AH - Principal | 25 de março de 2016

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Fundado em julho de 2002 Lajeado, sexta-feira, 25 de março de 2016, e fim de semana. Ano 13 - Nº 1554 Avulso: R$ 3,00 Fechamento da edição: 21h

VALOR ADICIONADO FISCAL

ESPECIAL FUMICULTURA

Indústria alimentícia mantém hegemonia

Transição gradual nas lavouras ANDERSON LOPES

E

stado divulga as cem empresas de Lajea- seguem na liderança do ranking. Instabilidade do com maior índice de recolhimento de econômica deve resultar queda na arrecadação tributos em 2014. Indústrias alimentícias pelos próximos dois anos. Páginas 12 e 13

Ausência de políticas revela drama social RODRIGO MARTINI

Falta de informações, desorganização de cadeias produtivas e limitações de mercado impedem o crescimento de culturas que buscam diversificar e aumentar a renda dos fumicultores.

Leitores A edição de hoje é em conjunto com a de fim de semana. Voltamos a circular na terça-feira.

TEUTÔNIA

Burocracia prejudica diabéticos MARGINALIZAÇÃO: medidas ineficazes aumentam os bolsões de miséria habitados por catadores. Propostas para regrar atividade não saíram do papel Páginas 6 a 8

FERIADÃO DE PÁSCOA

Veja o que abre e fecha no Vale Comércio e serviços públicos mudam horários até domingo. Página 9

TEMPO NO VALE Fim de semana no Vale: frente fria avança e traz chuva Mínima: 21°C - Máxima: 28°C FONTE: CIH/UNIVATES

O atraso para o envio de medicamentos obriga pacientes a custear o tratamento que deveria ser público. Página 16


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A HORA · SEXTA-FEIRA, 25 DE MARÇO DE 2016, E FIM DE SEMANA EXPEDIENTE

Editoriais

Diretor Geral Adair G. Weiss Diretor de Conteúdo Fernando A. Weiss Diretor de Operações Fabricio de Almeida REDAÇÃO Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4200 CEP 95900-000 - Lajeado - RS www.jornalahora.inf.br ahora@jornalahora.inf.br

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Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Tiragem média por edição: 7.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística)

Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

INDICADORES ECONÔMICOS

MOEDA

COMPRA

VENDA

Dólar Comercial

3,6785

3,6793

Dólar Turismo

3,6500

3,8400

Euro

4,1115

4,1123

Libra

5,2243

5,2256

Peso Argentino

0,2545

0,2550

Yen Jap.

0,0328

0,0328

Cotação do dia anterior até 17:45h, Valor econômico.

ÍNDICE

MÊS

A Lava-Jato continua implacável

ÍNDICE ACUMULADO MÊS (%) ANO (%)

ICV Mes (DIEESE) 01/2016

1,80

10,95

IGP-DI (FGV)

01/2016

1,53

11,62

IGP-M (FGV)

02/2016

1,29

12,09

INPC (IBGE)

02/2016

0,95

11,08

INCC

02/2016

0,52

6,83

IPC-A (IBGE)

02/2016

0,90

10,36

anúncio de delação premiada, acordado entre a Justiça e diretores presos da Odebrecht, ao lado da lista de 286 políticos que aparecem em documentos apreendidos na casa de um ex-executivo da empreiteira, teve efeito bombástico. Os dois fatos chacoalham o governo e estremecem todos os maiores partidos do país. Não é exagero afirmar que Brasília tremeu com a notícia de que Marcelo Odebrecht decidiu fazer um acordo de delação com a Lava- Jato. Ao anunciar uma “colaboração definitiva” com as investigações, a empresa sinalizou que ainda tem muito a revelar. Suas relações com a política brasileira são antigas, íntimas e duradouras. Vão muito além da simpatia e das doações registradas na Justiça Eleitoral. Para o PT e o governo, a delação pode ser fatal. Além de tocar alguns dos maiores investimentos da Petrobras, a Odebrecht participou da construção dos estádios da Copa e das grandes obras do PAC. Também foi recordista em emprés-

MÊS

ÍNDICE MÊS (%)

ACUMULADO ANO (%)

TJLP

7,5

Selic

14.25%(meta)

TR

03/2016

0,2168

0,4451

CDI (Mensal)

02/2016 1,0014

Prime Rate

02/2016

3.25

3,25 (Previsto)

2,0669

Fed fund rate

02/2016

0.25

0,25 (Previsto)

Ouro (dólar) – Onça Troy – USD 1223.7 cotação do dia 24/03/2016

BOLSAS DE VALORES

PONTO VARIAÇÃO (%) FECHAMENTO

Ibovespa (BRA)

49657

-0,07

Dow Jones (EUA) 16.027

-1,10

S&P 500 (EUA)

1.853

-1,42

Nasdaq (EUA)

4.774

0,10

DAX 30 (ALE)

10.023

0,33

Merval (EUA)

11.400

0,00

cotação do dia anterior até 17:45h

Petróleo (dólar)/Brent Crude – barril – USD 40.47 em 24/03/2016

“O cerco se fecha cada vez mais, e nunca as instituições sobre as quais repousa a democracia, tiveram tanta relevância e papel decisivo para devolver esperança ao povo brasileiro.”

rá quebrar o silêncio sobre as relações com o ex-presidente Lula. Desde que deixou o poder, ele viajou o mundo em jatinhos fretados pela empresa. Recebeu um total de R$ 3,9 milhões, entre pagamentos à empresa de palestras e doações ao instituto. As planilhas apreendidas pela Polícia Federal, na casa de um ex-executivo da Odebrecht, são outra notícia arrasadora. Os documentos relacionam pelo menos 286 políticos de 24 partidos, beneficiados com supostos repasses para campanhas eleitorais. Desses, 47 são gaúchos. Uma força-tarefa investiga se os pagamentos foram realizados pelas empresas do grupo e se constituem doações legais, declaradas à Justiça Eleitoral, ou entrega ilegal de dinheiro, por meio de caixa 2. Pela imprecisão das informações, o juíz Sérgio Moro tentou manter em sigilo os nomes, mas num vazamento temerário, correram o país e aparecem na maior parte dos veículos de comunicação. As investigações policiais darão luz sobre a origem e o destino

dessas fortunas “negociadas” entre a empresa e os políticos. Mesmo assim, pelos valores revelados nos documentos, expõem-se mais uma vez o quanto as doações privadas a partidos e campanhas eleitorais maculam o processo e deixam margem para corrupção. Traduzem um toma lá da cá promíscuo e enraizado. Diante dos avanços da Operação Lava-Jato durante esta semana, é imprescindível que as instituições democráticas se mantenham firmes e irreparáveis. Que o Judiciário, suficientemente instrumentalizado, observe a soberania da constituição para avançar nas investigações e acusações. Ao passo que arrola centenas de políticos de dezenas de partidos, a flecha não se restringe ao PT e ao governo. Por essa razão, pode provocar uniões desesperadoras entre políticos e partidos para desacreditar a Lava Jato. O cerco se fecha cada vez mais, e nunca as instituições sobre as quais repousa a democracia tiveram tanta relevância e papel decisivo para devolver esperança ao povo brasileiro.

Ausência do poder público marginaliza catadores

Salário Mínimo/2015 R$ 788,00

TAXAS E CERTIFICADOS (%)

timos do BNDES para projetos no exterior. Há suspeitas e indícios fortes de que esses negócios tenham seguido o padrão petrolão de superfaturamento. A empreiteira também pode-

A

situação de miséria em que os catadores vivem é tema recorrente em debates de fóruns, conselhos e comitês. Ao passo que vemos uma vila às margens da ERS-130 crescer sem qualquer ordenação, fica evidente a necessidade de implantar políticas públicas eficientes para regularizar a atividade. Para mudar a relação entre sociedade e catadores de materiais recicláveis é preciso orientá-los e ajudar na organização

dos grupos. É preciso entender o significado desse trabalho, a condição social dessas pessoas, ajudar para que a atividade tenha padrão e, assim, garantir o sustento das famílias. Deixar os rótulos e preconceitos de lado. Contribuir com mais informação para a comunidade – realçar a importância da separação de lixo e qual o impacto desse comportamento para a preservação do ambiente – e assim aliar as necessidades da cidade ao modelo possível de recolhimento

dos recicladores. A marginalização resulta aumento dos bolsões de miséria e, em consequência, da criminalidade. Nestes últimos meses, a participação de “papeleiros” em crimes, como no assassinato de Gastão Koelzer, acirrou os ânimos. Catadores começaram a ser hostilizados nas ruas, no trânsito, ou quando estão fazendo a coleta. Organizar esses grupos foi uma das propostas debatidas no Fórum Municipal de Resíduos Sólidos e também no comitê do

Centro Antigo. Propostas para identificá-los, disponibilizar uniformes e construir um centro de triagem estiveram em voga. Passados anos das primeiras reuniões, pouco se evoluiu. Na falta de efetividade, os próprios catadores começaram a abandonar os encontros. Cansaram de ouvir, de esperar. As iniciativas perderam força. Lajeado precisa evoluir nesse campo, caso contrário, a vila nas margens da ERS-130 tende a se tornar um problema mais difícil de resolver.


Opinião

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Adair Weiss adairweiss@jornalahora.inf.br

Verdade e religião: desencontro no tempo

“T

odo livro é um diálogo entre quem escreve e quem lê. Este é, especialmente, um exercício espiritual de conversa porque, nele, o autor dialoga sobre o cristianismo primitivo, fala aos cristãos de hoje e, ao mesmo tempo, reinterpreta essas tradições a partir de uma sensibilidade espiritual mais ampla, independentemente de pertencer ou não a qualquer religião instituída.” Assim começa o teólogo pluralista, Marcelo Barros, convidado para prefaciar o livro O Poder Transformador do Cristianismo Primitivo, do professor Raul Branco, intelectual, pesquisador, economista e um dos expoentes da Sociedade Teosófica do Brasil. Compartilho o tema em momento propício e diante da diversidade de religiões e conflitos. Aliás, basta remetermos às guerras santas no Oriente ou, simplesmente, relembrar dos antepassados proibidos do simples casório entre católicos e evangélicos. Com a ascensão do Papa Francisco, confesso que sua filosofia me transmite simpatia: misericórdia e compaixão. Essas duas palavras fazem sentido para mim e depõem contra o sermão e ladainha de “temer a Deus” que ouvira nos cultos e missas. Afinal, que Deus é esse que manda as pessoas terem medo Dele? Não faz o menor sentido. O que aqui escreverei talvez desagrade a alguns. E, realmente, não tenho a pretensão de satisfazer o status quo preso a dogmas limitantes que em nada ou pouco

contribuem para a espiritualidade plena do indivíduo. Martinho Lutero é uma boa inspiração, neste caso. E o livro do professor Raul corrobora para isso. Ao parafrasear algumas das sábias observações do autor, tem uma parte em especial que escolhi compartilhar: As igrejas cristãs estão conscientes de que existe uma insatisfação latente.... Apesar das tentativas de modificação de seus rituais, temas, pregações e dos movimentos de evangelização, ainda assim permanece a insatisfação interior. Muitos líderes católicos e protestantes estão procurando encontrar formas de amenizar os problemas detectados no seio de suas congregações, sem, contudo, atacar o cerne da questão espiritual. Ainda que alguns avanços tenham sido feitos na área social pelas igrejas católicas e protestantes, ao que tudo indica, os anseios da alma não

Importante aqui não culpar uma religião em especial. Afinal, crescem as igrejas de caráter financeiro, cujos fiéis são induzidos por “livre e espontânea vontade” a contribuir com cifras depois faltantes para colocar pão na mesa aos filhos.”

parecem ter sido atendidos. O livro remete também à história, especialmente ao Concílio de Nicéia. Talvez essa foi a grande origem das deturpações na doutrina cristã. O imperador Constantino de Roma, em 312, se apoderou da fé crescente na época. Astuto político, constatou que o cristianismo havia se espalhado por quase todos os recantos do Império. Concluiu então que, para servir aos seus propósitos políticos, o cristianismo teria de passar por uma uniformização de crenças. Na época, mesmo contra a vontade de 2/3 dos bispos e do papa, muitas concessões foram feitas e benesses prometidas. Houve até o recurso extremo da destituição de alguns bispos de seus cargos, no caso de um grupo que não cedeu às pressões e seduções do imperador. A doutrina oficial foi então imposta, a ferro e fogo, a todos os grupos cristãos e se desvirtuando. Alguns resistiram. Mas, com o poder temporal da Igreja de Roma sobre assuntos religiosos garantido pelas tropas do Imperador, os novos dogmas foram incorporados. A partir de então, a virtude fundamental do cristão passou a ser sua aceitação do credo oficial da Igreja, transformado em dogma, à semelhança da tradicional obediência à lei por parte dos judeus. A vivência dos ensinamentos de Jesus foi relegada a segundo plano, e muitos desses ensinamentos foram se perdendo com o passar dos séculos, até os dias atuais. Importante aqui não culpar uma religião em especial. Afinal,

crescem as igrejas de caráter financeiro, cujos fiéis são induzidos por “livre e espontânea vontade” a contribuir com cifras depois faltantes para colocar pão na mesa aos filhos. As falsas crenças “em nome do Deus que lhe retribuirá em dobro” seguem, sem fronteiras. Assim como na época das indulgências, hoje, os cristãos ou fiéis de muitas religiões são movidos e iludidos a “comprarem sua espiritualidade”. O professor Raul discorre bem sobre essas veredas, e nos conduz aos “ensinamentos do cristianismo primitivo”, ou original, centrando a atenção especial na proposta espiritual do Cristo aos seus discípulos. Quem está habituado a ler os estudos sobre as primeiras gerações cristãs, oriundos de meios ligados à Teologia da Libertação, achará este livro por demais diferente e mesmo divergente das interpretações de especialistas. Ao ler a obra, é possível compreender de forma ampliada as transformações da religiosidade. Para mim, foi muito enriquecedor conhecer essa abordagem da minha tradição por alguém que, de certa forma, a estuda “de fora” ou, ao menos, não a partir da Igreja. Concordei e me identifiquei. Aos leitores, faço a provocação: tomem como um exercício espiritual ler uma interpretação diferente da sua fé, se for o caso. O livro está disponível até na plataforma digital. Basta procurar por seu título e autor. Boa Páscoa a todos!


