A Hora – 20/06/24

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ANÁLISE, CURADORIA E OPINIÃO DE VALOR

HABITAÇÃO NO VALE

Famílias esperam construção das 3,3 mil casas anunciadas

Região contabiliza mais de 5,5 mil residências destruídas pelas cheias desde setembro de 2023

Entre os municípios mais afetados pelas enchentes, estão Estrela e Cruzeiro do Sul, com 2 mil e 1,2 mil casas arrastadas pelas águas. Construção de moradias são viabilizadas a partir de projetos do gover-

EMPREGO E RENDA

Empresas migram de cidade, mas ficam no Vale

Negócios atingidos pelas cheias procuram áreas mais seguras. Especialistas e líderes regionais advertem à importância da retomada produtiva.

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no federal e estadual, além da iniciativa privada. Habitações provisórias também são erguidas como forma de mitigar problemas urgentes. Até o momento, nenhuma casa definitiva foi concluída.

APÓS ENCHENTES

PÁGINAS | 6 e 7

Slan procura nova área para o Centro Lenira

Decisão foi tomada pela diretoria e comissão trabalha para encontrar local sem risco de inundações. Entidade pede apoio da comunidade. PÁGINA | 9

OPINIÃO RODRIGO MARTINI

Movimentos indicam permanência de empresas no Vale

OPINIÃO THIAGO MAURIQUE

Bebidas Chiamulera anuncia ampliação da planta fabril

Quinta-feira, 20 junho 2024 Ano 21 - Nº 3591 R$ 5,00 (dia útil) R$ 9,00 ( m de semana)
SANTOS FILIPE FALEIRO
GABRIEL

Sem espaço para disputas internas

Odesafio para reconstrução do Vale é imenso. Há muito trabalho para ser feito. Ainda que os programas governamentais sejam uma tônica do momento, o mais garantido é salvaguardar a dinâmica econômica regional.

Neste aspecto, a população e as empresas são o pilar para esse movimento. É impossível viver só de auxílio emergencial, de recursos ou financiamentos. A retomada produtiva é a melhor garantia de superação. Pelas características do Vale, do histórico ligado ao cooperativismo, da cultura de valorização do trabalho e pela preponderante atuação das empresas nascidas neste pedaço do Rio Grande do Sul, têm-se o alicerce para manter empregos e garantir renda.

Pelas características do Vale, do histórico ligado ao cooperativismo, da cultura de valorização do trabalho e pela preponderante atuação das empresas nascidas neste pedaço do Rio Grande do Sul, têmse o alicerce para manter empregos e garantir renda.”

As empresas sabem disso. Tanto que se comprometem em continuar na região. Agora, uma redefinição geográfica das unidades produtivas é indiscutível. Procurar áreas seguras, evitar novos prejuízos e se adaptar tornam-se atitudes cruciais. Um novo endereço de cidade é o menor dos problemas. O principal é manter o negócio dentro da região. Não é hora de disputas internas, pois as dores das grandes inundações precisam ser lembradas sempre, para que jamais aconteçam de novo. O Vale tem um histórico de resiliência. A perseverança local retumba por todos os organismos sociais. Esse é outro diferencial, ainda que o impacto tenha sido grande, a resignação da comunidade é maior.

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Editor-chefe da Central de Jornalismo: Felipe Neitzke

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Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Impressão: Gazeta do Sul

“Minhas poesias sussurram, falam e gritam sobre temas universais”

EstagiárionoMemorial de Estrela e estudante de Letras na Univates,Vinícius Knecht, 31, tem como principalatividade,ser poeta.Atéodia17dejulho, eleapresentaaexposição “Caminhos:umaexposição contemporânea”,com62 poemasquefalamsobrea vida,amor,perdas,política, religiãoeidentidade,no Memorial.Comlivrosjá publicados,eleprograma umnovolançamentoetem comodesejo,continuar escrevendo e auxiliando na educação.

Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br

Como se tornou escritor de poesias?

Na infância, meus pais me levavam à Biblioteca Pública de Estrela, e descobri os livros. Meu pai me apresentou o rock n’ roll, aprendi a tocar violão e “cantar”. Na escola, minhas professoras me apresentaram Van Gogh e me ensinaram melhor o português - quem me alfabetizou foi a minha mãe. Quando jovem, fui absorvendo e me abastecendo de todas as artes. E eu percebi que podia criar. Aos 18 anos, ao invés de prestar a atenção nas aulas de Direito, eu escrevia sobre os passarinhos. No momento que eu li a palavra “poeminho”, escrita pelo Mário Quintana, eu vi um caminho. No momento que eu li o livro “Toda Poesia”, do Paulo Leminski, eu vi o mesmo caminho. E por aí vai... E por aí foi... Além de escritor de poesias, eu escrevo romances e roteiros para teatro e cinema.

Sobre o que falam suas poesias?

Minhas poesias sussurram, falam e gritam sobre temas universais, como o amor e relacionamentos, perdas, política, religião, tecnologia, identidade e existencialismo. Desafia o leitor a refletir sobre sua própria vida e as complexidades das relações humanas.

Do que se trata a exposição no Memorial de Estrela?

A exposição “Caminhos” transita entre o autobiográfico e o universal. Tecendo uma tapeçaria rica entre emoção e reflexão. O grande ponto de partida da exposição foram duas obras do Paweł Kuczyński - desenhista e pintor polaco especializado em sátira e crítica. Para a minha exposição, eu me inspirei em dois desenhos dele, que também estão expostos no Memorial.

Por que o nome “Caminhos”?

E o que a comunidade pode esperar dessa exposição?

O nome “Caminhos” – Uma exposição contemporânea (Por que você se expõe tão

pouco?) é apenas um deboche. Os desenhos do Paweł Kuczyński são de dois jovens com os pescoços curvados sob seus smartphones. O que reflete a atualidade. Então, como nos tornamos humanos robóticos, vidrados e zumbis, e já estamos o tempo todo olhando para baixo, vamos apreciar as poesias que estão no chão do Memorial de Estrela. A comunidade pode esperar uma exposição mais do que autoral e original, aleatória e cheia de metáforas.

O que imagina para o futuro?

Praticamente finalizei o meu terceiro livro, “Amarelando blue”, que será publicado este ano ou no próximo. É o que eu espero no momento. Escrever alguns roteiros para teatro e cinema. Eu escrevo todos os dias e este é o meu maior combustível para a vida. Profissionalmente, quero ajudar e ensinar o máximo de pessoas possível. Emocionar o máximo de pessoas possível. Quero estar sempre presente na educação, nos conhecimentos e, principalmente, nas artes.

2 | A HORA EDITORIAL
ABRE ASPAS
Quinta-feira, 20 junho 2024
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DIVULGAÇÃO

Empresas reorganizam produções para seguir no Vale

Negócios de médio e grande porte atingidos pelas inundações migram unidades dentro de cidades da região. Preocupação é manter proximidade com as comunidades e garantir empregos

Agostini.

Aidentidade das empresas se forma pelo histórico, vinculação cultural e relação com as comunidades. Perder qualquer um destes lastros interfere sobre a continuidade do negócio. Nestes argumentos, empresários da região atingidos pela inundação de maio repensam a continuidade da produção e sustentam o desejo em permanecer no Vale.

Ao longo das últimas semanas, marcas locais de médio e grande porte se reestruturam à volta das atividades. Na mancha de inundação, existe o entendimento de que não é possível continuar. Com isso, cresce a procura por áreas mais seguras. Essas análises se intensificaram depois do episódio de novembro do ano passado. Cidades como Teutônia, Estrela e Lajeado estão no foco das estratégias dos investidores.

O movimento começou com unidades instaladas na rua Bento Rosa, em Lajeado, com a STW, se transferindo para Estrela, e com a Lajeadense Vidros, com uma nova sede em construção próxima à BR386, ainda em Lajeado.

Mais recente, nesta semana a Fontana S.A comunicou a reabertura de parte da operação, de sabonetes em barra, para Teutônia. A Vinagres Prinz negocia a compra de terreno, com tendência para se instalar em Estrela.

Recuperação

“A permanência das empresas na região é fundamental. São elas que vão contribuir com a retomada do Vale. Quanto mais rápido o trabalho voltar, melhor. Assim a nossa região vai conseguir superar as dificuldades”, acredita a economista, doutora em Desenvolvimento Regional, Cintia

Novo mapa empresarial

Ao longo das últimas duas semanas, empresas anunciam mudanças de sedes dentro da região

Fontana em Teutônia

Muito desse movimento de continuar com vínculos locais, diz Cintia, se deve à característica dos negócios. “Se tivéssemos grandes corporações, menos comprometidas com o território e com as comunidades, talvez a história seria diferente.”

Conforme o contador e consultor empresarial, Valmor Kapler, a migração entre cidades do Vale desloca a arrecadação de um município para outro, mas a riqueza continua na região. “Esse deve ser o nosso propósito maior, o desenvolvimento regional”, frisa. Nestes termos, realça que os municípios que dispõe de áreas para instalar as empresas serão favorecidas no aspecto econômico e social pelo deslocamento das pessoas em busca de oportunidades de trabalho. Junto com isso, orienta: “construir ou reconstruir as empresas fora das áreas de risco agrega valor e solidez aos negócios.”

Valor do trabalho

Para o diretor do Dale Carnegie Vale do Taquari, Gabriel Garcia, a identificação dos negócios com o público local está na cultura. “As pessoas da região valorizam muito o trabalho. A atuação profissional é algo que tem significado. Essa é a uma entrega que as empresas também precisam”, diz Garcia complementa: “as empresas olham para a infraestrutura danificada, buscam outros locais, mas o capital humano está aqui. Seria mais difícil mudar de região e ter que treinar outras pessoas que talvez não compartilhem dos mesmos valores.”

Arranjo inevitável

Em pouco mais de oito meses, quatro grandes inundações. Os prejuízos são imensuráveis aos negócios, considera a professora e economista Fernanda Sindelar.

Empresa histórica de Encantado instala parte do setor de produção e de distribuição para o bairro Alesgut. As linhas de sabonete e logística ficarão em Teutônia. Na sede em Encantado, a direção trabalha para retomar a produção dos óleos químicos, produtos de limpeza e pasta base de sabonetes.

Vinagres Prinz em Estrela

Empresa com mais de 90 anos de história em Lajeado, está entre as mais prejudicadas pelas inundações desde setembro do ano passado. A direção negocia áreas para receber o novo parque fabril. Uma das possibilidades é ir para as proximidades da BR-386, em Estrela.

Lajeadense Vidros em novo endereço

A nova sede está em construção no bairro Imigrante, em Lajeado. Fica perto da BR-386. Algumas linhas de produção estão em pavilhão alugado em Estrela. O projeto é iniciar os trabalhos no novo prédio até o fim do ano.

