Documento A Hora - 26 e 27/08/2023

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AGOSTO /2023
FELIPE NEITZKE
AVANÇO DO HBB DE HOSPITAL DA CIDADE PARA REFERÊNCIA NO PAÍS

HOSPITAL REPRESENTA QUASE R$ 10 MILHÕES AO MÊS NA ECONOMIA

EM SALÁRIOS,

ALCANÇA

R$ 8,8 MILHÕES POR

MÊS. HBB ATENDE

QUASE 4 MIL

PESSOAS EM MÉDIA

POR DIA. MAIS DE 50% SÃO DE OUTRAS CIDADES

Oquadro de funcionários do HBB supera 1,2 mil pessoas. Caso sejam contabilizados profissionais médicos e prestadores de serviço, passa dos 1,7 mil. No pagamento de salários e vale-alimentação, representa R$ 8,8 milhões na economia local. Ao contar as compras da instituição com fornecedores locais (em especial de alimentos), são mais R$ 920 mil ao mês.

Todo esse ecossistema econômico se consolidou nas imediações do HBB. Lojas de roupas, calçados, joalheirias, restaurantes, lancherias e serviços variados. Para além do atendimento dos trabalhadores, ainda há pacientes e acompanhantes.

“Mais de 80% dos nossos clientes vêm para fazer algo no hospital”, conta o atendente de um restaurante e lancheria em frente à emergência, Bruno Henicka.

Por dia, são mais de 130 almoços servidos. O pastel, um dos carroschefes fora do meio-dia, passa de 100 unidades vendidas por dia.

Para além da relação comercial, há componentes subjetivos. “Nós acabamos conhecendo a história de muitas pessoas. Algumas partiram e ficamos felizes quando alguém se recupera”, conta.

Os reflexos econômicos aparecem também na construção e setor imobiliário. Todo esse movimento diário, algo próximo das 4 mil pessoas, torna o aluguel comercial nas imediações do HBB valorizado, com o metro quadrado avaliado entre R$ 6 mil até R$ 9 mil.

IMPACTO ECONÔMICO

Folha salarial

R$ 4,2 milhões para os 1.243 funcionários

Vale-alimentação

R$ 141,2 MIL

(média Jan a Jun/23)

Pagamento dos contratos com médicos

R$ 4,4 milhões

(379 médicos corpo clínico + autorizados) por mês

Total: R$ 8,8 milhões

MAIS DE R$ 920 MIL POR MÊS PARA COMPRA DE ALIMENTOS

Quando se aprofunda a análise para os fornecedores, a circulação financeira por mês passa dos R$ 9,8 milhões. No geral, entre insumos, remédios, alimentos e materiais de expediente, a instituição comprou produtos de 1.010 empresas.

Deste total, 24,3% são empresas locais, em especial para garantir a alimentação dos pacientes e acompanhantes. No primeiro semestre deste ano, as compras com fornecedores de Lajeado e proximidades representou R$ 5,5 milhões. Algo próximo dos R$ 922 mil ao mês.

Na área da alimentação, foram servidos mais de 406 mil refeições para pacientes e acompanhantes entre julho de 2022 a julho deste ano. Representa mais de 1,1 mil alimentações por dia. A média mensal de consumo dos principais produtos alcança 4,5 mil quilos de carne, 3,5 mil quilos de hortaliças e mais de 3 mil quilos de frutas.

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Filipe Faleiro filipefaleiro@grupoahora.net.br Rodrigo Martini, Felipe Neitzke Filipe Faleiro
PRODUÇÃO EXPEDIENTE COORDENAÇÃO EDITORIAL IMPRESSÃO ARTE
Grafica Uma/ junto à Zero Hora
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DIAGRAMAÇÃO Lautenir Azevedo Junior
TEXTOS
Raica Franz Weiss raica@grupoahora.net.br
MOVIMENTO INTENSO VALORIZA OS IMÓVEIS COMERCIAIS. O METRO QUADRADO CHEGA A VALER R$ 9 MIL
FOTOS FILIPE FALEIRO
SÃO MAIS DE MIL FORNECEDORES. EM SEIS MESES, FORAM R$ 5 MILHÕES EM INSUMOS E ALIMENTOS

GISELI

EM MENOS DE 20 ANOS, PARTIMOS DE CERCA DE 400 FUNCIONÁRIOS

PARA MAIS DE 1,2 MIL”

FORNECEDORES

POLO DE ATRAÇÃO PARA

TRABALHADORES

Enfermeiros, técnicos, higiene, rouparia, copa, secretarias, administrativo. Essas são algumas das funções sob responsabilidade do setor de Recursos Humanos. Os currículos chegam de diversas cidades gaúchas.

“Temos muitos naturais de Cachoeira do Sul. Há um histórico de ligação com a cidade, muito por existir uma escola técnica gratuita”, conta a gerente de Recursos Humanos, Giseli Vieceli Farinhas, 41.

A consolidação dos cursos de enfermagem e técnicos na região, em especial na Univates e no Colégio Evangélico Alberto Torres, também resultam em parte da ocupação das vagas no hospital.

“Em menos de 20 anos, partimos de cerca de 400 funcionários para mais de 1,2 mil.”

De acordo com ela, atrair talen-

MUDANÇA DE PERFIL DO TRABALHADOR EXIGE ADAPTAÇÃO DO SETOR DE RECURSOS HUMANOS

tos é um desafio neste mundo do trabalho em constante evolução. Por isso, há toda uma reorganização tanto em termos salariais, be-

FUNCIONÁRIOS

nefícios e treinamentos. Ser atrativos, afirma, tanto em termos de remuneração como em relação aos benefícios, treinamentos e flexibilidade. “Adaptamos nossas estratégias e buscamos promover a diversidade e a inclusão.”

No primeiro semestre/23 o HBB comprou insumos, produtos, alimentos, medicamentos de diferentes, destes:

1.010 fornecedores

62% dos fornecedores são do RS

24,3% são de Lajeado. - Recurso com fornecedores de Lajeado: R$ 5.531 milhões (janeiro a julho)

CUIDADO NA DOR EXIGE SENSIBILIDADE E PREPARO

Diretos: 1.243

Enfermagem: 615 (441 técnicos de enfermagem, 144 enfermeiros, 27 instrumentadores cirúrgicos e 3 técnicos em gesso)

Administrativo: 185

Apoio: 443

De onde são os funcionários: Principais cidades Lajeado, Estrela, Arroio do Meio, Marques de Souza, Pouso Novo, Encantado, Tabaí, Taquari, Venâncio Aires, Bom Retiro do Sul, Progresso, Cruzeiro do Sul, Roca Sales, Forquetinha.

Corpo clínico: 379

Médicos: 219

A gerente Giseli tem a tarefa de coordenar os processos seletivos e organização das equipes. Com uma carreira de 22 anos na instituição, acompanhou movimentos internos e mudanças das gerações no perfil dos trabalhadores.

No entanto, alguns preceitos seguem importantes. “Temos como um dos principais valores o cuidado centrado na pessoa. Em um hospital, muitas vezes lidamos com a dor, com o sofrimento, com

angústias, com a morte e com a vida. Essa ambivalência é diária. Então precisamos de pessoas com o brilho no olho, com capacidade de atender pacientes e familiares com sensibilidade e respeito.”

