AH - Pensar | 19 de março de 2016

Page 1

Especial 23 anos de administração autônoma Março - 2016

COLINAS

MATO LEITÃO TÃ

SANTA CLARA DO SUL

SÉRIO SÉ

TRAVESSEIRO ARTE FÁBIO COSTA

CAPITÃO TÃ

O que mudou em três anos Após 3 anos de uma edição inovadora, Pensar Cidades retorna à realidade dos seis municípios emancipados simultaneamente em 20 de março de 1992 e confere o quanto mudaram.


2

Editorial

MARÇO DE 2016

Flores aos aniversariantes

S

eis cidades do Vale do Taquari es– Â‘ ‡Â? ˆ‡•–ƒ Â?‡•–‡ ƤÂ? †‡ •‡Â?ƒÂ?ƒǤ Emancipadas simultaneamente em março de 92, comemoram 23 anos de autonomia polĂ­tica e admiÂ?‹•–”ƒ–‹˜ƒǤ Ԡĥ Â?ƒÂ?–²Â? •‹Â?‰—Žƒ”‹†ƒ†‡• ‰‡Â?—ÀÂ?ĥ “—‡ ĥ ‹†‡Â?–‹Ƥ…ƒÂ? ‡ † Â‘ ”—Â?‘Ǥ O nĂ­vel de desenvolvimento e qualidade †‡ ˜‹†ƒ ˜ƒ”‹ƒ †‡ —Â?ƒ ’ƒ”ƒ ƒ ‘—–”ƒǤ Santa Clara do Sul, distante apenas 11 Â“Â—Â‹ÂŽĂ˜Â?‡–”‘• †ƒ Â? Â‡ ÂƒÂŒÂ‡ÂƒÂ†Â‘ÇĄ ‰‘œƒ †‡ —Â? franco e acelerado crescimento, tanto po’—Žƒ…‹‘Â?ƒŽ “—ƒÂ?–‘ —”„ƒÂ?‘Ǥ Â?–”‡ ĥ ‡Â?ƒÂ?cipadas no dia 20, apresenta os melhores Ă­ndices de desenvolvimento, alicerçado na indĂşstria calçadista, no comĂŠrcio, na ’”‘†—­ Â‘ ’”‹Â?ž”‹ƒ ‡ Â?ƒ …‘Â?•–”—­ Â‘ …‹˜‹ŽǤ ‘–‡ƒÂ?‡Â?–‘• •—”‰‡Â? –‘†‘• ‘• ƒÂ?‘•Ǥ ‘• Ăşltimos cinco, por exemplo, foram emitidas quase 600 licenças para construção de …ƒ•ƒ• ‘— ’”¹†‹‘• …‘Â?‡”…‹ƒ‹• ‡ ”‡•‹†‡Â?…‹ƒ‹•Ǥ …—Ž–‹˜‘ †‡ ƪ‘”‡•ǥ Â?‡•Â?‘ •‡Â? –‡” ‹Â?’ƒ…–‘ •‘„”‡ ƒ ‡…‘Â?‘Â?Â‹ÂƒÇĄ •‹Â?„‘Ž‹œƒ ƒ …‹†ƒ†‡ e lhe dĂĄ a denominação de Cidades das Ž‘”‡•Ǥ –‡”…‡‹”ƒ ‡†‹­ Â‘ †‡ ƒÂ?–ƒ Ž‘”ǥ “—‡ ‘…‘””‡ Â?‡•–‡ ƤÂ? †‡ •‡Â?ƒÂ?ÂƒÇĄ Âą ƒ …‘Â?•‘Ž‹†ƒ­ Â‘ †‘ ’”‘Œ‡–‘ ‹Â?‹…‹ƒ†‘ ‡Â? ͜͜͢͞Ǥ ĥ Â?‡Â? –—†‘ • Â‘ ƪ‘”‡•ǥ …‘Â? ‘ ’‡”† Â‘ †‘ –”‘…ƒ†‹ŽŠ‘Ǥ ‘ Â?‡‹‘ Â”Â—Â”ÂƒÂŽÇĄ ‡Â? ‡•’‡…‹ƒŽ nas comunidades mais distantes, ainda ĂŠ necessĂĄrio buscar um atrativo mais …‘Â?–—Â?ƒœ ’ƒ”ƒ Â?ƒÂ?–‡” ĥ ’”‘’”‹‡†ƒ†‡• ativas e tambĂŠm atrair os jovens a permaÂ?‡…‡” Â?ƒ ƒ–‹˜‹†ƒ†‡Ǥ ‡˜ƒ” ƒ•ˆƒŽ–‘ ’ƒ”ƒ ÂƒÂŽÂąÂ?

–‘”Â?ƒ” ƒ ƒ’‘•–ƒ ”‡Â?†ƒǤ ¹”‹‘ ˜‹˜‡ —Â? ‘—–”‘ Â?‘Â?‡Â?–‘Ǥ ”‡••‹‘Â?ƒ†‘ ’‡Ž‘ ²ÂšÂ‘†‘ Â”Â—Â”ÂƒÂŽÇĄ ‘ Â?—Â?‹…À’‹‘ ˜² ƒ ’‘’—Žƒ­ Â‘ ”‡†—œ‹” Â?‘• ‹Â?‘• ƒÂ?‘• ‡ †‡•’‡”–‘— ’ƒ”ƒ ‘ –—”‹•Â?‘Ǥ ”‹˜‹Ž‡‰‹ƒ†‘ ’‘” —Â?ƒ Â?ƒ–—”‡œƒ ‡š—„‡”ƒÂ?–‡ǥ …‘Â? cascatas, mirantes, campos, SĂŠrio aposta na atração de turistas para movimentar ƒ ‡…‘Â?‘Â?‹ƒǤ Â”ÂƒÂ–ÂƒÇŚÂ•Â‡ †‡ —Â? ’”‘Œ‡–‘ †‡ Â?¹†‹‘ ‡ Ž‘Â?‰‘ Â’Â”ÂƒÂœÂ‘ÇĄ Â?ĥ …‡”–‡‹”‘ ‡Â? meio ao crescimento do terceiro setor ‡Â? Â&#x;Â?„‹–‘ Â?ƒ…‹‘Â?ƒŽǤ

Luta por asfalto do perĂ­metro urbano, a exemplo do que o ‰‘˜‡”Â?‘ Â?—Â?‹…‹’ƒŽ …‘Â?‡­Â‘— ƒ ˆƒœ‡” Â?‡•–‡ ƒÂ?‘ǥ Âą —Â?ƒ †ƒ• Â•ÂƒĂ€Â†ÂƒÂ•Ǥ ‡ŽŠ‘”ƒ “—ƒŽ‹†ƒ†‡ †‡ ˜‹†ƒ ‡ ‘ ‡Â?–—•‹ƒ•Â?‘Ǥ Outro avanço importante ĂŠ a ordenação do crescimento, com base no plano †‹”‡–‘”Ǥ ƒœ „‡Â? ‘ ‰‘˜‡”Â?‘ ‡Â? ‡Â?†—”‡…‡” ƒ Ž‹„‡”ƒ­ Â‘ †‡ Â?‘˜‘• Ž‘–‡ƒÂ?‡Â?–‘• ‡ ‡š‹‰‹” ‹Â?ˆ”ƒ‡•–”—–—”ƒǤ ‡•Â?‘ †‹•–ƒÂ?–‡ †‘ Â?‘†‡Ž‘ Â?ƒ‹• ‡Ƥ…ƒœ ’ƒ”ƒ –”ƒ–ƒ” ‘ ‡•‰‘–‘ Č‚ “—‡ • Â‘ ĥ ‡•–ƒ­Ă™Â‡Â• †‡ –”ƒ–ƒÂ?‡Â?–‘ Č‚ ‘ ‰‘˜‡”Â?‘ ‹Â?plantou um sistema mais simples, porĂŠm, ‹Â?’‘”–ƒÂ?–‡Ǥ ’‡Â?ĥ …”‡•…‡” •‡Â? •‡ ’”‡‘…—’ƒ” …‘Â? ƒ •—•–‡Â?–ƒ„‹Ž‹†ƒ†‡ Âą ‹‰Â?‘”ƒ” ƒ “—ƒŽ‹†ƒ†‡ †‡ ˜‹†ƒ• †ƒ• ˆ—–—”ƒ• ‰‡”ƒ­Ă™Â‡Â•Ǥ Mato LeitĂŁoÇĄ ƤŽŠ‘ †‡ ‡Â?Â&#x;Â?…‹‘ ‹”‡•ǥ ƒ’ƒ”‡…‡ …‘Â? ‘ •‡‰—Â?†‘ Â?ƒ‹‘” …”‡•…‹Â?‡Â?–‘Ǥ ‰—ƒŽÂ?‡Â?–‡ǥ Âą ˆƒ˜‘”‡…‹†‘ ’‡Žƒ ‹Â?Â†ĂŻÂ•Â–Â”Â‹Âƒ …ƒŽ­ÂƒÂ†Â‹Â•Â–ƒǤ ‘—„‡ •‡” ’‡”•’‹…ƒœ ‡ ‡Ƥ…‹‡Â?-

Fundado em 1Âş de julho de 2002

Publicação do jornal A Hora. Todos os direitos reservados Lajeado - Vale do Taquari - RS

Diretor Geral: Adair Weiss Diretor Conteúdo: Fernando A. Weiss Diretor de Operaçþes: Fabrício de Almeida

te na hora de abandonar o cultivo da Â‡Â”Â˜ÂƒÇŚÂ?ƒ–‡ ‡ ƒ’‘•–ƒ” Â?ƒ †‹˜‡”•‹Ƥ…ƒ­ Â‘ †‘ Â?‡‹‘ ”—”ƒŽǤ ‘Œ‡ •‡ †‡•–ƒ…ƒ ’‡Žƒ ’”‘†—­ Â‘ ÂŽÂ‡Â‹Â–Â‡Â‹Â”ÂƒÇĄ †‡ •—ÀÂ?‘• ‡ †‡ ˆ”ƒÂ?‰‘•Ǥ ‘ Žƒ†‘ disso, possui uma das maiores empresas †‡ ’”‘†—­ Â‘ †‡ ƒŽ‡˜‹Â?‘• †‘ •—Ž †‘ ‡•–ƒ†‘Ǥ