Carrer Alimentos em Teutônia

Empresa instala unidade no incubatório da Languiru, no bairro Alesgut, em Teutônia. Empresa com sede em Encantado, a Carrer se consolidou como uma das maiores em retorno de ICMS. Foram 20 anos de atuação no bairro Porto XV, um dos mais prejudicados pelas inundações.

WSA Turbinas em Teutônia

Depois dos prejuízos em Estrela, a WSA Turbinas Hidráulicas confirmou

“Muitas nem se recuperaram da primeira ainda. Essa sequência comprova uma mudança nos parâmetros locais e os empreendimentos não podem

Para ela, esse arranjo se tornou inevitável e obriga as empresas a buscarem áreas seguras. “O empresário sabe que não vai poder

Depois das duas enchentes de setembro e novembro do ano passado, a empresa de automação industrial se transferiu para as imediações da BR-386, em Estrela.

permanecer onde pode perder tudo. Então, neste momento, é fundamental que se tenham políticas de acesso a crédito para reconstruir os negócios.”

A HORA | 3 Quinta-feira, 20 junho 2024
DO TAQUARI
ECONOMIA VALE
Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br

Empresas permanecem no Vale.

isso é o mais importante!

Apossível saída das empresas para outras regiões ou estados após as trágicas e recentes enchentes é um temor ainda vivo no Vale do Taquari. No entanto, e tal afirmação é balizada pelos recentes movimentos empresariais, diversos bons exemplos trazem alento para a região neste momento de profundas dificuldades. Eu falo das empresas que, sim, decidiram trocar de cidade, mas escolheram outros municípios do nosso Vale para seguir

ou mesmo ampliar os negócios. Como exemplos, a Fontana S/A, que migrou parte da estrutura de Encantado para Teutônia, a STW, que trocou Lajeado por Estrela, e mais recentemente a Vinagre Prinz, que ainda avalia a possibilidade de se mudar de Lajeado para Estrela. Acima de tudo, é preciso pensar regionalmente e não criar brigas ou rusgas desnecessárias entre as municipalidades. Afinal, todos ganham com um Vale do Taquari forte!

Casas populares em Estrela

A aguardada licitação para início da construção de casas populares em Estrela não saiu como o esperado. O prazo para habilitação das empresas era sexta-feira da semana passada. Entretanto, foi prorrogado para o dia 10 de julho após uma empresa interessada entrar com pedido de impugnação do edital. Ou seja, o que já estava muito atrasado vai demorar ainda mais.

Gaúchos na segurança catarinense. E o Rio Grande do

Sul (quase) à deriva

A reportagem do colega Filipe Faleiro sobre as recentes falhas e erros nos prognósticos da Defesa Civil do Estado documentou uma importante manifestação do diretor do Departamento para o Clima e Sustentabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Osvaldo Moraes, que inclusive participou do Seminário Pensar o Vale Pós-Enchente, idealizado pelo Grupo A Hora em novembro passado. “O Estado forma hidrólogos, geólogos, meteorologistas e outros especialistas de muita qualidade que estão em outras regiões do país porque eles não têm onde atuar”, alertou Moraes. Verificamos isso in loco em Santa Catarina, durante visita de líderes regionais ao Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cigerd) em Florianópolis, e à Defesa Civil de Blumenau. Não deu outra. Por lá, os principais agentes são gaúchos que, vejam só, não encontraram oportunidades semelhantes aqui no Rio Grande do Sul para aplicar o conhecimento técnico.

rodrigomartini@grupoahora.net.br

52 bibliotecas atingidas

Um grupo de voluntários iniciou a campanha “Biblioteca Solidária”. A movimentação consiste na arrecadação de recursos para reconstruir os espaços de leitura. Para isso, solicitam a doação de livros e recursos financeiros. E um dado chama a atenção. De acordo com o movimento, ao menos 52 bibliotecas foram atingidas só no Vale do Taquari.

Reconstrói

- Só para lembrar: o governo de Lajeado prometeu, em dezembro do ano passado, a construção de um “Centro Integrado de Prevenção contra Desastres Naturais” no Parque do Imigrante.

- Jonatan Brönstrup (PSDB) pediu exoneração do cargo de Chefe de Gabinete da Casa Civil do Estado. A publicação no Diário Oficial ocorreu nessa quarta-feira. Ele é pré-candidato a prefeito de Teutônia. Além dele, Celso Forneck (PDT), Aline Kohl (PL), Renato Altmann (PSD) e Renato Dreyer (PT) também são précandidatos a prefeito na cidade.

- Na noite de terça-feira, em Capitão, foi oficializada a coligação do PDT e do PP. E ficou definido que Gilnei Cadore (PDT) é o pré-candidato a prefeito e Alex Pederiva (PP) o pré-candidato a vice.

- Em Estrela, e conforme antecipamos, Andressa Traesel é a nova Secretária de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade (Sedis). O que também reforça o inevitável declínio da E-Log.

- Vereador de Taquari, Leandro Mariante (PT) lamenta o parecer pela ilegalidade do projeto de lei que prevê a divulgação das cotas em placas de identificação de ruas. Segundo ele, corretores temem a eventual desvalorização dos imóveis.

Estrela e o foco nas pessoas

Nesta semana foi dada a largada para mais um importante movimento coletivo em prol da reconstrução e da garantia de

um futuro ainda mais promissor ao setor econômico e social do Vale do Taquari. Provocados pela Câmara do Comércio, Indústria,

Serviços e Agronegócio (Cacis), agentes dos setores privado e público lançaram o programa “Reconstrói Estrela”. O objetivo, e muito além do próprio nome, é garantir a permanência das pessoas no município. “Não adianta manter as empresas se não tem pessoas para trabalhar nelas”, avisa Claus Wallauer, gerente do Sicredi e presidente da Cacis. Rotary, Lions, STR, Emater e administração municipal também estão juntos. E vejam só. A primeira etapa do projeto busca angariar R$ 2 milhões para compra de áreas de terra para construção de unidades habitacionais. Presidente do movimento, o empresário Nilto Scapin resume o propósito. “Precisamos que as pessoas e as empresas estejam em locais dignos.”

Réguas em Taquari

O Departamento de Hidrologia e Gestão Territorial da Superintendência Regional de Porto Alegre do Serviço Geológico do Brasil (SGB) realiza a instalação de réguas de monitoramento do nível do Rio Taquari em Taquari. Até o momento, foram instaladas sete aparelhos nas ruas Jacob Arnt e Getúlio Vargas, inclusive nas proximidades da Praça Dom Pedro, apontando as marcas de até 19 metros. A estação de medição automática, que colapsou em maio, também será reinstalada. Uma ação que precisa ser potencializada em todos os municípios impactados pelo Rio Taquari.

4 | A HORA Quinta-feira, 20 junho 2024 E
TIRO

SUPORTE NACIONAL

Crédito de R$ 15 bilhões para retomada de empresas começa na sexta-feira

DIVULGAÇÃO/BNDES

Verbas do Fundo Social do BNDES serão destinadas em três linhas para empresas de todos os portes. Mais de 40 instituições financeiras poderão firmar contratos com juros de no máximo 0,8% ao mês

Após a liberação de R$ 15 bilhões pelo governo federal, as três linhas de crédito do Fundo Social do Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firma os primeiros contratos amanhã, sexta-feira, 21 de junho. Representantes do setor produtivo consideram que houve avanços na política governamental de retomada, pois não havia medidas para contemplar as grandes empresas. De ponto negativo, as representações das empresas gaúchas, como a Fiergs (Federação das Indústrias) e a Federasul (Federação das Associações Empresariais) cobram verbas a fundo perdido, também com modelos de financiamentos com juros fixos de 1% ao ano.

No Vale do Taquari, agentes financeiros começaram na

Compra de máquinas e equipamentos

Valor máximo de financiamento é de R$ 150 milhões (para micro, pequenas e médias empresas) e de R$ 300 milhões para empresas de grande porte.

Juros de até 0,6% ao mês. Carência de até 12 meses e cinco anos para pagar.

De nição dos valores depende da negociação com a agência bancária na qual o empresário é cliente.

Reconstrução

Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destaca que crédito foi projetado para contribuir com a retomada produtiva das empresas gaúchas

semana passada, entre o dia 11 e 12, a consulta às empresas que poderão se inscrever nestes créditos.

A preocupação é atender na primeira leva os negócios atingidos de maneira direta. A depender da demanda, depois abrir para outros empreendimentos com perda de faturamento, de contratos, ou seja, com prejuízos considerados indiretos.

Conforme o ministro extraordinário da Reconstrução, Paulo Pimenta, o formato

Destinado para reforma de fábricas, construção, galpões e estabelecimentos.

Valor máximo de R$ 150 milhões (para micro, pequenas e médias empresas) e de R$ 300 milhões para empresas de grande porte.

Juros de até 0,6% ao mês. Carência de até 24 meses com dez anos para pagar.

Definição dos valores depende da negociação com a agência bancária na qual o empresário é cliente.

Capital de giro

Dinheiro para pagar funcionários, fornecedores, compra de estoque e outras despesas.

Cada cliente pode nanciar até R$ 20 milhões (para micro, pequenas e médias empresas) e de R$ 400 milhões (grande porte).

Juros de 0,8% ao mês

Carência de até um ano e cinco para pagar.

Definição dos valores depende da negociação com a agência bancária na qual o empresário é cliente.

Como acessar

As empresas podem procurar o gerente do banco, cooperativa de crédito ou instituição das quais são clientes e dar entrada no pedido. Quem pegar o empréstimo terá que manter o negócio no RS e o BNDES também vai cobrar que as empresas mantenham o nível de empregos por no mínimo dez meses.

As empresas podem solicitar mais de uma linha de crédito dentro do mesmo programa.

estabelecido pelo governo tem o objetivo de auxiliar todas as empresas com prejuízos diretos e indiretos do RS.

Neste sentido, o regramento estipula que cabe às instituições financeiras estabelecer quais empreendimentos terão prioridade. As três principais linhas de crédito vão para compra de equipamentos, máquinas, construções e capital de giro.

De acordo com o chefe do Departamento de Clientes e de Relacionamento Institucional do BNDES, Tiago Peroba, todos agentes financeiros conveniados poderão operar contratos com micro, pequenas e médias empresas, com faturamento de até R$ 300 milhões ao ano.

Esta listagem tem os bancos públicos (Caixa, Banco do Brasil), o Banrisul, instituições privadas e também cooperativas de crédito.

Acima deste teto de faturamento, os contratos serão diretos com o BNDES.