Para cumprir essa meta, é preciso encontrar profissionais com um perfil semelhante. Além de formação contínua. Neste aspecto aparece a diferença geracional entre funcionários.

“O tipo de colaborador de cinco

anos atrás não é mais o disponível no mercado hoje. Tivemos de adaptar processos, em especial nos treinamentos.”

Mais formações por meio de atividades remotas e menos presenciais. Oferecer plataformas para encontros virtuais, conteúdos por meio de vídeo, de áudio.

“As gerações anteriores estavam mais disponíveis para cursos presenciais. Continuamos fazendo, mas em menor recorrência.”

Médicos autorizados: 160 (instalados no complexo. Banco de Sangue: Hemovale, Fisioterapia, Clinefron e Laboratório Univates)

Prestadores de serviço: 119

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FARINHAS RECURSOS HUMANOS
FOTOS FILIPE FALEIRO
ENTRE CORPO CLÍNICO E FUNCIONÁRIOS, HBB ATRAI PROFISSIONAIS DE TODO O RIO GRANDE DO SUL Total: 1.741

MOVIMENTO DE PACIENTES EQUIVALE A 88 MICRO-ÔNIBUS

MOVIMENTO DIÁRIO

3.314

acessam HBB por dia. 53% são pessoas de fora de Lajeado.

tuição alcança 3,3 mil em média.

Ainda assim, o mais usual é até Lajeado.

O HBB expandiu os serviços e hoje recebe pessoas de quase todos as cidades gaúchas pela central de regulação. É referência para três coordenadorias regionais. Equivale a uma cobertura para um milhão de gaúchos. Por dia, a média de entradas na insti-

AVANÇO DO HBB E A CONSTRUÇÃO

Com a consolidação do hospital, a construção civil foi um dos segmentos mais beneficiados. Desde a oferta de moradias para profissionais que vieram à cidade, instalação de laboratórios, abertura de consultórios e clínicas.

“A construção avançou junto com o hospital quando Lajeado se tornou um grande centro de saúde”, afirma o empresário, proprietário da Imojel, Paulo Pohl. Essa curva de desenvolvimento se acentuou entre o fim de 1990 e início dos anos 2000.

Anos de emancipações, em que houve uma redução na área de Lajeado. Distritos em áreas mais rurais viraram municípios de pequeno porte. Isso trouxe uma mutação no perfil de Lajeado, com acentuado fortalecimento do comércio e dos serviços.

“Os pacientes de toda a região começaram a vir para Lajeado. Isso movimentou as lojas, os restaurantes e também a expansão urbana. Na construção, se formos avaliar, diversos consultórios se

Mais da metade são de fora de Lajeado. Em torno de 1,7 mil pacientes chegam de outras cidades todos os dias até o hospital. Representa 88 micro-ônibus, com 20 lugares por dia.

“São pessoas que precisam consumir. Vão ir no comércio local, nos restaurantes. Hoje não vejo alguma instituição que movimente tanto o público quanto o HBB”, diz

o presidente, João Batista Gravina. O quanto deste público interfere na economia local não há como mensurar. “Esse é um impacto que não temos. Podemos apenas estimar pelo número de empreendimentos próximos ao hospital.”

Motorista de ambulância há 23 anos, Rudimar Canello, 61, vem de Anta Gorda quase todos os dias para o HBB. Também faz trechos para Passo Fundo e Porto Alegre.

Chega no início da manhã e retorna por volta do meio-dia. “Vi o hospital crescer. Há 20 anos passamos por algumas dificuldades. Na época, o paciente precisava da referência do município. Do contrário não conseguia atendimento. Agora está muito diferente”.

A evolução, conta, tornou mais rápido e de mais qualidade os atendimentos. “Os pacientes elogiam muito. Dizem que são bem atendidos. A gente cria vínculo com as pessoas.”

Valmir Di Domênico, de Muçum, também é motorista. Com mais de dez anos de experiência no transporte de pacientes, vem para Lajeado no mínimo três vezes por

De fora são 1.757 pessoas por dia. Representa a chegada de 88 micro-ônibus por dia.

Em 24 dias úteis do mês equivale a 2.124 veículos com 20 pacientes.

semana. “A quimio, a radio, tudo era em Porto Alegre. Antes tínhamos de viajar na madrugada, para procedimentos em que os pacientes levavam dez ou 15 minutos. Agora tudo é feito por aqui.”

consolidaram no centro, todos nas ruas próximas ao hospital.”

Desde atendimentos em pediatria, cardiologia, pneumologia,

nutrição, fisioterapia, ortopedia e outros. “Tudo isso foi muito positivo para a cidade. Agora, temos muito para fazer. Cada vez mais é preciso recepcionar bem as pessoas”, diz Pohl.

Por ser um serviço fundamental, a saúde cria no entorno demandas para além do atendimento aos pacientes. “Uma grande clínica,

consultórios, e um hospital regional. Esses serviços trazem consigo a circulação de pessoas e por consequência da própria economia”, avalia o empresário, proprietário da Lyall Construtora e Incorporadora, Roberto Lucchese. Com o foco à atuação no Bairro São Cristóvão, o empresário acredita que a expansão imobiliária

vivida no centro ao longo das últimas décadas começa a se pulverizar para outros núcleos urbanos. De acordo com Lucchese, a circulação diária pelos prédios na Av. Piraí passam de 250 pessoas.

“Com isso, há toda uma rede. São cafés, restaurantes, clínicas, agências bancárias. Algo muito parecido com o que aconteceu a partir da expansão do HBB”, avalia Lucchese.

ROBERTO LUCCHESE EMPRESÁRIO PAULO POHL EMPRESÁRIO
DOMÊNICO MOTORISTA DE MUÇUM REFERÊNCIA NO ESTADO, HBB ATENDE UMA POPULAÇÃO ESTIMADA DE 1 MILHÃO DE PESSOAS
RUDIMAR MOTORISTA DE ANTA GORDA
MUDARAM
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DOS ANOS 2000 PARA CÁ, PRÉDIOS COMERCIAIS
A IMAGEM DO CENTRO DE LAJEADO
FOTOS FILIPE FALEIRO

URBANIZAÇÃO ACELERADA

Mestre em Planejamento Urbano e Regional, o professor de Arquitetura da Univates, Augusto Alves, atribuiu o desenvolvimento do hospital como um dos motivos para mudança no perfil de Lajeado. Para ele, o conceito de “equipamentos urbanos essenciais” colocam um hospital regional como líder na hierarquia de polarização para alguma cidade.

Isso é o que aconteceu com Lajeado. “O município seguiu como referência, em especial para serviços básicos. Por uma questão de sustentabilidade, é mais racional os governos centralizarem investimentos em hospitais de características regionais.”

Junto com isso, o asfaltamento das rodovias trouxe facilidade na

EMPRESAS LIGADAS À SAÚDE EM LAJEADO

AUGUSTO ALVES PROFESSOR DA UNIVATES

circulação das pessoas. “Ouvimos muitas vezes que o doutor Fleischhut ia visitar os pacientes de carroça. Levava horas, ou até dias. O deslocamento dos pacientes também era difícil. Foi a consolidação das estradas, a própria BR-386, que mudou inclusive a prestação do serviço em saúde”. Os antigos hospitais foram fechados e as instituições mais centralizadas se sobressaíram, relembra Alves.

CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE

MORADIA E SERVIÇOS

No entorno, dezenas de prédios comerciais. Serviços de advocacia, consultórios para atendimento ambulatorial, laboratórios, cafés, lancherias, restaurantes. “Temos duas questões, a oportunidade de negócio, para ofertas associadas ao hospital e também a conveniência, de ter os atendimentos adicionais por perto”, realça o professor Alves.

Proprietário da imobiliária Arruda e Munhoz e delegado da sub-região de Lajeado do Conselho

Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Marco Aurélio Munhoz, destaca a aceleração dos empreendimentos imobiliários no Centro, em especial a partir dos anos 2000.

Em cima disso, houve um incremento da demanda tanto por imóveis comerciais quanto por moradias. Na área central, da esquina da Av. Senador Alberto Pasqualini com a Av. Benjamin Constant, até uma quadra abaixo do HBB, são 12 prédios com salas voltadas a consultório e serviços de saúde, o

que representa quase 500 unidades comerciais, diz Munhoz.

“Entendo que o diferencial de Lajeado como polo regional começou com a BR-386, lá pelos anos de 1960. Nesta decisão, houve inclusive a participação do líder Bruno Born. Agora, nos anos mais recentes, o hospital se torna uma força para atração de investimentos.”

De acordo com Munhõz, a chegada de funcionários vindos de outras cidades provoca uma alta demanda por locação. “Procuram apartamentos perto do hospital, de um ou dois dormitórios.”

Tabular os números de locação destinados às equipes do HBB é quase impossível. “Não temos esse acompanhamento. Mas no contato com os clientes, percebemos que eles querem algo perto do hospital quando estão se instalando em Lajeado.”

Quando se avalia a oferta por imóveis comerciais, a referência do HBB motivou investimentos da Diamond. Conforme o diretor, Gustavo Schmidt, são cinco prédios construídos em cerca de uma década.

“Temos um centro de referência do nosso estado. Isso puxa a economia. Contribui para circulação de pessoas e de riquezas”, diz. Em cima disso, verifica que das salas comerciais da Diamond na área central, 50% estão destinadas para serviços em saúde, tanto consultórios, clínicas e estéticas.

“Inauguramos o primeiro em 2011 justamente por perceber que existe uma alta demanda para escritórios e salas comerciais. Para se ter uma ideia, todas estão ocupadas.”

Empresa voltada a imóveis de

O PROFISSIONAL MÉDICO OPTA POR MORAR E TRABALHAR NA CIDADE, DE PREFERÊNCIA COM MENOS DESLOCAMENTOS.

TEMOS UMA PROCURA CONSIDERÁVEL NOS BAIRROS CENTRO, AMERICANO

alto padrão, houve também um crescimento importante nas moradias. “O profissional médico opta por morar e trabalhar na cidade, de preferência com menos deslocamentos. Temos uma procura considerável nos bairros Centro, Americano e Florestal.”

“LAJEADO É A MINHA CASA”

O médico-cirurgião Marco Seferin é de Porto Alegre e chegou ao HBB entre 2008/09. Hoje mora no Alto do Parque com a esposa e o casal de filhos. “O hospital me proporcionou um ambiente para evolução profissional e também morar em Lajeado, uma cidade que me garante uma qualidade de vida que não teria na Região Metropolitana.”

Antes de chegar no Vale, esteve em um congresso e conheceu o então diretor Cláudio Klein. Na época, a casa de saúde era gerida pelo presidente Ernany Bender. “Eu nunca tinha ouvido falar de Lajeado. Klein disse que precisava de um cirurgião de cabeça e pescoço, mas precisava

morar em Lajeado.”

O primeiro ano foi combinado como um teste. Seferin continuou na capital, vinha alguns dias na semana, ficava em hotel. “Foi um período muito conturbado. Eu trabalhava em diversos hospitais”. Passado o teste, decidiu vir de vez. Morou em um apartamento no Florestal, investiu, até comprar a casa atual. “Tanto o hospital como a região têm uma cultura marcante. É um lugar que preza pela honestidade, pela transparência. São valores importantes.”

Mantém atendimento a pacientes na capital. “Alguns dias vou para Porto Alegre e volto. Lajeado

é a minha casa”. Assim como ele, outros médicos também chegaram no mesmo período, conta Seferin. “Criamos uma comunidade. Aqui perto de casa, tenho colegas e convivemos entre nossas famílias.”

Os dois filhos nasceram em Lajeado. Lara, com 11, e Noah, com 6. Ambos estudam no Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat).

“Todos os serviços que temos disponíveis são de alta qualidade. Os negócios são fortes. Lajeado consegue ter ares de uma cidade de interior, com todos os benefícios de um grande centro. A saúde, a educação, as opções de lazer, de gastronomia. Tudo é muito forte.”

E FLORESTAL.”
Atendimento médico ambulatorial 195 Serviços de odontologia 60 Serviços de atendimento psicossocial (dependências) 4 Pronto socorro (serviços de urgência, emergência e enfermagem) 75 Condicionamento físico 53 Estética e beleza 263 Fisioterapia 43 Fonoaudiólogo 13 Podólogo 1 Nutrição 5 Psicologia e psicanálise 25 Reprodução humana assistida 1 Diagnósticos complementares 4 Terapia ocupacional 6 Funerárias 7 Comércio atacadista de medicamentos 10 Equipamentos ópticos 32 Artigos ortopédicos 17 Venda varejo de medicamentos 63 Fabricação de componentes ópticos 1 Laboratórios 16 Plano de saúde e funeral 6 Diagnóstico por imagem 20 Diálise e nefrologia 1 Prótese dentária 64 Radio, quimio e tomografia 6 TOTAL 991
GUSTAVO SCHMIDT EMPRESÁRIO
O MÉDICO SE MUDOU PARA LAJEADO E NÃO PENSA EM SAIR 5
IMOBILIÁRIA CALCULA QUASE 500 SALAS COMERCIAIS PERTO DO HBB
CINCO PRÉDIOS NAS QUADRAS PRÓXIMAS AO HBB
CONSTRUTORA TEM

TABELA SUS DESATUALIZADA COMPROMETE SAÚDE FINANCEIRA

RESULTADO CONTÁBIL (2022)

Receitas totais

R$ 163,8 milhões

Despesas

R$ 174,4 milhões

Déficit

-R$ 10,6 milhões

CONTABILIDADE (SUS/2022)

Receitas totais

PROJETOS EM BRASÍLIA

A direção do HBB busca parceria com o governo federal e emendas de deputados para qualificação no atendimento e custeio dos serviços.

Centro Obstetrício 2022

Partos normais: 495

Cesáreas: 914

Total de partos: 1.409

Com 84,4% dos atendimentos voltados ao Sistema Único de Saúde (SUS), o resultado financeiro é deficitário. São 15 anos sem atualização na tabela de valores repassados pelo governo federal. Em 2022, o balanço foi nega-

ATENDIMENTO

HBB atende 99% dos municípios gaúchos

Na regional do Vale do Taquari (16ª coordenadoria regional de saúde) é a principal referência para cerca de 372 mil habitantes;

Pelo cadastro de especialidades, é referência para três regionais (8ª, 13ª e 16ª). Representa a cobertura de 1 milhão de gaúchos;

Especialidades cadastradas

Cardiologia, Neurologia, Oncologia, Fissuras lábio palatar e reabilitação auditiva; Nefrologia, Samu, Captação de órgãos e gestantes de alto risco.