Olhar no turismo Os morros de SĂŠrio nada se assemelham Ă s planĂ­cies de ColinasǤ ‡•Â?‘ ƒ••‹Â?ÇĄ †—ƒ• ƒ’‘•–ƒ• —Â?‡Â? ĥ …‹†ƒ†‡•Ǥ Â?„ƒ• “—‡”‡Â? •‡” ”‡…‘Â?Š‡…‹†ƒ• ’‡Ž‘ –—”‹•Â?‘Ǥ ‘Ž‹Â?ĥ †‡•ˆ”—–ƒ †‡ —Â? •‡–‘” ’”‹Â?ž”‹‘ ‡Â? ƒ•…‡Â?• Â‘Ǥ ‘ Žƒ†‘ †‹••‘ǥ …‘Â?solida um projeto turĂ­stico, especialmente Â?ƒ ž•…‘ƒ ‡ ÂƒÂ–ÂƒÂŽÇĄ “—ƒÂ?†‘ ƒ–”ƒ‹ Â?ƒ‹• †‡ Í&#x;Íœ Â?‹Ž ’‡••‘ƒ•Ǥ ’ƒ”–‹” †‡ ÂƒÂ‰Â‘Â”ÂƒÇĄ ’”‡…‹•ƒ ’”‘Ƥ••‹‘Â?ƒŽ‹œƒ” ‡ …‘Â?•‡‰—‹” ‘ˆ‡”‡…‡” …ƒ†ƒ ˜‡œ Â?ƒ‹• ƒ–”ƒ–‹˜‘• ‡ ‹Â?ˆ”ƒ‡•–”—–—”ƒ ’ƒ”ƒ

Redação Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4200 CEP 95900-000 - Lajeado - RS ahora@jornalahora.inf.br www.jornalahora.inf.br

Textos: Estevão Heisler e Giovane Weber Diagramação e layout: Gianini Oliveira e Fåbio Costa

‹ŽŠ‘• †‡ ””‘‹‘ †‘ ‡‹‘ǥ ‘• Â?—Â?‹…À’‹‘• de CapitĂŁo e Travesseiro sĂŁo essencialÂ?‡Â?–‡ ÂƒÂ‰Â”Ă€Â…Â‘ÂŽÂƒÂ•Ǥ ĥ Â? Â‘ Âą ‡••ƒ ƒ ĂŻÂ?‹…ƒ •‡Â?‡ŽŠƒÂ?­Âƒ ‡Â?–”‡ ‡••‡• ˜‹œ‹Â?Š‘•Ǥ ‡•†‡ a emancipação, em 92, lutam por acesso ƒ•ˆžŽ–‹…‘Ǥ ”ƒ˜‡••‡‹”‘ –‡Â? ‡•–”ƒ†ƒ ’ƒ˜‹mentada em direção Ă BR-386, passando ’‘” ƒ”“—‡ †‡ ‘—œƒǤ ‡•Â?‘ ƒ••‹Â?ÇĄ insiste no asfaltamento da VRS-811, que Ž‹‰ƒ ÂƒÂ–Âą ””‘‹‘ †‘ ‡‹‘Ǥ ž ƒ’‹– Â‘ Â? Â‘ –‡Â? Â?‡Â?Š—Â? ƒ•ˆƒŽ–‘ ÂƒÂ–Âą ƒ …‹†ƒ†‡Ǥ …‘Â?•–”—­ Â‘ †ƒ ”‘†‘˜‹ƒ ERS-482 ĂŠ ’”‘Â?‡–‹†ƒ ’‘” •—…‡••‹˜‘• ‰‘˜‡”Â?‘•ǥ Â?ĥ …—•–ƒ •ƒ‹” †‘ ’ƒ’‡ŽǤ ”‘–‡•–‘•ǥ Â?‘„‹Ž‹œƒ­Ă™Â‡Â•ÇĄ ”‡—Â?‹Ù‡• •‡ ƒ…—Â?—ŽƒÂ? ƒ‘ Ž‘Â?‰‘ dos anos, mas acabam na retĂłrica dos ‰‘˜‡”Â?ƒÂ?–‡•Ǥ Â?„ƒ• …‘Â?‡Â?‘”ƒÂ? Â?ƒ‹• —Â? ƒÂ?‹˜‡”•ž”‹‘ •‡Â? …‡”–‡œƒ Â?—‹–‘ Â?‡Â?‘• ‰ƒ”ƒÂ?–‹ƒ• †‡ “—ƒÂ?†‘ ‘ ‰‘˜‡”Â?‘ …—Â?’”‹”ž ƒ ’”‘Â?‡••ƒ “—‡ ˆ‡œ Šž Â†ÂąÂ…ÂƒÂ†ÂƒÂ•Ǥ

Tiragem desta edição: 8 .000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística) Proibida a venda avulsa



4

MARÇO DE 2016

Santa Clara do Sul ANDERSON LOPES

Município mantém tradição com as fábricas de calçados, propulsores da economia local. Desde a emancipação, são cruciais para o desenvolvimento e garantem renda a milhares de famílias

Indústria e campo garantem renda. Flores viram símbolo Dependente do setor calçadista no período da emancipação, o município passou por um processo de diversificação econômica na última década. Atraiu empreendedores, fortaleceu o comércio e firmou parcerias com cooperativas para profissionalizar o meio rural. A oferta de emprego e a qualidade de vida atraem moradores e estimulam a construção civil. Como símbolo da reorganização das fontes de arrecadação, surgiu o cultivo de flores, atividade que torna a cidade conhecida em todo RS. O empreendedorismo peculiar eleva Santa Clara do Sul ao posto de maior cidade entre as emancipadas em março de 1992.

U

ma vila construída às margens da avenida 28 de Maio, em especial no entorno da igreja matriz, e sustentada pela indústria de Calçados Andreza. Toda a arrecadação de impostos era destinada ao governo de Lajeado, mas pouco retornava em investimentos na Ǥ À Ƥ × ticos de desenvolvimento até dezembro

de 1989, quando um grupo de líderes municipais se reuniu para mudar o cenário. Sob o lema “Emancipar para prosseguir”, foi instituída naquela data a primeira comissão para tratar da criação do município. A emancipação, como almejavam os políticos na época, resultou um salto de qualidade ao desenvolvimento. Por muitos anos, a fábrica de calçados se

Aqui tem mais oferta (de empregos) do que procura. Edson Thomas Empresário

manteve como motriz da economia local, deixando o município suscetível a variações no mercado calçadista, o que de fato ͜͞​͜͡Ǥ × ͜͠ anos de atuação, o setor calçadista entrou em declínio e forçou o poder público a Ƥ ­ Ǥ A partir disso, o modelo econômico do município foi reestruturado. Na agricultura, focou-se no empreendedorismo


Santa Clara do Sul

MARÇO DE 2016

5 ANDERSON LOPES

e em projetos capazes de desenvolver, em especial, propriedades voltadas à criação de gado leiteiro, suínos e frangos. Recebeu grande estímulo a abertura de agroindústrias, como forma de agregar valor à matéria-prima. Em 2006, a administração municipal incentivou um grupo de pessoas a iniciar ƪ ǡ na atual denominação de Cidade das Ǥ ǡ ƪ de símbolo, mas a economia sustenta-se na indústria e no setor primário. Entre 2010 e 2011, a multinacional Beira Rio comprou parte da estrutura da Calçados Andreza e devolveu ao setor calçadista a liderança no retorno de valor adicionado ao município. Outras indústrias ampliam a atividade, como a Lisi Calçados, dirigida por Edson Thomas. Fundada em 1993, a empresa ­ Ǥ Trabalhava com sandálias, chinelos e tamancos. Em 1997, a produção diária era de 20 pares. Na época, surgiu a proposta de confeccionar tênis esportivos. Pouco tempo depois, a média de calçados fabricados por dia chegou a 300. Há 13 anos, a empresa começou a

ƪ À ǡ À ǡ

terceirizar serviços para a Nike. Foi a Ǥ ͟͜​͜

funcionários e média de oito mil pares por dia. “Na hora de contratar pessoas,

Ƥ ± Ǥ Ǥdz


6

Santa Clara do Sul

MARÇO DE 2016

Uma construção a cada três dias As oportunidade de emprego e renda, associadas à qualidade de vida, atraem novos moradores e culminam na abertura de loteamentos. A denominação de Vila Santa Clara à época da emancipação passou a ser conhecida apenas pelos habitantes mais antigos. A vila se transformou em cidade. Prova disso, o crescimento populacional de 37% nestes 24 anos. Santa Clara do Sul lidera os índices de construção civil entre os emancipados em 1992. De acordo com dados da Secretaria do Planejamento, entre 2011 e o ano passado, foram liberadas 537 licenças na área da construção civil, cerca de uma a cada três dias. Desde 1992, foram autorizados pelo menos 13 loteamentos. Proprietário de uma madeireira e construtora, Gilmar Neumann enaltece a qualidade de vida, a assistência do poder público, a oferta de empregos e a proximidade com Lajeado como os principais fatores para o desenvolvimento. “Moramos em uma cidade muito bem reconhecida lá fora. As pessoas que vêm nos visitar sempre deixam muitos elogios. E isso mostra o porque a construção

civil avança tanto.” A construtora começou em meados da década passada, com impulso do programa federal Minha Casa Minha Vida e de Ƥ ­ prédios. Em dezembro do ano passado, por exemplo, a empresa entregou um imóvel com 40 apartamentos no centro. Outro será lançado na SantaFlor, com projeção de início das obras para abril. Serão 36 apartamentos, com previsão de entrega para três anos. A construtora também se especializou em chalés, principalmente para chácaras no interior.

