AH - Pensar | 26 de janeiro de 2016

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Abertura

JANEIRO DE 2016

Parabéns, mas sem euforia

População:

Taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais:

78,8 mil habitantes

2,69%

Área:

90km2

Expectativa de vida ao nascer

(*) Os dados do IBGE referem-se ao levantamento mais recente, feito em 2014

Indústrias:

879 Construção Civil:

574

empresas Comércios:

3.024 Serviços:

3.195 registros

A

s conquistas de uma cidade que encontrou vocação no comércio e no serviço. Assumiu o protagonismo para se tornar referência regional e desponta com qualidade de vida reconhecida por pesquisas de âmbito nacional. Lajeado chega aos 125 anos e come Ƥ Ǧ rada e a capacidade empreendora que sustenta emprego e desenvolvimento. Por outro lado, carece de melhor planejamento sob o ponto de vista sustentável. Mazelas comuns em grandes metrópoles se alastram diante da falta de planos duradouros. Favorecida por um centro universitário e por instituições de formação técnica, Lajeado atrai em média mil

Fundado em 1º de julho de 2002

Publicação do jornal A Hora. Todos os direitos reservados Lajeado - Vale do Taquari - RS

75,41 anos

Diretor Geral: Adair Weiss Diretor Editorial: Fernando Weiss Diretor Administrativo: Fabrício de Almeida Diretor Comercial: Sandro Lucas

pessoas por ano. A colonização predominantemente alemã, se mistura a novos jeitos e costumes. Diferentes culturas evocam variação de comportamento social e ampliam a ocupação dos espaços públicos. Pensar Lajeado deste ano traça um panorama entre passado e presente para atentar para o Ǥ Ƥ ǡ futuras gerações? Para pluralizar as ideias e opiniões, convidou oito cidadãos a escrever sobre características e ações que representam em partes, as vocações locais. Ƥ ǡ Ǧ nador José Ivo Sartori, dá a dimensão de como Lajeado é vista sob o aspecto político, desenvolvimentista e econômico pelo chefe de estado do RS.

Redação Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4200 CEP 95900-000 - Lajeado - RS ahora@jornalahora.inf.br www.jornalahora.inf.br

Textos: Filipe Faleiro. Arte: Gustavo Tomazi

Capa: WO Design

Revisão: Daniela Maronesi Coordenação editorial: Fernando Weiss

Orçamento municipal:

R$ 279 mi Limites:

Estrela, Arroio do Meio, Marques de Souza, Cruzeiro do Sul, Santa Clara do Sul, Forquetinha.

Tiragem desta edição: 7.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística) Proibida a venda avulsa



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ARQUIVO A HORA

Â…ÂƒÂ”ÂƒÂ…Â–Â‡Â”Ă€Â•Â–Â‹Â…Âƒ Â”Â—Â”ÂƒÂŽÇĄ ’”‡†‘Â?‹Â?ƒÂ?–‡ ÂƒÂ–Âą ’‘—…ƒ• Â†ÂąÂ…ÂƒÂ†ÂƒÂ•ÇĄ Âą Â•Â—Â„Â•Â–Â‹Â–Â—Ă€Â†Âƒ ’‘” —Â? ƒ…‡Ž‡”ƒ†‘ …”‡•…‹Â?‡Â?–‘ —”„ƒÂ?‘Ǥ Â?—†ƒÂ?­Âƒ †‡ ’‡”ƤÂŽ †ƒ …‹†ƒ†‡ ‹Â?’ƒ…–ƒ Â?ƒ ˜‹†ƒǤǤǤ

Vontade de crescer faz parte da identidade Polo regional, a maior cidade do Vale do Taquari completa 125 anos no dia 26 de janeiro. Para os moradores, a comemoração se sustenta nos altos índices de crescimento. A cada ano, mais pessoas se mudam para Lajeado. As oportunidades de trabalho, de estudo e a qualidade de vida acima da mÊdia preponderam para a escolha dos novos habitantes. Em paralelo, hå uma extensa lista de carências eloquentes que desafia a comunidade local e alerta para o desenvolvimento desordenado.

D

e cidade rural, Lajeado se tornou referĂŞncia regional e alcançou status de “capitalâ€? do Vale. A atividade primĂĄria foi substituĂ­da pela indĂşstria, pelo comĂŠrcio, pela construção civil e pela prestação de serviço. Em 30 anos, ganhou moradores, se urbanizou e evolui. Desenvolvimento calcado no empreendedorismo, trabalho e na vontade de crescer. Pelo IBGE, estĂĄ entre as mais desenvolvidas do RS e paĂ­s. Antigo distrito de Estrela, o municĂ­pio comemora neste dia 26 de janeiro 125 anos de emancipação. De lĂĄ para cĂĄ, todo o fortalecimento da economia, expan• Â‘ †‡Â?‘‰”žƤ…ƒ ‡ Â?‘†‡”Â?‹œƒ­ Â‘

resultaram melhorias na qualidade de vida da população. Mas tambĂŠm traduz mazelas emergentes. ‘ ƤÂ? †‡ ͜͞Í?ÍĄÇĄ ‘ †‹˜—Ž‰‘— ‘ PIB per capita dos municĂ­pios do paĂ­s. Lajeado estĂĄ em posição de destaque, no ranking estadual, das 463 cidades, estĂĄ entre as 80 melhores. Segundo o levantamento, a mĂŠdia da produção de riqueza por pessoa supera R$ 37 mil. Dentro dessas caracterĂ­sticas locais, o misto de trabalho, educação e qualidade de vida ĂŠ um diferencial para manter moradores e atrair pessoas de outras cidades. Natural de Lajeado, o industriĂĄrio Nelson Ferreira da Silva, 37, morou na capital, onde trabalhou por seis anos e