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Opinião

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Ney Arruda Filho ney@jornalahora.inf.br

E depois, o que vem?

O

filme revela tudo. Era fim de setembro. O ano, 1992. Com a casa recém-adquirida em reforma, morava em uma emprestada por um amigo. A TV transmitia a votação na Câmara dos Deputados, que viria a autorizar um processo de impeachment por 441 a favor e 38 contra. O filme a que me refiro é um vídeo caseiro, que fiz naquele momento histórico inesquecível, quando minha filha dava os primeiros passos e chorava pedindo a minha atenção. Mas a minha atenção estava toda voltada pra TV e pra registrar em vídeo o momento: o país nunca mais será o mesmo, os corruptos estão apavorados, acossados, é o fim da impunidade. Um misto de alegria e tristeza me sufocava: nasci em 1963 e desde 1960 não havia eleições para presidente. Passaram 29 anos e não aprendemos nada? Elegemos um corrupto? No dia 2 de outubro, após 932 dias de governo, Collor foi afastado da Presidência. Sob vaias e de mãos dadas com “dona” Rosane, ele deixou o Palácio do Planalto pela porta dos fundos. No mesmo dia, o vice-presidente, Itamar Franco, assumiu interinamente o governo. O destino de Collor seria decidido no Senado, mas manifestantes já festejavam nas ruas gritando o slogan “Fora, Collor! Fora, Collor”. Em São Paulo, pessoas ocuparam o Vale do Anhan-

gabaú para comemorar a saída do ex-governador de Alagoas da Presidência da República. Antes do julgamento no Senado, mais um escândalo: Collor e PC Farias, seu tesoureiro de campanha, forjaram documentos para sugerir que o dinheiro vinha de um empréstimo para campanha feito no Uruguai. O presidente afastado demonstrou fôlego, negando as acusações até o fim. E ainda convocou os eleitores a vestirem verde e amarelo, no domingo an-

Até hoje tenho sinceras dúvidas acerca dos reais motivos que derrubaram o ex-presidente, se foram legítimos ou se patrocinados por interesses escusos.”

terior ao julgamento. Em resposta, o povo vestiu preto. No dia da votação, ele renunciou ao mandato. Na mesma data, o dia 29 de dezembro, Itamar Franco, vice-presidente eleito, assumiu em definitivo a Presidência. E, por decisão do Senado (76 votos a 3), Collor acabaria cassado, sendo proibido de exercer cargos públicos por oito anos. O tempo levou o tempo e Collor tornou-se senador da República. Até hoje tenho sinceras dúvidas acerca dos reais motivos que derrubaram o ex-presidente, se foram legítimos ou se patrocinados por interesses escusos. Este resgate histórico me sugere uma ponta de arrependimento. Acho que deveria ter desligado a filmadora, desligado a TV e dado mais atenção à minha filha. Naquele momento, contudo, o que me importava era a ideia de construir um país melhor para meus filhos, especialmente para a pequena, que me parecia tão frágil. Não sei se conseguimos isso, como nação. Mas como observador, me parece que, passados mais de 23 anos, nossa sociedade é menos desigual, mais violenta, menos segura, mais informada. Estamos às portas de outro processo de impeachment, com outro vice assumindo e, de novo, muita raiva e empolgação, sem nada de concreto, sem um projeto alternativo. E depois, o que vem? Se alguém souber, por gentileza, me responda.

Transporte urbano: município de Porto Alegre cassa liminar para complementar tarifa Nesta semana, o governo de Porto Alegre obteve uma importante vitória: o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Luiz Felipe Silveira Difini, suspendeu nessa quarta-feira à tarde, 23, as liminares obtidas pelos Consórcios Via Leste, Sudeste Mais e Sul, que determinavam o repasse da diferença de R$ 0,50 às empresas, para cada passagem de ônibus. Difini destacou, em sua decisão, o impacto financeiro que os cofres da prefeitura acabarão sofrendo em decorrência das liminares, correspondente a R$ 10 milhões

por mês. Ele entendeu que, se fosse mantido o teor da decisão inicial favorável às empresas, haveria “inequívocos prejuízos aos demais serviços prestados pelo município, tais como saúde, educação, limpeza urbana, entre outros, configurando a grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas”. Prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, foi comunicado da decisão durante visita que nessa quarta-feira à tarde a Difini. A procuradora-geral do município, Cristiane da Costa Nery, também participou da audiência com o presidente do TJ.

Paternidade para sempre, não apenas quando é economicamente interessante É ilegítimo o pedido de anulação de filiação, quando o interesse dos autores da petição for unicamente patrimonial. A tese foi definida pelos ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao analisar caso em que a responsável pelo espólio (conjunto de bens deixados por alguém ao morrer) buscava impugnar a paternidade de herdeiros. Se a impugnação fosse deferida,

haveria alteração na partilha da herança. O pedido foi negado, de forma unânime. A ação de anulação de paternidade sustenta que a autora do pedido é prima dos réus, cujo pai é falecido e deixou extenso patrimônio. Todos os primos são sucessores da irmã do falecido, também falecida. De acordo com o processo, o patrimônio a ser dividido na ação de inventário superaria R$ dois milhões.


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MISÉRIA E DESASSISTÊNCIA

Catando o sustento e desviando do preconceito ANDERSON LOPES

VILA DOS PAPELEIROS: O catador, Paulo Volk, mora faz mais de cinco anos às margens da rodovia ERS-130, no bairro Montanha. Ele resiste em aceitar casas populares oferecidas pelo Executivo

Estigmatizados pela sociedade, os papeleiros carecem de avanços nas políticas públicas para tornar o trabalho mais seguro, respeitado e remunerado. Com pouco, ou nenhum controle sobre centros de triagem, a administração pública vê aumentar o número de autônomos e acumula promessas descumpridas. Nova sequência de crimes preocupa autoridades, enquanto uma vila se ergue às margens da ERS-130.

Lajeado

L

uís Fernando Sembler acorda todos os dias por volta das 6h para iniciar a coleta. O café da manhã é oferecido pelo empregador, responsável por um centro de triagem irregular no centro, na região conhecida como “Cantão do Sapo”. Lá, outros nove homens dividem precários espaços entre velhas tábuas de madeira. É o único lar para alguns. “Ganho um teto e comida. Não posso reclamar.” Ele trabalha nas principais ruas de Lajeado faz pouco mais de dois anos. Mantém contato com comerciantes e combina horários de recolhimento. Antes disso, passou por outros empregos nos 30 anos de vida dura. Foi pintor de faixas de sinalização em rodovias e servente de pedreiro. Perdeu as contas de quantos “bicos” realizou para uma extensa lista de ex-patrões.

O catador diz receber até R$ 1 mil por mês. Em dias bons, pode chegar a R$ 70. Em dias chuvosos, nem metade. Ou ainda pior. Mesmo assim, Sembler não pensa em deixar o serviço que lhe consome toda a manhã e a tarde e, por vezes, parte da noite, sete dias da semana. “Não conseguiria voltar para uma firma com ambiente fechado”, diz. Ele afirma ser esse o pensamento da maioria dos colegas de profissão. “Tu acaba te acostumando com a rua. Me sinto bem caminhando o tempo todo. Só sairia se fosse para pintar rodovia de novo.” Todo o lixo recolhido é levado para o depósito da rua Barão do Santo Ângelo. Os “presentes” também costumam ser divididos com os patrões. “Eu ganho muitas coisas. Desde objetos pessoais a eletrodomésticos e comida. Tem muita gente boa na cidade. Mas tem quem não respeita. Que xinga. Que olha torto. Faz parte”, conta o pai de uma

menina, cujo contato se resume a um telefonema mensal. “Ela mora em Caxias do Sul. Quase não a vejo.”

Pouco estudo Vanderlei Maciel, 31, é natural do Paraná e também mora junto de um depósito de lixo, no Cantão do Sapo. Não sabe dizer onde nasceu, onde lembra ter vivido com a mãe e trabalhado em diversos subempregos. Com incerteza, diz ter chegado há 15 anos. “Faz um tempo já né. O mesmo tempo que trabalho catando papelão, papel. Também pego garrafa e latinha.” Do bolso, retira uma garrafa PET de 300ml, completa com um líquido transparente. “Tenho minha 'bebidinha'”, diverte-se. O catador paranaense tem dificuldade até para lembrar o próprio nome. “Perdi meus documentos todos, né.” Conta ter estudado até a 8a série, mas não lembra da idade que


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Reportagem: Rodrigo Martini

RODRIGO MARTINI

tinha quando saiu do colégio. “A gente acaba se enojando. Sabe? Acabei desistindo. Hoje me arrependo. Poderia ser alguém na vida.”

Cresce a “Vila dos Papeleiros” O ano era 2008, e a administração municipal já enfrentava os mesmos problemas de hoje em relação a ocupações irregulares de margens das rodovias. À época, pelo menos duas famílias se abrigavam ao lado da pista duplicada da BR-386, próximo ao trevo de acesso a Lajeado, no sentido capital-interior. Expulsas do bairro Santo Antônio, as famílias de catadores teimavam em deixar o novo local invadido. Esse, de responsabilidade do Dnit e da União. O governo municipal conseguiu, após série de reuniões e conflitos, convencer os catadores a aceitar um terreno localizado entre os bairros Igrejinha e Centenário, para onde foram encaminhados. Quase nove anos depois, o mesmo problema é constatado faz algum tempo – em maior escala – às margens da ERS-130, na área urbana de Lajeado, entre as empresas Imec e Docile. O local é chamado popularmente de “Vila dos Papeleiros” e gera preocupação para o poder público pela insegurança e falta de saneamento. Pelo menos 20 famílias vivem em ambas as margens da rodovia estadual. Casebres de madeira foram erguidos entre lixo e entulho. A área serve de depósito e centro de triagem irregulares de resíduos sólidos. Energia vem de terrenos vizinhos. Porcos, galinhas e cachorros dividem espaços. Tráfico de drogas, atropelamentos, prisões de foragidos, tentativa de homicídio e incêndios são registros desde 2013. “O caso é muito complicado. A área não nos pertence. Não podemos judicializar. E a presença deles incomoda os proprietários de áreas vizinhas”, comenta José Antunes, secretário de Meio Ambiente (Sema). Segundo ele, o empresário que comprou a área próxima à ERS-130 precisou construir uma casa de madeira para que uma das famílias aceitasse deixar o terreno dele. Além de lidar com o excesso de lixo e o mau cheiro. Apesar dos problemas, a secretária de Assistência Social (STHAS), Ana Reckziegel,

deira e facão e acabou morrendo na esquina das ruas Bento Rosa e 17 de Dezembro. Também há registros de furtos a residências e canteiros de obras.

Pavilhão perdido em 2011

Luís já foi pintor de faixas de sinalização e servente. Apesar das dificulades, gosta da “liberdade”

enaltece o fato de oito famílias estarem de mudança, em outubro, para os apartamentos populares construídos no Santo Antônio. “Tentamos com outras, mas elas resistem. Já tivemos profissionais ameaçados de morte naquela região.” O papeleiro Paulo Luís Volk, 45, descarta deixar o local que lhe garante uma renda média de R$ 700 por mês. “Não poderei ter um cachorro naqueles apartamentos. Saio se me derem um terreno onde eu possa trabalhar”, afirma, apontando para o terreno usado por ele e familiares para a triagem do lixo. A presença das famílias invasoras pode inviabilizar a tentativa de duplicação da rodovia.

Sequência de crimes preocupa A Secretaria de Saúde e também a Sthas costumam visitar as famílias em vulnerabilidade social. Os registros de violência são recorrentes. Nos últimos meses, tomaram proporções mais graves. No dia 24 de fevereiro, dois deles invadiram a casa do aposentado Gastão Koelzer, de onde furtaram plantas. Ao tentar intervir, a vítima acabou agredida com golpes de ma-

Completa quase cinco anos a polêmica sobre a construção de um pavilhão para centenas de catadores realizarem a triagem do lixo. Orçado em R$ 309 mil – mais R$ 81 mil de contrapartida –, o empreendimento emperrou na liberação dos recursos por parte do governo federal e depois pelas dificuldades de finalizar o processo licitatório. Por fim, após série de tentativas de licitar o projeto – empresas reclamavam de aglutinação de serviços –, o governo municipal acabou desistindo de contratar a empresa em 2011. Com isso, o recurso, que naquele momento estava garantido pela União, por meio da Caixa Econômica Federal (CEF), foi perdido.

Outros projetos ficam no papel

A gente acaba se enojando. Sabe. Acabei desistindo (de estudar). Hoje me arrependo. Poderia ser alguém na vida.”