Moramos em uma cidade muito bem reconhecida lá fora. As pessoas que vêm nos visitar sempre deixam muitos elogios. Gilmar Neumann Empresário

De todos os municípios emancipados de Lajeado, Santa Clara do Sul desponta na construção civil. Ano a ano


Santa Clara do Sul

MARÇO DE 2016

7

ESTEVÃO HEISLER

“Crescemos junto com o município” Muitas famílias migraram a Santa Clara do Sul na década de 90 e acompanharam o desenvolvimento do município. O casal Inês e Inácio Reitel saiu de São José do Inhacorá e alugou uma casa no centro em junho de 1993. Inácio chegou à cidade para trabalhar na Calçados Andreza, onde outros três irmãos estavam empregados. Passado um mês

no novo endereço, nasceu o Ƥ ǡ Ǥ ǡ Ƥ Maiara. Em 1998, Inácio e Inês construíram a casa própria. “Foram muitos anos de hora extra na fábrica até conseguir juntar o dinheiro”, recordam. Ele permaneceu na Andreza até 2005, quando decidiu ingressar no ramo da construção civil, que estava em plena as-

censão no município. Começou como servente e hoje trabalha como pedreiro para uma cons Ƥ ± em frente à sua moradia. “Quando chegamos em Santa Clara do Sul, havia apenas uma vila no centro. Hoje são diversos bairros e centenas de moradias novas. Nós crescemos junto com o município”, aponta Inácio que não cogita deixar a cidade.

Índice de construções 2011 2012

100 licenças

2013

113 licenças

2014

110 licenças

2015

surgem loteamentos e condomínios. Em cinco anos, foram 574 licenças

109 licenças

115 licenças


8

MARÇO DE 2016

Santa Clara do Sul ESTEVĂƒO HEISLER

ÂŽÂąÂ? †ƒ ”‡’”‡•‡Â?–ƒ–‹˜‹†ƒ†‡ •‹Â?Â„Ă—ÂŽÂ‹Â…ÂƒÇĄ ‘ …—Ž–‹˜‘ †‡ ƪ‘”‡• ‰ƒ”ƒÂ?–‡ ”‡Â?†ƒ ƒ ˆƒÂ?Ă€ÂŽÂ‹ÂƒÂ•Ǥ ‡‘Â?ƒ”†‘ ”‹‡†”‹…Š –”‘…‘— ‘ •‡–‘” …ƒŽ­ÂƒÂ†Â‹Â•Â–ƒ ‡ ƒ ž”‡ƒ Â’ĂŻÂ„ÂŽÂ‹Â…Âƒ ’ƒ”ƒ ‹Â?˜‡•–‹” ‡Â? ‡•–—ˆƒ•Ǥ ‘Œ‡ Œž • Â‘ “—ƒ–”‘

Belas e lucrativas: flores conquistam espaço O municĂ­pio ĂŠ reconhecido como a Cidade das Flores, denominação decorrente do projeto de implementação de estufas lançado em 2006. ApĂłs cerca de dez anos do projeto, •‘„”ƒ”ƒÂ? “—ƒ–”‘ ’”‘†—–‘”‡• †‡ ƪ‘”‡• e 11 estufas. Por ano, sĂŁo produzidos 350 mil vasos e gerados 17 empregos diretos. Entre os empreendedores, estĂĄ Leonardo Friedrich, que trocou o

setor calçadista e a ĂĄrea pĂşblica para se dedicar ao cultivo. Ao lado da mulher Monique Bald, construiu quatro estufas. Por ano, vendem 90 mil vasos das espĂŠcies ciclame, prĂ­mula, gloxinia e gĂŠrbera. Entre os diferenciais do produto, destaca a qualidade e a durabilidade. “Entregamos o produto em atĂŠ dez horas ao cliente. De SĂŁo Paulo, principal

polo produtor do paĂ­s, o pedido chega ‡Â? “—ƒ–”‘ †‹ƒ•Ǥ ƪ‘” –‡”ž Â?‡Â?‘” tempo de vida na casa do consumidor ƤÂ?ƒŽǤ ••‡ †‡–ƒŽŠ‡ ˆƒœ –‘†ƒ †‹ˆ‡”‡Â?­Âƒ ‡ eleva nossas vendas.â€? Uns dos gargalos para a expansĂŁo da atividade sĂŁo a questĂŁo da logĂ­stica e a instabilidade meteorolĂłgica. “Faz 40oC graus no verĂŁo e chega a 0oC no inverno. AlĂŠm de conhecimento, o produtor

precisa saber qual a espĂŠcie que melhor se adapta Ă sua regiĂŁo e qual a preferĂŞncia do consumidor.â€? Algumas espĂŠcies sĂŁo sensĂ­veis e necessitam de cuidado diĂĄrio, como controle de ĂĄgua, nutrientes e luz. Tudo tem que ser na medida exata. Atento Ă s mudanças e novidades, o casal participa de seminĂĄrios, feiras, cursos e visitas tĂŠcnicas a regiĂľes produtoras.


Santa Clara do Sul

MARÇO DE 2016

9 ESTEVAO HEISLER

Do ônibus às estufas Há oito anos, Gilberto Frölich, de Santa Clara do Sul, deixou a Ƥ Ø ƪ Ǥ ǡ Ǥ Dz ǡ Ƥ voltei”, brinca ao se referir à falta de ­ ± À Ǥ ǡ ͢͜ ǡ Ǥ ǡ ͟ǡ͡ ­ ± ͊ ͢Ǥ ± Ǥ ǡ ² ­ ± ǡ Ǥ ǡ

× ± Ƥ ǡ ǡ ± ͝͞ Ǥ Dz ͣ͜τ ƪ Ǥ Ǥ Ƥ ± o frio e buscar novos produtores ² ­ ǡ Ǥdz ­Ù × Ƥ ƪ ǡ ± Ǥ Ú ǡ ² ± Ø × Ǥ Dz Ǥ ² ǡ Ǥ ǡ ØǤdz

Agronegócio se fortalece ƪ ± ­ Ƥ À Ǥ Entre elas, o incentivo para a abertura de ï ǡ Ǥ ï À ͜͞​ͤ͜ǡ Ǥ ­ ǡ Ǥ ­ ǡ À ǡ ǡ ï À Ǥ ǡ ± ­ Ǥ Ƥ ǡ ǡ ± ǡ × Ǥ Dz Ƥ Ù ǡ Ǥ ǡ -

ï ǡ ǡ Ƥ ­ ï

Ǥdz ǡ ­ ± Ǥ ǡ ǡ ­ï Ǥ

a agroindústria surgiu da necessidade Ǥ Dz À ǡ Ǥ ǡ ǡ Ǥdz


10

MARÇO DE 2016

Santa Clara do Sul

Parque poliesportivo anima moradores ESTEVĂƒO HEISLER

Selmo Seifert acompanha com ansiedade a construção do parque poliesportivo no centro. “SerĂĄ Ăłtimo para meus netos e eu brincarmosâ€?, destaca. Natural de Linha Andreas, Venâncio Aires, mora na cidade faz trĂŞs anos. Elogia os investimentos feitos em locais de lazer para a comunidade. “AlĂŠm de reunir tudo em um Ăşnico local, ĂŠ seguro. SerĂĄ um ponto de encontro onde podemos praticar exercĂ­cios fĂ­sicos e –‘Â?ƒ” —Â? …Š‹Â?ƒ”” Â‘ Â?‘ ƤÂ? †‡ –ƒ”†‡Ǥdz A estrutura ĂŠ erguida Ă margem da rua Alberto Schabbach, no centro. O local terĂĄ pistas de caminhada e skate, quadra de basquete, de areia e campo de futebol 7, banheiros e iluminação. Ainda estĂĄ prevista a construção de uma academia ao ar livre. De acordo com o vice-prefeito, InĂĄcio Herrmann, o parque terĂĄ uma ĂĄrea de 11 mil metros quadrados. O custo da

Parque poliesportivo Ê construído na årea central da cidade. Reunirå espaço de lazer, local para atividades físicas e de recreação e atende reivindicação antiga da sociedade

‘„”ƒ Âą †‡ ÍŠ Í Í˘ÍŁ Â?‹Žǥ †‘• “—ƒ‹• ÍŠ Í&#x;ÍĽÍœ mil sĂŁo uma emenda parlamentar e o restante ĂŠ contrapartida do governo.