Os juros máximos de 0,6% e 0,8% por mês incluem o spread bancário (lucro do banco). Regra instituída pelo governo federal, diz o dirigente, é inédita no histórico e foi elaborada para auxiliar na retomada produtiva e econômica dos setores produtivos gaúchos.

Funcionamento das linhas de crédito

Para conseguir o empréstimo, a empresa deve confirmar que atua em um dos municípios em calamidade e declarar que teve perdas e danos por causa das enchentes. São 95 cidades gaúchas com situação homologada.

A HORA | 5 Quinta-feira, 20 junho 2024
Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br ESTADO

HABITAÇÃO

Vale aguarda construção de pelo menos 3,3 mil casas

Obras serão feitas com recursos federais, estaduais ou da iniciativa privada. Região contabiliza mais de 5,5 mil residências destruídas nas cheias de setembro de 2023 e maio de 2024. Até o momento, nenhuma habitação definitiva foi concluída

VALE DO TAQUARI

Com mais de 5,5 mil casas destruídas após as enchentes de setembro de 2023 e maio de 2024, o Vale do Taquari ainda aguarda soluções para a habitação. Por meio de programas do governo federal, estadual ou da iniciativa privada, pelo menos 3.323 unidades habitacionais foram prometidas à região e aguardam processo licitatório ou início das obras. Nove meses depois da primeira grande enchente, nenhuma casa definitiva foi construída.

Entre os municípios com mais residências destruídas, estão Estrela, com 2 mil imóveis, e Cruzeiro do Sul, com 1,2 mil. Em Estrela, foram adquiridos mais de 5,4 hectares para a construção

de 816 unidades familiares. Ao todo, devem ser construídas 1.060 residências no município.

Ainda, em dezembro do ano passado, foi adquirida uma área de terras de 2,6 hectares, perto do Nova Morada, onde serão construídas duas escolas. Uma de ensino infantil e outra para o fundamental, além de um posto de saúde e um Centro de Referência em Assistência Social (Cras). O projeto já está em andamento. Também foi definida nova área no bairro das Indústrias para a reconstrução da Escola Leo Joas.

Já em Cruzeiro do Sul, o município aguarda a construção de 190 residências, mas a expectativa é atender ainda mais moradores, com a compra de imóveis prometidas pelo governo federal.

“Se tudo se realizar, ficaremos muito felizes, pois a gente consegue organizar nosso

povo e manter nosso município em ordem, com uma direção esperançosa de crescimento sem áreas alagadiças ou de deslizamento”, afirma o secretário do Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Claiton Miranda. O município ainda prevê a construção de uma escola para 500 alunos no Loteamento Primavera, em parceria entre o poder público e empresários, além de outros projetos da iniciativa privada em novos loteamentos.

Novo loteamento

Em Venâncio Aires, o local mais atingido foi Vila Mariante. As cheias destruíram cerca de 400 casas no município e há a projeção de construção de 72 unidades habitacionais no Instituto Penal de Mariante, em Vila Estância Nova, por meio do programa estadual A Casa é Sua/Calamidade.

Com 5,7 hectares, o terreno receberá, nos próximos 90 dias, o trabalho de preparação e infraestrutura de água, esgoto, energia elétrica e pavimentação, com investimentos municipais de até R$ 4 milhões. Através de empresa já licitada, o Estado construirá residências definitivas de 44 m² com painéis de concreto prémoldado, dois dormitórios, sala com cozinha conjugados e banheiro.

A expectativa do secretário de Habitação e Regularização Fundiária Rio Grande do Sul, Carlos Gomes, é entregar as moradias em setembro. Ao mesmo tempo que o prefeito Jarbas da Rosa destaca que todos os beneficiados estão definidos a partir de critérios estabelecidos pela Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Social.

Recursos à região

Pouco mais de um mês desde o início da tragédia no estado, o governo federal soma uma série de anúncios para a reconstrução do RS. O secretário de comunicação institucional do governo, Maneco Hassen, afirmou que só para os municípios do Vale do Taquari, já são mais de R$ 90 milhões de recursos para a Defesa Civil, mais de R$ 38 milhões com auxílio a 74 mil famílias, entre outros valores. “A região já ultrapassou R$ 141 milhões nas mais diversas linhas. Nós temos trabalhado para que a gente possa, naquilo que é tarefa do governo federal, acelerar o processo o máximo possível”, destaca Hassen.

O secretário ainda ressalta a compra assistida de casas para desalojados no estado, como uma modalidade inovadora e rápida para o momento de urgência por moradias. “Também estamos com cadastro aberto no site da Caixa e devemos finalizar essa semana, a publicação de portaria com demais modalidades e opções do Minha Casa Minha Vida. Para que a gente possa cumprir com a fala do presidente Lula, com o compromisso de dar uma casa para todas as pessoas atingidas com renda familiar de até R$ 4,4 mil”.

6 | A HORA Quinta-feira, 20 junho 2024
Estrela foi um dos municípios com mais casas destruídas após as catástrofes, contabilizando mais de 2 mil imóveis ARQUIVO A HORA

Dez casas estão sendo construídas no bairro Novo Horizonte, em Arroio do Meio, pelo Grupo Front

Casas destruídas e prometidas no Vale do Taquari

Encantado

Destruídas: 390

Atingidas: 1.190

Prometidas: 565

Arroio do Meio

Destruídas: 500

Atingidas: 3 mil

Prometidas: 580 de nitivas e 38 provisórias

Estrela

Destruídas: 2 mil

Atingidas: mais de 4 mil

Prometidas: 1.060

Cruzeiro do Sul

Destruídas: 1,2 mil

Atingidas: mais de 1,2 mil

Prometidas: 190

Muçum

Destruídas: 200

Atingidas: 1.498

Prometidas: 233

Roca Sales

Destruídas: 314

Atingidas: 1,2 mil

Prometidas: 185

Lajeado

Destruídas: 500

Atingidas: 2,7 mil edi cações

Prometidas: 400

Venâncio Aires

Habitações provisórias

Enquanto isso, outras iniciativas provisórias são tomadas. Entre o que já foi feito no Vale para auxiliar na reconstrução de moradias em áreas seguras, estão projetos como o do Grupo Front, que une empresários de Porto Alegre em uma campanha de arrecadação de valores. As primeiras 10 casas foram destinadas a Arroio do Meio e devem ser entregues em 40 dias. As obras estão em andamento em uma área cedida pelo município no bairro Novo Horizonte.

Outra iniciativa, foram as

Andamento dos projetos habitacionais

Arroio do Meio

Governo Federal Defesa Civil Nacional (set/2023): 294 unidades habitacionais. Processo de aquisição de área e desenvolvimento dos projetos. Minha Casa Minha Vida

Calamidade - urbana (set/2023): 212 unidades habitacionais.

Minha Casa Minha Vida

Calamidade – rural (set/2023): 27 unidades habitacionais.

Governo Estadual

Ministério Público (set/2023): 43 residências.

Iniciativa privada

Casas do Dunga (set/2023): 4 residências doadas e executadas em lotes privados. Habitações provisórias Secretaria de Habitação + Sinduscon-RS (set/2023): 28 residências. Obra concluída em área doada pela prefeitura municipal, no bairro Novo Horizonte.

Casa Solidária (maio/2024): 10 residências de madeira doadas pelo Grupo Front. A execução das casas está sendo realizada em área da Prefeitura Municipal, no bairro Novo Horizonte.

Roca Sales

Governo Federal (set/2023): 50 casas

Governo Estadual (set/2023): 35 casas

Iniciativa privada (maio/2024): projeto Vila do Agro. 100 casas já estão garantidas. Número pode ser maior, dependendo da arrecadação do projeto. Expectativa é de que as residências modulares comecem a chegar no fim deste mês.

Destruídas: 400

Atingidas: 600

Prometidas: 72

quatro residências doadas pelo jogador Dunga, construídas em lotes privados, além das 28 residências elaboradas pela Secretaria de Habitação em parceria com o Sinduscon-RS, ainda referentes às cheias de 2023. Obras foram concluídas em área doada pela prefeitura municipal, no bairro Novo Horizonte. Demais residências pela região aguardam processos burocráticos e preparação de ambientes para construção.

Se tudo se realizar, caremos muito felizes, pois a gente consegue organizar nosso povo e manter nosso município em ordem, com uma direção esperançosa de crescimento sem áreas alagadiças ou de deslizamento”

CLAITON MIRANDA

SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO E

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE CRUZEIRO DO SUL

Muçum

Aprovadas pelo Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (set/2023): 177 casas.

A Casa é Sua - Governo Estadual (set/2023): 56 casas. Em maio de 2024, foram pelo menos 30 casas destruídas ou em áreas de risco. Projeto para construção de novas moradias referente a essa cheia ainda está indefinido.

Cruzeiro do Sul

Governo Federal (set/2023): 50 casas. Município comprou uma área para a construção.

Governo Estadual: 140 casas, ainda sem previsão de obras.

Estrela

Minha Casa Minha Vida Calamidade - Governo Federal: 1 mil. Licitação aberta para 732 apartamentos no Boa União. Governo Estadual: 40. Uma Casa por Dia - iniciativa privada: 20 *Em julho, ocorre o chamamento público para buscar a empresa que irá construir as 100 primeiras habitações no Nova Morada.

Venâncio Aires

A Casa é Sua/ CalamidadeGoverno Estadual: 72 casas serão construídas no antigo instituto Penal de Mariante, em Vila Estância nova. Terreno receberá, nos próximos 90 dias, o trabalho de preparação e infraestrutura de água, esgoto, energia elétrica e pavimentação. Empresa já foi licitada para as obras.

Encantado

Governo Federal Minha Casa Minha Vida Calamidade: 168 unidades habitacionais. A licitação foi aprovada, assim como o projeto, encaminhado para a empresa vencedora. Condomínio habitacional com 68 apartamentos será construído no bairro Navegantes. Loteamento União com 100 casas será construído no São José. Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - Defesa Civil Federal: 357 unidades habitacionais estão em análise. Seriam construídas no bairro São José.

Governo Estadual

A Casa é Sua/Calamidade: 35 casas foram aprovadas para a construção no Vale dos Pinheiros. Iniciativa comunitária

Lyons Clube: 5 casas serão construídas no Distrito de Palmas.

Lajeado

Governo Federal Minha Casa Minha Vida Calamidade (set/2023): 150 casas nos bairros Conservas, Conventos, Jardim do Cedro e Morro 25. Terrenos estão em processo de loteamento e as casas já estão licitadas pelo município, com a empresa Artem como vencedora. Minha Casa Minha Vida (set/2023): 150 casas nos bairros Igrejinha e Santo Antônio. Terrenos estão em processo de loteamento. Casas estão licitadas e serão feitas pela Artem.