SUS/Dia

2020: 84,4%

2021: 80,31%

2022: 84,4%

tivo em mais de R$ 10,6 milhões.

Nos últimos meses, avalia o diretor Executivo Cristiano Dickel, movimentos do governo e do Congresso Nacional indicam uma revisão na política de custeio. Tramita entre os deputados a proposta de elevação nos percentuais do Ministério da Saúde para o SUS. Inclusive com a determinação de aumentos todos os anos.

“Hoje, se derem 150% de aumento, ainda será insuficiente. No entanto, com reajustes anuais, aos poucos teremos mais equilíbrio”, acredita Dickel. Como a missão do hospital é voltada à comunidade, o desafio está em buscar por outras fontes.

No ano passado, a receita total se aproximou dos R$ 164 milhões. Apesar da ampla maioria dos atendimentos serem via SUS, a sustentação econômica representa 32% da arrecadação total da instituição. “Nossa abordagem tem sido diversificar. Atendimentos a operadoras de saúde, pacientes particulares e a central de convênios têm se mostrado pro-

missores”, diz. Por ano o hospital tem em média 10,2 mil clientes novos e 48 mil recorrentes.

TRÊS DEMANDAS

Um novo centro clínico e operatório para a cardiologia, obstetrícia e um reforço em termos de custeio para equalizar o resultado negativo de 2022. Esse é o tripé para os próximos meses.

“O paciente cardiológico mudou após a pandemia. Vemos um crescimento acelerado em infartos, inclusive em pessoas mais jovens”, destaca Dickel.

O centro obstétrico traz um conceito inovador. O atual tem 160 metros quadrados. Com a ampliação, serão 1.350. “O nascimento é um episódio especial. As famílias querem viver essa experiência.”

Os projetos foram apresentados aos deputados. Junto com eles, o pedido para reforço no custeio para cobrir o desequilíbrio provocado pela tabela SUS.

R$ 61,9 milhões

Despesas

R$ 90,2 milhões

Resultados

-R$ 28,2 milhões

Endividamento

R$ 41,1 milhões

Consultas: 3.680

% de consultas via SUS: 74,5% (2.741)

Para compra de equipamentos, o hospital demanda R$ 3,5 milhões

DETALHES SOBRE O CUSTEIO

O hospital se mantêm com a prestação de serviços para atendimentos de saúde através de convênios, SUS e particular.

Os recursos SUS representam 31,4% do faturamento para as especialidades de referência: neurologia, cardiologia, oncologia, nefrologia, deformidades labiopalatais e geral.

Deste valor, 13% é repasse Municipal, 11% Estadual e 76% Federal.

Centro de Cardiologia

O infarto agudo do miocárdio cresceu 64% no ano de 2022

Internações: 1.660

Atendimentos

ambulatoriais: 6.473

Exames e procedimentos: 4.582

Recursos para compra de equipamentos: R$ 4,7 milhões

Demanda para custeio R$ 12,8 milhões

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FOTOS FILIPE FALEIRO
ÁREA CARDIOLÓGICA ESTÁ EM OBRAS E TÉRMINO PREVISTO É 2024
AMPLIAÇÃO DO CENTRO OBSTÉTRICO É UMA DAS METAS, COM UM MODELO INOVADOR E HUMANIZADO

“SUPORTE PARA O CONHECIMENTO”

O Curso de Medicina em Lajeado foi autorizado em novembro de 2013. Todo o processo junto ao Ministério da Educação (MEC) foi feito em parceria com o HBB. Hoje são 500 alunos, com aulas tanto na universidade quanto no hospital.

A Hora – Como o curso e o HBB se interligam?

UNIVERSIDADE NO HOSPITAL

UNIÃO ENTRE HOSPITAL E UNIVATES FORTALECEM O SERVIÇO NA REGIÃO. ALÉM DO HBB, CASAS DE SAÚDE EM CIDADES VIZINHAS TAMBÉM SE DESTACAM COM INVESTIMENTOS NO SETOR

OHospital Bruno Born (HBB) foi considerado pela empresa de pesquisa de dados Stadista Inc como um dos melhores do país. O resultado foi publicado na revista norte-americana Newsweek. O destaque tem como motivadores a oferta em oito especialidades médicas, a padronização nos processos e a busca constante pela formação profissional das equipes.

É o que afirma o médico neurocirurgião e vice-presidente do HBB,

Marcos Frank. “Desde a fundação, o hospital tem vivenciado um notável crescimento. A instituição se consolida como uma verdadeira potência regional”.

A certificação do periódico avaliou a qualidade dos serviços, títulos da equipe clínica e o grau de resolução dos atendimentos. Para Frank, um dos marcos recentes foi o acordo firmado em 2012/13 com a Univates, que permitiu ampliações e a oferta de associar conhecimento e prática. "A parceria trouxe um grande impulso e aproximou

ainda mais a educação da área médica, criando uma simbiose que beneficia tanto nossos alunos quanto os pacientes", ressalta.

REDE DE HOSPITAIS

Nos últimos anos, outras instituições de saúde do Vale do Taquari também se destacaram na oferta de novas especialidades, na ampliação de serviços e investimentos na saúde, que tornam a região cada vez mais fortalecida para atender pacientes de todo o estado.

De Arroio do Meio, o Hospital São José (HSJ) é referência para o Vale em ginecologia, urologia, otorrinolaringologia e na área vascular. Já o serviço de saúde mental é destaque também no RS. A diretoria da instituição, que integra a Rede de Saúde da Divina Providência, destaca que o crescimento do HSJ é integrado aos moradores do Vale.

Um exemplo é a construção da UTI, uma iniciativa da comunidade que será revertida para os próprios pacientes, prevista para ser inaugu-

Luciano Nunes Duro – Para qualquer curso na área da saúde, em especial na Medicina, é preciso ter uma base. Quando iniciou na Univates, era fundamental ter estruturas, não só o hospital, mas também as Unidades Básicas de Saúde, as emergências e centros de saúde.

rada em 2024.

NA REGIÃO ALTA

Também da Rede de Saúde da Divina Providência, o Hospital Estrela conquistou a habilitação em média e alta complexidade em traumato-ortopedia. A certificação também contemplou o Hospital Beneficente Santa Terezinha (HBST), de Encantado, que recebe o investimento em um ambulatório para a mesma área, mas de média complexidade.

Diretor do HBST, Márcio Sottana destaca que a instituição foi habilitada para ser referência em 13 municípios, que abrangem cerca de 70 mil pessoas. Serão 240 consultas e 30 cirurgias na casa de saúde por mês. No planejamento do hospital, ele cita a busca pela conquista da referência em alta complexidade.

PARCERIAS

Em Teutônia, o diretor executivo do Hospital Ouro Branco (HOB), José Paulinho Brand, destaca pelo menos R$ 2,2 milhões investidos na estrutura e aquisição de equipamentos para a instituição nos últimos dois anos.

Para o futuro, está a terceirização da Gestão do Centro de Diagnóstico de Imagem e diz que a clínica Nova Imagem, parceira da instituição, quer investir R$ 5 milhões nos próximos anos, em mamógrafo digital, ecógrafo, entre outros equipamentos.