Outra obra inaugurada recentemente Ê a academia ao ar livre na avenida Emancipação, em frente à Praça Airton

Stoll. NoĂŠlia Bald, Terezinha Arenhard e Neide Kronbauer aprovam a iniciativa do Executivo. NoĂŠlia pratica exercĂ­cios fĂ­sicos faz cerca de dez anos e enaltece os benefĂ­cios para o corpo e a mente. Terezinha tambĂŠm integra o grupo de ginĂĄstica da Secretaria da SaĂşde e comemora o investimento nas ĂĄreas do esporte e lazer. A obra ainda inclui a construção de —Â?ƒ „ƒ•‡ ’ƒ”ƒ ƒ Ƥšƒ­ Â‘ †‘• ‡“—‹’ƒmentos, a colocação de uma lixeira e de uma placa com 2 metros de altura por 1 metro de largura na qual estĂŁo dispostas as orientaçþes visando Ă prĂĄtica correta de cada exercĂ­cio, alĂŠm de bancos. ConstruĂ­da pela empresa lajeadense Corema Serviços, a academia foi custeada integralmente pela administração municipal ao valor de ÍŠ Í&#x;ͣǤÍ?ÍœÍĽÇĄÍœÍœǤ

Asfalto leva desenvolvimento ao interior Empresårios e moradores acumulam prejuízos em razão das perdas com o transporte da produção por estradas de chão. Para mudar essa realidade, conter o êxodo rural, fortalecer o agronegócio, o turismo rural e a criação de agroindústrias, o Executivo destina cerca de R$ 1,8 milhão para pavimentar dois trechos de estradas (4,5 quilômetros) nas comunidades de Picada Santa Clara e Nova Santa Cruz. No primeiro trajeto, entre o Monumento dos Maragatos e a antiga fåbrica

†‡ ˆ—Â?‘ǥ ĥ ‘„”ƒ• •‡” Â‘ ƤÂ?ƒŽ‹œƒ†ƒ• ‡Â? ƒ„”‹ŽǤ †‘Žƒ” Â—ÂˆÂ–ÇĄ —Â? †‘• „‡Â?‡ƤÂ…Â‹ÂƒÂ†Â‘Â•ÇĄ comemora a possibilidade de ter asfalto em frente Ă casa. A circulação de veĂ­culos se inten•‹Ƥ…‘— Â?‘• ‹Â?‘• Í?Íœ ƒÂ?‘•Ǥ Dz2 Â?—‹–ƒ poeira. O asfalto valoriza nossa ĂĄrea de terras e traz mais qualidade de vida. Voltaremos a tomar chimarrĂŁo na frente de casaâ€?, compara. O casal atĂŠ pensou em vender as terras e morar no centro. “Achamos que era promessa de campanha, nem acredita-

mos. Estamos contentes, nosso sonho aos poucos vira realidadeâ€?, destaca a mulher Miriam. Para Luft, outro benefĂ­cio da obra serĂĄ a contenção do ĂŞxodo rural e novos investimentos na ĂĄrea do leite, suĂ­nos e aves. “Tendo qualidade de vida e conforto igual da cidade, aliada Ă orientação tĂŠcnica, oferta de crĂŠdito e boas estradas para escoar a produção, nossos jovens se animam a continuar o trabalho dos pais.â€? No segundo semestre, iniciam as obras em Nova Santa Cruz, entre o Mo-

numento do Arado e o acesso Ă estrada em direção Ă Picada Santa Clara, um trajeto 2,8 mil metros. Segundo o prefeito Fabiano Immich, os asfaltamentos no interior visam, em especial, diminuir as despesas de manutenção das vias, tendo em vista que os trajetos contemplados demandam de melhorias frequentes †‡˜‹†‘ ƒ‘ ‹Â?–‡Â?•‘ ƪ—š‘ †‡ Â˜Â‡Ă€Â…Â—ÂŽÂ‘Â•Ǥ Dz • ‡•–”ƒ†ƒ• ƒ •‡”‡Â? „‡Â?‡Ƥ…‹ƒ†ƒ• •‡”˜‡Â? de ligação a municĂ­pios vizinhos e de escoamento da produção agrĂ­cola e industrialâ€?, ressalta.


Santa Clara do Sul

MARÇO DE 2016

11

ESTEVÃO HEISLER

2015 1992

População 4.508 6.183

Orçamento R$17,9 mi R$ 1,8 mi

1992

2015

Retorno Agricultura 28% Indústria 52% Comércio 14,5%

Base produtiva Prefeito Fabiano Immich: “esta é a primeira etapa de um ciclo novo que inicia nas estradas do interior. O asfalto precisa ser estendido também para as outras comunidades. Além de melhorar qualidade de vida, gera economia, pois não necessita de reformas como a estrada de chão

Propriedades rurais: 967 Empresas: 261

“Uma nova vida começa” Arno Hermann comemora a chegada do asfalto na comunidade. “Representa qualidade de vida, conforto, motivos para investir e fortalecer o agronegócio.” Ele e a mulher Erta moram na localidade faz 17 anos. A intensidade da poeira causou problemas pulmonares a Ǥ Dz ǡ Ƥ dade de respirar. Com esta obra, uma nova vida começa.” Ele conta que há dez anos um vereador prometou asfaltar a via. Mesmo

diante da demora em iniciarem as obras, ele diz nunca ter perdido a esperança. “Sempre dizia aos prefeitos que levar asfalto ao interior era uma das soluções para manter os jovens e um incentivo para as famílias investirem mais na agricultura.” Terezinha Neumann concorda. “Talvez se antigamente tivessem investido em projetos assim, algum dos meus Ƥ Ƥ Ǥdz Outro trecho que está em obras é a

rua Silvestre Adolfo Gregory, no centro. Compreendida entre as avenidas 28 de Maio e Emancipação, a via é uma das secundárias de maior movimento do centro. Serão investidos R$ 573 mil. O asfaltamento terá 401 metros de extensão e 14 metros de largura. O projeto também prevê a construção de calçada em ambos os lados. Com essa obra, o Executivo somará quase R$ 4 milhões de investimentos em pavimentação nos últimos três anos. Marceli Maria Lang

festeja. Ela reside faz 16 anos na rua, onde mantém um salão de beleza. “O asfalto melhorará muito a nossa vida.”





Santa Clara do Sul

MARÇO DE 2016

15

Immich entrega o governo em abril Prefeito desde 2012, Fabiano Immich (PMDB) continuou o projeto de diver Ƥ ­ Ǥ ­ ͊ ͣ͝ǡ͡ Ù ǡ crise e manter os investimentos em Ǥ Entre as principais conquistas, destaca ­ ǡ ­ ǡ tos no centro e no interior, compra de 21 À ǡ ͢͜​͜ ͊ ͠ Ù ï ² Ǥ Ǥ ­ ͥ͠τ ­ À Ǥ Dz Ǥdz Immich deixa o comando do Execu Ǥ ǡ Ǧ Ǥ ǡ ² ǡ ǡ Ƥ Ǥ A Hora – O país enfrenta uma das piores crises econômicas das últimas décadas. Apesar disso, Santa Clara do Sul mantém investimentos. Como faz? Fabiano Immich – É preciso uma × ǡ ± Ƥ ǡ Ƥ Ǥ ­ ï Ǥ ǡ ǡ ± rem os impostos em obras que tragam

ANDERSON LOPES

ǡ Ƥ ï ± ­

­ ǡ ² ï Ǥ O município passou por grandes Ƥ × ­ Ǥ Ƥ ǡ Ƥcação e superou adversidades. Quais Ƥ × ǫ Immich Ȃ

É preciso uma gestão sólida, técnica e eficaz, uma equipe profissional e uma comunidade empreendedora. Fabiano Immich Prefeito

Ƥ ± ­

Ǥ 2 Ƥ ǡ ± Ǥ Qual o principal objetivo da SantaFlor? Immich Ȃ ­ Ǥ ƪ Ǥ ² na feira uma oportunidade singu ± Ǥ Ao mesmo tempo, o evento ajuda a ǡ ± ­ Ǥ


16

MARÇO DE 2016

Colinas

Da lavoura sai a renda, do turismo, a motivação Setor primårio compþe 80% do orçamento e condiciona aposta na atração de turistas

S

ituada entre montanhas e ladeada pelo Rio Taquari, a cidade jardim desponta para o turismo e começa a colher frutos da aposta. Belas paisagens, o capricho da comunidade e a ornamentação diferenciada de ruas e imóveis na Påscoa e no Natal atraem mais de 30 mil visitantes todos os anos. Mas provÊm do setor primårio a maciça arrecadação de impostos e o sustento das atividades do poder público.

De acordo com dados da Secretaria da Fazenda, a agricultura corresponde a quase 80% do orçamento – R$ 12,6 milhĂľes em 2015. As mais de 375 propriedades rurais tĂŞm como principais bases as criaçþes de suĂ­nos, frangos e gado leiteiro. “O •‡–‘” ’”‹Â?ž”‹‘ Âą „‡Â? †‹˜‡”•‹ƤÂ…ÂƒÂ†Â‘ÇĄ ‘ “—‡ tambĂŠm garante segurança ao municĂ­pio. AlĂŠm desses trĂŞs setores, a fruticultura começa a se destacarâ€?, aponta o secretĂĄrio da Agricultura, Harri Luckemeier.

Tamanha a importância da agricultura, destaca o secretĂĄrio, que 70% dos serviços de mĂĄquina se concentram nas propriedades, como no reparo dos acessos, confecção de silagem e terraplenagem. Embora o setor esteja em constante crescimento, existe preocupação com o ĂŞxodo rural. A histĂłria da famĂ­lia Uebel, de Linha Leopoldina, se assemelha Ă do municĂ­pio e retrata a realidade da grande maioria dos agricultores. A lida no campo começou em 1988. A renda obtida com ƒ …”‹ƒ­ Â‘ †‘ ‰ƒ†‘ Ž‡‹–‡‹”‘ ‡”ƒ •—Ƥ…‹‡Â?–‡ apenas para o sustento do casal. A mĂĄ conservação das estradas e a pouca assistĂŞncia do poder pĂşblico desestimulavam investimentos na propriedade. Com a emancipação, contam Louvani, 48, e o marido Ademir, 50, a infraestrutura melhorou e viabilizou planos da faÂ?Ă€ÂŽÂ‹ÂƒǤ Dz —†‘ Ƥ…‘— Â?‡ŽŠ‘”Ǥ ‡•–”ƒ†ƒ “—‡ antes precisĂĄvamos puxar o caminhĂŁo leiteiro com a junta de bois recebeu atĂŠ calçamentoâ€?, lembra a mulher. Em 2000, ‘ …ƒ•ƒŽ †‡…‹†‹— ‡š’ƒÂ?†‹” ‡ †‹˜‡”•‹Ƥ…ƒ” ƒ produção. Em paralelo Ă s vacas leiteiras, eram alojados cem suĂ­nos. “Naquela ÂąÂ’Â‘Â…Âƒ Â? Â‘ ‡š‹•–‹ƒ ƤÂ?ƒÂ?…‹ƒÂ?‡Â?–‘ …‘Â?‘ hoje e tĂ­nhamos que evoluir dentro das nossas possibilidades.â€? Todo o dinheiro arrecadado com a criação de suĂ­nos era guardado para a expansĂŁo da atividade. Dois anos depois, a

famĂ­lia ampliou a estrutura para alojar 250 animais. Em 2006, para 500 e, em 2011, para 750. Os resultados positivos motiva”ƒÂ? ƒ—˜ƒÂ?‹ ‡ †‡Â?‹” ƒ ƤÂ?ƒÂ?Â…Â‹ÂƒÂ”ÇĄ Â?‘ ƒÂ?‘ passado, um novo chiqueiro, para outros ÍžÍĄÍœ •—ÀÂ?‘•Ǥ ƒŽ‘ŒƒÂ?‡Â?–‘ …‘Â?‡­Â‘— Â?‘ ƤÂ? de fevereiro. As condiçþes encorajam os ƤŽŠ‘• ƒ ’‡”Â?ƒÂ?‡…‡” Â?ƒ ’”‘’”‹‡†ƒ†‡Ǥ