No início de 2007, a Sema anunciava a intenção de cadastrar os catadores ou coletores de resíduos secos que atuavam ou residiam em Lajeado. O objetivo, segundo gestores na época, era “quantificar o número de pessoas envolvidas com a atividade e fornecer uma carteirinha para, oficialmente, habilitar o exercício em questão”. O projeto também previa o emplacamento dos carrinhos utilizados, além de identificação com jaleco e crachá dos papeleiros. Entre os benefícios previstos, gestores citavam que as normas impediriam que catadores de outros municípios atuassem em Lajeado. Passados quase dez anos da proposta, pouco evoluiu. A Sema não tem o número de papeleiros registrados na cidade. Em maio de 2012, a Sema e a Secretaria de Planejamento (Seplan) anunciavam a intenção de criar uma lei municipal para regrar os papeleiros em vias públicas. Outra vez, a ideia previa uso de um jaleco, e os carrinhos deveriam ser identificados com placa. Nada foi feito desde então.

Vanderlei Maciel Catador de lixo

continua >>>


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RODRIGO MARTINI

CDL tentou amenizar problemas Vistos diariamente entre veículos das principais vias, os papeleiros já foram tema de diversas reuniões da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Em abril de 2014, por exemplo, a entidade encaminhou aos associados uma correspondência com sugestão de horário para o depósito de materiais recicláveis nas calçadas de Lajeado. Tal solicitação, que teve ainda a aprovação do Conselho Municipal de Trânsito (Comtran), serviria para que itens como papelão, plásticos e garrafas PET estivessem à disposição do recolhimento só após as 18h. O objetivo era evitar que os papeleiros transitassem com os carrinhos em horários indiscriminados do dia. Dois anos depois, a medida teve pouca adesão.

Fórum e novas propostas Uma nova proposta de lei municipal foi encaminhada – após 26 meses de debates – pelo Fórum de Resíduos Sólidos Domésticos de Lajeado ao Executivo, Legislativo, Ministério Público (MP) e Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente. Produzido pelo grupo de pesquisa Práticas Ambientais e Redes Sociais da Univates e coordenado pela professora Jane Mazzarino, o estudo apresentou série de proposições para melhorar a coleta seletiva no município. Foi levado para representantes da Univates, Unimed, Corsan, secretarias de Educação, Sema, Parceiros Voluntários e Cooperativa de Catadores Sepé Tiaraju. O projeto estabelece princípios orientadores para a coleta seletiva. As quatro principais sugestões preveem mais fiscalização sobre a empresa coletora para que não misture resíduos, incentivos à separação e a disposição corretas pelos moradores, desenvolvimento da cultura de produzir composteiras caseiras e incentivos à organização de cooperativas de catadores. Também na câmara, Sérgio Kniphoff (PT) e Carlos Ranzi (PMDB) apresentam sugestões para a coleta seletiva. O petista encaminhou requerimento solici-

CRESCIMENTO PREOCUPANTE: ano a ano, mais famílias chegam à vila dos papeleiros e aumenta a dificuldade de removê-las

Valorização dos materiais

Em 2011: Cobre – R$ 7 kg Papelão – R$ 0,20 kg Alumínio – R$ 1,20 a R$ 2 kg

Em 2016: Cobre – R$ 9 kg Papelão – R$ 0,75 kg Alumínio – R$1,20 a R$ 2 kg

tando maior publicização de formas de construção de composteiras. Já o colega sugeriu, em 2013, instalação de 'ecopontos' para descarte de lixo seco na rua Santos Filho, no Parque dos Dick, e na av. Décio Martins Costa.

Apoio às cooperativas O secretário da Sema fala das dificuldades em controlar centros de triagem ilegais. Em relação ao Cantão do Sapo, conta que foi acordado – informalmente – que a empresa privada responsável por recolher o lixo separado pelas organizações de catadores realizaria o recolhimento todos os dias, evitando aglomeração. Além disso, o Executivo auxilia outras três cooperativas registradas. Duas delas, a Corevat e a CRC, receberam mais de R$ 1 milhão entre janeiro de 2014 e fevereiro de 2016. Uma delas recebe R$ 54 mil por mês e é responsável por receber, armazenar de dar destino final ao lixo seco do aterro sanitário. A outra ganha R$ 17,5 mil mensais para cuidar de eletrodomésticos, mobílias e pneus.

Estudo do Ipea define perfil Em 2014, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou relatório nacional sobre a situação dos catadores de material reciclável e reutilizável. Conforme o estudo, a categoria profissional, além de ser fortemente heterogênea em termos de inserção no mundo do trabalho, constitui o elo mais vulnerável na cadeia de valor da reciclagem. Segundo o estudo, a maioria são homens de cor ou raça negra, com relações de trabalho marcadas pela informalidade, com baixa escolaridade, baixa cobertura previdenciária e residentes em áreas urbanas com deficiências de infraestrutura domiciliar graves. Por outro lado, a renda média tem superado o patamar do salário mínimo em quase todas as regiões, menos no nordeste.


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Feriadão altera horários do comércio Maioria dos supermercados da região não atende nesta sexta-feira e no domingo Vale do Taquari

O

feriado prolongado modifica os expedientes do comércio regional e limita o atendimento de setores públicos. Todas as prefeituras fecham até segunda-feira. O atendimento em saúde fica restrito aos setores de urgência e emergência. No comércio, destaque aos supermercados: a maioria atende no sábado (veja tabela ao lado). Nesta sexta-feira, apenas as unidades da rede Imec e o Supper Rissul trabalham. No domingo, abrem dois supermercados na região: as lojas da Languiru em Teutônia e Bom Retiro do Sul. O comércio em geral atende só no sábado.

Apreensão nas estradas O feriadão de Páscoa é conhecido como um dos mais violentos no trânsito gaúcho, o que

mobiliza órgãos envolvidos na Operação Viagem Segura. Integrantes da ação se reuniram na quarta-feira para planejar as medidas a serem desenvolvidas nestes feriadão. Considerando dados de 2007 a 2015, o feriado de Páscoa registrou uma média de 7,3 mortes por dia. Em termos de violência no trânsito, fica apenas atrás do Dia das Mães, que contabiliza uma média de 8,9 mortes por dia, do Dia do Trabalho (7,5) e do Dia dos Pais (7,4). A média geral dos feriados e datas comemorativas nesses últimos nove anos foi de 6,6 mortes/dia. No ano passado, foram 36 mortes nos quatro dias, número 66% maior se comparado a 2014. A maioria dos acidentes entre 2007 e 2015 aconteceu no primeiro dia de feriadão. Cerca de 65% das mortes foram nas rodovias – 20 na BR-386.

FIQUE ATENTO AOS HORÁRIOS

Principais supermercados da região Desco – Nesta sexta-feira, fechado. Sábado, das 8h às 20h. Domingo fechado. Imec – Lajeado: unidade do Florestal atende das 8h30min às 20h30min nesta sexta-feira. E das 8h às 20h30min no sábado. Não abre no domingo. A unidade do centro abre das 8h30min às 21h nesta sexta-feira. No sábado, das 7h30min às 21h e não abre domingo. Estrela: sexta-feira e sábado abrem das 8h à 20h. Domingo, ambas unidades fecham. STR – Nenhuma unidade atende nesta sexta-feira e no domingo. No sábado, abrem

das 7h30min às 20h. Rissul – Lajeado: nesta sexta-feira, atende das 9h às 21h. No sábado, das 9h às 22h. Não abre no domingo. Maxxi – Lajeado: não atende nesta sexta-feira e no domingo. No sábado, abre das 8h às 21h. Dália – Encantado: não atende nesta sexta-feira e no domingo. No sábado, abre das 8h30min às 19h. Arroio do Meio: abre apenas no sábado, das 8h30min às 19h30min. Languiru – Todas unidades fecham nesta sexta-feira. Sábado das 8h às 19h. Domingo abrem as unidades de Teutônia e Bom Retiro do Sul.

Outros estabelecimentos Shopping Lajeado Lojas: abertura facultativa, das 13h às 19h, nesta sexta-feira e no domingo. No sábado, das 10h às 22h. Praça de alimentação: nesta sexta-feira e domingo, das 11h às 22h. No sábado, das 10h às 23h. Bancos Feriadão: agências encerraram expediente na quinta-feira e retornam na segunda-feira. Saúde Em Lajeado, postos estão fechados. Até segunda-feira, o atendimento ocorre na UPA.


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Vendas em feiras surpreendem piscicultores Semana Santa corresponde a 80% da comercialização. Quilo é cotado a R$ 10 GIOVANE WEBER

Vale do Taquari

N

este período de Quaresma e Semana Santa, a procura por pescados aumenta. A época é responsável pela venda de 80% da produção total. Segundo o coordenador de projetos de Piscicultura da Emater, Henrique Bartels, no ano passado, foram comercializadas 3.224 toneladas de pescado, apenas da produção em cativeiro no RS, estimada em 17 mil toneladas por ano. Para 2016, o levantamento projeta um crescimento de 30%, com a quantidade podendo chegar a quase 4,2 mil toneladas, em 395 feiras. Também é esperado um incremento no valor médio pago ao produtor, que deve passar de R$ 9,66 para R$ 11,88, alta de 23%. Em Estrela, um dos maiores produtores da região, até o meio-

Oferta de pescado na Semana Santa em 98 feiras na região chegou a 385 toneladas. Preço médio ficou em R$ 10 o quilo

-dia desta sexta-feira é projetada a venda de oito toneladas de peixes, das espécies carpa (pra-

teada, húngara, cabeça grande e capim) e tilápia. O preço do quilo varia entre R$ 8 e R$ 10. Os peixes

também podem ser levados eviscerados e limpos, ao custo de R$ 2,50 por unidade. Conforme o médico-veterinário, Alberto Luiz Volkmer, apesar de serem realizadas duas feiras por mês, é durante a Páscoa que a procura é maior. “Tem produtor que vende 100% dos peixes na Semana Santa.” O movimento durante a semana surpreendeu. Mais de 1,5 mil pessoas passaram pelo local desde segunda-feira. Ao todo, 30 profissionais, entre produtores e servidores da Secretaria da Agricultura, se revezam para atender os pedidos e limpar o pescado. O programa de incentivo im-

plantado pela Emater e Secretaria da Agricultura projeta aumentar a oferta de peixe em 40% até 2020. Hoje são 45 piscicultores, cuja produção anual alcança uma média de 15 toneladas. “Queremos oferecer o produto semanalmente. Aos poucos as pessoas descobrem os benefícios à saúde e incluem o pescado no cotidiano.” O aposentado Flávio Brum, de Estrela, chegou cedo para comprar. Ele prefere o peixe vivo ao vendido em mercado. “É mais saudável. Com problemas estomagais e digestivos, troquei a carne vermelha pela de peixe.” Além de Estrela, a venda ocorre até o meio-dia desta sexta-feira em Lajeado, na feira do produtor.

Escape de fraudes Em 2015, fiscais federais agropecuários flagraram troca de espécies, adição de água e outros problemas em uma de cada quatro amostras coletadas, 23% das porções recolhidas. Uma operação especial iniciou no dia 16 de fevereiro em oito estados. O tipo de fraude mais comum é a troca de espécies nobres, de alto valor como bacalhau e linguado, por de menor valor comercial, como polaca-do -alasca e panga. De acordo com o fiscal federal Rodrigo Mabilia, é preciso ficar atento a preços muito “convidativos” e que não são compatíveis com aquela espécie.

DICAS PARA A COMPRA – Os olhos precisam estar transparentes – Escamas brilhantes, bem presas à pele – As guelras devem ter uma cor rosada ou vermelha sanguínea – No açougue ou no supermercado, peixe fresco deve estar em balcão frigorífico conservado em gelo, com temperatura entre 0º e -18ºC – Confira na embalagem do peixe congelado a data de acondicionamento e o prazo de validade – Congelado perde peso, sabor e consistência – Confira se a embalagem não está aberta


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Indústrias alimentícias lideram valor adicionado Arrecadação do comércio também é destaque, mas crise ameaça desempenho geral nos próximos dois anos ARQUIVO A HORA

Lajeado

O

governo do Estado divulgou a lista das cem firmas que mais contribuem para formar a arrecadação municipal. Referentes a 2014, os números refletem o recolhimento de ICMS e IPI nas empresas. De acordo com o secretário da Fazenda (Sefa), José Carlos Bullé, o índice representa o total agregado sobre o custo de uma mercadoria ou serviço. No caso de uma empresa que compra um sapato por R$ 100 e vende por R$ 150, o valor adicionado corresponde a R$ 50. Na comparação com o ano de 2013, houve pouca alteração en-

tre as dez maiores contribuintes. As cinco empresas que lideram o ranking fazem parte do setor de alimentação. O destaque fica para a Fruki bebidas, que subiu duas posições na lista. Empresas de ramos distintos estão entre as que mais cresceram no período. Em primeiro lugar, está a Retromac, que subiu 34 posições na lista. Em seguida, aparecem Color Tintas, Lojas Becker e Comércio de Medicamentos Brair. O Jornal A Hora avançou 18 posições, 7º melhor desempenho no quesito. Ao todo, 16 empresas ranqueadas em 2013 deixaram a lista. Entre as que não apareciam no ano anterior, destaque para a Mondial

Veículos, que alcançou a 27ª posição em 2014. Para a economista e presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Cíntia Agostini, o ranking mostra uma certa estabilidade na economia do município. Lembra que 2014 foi o primeiro ano em que o país enfrentou sinais de crise econômica. “As empresas que cresceram na época demonstram capacidade de avançar”, aponta. A liderança de empresas do setor alimentício reforça as características regionais, de uma cadeia voltada para a produção de alimentos, mas não dependente de um único tipo de produto.

