Fim de semana, 23 e 24 dezembro 2023
CIDADES
R$ 4,00 (dia útil) R$ 7,50 (fim de semana)
MICRORREGIÕES | ARROIO DO MEIO • ENCANTADO • TEUTÔNIA • TAQUARI • ESTRELA
Languiru detalha negociações e projeta parceria no setor de aves LEANDRO HAMESTER/DIVULGAÇÃO
Associados receberam informações sobre as ações da cooperativa após o início da liquidação extrajudicial. Prazo para revisão dos credores foi estendido até o dia 26, enquanto a auditoria abrirá período de atendimentos na primeira quinzena de janeiro VALE DO TAQUARI
A
Languiru promoveu assembleia geral extraordinária na quinta-feira, 21, onde foram apresentados detalhes das negociações da cooperativa e a prestação de contas do período de liquidação extrajudicial, entre outros assuntos. O encontro ocorreu na Associação dos Funcionários, em Teutônia, e reuniu pouco mais de 100 associados aptos ao voto. Uma reunião prévia no fim de novembro havia demonstrado alguns números aos associados, e na assembleia desta semana foram recuperadas informações como indicadores relacionados aos credores, folha de pagamento do quadro funcional e parcelamento das rescisões. O prazo para impugnações ou habilitações de crédito dos credores foi prorrogado até o dia 26. Outro aspecto que recebeu destaque na reunião foi o trabalho de auditoria externa que ocorre na cooperativa, com a presença do sócio da Dickel & Maffi, José Roberto Simas, que conduz os trabalhos. A empresa terá um período de atendimento presencial a pessoas que queiram contribuir com informações, sugestões ou denún-
cias, entre 8 e 12 de janeiro. “A auditoria sozinha não vai chegar a lugar nenhum, precisamos da ajuda dos associados, dos funcionários, da comunidade, de todos os envolvidos ou que já estiveram envolvidos e conhecem a realidade da Languiru. Nossa função é ajudar a entender, por meio dos números, um pouco do que aconteceu”, disse Simas. As próximas assembleias gerais ocorrem em março do ano que vem, para prestação das contas de 2023, e em setembro, onde serão expostas as contas do primeiro semestre de 2024.
Parceria no setor de aves O liquidante Paulo Roberto Birck destacou que a cooperativa dará sequência a segmentos como leite, grãos, aves, agrocenter – com bazar, ferramentas, calçados, confecções e insumos – e alugueis de instalações à terceiros, que já somam cerca de R$ 130 mil mensais. Na avicultura, ele relatou que as tratativas para prestação de serviços no frigorífico de Westfália estão avançadas. “A minuta do contrato está sendo finalizada”, acrescentou.
Cooperativa apresentou posição dos negócios no período de liquidação extrajudicial
A parceria prevê que em janeiro de 2024, a empresa passe a abater 50 mil frangos/dia na unidade. Com isso, o frigorífico passaria a abater 75 mil frangos/dia em um turno, somada a produção de 25 mil frangos/dia com a marca Languiru. Até abril do ano que vem, o volume total de abate na estrutura pode chegar a 150 mil frangos/dia em dois turnos. “Esse novo cenário, com a ativação do segundo turno, demandaria a contratação de cerca de 230 funcionários. Esse volume de produção torna a planta industrial rentável, passo importante também para a preservação do campo, que sempre foi nossa prioridade. Negociações como essa nos possibilitam uma projeção de futuro bastante otimista”, frisou o liquidante.
NEGÓCIOS NO PERÍODO DE LIQUIDAÇÃO Algumas negociações da cooperativa desde que iniciou o período de liquidação extrajudicial foram apresentadas aos associados. Entre elas, as situações dos supermercados e agrocenters, além de outras estruturas que não foram negociadas antes do atual formato de gestão. Para garantir recursos financeiros, também foram vendidas áreas de terra em Teutônia e Colinas. A Languiru mantinha nove supermercados, quatro deles de propriedade da cooperativa. Destes, a matriz, em Teutônia, foi negociada com o Grupo Passarela, de Santa Catarina, e a unidade de
Poço das Antas foi repassada ao Mercado do Bairro, de Teutônia. Dos cinco imóveis alugados, apenas o de Cruzeiro do Sul não teve o ponto comercial e o mobiliário vendido. Anterior à liquidação, os catarinenses do Passarela adquiriram a operação do mercado no Shopping Lajeado. Os agrocenters eram sete, três deles com prédios alugados, três estruturas próprias e a loja do Shopping Lajeado, que a cooperativa pagava pelo uso do espaço. A economia mensal da Languiru com alugueis alcança os R$ 448 mil.