Turismo em ascensĂŁo A cada PĂĄscoa e Natal, ou tambĂŠm no perĂ­odo da tradicional Blumentanzfest,

Setor primĂĄrio em nĂşmeros Aves – 725 mil cabeças/ano – 40 produtores

Galinhas poedeiras – 53 mil cabeças/ano (1.426.968 dĂşzias/ano) - trĂŞs produtores

Suínos – 45 mil animais alojados – 60 produtores

Leite – mais de 7 milhþes de litros/ano – 130 produtores


Colinas

MARÇO DE 2016

17

MACIEL DELFINO

2015 1992

População 2.414 2.498

Orçamento R$12,6 mi R$ 1,6 mi

1992

2015

Retorno Agricultura 84% Indústria 7% Comércio 6% Serviços 3%

Base produtiva Decoração e atrativos especiais para datas comemorativas, como Páscoa e Natal, levam mais de 30 mil pessoas ao município todos os anos

a cidade com pouco mais de dois mil habitantes se transforma. Centenas de ornamentos embelezam as ruas centrais, jardins e as praças. A interação entre poder público e comunidade culmina na atração de milhares de turistas a cada época e, em determinados dias, o número de pessoas na cidade duplica. O comércio local colhe frutos do projeto idealizado pelo ex-prefeito Edelbert Jasper. Lojas de vestuário, bazar, artesanato, setor de alimentação e outros. Todos começam a perceber que é possível lucrar com o turismo, como a empresária Roseli Clair Eckel, 55, proprietária de um estabelecimento às margens da ERS-129. O hobby da família se transformou em

Agregamos produtos e recebemos clientes todos os dias. Jamais imaginei viver do turismo. Roseli Clair Eckel Comerciante

negócio. Na primeira vez em que a cidade foi decorada, Roseli foi convidada pelo município a confeccionar os enfeites. “Fomos surpreendidos pela quantidade de visitantes e muita gente queria comprar o que estava exposto, mas não era vendido por aqui”, relata Roseli. ǡ Ƥ Gisele, Roseli decidiu abrir uma loja. Com o tempo, todo o leque de produtos foi expandido e hoje a família mantém o estabelecimento aberto o ano inteiro. “Agregamos produtos e recebemos clientes todos os dias. Jamais imaginei viver do turismo.”

Aposta no trem turístico Apesar dos avanços na atração de tu-

Propriedades rurais: 375 Empresas: 90 ristas, a infraestrutura continua carente. Entre os principais apontamentos feitos pelos visitantes, está a falta de diversidade gastronômica e de produtos. Além disso, não há hotéis ou pousadas para viajantes de outras regiões permanecerem por mais tempo no município. Um dos marcos para o setor na cidade e região é o início do trem turístico Ƥ Ǥ Serra Verde Express fará o transporte de passageiros por meio dos trilhos da América Latina Logística (ALL), entre Estrela e Guaporé. Em Colinas, já está liberada a estação férrea. Pelos próximos 20 anos, o município tem a concessão para restaurar, conservar e utilizar o prédio como uma das paradas do roteiro.


18

MARÇO DE 2016

Travesseiro

Gestão no setor primário fortalece economia local Propriedades rurais correspondem a 67,8% do valor adicionado do município

M

aior fonte de arrecadação de impostos do município, o setor primário se desenvolve a partir da gestão implementada nas propriedades rurais e do incentivo oferecido pelo poder público. Programas voltados à melhora dos resultados no campo, como o Produção Integrada de Sistemas Agropecuários (Pisa), Ƥ ǡ ­ dos custos, aumento da produtividade e diminuição dos impactos ambientais. A cidade desenvolve o que tem de melhor: a agricultura. Prova disso, a instalação de uma indústria de laticínios na comunidade de Picada Felipe Essig Ƥ ­ Ǥ Inaugurada em meados de 2014, demandou investimento de quase R$ 1,5 milhão e hoje emprega 16 pessoas. A cada mês, são industrializados 400 mil litros, matéria-prima oriunda de 200 propriedades rurais da região. Todos fornecedores recebem acompanhamento técnico. Além de garantir renda às famílias, a empresa agrega valor ao produto. São fabricados queijo mussarela fatiado, queijo inteiro, leite UHT integral, desnatado e ȋ ȌǤ ± Ƥ ǡ estreia o achocolatado.

ESTEVÃO HEISLER

Setor primário em números Leite 252 produtores 2,5 mil vacas em lactação 9,4 milhões de litros por ano

Suinocultura 34 chiqueiros terminação (29 integrados) 29 creches (22 integrados) 8 galpões UTL (3 produtores)

Avicultura Travesseiro está entre as cidades gaúchas com melhor índice de propriedades livres de brucelose e tuberculose, fruto do projeto pioneiro desenvolvido na comarca de Arroio do Meio

Os produtos são vendidos para os vales do Taquari, Rio Pardo, Serra Gaúcha e Região Metropolitana. O faturamento atinge R$ 600 mil mensais. O proprietário Eduardo Grave enaltece o auxílio do poder público para viabilizar o empreendimento. Foram R$ 250 mil de incentivo em serviços de terraplanagem e na compra da área. O setor leiteiro integra o tripé da agricultura no município, acompanhado pela avicultura e suinocultura. Ao todo

são 252 produtores, com 2,5 mil vacas em lactação e produção anual de 9,4 milhões de litros. Entre eles, está Rogério Meyer, 45, de Três Saltos Baixo. Há 12 anos, Meyer decidiu fechar o mercado que tinha em Porto Alegre e, em busca de qualidade de vida, retornar ao município de origem. O lucro obtido com a venda dos quatro mil litros mensais de leite produzidos na propriedade era destinado para ampliar o rebanho e

38 aviários corte (28 produtores) 9 aviários postura (3 produtores)

investir em maquinário. Na última década, estima ter aplicado mais de R$ 150 mil em infraestrutura.

Gestão na propriedade Ƥ priedade, buscou informações por meio do programa Pisa. A grande maioria das dúvidas foi esclarecida e o produtor aprimorou o serviço. “Hoje não devemos mais chamar de propriedade rural, mas sim


Travesseiro

MARÇO DE 2016

19

ESTEVÃO HEISLER

População 2015 1992

empresa rural. A gestão é essencial para quem pretende permanecer no campo”, aponta Meyer. O produtor tem 60 vacas leiteiras no rebanho. Dessas, 30 integram grupo destinado a substituir as 20 que estão em lactação. As outras dez começam a dar leite no inverno. “Precisamos pensar a longo prazo e por isso crio as vacas que daqui alguns anos farão parte do grupo de lactação. Assim consigo manter e elevar a média de leite produzido por mês.” Hoje cada animal produz 20 litros por dia, cada um vendido a R$ 1. Um dos empecilhos apontados por Meyer, o alto custo dos insumos. Nos últimos dois anos, esses encareceram quase 50%. “Neste cenário percebemos a importância da gestão na Ǥ Ƥ ǡ conseguimos encontrar uma solução.” Meyer enaltece o apoio oferecido pelo poder público. “Sempre que precisamos de alguma coisa eles nos auxiliam. São muito ágeis. E isso ajuda muito para quem trabalha no campo.” Como exemplos, cita terraplanagem, melhoria de acessos e fechamento dos silos.

2.498

Orçamento R$12,6 mi R$ 1,6 mi

1992 Ao lado da produção de leite, criações de aves e suínos lideram empreendimentos pelo interior

Setores em ascensão

Sanidade animal O município integra o Projeto de Sanidade de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose, desenvolvido pela comarca de Arroio do Meio. Lançado em 2009, busca erradicar as doenças das propriedades rurais e, assim, além de garantir a saúde de produtores e consumidores, valorizar quem recebe a Ƥ ­ Ǥ De acordo com o engenheiro agrônomo da Secretaria da Agricultura, André Rosenbach, o município tem o melhor índice de controle das doenças no país. Das 252 propriedades rurais que trabalham ǡ ͥ͜͞ Ƥ como livres de tuberculose e brucelose.