Além disso, o HOB trabalha em projeto de restauração da Emergência e construção de uma UTI Adulta Nível 2, com dez leitos.

Venâncio Aires também integra a lista com investimentos. Nos úl-

Neste sentido, o casamento entre Univates, pelo curso de Medicina, e o HBB, se sustentou nessas diretrizes.

– Qual a necessidade atual?

Nunes Duro – Precisamos formar médicos generalistas e também especialistas para evitar que o atendimento se concentre nas áreas metropolitanas. Temos vários retornos dos regressos que estão suprindo vagas pelo Vale do Taquari. Entendemos que não temos todas as especializações médicas aqui. Por isso há uma parcela de formados que precisam ir para Porto Alegre para residências em áreas específicas.

Planos para os hospitais da região

Arroio do Meio - Para 2024, será pelo menos R$ 1 milhão para melhoria estrutural

Estrela - modernização tecnológica, reforma de quartos de internação, início das atividades da Clínica de Especialidades e reforma no Pronto Atendimento;

Encantado - Centro Cirúrgico com investimento de R$ 2,5 milhões;

Venâncio Aires- ampliação e modernização da unidade de saúde mental e outras reformas (R$ 2,6 milhões), ampliação do Pronto Atendimento (R$ 1,1 milhões) e construção de novo morgue e capelas (R$ 1 milhão);

Teutônia - R$ 5 milhões em mamógrafo digital, ecógrafo, entre outros equipamentos.

timos anos, a implantação da UTI Pediátrica se destaca, com um projeto de R$ 3,7 milhões. Entre 2021 e 2023, também foram feitas modernizações e reformas. Os valores investidos passam de R$ 8,8 milhões,garantidos por meio de parcerias com o governo do Estado, município e entes privados. Para os próximos anos, o investimento de pelo menos R$ 4,7 milhões.

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LUCIANO NUNES DURO, COORDENADOR DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVATES
PARCERIA ENTRE HBB E UNIVATES FORTALECE A ACADEMIA E A SAÚDE NA REGIÃO HOSPITAIS DE ESTRELA E ENCANTADO SE TORNARAM REFERÊNCIA EM TRAUMATO-ORTOPEDIA, NA FOTO, O SANTA TEREZINHA BIBIANA FALEIRO DIVULGAÇÃO

GESTÃO DOS RECURSOS PERPASSA CONVÊNIO COM O MUNICÍPIO

PROXIMIDADE ENTRE GOVERNO DE LAJEADO

E HBB PROPORCIONA MAIS AGILIDADE, PREVISIBILIDADE E ASSERTIVIDADE PARA ESTRATÉGIAS DE ATENDIMENTO À POPULAÇÃO.

HBB PREVÊ RESERVA ESTRATÉGICA COM PRÉDIO DO INSS PARA AUMENTO DE ÁREA NO FUTURO

Criado como uma instituição filantrópica, o Hospital Bruno Born (HBB) passou por ampliações, não apenas na estrutura, mas também na oferta de serviços e se tornou referência regional. Mesmo com público maior, a instituição continuou se dedicando a atender os lajeadenses, por meio de parcerias com o município. O convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) é um exemplo. De acordo com o secretário de Saúde de Lajeado, Cláudio Klein, o contrato para a prestação de serviço foi montado por autorização do Ministério da Saúde e do Estado e, hoje, é a administração tem a gestão plena do contrato.

“O município procura identificar dificuldades de atendimento. Fazemos reuniões com a comissão intergestora regional”, destaca o secretário. Segundo Klein, o hospital também tem um contrato específico com o município na área de urgência e emergência.

É

MUTIRÃO DE EXAMES

O secretário também frisa os mutirões de exames, procedimentos, cirurgias e consultas, a partir de um acordo extra com o HBB. “Nesse sentido, o que está em demanda

GESTÃO PLENA DA SAÚDE TRAZ COMO CONSEQUÊNCIA O CONTATO DIRETO E ÁGIL ENTRE HBB E

excessiva no município é a parte de oncologia, consultas, exames e tratamentos. O Estado já sabe, o

Ministério já foi orientado. Tivemos um aumento de teto e, por um convênio com o Estado, foi feito um mutirão”, destaca o secretário.

Klein ressalta que são feitas reuniões mensais para acompanhar o contrato, junto à 16ª Coordenadoria Regional de Saúde. Como um problema ainda a ser solucionado,

o secretário comenta que os valores repassados pelo Ministério e Estado são insuficientes para os custos dos serviços oferecidos.

“Este é um problema do SUS e está piorando, porque os reajustes não têm ocorrido. O Estado e a União repassam valores fixos e não reajustam.”

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NO INÍCIO DE 2023, FOI CONCLUÍDA A REFORMA DAS CALÇADAS NO ENTORNO
BIBIANA
PARADA
BIBIANA FALEIRO
MUNICÍPIO
DO HBB
FALEIRO
MELHOROU A ESPERAR DOS PACIENTES E ACOMPANHANTES
UM
QUALIFICADO, ESTÁ ENTRE OS 100 PRINCIPAIS DO BRASIL. A RELAÇÃO COM O SETOR PÚBLICO TAMBÉM É SEMPRE MUITO BOA”
HOSPITAL MUITO
CLAUDIO KLEIN SECRETÁRIO DE SAÚDE DE LAJEADO

INVESTIMENTOS DO HBB

Para os próximos anos, a casa de saúde também apresenta investimentos, como a construção de um novo andar e a aposta na cardiologia. Uma área ao lado da instituição, onde fica hoje o INSS, também será cedida ao hospital, e permitirá a ampliação dos serviços. De acordo com a diretoria do HBB, ainda não há um plano concreto para o espaço, mas há uma reserva técnica da área para o crescimento da estrutura.

Por outro lado, ainda há a necessidade de aumentar o número de leitos da UTI pediátrica. “Um hospital sempre é regional, por isso o Estado é o principal responsável pelas demandas”, destaca o secretário de Saúde, Cláudio Klein.

CONQUISTA É FRUTO DA DEDICAÇÃO DA NOSSA COMUNIDADE”

A Hora – O HBB tem uma história associada à expansão do Vale do Taquari e de Lajeado. Como a instituição se tornou um polo regional de saúde, reconhecido entre os maiores hospitais do Brasil?

João Batista Gravina – Isso se deve ao empreendedorismo da região. Se olharmos para cidades de tamanho semelhante, não encontramos hospitais dessa magnitude. Essa conquista é fruto da eficiência e dedicação da nossa comunidade, que transformou um pequeno hospital filantrópico em uma referência. São diversos fatores, incluindo a expansão da cidade e a constante preocupação dos dirigentes do hospital em torná-lo uma referência, agregando serviços.

MOBILIDADE NO ENTORNO

A parceria entre a casa de saúde e o poder público existe há quase 15 anos. Neste período, mais do que gerenciar o convênio com o SUS, o município também busca garantir acesso facilitado ao hospital. Engenheiro civil do município, Cleiton Felipe Pinto destaca que, no início deste ano, foi concluída a reforma das calçadas no entorno do HBB, garantindo a mobilidade dos pedestres.

A obra incluiu a reformulação da base e da calçada, remoção e instalação de meio-fio e reforço da estrutura da tubulação de esgoto.