•‡ ’”‘Ƥ••‹‘Â?ƒŽ‹œ‘— …‘Â?‘ –¹…Â?‹…‘ ‡Â? eletrĂ´nica. “Sempre tive relação com ƒŒ‡ƒ†‘Ǥ —ƒ•‡ –‘†‘ ƤÂ? †‡ •‡Â?ƒÂ?ƒ ˜‹Â?Šƒ ’ƒ”ƒ …žǥ Ƥ…ƒ” …‘Â? Â?‹Â?Šƒ ˆƒÂ?Ă€lia e com minha namorada.â€? Decidiu voltar faz cinco anos. Nesse ’‡”À‘†‘ …ƒ•‘— ‡ Š‘Œ‡ –‡Â? †‘‹• ƤŽŠ‘• (um com 3 anos e outro com 9 meses). Para ele, Lajeado oferece condiçþes ’ƒ”ƒ …”‡•…‡” ’”‘Ƥ••‹‘Â?ƒŽÂ?‡Â?–‡ ‡ ƒ‹Â?†ƒ ter tempo para o lazer e entretenimento. “Depois do trabalho, temos onde ‹”Ǥ Â?ƒ ’”ƒ­ÂƒÇĄ ‘ •Š‘’’‹Â?‰Ǥ ‘• ƤÂ?• †‡ semana, sĂĄbado ĂŠ para jogar futebol com os amigos.â€? Com mais de 78 mil habitantes (estimativa do IBGE de 2014), a população aumenta. As oportunidades de

trabalho e estudo sĂŁo dois motivos centrais para atrair cerca de mil novos moradores por ano. Conforme a economista e presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), CĂ­ntia Agostini, Lajeado e a regiĂŁo tĂŞm um ’‡”ƤÂŽ “—‡ ƒ••‡‰—”ƒ ‡Â?’”‡‰ƒ„‹Ž‹†ƒ†‡ ‡ renda Ă população. Os setores de transformação, comĂŠrcio, construção civil e prestação de serviço propiciam Ă s pessoas condiçþes para evoluĂ­rem. De acordo com ela, a mudança de Lajeado se ƒ…‡Â?–—ƒ Â?‘ ƤÂ? †ƒ Â†ÂąÂ…ÂƒÂ†Âƒ †‡ ͤÍœ ÂƒÂ–Âą ƒ metade dos anos 90. “TĂ­nhamos uma caracterĂ­stica rural. Enquanto na dĂŠcada de 70 a nação foi deixando como


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5 ANDERSON LOPES

ǤǤǤ†‡ …‹†ƒ† Â‘• …‘Â?‘ ”‡Â?‘ ”‘••ǥ ͤ͢ǥ †‘ „ƒ‹””‘ ƒ”Â?‡‹”‘•Ǥ • –‡””ƒ• ƒÂ?–‡• †‘Â?‹Â?Ġĥ ’‘” •‘Œƒ ‡ Â?‹ŽŠ‘ …‡†‡Â? ‡•’ƒ­Â‘ ’ƒ”ƒ Ž‘–‡ƒÂ?‡Â?–‘•ǥ …ƒ•ƒ• ‡ –”ƒÂ?•ˆ‘”Â?ƒÂ? ƒ ”‡ƒŽ‹†ƒ†‡ Ž‘…ƒŽ

principal modelo a atividade primĂĄria, Lajeado começou esse processo dez anos depois.â€? Para ela, esse ĂŠ um dos fatores que podem ser citados para explicar Lajeado de hoje. Outro aspecto, diz, Âą ƒ ’‘•‹­ Â‘ ‰‡‘‰”žƤ…ƒǤ Dz ‘” ‡•–ƒ”Â?‘•

no centro do RS e ser cortada por uma ”‘†‘˜‹ƒ ÂˆÂ‡Â†Â‡Â”ÂƒÂŽÇĄ ƒŒ‡ƒ†‘ –‡˜‡ —Â? ƪ—š‘ intenso de transporte e de concentração de pessoas.â€? Somam-se a esses motivos a instalação de uma instituição de Ensino Superior, tambĂŠm responsĂĄvel por

ƒ–”ƒ‹” Â?‘”ƒ†‘”‡•Ǥ Dz ‘Â? ”‡Žƒ­ Â‘ ƒ ˆƒculdade, percebemos que muitos estudantes, desde as primeiras turmas graduadas na Univates, criam relação …‘Â? ƒ …‹†ƒ†‡ ‡ Ƥ…ƒÂ? ‡Â? ƒŒ‡ƒ†‘Ǥdz Outra caracterĂ­stica marcante da população local ĂŠ o cooperativismo e as-

sociativismo. Esses conceitos de atuação comunitĂĄria, de uma uniĂŁo em busca de resultados coletivos cria um sentimento de pertencimento com a cidade e a regiĂŁo, no qual os atores locais se enraĂ­zam nesses grupos e fornecem subsĂ­dios ’ƒ”ƒ †‡–‡”Â?‹Â?ƒ” ‘ ’‡”ƤÂŽ †ƒ ’‘’—Žƒ­ Â‘Ǥ