2.414

Hoje não devemos mais chamar de propriedade rural, mas sim empresa rural. A gestão é essencial para quem pretende permanecer no campo. Rogério Meyer Produtor rural

A avicultura e a suinocultura são outros setores de grande relevância na economia do município. São 38 aviários de frango de corte (28 produtores), nove aviários de ovos férteis (3 produtores), 34 chiqueiros no sistema terminação (29 integrados), 29 creches (22 integrados) e oito galpões UPL (três produtores). Como na cadeia leiteira, a gestão ganha espaço nas propriedades. Há 13 anos, Marcelo Spiecker, 38, desistiu do ramo de restaurantes e trocou Porto Alegre pela comunidade de Três Saltos Médio. No interior, apostou na construção de dois chiqueiros, cada um com capacidade para alojar cerca de mil animais. Passados 12 anos, decidiu focar as atenções também na avicultura. Naquela época, a mulher obtinha bons resultados com um aviário recém-construído, onde eram alojados 26 mil frangos. Dz Ƥ para dar o destino correto aos dejetos suínos e apostamos na avicultura. Decidi suspender os chiqueiros para me dedicar

2015

Retorno Agricultura 84% Indústria 7% Comércio 6% Serviços 3%

Base produtiva Propriedades rurais: 375 Empresas: 90

ao novo projeto”, ressalta o produtor. Semanas depois, Spiecker conseguiu a liberação para construir um segundo aviário. Com na primeira estrutura, foram investidos R$ 300 mil. Um dos fatores que Ƥ ­ ǡ À do poder público. O município auxiliou em R$ 61 mil para terraplanagem. As operações do novo espaço começam neste mês. Os bons resultados, acredita, devem Ƥ ͟͝ ͢ necerem na propriedade.


20

MARÇO DE 2016

Mato Leitão

Educação: a base para o desenvolvimento Município zera déficit de vagas e atende mais de 330 crianças em turno integral

N

a divisa entre os vales do Rio Pardo e Taquari, o município de colonização alemã se destaca pelos investimentos em educação. A construção de uma escola de Ensino Fundamental no centro e a ampliação de outros edu Ƥ por vagas. Além disso, o turno integral chega a 330 crianças da rede municipal. Idealizada em 2013, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Ireno Bohn é inaugurada neste mês, em meio às programações do aniversário de emancipação. O prédio, que contempla quatro blocos (pedagógico, administrativo, de serviço e central), foi construído ao lado da escola infantil Vó Olga e da Biblioteca Pública, com o intuito de criar um núcleo educacional no centro. Foram investidos mais de R$ 1 milhão, recursos do FNDE. O bloco pedagógico integra seis salas de aula, uma de informática e outra de leitura. De acordo com a prefeita Carmen Goerck, o projeto condiciona a construção futura de outras seis salas de aula. “Será Ƥ pelas próximas décadas.” A ocupação do imóvel começou mesmo antes da inauguração, visto a demanda por vagas. No dia 29 de fevereiro,

ESTEVÃO HEISLER

Complexo escolar reúne nova escola municipal de Ensino Fundamental, a ser inaugurada neste mês, e a escola de Educação Infantil Vó Olga

cerca de 50 crianças iniciaram o ano letivo na Ireno Bohn. O educandário atende alunos do 1º ao 4º ano em tempo integral. Para 2017, projeta-se a implantação de mais uma turma, do 5º ano, também com atendimento de manhã e à tarde. Pais ainda podem optar pelo Ensino Fundamental na Escola Estadual

Poncho Verde, mas em turno normal. Além das seis salas de aula na nova escola, outras cinco foram construídas na Vó Olga e na Santo Antônio de Pádua, essa situada na comunidade de Vila Santo Antônio, onde foi implantada uma pista de atletismo. “Todas essas salas estão ocupadas. Mas para isso precisamos aumentar a equipe de servidores da Secretaria da Educação”, aponta Carmen Ƥ ͤ͠τ nalismo. ±Ƥ de vagas em novembro do ano passado, período de matrícula das escolas. “O que se planta no pátio de uma escola vai ser sucesso, vai dar certo”, enfatiza a prefeita ao citar os benefícios dos investimentos feitos em educação para a comunidade local, como a condição aos pais para se focarem no mercado de trabalho enquanto as crianças passam mais de sete horas e meia no educandário.

Lazer e saúde Outro destaque no município são as ações nas áreas da saúde e lazer. Em paralelo à inauguração da escola Ireno Bohn, serão entregues à comunidade

mais duas academias ao ar livre, somadas a outra feita no ano passado. Uma foi construída no Loteamento Carolina e outra no anexo da escola construída no centro. Diferenciais dos espaços são os equipamentos para crianças. Assim, acredita o município, os pais podem praticar À Ƥ Ǥ As academias integram projeto direcionado à saúde preventiva dos moradores. A partir desse propósito, o município também implementou a segunda equipe do ESF. O Centro de Referência de Assistência Social (Cras), construído em 2009, foi reestruturado. ± Ƥ ǡ ± inaugurado o Parque de Eventos, na Vila Santo Antônio. Com a conclusão da obra, o CTG Querência da Mata receberá o espaço para realização de rodeios crioulos. A área tem cinco hectares.

Potencial produtivo Conhecida como terra da erva-mate, a exemplo do município de origem, Venâncio Aires, a cidade troca os ervais por culturas inovadoras e desenvolve a indústria. Até poucos anos, a agricultura


Mato LeitĂŁo cabendo aos governos municipais doar a ĂĄrea de terras, realizar o serviço de terraplanagem e a infraestrutura da ĂĄrea onde os produtores interessados em ’ƒ”–‹…‹’ƒ” †‘ ’”‘Œ‡–‘ ˆƒ” Â‘ ĥ ‡†‹Ƥ…ƒçþes. Na primeira fase, o projeto estarĂĄ estruturado para produzir 55 mil frangos por dia, dobrando a produção para 110 mil aves/dia na segunda fase.

FrigorĂ­fico de peixes

Â?—Â?‹…À’‹‘ Âą ”‡…‘Â?Š‡…‹†‘ ‡Â? –‘†‘ estado pela criação de alevinos, vendidos para criadores particulares e fornecidos ainda aos escritĂłrios da Emater no RS e prefeituras. A Piscicultura Ă guas do Vale, gerida pelo empresĂĄrio Vandir Luis Leonhardt, 48, foi uma das pioneiras do

O que se planta no pĂĄtio de uma escola vai ser sucesso, vai dar certo. Carmen Goerck Prefeita

ramo no Vale do Taquari. Leonhardt criava frangos na comunidade de Boa Esperança Alta e, em 1990, viajou ao ParanĂĄ em busca de solução ao capim que invadia o açude na propriedade. Retornou a Mato LeitĂŁo com alevinos de uma variedade de tilĂĄpia. Ao verem o resultado, vizinhos começaram a comprar os peixes do avicultor. “Foi assim que comecei no ramo. Aos poucos substituĂ­ os aviĂĄrios por açudes, pois era mais rentĂĄvelâ€?, aponta. A produção cresceu e com o tempo novas variedades foram incluĂ­das, como a carpa-capim, que entrou no mercado em 1998. Hoje Leonhardt administra 60 açudes, cuja lâmina de ĂĄgua chega a 20 hectares, a grande maioria situada na propriedade de vizinhos, em um raio de dois quilĂ´metros. Por ano, a Ă guas do Vale vende cerca de trĂŞs milhĂľes de alevinos, a maioria carpa-capim, cabeça grande, prateada e tilĂĄpia. Neste mĂŞs, o empresĂĄrio ingressa no mercado da distribuição de peixes de ĂĄgua salgada, doce, de camarĂľes e –ƒÂ?„¹Â? †‡ ˜ƒ”‹‡†ƒ†‡• ‹Â?Â’Â‘Â”Â–ÂƒÂ†ÂƒÂ•ÇĄ como o salmĂŁo. EstĂĄ para estrear uma Ž‹Â?Šƒ †‡ ÂƒÂ„ÂƒÂ–Â‡ÇĄ —Â? ÂˆÂ”Â‹Â‰Â‘Â”Ă€Ƥ…‘ †‡ ’‡‹š‡• na propriedade.

21

População 2015 1992

liderava os Ă­ndices de arrecadação dos cofres pĂşblicos. Mas o empresariado se destaca e os setores primĂĄrio e industrial passaram a caminhar juntos, com 42,7% e 36,6% respectivamente. A calçadista Beira Rio emprega mais de 800 funcionĂĄrios e assume o posto de maior empresa do municĂ­pio. Ainda no ano passado, anunciou a construção de um Centro de LogĂ­stica e guarita na cidade, totalizando 2,5 mil metros qua†”ƒ†‘• †‡ ‡†‹Ƥ…ƒ­ Â‘Ǥ ‘Â? ƒ …‘Â?…Ž—• Â‘ da obra, a representatividade tende a ser ƒ‹Â?†ƒ Â?ƒ‹• ‡Ž‡˜ƒ†ƒǤ ÂˆÂ”Â‹Â‰Â‘Â”Ă€Ƥ…‘ Í&#x; Âą ‘ segundo em retorno. Em fevereiro, a cooperativa DĂĄlia AliÂ?‡Â?–‘• …‘Â?Ƥ”Â?‘— ƒ ‹Â?•–ƒŽƒ­ Â‘ †ƒ Â?‹dade IncubatĂłrio do Complexo AvĂ­cola no municĂ­pio, que concorria ao lado de outras quatro cidades. A estrutura serĂĄ construĂ­da na localidade de Palanque Pequeno e deve entrar em funcionamento em 2019. Â?—Â?‹…À’‹‘ –ƒÂ?„¹Â? ‡•–ž ‹Â?–‡”‡••ƒ†‘ em integrar o projeto ASA – Complexo Â˜Ă€Â…Â—ÂŽÂƒ †ƒ žŽ‹ƒ Ž‹Â?‡Â?–‘•Ǥ Â?ÂąÂ”Â‹Â…Âƒ ‘…‹‡†ƒ†‡ Â˜Ă€Â…Â—ÂŽÂƒÇĄ •‹‰Â?‹Ƥ…ƒ†‘ †ƒ Â•Â‹Â‰ÂŽÂƒÇĄ …‘Â?•‹•–‡ Â?ƒ ‡†‹Ƥ…ƒ­ Â‘ †‡ Â?ƒ–”‹œ‡‹”‘• ‡ granjas de frango de corte. SerĂĄ uma parceria pĂşblico-privada,