A nova calçada foi adequada com piso tátil, que demarca todos os elementos de sinalização como acessos, postes e árvores.

Além disso, estão a parada coberta para que pacientes de outros municípios possam aguardar o transporte, assim como a remodelação das vagas de estacionamento na Rua Carlos Von Koseritz, de forma que os desembarques das vans seja feito na calçada. Pinto destaca que antes as pessoas desembarcavam sobre a rua, com riscos de acidentes.

Ainda assim, pacientes continuam aguardando na área externa do hos-

pital. Morador de Travesseiro, Joaquim Moises dos Santos, 53, é um deles. O paciente frequenta a instituição há cerca de um ano, pelo menos três vezes por semana, e diz sentir falta de um espaço interno de espera. Outro ponto debatido é o estacionamento para as ambulâncias. De acordo com Pinto, a orientação da prefeitura e do HBB é que estes veículos, após o desembarque, se dirijam ao estacionamento do Parque dos Dick.

“O local possui infraestrutura para recebê-los. Na Rua Carlos Von Koseritz há dez vagas rápidas, com permanência máxima de 15 minutos, que servem para embarque e desembarque”. Ele diz que o Departamento de Trânsito e os funcionários do HBB costumam dar orientação aos motoristas, para que se desloquem ao parque, de forma a manter as vagas disponíveis.

Secretária de Planejamento, Urbanismo e Mobilidade, Cátia Regina Berteli destaca que a prefeitura está elaborando estudos nas vias que servem de acesso ao hospital, como Av. Benjamin Constant e Senador Alberto Pasqualini, de forma a elaborar projetos para mitigar o tempo perdido nos semáforos. “Assim diminuímos o tempo de deslocamento, o que em uma emergência pode fazer diferença”, ressalta a secretária.

Ele ainda diz que a parceria entre hospital e município é positiva, como uma porta de entrada para as demandas da UPA, que se torna uma primeira recepção da emergência. “É um hospital muito qualificado, está entre os 100 principais do Brasil. A relação com o setor público também é sempre muito boa”.

A Hora – Como foi ser considerado pela revista Newsweek um dos 100 hospitais mais importantes do país?

Gravina – Para nós é excepcional. Nos causou surpresa no primeiro momento, mas também nos força a melhorar cada vez mais e

subir na classificação. É reflexo do trabalho árduo dos diretores, dos funcionários, dos médicos, que “peleiam” por elevar a creditação hospitalar, para tudo funcionar bem e sermos cada vez mais referência.

A Hora – Como o HBB se prepara para o futuro em termos de tecnologia e avanços médicos? Gravina – A tecnologia vem para ajudar. No entanto, esses avanços dependem de altos custos financeiros. Atendemos cerca de 80% pelo SUS, o que dificulta os investimentos em tecnologias caras. Para darmos esses saltos, precisamos de recursos. Passamos por várias mudanças. Tivemos a chegada dos computadores, a digitalização e operações robóticas. Nossos médicos estão se preparando para isso cada vez mais, e quem não se adaptar, automaticamente vai se excluir. Somos um hospital filantrópico. A diretoria é filantrópica também. Queremos o melhor para a comunidade, para nossas famílias, netos e bisnetos.

9
“ESSA
FILIPE FALEIRO
BIBIANA FALERIO
HOSPITAL AINDA NÃO TEM PLANOS PARA A ATUAL ÁREA DO INSS. SERÁ UMA RESERVA TÉCNICA PARA FUTURA AMPLIAÇÃO

UNIÃO IMPROVÁVEL ENTRE CATÓLICOS E PROTESTANTES

COM MAIS DE 90 ANOS, O HBB FOI UM MARCO COMUNITÁRIO. PELA PRIMEIRA VEZ, FAMÍLIAS DE RELIGIÕES CRISTÃS DISTINTAS E, NA ÉPOCA, RIVAIS, TRABALHARAM JUNTAS PARA GARANTIR A CONSTRUÇÃO DA CASA DE SAÚDE.

Olivro “À Sombra de Plátanos” (1997), de José Alfredo Schierholt, conta a história da saúde no Vale do Taquari, em especial, da Sociedade de Medicina do Alto Taquari (Smat), fundada por 19 médicos em 1947, em Estrela.

A primeira médica mulher associada à entidade foi a Dra. Ilse Nordmann Boeger, que atendia em Paverama. A Smat veio a Lajeado em 1970, quando passou a funcionar numa sala no Hospital Bruno Born. Foi dentro da Smat também que surgiu a Unimed, na época, chamada de Altomed, uma empresa para prestação de serviços médicos, em 1971.

A 16ª Delegacia Regional da Saúde foi criada em 1979, com jurisdição sobre 26 municípios (na época, vários municípios ainda não tinham se emancipado). Dr. Sérgio Bertoglio foi o primeiro delegado.

O primeiro médico que se tem registro em Lajeado foi o Dr. Teodoro Frederico Firmbach. O intendente Júlio May contratou ele para cuidar dos feridos após o combate de Santa Clara, em 1895.

Lajeado era constantemente afligida por surtos de tifo e varíola. A maioria das doenças vinha de Porto Alegre, por meio dos trabalhadores das embarcações. Na época, por volta de 1918, não havia sequer água canalizada.

Dr. Roberto Fleischhut veio a Lajeado em 1924 e instalou o consultório no mesmo prédio da antiga Farmácia Schwartz, na Júlio de Castilhos, em frente à Praça da Matriz.

Por volta de 1939, Lajeado tinha o chamado Posto de Higiene, que funcionava na rua Júlio de Castilhos, em um prédio que existe ainda hoje, na esquina em frente da prefeitura, que abriga o Bazar São Paulo. Em 1962, o posto de saú-

A HISTÓRIA RESSALTA COMO A UNIÃO ENTRE A COMUNIDADE

LOCAL SUPEROU AS DIFERENÇAS RELIGIOSAS, TRANSFORMANDO UMA DISPUTA INICIAL EM UMA PARCERIA PARA O BEM-ESTAR DE TODOS”

MARCOS FRANK VICE-PRESIDENTE DO HBB

de da cidade foi transferido para o local atual, na rua Júlio May. A primeira médica mulher a atuar no HBB foi a Dra. Magda Fernandes Ruschel.

MARCO DA UNIÃO

A trajetória de como a cidade de Lajeado superou diferenças religiosas para construir o hospital marcou a história da região.

1) ILVO BORN, MÉDICO APOSENTADO

2) ERNANY BENDER, EX-PRESIDENTE E MÉDICO

3) MARIA ANGÉLICA KUHN, TECNICA EM ENFERMAGEM

4) ANETE DEMIQUEI, AUXILIAR DE ROUPARIA

Na década de 20, Lajeado ainda era um pequeno vilarejo. Havia se emancipado de Estrela fazia pouco mais de 30 anos. Havia rivalidade entre as duas cidades e foi um dos incentivos para a construção de um hospital em Lajeado.

Naquele tempo, Estrela tinha se adiantado com uma casa de saúde. Pacientes de Lajeado e as famílias precisavam se deslocar para Estrela em busca de cuidados médicos. Precisavam gastar no deslocamento, na hospedagem, alimentação e medicamentos.

Essa situação fez com que os lajeadenses decidissem construir um hospital próprio para atender às necessidades locais.