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OPINIĂƒO

A educação em Lajeado – um ponto a ser comemorado

Avanço em três dÊcadas FILIPE FALEIRO

A

atual situação brasileira ĂŠ motivo de apreensĂŁo. Os investimentos, pĂşblicos e privados, em retração, cortes nas despesas de custeio, brigas polĂ­ticas, nos levam a questionar …‘Â?‘ •‡”ž ‘ ˆ—–—”‘Ǥ ‘••ƒ …‹†ƒ†‡ Â? Â‘ ‡•–ž ƒŽŠ‡‹ƒ Â?• †‹ƤÂ…Â—ÂŽÂ†ÂƒÂ†Â‡Â•ÇĄ porĂŠm ainda desfruta de uma condição privilegiada na comparação …‘Â? ‘—–”‘• Â?—Â?‹…À’‹‘•ǥ ‘ “—‡ •‡ ’‘†‡ …‘Â?Ƥ”Â?ƒ” ’‡Ž‘ AÂ?†‹…‡ ‹”ŒƒÂ? “—‡ …‘Ž‘…ƒ ƒŒ‡ƒ†‘ ‡Â? Í?Í™ Ž—‰ƒ” ‡Â? †—…ƒ­ Â‘ÇĄ Â?‘ Â&#x;Â?„‹–‘ †‘ ÇĄ ‡ ‡Â? Í?Í&#x;Í™ Â?‘ Â’ÂƒĂ€Â•Ǥ ••‡• ”‡•—Ž–ƒ†‘• Â? Â‘ • Â‘ ’‘” ÂƒÂ…ÂƒÂ•Â‘ÇĄ …‘Â?•‡“—²Â?…‹ƒ †‡ —Â? –”ƒ„ƒŽŠ‘ contĂ­nuo e dedicado da comunidade e do poder pĂşblico que, ao Ž‘Â?‰‘ †‘• ƒÂ?‘•ǥ ‡Â?˜‹†ƒ ‡•ˆ‘”­Â‘• ’ƒ”ƒ •—’‡”ƒ” ‘• ’ƒ”Â&#x;Â?‡–”‘• Â?Ă€Â?‹mos estabelecidos pela legislação. AÂ?†‹…‡ †‡ ‡•‡Â?˜‘Ž˜‹Â?‡Â?–‘ †ƒ †—…ƒ­ Â‘ ž•‹…ƒ ƒ’”‡•‡Â?–ƒ resultados que, considerando as metas estabelecidas, deveriam •‡” ƒŽ…ƒÂ?­ÂƒÂ†Â‘• •× ‡Â? ͜͞͞Í?Ǥ ’”‡…‘Â?‹œƒ†‘ ’‡Ž‘ ŽƒÂ?‘ ƒ…‹‘Â?ƒŽ †‡ †—…ƒ­ Â‘ÇĄ ‡ †‡•†‘„”ƒ†ƒ• Â?‘ ŽƒÂ?‘ —Â?‹…‹’ƒŽ †‡ †—…ƒ­ Â‘ÇĄ ‡•–ž sendo alcançado, quase que na plenitude, com destaque para a †—…ƒ­ Â‘ Â?ˆƒÂ?–‹Ž ‡Â? “—‡ •‡ ƒ–‡Â?†‡ ƒ Í?ÍœÍœĎ„ †‘ “—‡ ‡•–ž ’”‘Œ‡–ƒ†‘ ’ƒ”ƒ ÍžÍœÍžÍ Ç¤ ­Ă™Â‡Â• …‘Â?‘ ‘ ”‘Œ‡–‘ Â‹Â†ÂƒÇĄ ƒ ‡š‡…—­ Â‘ †‘ ”‘‰”ƒÂ?ƒ

Â?•–‹–—…‹‘Â?ƒŽ †‡ ‘Ž•ƒ• †‡ Â?‹…‹ƒ­ Â‘ Â? ‘…²Â?…‹ƒ ‡Â? ’ƒ”…‡”‹ƒ …‘Â? ƒ Â?Â‹Â˜ÂƒÂ–Â‡Â•ÇĄ ƒ “—ƒŽ‹Ƥ…ƒ­ Â‘ ’‡”Â?ƒÂ?‡Â?–‡ †‘ …‘”’‘ †‘…‡Â?–‡ǥ …‘Â?–”‹„—‡Â? ’ƒ”ƒ “—‡ ‘ ”‡•—Ž–ƒ†‘ •‡Œƒ ˆƒ˜‘”ž˜‡ŽǤ 2 …Žƒ”‘ “—‡ †‡•ƒƤ‘• ‡š‹•–‡Â?ÇĄ ’”‹Â?…‹’ƒŽÂ?‡Â?–‡ Â?‘ “—‡ †‹œ ”‡•’‡‹–‘ ƒ‘ ƤÂ?ƒÂ?…‹ƒÂ?‡Â?–‘Ǥ ‘Â? ‘ …—•–‘ ’‘” ƒŽ—Â?‘ …”‡•…‡Â?†‘ǥ ‡Â? ˜‹”–—†‡ †‘ piso nacional do magistĂŠrio, bem como das ofertas para alĂŠm do Â?Ă€Â?‹Â?‘ǥ ‘• ”‡…—”•‘• †‘ —Â?†‘ †‡ ƒÂ?—–‡Â?­ Â‘ ‡ ‡•‡Â?˜‘Ž˜‹Â?‡Â?–‘ †ƒ †—…ƒ­ Â‘ ž•‹…ƒ ‡ †‡ ƒŽ‘”‹œƒ­ Â‘ †‘• ”‘Ƥ••‹‘Â?ƒ‹• †ƒ †—…ƒção, que complementam os recursos prĂłprios do municĂ­pio sĂŁo ‹Â?•—Ƥ…‹‡Â?–‡•Ǥ Quando avançamos nos nĂ­veis de ensino os resultados tambĂŠm podem ser considerados satisfatĂłrios, com destaque para os con…‡‹–‘• ƒŽ…ƒÂ?­ÂƒÂ†Â‘• ’‡Ž‘• †‹ˆ‡”‡Â?–‡• …—”•‘• †ƒ Â?‹˜ƒ–‡• Â?‘• ‡šƒÂ?‡• †‘ ‡ “—‡ Â? Â‘ †‡‹šƒÂ? †‡ •‡” …‘Â?•‡“—²Â?Â…Â‹ÂƒÇĄ –ƒÂ?„¹Â?ÇĄ †ƒ “—ƒŽ‹dade da educação bĂĄsica da regiĂŁo. …”‡†‹–‘ “—‡ ƒŒ‡ƒ†‘ ‡•–ž Â?ƒ †‹”‡­ Â‘ …‘””‡–ƒǤ 2 Â?‡…‡••ž”‹‘ •‡ manter atento e avançar ainda mais, acreditando que sĂł por meio da educação serĂĄ possĂ­vel desenvolver uma sociedade melhor.