Defesa Civil Nacional (set/2023): 56 casas nos bairros Conventos e São Bento. Estão no processo de licitação.

Governo Estadual

A região já ultrapassou R$ 141 milhões nas mais diversas linhas. Nós temos trabalhado para que a gente possa, naquilo que é tarefa do governo federal, acelerar o processo o máximo possível”

MANECO HASSEN

SECRETÁRIO DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL DO GOVERNO FEDERAL

A Casa é Sua/ Calamidades (set/2023): 30 casas nos bairros Floresta e São Bento. Terreno está em preparação. Casas já estão licitadas pelo Governo do Estado, responsável pela construção. Iniciativa privada

Uma casa por dia (maio/2024): 10 casas no bairro Floresta. Terreno em preparação. Casas serão doadas pela entidade privada.

Go Click (maio/2024): 4 casas no bairro Floresta. Terreno em preparação. Casas serão doadas pela entidade privada.

*Em todos os modelos, o município oferece terreno, faz o loteamento e preparo do local, com terraplanagem, canalização, entre outras ações, além de implantar infraestrutura, como luz, água, ruas e postes.

A HORA | 7 Quinta-feira, 20 junho 2024
GABRIEL SANTOS

thiagomaurique@grupoahora.net.br

THIAGO MAURIQUE

Bebidas Chiamulera anuncia ampliação da fábrica

Fabricante de bebidas lajeadense, a Chiamulera anunciou a ampliação da planta fabril. Em nota, a empresa fundada em 1986 ressaltou apoio da Câmara de Vereadores no projeto de expansão. A expansão da fábrica ocorrerá em terreno aos fundos da sede, em local onde atualmente funciona a Secretaria de Obras de Lajeado, que será realocada.

Localizada às margens da ERS-130, a atual estrutura conta com 11 mil m², destinados ao envase de bebidas alcoólicas, com uma variedade de mais de 180 produtos. Conforme a empresa, a ampliação da fábrica visa dar prosseguimento a expansão da empresa e a conquista de novos mercados, em especial fora do Brasil. “Quando ainda éramos uma empresa local, sonhávamos em um dia conquistar o mercado exterior, oferecer a melhor bebida

e entregar experiências únicas com apenas um gole. Hoje, nossas metas se concretizaram.”

A ampliação da fábrica será possível graças a uma permuta entre o governo municipal e a Bebidas

Chiamulera. A empresa adquiriu uma área no bairro Bom Pastos para realocação dos maquinários do município, que foi permutada pelo terreno ao lado da atual planta fabril.

Arquitetos da região participam da Casa Cor São Paulo

A Costaneira Acabamentos conduziu missão com arquitetos da região durante a Casa Cor SP 2024. O evento é um dos mais prestigiados da América Latina no segmento de decoração, design e paisagismo, e ocorreu entre os dias 14 e 16 de junho na Capital Paulista.

Os profissionais conheceram projetos inovadores que integram sustentabilidade, tecnologia e funcionalidade. Para a empresa, apoiar a formação e o desenvolvimento dos profissionais de arquitetura e design é fundamental para a evolução do setor.

Noite do Vinho no Passarela Lajeado

O Supermercado Passarela promove a partir de hoje uma experiência sensorial no mundo dos vinhos na loja do shopping Lajeado. O Momento Vinho reúne vinícolas nacionais e internacionais para degustações na adega da unidade. Será uma oportunidade para conhecer os melhores vinhos de sete países (Brasil, Argentina, Chile, Portugal, Itália, Espanha e Uruguai) e tirar dúvidas com especialista na área. Os encontros ocorrem nos dias 20, 21 e 22, das 17h às 21h, com entrada gratuita.

O mercado se move com uma dinâmica muito macro, baseada em inflação, juro, câmbio. Por mais que existam oscilações, é preciso um plano claro de longo prazo. É uma montanha-russa. Mas é como andar de barco, é preciso ter o olhar no horizonte para não marear.”

• Idiomas no Senac – O Senac-RS está com inscrições abertas para cursos de Idiomas para todas as idades, com início das aulas no segundo semestre de 2024. Ao todo, são 1.527 vagas distribuídas em 25 escolas Senac no estado. Com metodologia baseada na prática e na criação colaborativa, os cursos de idiomas do Senac buscam desenvolver nos estudantes as quatro habilidades linguísticas: ler, escrever, ouvir e falar. Inscrições e mais informações estão disponíveis no site senacrs.com.br ou presencialmente nas escolas do Senac.

• Mais valiosa do mundo - A Nvidia, principal fornecedora dos processadores utilizados no desenvolvimento de inteligência artificial (IA), ultrapassou a Microsoft e se tornou a companhia de capital aberto mais valiosa do mundo. A companhia de chips chegou a um pico de US$ 3,336 trilhões de avaliação de mercado. A ascensão foi meteórica, com alta 170% somente em 2024. No início deste mês, a companhia havia ultrapassado a Apple e se tornado a segunda empresa com maior avaliação de mercado.

8 | A HORA Quinta-feira, 20 junho 2024
CEO DA ZENVIA EM ENTREVISTA PUBLICADA NO JORNAL ZERO HORA
CASSIO BOBSIN
FRASE DO DIA
FOTOS DIVULGAÇÃO

Slan pede apoio para realocar Centro Lenira em área segura

Entidade sofre com sucessivas interrupções no atendimento desde setembro do ano passado, em virtude das enchentes. Campanha foi lançada nas redes sociais e comissão inicia busca por terrenos

Centro Lenira

Um novo olhar sobre os bairros

Mateus Souza mateus@grupoahora.net.br

LAJEADO

Acada enchente, o mesmo transtorno. Necessidade de remoção de móveis e equipamentos. Depois, quando as águas baixam, a demorada limpeza. Desde setembro, a Sociedade Lajeadense de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Slan) enfrenta dificuldades para manter um trabalho ininterrupto. Por conta disso, pretende realocar Centro Lenira Maria Müller Klein. Nas redes sociais, a entidade, que completou 65 anos em 2023, lançou uma campanha de arrecadação de fundos via Pix para viabilizar a reconstrução da unidade em um local mais seguro, longe dos impactos de futuras cheias. “Precisamos agir para proteger nossa instituição das forças da natureza”, destaca o comunicado.

Das três unidades da Slan, o Centro Lenira é o único situado em área alagável. O imóvel, localizado na esquina da rua João Abott com a Francisco Oscar Karnal, enfrenta problemas mesmo com inundações de pequeno porte, devido ao bloqueio de vias próximas e o avanço das águas no pátio. Na cheia de maio, o prédio ficou totalmente submerso.

Conforme o presidente da Slan, Renato Specht, o desejo de buscar um local mais seguro na cidade não é recente. Mas ganhou força a partir da inundação de maio e, depois do susto do começo desta semana, quando projeções indicavam que o nível do Rio Taquari chegaria a 28 metros, foi batido o martelo.

Segundo Specht, uma comissão foi formada para dar andamento às negociações. O grupo está em tratativas também com o governo municipal e câmara de vereadores na busca por terrenos que estejam disponíveis. Hoje, das 732 crianças e adolescentes atendidas na Slan, 330 ficam no Centro Lenira.

“As crianças precisam ser atendidas continuamente e com dignidade. Os pais ainda querem deixar seus filhos conosco na Slan, mas necessitamos de um local adequado para isso. Retomaremos as atividades segunda-feira no endereço atual até conseguirmos um local para a nova sede”, salienta.

Specht ressalta que, mesmo

As crianças precisam ser atendidas continuamente e com dignidade. Os pais ainda querem deixar seus lhos conosco na Slan, mas necessitamos de um local adequado para isso”

com toda a limpeza feita após as enchentes, não compensa a continuidade no endereço atual. “Se torna insalubre para elas. Portanto, a decisão está tomada. Não vamos fazer novos investimentos ali”.

Localização

Como boa parte das crianças atendidas na unidade central são de famílias que residem em regiões próximas ao Centro de Lajeado, Specht revela preferência por áreas que não sejam distantes. No entanto, lembra que as poucas áreas ainda disponíveis nas imediações também são alagáveis.

“Além de ser um local seguro, também precisa ser de fácil acesso para essas famílias.

Cinco inundações em oito meses motivam Slan a buscar local seguro

Sempre visamos o atendimento mais prático possível. Mas também não podemos descartar outras possibilidades”.

Vinte dias sem atendimento

Na enchente de maio, a Slan precisou fechar o Centro Lenira por duas semanas até a conclusão do processo de limpeza. Alguns atendimentos foram realocados para os outros centros. Já desta vez, as atividades foram suspensas no começo desta semana e só devem retornar na segunda-feira.

“São mais de 20 dias sem atendimento num intervalo de dois meses. É muita coisa. Isso não pode acontecer mais”, destaca Renato Specht.

 A Slan foi fundada em 1959 e está no endereço atual desde 1979, época em que o espaço era chamado de “Casa da Criança”. Era um chalé, cedido pela administração municipal;

 Em 1990, com apoio do Lions Club Florestal e comunidade, iniciou a construção do imóvel que forma hoje o Centro Lenira. À época, o local fazia parte do antigo bairro São José;

Desde então, o prédio passou por muitas reformas e adaptações, além de ampliações. Na mais recente, anexou a área da antiga sede do CTG Bento Gonçalves.

Como ajudar

A Slan disponibilizou uma chave Pix para receber doações de interessados em ajudar com a reconstrução do Centro Lenira em uma área segura. O CNPJ é 88.070.040/0001-50. Além disso, eventuais atividades solidárias promovidas pela entidade também servirão para arrecadação de recursos.

A HORA | 9 Quinta-feira, 20 junho 2024
Realização
Construtora e Incorporador RENATO SPECHT PRESIDENTE DA SLAN Cheia desta semana não invadiu prédio, mas atingiu área de recreação DIVULGAÇÃO MATEUS SOUZA

CCR ViaSul conclui obras emergenciais e libera fluxo na ponte do Boa Vista LOGÍSTICA

Depois das chuvas, projeção mais otimista da concessionária era finalizar trabalhos até o fim desta semana. Reconstrução total da estrutura deve ser executada até 25 de julho

Mateus Souza mateus@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

Após muita espera por parte da comunidade, o tráfego de veículos na ponte sobre o Arroio Boa Vista foi totalmente liberado ontem. As obras emergenciais que viabilizaram a retomada do fluxo na pista Sul (sentido capital), no quilômetro 351 da BR-386, foram finalizadas ontem pela CCR ViaSul. Entre as medidas implantadas, as equipes da concessionária

trabalharam na implantação dos novos taludes nas cabeceiras da ponte da pista Sul, em paralelo à cravação de estacas metálicas em locais específicos identificados no projeto. A intervenção visa garantir que o aterro não se rompa, ao mesmo tempo em que permite que outras equipes de terraplenagem atuavam na remoção do solo rompido. Em paralelo, continuam as atividades de recuperação na estrutura, e, por isso, a CCR alerta que pode ser necessário bloquear uma das faixas no período até o dia 25 de julho, data prevista da conclusão dos serviços na ponte. Nesses casos, será feita a comunicação de forma antecipada.