As cinco empresas que lideram o ranking fazem parte do setor de alimentação

Temos que controlar os gastos para fechar as contas no fim do ano.” A Hora – Os valores divulgados pelo Estado são referentes à 2014, antes das principais consequências da crise econômica. O que esperar dos próximos anos? José Carlos Bullé – Tem um aspecto importante que faz Lajeado ser diferente das outras cidade. Nossa economia é muito diversificada. Isso acaba equilibrando um pouco as coisas em tempos de crise. Quando o comércio não vai bem, a indústria compensa. Em algumas cidades, o impacto é maior pela dependência de algum setor. Mesmo assim, sentimos os impactos da crise. De que forma a instabilidade econômica deve impactar na arrecadação municipal e qual o posicionamento dos gestores diante dessa situação? Bullé – Todos devem manter a cautela. Temos feito reuniões no conselho de secretários do Estado e o consenso é de controlar gastos. Por isso, tivemos esse recente embate na questão do reajuste dos servidores. Nós gostaríamos de dar um aumento

maior, mas não temos capacidade financeira. Hoje, o público tem uma lógica de funcionamento onde temos um orçamento que é na verdade um planejamento. Nada garante que vamos arrecadar esse valor. Temos que controlar os gastos para fechar as contas no fim do ano. Quais os setores mais afetados pela crise em Lajeado? Bullé – Tínhamos uma situação bastante privilegiada no setor de construções. Em média, 2,5 mil imóveis eram construídos por ano na cidade, índice que nenhuma cidade do país alcança. Porém, esse número já reduziu e a tendência é parar tudo. Mas a economia como um todo sofre e a tendência é continuar sofrendo. Com a alta da inflação e o aumento do desemprego, a máquina não gira. Comércio deixa de vender, os serviços deixam de ser demandados, investidores não investem porque o risco fica mais alto. Quem mais sofre com isso é a população de baixa renda, porque depende do trabalho para sobreviver.

O município teve aumento no número de empresas registradas, principalmente na modalidade de Micro Empresa Individual (MEI). Como essa modalidade contribui para a arrecadação? Bullé – Embora o objetivo seja louvável, de gerar emprego, renda e tirar pessoas da informalidade, o município acaba arrecadando menos. O que observamos é um movimento contrário. Empresas que já estavam consolidadas estão migrando para o MEI. Se não houver uma medida quanto a isso, haverá um colapso tributário. O MEI não é obrigado a omitir nota, então, como vamos fiscalizar a sonegação? Ficamos sem ferramentas para isso. Não sou contra o MEI, o problema é que no Brasil tudo se dá um jeitinho. Como a sonegação impacta nos cofres públicos e quais as medidas para evitar esse problema? Bullé – Quando assumimos o governo, identificamos falta estrutura para fiscalizar. A falta de investiga-

ções é um incentivo à ilegalidade. Nossa primeira providência foi contratar quatro novos fiscais. Mesmo assim, não foi suficiente para atender a demanda represada. Depois disso, iniciamos uma série de ações. Para se ter uma ideia, em 2012 arrecadamos em torno de R$ 250 mil por meio de auditorias. Em 2013, o número passou para R$ 350 mil e, no ano seguinte, R$ 3,7 milhões. Em 2015, foram R$ 5 milhões. Em quais setores a arrecadação municipal pode evoluir? Bullé – Principalmente nos serviços, onde o que se arrecada não equivale ao potencial de Lajeado. Existem muitos problemas, alguns por esquecimento, mas também casos de sonegação mesmo. No momento que você consulta com um médico e ele não dá nota, existe chance de sonegação. Isso acontece em vários segmentos. Todo contribuinte que contrata um serviço e deixa de exigir nota, ajuda os sonegadores.


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Reportagem: Thiago Maurique

“Com essa diversificação, se um setor não for tão bem, outro consegue compensar. Por isso demoramos mais para sofrer os efeitos da crise”, avalia. Segundo ela, a produção de alimentos é menos afetada pela redução do consumo.

Tendência de queda Para os próximos dois anos, Cíntia prevê redução na arrecadação motivada pela retração na economia. “A tendência é de queda generalizada”, relata. Após um 2015 com queda de 3,8% no PIB brasileiro, a previsão para 2016 é de desempenho semelhante. “A retração no acumulado chegará perto dos 8%”, ressalta. O resultado reflete na empregabilidade, com frequentes reduções no número de vagas. Conforme a economista, apesar de o RS ter registrado saldo positivo de empregos em fevereiro, os números refletem setores específicos, como o calçadista, favorecido pela alta do dólar, e a indústria do tabaco, cuja safra iniciou recentemente. “Entre janeiro e fevereiro de

10 QUE MAIS SUBIRAM DA LISTA DE 2013 Empresas

2013

2014

Subiu

PERCIO EDUARDO KLAUS

87ª

53ª

34

COLOR TINTAS LAJEADO LTDA

86ª

57ª

29

LOJAS BECKER LTDA

65ª

37ª

28

COM DE MEDIC BRAIR LTDA

90ª

63ª

28

ZEBU SISTEMAS ELETRÔNICOS LTDA

60ª

24ª

24

WICKERT VIDROS S A

84ª

64ª

20

JORNAL A HORA LTDA

83ª

65ª

18

COMVESA VEÍCULOS E PECAS LTDA

63ª

48ª

15

STW SOLUCOES EM AUTOMACÃO LTDA

73ª

58ª

15

10ª

FOLHITO IND E COM DE ADUBOS ORGÂNICOS

58ª

45ª

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2016, a produção industrial caiu 11% no RS, o que deve comprometer os próximos resultados”, assinala. Segundo ela, a recuperação do crescimento gaúcho demandará de grande esforço de todos os setores.

Carga tributária Cíntia ainda ressalta o merca-

do informal, que representa 40% da mão de obra economicamente ativa. “São atividades que não recolhem impostos por não estarem formalmente constituídas, representando um rombo na arrecadação.” Para ela, parte da sonegação é fruto da ideia de que temos uma alta carga tributária que não re-

sulta em benefício da sociedade. Por outro lado, questiona se as empresas sonegam porque os impostos são altos, ou se os tributos são elevados devido à sonegação. Na avaliação de Cíntia, a discussão só será superada a partir de uma ampla reforma tributária, que resulte maior recolhimento com base na renda ao invés do consumo. “Quando compra um produto, um executivo com altos salários paga a mesma quantia de ICMS que um operário.” Cita como exemplo as duas principais propostas discutidas: a volta da CPMF e a alíquota de Imposto de Renda progressivo sobre ganhos de capital. Segundo ela, em ambas o imposto é proporcional à capacidade financeira do contribuinte. “São mais justos, mas sofrem grande rejeição porque não vão substituir outros tributos, e sim acrescentar novas alíquotas”, aponta. De acordo com a economista, tanto o Estado quanto a União aumentam os impostos para cobrir rombos orçamentários.

Empresas que lideram ranking 1

BRF S/A

2

CIA MINUANO DE ALIMENTOS

3

FLORESTAL ALIMENTOS S A

4

DOCILE ALIMENTOS LTDA

5

BEBIDAS FRUKI S A

6

BENOIT ELETRODOMÉSTICOS LTDA

7

ATLAS BRASIL CALCADOS LTDA

8

IMPRA E EXPRA DE CEREAIS S A

9

RODOVALE IND E COM DE EQUIP RODOVS LTDA

10

DISTRIB DE PROD DE PETRÓLEO CHARRUA LTDA

11

SIND DOS TRABALHADORES RURAIS DE LAJEADO

12

MOVESCO IND E COM DE MóVEIS ESCOLARES LTDA

13

BRASDIESEL S/A COML E IMPRA

14

MOTOLÂNDIA LAJEADO LTDA

15

DIPESUL VEÍCULOS LTDA

16

TRITEC EQUIP LTDA

17

ASSOC RUR DE LAJEADO

18

DISTRIB DE BEBIDAS F ANTONIO CHIAMULERA LTDA

19

GRAF COMETA LTDA

20

REFRICOMP IND DE COMP PARA REF LTDA


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Diretoria pretende integrar o agronegócio Pedro Antônio Barth assume a presidência da Cacis em abril e estipula inovações ANDERSON LOPES

Estrela

O

novo presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços, Pedro Antônio Barth, pretende atrair mais associados. Para ele, o empreendedor rural precisa participar das entidades representativas locais, visto que se trata de uma classe que movimenta 30% da economia da cidade. A proposta é embrionária, mas começa a ser disseminada nas comunidades que trabalham no setor primário. Vereador por 14 anos, Barth tem uma história de envolvimento comunitário. Promoveu campeonatos de futebol, dos quais todas equipes saíram no lucro, pois a gestão financeira das festas organizadas possibilitou a construção de alambrados na maioria dos campos. “É isso que quero buscar com a equipe, um espírito comunitário, pois aqui ninguém ganha, é tudo voluntário.” Barth foi convidado a presidir a Cacis no dia 18 de janeiro. Antes de aceitar, consultou a família. Ele é proprietário de uma empresa de transportes. A Cacis é a união da Câmara de Dirigentes Lojistas com Associação Comercial e Industrial. Além de Estrela, Venâncio Aires e Teutônia seguem a mesma proposta. As associações têm objetivos comuns: trazer exemplos de sucesso, palestras e profissionalização. “Muitas vezes, era preciso se associar nas duas entidades, mas essa junção facilitou isso.”

mento. “Precisamos ver que estamos num ponto privilegiado no Vale e temos áreas inexploradas, à beira da rodovia.”

Ao invés de crise, crie

Gestão conta com experiência comunitária e equipe homogênea. Intenção é trazer o empreendedor rural ao meio empresarial

SERVIÇOS AOS ASSOCIADOS A ideia é incentivar a formação. Parcerias com a Fiergs, Federasul e AGV são imprescindíveis para atrair novos investimentos na cidade. As visitas técnicas contribuem para melhorar o produto e a forma de comercializá-lo. Cursos qualificam empresários e funcionários. A Cacis oferece aos associados

A intenção é desenvolver ações integradas entre os setores. Segundo Barth, o pequeno comerciante tem a oportunidade de trocar ideias com grandes empresários.

consultas ao SPC, convênio odontológico, pesquisa salarial, cooperação técnica, palestras e feiras. A cidade conta com duas grandes indústrias que realizam exportação para toda América Latina. Para isso, é preciso a emissão do certificado de origem, emitido pela Cacis.

Um dos principais desafios é manter o associado e atrair novos. Esses terão como contrapartida das contribuições as palestras, feiras e visitas técnicas. A organização da Multifeira

2017 é outro ponto de atenção maior, segundo o novo presidente. Deverá manter-se no mesmo lugar da última edição – o Porto de Estrela.

Planejamento O planejamento estratégico da Cacis foi traçado para até 2035. Foi elaborado com a participação de profissionais da Faculdade La Salle, poder público e associações. Nele consta a expansão rural da cidade, em áreas ainda improdutivas. “A localização de Estrela é estratégica, mas estamos virados de costas para o rio e para a BR-386. Precisamos rever isso.” A questão do turismo tem muito a ver com esse reconheci-

A crise política e econômica que afeta o país atingiu todos os setores. A confiança dos investidores pode ser o maior deles. Barth afirma que a região não sofreu tanto dano, pois é forte no setor alimentício – algo que não foi tão afetado. “Somos referência na produção de alimento. São 41 milhões de litros de leite produzidos por dia aqui na cidade. No setor de frangos, somos o segundo maior do estado.” Na maior crise política desde o início do Governo Dilma, o Brasil enfrenta uma onda de interrupções nos investimentos. As construtoras de asfalto foram bastante afetadas, segundo ele. “As pessoas acham que não é hora de investir, pois estão esperando as coisas acalmarem”. Por outro lado, é na crise que as novas ideias surgem e, junto, os casos de sucesso. “As oportunidades surgem quando se vai ao encontro delas.” O futuro presidente disse ainda que a crise não atingiu todos os empresários. “Os pequenos sofreram perdas, mas os grandes ganharam muitos incentivos.” Para ele, a crise não deve ser desculpa. “É momento de criar, de pôr em prática novas ideias. Para Barth, quem conseguiu ter boa gestão terá boas oportunidades.


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Nova escola garante atendimento integral Governo municipal inaugurou colégio Ireno Bohn DIVULGAÇÃO

Mato Leitão

A

primeira escola municipal de Ensino Fundamental foi inaugurada nesta seman, com atendimento em turno integral. O nome da instituição é uma homenagem póstuma ao ex-vereador e líder comunitário, Ireno Bohn. Hoje 55 crianças, até o 4o ano, são atendidas durante todo o dia. De acordo com a secretária de Educação, Cultura e Desporto, Edelvani Maria Loblein, a implantação do Ensino Fundamental será gradativa e de acordo com a demanda apresentada pela comunidade. Segundo ela, a nova escola tem infraestrutura suficiente para atender até 150 alunos. “Até agora criamos uma série a mais a cada ano, se os pais continuarem matriculando os filhos, nós podemos continuar com essa ampliação”, comenta. A prédio principal é dividido em três blocos, de acordo com o padrão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo custeio da obra. Em um setor ficam a cozinha, a lavanderia e os sanitários; no outro, a sala de professores e equipe diretiva. No terceiro, seis salas de aula. Conforme Edelvani, complementam a estrutura da edificação um saguão aberto, uma área onde serão instalados os

Próxima etapa será implantar aulas do Ensino Médio na escola Ireno Bohn

brinquedos e há espaço para a construção de salas de informática e biblioteca. Os recursos obtidos por meio do FNDE, revela, chegam a quase R$ 1 milhão. A conclusão da

obra e a execução de acabamentos, aterramento e correções de terreno, construção de muros e colocação de grandes, recorda, foram bancadas pela administração municipal.