Vice-presidente do Hospital

HOSPITAL SÃO ROQUE FOI O PRIMEIRO NOME. MUDANÇA PARA VIRAR O HBB SÓ OCORREU EM 1974

Bruno Born, o neurologista Marcos Frank, conta que o Dr. Roberto Fleischhut, um médico renomado na região, pai do falecido Dr. Günter Fleischhut, tornou-se uma figura central nessa história. Sua habilidade em atrair pessoas para Lajeado fez com que líderes religiosos de Bom Princípio tentassem recrutá-lo para o hospital

daquela cidade. Isso iniciou um movimento na comunidade de Lajeado para garantir que o médico permanecesse.

“Mas havia um problema neste acordo. Lajeado era dividido entre católicos e evangélicos luteranos. Havia uma grande dificuldade de reunir os dois grupos. Em Lajeado, por exemplo, católicos não casavam com protestantes e vice-versa.”

Essa divisão dificultava algum acordo. O impasse foi superado quando a comunidade chegou a uma solução criativa: os católicos se comprometeriam em financiar a construção do hospital e, em troca, poderiam dar um nome para a instituição.

Assim, em 1931, foi criada a Sociedade de Beneficência e Caridade de Lajeado. A estrutura do hospital foi erguida com rapidez, assim, em 1933, o Hospital São Roque foi inaugurado, com cerca de 20 leitos. Essa conquista foi considerada um avanço inédito para a cidade. O hospital se destacava como um símbolo de união entre os dois grupos religiosos, permitindo que os protestantes também fossem atendidos na instituição.

O político influente Bruno Born assumiu a presidência do hospital ainda em 1932, cargo que manteve até a morte, nos anos 1970. Born, vizinho e amigo do Dr. Roberto Fleischhut, teve uma presidência reco-

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nhecida, sendo um nome importante para a história da instituição.

Só em 1974, décadas após a fundação, o hospital passou por uma mudança significativa. Como forma de homenagear o legado do ex-gestor, a comunidade decidiu rebatizar o hospital, que desde então passou a ser conhecido o Hospital Bruno Born.

“A história ressalta como a união entre a comunidade local superou as diferenças religiosas, transformando uma disputa inicial em uma parceria para o bem-estar de todos”, frisa Frank.

LIGAÇÃO DE UMA VIDA

O médico aposentado Ilvo Born, 81, também é testemunha do desenvolvimento do hospital. Além do sobrenome, compartilha mais de 30 anos de trabalho na instituição. Nascido no norte do Estado, veio a Lajeado em 1968, aos 24 anos. “Eu fui o primeiro pediatra com formação da região. Vim à convite do falecido Dr. Henrique Wiehe, que era sobrinho do Bruno Born”, conta.

O pai de Ilvo era natural de Picada Conventos e, apesar do parentesco ser distante, Ilvo e Bruno Born se chamavam de parentes. Nas lembranças de Ilvo, Bruno

Bender esteve à frente do HBB por 16 anos. “Até 1990, o hospital só tinha sido administrado por diretores ligados à área do comércio. Foi na gestão de Rubert Titze que isso começou a mudar”. O urologista fez parte da diretoria até 1994, quando assumiu o cargo de presidente. “Fui o primeiro e único médico na função”.

Nesses 16 anos, Bender lembra que uma das principais bandeiras foi a construção do Centro de Tecnologia Avançada (CTA). O projeto começou a ser executado no fim dos anos 1990, o grande desafio era encontrar recursos. A obra foi feita em partes, a primeira, com a radiografia foi inaugurada em 2005.

QUATRO DÉCADAS

A técnica em enfermagem, Maria Angélica Kuhn, 63, atua faz 40 anos no HBB. Hoje está na sala de recuperação. Na época em que começou, a instituição ainda funcionava na parte antiga, do então Hospital São Roque. Natural de Arroio do Meio, acompanhou a evolução. “Tínhamos um movimento mais da cidade. Era tudo muito pequeno na comparação com hoje.”

Na metade dos anos 1990, começou um movimento de expansão. Com as certificações, mais serviços, como a UTI, equipamentos e profissionalização das equipes. O hospital da cidade se tornou regional.

Já os momentos de alegria estão nos nascimentos. "Trabalhar na maternidade é um dos pontos mais positivos. Ver a alegria dos pais ao receber seus filhos é algo incrível. Além disso, quando pessoas que acham que não vão se recuperar começam a melhorar, isso é um grande impulso.”

ÁRVORE DO RECONHECIMENTO

Mensagens de agradecimento das famílias, dos pacientes, de cuidadores. Em todas as repartições, há um espaço dedicado a isso. As árvores do reconhecimento unem histórias de despedida e de recuperação.

“As palavras mexem com a gente. Receber o agradecimento pelo nosso esforço nos dá uma sensação de dever cumprido. Saber que fizemos a diferença na vida das pessoas é o que mais importa."

Todo o cuidado com os pacientes perpassa uma rede de profissionais. Anete Lúcia Demiquei, 64, é auxiliar de rouparia do bloco cirúrgico. São quase 35 anos na casa de saúde.

LINHA DO TEMPO

1931 É fundada a Sociedade Beneficência e Caridade Lajeado, mantenedora do hospital;

1933 É inaugurado o Hospital São Roque. A antiga estrutura ainda existe dentro do complexo do HBB;

1964 A nova portaria do hospital é inaugurada, voltada à Av. Benjamin Constant;

1974 O nome é oficialmente alterado para Hospital Bruno Born, em homenagem ao homem que esteve à frente da instituição por muitos anos;

Born era sério e rígido, sempre comprometido com o hospital.

“Quando cheguei a Lajeado, ainda era o antigo Hospital São Roque, com a velha estrutura. Éramos em 12 médicos, nem sequer tinha UTI”, conta. Além do consultório particular, Ilvo trabalhava para os governos federal e estadual nos postos de saúde, onde atuou até 2011.

Dos tempos na medicina, Ilvo recorda das consultas com as crianças. “Eu sempre desenhava os pequenos. Isso me aproximava deles, depois, respondiam melhor as perguntas, não choravam. Adoravam os retratos, alguns guardam até hoje”.

O gosto pelas artes veio do pai de Ilvo e do avô. No bairro Hidráulica, a casa do pediatra aposentado está repleta de quadros pintados ao longo da vida.

GESTÃO POR 16 ANOS

O urologista Ernany Bender Junior, 73, cresceu quase em frente ao Hospital Bruno Born. Desde a infância, acompanhou a instituição, onde ingressou aos 30 anos, em 1980. “Naquele tempo, o Pronto Socorro funcionava numa espécie de garagem. Éramos em menos de 20 médicos”.

“Comecei com 23 anos. Aqui no hospital é onde me sinto em casa. Aprendi muito. Em especial a respeitar as diferenças. Em lidar com pessoas. Entender como devemos nos portar em cada uma desses momentos.”

Ao longo das quatro décadas, episódios marcaram a vida da técnica em enfermagem. "O mais difícil é lidar com jovens e crianças que não conseguem se recuperar.”

Começou na higienização das salas, em 1988. “Era bem pequeno. Para mim é um orgulho imenso fazer parte de toda a evolução do hospital”. Anete exerceu diversas funções ao longo das décadas. Copeira, secretaria de posto, circulação de pacientes pelos corredores, controle de almoxarifado entre outras.