O prazo previsto de conclusão total das obras na estrutura para o dia 25 de julho está mantido pela concessionária, desde que as condições climáticas sejam favoráveis no decorrer das próximas semanas.

Trabalhos seguiram em pontos onde a água não avançou

Diagnóstico

Fortemente impactada com as enchentes do último mês, a ponte sobre o Arroio Boa Vista teve o aterro da rodovia integralmente comprometido, o que exigiu planejamento específico para realização de intervenções no local em função do grande risco de colapso do aterro de encontro com a ponte. As ações para recuperação foram estabelecidas após uma série de estudos feitos sob a ponte, onde foram implantados equipamentos que verificavam o comportamento tanto da estrutura em si, do solo sob o dispositivo e do terreno no entorno. Esse monitoramento durou cerca de uma semana e foi determinante para a elaboração do projeto de recuperação. No início da semana, a CCR ViaSul havia informado o adiamento da liberação do trecho, previsto, inicialmente, para terça-feira, 18, em razão de novos alagamentos no canteiro de obras. Também, devido ao alto volume pluviométrico, não era possível indicar um novo prazo.

10 | A HORA Quinta-feira, 20 junho 2024
PRETTO
CAETANO

RETOMADA PÓS-CHEIAS

Empresas do Vale inspiram recuperação do RS

Fontana S.A. e Vidraçaria

Lajeadense apresentaram cases no Tá na Mesa da Federasul

Thiago Maurique thiagomaurique@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

As consequências das enchentes que assolaram o Estado e as atitudes necessárias para superar os momentos de dificuldade foram tema do Tá Na Mesa – tradicional reuniãoalmoço da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul. O evento ocorreu ontem no Palácio do Comércio, em Porto Alegre, tendo entre os destaques os cases das empresas Fontana S.A., de Encantado, e Vidraçaria Lajeadense.

Presidente da Federasul, Rodrigo Souza Costa iniciou os debates lembrando que o evento estava marcado para o dia 6 de maio. Segundo ele o objetivo era abordar a recuperação das empresas após as enchentes que assolaram o Vale do Taquari no ano passado.

Conforme o presidente, na época em que a reunião foi marcada era impensável uma nova tragédia climática, com dimensão ainda maior. “Eu não

sei o que vem pela frente, mas tenho certeza que todos nós estaremos juntos e a Federasul Estará de braços dados com todos vocês para enfrentar o que vier.”

Diretor da Lajeadense Vidros, Renato Arenhart falou sobre a fábrica que foi três vezes atingida pelas águas do rio Taquari. Segundo ele, quando a estrutura foi construída, no ano 2000, a cota de inundação era de 25 metros em Lajeado. “Fizemos em cota 27 e nunca tivemos problemas até setembro do ano passado.”

Na primeira grande enchente dos últimos anos, o filho de Arenhart ficou dois dias preso no segundo andar do prédio.

Naquele momento, foi tomada a decisão de sair da área e iniciar as obras da nova fábrica, em área cuja cota de inundação é de 70 metros.

Dois meses depois, uma nova enchente atingiu a indústria e

Em Porto Alegre, a água subiu e desceu. No Vale do Taquari, ela destruiu” Se não houvessem as enchentes, nunca teríamos uma nova fábrica. Esse é o futuro da Lajeadense Vidros.”

obrigou a remoção de parte da produção para Estrela. Em maio, a Lajeadense Vidros foi afetada de maneira ainda mais drástica, com a água alcançando 3,4 metros acima do registrado nas enchentes de 2023.

“Foi uma enchente diferente. Em Porto Alegre, a água subiu e desceu. No Vale do Taquari, ela destruiu”, enfatiza. Apesar dos prejuízos, Arenhart ressalta o otimismo em relação ao futuro da empresa, com destaque para os potenciais da nova unidade. Segundo ele, o projeto está pronto e a obra está em fase de terraplanagem. O objetivo é iniciar os trabalhos na planta ainda este ano. “Se não houvessem as enchentes, nunca teríamos uma nova fábrica dessas. Esse é o futuro da Lajeadense Vidros.”

“Estamos cansando”

Acionista e membro do Conselho da Fontana S.A., Angelo Fontana falou sobre os 90 anos da companhia, marcados pelo empreendedorismo e constante investimento. Segundo ele, resiliência e a capacidade de

O Rio Grande do Sul terá de se reinventar. As empresas precisam alongamento dos seus endividamentos, dinheiro com custo baixo, carência, prazo e fundo garantidor.”

se reconstruir fazem parte do espírito da empresa e ajudaram a recomeçar os trabalhos após as enchentes de setembro e novembro do ano passado.

“Já estávamos vendo um brilhar nos olhos das empresas do Vale do Taquari e esse evento seria uma comemoração”, lembra. Porém, afirma que as enchentes de maio trouxeram o sentimento de impotência diante dos entraves para solucionar os problemas.

“Estamos cansando e esse é um problema de muitas empresas. O Rio Grande do Sul terá de se reinventar”, aponta. Entre as principais dificuldades, cita o aeroporto, a retenção da mão de obra e a burocracia para acessar os recursos anunciados pelo Governo Federal.

“As empresas precisam alongamento dos seus endividamentos, dinheiro com custo baixo, carência, prazo e fundo garantidor”, pontua.

Também participaram do painel o CEO do Instituto Caldeira, Pedro Valério, e o Secretário da Associação dos Amigos de Nova Roma do Sul, Padre Gerson Barteli.

Impasse no Aeroporto

O presidente da Federasul também abordou os problemas enfrentados pela ausência do Aeroporto Salgado Filho. Conforme Rodrigo Souza Costa, a entidade sempre defendeu as concessões, inclusive a do Salgado Filho, mas a concessionária Fraport deveria ter mais empatia. “Já fomos vítimas de uma tragédia e agora de conflitos de interesses.”

Ele também cobra que a Base Aérea de Canoas opere com cem voos diários de forma emergencial. “Precisamos da mão estendida do Governo Federal, das Forças Armadas, do bom senso e da mão estendida da concessionária.”

A HORA | 11 Quinta-feira, 20 junho 2024
ANGELO FONTANA ACIONISTA E MEMBRO DO CONSELHO DA FONTANA S.A
Empresários participaram ontem de mais edição do Tá Na Mesa, da Federasul Lajeadense Vidros foi três vezes atingida pelas águas do Taquari. Nova sede está em construção SÉRGIO GONZALEZ/DIVULGAÇÃO

REESTRUTURAÇÃO

Cooperativa Languiru contrata para reativação total de frigorífico

Plano para pagamento de credores será apresentado em assembleia. Resultado da auditoria é adiado para setembro

Jessica R. Mallmann jessicamallmann@grupoahora.net.br

WESTFÁLIA

ACooperativa Languiru deu um importante passo em sua história. Isso porque, no dia 04 de junho, o Frigorífico de Aves de Westfália exportou o primeiro container para a China. Além disso, a mesma unidade trabalha para que, até o final de julho, tenha a planta reativada na integralidade. De acordo com o presidente liquidante, Paulo Roberto Birck, esses movimentos fazem parte do projeto de reestruturação da cooperativa, que ganha força por meio das parcerias. Desde fevereiro, a unidade de aves de Westfália presta serviços de abate para a JBS, com o objetivo de preencher um turno de abate, com 75 mil aves por dia. Deste volume, 25 mil aves são fornecidas pela Languiru e 50 mil pela JBS. Com a consolidação da parceria, a cooperativa trabalha para ampliar os serviços e atingir sua capacidade máxima de produção. Ou seja, abate de 150 mil aves por dia. “Essa semana estamos contratando mais 40 colaboradores e, após isso, pelo dia 10 de julho, chegamos a totalidade”, revela Birck. A habilitação do abatedouro para o mercado chinês elevou o patamar de competitividade e qualidade dos produtos, bem como trouxe vantagens para futuras parcerias. “Quem abate conosco também terá essa possibilidade de exportar para o mercado externo, porque a habilitação é para o frigorífico, não somente para o CNPJ da Languiru”, explica o presidente. Auditoria será apresentada em setembro

A empresa Dickel & Maffi, responsável pela auditoria e consultoria da Cooperativa Languiru, segue com as investigações nos próximos dias. Devido às cheias na região e em Porto Alegre, cidade sede da prestadora, parte do trabalho precisou ser adiado.

“A empresa teve dificuldade de acesso para fazer alguns expedientes na cooperativa, quando eles têm contato com funcionários e associados. Todo o mês de maio eles tiveram esse prejuízo”, conta o superintendente administrativo e financeiro, Gustavo Marques. O resultado do levantamento dos últimos cinco anos deve ser apresentado durante a assembleia de prestação de contas de setembro.

Parcerias para reestruturação

A preocupação com o campo é iminente após as cheias na

região. Para auxiliar produtores associados, a Cooperativa realiza um levantamento para entender as reais necessidades das propriedades e conseguir destinar as doações.

“A gente já participou de várias reuniões trazendo essa dificuldade do produtor, porque de certa forma, o impacto maior foi nos associados. Temos produtores que perderam todo o plantel de vacas de leite, outros que pararam a produção”, conta Birck.

A dificuldade logística de ofertar volumosos, como silagem e milho, afeta diretamente as produções. Como consequência, hoje já é possível observar a venda de rebanhos e a redução na produção do leite.

A enchente de maio também atingiu a fábrica de rações em Estrela, que chegou a um prejuízo estimado de R$2 milhões, em matérias-primas e insumos. A unidade permaneceu fechada por três semanas, sem produzir ração.

No estudo vão demonstrar a viabilidade nanceira do segmento para cumprir o plano proposto. Após a apresentação, vamos iniciar o segundo semestre com os pagamentos”

GUSTAVO MARQUES

SUPERINTENDENTE ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO

Essa semana estamos contratando mais 40 colaboradores e, após isso, pelo dia 10 de julho, chegamos a totalidade”

Pagamento de credores

Em assembleia marcada para julho, será apresentado o plano de pagamento dos credores. O estudo foi realizado pela empresa Markestrat Group, assessoria de São Paulo que trabalha exclusivamente com o agronegócio.