Carlos Cyrne PrĂł-reitor da Univates

• ƒ’‘•‡Â?–ƒ†‘• ”ŽƒÂ?†‘ ‡ ÂŽĂ€Â˜Â‹Â‘ÇĄ †‡ ‘Â?˜‡Â?–‘•ǥ ”‡Žƒ–ƒÂ? ĥ Â?—†ƒÂ?­ÂƒÂ• †ƒ• ‹Â?ĥ Â†ÂąÂ…ÂƒÂ†ÂƒÂ•

N

a dĂŠcada de 40, a população do municĂ­pio nĂŁo …Š‡‰ƒ˜ƒ ƒ Í&#x;ÍĄ Â?‹Ž ’‡••‘ƒ•Ǥ ‘• ƒÂ?‘• ÍžÍœÍœÍœÇĄ Œž „ƒ–‹ƒ ƒ …ƒ•ƒ †‡ ͥ͢ Â?‹ŽǤ ĥ ƒ ‡˜‘Ž—­ Â‘ ˆ‘‹ •—„•–ƒÂ?…‹ƒŽ Â?‘ ƤÂ? †‘• ƒÂ?‘• ͤÍœǤ ’ו ƒ ‡Â?ƒÂ?…‹’ƒ­ Â‘ †‡ •‡–‡ †‹•–”‹–‘• Č‹ ‘“—‡‹” Â‘ †‘ ‡ Â‘ ‡ ”‘‰”‡••‘ǥ ‡Â? Í?ͼͤͼǢ ƒÂ?–ƒ Žƒ”ƒ †‘ —Ž ‡ ¹”‹‘ǥ ‡Â? Í?ÍĽÍĽÍ&#x;Ǣ ƒ”“—‡• †‡ Â‘Â—ÂœÂƒÇĄ ‡Â? Í?ͼͼͣǢ ‘”“—‡–‹Â?Šƒ ‡ ƒÂ?Ѡԥ †‘ ÂƒÂŽÂ‡ÇĄ ‡Â? ͜͜͞Í?ČŒÇĄ ƒŒ‡ƒ†‘ ’‡”†‡— –‡””‹–×”‹‘Ǥ ‹Â?Šƒ Í?ÇĄÍ? Â?‹Ž Â“Â—Â‹ÂŽĂ˜Â?‡–”‘• “—ƒ†”ƒ†‘• Č‹Â?Â?ÎšČŒ ‡ ’ƒ••‘— ’ƒ”ƒ ÍĽÍœ Â?Â?ΚǤ • ‡š–‡Â?•Ù‡• †‡ –‡””ƒ ˜‘Ž–ƒ†ƒ• Â? ’”‘†—­ Â‘ ’”‹Â?ž”‹ƒ Ƥ…ƒ”ƒÂ? Â?‘• †‹•–”‹–‘• ‡Â?ƒÂ?…‹’ƒ†‘• ‡ Â?ƒ‹• †‡ ÍĽÍœĎ„ †ƒ ž”‡ƒ †‡ ƒŒ‡ƒ†‘ •‡ –‘”Â?‘— —”„ƒÂ?ƒǤ ‹Â?•–ƒŽƒ­ Â‘ †‡ ‹Â?Â†ĂŻÂ•Â–Â”Â‹ÂƒÂ• Ž‹‰ƒ†ƒ• ƒ‘ „‡Â?‡Ƥciamento de alimentos, em especial das carnes suĂ­nas e de frango, acelerou ‘ ’”‘…‡••‘ †‡ Â?‘†‡”Â?‹œƒ­ Â‘Ǥ ƒ”ƒ ‘• Â?‘”ƒ†‘”‡• Â?ƒ‹• ƒÂ?–‹‰‘•ǥ as diferenças para a dĂŠcada passadas