“Para mim, todas as mudanças foram positivas. Tive a chance de evoluir como pessoa e como profissional”, frisa. Quando Anete começou, o hospital tinha cerca de 100 funcionários.

“Lidar com tantas pessoas diferentes ao longo dos anos foi uma experiência única. Muitas vezes sofri junto.”

1985 É inaugurada a UTI Adulto;

1991 A UTI Pediátrica e Neonatal é inaugurada;

2002 É inaugurado o Pronto Atendimento (PA);

2005 O Centro de Tecnologia Avançada (CTA) é inaugurado;

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EM CADA BLOCO, HÁ UM ESPAÇO DESTINADO PARA PACIENTES E FAMILIARES DEIXAREM MENSAGENS
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ENTREVISTAENTREVISTA

“DEMONSTRAMOS PARA A REGIÃO O QUANTO O HBB PODE AJUDAR A COMUNIDADE.”

Dickel – A gente tem capacidade de modelar as mais diversas dificuldades que nos apresentam. Inclusive os setores públicos acompanharam isso. Trouxe como impacto mais envolvimento e mais proximidade com os prefeitos. Interferiu na transparência e credibilidade, sem dúvida. Demonstramos para a região o quanto o HBB pode ajudar a comunidade.

– Sobre essa aproximação com as gestões municipais. Como tem sido esse diálogo?

PALAVRA DO

CICLO DA VIDA NO COTIDIANO DO HOSPITAL

Pelos corredores do HBB, um misto de emoções. Das mais difíceis, como a dor da perda, o medo do inesperado. Vamos à esperança na sobrevivência, com o alívio da recuperação. Também chegamos aos novos começos, com toda a felicidade do nascimento.

Atender as demandas da comunidade e evoluir para agregar serviços. Esse é o objetivo da gestão do HBB. O desafio principal é equalizar receita e despesas. Casa de saúde atende 84,4% dos pacientes pelo SUS. Já a receita vinda pelo sistema equivale a menos de 40%.

A Hora – Quase 4 mil pessoas procuram o HBB todos os dias. Mais de 50% fora de Lajeado. Como foi se tornar essa referência de atendimento? E como garantir a sustentabilidade financeira?

Cristiano Dickel – Tudo se criou há 20 anos, quando o hospital buscou habilitação no serviço de alta complexidade. Deixou de ser um hospital da cidade de Lajeado e começou a se tornar um hospital regional. Hoje, 53% do volume de pacientes já vem de fora. A gente tem feito um movimento grande junto aos agentes públicos para mostrar essa importância.

No último ano, nós atendemos 99% dos municípios do RS. Pelo menos uma pessoa de alguma cidade gaúcha passou por esse hospital. A gente têm mostrado para as esferas estaduais, federais e municipais a importância que esse hospital se tornou. E aí sim, buscar mais fontes de recursos através de emendas parlamentares, custeio ou outras fontes de programas que existem no Ministério, para ajudar a fechar essa conta.

– Qual foi o legado deixado pela pandemia?

Dickel – Isso teve uma mudança drástica. Porque como o hospital atendeu pacientes de todos os lugares. Ficou claro a importância regional e estadual. Entendemos também as dificuldades que os prefeitos também têm em termos de recursos financeiros. O hospital precisa de verbas, os números mostram isso, mas sempre há dúvidas de onde esse recurso deve ser aportado. Se é o município, o Estado ou é a União que tem que investir.

Temos um movimento muito positivo entre a Amvat e Amat na busca em conjunto de recursos em nível federal neste momento. Fomos em comitiva até Brasília, e isso nunca tinha acontecido. Esse envolvimento continua e deve trazer desdobramentos.

– Como depender menos dos entes públicos para garantir a sustentabilidade do hospital?

Dickel – Um hospital precisa de movimento. Ele tem que estar em uso, pois mais de 90% do custo é fixo. Criamos a central de convênios. São consultas com preços acessíveis, pois estimamos que 70% da população de Lajeado não tenha plano de saúde. Trata-se de uma população que por vezes não tem uma porta de acesso ao hospital para algo ambulatorial. Então essa foi a estratégia. Proporcionar um serviço acessível. Assim a população tem outra fonte de recursos para ajudar no custeio do SUS. Quando as pessoas optam em fazer um exame, uma consulta, um procedimento dentro do HBB pela rede privada, elas estão ajudando a pagar parte do atendimento do Sistema Único de Saúde.

O ciclo da vida no dia a dia. Intenso, surpreendente, inexorável, dramático e feliz. Tudo quase ao mesmo tempo. Um movimento sentido em cada bloco, em cada sala, em cada internação, alta ou óbito.

Por estes corredores, há diversas árvores – simbólicas, é verdade. Pinturas nas paredes. Nos galhos imaginários, fotos, lembranças, desenhos e mensagens. Um espaço para agradecer e para reconhecer. Naqueles recortes de realidades, vivências e experiências, estão alguns tributos aos trabalhadores. Como separar profissionalismo da emoção? Há marcas que ficam para sempre na história, na mente e na alma. Por mais preparado que sejam quem está com o jaleco, com o estetoscópio ou com a medicação, é quase impossível se distanciar.

Um hospital do tamanho do HBB concentra abnegação. Um modo de atender em momentos delicados. Entender o sentimento humano é parte da habilidade de quem lida com saúde. São milhares de funcionários. Médicos(as), enfermeiros(as), técnicos(as), higienizadores(as), roupeiros(as).

Tantos outros, das mais variadas áreas. Sem esquecer, pois há diretores, conselheiros, líderes comunitários, voluntários. Jamais pode faltar alguma árvore do reconhecimento.

Em quase um século, o HBB cresceu. Acompanhou a expansão regional e se tornou um indutor do desenvolvimento humano, social e econômico para Lajeado, mas não só. Reconhecido no país, a trajetória da instituição carrega consigo características desta fração do Rio Grande. Está no DNA da comunidade. Envolvimento, empreendedorismo, atuação coletiva e inquietude. Parar não

NO MUNDO RACIONAL DOS NÚMEROS, PARA FECHAR A CONTA E MANTER A INSTITUIÇÃO, É FUNDAMENTAL A PARTICIPAÇÃO DOS ENTES PÚBLICOS.

NENHUM DEBATE SOBRE O PAPEL DO HBB À SAÚDE ESTARIA COMPLETO SEM DISCUTIR O SUS.”

é uma opção.

Para o futuro, existe o ideal, o esperado e o possível. Mais de 84% dos atendimentos são via SUS e menos de 38% da receita vem do sistema. A porta do HBB está aberta para todos. Atende quase 4 mil pacientes por dia. Cerca de 53% são de outras cidades. No mundo racional dos números, para fechar a conta e manter a instituição, é fundamental a participação dos entes públicos. Nenhum debate sobre o papel do HBB à saúde estaria completo sem discutir o SUS.

Precisamos de um sistema cada vez mais sólido, sustentável e presente nas casas de saúde do país. Em cima disso, a credibilidade do HBB, a seriedade da gestão, o profissionalismo do corpo clínico e dos demais funcionários, são afirmações do quão relevante a casa é para toda a sociedade.

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FILIPE FALEIRO, JORNALISTA CRISTIANO DICKEL, DIRETOR EXECUTIVO DO HBB Aponte o celular para o QR Code e confira o vídeo sobre este conteúdo

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