ATENÇÃO AOS ALUNOS De acordo com Edelvani, a inauguração veio em boa hora, pois a falta de um lugar adequado para receber crianças cujos pais precisam trabalhar era uma reclamação recorrente. “Ninguém quer ir para o trabalho e deixar o filho sozinho, correndo riscos, ou sem nenhuma ocupação”, pondera. Segundo ela, o objetivo é

ampliar a atuação da escola disponibilizando cada vez mais atividades e aprimorando o espaço. Um terreno, que comporta a construção de um espaço coberto, com quadra de esportes, já foi sugerido. Também há a intenção de construir um local multifuncional. “É uma ideia bem inicial, mas estamos procurando caminhos para conseguir um ginásio”, conclui.

Pavimentação acaba com poeira e barro na rua José Leopoldo Keller Estrela A empresa Treviplan Engenharia finalizou a pavimentação de 1,4 mil metros da rua José Leopoldo Keller, no bairro das Indústrias. O trecho asfal-

tado está entre a avenida Augusto Frederico Markus e o calçamento já existente. Morador do local faz 20 anos, o frentista Airton Relly, 51, comemora o fim da poeira e barro. “Está fazendo a diferença.”

O secretário do Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Marco Wermann, frisa que a execução da obra é fruto de um trabalho coletivo, envolvendo o governo municipal e moradores.

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Burocracia compromete o tratamento para diabéticos Empresas demoram até 40 dias para entregar medicamentos MACIEL DELFINO

Teutônia

A

lém de conviver com doença crônica, os portadores de diabetes têm o tratamento comprometido pela burocracia. As licitações por tomada de preço exigem várias empresas com menor valor por item. Quando o primeiro colocado na lista é chamado, nem sempre tem o necessário para atender a demanda. Às vezes, a espera pode chegar a 40 dias. O resultado é a frustração e a despesa de quem depende do repasse público. O drama ocorre faz anos, desgasta o poder público e preocupa os diabéticos. Quando tinha 15 anos, Kevin Caroline, 20, sentiu-se mal. No hospital, os médicos constataram que a jovem estava com diabetes tipo 1. Ela ficou um mês e meio internada para exames e teve de esperar a liberação para receber os medicamentos pelo posto de saúde. Para controlar a disfunção do pâncreas, recebeu um kit com medidor de glicemia, fitas, Insulina Regular Humana e NPH. A orientação era que retirasse todos os meses no Centro Avançado de Saúde, em Canabarro. No primeiro ano, recebia seringas com 12 mm, quando o recomendado é 4mm. Há cinco anos convivendo com a doença, Kevin calcula o gasto de R$ 4.198 na compra do material que deveria ser fornecido pelo Estado e Executivo. “Sempre falta alguma coisa ou atrasa e quem tem diabetes não pode esperar.” Por dia, ela precisa de quatro fitas para medição e faz seis aplicações. Em um mês, gasta R$ 400

DRAMA FAMILIAR Carol Birkheuer, 17, descobriu a doença quando tinha 7 anos. Desde então, os pais pleitearam os medicamentos pelo Estado. Depois do processo, a insulina nunca faltou. No entanto, a rotina teve de ser alterada por causa do diabetes. Segundo ela, mesmo com a aplicação diária da NPH, o índice glicêmico varia muito. “Eu não consigo controlar. No ano passado, antes da Páscoa, desmaiei de madrugada porque a glicose estava muito baixa. Isso mobiliza toda a família”, diz. Embora já praticasse esportes, a jovem passou a se dedicar mais a corridas e caminhadas. Em 2013, ela passou a andar de cavalo e sentiu alívio nos sintomas. “Me ajuda muito.”

Responsabilidades Com diabetes desde os 15 anos, Kevin gasta mais de R$ 4 mil com materiais que deveriam ser fornecidos pelo Estado

“Para mudar de distribuidora ou laboratório, temos que dar todas as chances. [...] O resultado é o sofrimento da comunidade” Marlene Metz Secretária de Saúde

com os dois tipos de insulina. O pacote de agulhas para caneta com cem unidades custa R$ 113. “A parte mais chata do diabetes é quando falta insulina no posto. Às vezes deixo de pagar uma conta ou peço dinheiro emprestado porque tenho que comprar”, diz.

Secretaria reconhece o problema Conforme a secretária de Saúde, Marlene Metz, o problema é recorrente e as soluções parecem distantes. A tomada de preços segue um trâmite, no entanto, as empresas não dão garantia de que realmente têm os medicamentos em estoque, diz. Quando o município precisa, eles são

contatados e têm o prazo de até 30 dias para atender o pedido. “Para mudar de distribuidora ou laboratório, temos que dar todas as chances. Se não conseguirem, devemos ingressar na Justiça e isso demora. O resultado é o sofrimento da comunidade”, admite. Outro fator que dificulta o sistema é o atraso dos repasses para compra dos medicamentos. Para os diabéticos, o Estado investe R$ 0,50 por pessoa a cada ano. Além disso, a irregularidade no prazo do depósito exige que o município aplique recursos para garantir o tratamento. O valor para 300 caixas de insulina chega a R$ 10 mil e cada paciente tipo 1 retira duas caixas por mês.

O Ministério da Saúde é responsável pela distribuição dos medicamentos aos estados que repassam aos municípios. Por mês, a Secretaria de Saúde da cidade recebe até 300 caixas de NPH e 30 de Insulina Regular Humana. Além disso, são ofertadas as insulinas Aspart, Glargina e Lispro. Para solicitar, o paciente deve apresentar a documentação no Centro Avançado de Saúde, em Canabarro, e preencher o cadastro. A documentação é encaminhada ao governo para avaliação dos laudos e liberação. A administração municipal é responsável pela compra de fitas HGO, seringas, dispositivo medidor de glicemia, agulhas para caneta e refil de insulina. Além disso, dispensa Gibenclamida e Mesformida 850 mg.


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Serraff apresenta complexo industrial Indústria investiu R$ 4,5 milhões na ampliação e modernização das instalações Arroio do Meio

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ma das empresas mais tradicionais do município, a Serraff – Indústria de Trocadores de Calor apresentou ao poder público, nesta semana, o novo complexo industrial. Nestes três últimos anos, foram investidos mais de R$ 4,5 milhões no centro administrativo, na ampliação do pavilhão de produção e na otimização do espaço existente para melhorias de infraestrutura, totalizando cinco mil metros quadrados de área construída. A ampliação começou no fim de 2012. Além das obras, a empresa comprou uma área lateral, espaço que permite mais mobilidade à rotina. No ano seguinte, a administração municipal assinou contrato para o repasse de R$ 550 mil

à Serraff, como forma de incentivo ao desenvolvimento. Em contrapartida, a indústria deve permanecer no município por, no mínimo, cinco anos. “Uma empresa que nasceu, cresceu e se desenvolveu aqui, gerando emprego e renda para a comunidade. Temos que incentivar e nos orgulhar”, salienta o prefeito Sidnei Eckert. Instalada às margens da ERS130, em São Caetano, a Serraff é especializada na produção e venda de linhas de condicionadores de ar, refrigeração e evaporadores de ar forçado. Com 28 anos de atuação no mercado nacional e o recente ingresso no internacional, com exportação para o Uruguai, a empresa conta com 90 funcionários diretos. A eles, disponibiliza biblioteca, refeitório e espaço de estar.

O prefeito Eckert, o vice Áurio Scherer, o coordenador das Secretarias Klaus Werner Schnack e outros secretários visitaram o complexo. O grupo foi recepcionado pelos diretores João Carlos Scheibler, Marinês Capoani Scheibler e Vanderson Scheibler.

Entenda A Serraff foi fundada em 6 de outubro de 1987. Começou em um prédio alugado, de 230 metros quadrados. Em 1995, transferiu as instalações para um terreno de 6,7 mil metros quadrados, com cerca de 2,8 mil metros quadrados de área construída. O comprometimento da empresa garantiu Certificação ISO 9001 em 2002. No mesmo ano, aderiu ao uso de um Sistema de Informação e Gestão Integrada (ERP). Em 2009, a Serraff lançou o primeiro evaporador de ar forçado, o Visa Classic. Dois anos depois, foram lançados o Visa Duo e o Visa Classic versão SLIM.

GIRANDO SOL INAUGURA PARQUE Na próxima semana, uma das maiores empresas do município e uma das principais fabricantes nacionais de produtos de limpeza, a Girando Sol, inaugura o novo parque fabril. O espaço integra a matriz e duas filiais, o que condiciona à indústria maior agilidade, ritmo, produtividade e redução nos custos. A cerimônia ocorre na sexta-feira, 1o de abril. Considerada uma das mais modernas estruturas do segmento na Região Sul, recebeu investimento superior a R$ 45 milhões, entre recursos próprios e financiamento via BNDES. As obras do novo parque, no bairro São Caetano, começaram em abril de 2011. São 22 mil metros quadrados de área construída, em um terreno de 146 mil metros quadrados.


Cidades

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Associação comercial empossa diretoria Presidente Tonin pretende estimular ações de superação pelo comércio e indústria DIVULGAÇÃO

Encantado

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nova diretoria da Associação Comercial e Industrial de Encantado (Acie) tomou posse nessa terça-feira. A equipe apresenta nomes conhecidos da classe, o presidente é Marcos Tonin, empresário do setor hoteleiro. A vice é Renata Gagliotto, que coordenou a gestão do ano anterior. De acordo com Tonin, o cargo representa um grande desafio, cuja dimensão é extrapolada em função da atual conjuntura político-econômica. Para ele, apesar de inédito, tal contexto pode abalar, mas não afetará drasticamente a indústria e o comércio, em função de um fator que se destaca na região. “Essa é também uma crise de moralidade, problema que não coincide com nossas características”, pondera. Diante de tais circunstâncias, sugere, a Acie deve reforçar a bus-

Diretores foram nomeados durante evento nessa terça. Uma das metas é fortalecer as parcerias com entidades locais

ca por alternativas que contribuam com as atividades empresarias locais. “Dando todo o apoio e orientações possíveis para que todos possam de escudar das consequências que podem surgir até o restabelecimento da normalidade político-administrativa do

país”, comenta. O plano de ação do novo presidente ainda não foi formatado, mas entre as metas assumidas está o compromisso em dar andamento aos bons projetos implantados pela gestão anterior. Ela, segundo Tonin, implantou uma

dinâmica de trabalho que criou um novo perfil para o modo de operar dos associados. Renata, revela, foi a primeira mulher a assumir a direção da Acie, de modo que a permanência na atual equipe foi uma decisão simples. Para Tonin, ela represen-

ta a figura de todas as mulheres que buscam espaços na administração de grandes empresas, e a ocupação de cargos públicos e representação de classes. Considera a permanência da colega um meio de fortalecer e encorajar uma reação do mercado local diante das dificuldades impostas por aquilo que julga ser “uma triste passagem histórica”. “O Vale do Taquari é privilegiado, pois é uma região composta por empresas fortes que formam um grande polo.” Para ele, a fragilidade econômica afeta a região em pequenas proporções, o que não deixa de ser preocupante. Segundo ele, é possível contornar o crescente número de demissões com uma mudança de atitude. “Já é possível perceber que as empresas estão buscando novas estratégias para conseguir equilibrar os negócios, diante do encolhimento do mercado”, conclui.

Município altera pista para reduzir filas

Antes de cair em um penhasco, motorista salta do veículo BM/DIVULGAÇÃO

Canudos do Vale

Lajeado

O motorista de um furgão sofreu escoriações ao saltar do veículo para evitar a queda em um barranco de Alta Forquetinha. O acidente aconteceu às 15h30min dessa quarta-feira, na ERS-421. Claiton Luís Appel, 43, morador de Santa Clara do Sul, foi encaminhado ao Hospital Bruno Born. De acordo com a Brigada Militar, ele perdeu o controle do veículo e pulou antes da queda de cerca de 80 metros. Ele foi ajudado por moradores para voltar à estrada e receber atendimento médico. Em 2011, também no município, três pessoas morreram em um acidente similar. Na época, os moradores de Baixo Canudos se deslocavam para a Festa do Colono em um Fusca, perderam o controle e caíram no arroio. Dos quatro passageiros, um sobreviveu.

