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Evento perdura gerações: mãos que fazem o Festival do Chucrute

Na 56ª edição, os bailes ocorrem nos dias 20 e 27 de maio e prometem atrair cerca de 4 mil pessoas. Quarentena do chucrute deve ser finalizada no dia do primeiro baile. Grupos Folclóricos levam novidades ao centro do Ginásio Cristo Rei

Estrela

As centenas de pessoas envolvidas na organização de um dos principais eventos que perpetuam a gastronomia e a cultura germânica se preparam para a abertura da tradicional programação que atrai milhares de pessoas ao município de Estrela. Ocorre neste sábado, 13, o Desfile Típico dos Grupos Folclóricos de Danças Alemãs pelas principais ruas da cidade. O cortejo marca o início do 56º Festival do Chucrute, com bailes que ocorrem nos dias 20 e 27 de maio.

Além do público que prestigia este movimento, a carreata reúne mais de 500 pessoas distribuídas em dezenas de caminhões, a fim de divulgar a programação do evento. Os integrantes dos Grupos Folclóricos, trajados com vestimentas germânicas, mantêm uma tradição criada em 1966 de levar o convite às casas da população. Em paralelo, outros setores trabalham para fazer o festival acontecer.

Atualmente responsável pela vendas dos ingressos para os bailes típicos, Vanice Gausmann Nunes ressalta que a organiza- ção é feita a muitas mãos, de forma voluntária. A secretária da Comunidade Evangélica aponta para a grande procura de cartões para as festas e os esforços para encaixar todas as pessoas nos espaços disponíveis. “No primeiro baile vamos superar 2 mil pessoas. No segundo, a expectativa de público é maior.”

Dedicação ao longo dos anos

Ainda que esteja à frente de uma função essencial para o

Ao Longo Dos Anos

1964

Surgimento do Baile do Coro - evento promovido pela Comunidade Evangélica que atraia diversos corais da região. O casal Adolfo e Helga Ziebel reuniram jovens para iniciar ensaios de danças alemãs, como valsas, polkas e schottisch. Os grupos iniciaram com a participação de seis casais andamento da programação, a participação da família Gausmann Nunes na preparação do Festival do Chucrute ultrapassa gerações. Vanice, junto de seu esposo Adroaldo Nunes, formam o casal mais antigo nas danças dos Grupos Folclóricos, além de fazerem parte da primeira comenda, formada em 1983. A tradição foi repassada às três filhas e aos netos. Adroaldo relata que chegou em Estrela no ano de 1977, quando o “Baile do Chucrut” ainda era organizado pela Oase, equipe de senhoras da comunidade. “Vi a preparação do chucrute, tinha muita gente participando. Eram crianças participando das danças, os pais com muita alegria também fazendo parte dos grupos”, conta. Ainda que o festival fosse feito em apenas uma noite, era necessário que muitas pessoas participassem da elaboração do evento.

A mãe de Vanice foi uma das primeiras cozinheiras do festival. “Ela participou dos preparativos para o chucrute no primeiro baile. Ela não era a chefe da cozinha, mas auxiliou durante muito tempo nesse processo”, afirma a secretária da comunidade. Devido ao crescimento do festival, as comendas passaram a ser responsáveis

1966

O Baile do Coro passou a ser chamado de Baile do Chucrut, com gastronomia e decorações típicas alemãs.

O Conjunto de Danças Folclóricas, como era denominado na época, foi oficialmente apresentado neste evento. Neste ano, também ocorreu o primeiro desfile com veículos decorados

1983

Devido ao crescimento do Festival, alguns casais passaram a ser escolhidos para organizar o evento. A primeira Comenda responsável pelo Baile do Chucrute foi composta por três pares

Categoria “Casais Coroas” se prepara ao Festival com ensaios constantes por fazer o evento acontecer.

A tradição que iniciou na mãe de Vanice e levou o casal às danças e à comenda, fez com que as três filhas participassem dos grupos de danças. “Todas as filhas foram rainhas e divulgaram o festival. Era uma alegria toda vez que chegavam em casa com trajes novos devido às trocas de categoria. É bom ver que isso não mudou e ainda ocorre em muitas famílias”, comenta Nunes. Assim como costumes foram passados ao longo dos anos, muitas famílias se formaram por influência do Festival do Chucrute. Depois de alguns anos como integrante de uma categoria das danças alemãs, Daniel Horn conheceu sua atu- al esposa Neidi Flesch.

“Fui passando pelos grupos até chegar no Oficial, quando conheci ela. Ficamos amigos, começamos a namorar. Da nossa união nasceu o Joaquim e a Ana. A Neide também foi rainha do festival e esse legado chegou à nossa filha, que é princesa desta edição”, destaca Horn.

A missão de representar

Ao lado da rainha Jéssica Schwarzer, Ana Horn, de 7 anos, também possui a responsabilidade de divulgar o evento. Horn destaca que a participação da família nos grupos folclóricos sempre foi intensa e que foi muito emocionante ter visto a filha receber a faixa durante o 55º Festival do Chucrute. “Ela está aproveitando muito este momento e nós estamos muito orgulhosos”, afirma.

Jéssica também relembra sua

ARQUVO AEPAN

2005

Na 40º edição, foram confeccionados os bonecos que já apareciam e cartazes de divulgação do evento, o Chuck e a Ruth

2020

Pela primeira vez, os bailes foram cancelados, devido a pandemia do coronavírus trajetória até ser eleita rainha do festival. “Eu participo desde pequena. Fiz parte de todas as categorias até chegar no grupo principal. Desde lá vivenciei muitos momentos, apresentações e viagens”. Ela ressalta que participar das categorias dos Grupos Folclóricos ajudou muito em seu desenvolvimento.

“Aprendi a me expressar melhor e resultou nesse momento em que represento o Festival. Foi um ano emocionante, sempre quis ser rainha e fiquei muito feliz quando chegou minha vez. Estou ansiosa pelo desfile e pela abertura do baile”, comenta Jéssica.

Das decorações aos trajes

A decoração dos bailes típicos começa a tomar forma uma semana antes do evento. Neste domingo, 14, após o desfile, a equipe deve se reunir no Cen-

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