“No estudo vão demonstrar a viabilidade financeira do segmento para cumprir o plano proposto. Após a apresentação, vamos iniciar o segundo semestre com os pagamentos”, explica Marques.

A Markestrat Group foi a responsável pelo planejamento estratégico da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), para os próximos 10 anos.

12 | A HORA Quinta-feira, 20 junho 2024
Gustavo Marques (e) e Paulo Birck participaram do programa “Frente e Verso” (Foto: Daniély Schwambach) Até o nal de julho, planta do frigorí co será reativada na integralidade No dia 4 de junho, o Frigorí co de Aves de Westfália exportou o primeiro container para a China DIVULGAÇÃO/AI LANGUIRU DANIÉLY SCHWAMBACH PAULO ROBERTO BIRCK PRESIDENTE LIQUIDANTE DIVULGAÇÃO

Estudo revela recorde histórico de cheia na região do Rio das Antas

Software indica que média mensal de vazão na usina 14 de Julho em maio ficou 28% acima do maior número registrado na história

ESTADO

Avazão natural média registrada em maio de 2024 na Usina Hidrelétrica 14 de Julho, no Rio Grande do Sul, quando ocorreu a ruptura parcial da barragem, já é um recorde histórico. O mês com a maior média mensal de vazão natural na região do Rio das Antas havia sido, até então, em maio de 1941, com 2.048 m³/s. A média mensal atual correspondente à mesma bacia é de 2.623 m³/s, ou seja, 28% acima da maior média já registrada na história. O dado foi coletado a partir das análises do Climex, um software inovador desenvolvido

pelo Lactec, em parceria com a Norte Energia. O objetivo é identificar eventos climáticos extremos e ajudar na projeção de chuvas nas bacias hidrográficas que compõem o Sistema Interligado Nacional (SIN). Algumas metodologias utilizadas na pesquisa incluem o uso de Inteligência Artificial, especialmente Machine Learning, que auxiliam a compreender eventos climáticos extremos, como El Niño e La Niña, e os antrópicos, ou seja, as mudanças provocadas pelo ser humano. Entre as funcionalidades, a ferramenta auxilia o setor elétrico frente as consequências geradas pelas mudanças climáticas para a produção de energia, especialmente no Brasil, onde 55% da matriz energética é gerada em usinas hidrelétricas. “A ferramenta oferece subsídios para compor análises mais precisas sobre as consequências dos eventos extremos para o sistema elétrico, trazendo maior previsibilidade e auxiliando no

A ferramenta oferece subsídios para compor análises mais precisas sobre as consequências dos eventos extremos para o sistema elétrico.”

JOÃO PAULO JANKOWSKI

PESQUISADOR DA ÁREA DE MEIO AMBIENTE –

HIDROLOGIA, DO LACTEC

desenvolvimento de planos de atuação mais eficientes”, diz o pesquisador da área de Meio Ambiente – Hidrologia, do Lactec, João Paulo Jankowski Saboia, responsável pelo estudo. O desenvolvimento do software está entre as especialidades da área de Hidrologia do Lactec, que dá suporte a estudos ambientais, energéticos e planejamento urbano de diferentes atividades humanas.

Ferramenta auxilia o setor elétrico frente as consequências geradas pelas mudanças climáticas para a produção de energia

Área foi monitorada por conta da instabilidade no solo e rachaduras

Solo estável permite retorno para casas, aponta nota técnica

Geólogo responsável por análise diz que terreno apresenta pouca movimentação nos últimos cinco dias

CRUZEIRO DO SUL

Nota técnica enviada ao governo de Cruzeiro do Sul e à Defesa Civil, na terça-feira, 18, permite o retorno de moradores para casas em área monitorada por conta da instabilidade no solo e rachaduras. No documento, o responsável técnico pelo monitoramento geotécnico da área localizada na região central do município, o geólogo Leandro Petry, informa que é possível conduzir a reocupação. A decisão foi tomada após vistoria e análise executada na terçafeira passada, 18, pela empresa Magma Geologia e Meio Ambiente. Conforme a nota técnica, a zona monitorada manteve estabilidade e apresentou movimentos pouco expressivos nos últimos cinco dias. “Tendo em vista as observações do período de 24 dias e as condições

climáticas desse intervalo, pode-se afirmar que a área tem retomado sua estabilidade.”

Segunda evacuação

Na tarde de quinta-feira, 13, moradores foram orientados a deixar a área devido ao volume de chuva que estava previsto para a região. Na noite de 23 maio, cerca de 60 famílias foram evacuadas por risco de movimentação de massas.

Nota técnica enviada ao governo

A HORA | 13 Quinta-feira, 20 junho 2024
de Cruzeiro do Sul e à Defesa Civil
BIBIANA FALEIRO
DIVULGAÇÃO
AMBIENTE NESTA QUINTA-FEIRA, DAS 19H ÀS 21H
MEIO

morador segunda-feira, passou a suposto jomensagens estelionatávítima investigahocom escolaridade. mais. reveladinheiro delegade comum faldinheiro todestadesconfiar de que fácil prevenir antes nas

boas com o pessoal.

VIRGEM: Traçar planos mais ambiciosos ajuda na hora de perseguir o sucesso, melhorar sua imagem e causar uma boa impressão por onde passar.

Permite fabricar fones personalizados

Brincadeira infantil com casas numeradas

Tipo de gola de blusas de malha

Matéria de jornal Espécie, em inglês

Música gravada por Zélia Duncan

Partido sunita da Palestina

Gerenciador da pesquisa científica

Espaço reservado da igreja Ex-jogador de futebol alcunhado "Imperador"

PEIXES: Pode ter

19/0220/03

CRUZADAS

PREVENÇÃO

Abrange Arizona e Califórnia, nos EUA Sinal de desaprovação do público Muçulmanas

"(?) Jim", romance de Joseph Conrad

Código de Luxemburgo na internet

Personagens do ator mexicano Roberto Bolaños

Sistema Único de Saúde (sigla) Atua

Matéria que forma o cone vulcânico

Móvel do escritório Tecla de gravação

"Procurando (?)", filme Acordar

Estatuto da Criança e do Adolescente

Artigo definido masculino plural

A "Mãe do mato", no Folclore indígena

Abreviatura do livro de Esdras (Bíblia)

Almofada, em inglês

Pasta de e-mails Paulo (?), locutor

"Abelha", em "apiário" Também, em inglês

Apelido de "Leonardo"

(?) Flanders, vizinho dos Simpsons

3/pad. 4/also — sort. 5/lorde. 7/miríade.

HORÓSCOPO

ÁRIES: Aproveite as energias favoráveis para adiantar uma reunião ou deslocamento, porque vai ficar mais complicado concentrar a atenção.

TOURO: À tarde, ouça o lado cauteloso do seu signo para não ter gastos extras nem prejuízo. Você terá que manter os pés no chão.

GÊMEOS: A Lua segue em seu signo e ressalta suas qualidades, mas aproveite a vibe positiva da manhã e adiante o que for possível.

CÂNCER: A distância pode ser um problema na paquera. Já com o mozão, a química entre vocês tem tudo para aumentar.

LEÃO: As amizades podem trazer dor de cabeça à tarde, mas você tem tudo para contornar o momento tenso e voltar às boas com o pessoal.

VIRGEM: Traçar planos mais ambiciosos ajuda na hora de perseguir o sucesso, melhorar sua imagem e causar uma boa impressão por onde passar.

Suporte metálico de xícaras e temperos

Encantado projeta Centro de Resiliência Climática

“Centro de Inovação”, voltado para a educação foi ampliado para incluir um núcleo especializado em soluções para prever e atuar em desastres climáticos

LIBRA: À noite, vai contar com uma mãozinha dos amigos para afastar a mesmice e planejar algo divertido com a galera.

ESCORPIÃO: Aproveite para se desapegar de tudo o que anda atrapalhando, sejam pessoas ou objetos que não têm nada de positivo.

SAGITÁRIO: A família pode fazer cobranças se você não anda lá muito presente em casa nos últimos tempos.

CAPRICÓRNIO: Pela manhã, o trabalho deve ocupar a maior parte da sua atenção e você pode aproveitar para dar aquele gás nas tarefas de rotina.

18/02

AQUÁRIO: Aproveite que a sorte estará ao seu lado para participar de sorteio, rifa ou fazer uma fezinha.

PEIXES: Pode ter boas novas sobre a saúde de um familiar nesta noite. Há sinal de tranquilidade no romance.

Quantidade grande e indefinida

Projeto inclui utilização de tecnologias avançadas e análise de dados para prever desastres climáticos com maior precisão na Bacia Taquari-Antas

ENCANTADO

Desde setembro, quando Encantado foi atingido pelo primeiro episódio da série de eventos climáticos que impactaram o município e a região, a administração municipal estuda medidas para criar

SAÚDE

soluções preventivas de médio e longo prazo. Como parte dessas iniciativas, o projeto do “Centro de Inovação”, voltado para a Educação foi ampliado para incluir um núcleo especializado em soluções para prever e atuar em desastres climáticos. O plano é inspirado em uma iniciativa similar de Blumenau, cidade conhecida por sua expertise no enfrentamento as enchentes. No entanto, ele ganhou força nesta semana devido às previsões equivocadas da Defesa Civil Estadual, que antecipava uma enchente de grandes proporções, semelhante à de novembro de 2023, quando o Rio Taquari atingiu 20,65m. “A falha no

sistema estadual nos faz entender a necessidade de buscarmos alternativas que considerem nossa realidade e nos permitam tomar medidas assertivas diante de uma eventual catástrofe”, avalia o prefeito Jonas Calvi.

Segundo a administração municipal, o Centro de Resiliência Climática oferecerá um Laboratório de Inteligência e Dados para Previsão de Desastres Naturais, utilizando tecnologias avançadas e análise de dados para prever desastres climáticos com maior precisão na Bacia TaquariAntas. O projeto já garantiu R$ 500 mil da iniciativa privada para iniciar a reforma do prédio localizado no Bairro São José, cedido pela Univates.

Para o prefeito Jonas Calvi, a iniciativa deve transformar a capacidade de resposta e adaptação da comunidade regional frente aos desafios climáticos. Na próxima sexta-feira (21), ocorrerá uma nova reunião para discutir o sistema a ser implementado, incluindo o investimento requerido. “Precisamos buscar soluções concretas a nível regional, de acordo com a realidade da parte alta do Vale. Por isso, em breve, pretendemos nos reunir com prefeitos de cidades vizinhas para detalhar mais a ideia”, acrescenta o prefeito.