O Departamento de Trânsito faz alterações em vias movimentadas para evitar congestionamentos. Uma das principais é a rua Bento Rosa. De acordo com o diretor do Departamento, Euclides Rodrigues, a largura da pista foi alargada para permitir filas duplas. Outro mudan-

ça é a criação da rótula da rua Dr. Parobé, no centro antigo. Conforme a administração, o local causava reclamações sobre tráfego de veículos em alta velocidade. O Departamento de Trânsito também vai instalar 250 placas com nomes de ruas. O trabalho inicia na segunda-feira. Outras 200 sinalizações estão encomendadas. DIVULGAÇÃO

Veículo ficou destruído depois da queda de 80 metros. Motorista se salvou

Executivo alargou pista da rua Bento Rosa para reduzir engarrafamentos


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Cidades

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Expoagro Afubra fatura R$ 10 mi a menos Feira voltada ao pequeno produtor trouxe alternativas para diversificar lavoura ANDERSON LOPES

Vale do Rio Pardo

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ntre as 80 mil pessoas que passaram pelo parque nos três dias de feira, estava o casal Heine e Astri Eifert, de Sinimbu. Eles foram em busca de alternativas para diver-

sificar a propriedade. Ao deixar o emprego de marceneiro, ocupado por dez anos, Eifert voltou a cultivar fumo ao lado da mulher. Por ciclo, plantam 30 mil pés. Com a área acidentada, imprópria para a produção de grãos e uso de máquinas, o tabaco virou

uma das únicas alternativas rentáveis, tendo em vista o lucro proporcionado por hectare. Para tentar manter os filhos Jonatan, 11, e Diógenes, 7, no meio rural, aposta no cultivo de hortaliças, produção de frutas e leite, média de 80 litros por dia. No entanto, todas as opções esbarram na falta de mão de obra, orientação técnica e oscilação do preço. Outro investimento feito há um ano é a criação de frangos caipiras e galinhas poedeiras, cuja produção chega a quatro dúzias por dia. “Tudo se vende, mas são ciclos. Às vezes falta e outras épocas sobra.” Fernando Waechter, 27, acompanhou o pai Ildor, 56, e a mãe Neli, 54, e reclama da falta de incentivos para os jovens permanecerem na lavoura. “Nem sinal de internet tem. Como nossa área é pequena, para obter uma renda boa, é preciso plantar fumo. A fruticultura seria uma alternativa, mas sem orientação técnica e garantia de mercado, nem adianta

Suco dos irmãos Rabaiolli surpreendeu o público. Meta é buscar novos clientes

investir por conta.” O presidente da Afubra, Benício Werner, avaliou que o maior ganho do evento foi a troca de experiências. “Mostramos ao produtor novas opções e colocamos à disposição profissionais com conhecimento para ajudá-lo a diversificar a lavoura.”

Queda no faturamento Embora o número de visitantes

tenha sido menor em relação ao ano anterior – 84 mil – e o volume de negócios de bancos e expositores tenha registrado queda de R$ 10 milhões (receita em 2015 – R$ 49 milhões), o resultado não desanimou os organizadores. No setor das agroindústrias, que contou com 150 expositores de 80 municípios, a movimentação financeira foi de R$ 501.050, de acordo com Jocimar Rabioli, assessor de Política Agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS). Em relação ao ano passado, quando foi registrado um total de R$ 547,4 mil em vendas, houve um decréscimo de 10%. No entanto, Rabioli observa que, além dos negócios concretizados na feira, os três dias de exposição são uma oportunidade de os produtores fazerem novos contatos. “Isso pode gerar outros negócios no futuro.”

Oportunidade de marketing A agricultora Adilene Forti Gheno, de Putinga, divulgou a produção de geleias, conservas e doces em calda. Os destaques foram os produtos feitos à base de physalis. Ela participou pela primeira vez. “A aceitação do público foi ótima.” Os preços variam de R$ 3 a fruta in natura a R$ 8 a geleia. Os irmãos Rabaiolli, de Imigrante, lançaram o suco de laranja integral. Em um primeiro momento, foram produzidos dois mil litros. O preço médio da garrafa é de R$ 8. “A feira é uma oportunidade de conseguir novos clientes”, comenta Marciano.


Polícia

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Baixo número de agentes motiva pedido de interdição do presídio Sindicato quer entregar solicitação ao Judiciário até quarta-feira ESTEVÃO HEISLER/ARQUIVO

Lajeado

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edido de interdição do Presídio Estadual de Lajeado será refeito ao Judiciário, desta vez pelo Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado, sob a justificativa de haver “absurda deficiência de servidores” na casa prisional. No ano passado, solicitação de natureza semelhante foi feita pelo Ministério Público (MP), mas negada pelo então juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC), Luís Antônio de Abreu Johnson. De acordo com o presidente do sindicato, Flávio Berneira, o presídio está com o número de presos três vezes acima da capacidade e necessita ser interditado “urgentemente”. Com a aceitação da medida, novos detentos não seriam destinados a Lajeado. Reivindica ainda, com a mesma pressa, o dobro de servidores para a cidade. Para ele, a condição se agravou com a recente conclusão do albergue, pois os “poucos servidores agora precisam se multiplicar para atender o novo espaço”. Cita ainda preocupação com a futura inauguração da ala feminina. “Deverá deixar a situação ainda mais dramática.” O sindicato destaca que esses novos espaços – albergue e ala feminina – precisam funcionar em plenas condições. “Afinal foi fruto de um esforço da comunidade local, a qual temos que saudar, para tanto o Estado precisa fazer a sua parte suprir essa absurda carência de servidores.” A decisão de cobrar a interdição do presídio ocorreu durante visita ao local nesta semana. Além do quadro insuficiente, o sindicato aponta outros problemas, como superlotação, precariedade estrutural e material. Todas as justificativas ao pedido estarão dispostas em documento que deve ser encaminhado ao Judiciário até quarta-feira. No mesmo dia da visita, integrantes do sindicato se reuniram com a promotora da VEC, Ana Emília Vilanova. O MP deve se posicionar apenas

Presídio tem capacidade para acomodar 124 detentos no regime fechado, mas 360 estão na casa prisional

após receber a documentação. Mas considera que a situação do presídio é a mesma verificada em junho do ano passado, quando foi solicitada a primeira interdição do espaço. Em dezembro, o Tribunal de Justiça manteve a decisão em primeira instância ao avaliar recurso da promotoria. Hoje, a casa prisional conta com 360 detentos no regime fechado – a capacidade é de 124 pessoas.

[...] os poucos servidores agora precisam se multiplicar para atender o novo espaço.” Flávio Berneira Presidente do sindicato

TRANSFERÊNCIAS 4

A HORA · QUARTA-FEIRA, 3 DE JUNHO DE 2015

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A HORA · QUARTA-FEIRA, 3 DE JUNHO DE 2015

Reportagem e fotos: Estevão Heisler

Números impressionam

Superlotação

Detentos vivem em condições precárias e desumanas, diz MP O Ministério Público protocolou, ontem de manhã, pedido de interdição parcial do Presídio Estadual de Lajeado. A Promotoria solicita o uso exclusivo do espaço para presos da comarca local e cobra medidas capazes de reduzir a população carcerária a níveis “aceitáveis”. O juiz Luís Antônio de Abreu Johnson se diz surpreso com a liminar e atenua a situação: “a penitenciária já esteve em condição pior.” Vale do Taquari

H

á mais de uma década, líderes regionais buscam alternativas contra a superlotação e a falta de infraestrutura do Presídio Estadual de Lajeado. Construída em 1959, a casa prisional não avançou ao passo da cidade e da criminalidade. Sucessivas reuniões e tentativas de solucionar os problemas se mostraram insuficientes ao longo dos anos, apenas com resultados paliativos. A maior esperança ficou para a construção de uma nova penitenciária, garantida para Lajeado no fim da década passada, mas edificada em Venâncio Aires. Recém-inaugurada e com a promessa abarcar as deficiências das cadeias dos vales do Taquari e do Rio Pardo, serviu apenas para o desafogo do Presídio Central. Total contrariedade às promessas do Estado de haver exclusividade para a região. Das 530 vagas disponibilizadas no espaço, entre 150 e 170 seriam para detentos da cadeia lajeadense. No entanto, apenas a metade teve autorização para transferência. Nos dias seguintes, novas prisões igualaram o número de presos anteriormente existente em Lajeado. O fato causou inquietação no Ministério Público. “Não podemos concordar com a transferência do problema. Se transfere a superlotação da Região Metropolitana para os vales”, destaca o promotor da Vara Criminal, Ederson Luciano Maia Vieira. Em consonância com os promotores João Francisco Kless Filho e

Ana Emília Vilanova, foi protocolado no Fórum de Lajeado, ontem de manhã, o pedido de interdição parcial do presídio na cidade. No documento, entregue ao juiz Luís Antônio de Abreu Johnson, a Promotoria destaca os problemas advindos da superlotação, em especial relacionados à dignidade dos detentos. “Há bastante tempo os detentos estão sendo ‘empilhados’ em situação de afronta à dignidade da pessoa humana e comprometedora de direitos fundamentais.” A promotoria fez dois pedidos fundamentais ao Judiciário. O primeiro, de suspender o recebimento de presos das comarcadas de Estrela e Teutônia, as quais têm direito em lei ao espaço. Somadas à comarca de Lajeado, elas abrangem 17 cidades e 210 mil habitantes. Os apenados dessas regiões precisariam então ser enviados a outros presídios, como de Arroio do Meio, Encantado e o de Venâncio Aires. A segunda requisição é que seja feita a transferência emergencial do número excedente de presos em Lajeado no prazo de 60 dias. A promotora Ana Emília reconhece a impossibilidade de chegar ao limite mínimo da capacidade da penitenciária, mas enaltece a importância a se atingir pelo menos níveis aceitáveis, nos quais os detentos possam permanecer em condições dignas.

Três presos por vaga O presídio de Lajeado foi construído para receber 122 detentos no regime fechado. No entanto, 309 dividiam as celas de 15 me-

Penitenciária construida em 1959 foi projetada para acomodar 122 detentos. No entanto, número chega a 309.

tros quadrados até o fim da tarde de ontem. Com espaço para seis camas, alguns ambientes chegam a comportar 20 pessoas. Colchões são improvisados no chão e, em certos casos, não há lugar para todos dormirem sozinhos.

Segundo entendimentos dos três promotores, haveria condições para, de forma provisória, estabelecer um máximo de dez presos por cela. Assim, além das seis camas fixas, poderiam ser colocados de três a quatro colchões

individuais no chão. “Desta forma eles ficariam em condições dignas, o que não ocorre hoje”, enfatiza Ana Emília. O promotor Vieira destaca que o pedido ao Judiciário não pretende deixar o presídio na capacidade

Há mais de uma década, líderes regionais buscam alternativas contra a superlotação e a falta de infraestrutura do presídio. Construída em 1959, a casa prisional não avançou ao passo da cidade e da criminalidade. Sucessivas reuniões e tentativas de solucionar os problemas se mostraram insuficientes ao longo dos anos, apenas com resultados paliativos. A maior esperança ficou para a construção de uma nova penitenciária, garantida para Lajeado no fim dos anos 2000, mas edificada em Venâncio Aires. Recém-inaugurada e

Presos Total: 309 Capacidade: 122 Agentes penitenciários Total: 7 Mínimo necessário:

12

Cada cela tem 15m² e 6 camas. Maioria dos detentos dormem em colchões improvisados no chão.

Números relativos ao regime fechado

Celas com capacidade para seis presos chegam a comportar 20 pessoas

estrutural, “mas que os presos tenham condições mínimas de serem recebidos”. A taxa de ocupação está aquém da mínima exigida pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, que estipula 1,67 m/preso. Em La-

jeado, chegou a ter 0,63 m/preso. De acordo com a promotora Ana Emília, na atual situação, não há condições de ressocialização. No dia de encarceramento, por exemplo, o detento é separado de forma a evitar conflitos internos. Sequer

existe uma divisão relacionada ao tipo de delito. Apesar das dificuldades, ela enaltece a importância do trabalho desenvolvido pelo Conselho da Comunidade. “Dentro da situação caótica, ainda existem boas ações que ajudam a amenizar esses problemas.”

Poucos agentes penitenciários A estrutura é guarnecida por sete agentes penitenciários, uma média de um para cada 16 presos. A condição contraria exigência do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, que estabelece o mínimo de sete detentos por agente. O promotor Vieira classifica a situação como caótica e enaltece a importância da interdição antes que ocorra algo de pior, como um incêndio de grandes proporções ou fuga em massa. “Não podemos correr esse risco.” Chefe de segurança, Eberson Bonet atenua a preocupação: “por mais que está sendo difícil, há respeito aqui dentro. Estamos conseguindo levar com segurança”. De acordo com ele, seriam necessários pelo menos mais cinco agentes penitenciários. Em função da superlotação, cita, médicos vão ao presídio para atendimentos. Há postos internos para consultas e pequenos procedimentos. Mas, em casos mais urgentes de saúde, os detentos precisam ser encaminhados à UPA. Para o deslocamento, são destinados dois agentes. “Muitas vezes isso pode comprometer a segurança, pois tiramos o pessoal daqui de dentro.” Para não deixar o presídio desguarnecido, a direção pede apoio da Brigada Militar ou, muitas vezes, costuma acionar uma ambulância do Samu para atendimento médico no local. Falta espaço, inclusive, para os agentes penitenciários. Responsáveis por determinadas áreas do presídio dividem a mesma sala e quando há necessidade de atender algum delegado ou advogado, por exemplo, é preciso deixar o ambiente.

do que resolveria a situação, visto estar em construção um albergue no local. Criaria ainda transtornos em outras penitenciárias. “A superlotação não é algo exclusivo de Lajeado. A situação posta não está nem perto da que tivemos em outra época.” Johnson antecipa que antigo regramento inviabiliza proibir prisões das comarcas de Teutônia e Estrela. “Se porventura interditar, a regra valerá para todas as comarcas.” O magistrado não vê necessidade de urgência na decisão e pretende emitir

A superlotação não é algo exclusivo de Lajeado. A situação posta não está nem perto da que tivemos em outra época. Luís de Abreu Johnson

a sentença sobre o caso dentro de cinco dias. Caso Johnson indefira ou julgue parcialmente deferida a proposta do MP, os promotores devem ingressar com recurso no Tribunal de Justiça. A Promotoria não acredita em outra opção capaz de amenizar o problema da superlotação, se não a interdição parcial da casa prisional.

