16 de abril.

Dezoito partidas ocorrem neste sábado. Destaque para as semifinais da quarta divisão

Primeira divisão

Segunda divisão

Terceira divisão

13h15min – C. Mirim D x ADL1411

A duas rodadas de definir as equipes que disputam as séries Ouro e Prata na elite, o destaque da divisão é o Galeras. A equipe lidera com 4 pontos de diferença do segundo colocado, Dream Team. Além disso, tem a melhor defesa da competição com oito gols sofridos em nove jogos. O melhor ataque é do Coroas Mirim/Charrua. Foram 29 gols anotados em nove jogos – média superior a três por confronto.

Começam as partidas nas séries Ouro e Prata. Na fase inicial, o destaque foi a equipe do Amnésia. Ela se classificou com 27 pontos, 4 a mais que o segundo colocado Smurfs. Além disso, teve a melhor defesa da divisão com dez gols sofridos. O melhor ataque foi do Exxtra Classe (33 gols marcados).

Pela terceirona, restam duas rodadas na fase de grupos. Descontrole e ADL 1411 (7 pontos) e Toca Água (6) ocupam as últimas colocações e estão confirmados na Série Prata. Já Galera (20), Lesionados (19), Pampero (17) e Coroas Mirim D/Clínica Physalis (16) estão garantidos na Série Ouro.

14h15min – C. Mirim D x S.O.S

Segunda divisão (campo B) Série Ouro 12h15min – Amnesia x Hangover 13h15min – Smurfs x Maragatos 14h15min – Exxtra Classe x DK FC Série Prata 15h15min – Metralhas x Ghost 16h15min – Sodabeb x Bitterflex 17h15min – 100 Pressão x Executivos Terceira divisão (campo A) 12h15min – No Migué x Galera

15h15min – Toca Água x Lesionados Quarta divisão (campo A) 16h15min – Pumas x Dream Team 17h15min – Baile de Monique x Supérfluos

Classificação Primeira divisão

Finalistas da quarta divisão serão conhecidos neste sábado. Partidas ocorrem no campo A, a partir das 16h15min.

17h15min – C. Mirim/Arco-Gás x Tocafogo

Segunda divisão

Terceira divisão

Equipe

Pontos

Disciplina

Equipe

Pontos

Disciplina

Equipe

Pontos

Disciplina

1° Galera

23

460

1° Amnésia

27

100

1° Galera

20

280

2° Dream Team

19

440

2° Smurfs

23

360

2° Lesionados

19

320

3° Banguzinho

18

300

3° Exxtra Classe

21

440

3° Pampero

17

240

4° C. Mirim/Charrua

17

290

4° DK FC

17

440

4° C. Mirim D/Physalis

16

280

5° Rebordose

16

500

5° Maragatos

17

510

5° C. Mirim

12

270

6° Aliança

14

320

6° Hangover

16

540

6° C. Mirim D

14

120

7° C. Mirim D

14

440

7° Metralhas

15

450

7° No Migué

14

310

8° Donos da Bola

13

410

8° Sodabeb

14

400

8° S.O.S

11

320

9° EPTG

10

610

9° 100 Pressão

13

430

9° Four

10

100

10° C. Mirim/Arco-Gás

4

330

10° Executivos

12

480

10° Descontrole

7

300

11° Falcatrua

3

280

11° Bitterflex

9

480

11° ADL 1411

7

280

12° Tocafogo

3

400

12° Ghost

4

620

12° Toca Água

6

300


Lajeado, fim de semana, 23 e 24 de julho de 2016

Jornalismo / redação: ahora@jornalahora.inf.br Publicidade: comercial@jornalahora.inf.br Assinaturas: assinaturas@jornalahora.inf.br


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