UBS Jacarezinho inicia reforma

Prazo para conclusão das obras é de até quatro meses. Valor total do investimento é de R$ 239,8 mil

ENCANTADO

A reforma da Unidade Básica de Saúde (UBS) Jacarezinho, localizada na rodovia ERS425, no bairro Jacarezinho, em Encantado, teve início nesta terça-feira, 18. A estrutura da UBS sofreu danos significativos devido às cheias catastróficas do Rio Taquari. Com uma área total de 178,25m² a ser reformada, o prazo para conclusão das obras é de até quatro meses. O valor total do investimento é de R$ 239,8 mil. O recurso foi conquistado junto ao Governo Federal, via Ministério da Saúde. A reforma inclui a troca de

azulejos, aberturas, reparos nas paredes, instalação de uma nova rede elétrica, pintura do espaço, entre outros restauros essenciais para a recuperação do prédio.

A Administração Municipal, por meio da Secretaria da Saúde e Meio Ambiente, afirma que a obra busca assegurar a melhoria das condições do prédio, promovendo um ambiente mais seguro e adequado para a população e os

serviços oferecidos na unidade. “A reforma é essencial para garantir que a população do bairro Jacarezinho tenha acesso a um serviço de saúde de qualidade em um ambiente seguro e bem estruturado. Esperamos que a UBS esteja pronta o mais rápido possível, atendendo às necessidades dos moradores do bairro”, destaca a secretária da Saúde e Meio Ambiente, Karoline Crippa.

14 | A HORA Quinta-feira, 20 junho 2024
DIVULGAÇÃO Obra busca assegurar a melhoria das condições do prédio
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novas
um familiar nesta noite.
sinal de tranquilidade no romance.
boas
sobre a saúde de

RECONSTRUÇÃO

Marques de Souza solicita à CCR apoio na recuperação de acesso

Via lateral foi totalmente destruída em maio por conta da elevação dos rios Fão e Forqueta

Marques de souza

Em reunião com integrantes da comissão tripartite, líderes de Marques de Souza solicitaram e externaram à CCR autorização para recuperar o acesso ao distrito de Bela Vista do Fão. O encontro ocorreu em Porto Alegre. Entre os presentes, estavam membros da CCR ViaSul, da Polícia Rodoviária Federal e da Associação de Municípios do Vale do Taquari. Durante o encontro, o vice-prefeito de Marques de Souza, Lairton Heineck, solicitou à CCR autorização para recuperar o acesso ao distrito de Bela Vista do Fão.

A preocupação agora está no Km-311 da BR-386, onde moradores que trafegam no sentido capital-interior enfrentam um desafio significativo: para

O bi TUá R i O

PEDRO NILO BITDINGER, 73, faleceu ontem, 19. o velório ocorre no Memorial Jardim da Montanha - capela “a” . os atos fúnebres ocorrem hoje, 20, às 9h, no Memorial e Crematório Jardim Montanha dos Vales, em santa Cruz do sul.

THEREZINHA EDITH ACOSTA, 95, faleceu ontem, 19. o velório ocorre nas Capelas diersmann, do bairro alto da Bronze, em estrela - sala “B”. o sepultamento ocorre hoje, 20, às 14h, no Cemitério Católico de estrela.

SOUZA VICENTE, 69, faleceu ontem, 19. o sepultamento

acessar a estrada geral do distrito, motoristas precisam ingressar na contramão.

A via lateral que servia de acesso foi totalmente destruída ainda em maio por conta da elevação dos rios Fão e Forqueta. Heineck afirmou em entrevista ao programa Vale em Pauta da rádio A Hora, que o Ministério Público Federal também está acompanhando as ações do município. Segundo ele, a administração municipal está empenhada em esgotar todas as alternativas para resolver os problemas de infraestrutura que afetam a região.

ocorreu no Cemitério do Centro de Paverama.

NELI PLIZZARI, 80, faleceu na terça-feira, 18. o sepultamento ocorreu no Cemitério da Linha ar-

“Não podemos manter os acessos como estão. Temos várias situações que já eram críticas antes da enchente e que agora se agravaram. Em 45 dias, tivemos nossos acessos totalmente bloqueados duas vezes”, destacou Heineck. Outro pedido do município é para a antecipação de obras e a implantação de uma alça de acesso no trevo da cidade que, durante a enchente, ficou alagado, e motoristas ficaram impedidos de acessar a cidade.

A CCR Via Sul afirma que o acesso é de responsabilidade do município.

roio augusta alta, em roca sales.

CARLOS MOACIR CRESCENTI, 64, faleceu na terça-feira, 18. os atos fúnebres ocorreram no Crematório de Guaporé.

A HORA | 15 Quinta-feira, 20 junho 2024
Daniel Stork/Divulgação

DIOCESE DE SANTA CRUZ DO SUL

Itacir Brassiani é nomeado novo bispo de Santa Cruz do Sul

Padre sucede Dom Aloísio Alberto Dilli, que apresentou a renúncia por motivo de idade

Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

OPapa Francisco nomeou Dom Itacir Brassiani como novo bispo da diocese de Santa Cruz do Sul nessa quartafeira, 19. O padre sucede Dom Aloísio Alberto Dilli, que está

com 75 anos, idade definida para que o bispo se torne emérito e deixe as funções de governo na Igreja particular.

Desde 2021, Padre Itacir era superior provincial para a América Latina dos Missionários da Sagrada Família, com sede em Passo Fundo. Natural de Soledade, nasceu em 28 de dezembro de 1959. Emitiu a profissão religiosa na Congregação dos Missionários da Sagrada Família em 1984 e, em 21 de fevereiro de 1987, recebeu a ordenação sacerdotal.

Dom Itacir concluiu os estudos de Filosofia na Universidade de Passo Fundo-RS, os de Teologia no Instituto Missioneiro de Teologia de Santo Ângelo, e

obteve a licenciatura em Teologia Sistemática pela Faculdade Jesuíta (FAJE), de Belo Horizonte-MG.

Entre as atividades sacerdotais, se destacou em atuações na Sagrada Família, e como vigário geral junto ao Conselho Geral de Roma.

Depois de oito anos

Atual bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul, Dom Aloísio Alberto Dilli, após a nomeação, continua atuando como administrador apostólico, exercendo a função de bispo até que Dom Itacir assuma a diocese. O religioso afirma que quando foi chamado para Santa Cruz do Sul, em 2016, ele já atuava como bispo na Diocese de Uruguaiana há nove anos. Logo no início, assumiu o compromisso com a região de tornar as igrejas competentes à Diocese de Santa Cruz do Sul mais samaritanas, focadas em ajudar a quem precisa, além de se dedicar à iniciação à vida cristã.

O tempo de Dom Aloísio à frente da entidade foi marcado por pandemia e enchentes e ele destaca a importante missão das comunidades nesses períodos, em que o acolhimento passou para a prática.

Nesta nova etapa da diocese, ele deseja que as comunidades também acolham Dom Itacir, assim como ele foi acolhido.

16 | A HORA Quinta-feira, 20 junho 2024
DOM ALOÍSIO DOM ITACIR BISPO PRÓXIMO BISPO DA DIOCESE
Diocese de Santa Cruz do Sul abrange grande parte das comunidades do Vale do Taquari FOTOS DIVULGAÇÃO

DIVISÃO DE ACESSO

LAJEADENSE DERROTA O PELOTAS E ENTRA

Na Arena Alviazul, equipe comandada por Serginho Almeida levou a melhor por 2 a 1, com gols dos atacantes Augusto e Edson

OLajeadense superou o Pelotas e a chuva para somar mais três pontos pela Divisão de Acesso na tarde desta quarta-feira, 19. O clube do Vale do Taquari superou o time da região Sul do estado por 2 a 1, na Arena Alviazul, em jogo marcado pelo gramado prejudicado pela chuva. Com o resultado, o Dense chegou aos 14 pontos e subiu para o quarto lugar na Grupo B. Os três gols da partida foram marcados no segundo tempo. Logo aos dois minutos, Augusto abriu o placar. O atacante

entrou no lugar do centroavante Matheus Mazia ainda no primeiro tempo. Aos 35 minutos da etapa complementar, Edson ampliou: 2 a 0. Os dois gols tiveram a jogada construída pelo lateral-direito Jhuan. No final da partida, Warlei descontou para o clube visitante após cobrança de escanteio. Placar final de 2 a 1.

NO G-4

Com o resultado, o Lajeadense chegou aos 14 pontos e entrou na zona de classificação, com a mesma pontuação do próprio Pelotas que é o vice-líder e do Monsoon, terceiro colocado. O próximo compromisso será no domingo, 23, contra o Internacional de Santa Maria, na casa do adversário.

JOÃO LUCAS FELDENS CATTO

O TEMPO E OS VENTOS

João e Lucas são meninos de uma mesma cidade, ambos com 12 anos de idade. Um vai para um clube no sul e outro para o norte do país. Ainda jovens, vivem a mesma realidade. Saem de casa ainda crianças, vivem em alojamentos com condições mínimas, treinam na chuva ou sol e voltam para o aconchego do lar apenas uma vez ao ano. Vivem essa rotina até 18 anos, sem nunca receber um “tostão” sequer. Lucas assinou contrato profissional com um grande clube, já com um “pé” na Europa, e vive o mundo de fantasia que vemos na TV. Por outro lado, João não consegue se firmar como profissional, vive a realidade de 95% dos atletas brasileiros, “mendigando” contratos a cada 3 meses, sujeitando a trabalhar por mil reais e às vezes (acredite se quiser) até mesmo de graça, apenas pela oportunidade. Os ventos sopraram diferentes para eles e essa história poderia ser mais uma obra da literatura brasileira, mas Érico Veríssimo que me desculpe, essa é a história da trajetória de muitos atletas. As vidas de João e Lucas podem até parecer diferentes, mas elas têm muito mais em comum do que a gente pode imaginar. Muito além do que qualquer dinheiro e sucesso poderia entregar. É O TEMPO. Ele não volta, não dá avisos e, muitas vezes, passa rápido demais. Sair de casa cedo, abdicar da família e de coisas que toda criança precisa viver é comum para todos esses jovens que buscam o sonho. Todos, até mesmo aqueles que desistiram no caminho. Criança brinca, o atleta treina. Criança tem dia triste, mas volta para o aconchego da família.

Atleta tem dia ruim, mas volta para o alojamento onde divide o quarto com outros 20 “concorrentes”. Criança tem os prazeres das descobertas, o atleta tem no seu sonho a responsabilidade de mudar a vida da família.

Sim, os jovens atletas abdicam da infância, precisam amadurecer cedo e adquirir a “casca grossa” que a vida lhes exige. Mas aqui o tempo é cruel. Ele não permite replay.

No ano passado Michael (ex-Flamengo e atualmente no Al Hillal) perdeu a vó e a mãe num período de um mês: “Foi um baque, minha mãe ficou internada 12 dias. Nessa hora você pensa de que adianta o dinheiro? Eu tinha o dinheiro que podia, mas não consegui salvar minha mãe.”