CONSTATAÇÕES DO MP • Não há PPCI, apenas o mínimo de equipamentos necessários de segurança. • Falta espaço apropriado para a realização de trabalho, visitas e das refeições, que são feitas no interior das celas. São 309 presos para 122 vagas no regime fechado. • Não há atendimento médico regular, que é feito por meio de trabalho voluntário de profissional, quinzenalmente, quando atende entre dez e 20 presos por dia. • Número de agentes penitenciários aquém do exigido pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, que estabelece o mínimo de cinco presos por agente. Enquanto no presídio são 16 presos por agente. • Faltam colchões e cobertores. • Há excesso de materiais nas celas, o que fragiliza a segurança e vigilância. • A parte elétrica é precária, com a constante ocorrência de curtos-circuitos, entre outros problemas.

Juiz de Direito

Juiz considera interdição inoportuna O juiz Luís Antônio de Abreu Johnson se diz surpreso com a manifestação do MP e considera inoportuna a interdição do presídio de Lajeado. De acordo com ele, qualquer intervenção do gênero no momento mais tumultuaria

Promotores consideram superlortação uma afronta à dignidade dos detentos

com a promessa de abarcar as deficiências das cadeias dos vales do Taquari e Rio Pardo, serviu apenas para o desafogo do Presídio Central, da Região Metropolitana. Total contrariedade às promessas do Estado de haver exclusividade para a região. Das 530 vagas disponibilizadas no espaço, entre 150 e 170 seriam para detentos da cadeia lajeadense. No entanto, apenas 88 foram encaminhados para Venâncio Aires. A promotoria já solicitou ao juiz da VEC da cidade, João Francisco Goulart Borges, a transferência de mais 50 presos.

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PATROCÍNIO:

A bola vai rolar no feriadão de Páscoa O

Seis das 12 competições municipais têm sequência neste domingo

feriadão de Páscoa será de muito futebol em seis cidades do Vale do Taquari. Destaque para Arroio do Meio que define neste domingo as equipes classificadas para as semifinais. Os jogos iniciam às 14h na categoria aspirante e às 16h na titular. Das oito vagas – quatro em cada categoria, três estão preenchidas. Pela categoria titular, o atual campeão pode dar adeus ao campeonato ainda na primeira fase. Neste domingo, o Sete de Setembro joga em casa contra o União necessitando da vitória para sonhar com a vaga. Para avançar, o atual campeão precisa vencer, tirar uma diferença de 30 pontos na disciplina para o União, além de torcer por um tropeço de Forquetense ou Rui Barbosa. O Sete de Setembro tem 130 pontos, enquanto o adversário tem 100. Forquetense e Rui Barbosa jogam fora de casa pensando um no resultado do outro. Se vencer o eliminado Cruzeiro, em Linha 32, o Rui Barbosa estará matematicamente classificado. A tarefa do Forquetense é mais delicada. A equipe de Forqueta necessita vencer o União, que é líder e está com 100% de aproveitamento, ainda torcer por tropeços do Rui Barbosa e do União para avançar de fase. Na categoria aspirante, o Sete de Setembro é a única equipe matematicamente classificada. Com 7 pontos e fora da zona de classificação, o Palmense é o único eliminado na categoria. Rui Barbosa e Cruzeiro, Forquetense

FELIPE NEITZKE

Amador de Boqueirão do Leão realiza a 11ª rodada neste domingo com jogos em Linha Data EZEQUIEL NEITZKE

Rui Barbosa joga a classificação do amador de Arroio do Meio diante do Cruzeiro

e Amigos fazem confronto direto pela classificação.

Progresso A fase eliminatória da competição municipal tem sequência neste sábado em Tiririca. Às 16h30min, o dono da casa Cruzeiro encara o Flamengo B. Na

primeira fase da competição, o Flamengo venceu por 6 a 0. Pouco antes, ocorre o jogo pelo municipal de veteranos entre Cruzeiro, de Tiririca, e Gaúcho.

Marques de Souza Depois de cancelar a rodada da semana passada em virtude

do mau tempo, a Aemaso dá sequência ao municipal de campo neste domingo. Em Bela Vista do Fão, as equipes da casa buscam a primeira vitória. Às 14h, o Guarani B enfrenta o Ser Picada Flor. No primeiro turno, o Ser Picada Flor venceu por 2 a 0. Às 16h, o Guarani A encara o Nova Aliança. No enfrentamento entre as equipes no primeiro turno, o Aliança venceu por 2 a 1. Na classificação, o Ser Picada Flor e o Nova Aliança lideram com 8 pontos. As equipes são seguidas de perto pelo Juventude de Linha Orlando com 7 pontos. Na lanterna, estão Guarani A e B, ambos sem pontuar.

Boqueirão do Leão A partida pelo amador ocor-


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Reportagem: Ezequiel Neitzke DIVULGAÇÃO

e São Brás lideram com 7 pontos. São seguidos por Esportivo (6), Grêmio 5 de Junho (4), Independente e São José (1).

Encantado A segunda rodada da 32ª edição do municipal ocorre neste domingo, no Estádio das Cabriúvas. A partir das 13h30min, Cruzeiro e Tele Entulho Metalúrgica Planalto se enfrentam. Às 15h30min, o CFM Centro Esportivo encara o Zézinho NB Tech. A equipe do CAN folga. O zagueiro Fabian Guedes, o “Bolívar”, ex-jogador do Internacional e campeão da Libertadores pelo time colorado, estreia neste domingo no campeonato com a camisa do CFM Centro Esportivo. O valor do ingresso é R$ 3.

Santa Clara do Sul Zagueiro Bolívar é a atração do CFM Centro Esportivo no amador de Encantado

re em Linha Data. O Esportivo recebe o Independente. Os jogos iniciam às 14h e 16h, nas categorias aspirante e principal, respectivamente. Na classificação,

o Independente divide a liderança com o Grêmio 5 de Junho, ambos têm 7 pontos, São Brás (5), São Roque (3), Esportivo (2) e São José (2). Na categoria, São Roque

Depois da pausa em virtude da Santaflor, o campeonato municipal segue neste domingo com dois jogos. Em Nova Santa Cruz, o Cruzeiro encara o líder Aser Sampainho. Atual campeão, o São José busca a primeira vitória diante da Sercha, em Chapadão. Os jogos

iniciam às 14h na categoria aspirante e 16h na titular.

Pausa para o feriadão Neste domingo de Páscoa, não

serão disputadas partidas de seis certames: Bom Retiro do Sul, Cruzeiro do Sul, Lajeado, Roca Sales, Taça da Amizade e Teutônia.

EM TEMPO JOGOS Progresso – Quartas de final/jogo de ida Tiririca – Cruzeiro de Tiririca x Gaúcho* Tiririca – Cruzeiro x Flamengo B Boqueirão do Leão – 11ª rodada Linha Data – Esportivo x Independente Arroio do Meio São Caetano – Sete Setembro x União Linha 32 – Cruzeiro x Rui Barbosa Picada Arroio do Meio – Amigos x Forquetense Marques de Souza Bela Vista do Fão – Guarani B x Ser Picada Flor Bela Vista do Fão – Guarani A x SE Nova Aliança Encantado Cabriúvas – Cruzeiro X Tele Entulho Metalúrgica Planalt Cabriúvas – CFM Centro Esportivo X Zézinho NB Tech Santa Clara do Sul Nova Santa Cruz – Cruzeiro x Aser Sampainho Chapadão – Sercha x São José *Veterano


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Reportagem: Ezequiel Neitzke

Desfalcado, Lajeadense enfrenta o Grêmio Suspensos, lateral-esquerdo Rodrigo Cardozo e zagueiro Luís Henrique não jogam neste domingo

O

fim de semana será decisivo para o Lajeadense no Campeonato Gaúcho. A três rodadas do término da primeira fase, o Alviazul ocupa a 12ª colocação com 9 pontos – um a menos que o Glória, primeiro time fora da zona do rebaixamento. No domingo, às 16h, a equipe de Lajeado encara o líder Grêmio, na Arena, em Porto Alegre. A diferença entre as duas equipes é de 13 pontos. Para o confronto, o técnico Edson Porto tem dois desfalques. O lateral-esquerdo Rodrigo Cardozo levou o terceiro amarelo contra o Internacional e está suspenso. Outro que está fora é o zagueiro Luís Henrique, que foi expulso. Os prováveis substitutos são Gabriel Atz e Higor. O provável time titular será: Lauro, Juninho Pavi, Edson Borges, Gabriel Atz, Higor (Leo), Maurinho, Marabá, Reinaldo Silva, Danilo Goiano, Diego Mirando e Erik. Na próxima quarta-feira, o Lajeadense recebe o Veranópolis. O time do Vale encerra a participação na primeira fase no domingo, 3 de abril, contra o Ypiranga, em Erechim.

FÁBIO KUHN

Lauro no Atlético Mineiro Segundo o Jornal O Tempo, de Minas Gerais, o Atlético-MG deve anunciar o goleiro Lauro como novo reforço neste domingo, após o clássico com o Cruzeiro, ou mais tardar na segunda-feira. De acordo com o periódico, o arqueiro assina contrato de três meses (tempo de duração da Libertadores) e depois será repassado para uma equipe da Série B do Brasileiro.

Depois de empatar com o Internacional na Arena Alviazul, Lajeadense busca pontos diante do Grêmio EZEQUIEL NEITZKE

o Sapucaiense, dia 2, na Arena Alviazul.

Roger Machado projeta Lincoln no time titular

Partida contra o Grêmio é às 16h deste domingo na Arena

Próximo compromisso do Alviazul será contra o Sapucaiense no dia 2

Juniores estreiam com derrota Comandada por Serginho Almeida, a equipe junior do Lajeadense estreou no estadual da categoria perdendo para o Juventude por 1

a 0. Allan marcou o gol do time serrano. O Alviazul iniciou a partida com Vini Parisi, Darlan, Vitor, Duh, Beiço, Jojo, Diego, Quaresma, Dieguinho, João Vitor e Padu. Agora o time se prepara para encarar

Roger trabalhou a equipe titular em atividade tática no gramado do centro de treinamentos. Formou o time com: Bruno Grassi, Ramiro, Pedro Geromel, Fred, Marcelo Oliveira, Walace, Maicon, Lincoln, Douglas, Everton e Bobô. Assim, Lincoln ocupa o lado direito do meio-campo, lugar que era de Giuliano – que se recupera de lesão. O meia de 17 anos foi o destaque dos últimos três jogos ao marcar três gols.


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Eze q u i el N e i t zke 11ª RODADA FÁBIO COSTA

Corte do esporte Bruno Grassi Ramiro Pedro Geromel Fred Marcelo Oliveira Wallace Maicon Lincoln Douglas Everton Bobô Téc: Roger Machado

A defesa terá Ramiro novamente pela lateral. Os titulares que ficaram fora do jogo com o Ypiranga retornam. Casos de Pedro Geromel, Marcelo Oliveira, Maicon e Douglas. No gol, Bruno Grassi assume, pois Marcelo Grohe está na seleção olímpica. No ataque, Bobô ocupa a vaga de Luan, que serve a seleção sub-20. É possível que Giuliano, que não treinou durante a semana, seja desfalque por conta da fascite plantar no pé esquerdo. Também nesta semana a direção gremista informou o empréstimo do zagueiro Kadu à Ponte Preta até o fim da temporada.

A Liga de Futebol Amador de Progresso (Lifap) elegeu no sábado passado a nova corte do esporte. Representante do Cruzeiro, de Tiririca, Cristina Ferrari foi eleita a rainha e sucede Stefane Lago, que em 2015 representou o EC Laranjeiras. Natural de Cabeceira de Tocas, Cristina tem 14 anos, 1,67 de altura e manequim 38. A corte tem como primeira princesa Pâmila Reginatto, do Flamengo A, e princesa ficou Suzieli Battisti, do Flamengo B. Elas receberam as faixas de Anelice Echer e Natália Carniel, princesas em 2015.

Lauro Juninho Pavi Edson Borges Gabriel Atz Higor (Leo) Maurinho Marabá Reinaldo Silva Danilo Goiano Diego Mirando Erik Téc: Edson Porto

Beira-Rio, em partida válida pela 11ª rodada do Gauchão. O provável time titular deve ter: Muriel, Willian, Paulão, Ernando (Jackson), Arthur, Fernando Bob, Anderson, Alex (Andrigo), Vitinho, Eduardo Sasha e Aylon.