‡•– Â‘ ‡Â? –‘†ƒ• ĥ ž”‡ƒ•Ǥ ‡Œƒ Â?‘ –”ƒ„ƒlho, no tipo de moradias, nos serviços, no avanço do comĂŠrcio e nas ofertas de entretenimento. ‹œ‹Â?Š‘• ‡Â? ””‘‹‘ Â„Â‡ÂŽÂŠÂƒÇĄ Â?ƒ ÂąÂ’Â‘Â…Âƒ ‹Žƒ ¹”‹‘ǥ ”ŽƒÂ?†‘ ‡‹–œÂ?‡ǥ ÍŁÍĄÇĄ ‡ ÂŽĂ€Â˜Â‹Â‘ Â…Â?‡”–ǥ ͢͞ǥ Š‘Œ‡ Â?‘”ƒÂ? ‡Â? ‘Â?˜‡Â?–‘•Ǥ ‘• ƒÂ?‘• ͢Íœ ‡ ÍŁÍœÇĄ ƒ atividade dos amigos estava na lida no …ƒÂ?’‘Ǥ Dz ”ƒ ‘ “—‡ –‹Â?ŠƒǤ ‡ ’ŽƒÂ?–ƒ˜ƒ de tudo, nossas famĂ­lias tambĂŠm criavam animais.â€? ‘Â? ƒ …Š‡‰ƒ†ƒ †‡ ‹Â?Â†ĂŻÂ•Â–Â”Â‹ÂƒÂ• alimentĂ­cias, cada um seguiu um caminho. Orlando foi trabalhar na ‰”ƒÂ?Œƒ †‡ ‘˜‘• ‡†—”ǥ “—‡ •‡ ‹Â?•–ƒŽ‘— Â?‘ „ƒ‹””‘ ‡Â? Â?‡ƒ†‘• †‡ Í?ÍĽÍŁÍœǤ ÂŽĂ€Â˜Â‹Â‘ tambĂŠm saiu da colĂ´nia e virou pe†”‡‹”‘Ǥ Dz ‘Â?˜‡Â?–‘• ‡”ƒ •× ’”‘’”‹‡†ƒ†‡ ”—”ƒŽǤ ”ƒ —Â? ‘— ‘—–”‘ ˜‹œ‹Â?Š‘Ǥ ‘Â? ƒ ‰”ƒÂ?ÂŒÂƒÇĄ …‘Â?‡­Â‘— ƒ Â?‘˜‹Â?‡Â?–ƒ” Â?ƒ‹•dzǥ relembra Orlando. ÂŽĂ€Â˜Â‹Â‘ …‘””‘„‘”ƒǤ Dz ‹Â?Šƒ —Â?• Í&#x;Ď„ †‡ casas em comparação com o que tem


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Geração de emprego

15.511

13.598

13.344

12.735

admissĂľes em Lajeado

demissĂľes em Lajeado

admissĂľes em Lajeado

demissĂľes em Lajeado

Variação:

Variação:

Variação:

Lajeado 2.004 RegiĂŁo 1.168

Lajeado 1.913 RegiĂŁo 3.975

Lajeado 609 RegiĂŁo -119

(representa 35% do total do Vale do Taquari, que teve 50.714)

(34,2% do Vale. Total foi de 48.107)

2012 (32,7% do Vale. Total foi de 48.448)

(representa 34,4% do total do Vale do Taquari, que teve 52.059)

(representa 34% do total do Vale do Taquari, que teve 50.787)

(34,8% do Vale. Total foi de 43.361)

2011

17.266

15.091

17.908

15.837

17.763

16.486

admissĂľes em Lajeado

demissĂľes em Lajeado

admissĂľes em Lajeado

demissĂľes em Lajeado

admissĂľes em Lajeado

demissĂľes em Lajeado

Variação:

Variação:

Lajeado 2.071 RegiĂŁo 3.611

Lajeado 1.277 RegiĂŁo 2.607

2013

2014

18.285 admissĂľes em Lajeado

16.975 demissĂľes em Lajeado

18.886 admissĂľes em Lajeado

17.490 demissĂľes em Lajeado

13.950 admissĂľes em Lajeado

(34% do Vale. Total foi de 43.298)

(representa 33,8% do total do Vale do Taquari, que teve 41.176)

2015 (35,2% do Vale. Total foi de 49.611)

(representa 36,2% do total do Vale do Taquari, que teve 52.092)

Variação: Lajeado 2.175 Região 7.426

(34,7% do Vale. Total foi de 48.785)

O comÊrcio e a prestação de serviços se destacam. Os estabelecimentos empregam mais de 7,8 mil trabalhadores, que representa 42,9% do total de pessoas empregadas no setor em todo o Vale do Taquari. Segundo o Caged, a microrregião Lajeado\Estrela tem 7.738 estabelecimentos comerciais. Em Lajeado, estão 2.425 destas empresas (31,3%). Jå no setor de prestação dos serviços, em 2015, mais de 47% dos trabalhadores nessas atividades estavam em Lajeado. O total de empregos formais no ano passado superou 12 mil (em todas as cidades do Vale, pelo Caged, atÊ novembro, eram 25.328 trabalhadores).

(32,7% do Vale. Total foi de 38.909)

10.849 demissĂľes em Lajeado

(representa 35,2% do total do Vale do Taquari, que teve 51.855)

As estatísticas de emprego corroboram esse cenårio de empreendedorismo da população local. Lajeado lidera na geração de postos de trabalho, no número de empresas e no PIB. Neste último item, as riquezas produzidas quadruplicaram da metade da dÊcada de 90 atÊ 2013. Passou de R$ 554 milhþes em 1996, para mais de R$ 2,8 bilhþes, conforme dados da Fundação de Economia e Estatística do RS. Lajeado tem hoje 7.597 empresas. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do MinistÊrio do Trabalho, o total representa mais de 30% do dos estabelecimentos no Vale do Taquari.