MARÇO DE 2016

2.990 4.201

Orçamento R$18,6 mi

R$ 1,6 mi

1992

2015

Retorno Agricultura 42,76% Indústria 36,61% ComÊrcio 5,42% Serviços 4,95%

Base produtiva Propriedades rurais: 687 Empresas: 339


22 MARÇO DE 2016

SĂŠrio

Turismo para travar o êxodo Essencialmente agrícola e prejudicado pelo êxodo rural, SÊrio aposta na exploração turística

O

ritmo alucinante das cidades tem gerado nas pessoas a necessidade de buscar cada vez mais ambientes diferentes e, principalmente, contatos com a natureza. Com base nesse panorama, o municĂ­pio de SĂŠrio tenta criar uma nova alternativa de renda para as famĂ­lias do interior. Sem indĂşstrias e pouca oferta de emprego, a população reduziu 27,8% em duas dĂŠcadas. O agroturismo e o ecoturismo surgem como opção. HĂĄ dois anos e meio, Henrique Mânica, 27, e outros quatro amigos criaram a empresa Life – Natureza e Lazer. A ideia ĂŠ divulgar os pontos turĂ­sticos e a gastronomia tĂ­pica durante caminhadas. Neste perĂ­odo em torno de 400 pessoas †‡ –‘†‘ ‡•–ƒ†‘ Ƥœ‡”ƒÂ? ƒ ”‘–ƒ †ƒ• …ƒ•…ƒtas, um trajeto de 45 quilĂ´metros entre SĂŠrio, BoqueirĂŁo do LeĂŁo e Progresso. O investimento ĂŠ de R$ 300. SĂŁo dois dias de caminhadas por trilhas, arroios e muita natureza. “Quem vive na zona urbana deseja melhor qualidade de vida, o que ĂŠ possĂ­vel no ambiente rural. No campo, elas sabem a procedĂŞncia dos alimentos que consomem, respiram ar puro e saudĂĄvel, encontram sossego e simplicidade. É uma busca de valores e hĂĄbitos que os grandes centros nĂŁo tĂŞm.â€? AlĂŠm da empresa, Henrique e o irmĂŁo Everton, 19, investiram R$ 80 mil na construção de uma pousada, a Ăşnica da cidade, com capacidade de acomodar 17 pessoas. “Recebemos 20 clientes por mĂŞs. O segredo do lugar ĂŠ a simplicidade

ARQUIVO A HORA

Outro projeto em fase de elaboração ĂŠ o Plano Municipal de Turismo e busca verbas para melhorar a infraestrutura tanto do centro como do interior para receber os visitantes. A agricultura ĂŠ responsĂĄvel por 95% da arrecadação, baseada na produção de ÂƒÂ˜Â‡Â•ÇĄ •—ÀÂ?‘•ǥ Ž‡‹–‡ ‡ Â”Â‡ĆŞÂ‘Â”Â‡Â•Â–ÂƒÂ?‡Â?–‘Ǥ

AgroindĂşstrias incrementam vendas

‘…ƒŽ‹œƒ†‘ ‡Â? —Â?ƒ ”‡‰‹ Â‘ ÂƒÂŽÂ–ÂƒÇĄ ‘ Â?—Â?‹…À’‹‘ Âą „‡Â?‡Ƥ…‹ƒ†‘ ’‘” †‡œ‡Â?ĥ †‡ …ƒ•…ƒ–ƒ• ‡ ƒ””‘‹‘•Ǥ Aos poucos, estrutura rotas e caminhos em meio Ă natureza para atrair turistas de todo o estado

e o contato com a natureza.� AlÊm da pousada, os irmãos mantêm uma padaria e um mercado.

“Nossa saĂ­da ĂŠ o turismo de aventuraâ€? Para conter o ĂŞxodo rural, o governo aposta na exploração turĂ­stica. Faz dois anos que investe em cursos na ĂĄrea para motivar a comunidade a permanecer no interior. “Nossa saĂ­da ĂŠ o turismo de aventura e explorar as belezas naturaisâ€?, entende o vice-prefeito Paulinho Aroldi. O municĂ­pio tem paisagens, com cascatas, grutas e outros atrativos. O cenĂĄrio

atrai visionĂĄrios, que pretendem explorar o potencial, criando uma alternativa de renda para as famĂ­lias. “Buscamos cursos ’ƒ”ƒ “—ƒŽ‹Ƥ…ƒ” ĥ ˆƒÂ?Ă€ÂŽÂ‹ÂƒÂ• ‹Â?–‡”‡••ƒ†ƒ• em receber turistas. Ajudamos elas a incrementar o potencial das suas propriedades e a sua capacidade de transformar os atrativos que ela oferece.â€? ‘• ‹Â?‘• –”²Â• ƒÂ?‘•ǥ Ƥ”Â?ƒ”ƒÂ? ’ƒ”cerias com Sebrae, Senar, Emater para …‘Â?•…‹‡Â?–‹œƒ” ‡ ‹†‡Â?–‹Ƥ…ƒ” ’‘–‡Â?…‹ƒŽ‹dades. â€œĂ‰ um trabalho lento, gradual e progressivo. Os resultados ainda sĂŁo incipientes, mas unir a agricultura ao turismo ĂŠ um setor com um futuro promissor.â€?

HĂĄ oito anos o entĂŁo funcionĂĄrio pĂşblico FlĂĄvio Mattei, 50, investiu R$ 20 mil na construção de um prĂŠdio para iniciar a produção de rapadura. O projeto foi montado para tentar ofere…‡” ƒ‘• ƤŽŠ‘• ƒ ‘’‘”–—Â?‹†ƒ†‡ †‡ Ƥ…ƒ” na cidade e ter um emprego com renda garantida. ‘ ‡Â?–ƒÂ?–‘ǥ ‡Ž‡• Â? Â‘ Ƥ…ƒ”ƒÂ? ‡ “—‡Â? assumiu a gerĂŞncia foi FlĂĄvio, apĂłs a aposentadoria em 2012. Por mĂŞs, processa 250 quilos de melado e 500 de amendoim. O produto ĂŠ vendido para mercados locais, de BoqueirĂŁo do LeĂŁo e Canudos do Vale. O movimento de turistas incrementa as vendas. “Muitos que participam das caminhadas compram e me ligam para fazer novos pedidos.â€? Para ele, explorar o potencial turĂ­stico ĂŠ uma saĂ­da para evitar que a cidade “sumaâ€? do mapa. Com a maioria da população acima dos 50 anos, Mattei acredita que a proposta †‡ “—ƒŽ‹Ƥ…ƒ” ƒ‰”‹…—Ž–‘”‡• ’ƒ”ƒ ”‡…‡„‡” visitantes ĂŠ uma forma de minimizar a saĂ­da de muitas famĂ­lias do interior.


CapitĂŁo

MARÇO DE 2016

23

O asfalto ainda nĂŁo veio Cidade completa mais um aniversĂĄrio sem ter o acesso pavimentado e vĂŞ travar o desenvolvimento

A

guardado hĂĄ pelo menos 18 anos, o asfalto entre Arroio do Meio e CapitĂŁo, na ERSÍ Í¤ÍžÇĄ …‘Â?–‹Â?—ƒ ‹Â?†‡ƤÂ?‹†‘Ǥ Em agosto do ano passado, o entĂŁo secretĂĄrio estadual de Infraestrutura e LogĂ­stica, JoĂŁo Vitor Domingues, prometeu a retomada dos trabalhos, ‹Â?‹…‹ƒ†‘• ‡Â? Í?ͼͼͤǤ ‘”¹Â?ÇĄ ƒ’‡Â?ĥ Í&#x;ÍœĎ„ †ƒ ‘„”ƒ ˆ‘‹ …‘Â?–”ƒ–ƒ†ƒǤ • ‘—–”‘• ÍŁÍœĎ„ • Â‘ —Â?ƒ ‹Â?…׉Â?‹–ƒǤ ‡ acordo com o prefeito de CapitĂŁo, Cesar Beneduzi, o governo anterior prome–‡— —Â?ƒ †‡ƤÂ?‹­ Â‘ÇĄ Â?ĥ Â? Â‘ …—Â?’”‹—Ǥ “Agora teremos que negociar com o novo governo, o Daer e a empresa que venceu ƒ ’”‹Â?‡‹”ƒ Ž‹…‹–ƒ­ Â‘ ‡Â? Í?ͼͼͤdzǥ ˆ”‹•ƒǤ ‡Â?‡†—œ‹ Ž‡Â?„”ƒ “—‡ ƒ’‹– Â‘ Âą ‘ segundo maior produtor de suĂ­nos do ‡•–ƒ†‘ ‡ –‡Â? —Â?ƒ ˆ”‘–ƒ •‹‰Â?‹Ƥ…ƒ–‹˜ƒ †‡ Â˜Â‡Ă€Â…Â—ÂŽÂ‘Â•Ǥ Â?ƒ‹‘” †‡•ƒƤ‘ ˜‹‰‡Â?–‡ ‡Â? ƒ’‹– Â‘ Âą ’”‘Â?‘˜‡” ƒ †‹˜‡”•‹Ƥ…ƒ­ Â‘ ‡…‘Â?Ă˜Â?‹…ƒ Č‚ Š‘Œ‡ ͤͣǥ͢Ď„ †‘ Â’Â”Â‘Â˜ÂąÂ? †‘ •‡–‘” ’”‹Â?ž”‹‘Ǥ ‘Â? ƒ–—ƒ­ Â‘ †‡ …‘‘’‡”ƒ–‹vas e projetos de incentivo do governo, crescem os investimentos nas ĂĄreas de •—ÀÂ?‘•ǥ Ž‡‹–‡ ‡ ƒ˜‡•Ǥ Segundo Beneduzi, a agricultura ‡˜‘Ž—‹— Â?—‹–‘Ǥ ‹–ƒ “—‡ ‘ Â?—Â?‹…À’‹‘ ‡”ƒ muito pobre, e o sistema integrado foi ˆ—Â?†ƒÂ?‡Â?–ƒŽ ’ƒ”ƒ ‘ †‡•‡Â?˜‘Ž˜‹Â?‡Â?–‘Ǥ Destaca o projeto das composteiras, onde boa parte dos dejetos produzidos • Â‘ –”ƒÂ?•ˆ‘”Â?Ġԥ ‡Â? ƒ†—„‘Ǥ ÂŽÂąÂ? †‡ minimizar os problemas ambientais, deu ao produtor uma nova alternativa †‡ Ž—…”‘Ǥ