EZEQUIEL NEITZKE

Pediu, táDurante na acoluna! escolha das soberanas da Lifap, a rainha de 2015 Stefane Lago pediu um registro para guardar de recordação. EZEQUIEL NEITZKE

CLASSIFICAÇÃO EQUIPES

PG

1º – Grêmio

22

SG 8

2º – São José

21

10

3º – Juventude

21

8

4º – São Paulo

17

2

5º – Internacional

17

6

Argel tem retorno de atletas para jogo de sábado

6º – Passo Fundo

14

-6

7º – Novo Hamburgo

12

0

8º – Brasil

12

-1

Para encerrar a série de quatro empates seguidos, o técnico Argel Fucks terá os retornos de dois jogadores: Fernando Bob e Paulão. Em contrapartida, o treinador ainda não contará com o volante Rodrigo Dourado e com o goleiro Alisson, emprestados para a seleção olímpica e para a principal. Bob não atuou com o Fluminense na quarta-feira, por estar em recuperação de lesão na coxa direita. A expectativa é que ele seja liberado para os treinamentos e volte aos gramados. Paulão não atuou contra o Tricolor carioca por ter sido expulso no Gre-Nal da primeira fase da Copa Sul/Minas-Rio. O grupo do Inter volta a treinar nesta sexta-feira, às 9h30min, no CT do Parque Gigante. O próximo compromisso é no sábado contra o Novo Hamburgo, às 16h, no

9º – Ypiranga

11

0

10º – Veranópolis

11

-4

11º – Glória

10

-1

12º – Lajeadense

9

-4

13º – Aimoré

6

-7

14º – Cruzeiro

6

-11

11ª RODADA Sábado 16h – Internacional x Novo Hamburgo 16h – Cruzeiro x São Paulo Domingo 16h – Grêmio x Lajeadense 16h – Glória x Passo Fundo 16h – Ypiranga x Aimoré 19h – Brasil x São José 19h30min – Veranópolis x Juventude

O cara Edson da Rosa, o “Edinho”, é o atleta mais badalado no futebol amador neste início de temporada. Artilheiro do amador de Teutônia com sete gols, o jogador iniciou 2016 conquistando os prêmios de artilheiro e craque do Intercamping e Abertão da Languiru.

• Público 1

A média geral de público neste Gauchão é de 3.115 pagantes segundo dados fornecidos pelo borderô. Os documentos oficiais estão disponíveis no site da Federação Gaúcha de Futebol. A melhor média é do Grêmio com 14.545 pessoas. A pior é do Novo Hamburgo, apenas 164. O Lajeadense tem a 10ª média com 456 pagantes por partida. No ano passado, a média do Alviazul era de 1.008 pagantes por rodada. Para o leitor ter uma ideia do público do Lajeadense nesta temporada, seguem os números do borderô: contra o Juventude foram 277, São Paulo (149), Brasil de Pelotas (277), São José (71), Glória

(365) e Internacional (1.602).

• Público 2

O jogo com maior público foi o clássico Gre-Nal, na oitava rodada, 44.839 pagantes. O pior foi registrado também na oitava rodada. A vitória do São José por 2 a 0 sobre o Novo Hamburgo foi vista por 55 pessoas. A média de público pagante por jogo é: Grêmio (14.545), Internacional (11.069), Juventude (3.193), Brasil (2.998), São Paulo (2.860), Passo Fundo (2.435), Ypiranga (1.944), Glória (1.368), Veranópolis (796), Lajeadense (456), São José (435), Aimoré (321), Cruzeiro (267) e Novo Hamburgo (164).

Festa em meio à crise A situação do Lajeadense na tabela é de alto risco. Depois de campanhas exemplares, o Alviazul pode ser rebaixado. Um problema sério para o esporte regional. Apesar disso, o comportamento de alguns atletas é suspeito. Desde os primeiros jogos do Gauchão, há boatos sobre as festas de jogadores. Presença em casas noturnas, bebedeira e confusões. O mais recente envolve confronto com um torcedor, que teria criticado atletas na imprensa. Cinco teriam ido ao trabalho dele para intimidá-lo. A presidência do Alviazul foi informada sobre o fato.

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Pausa para os festejos de Páscoa

O

Clube Sete de Setembro dá uma trégua nas competições internas em virtude do feriadão de Páscoa. Os jogos da primeira e segunda divisão retornam no dia 2 de abril. Antes disso, dia 31, ocorre a primeira rodada da Copa Sete de Veteranos. Os jogos serão nas quintas-feiras, a partir das 19h15min, e disputados por seis equipes: Galera, Tabajara, Renegados, Viracopos, Kamikaze e Copeiros. Elas se enfrentarão em turno e returno e as quatro melhores se classificam para às semifinais e finais. A primeira rodada terá: Kamikaze versus Copeiros (19h15min), Renegados versus Galera (20h15min) e Viracopos versus Tabajara (21h). Pela elite, os jogos do dia 2 são: R7 versus Polêmicos, Real Madruga versus Cataluña, Dinamite FC versus FuteBar Avaí, Tabajara versus Futebolzinho, Viracopos/ Imobiliária Antares versus Viracopos/Lebber Imóveis e Renegados FC versus Galera. Na segundona, os confrontos são: Sobras FC versus Renegados FC, Dogs United FC versus Galáticos FA, Cervejetarianos versus UFC, Alcatraz FC versus Kamikaze FC, Só Na Sorte versus Barsemlona e Arranca Toco versus Só Pela Ceva.

Segunda rodada O Clube Esportivo Sete de Setembro realizou no sábado passado a segunda rodada do campeonato interno, que registrou 51 gols nos 12 jogos – média de 4,25. Foram registados 22 gols na primeira divisão e 29 na se-

EZEQUIEL NEITZKE

Apesar de sair na frente contra FuteBar Avaí, com gol de Jacó Sattler, Futebolzinho perdeu o jogo por 3 a 2 na abertura da segunda rodada da primeira divisão ARQUIVO A HORA

ficou para o Barsemlona que aplicou 5 a 0 no Debilitados. Compareceram no marcador: Daniel Scherer (duas vezes), Elvis Leguissimo, Lucas Bauer e Emerson Amorin. A outra goleada foi registrada na vitória do Coringa sobre o Copeiros por 4 a 1.

Diferente de 2015, o Galácticos e o Só Na Sorte parecem ter encontrado o caminho das vitórias. O primeiro venceu o Alcatraz por 4 a 3, já o segundo derrotou o Arranca Toco por 1 a 0 – gol de Fernando Lenhardt. O UFC derrotou o Kamikazi por 5 a 3.

Resultados Primeira divisão Futebolzinho FC 2 x 3 FuteBar Avaí Tabajara A 2 x 0 Cataluña Renegados FC 3 x 2 Viracopos/Imobiliária Antares Tabajara B 2 x 0 Galera JéDuCa 0 x 1 Mercenários FC Alcatraz 5 x 2 Viracopos/Lebber Imóveis Depois de conquistar a Série Prata, Mercenários lidera a elite do interno

gundona. Pela elite, o destaque ficou por conta do Alcatraz que goleou o atual campeão Viracopos/Lebber Imóveis por 5 a 2. O nome da partida foi o jogador Lucian Nicaretta, com três gols. Alexandre Doebber e Diego Giacomolli fecharam a conta. O Mercenários assumiu a lide-

rança da competição ao vencer o JéDuCa por 1 a 0, gol de Eduardo Hendler. Os Tabajaras A e B venceram Cataluña e Galera respectivamente por 2 a 0. O Viracopos/ Imobiliária Antares perdeu para o Renegados por 3 a 2. E o FuteBar Avaí derrotou o Futebolzinho pelo mesmo placar. Na segundona, o destaque

Segunda divisão Kamikazi FC 3 x 5 UFC Alcatraz FC 3 x 4 Galáticos FA Arranca Toco 0 x 1 Só Na Sorte Mercenários FC 2 x 1 Só Pela Ceva Copeiros FC 1 x 4 EC Coringa Debilitados FC 0 x 5 Barsemlona


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FÁBIO KUHN

Coroas Mirim D vence Torneio de Férias

Em virtude do feriadão de Páscoa, não ocorrem jogos da competição. Próxima rodada será no dia 2 de abril

Segunda rodada registra 34 gols

A

segunda rodada da Copa CTC/Espaço3 Arquitetura foi marcada por placares equilibrados. As 11 partidas disputadas na tarde do sábado passado registraram 34 gols – média superior a três por confronto. Única goleada foi regsitrada na segunda divisão. Smurfs venceu o 100 Pressão por 3 a 0 e ficou com a ponta da tabela. Os gols da equipe vencedora foram anotados pelos irmãos Vinícius (dois) e Daniel Dullius. Outras duas partidas da segundona terminaram empatadas. Sodabeb e Maragatos ficaram no 1 a 1. Ghost chegou a ficar com dois gols à frente no confronto contra o Exxtra Classe, mas permitiu o empate. Os demais resultados da divisão foram: Metralhas 2 a 0 DK FC, Executivos 2 a 1 Bitter-

Em virtude do feriadão de Páscoa, CTC da folga as equipes participantes da Copa CTC/Espaço3 Arquitetura flex e Hangover 1 a 0 Amnésia. Na quarta divisão, o resultado mais elástico foi a vitória do Pumas por 2 a 0 contra o Supérfluos. Jorge Fritsch e Jardel Schossler marcaram os gols para a equipe. A partida com mais gols foi entre Kuasenada e Aliança. A rede balançou sete vezes. Melhor para o Kuasenada que ganhou por 4 a

3 com três gols de Douglas Schneiders e um de Rodrigo Coelho. Os demais resultados da divisão foram: Baile de Monique 1 a 2 Dream Team e Pampero 1 a 2 B.E.C. Neste sábado, não ocorrem jogos da Copa CTC/Espaço3 Arquitetura em virtude do feriadão da Páscoa. Próxima rodada será no dia 2 de abril com jogos da elite, terceirona e quarta divisão.

Donos da Bola perde Depois de desbancar o Coroas Mirim/Charrua, o Donos da Bola, do técnico Paulinho Vetorello, tropeçou na última rodada e perdeu por 3 a 1 para o Rebordose. Os gols da equipe vencedora foram anotados por Alex Goergen e Odair Santos da Rosa. Essa foi a única partida da primeira divisão disputada no sábado. As demais foram transferidas em função da chuva.

Resultados da última rodada Primeira divisão Rebordose 3 x 1 Donos da Bola Segunda divisão Sodabeb 1 x 1 Maragatos Metralhas 2 x 0 DK FC Executivos 2 x 1 Bitterflex Hangover 1 x 0 Amnésia

Ghost 2 x 2 Exxtra Classe 100 Pressão 0 x 3 Smurfs

Após 65 partidas, o Torneio de Férias do CTC conheceu o campeão. Na terça-feira à noite, o Coroas Mirim D ganhou do Aliança por 3 a 1 e levantou a taça. O primeiro gol foi do Coroas Mirim D aos 2 minutos. Tadeu cruzou para Adriano. O atacante dominou e chutou com o pé direito. A bola foi parar no fundo da rede. Seis minutos depois, o Aliança empatou com Felipe Spellmeier. Ainda na etapa complementar, aos 14 minutos, Adriano voltou a marcar e colocou novamente o Coroas Mirim D na frente. O gol que garantiu o título foi anotado aos Patrick aos 5 minutos do segundo tempo. Na campanha invicta até o título, ganhou sete partidas e empatou uma – aproveitamento de 91% (veja no boxe). A equipe balançou a rede 32 vezes e sofreu nove gols – saldo de 23 gols positivos. Vice-campeão, o Aliança teve o goleador Felipe Spellmeier, com 15 gols. Coroas Mirim/Charrua teve a defesa menos vazada e a melhor disciplina.

Resultados Hangover 1 x 4 Coroas Mirim D Coroas Mirim D 4 x 2 Canhão

Quarta divisão Kuasenada 4 x 3 Aliança Baile de Monique 1 x 2 Dream Team Pampero 1 x 2 B.E.C Supérfluos 0 x 2 Pumas

Coroas Mirim D 3 x 3 Falcatrua Sodabeb 0 x 8 Coroas Mirim D Coroas Mirim D 4 x 2 Tocafogo S.E.B 0 x 5 Coroas Mirim D Rebordose 0 x 1 Coroas Mirim D Coroas Mirim D 3 x 1 Aliança


Lajeado, sexta-feira, 25 de março de 2016, e fim de semana

ESPORTE Municipal de Travesseiro

Picada Felipe Essig sedia os jogos A terceira rodada do municipal de futsal de Travesseiro segue neste sábado com jogos na comunidade de Picada Felipe Essig. As partidas iniciam às 13h30min. Na primeira, Os Indecisos encaram os Desempedidos pela categoria sub-16. As partidas seguem com Bonde do Tigrão versus Renegados (força livre), Laranja Mecânica versus Amigos do Neu (força livre), Cairu versus São João/Barra do Fão (veterano), O que Importa é o que Interessa B versus Cairu (força livre) e O que Importa é o que Interessa A versus São João/ Barra do Fão (força livre). A rodada passada, realizada em Linha Cairu, registrou 37 gols em seis jogos. Destaque para a goleada do Cairu sobre o Macuco City por 10 a 3 pela força livre. Na reedição da final de 2015, o Amigos do Neu derrotou o O que Importa é o que Interessa A por 3 a 1.

Divisão de acesso

Guarani muda local de jogo O jogo entre Guarani e Riograndense, marcado para este domingo, às 16h, na Arena Alviazul, teve o local alterado. A partida, com mando do time de Venâncio Aires, ocorre no Estádio dos Eucaliptos, em Santa Cruz do Sul, na mesma data e horário. É a última que o rubro-negro precisa cumprir a pena referente à invasão de campo na temporada passada. A informação foi divulgada pelo clube na página do Facebook. O ingresso custa R$ 10 e a entrada será feita exclusivamente pelo setor social. Sócios têm entrada liberada.

Jornalismo / redação: ahora@jornalahora.inf.br Publicidade: comercial@jornalahora.inf.br Assinaturas: assinaturas@jornalahora.inf.br

PARA FUGIR DO REBAIXAMENTO

Alviazul pega o Grêmio na Arena Páginas 22 e 23


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