(representa 34,4% do total do Vale do Taquari, que teve 38.790)

12.853 admissĂľes em Lajeado

2010

Diversificação reduz impacto da crise

2009 (33,1% do Vale. Total foi de 41.069)

2008 (representa 34,4% do total do Vale do Taquari, que teve 45.044)

2007 (30% do Vale. Total foi de 35.713)

caso de Glaci Tavares de Oliveira, 82. Natural de Porto Alegre, Glaci, conhecido na cidade como “Brizolaâ€?, se mudou jovem para Realengo, no Rio de Janeiro. Atuava com impressĂŁo em ‰”žƤ…ƒ ‘ƥnj•‡–Ǥ Ž‡ Â?‘”ƒ ‡Â? ƒŒ‡ƒ†‘ faz 35 anos. “Tive a primeira empresa †‡ ‹Â?’”‡•• Â‘ †‘ ‡•–ƒ†‘dzǥ ƒƤ”Â?ƒǤ Morador do bairro Moinhos, Brizola realça o desenvolvimento da ĂĄrea central de como era o centro da cidade. “Lajeado triplicou. Desde os primeiros anos aqui, eu percebia muita vontade dos moradores em crescer, se desenvolver. Como resultado, ĂŠ o que vemos hoje.â€? Pelo IBGE, Lajeado hoje ĂŠ um centro sub-regional. Conceito que atribui Ă Â…Â‹Â†ÂƒÂ†Â‡ ‹Â?ƪ—²Â?…‹ƒ •‘„”‡ ‘• †‡Â?ƒ‹• Â?—nicĂ­pios vizinhos, por se distinguir na oferta de bens, serviços, movimentos populares, culturais e polĂ­ticos.

(representa 34% do total do Vale do Taquari, que teve 36.881)

hoje. Era sĂł plantaçãoâ€?, estima. Ver Lajeado hoje causa um pouco de espanto para os aposentados. A vinda de pessoas de outras regiĂľes, as diferenças culturais e o crescimento das Ăşltimas dĂŠcadas surpreendem. “Hoje a cidade ĂŠ uma das mais evoluĂ­das do estado. Nos Ăşltimos 30 anos, ĂŠ difĂ­cil achar um municĂ­pio que se desenvolveu tantoâ€?, acredita OlĂ­vio. Um dos pontos mais positivos vistos pelo aposentado ĂŠ o acesso a bens de consumo. “As famĂ­lias de antigamente nĂŁo tinham carro. Era um em cada dez. Hoje muitos tĂŞm mais de dois veĂ­culos na garagemâ€?, compara. Moradores de vĂĄrias regiĂľes apostaram na cidade. ContribuĂ­ram no processo de urbanização. Com as oportunidades de trabalho, criaram Â˜Ă€Â?…—Ž‘• ‡ †‡…‹†‹”ƒÂ? Ƥ…ƒ”Ǥ ‘Â?‘ Âą ‘

7

14.751 demissĂľes em Lajeado

Variação:

Variação:

Variação:

Lajeado 1.310 RegiĂŁo 3.060

Lajeado 1.396 RegiĂŁo 2.481

Lajeado 801 RegiĂŁo 2.122

Fonte: Caged\MinistĂŠrio do Trabalho e Emprego


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OPINIĂƒO

Voluntariado

E

ta terrinha boa. NĂŁo foi por nada que escolhi Lajeado ’ƒ”ƒ Â?Â‘Â”ÂƒÂ”ÇĄ …”‹ƒ” Â?‡—• ƤŽŠ‘• ‡ •‡” ˆ‡Ž‹œǤ ƒÂ?„¹Â? Â? Â‘ Âą ’‘” Â?ƒ†ƒ “—‡ ‡••ƒ …‹†ƒ†‡ Âą ‘ “—‡ ¹ǥ ’—ŒƒÂ?–‡ǥ ÂˆÂ‘Â”Â–Â‡ÇĄ Â”Â‹Â…ÂƒÇĄ ‡ cheia de pessoas maravilhosas, agrega mil outros todo o ano. Quando aqui cheguei em 1980, minha esposa foi estudar na “Fatesâ€? e eu me engajei com ela na luta pelo DCI, era minha inserção no voluntariado lajeadense. Mas acho que foi na APA do Ceat que o voluntariado ganhou força em mim, e estĂĄ lĂĄ o Centro ComunitĂĄrio, eu e um monte de gente trabalhamos por aquilo. Contemporaneamente os teatros e shows da Deixa Sambar, Â?‘ ‹Â?‡ ÂŽÂ˜Â‘Â”ÂƒÂ†ÂƒÇĄ ƒ‹Ž‡‹ Â?ƒ Â—Â”Â˜ÂƒÇĄ ‘ ÂƒÂŽÂ…Â—Â–ÂƒÇĄ Žž—†‹‘ ÂƒÂ”ÂœÂ‘ÇĄ ƒŽÂ?‘” ÂŠÂƒÂ‰ÂƒÂ•ÇĄ ƒÂ?‰‘•Ə Â”ÂƒÂ‰ÂąÂ†Â‹ÂƒÂ•ÇĄ —•ƒÂ?ƒ Â‹Â‡Â‹Â”ÂƒÇĄ “—ƒ•‡ Í&#x;Íœ ‡•petĂĄculos em menos de dois anos. Foi aĂ­ que me puxaram para a Expovale (sĂł ai foram 28 anos de voluntariado) quase todas as ‡†‹­Ă™Â‡Â• †‡ Í?ͼͤͥ ÂƒÂ–Âą Š‘Œ‡Ǥ ‡˜‡ ƒ‹Â?†ƒ ƒŽ‰—Â?ĥ ‡†‹­Ă™Â‡Â• †‘ ƒŒ‡ƒ†‘ Doce Cidade, outras da ConstrumĂłbil, Agroindi Familiar, todas capitaneadas pela Acil. Depois o seu Miguel Feldens do Conselho da Comunidade CarcerĂĄria me colocou a consertar albergue queimado, trĂŞs ou “—ƒ–”‘Ǥ ’‘” ƤÂ? Â?ƒ Ž•‡’”‘ǥ ‡ˆ‘”Â?ƒ †ƒ ÇĄ •‡†‡ †ƒ ƒ–”ƒÂ?ÇĄ ÇĄ ƒ†ƒ’–ƒ­ Â‘ ‡ ‹Â?’ŽƒÂ?–ƒ­ Â‘ †‘ ‘”’‘ †‡ ‘Â?„‡‹”‘ †‡ Lajeado, terceiro andar da PolĂ­cia Civil, orientaçþes ao Quartel 22 (sede) da Brigada Militar, novo albergue junto ao PresĂ­dio Estadual de Lajeado e agora o PresĂ­dio Feminino. Quem sabe amanhĂŁ: a Casa Bruno Born. Ufa, uma vida quase. Mas em to†‘• ‡••‡•ǥ ƒ ‰”ƒ–‹Ƥ…ƒ­ Â‘ ˆ‘‹ Â?ƒ‹‘” “—‡ ‘ Â†Â‡Â•Â‰ÂƒÂ•Â–Â‡ÇĄ „‡Â? Â?ƒ‹‘”Ǥ Â?‹‰‘• •‡ ’‡”’‡–—ƒ”ƒÂ? ‡ ‘ –”ƒ„ƒŽŠ‘ ˆ”—–‹Ƥ…‘—Ǥ ž –‡Â?Š‘ Â˜Â‘ÂœÇĄ –ƒÂ?–‘• ƒÂ?Ă˜Â?‹Â?‘• Ƥœ‡”ƒÂ? ‡••ƒ Â…Â‹Â†ÂƒÂ†Â‡ÇĄ Â’ÂƒÂ‡ÇĄ Â‘Â–ÂƒÂ”Â›ÇĄ ‹‘Â?•ǥ ŽƒÂ?ÇĄ —Â?†‡ ‡ –ƒÂ?–‘• ‘—–”‘• …‘Â?–‹Â?—ƒÂ?Ǥ ‡Â?–‡ “—‡ Âą ‰‡Â?–‡ǥ Â? Â‘ “—‡”‡Â? ÂƒÂ’ÂƒÂ”Â‡Â…Â‡Â”ÇĄ •‹Â?’Ž‡•Â?‡Â?–‡ ˆƒœ‡Â?Ǥ ”‡•À†‹‘ ‡Â?‹Â?‹Â?‘ ‡•–ž •‡Â?†‘ …‘„‡”–‘ ‡ Â”Â‡Â„Â‘Â…ÂƒÂ†Â‘ÇĄ ĥ …‘Â?–ƒ• e orçamento batendo nĂşmero sobre nĂşmero, com um pouco de ajuda, inauguraremos em 18 de março agora, jĂĄ imaginaram? šƒ–‘• Í&#x;ͥ͢ †‹ƒ• †‘ ‹Â?À…‹‘ †ƒ• Â‘Â„Â”ÂƒÂ•ÇĄ Â?ĥ Â? Â‘ ‡•–ž ÂˆÂžÂ…Â‹ÂŽÇĄ ˆƒŽ–ƒÂ? ÍŠ Í&#x;͜͜ Â?‹ŽǤ —Â?–‡nj•‡ ƒ Â?ו ‡ ’‡‰—‡ —Â? „‘Ž‡–‘ǥ •× ÍŠ Í&#x;Í?ÍœǤ Vamos lĂĄ, gente.

Diferentes culturas tornam Lajeado plural

A

inda que os imigrantes alemĂŁes sejam predominantes na histĂłria de Lajeado, a miscigenação com outras etnias foi mais acelerada do que em outras cidades. Como antes de 1850, perĂ­odo em que houve a chegada das primeiras famĂ­lias germânicas na regiĂŁo, jĂĄ havia luso-brasileiros residentes no povoado. ‘Â? ‘ ƪ—š‘ †‡ –”ƒ„ƒŽŠƒ†‘”‡• †‡ outras cidades e regiĂľes em busca de ‘’‘”–—Â?‹†ƒ†‡ Â?‘ ƒŽ‡ †‘ ÂƒÂ“Â—ÂƒÂ”Â‹ÇĄ ƒ mescla de visĂľes do mundo se misturou com a cultura germânica predominante. Diferentemente de outras cida†‡• …‘Â? ‡••‡ ’‡”ƤÂŽÇĄ ƒŒ‡ƒ†‘ ƒ’”‡Â?†‡— a conviver com as diferenças. Â? Â?ÂąÂ†Â‹ÂƒÇĄ Â?‹Ž ’‡••‘ƒ• •‡ Â?—†ƒÂ? para Lajeado por ano. Aspecto enalte-

