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Pesquisa analisa danos cognitivos causados pela violência doméstica
from A Hora - 13/06/2023
Doutoranda do Programa de PósGraduação de Ciências Médicas da Univates, Denise Bisolo Scheibe busca por mulheres que possam ser voluntárias no trabalho VALE DO TAQUARI
As consequências da violência doméstica sofrida por mulheres da região é estudada na tese de doutorado da psicóloga Denise Bisolo Scheibe. O trabalho dá sequência à pesquisa desenvolvida no mestrado, que contou com entrevista de 71 voluntárias. Agora, a doutoranda busca por mais mulheres dispostas a participar do projeto, a fim de aprofundar a pesquisa.
Vinculado ao Programa de PósGraduação de Ciências Médicas da Univates, o trabalho pretende avaliar o impacto da violência em aspectos como reserva cognitiva e memória emocional. Além de entrevista, é feita coleta de sangue para entender se existe diferença em marcadores biológicos de estresse.
“Na minha dissertação, eu expus dados relativos a diferenças no quociente de inteligência, mas a pesquisa segue e queremos mais mulheres para aumentar a confiabilidade dos dados e entender se existem prejuízos na memória ou atenção”, explica a doutoranda. O trabalho seguirá durante todo o ano.
Avaliação do Vale
A Lei Maria da Penha considera que a violência por parceiro íntimo (VPI) pode ser física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral. Dados preliminares da pesquisa de Denise mostram que a violência psicológica é a mais perceptível pelas mulheres da região, apontada por 90% das 71 entrevistadas.
A física ocupa o segundo lugar, indicada por 75% das participantes.
Conforme a psicóloga, os dados são coerentes com o restante do Brasil. O Vale foge à regra, no entanto, no que diz respeito à violência sexual, já que não é uma das mais percebidas pelas entrevistadas. Nem por isso as consequências são menos nocivas.
“A gente sabe que violência física e psicológica tem repercussão na saúde mental das mulheres. Esse grupo tem muito relato de transtorno pós-traumático, depressão, ansiedade, transtornos alimentares”, reforça Denise. O restante dos dados e avaliação serão divulgados depois que o artigo for publicado.
Podem se voluntariar mulheres de 18 a 60 anos que passaram por alguma situação de violência por parceiro íntimo
Busca por voluntárias
Com as mulheres voluntárias é feita avaliação psicológica, que considera atenção, memória, inteligência, estresse pós-traumático e trauma de infância. Na sequência, elas são convidadas à coleta de sangue, feira por uma enfermeira.
Podem se voluntariar mulheres de 18 a 60 anos que passaram por alguma situação de violência por parceiro íntimo compreendida na Lei Maria da Penha e com habilidades de leitura e escrita. Mulheres com histórico de abuso de substâncias, transtornos mentais graves, QI inferior a 70 e que tenham retornado para os agressores não podem participar. Quem tiver interesse pode entrar em contato pelo email neuropsicologia@univates.br e pelo WhatsApp (51) 994941705.
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