Se Michael com dinheiro sofre por não poder estar junto da família, o que dizer de João que não recebeu nada de seu último clube e ficou sem dinheiro para voltar para casa?

Não somos alienados, dinheiro é importante, mas ele não compra lembranças. Ele não vai comprar o tempo abdicado lá atrás, não vai comprar aquele abraço que tanto foi preciso anos antes e não vai preencher o vazio que todo atleta sente. Independente de sucesso. Grande parte do que escrevo aqui vem de uma reflexão interna de tudo que vivi. Não foram raras as vezes que abri mão de acompanhar minha família e também não foi apenas uma vez que vi meus amigos aproveitando suas férias escolares enquanto eu estava correndo pelos gramados do Brasil, alimentando um sonho. Cada escolha é uma renúncia, mas você abriria mão de todo o tempo precioso com aqueles que mais ama na vida, sabendo que esse tempo jamais vai voltar? É, o tempo não vai voltar, as lembranças irão ficar e as marcas vão aparecer.

A HORA | 17 Quinta-feira, 20 junho 2024
Advogado Desportivo LUÍS FELIPE AMORIM

Afoto é anterior aos anos 1950. Mostra a rua Marechal Deodoro, no encontro com a Júlio de Castilhos, próximo à Praça da Matriz de Lajeado. Naquele tempo, nem mesmo o centro da cidade tinha calçamento, as ruas ainda eram de chão batido. O terreno baldio à direita abriga hoje o antigo prédio dos Correios. Na foto, ao fundo, está a antiga Escola São José, dos Irmãos Maristas. A atual estrutura da Colégio Presidente Castelo Branco só começou a ser construída em 1959, antes disso, a rua Marechal Deodoro seguia em frente. O velho sobrado dos Matte (um pouco escondido na foto), que ficava onde hoje está o Castelinho, ainda estava de pé, aquela foi a primeira prefeitura de Lajeado. A fotografia também mostra a antiga Igreja Matriz, com as duas torres, destruída em um incêndio em 1953.

Nova ambulância ao Hospital Ouro Branco

A Associação Beneficente Ouro Branco, mantenedora do hospital no bairro Languiru, recebia uma ambulância. Naquele tempo, Teutônia ainda pertencia a Estrela e o veículo foi doado pelo Funrural para a prestação de serviços aos

produtores do campo. Na época, o Governo Federal queria expandir o atendimento médico ao interior e distribuiu 100 ambulâncias às localidades. Teutônia foi uma das contempladas, assim como Camaquã e Dois Irmãos no RS.

Estrela em primeiro lugar

Conforme o Ministério da Agricultura, Estrela voltava a ocupar o primeiro lugar em abate de suínos no Estado. O ranking foi baseado nos

números do ano de 2003. Na época, Estrela representava um percentual de 3,06% do abate de suínos de todo o Rio Grande do Sul.

Hoje é

- Início do Inverno

- Dia do Revendedor

- Dia do Vigilante

- Dia do Refugiado

- Dia do Advogado Trabalhista Santo do dia:

- Nossa Senhora da Consolata - São Silvério

18 | A HORA Quinta-feira, 20 junho 2024

FILIPE FALEIRO

colunafaleiro@grupoahora.net.br

Acertos, erros e decisões

Opensamento militar clássico “prepare-se para o pior” serve de referência para o movimento do Estado diante do risco de uma nova inundação de grande porte. Há uma série de aspectos da condição hidrológica gaúcha desde o segundo semestre do ano passado. Passa pela saturação do solo que interfere na absorção da água, mananciais hídricos assoreados ou com aumento da mancha de alagamento, drenagem urbana comprometida por lixo, barro ou escombros. Então, o governador Eduardo Leite, a Defesa Civil e a equipe de monitoramento do clima acertaram em desenhar o pior cenário para essa semana? Cabe aqui o pensamento militar? Ou houve mesmo erros por um

alerta que provavelmente não se cumprirá?

Respostas difíceis e das quais não tenho a ambição de senten-

Mais precisão

Quando a redação ficou sabendo da vinda surpresa do governador para Lajeado, na noite de segunda-feira, poucas informações chegaram sobre os motivos. Abriu-se interpretações. A primeira era de teríamos o início de um novo fenômeno ambiental crítico.

A equipe começou a estudar mapas meteorológicos e tentar calcular os acumulados de chuva.

Na Rádio A Hora, um novo plantão prévio para cobertura de enchente se desenhava.

Das 17h às 19h, foram ouvidas defesas civis dos municípios e também especialistas, como o meteorologista e professor da Universidade Federal de Santa Maria, Daniel Caetano. Pelo que vinha do Estado, seriam 150 milímetros de chuva na parte banhada pelo Rio Taquari.

Serviço terceirizado

Os relatórios meteorológicos da Sala de Redação do Estado, ligada à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, passaram a ser feitos por uma empresa de São Paulo. O contrato de cinco anos para

prestação do serviço foi assinado em 2023. São R$ 25,93 milhões neste período. Neste contrato para prestação do serviço, está o radar que chegou em Montenegro. Esse é

ciar. O pavor, o medo, o trauma de maio ainda estão muito vivos. Neste momento, qualquer decisão é complexa.

COLUNA DO MUSEU

Por, Sérgio Nunes Lopes Kelly Lavall da Silva

Ponte de Ferro: documento e referência

Areconstrução da Ponte de Ferro é um lembrete pragmático de sua função essencial: conectar regiões separadas por outros agentes naturais. Contudo, essa estrutura transcende seu propósito inicial, tornando-se um Patrimônio Histórico e Cultural sem que essa fosse sua intenção original. A essência de um Patrimônio Histórico, como a Ponte de Ferro, reside na sua capacidade de entrelaçar épocas através das memórias e experiências humanas que evoca, conferindo-lhe um significado que transcende o concreto.

Celebrando 85 anos em 16 de julho de 2024, a Ponte de Ferro é um testemunho da perseverança diante dos desafios financeiros. Sua inauguração em 1939 ressoou por todo o estado, constituindo-se símbolo histórico de Arroio do Meio e Lajeado, mas com relevância para toda a região. Conforme a obra “Arroio do Meio: entre rios e povos”, a construção foi iniciada ainda em 1927, foi paralisada, por falta de verba, em 1929 e só concluída dez anos mais tarde.

A recente reconstrução, concluída em junho deste ano, reafirma seu potencial como Patrimônio

Histórico e Cultural. A mobilização comunitária na sua origem e reconstituição destaca a sua importância não apenas como uma estrutura física, mas como um elo importante para a identidade e história regional.

Acima, nas cabeceiras, pegando os rios Carreiro, Antas, Guaporé e outros arroios, poderia passar dos 250 mm.

Esse volume traria para ontem (quarta-feira) o rio acima dos 28 metros. Um nível semelhante ao episódio de novembro passado. Nada se concretizou. Quem esteve mais próximo foi justamente o meteorologista de Santa Maria. Caetano olhou os mapas, afirmou que havia pouca chuva sobre a bacia do Taquari/Antas naquela noite e para terça-feira também. Depois, teríamos um acumulado máximo de 60 a 70 mm, o que não seria suficiente para um repique do Rio.

Isso significa que as informações técnicas do Estado, levadas para quem toma a decisão, superestimaram a chuva naquelas horas. Criou-se um furor dentro das defesas civis, dos municípios, entre voluntários, empresas e comunidade.

A estrutura, inaugurada em 1939, foi destacada como essencial para a logística e o desenvolvimento econômico do Alto Taquari. Ela facilitou o transporte da produção local, impulsionando o comércio e a indústria impactando sobremaneira a história econômica da região.

Celebrando 85 anos em 16 de julho de 2024, a Ponte de Ferro é um testemunho da perseverança diante dos desa os nanceiros.”

A construção da ponte entre Lajeado e Arroio do Meio é um testemunho do espírito comunitário da região. Relatos destacam o engajamento de líderes e voluntários anônimos que transportaram pedras e ergueram os pilares que sustentam a estrutura metálica da ponte. Este esforço coletivo não apenas construiu uma conexão física entre as cidades, mas também fortaleceu os laços comunitários, refletindo a dedicação dos habitantes em projetos de benefício coletivo.

A manutenção da Ponte de Ferro entre Arroio do Meio e Lajeado ao longo do tempo fez emergir a necessidade de cooperação política. As administrações municipais, de ambas as extremidades, precisaram superar diferenças ideológicas para garantir a conservação da estrutura, evidenciando a ponte como um catalisador de análise política. Em janeiro de 1981, a emblemática ponte que liga as cidades de Lajeado e Arroio do Meio foi interditada devido ao estado precário de sua estrutura de madeira. Após negociações decisivas, as prefeituras dos dois municípios chegaram a um consenso para a substituição das partes deterioradas, garantindo assim a segurança e a continuidade da utilização da ponte. Este acordo sublinha o valor histórico da ponte, enfatizando sua preservação mesmo com a RS 130 em operação, uma alternativa moderna que poderia ter relegado a ponte ao esquecimento.

um acerto da licitação. Tem um porém. Com o fim do prazo e uma consequente não renovação, o equipamento sai do RS. A empresa poderá colocar em um transporte e retirar.

A Ponte de Ferro transcende sua função precípua, tornando-se um cenário para momentos pessoais marcantes. Entre as ruas Marechal Floriano Peixoto e Senador Alberto Pasqualini, ela serve como um estúdio ao ar livre onde as pessoas ancoram lembranças significativas através de fotografias, refletindo sua importância na travessia da vida cotidiana. Embora não oficialmente reconhecida como Patrimônio Histórico e Cultural, a Ponte de Ferro carrega essa potencialidade. Os desafios impostos por eventos climáticos recentes não devem levar à perda de referências históricas, pois elas são essenciais para manter a harmonia entre comunidades e o ambiente natural, orientando as futuras gerações.

A HORA | 19 Quinta-feira, 20 junho 2024
FILIPE FALEIRO

Quinta-feira, 20 junho 2024

Fechamento da edição: 19h

MÍN: 23º | MÁX: 18º

Nublado com chuva de manhã. Tarde e noite pode garoar.

PONTE NA BR-386

Alívio no trânsito Alívio no trânsito

Após quase 50 dias de bloqueios na ponte sobre o Arroio Boa Vista, em Estrela, a concessionária finalizou os trabalhos paliativos no talude e liberou o fluxo nas duas pistas do sentido interior/capital. As obras seguem até pelo menos 25 de julho e podem ocorrer novas interdições

PÁGINA | 10 MARCOS RUSCHEL

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