ESTEVĂƒO HEISLER

As obras iniciadas em setembro de ͜͞Í?Í Â†Â‡Â”ÂƒÂ? ‡•’‡”ƒÂ?­Âƒ ƒ‘• Â?Â‘Â”ÂƒÂ†Â‘Â”Â‡Â•ÇĄ Â?ĥ ƒ ‹Â?–‡””—’­ Â‘ †‘• –”ƒ„ƒŽŠ‘• –”‘—š‡ ƒ †‡•…‘Â?ƤƒÂ?­Âƒ †‡ ˜‘Ž–ƒǤ ƒ”ƒ ƒ ˆƒÂ?Ă€ÂŽÂ‹Âƒ ƒ‰ƒ–‹Â?‹ǥ ĥ Â?—†ƒÂ?­ÂƒÂ• ”‡ƒŽ‹œƒ†ƒ• ’‡Žƒ empresa responsĂĄvel geraram novos –”ƒÂ?•–‘”Â?‘•Ǥ ‡‰—Â?†‘ ‡—•‹”ǥ Âą …‘Â?—Â? ”‡…‡„‡” ƒ visita de candidatos a prefeito, vereador ‡ ÂƒÂ–Âą †‡’—–ƒ†‘• ‡Â? ÂąÂ’Â‘Â…ÂƒÂ• †‡ ‡Ž‡‹­ Â‘ ’ƒ”ƒ ”‡Â?‘˜ƒ” ƒ ’”‘Â?‡••ƒǤ Dz — ƒ’‡Â?ĥ ‡•…—–‘Ǥ Â?“—ƒÂ?–‘ Â? Â‘ ’—†‡” ’‹•ƒ” Â?‘ asfalto, nĂŁo acredito mais que essa obra •‡Œƒ ”‡–‘Â?ƒ†ƒ ‡ …‘Â?Â…ÂŽÂ—Ă€Â†ÂƒǤdz

Agricultura ĂŠ a força econĂ´mica —…‡••‹˜‘• ‰‘˜‡”Â?‘• ‡•–ƒ†—ƒ‹• ‹Â?•‹•–‡Â? Â?ƒ Â”Â‡Â–Ă—Â”Â‹Â…Âƒ ‡ Â? Â‘ …—Â?’”‡Â? ĥ ’”‘Â?॥ĥ †‡ ˆƒœ‡” ‘ ƒ•ˆƒŽ–‘

“Vivemos isoladosâ€? Conforme o empresĂĄrio Gerson Barth, sem acesso asfĂĄltico, a cidade acaba parando no tempo, sem oportunidades †‡ …”‡•…‹Â?‡Â?–‘ ‡ …‘Â? †‹Ƥ…—Ž†ƒ†‡• ‡Â? diversos setores como o escoamento da •ƒˆ”ƒ ‡ ƒ ‡Â?–”‡‰ƒ †‡ Â?‡”…ƒ†‘”‹ƒ•Ǥ Dono de uma loja de material de cons–”—­ Â‘ÇĄ †‡•–ƒ…ƒ “—‡ ƒ ÂŽÂ‘Â‰Ă€Â•Â–Â‹Â…Âƒ ˆƒœ ‘• ‹Â?•—Â?‘• …Š‡‰ƒ”‡Â? ƒ ’”‡­Â‘• Â?—‹–‘ ƒŽ–‘• ‡ ƒ ’”‘†—­ Â‘ •‡” ˜‡Â?†‹†ƒ ’‘” ˜ƒŽ‘”‡• Â?—‹–‘ „ƒ‹š‘•Ǥ Dz • –”ƒÂ?•’‘”–ƒ†‘”ƒ• ‡Â?–”‡‰ƒÂ? ƒ’‡Â?ĥ —Â?ƒ ˜‡œ ’‘” •‡Â?ƒÂ?ƒǤ ‡˜‹†‘ Â? precariedade da estrada, aumentam o ˆ”‡–‡ ’ƒ”ƒ …‘Â?’‡Â?•ƒ” ‘• Â’Â”Â‡ÂŒÂ—Ă€ÂœÂ‘Â•Ǥ ‹˜‡Â?‘• ‹•‘Žƒ†‘•Ǥdz ”‘’”‹‡–ž”‹‘ †‡ —Â?ƒ ‡Â?’”‡•ƒ †‡ –”ƒÂ?•portes, Carlos Castoldi trafega no trecho

‡Â?–”‡ ‘• †‘‹• Â?—Â?‹…À’‹‘• †‡•†‡ Í?ͼͤͣǤ Todos os dias, leva para Lajeado alunos que moram em CapitĂŁo e estudam na Â?‹˜ƒ–‡•Ǥ Acredita que o asfalto reduziria pela Â?‡–ƒ†‡ ‘ –‡Â?’‘ †ƒ ˜‹ƒ‰‡Â?ÇĄ ÂƒÂŽÂąÂ? †‡ †‹Â?‹Â?—‹” ‘• …—•–‘• …‘Â? Â?ƒÂ?—–‡Â?­ Â‘ †‘• Ă˜Â?‹„—•Ǥ ƒÂ?„¹Â? ƒŽ‡‰ƒ –‡” •‘ˆ”‹†‘ Â’Â”Â‡ÂŒÂ—Ă€ÂœÂ‘ …‘Â? —Â? …ƒ””‘ Â?‘˜‘Ǥ Dz Â? –”²Â• Â?‡•‡• †‡ —•‘ –‹˜‡ “—‡ –”‘…ƒ” ƒ •—•’‡Â?• Â‘ ƒ ƒ”dzǥ †‹œǤ ’‡Â?ĥ ‡Â? Â’Â?‡—•ǥ …ƒŽ…—Žƒ —Â? ‰ƒ•–‘ ‡š–”ƒ †‡ ͢ÍœĎ„ÇĄ †‡˜‹†‘ Â? †‡–‡”‹‘”‹œƒ­ Â‘ …‘Â? ƒ ‡•–”ƒ†ƒ ”—‹Â?Ǥ O motorista Fernando Lagemann, de Â‡Â—Â–Ă˜Â?Â‹ÂƒÇĄ ’‡”…‘””‡ ‘ –”‡…Š‘ †—ƒ• ˜‡œ‡• por semana para fazer entregas em mer…ƒ†‘•Ǥ Dz •–ž ‹Â?–”ƒÂ?•‹–ž˜‡ŽǤ •–”ƒ‰ƒ Â’Â?‡—ǥ •—•’‡Â?• Â‘ÇĄ Â?Â‘ÂŽÂƒÇĄ ƒÂ?‘”–‡…‡†‘”Ǥ

’ו …‹Â?…‘ ƒÂ?‘• Â?ƒ ˆ—Â?­ Â‘ †‡ •‡”˜‡Â?te de pedreiro e motorista, Hernandez —‹œ ƒ‰ƒ–‹Â?‹ǥ Í&#x;͞ǥ ”‡–‘”Â?‘— Â? ’”‘’”‹‡dade dos pais atraĂ­do pelos incentivos concedidos pela Secretaria da Agricultu”ƒǤ ’Ž‹…‘— ÍŠ ͣͤ Â?‹Ž Â?ƒ …‘Â?•–”—­ Â‘ †‡ um free stall para acomodar o rebanho †‡ ÍžÍ&#x; ˜ƒ…ƒ• Ž‡‹–‡‹”ƒ•Ǥ ƒ”ƒ ‹Â?…”‡Â?‡Â?–ƒ” ƒ ”‡Â?Â†ÂƒÇĄ • Â‘ …”‹ƒ†‘• ÍžÍĄÍœ •—ÀÂ?‘•Ǥ ‘ Â?—Â?‹…À’‹‘ǥ ‡š‹•–‡Â? Í ÍŁÍœ ’”‘’”‹‡†ƒ†‡•Ǥ  Â‘ Í?Íœͤ •—‹Â?‘…—Ž–‘”‡•Ǥ ‘” Ž‘–‡ǥ sĂŁo alojados 85 mil animais, o que torna a cidade a segunda maior produtora do ‡•–ƒ†‘Ǥ  Â‘ ÍŁÍœ ƒ˜‹…—Ž–‘”‡• ”‡•’‘Â?•ž˜‡‹• ‡Â? ’”‘†—œ‹” Í?ÇĄÍĽ Â?‹ŽŠ Â‘ †‡ ƒ˜‡• ’‘” Ž‘–‡Ǥ A bovinocultura de leite estĂĄ presente ‡Â? Í?Í&#x;Íœ ’”‘’”‹‡†ƒ†‡•Ǥ ‘” Â?²Â•ÇĄ ƒ ’”‘†—­ Â‘ ƒŽ…ƒÂ?­Âƒ —Â?ƒ Â?ÂąÂ†Â‹Âƒ †‡ Í Í˘Íœ Â?‹Ž Ž‹–”‘•Ǥ ’‹•…‹…—Ž–—”ƒ ”‡ˆ‘”­Âƒ ƒ ‡…‘Â?‘Â?‹ƒǤ  Â‘ Í?Íœͤ ƒ­Â—†‡•Ǥ



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.