cido pela população, a receptividade dos residentes facilita o entrosamento e torna a mudança menos impactante. Dz †‡•‡Â?˜‘Ž˜‹Â?‡Â?–‘ †‡— …‘Â?†‹­Ă™Â‡Â• de miscigenar a cultura local. Essa diversidade promove diferentes frentes †‡ ƒ­ Â‘ÇĄ “—‡ –‘”Â?ƒÂ? ƒ …‹†ƒ†‡ ‘ “—‡ Âą hojeâ€?, acredita CĂ­ntia Agostini. Em levantamento feito pelo Codevat •‘„”‡ ‘• ’”‹Â?…À’‹‘• Â‡Â•Â–Â”ÂƒÂ–ÂąÂ‰Â‹Â…Â‘Â• ”‡‰‹‘nais, os valores comunitĂĄrios sĂŁo volta†‘• ƒ‘ Â–Â”ÂƒÂ„ÂƒÂŽÂŠÂ‘ÇĄ ƒ Š‘Â?‡•–‹†ƒ†‡ ‡ ÂąÂ–Â‹Â…ÂƒǤ Conforme a presidente do conselho, as ’‡••‘ƒ• –ƒÂ?„¹Â? ”‡ƒŽ­ÂƒÂ? ˜ƒŽ‘”‡• †‡ˆ‡Â?didos como o respeito Ă s leis, autoridades e Ă ordem pĂşblica. “Esses conceitos permeiam a identidade de cada cidadĂŁo Ž‘…ƒŽǤ ‡”…‡„‡Â?‘• —Â? ’‡”ƤÂŽ †‡ Šƒ„‹–ƒÂ?tes que querem ajudar na construção da cidade, regiĂŁo e estado.â€? ARQUIVO A HORA

Leo Katz Empresårio e voluntårio A predominância das culturas alemã e italiana se mistura com a chegada de outras etnias


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MemĂłria de trabalho e amizade

ĂŁo 40 anos de vida no Vale do Taquari, os primeiros seis em •–”‡Žƒ ‡ ‘• Í&#x;Í Â”Â‡Â•Â–ÂƒÂ?–‡• ‡Â? ƒŒ‡ƒ†‘Ǥ –ƒš‹•–ƒ ‘Â?ž”‹‘ Ferreira Nunes, 75, natural de CaÂ?ƒ“— ¹ —Â? ŽƒŒ‡ƒ†‡Â?•‡ †‡ …‘”ƒ­ Â‘Ǥ Lembra o dia exato em que pisou na …‹†ƒ†‡ ’‡Žƒ ’”‹Â?‡‹”ƒ ˜‡œǤ ‡‹‘ –”ƒ„ƒŽŠƒ” Â?ƒ …‘Â?•–”—­ Â‘ †‘ ‘”–‘ †‡ Â•Â–Â”Â‡ÂŽÂƒÇĄ ‡”ƒ ÍĄ †‡ ŒƒÂ?‡‹”‘ †‡ Í?ͼͣ͢Ǥ ‘Ž‡‰ƒ• †‡ –”ƒ„ƒŽŠ‘ Â?‘”ƒ†‘”‡• †ƒ ”‡‰‹ Â‘ †‹œ‹ƒÂ?ÇŁ Dz Â? Â‘ „‡„‡ ƒ ž‰—ƒ †‘ ‹‘ ÂƒÂ“Â—ÂƒÂ”Â‹ÇĄ •‡ Â? Â‘ –— ˜ƒ‹ Ƥ…ƒ” ’‘” ƒ“—‹dzǤ Dz — ƒ…ƒ„‡‹ „‡„‡Â?†‘ ‡ Â?‡ ƒ“—‡”‡Â?…‹‡‹dzǥ „”‹Â?…ƒǤ Naqueles anos, a eclusa de Bom ‡–‹”‘ †‘ —Ž Â? Â‘ ‡•–ƒ˜ƒ ’”‘Â?–ƒ ‡ ƒ ž‰—ƒ †‘ ”‹‘ ‡”ƒ Â?‡Â?‘• Â’Â‘ÂŽÂ—Ă€Â†ÂƒǤ Dz ‘†‹ƒ „‡„‡” Â?‡•Â?‘ǥ Â? Â‘ Âą “—‡ Â?‡Â? Š‘Œ‡Ǥdz Dava para atravessar de Lajeado para •–”‡Žƒ ƒ Â’¹Ǥ ’‘Â?–‘ †‡ ‡Â?…‘Â?–”‘ ’ƒ”ƒ Â?‘Â?‡Â?–‘• †‡ Žƒœ‡” …‘Â? ‘• ƒÂ?‹‰‘• ‡”ƒ ‘ Š‘–‡Ž ‹Â?†‘”ƒÂ?ƒǤ ‡Â?–”‘ †‡ ƒŒ‡ƒ†‘ Ƥ…ƒ˜ƒ ’”ך‹Â?‘ ƒ‘ ‹‘ ƒ“—ƒ”‹Ǥ …ƒŽ­ÂƒÂ?‡Â?–‘ ‹ƒ ÂƒÂ–Âą ‘Â?†‡ Š‘Œ‡ Ƥ…ƒ ‘ ’‘•–‘ ƒŽ‡‹”‘Ǥ ‘†ƒ ƒ ’ƒ”–‡ ƒ–—ƒŽ †ƒ ƒ˜Ǥ ‡Â?ŒƒÂ?‹Â? ‘Â?•–ƒÂ?– ‡”ƒ †‡ …Š Â‘ „ƒ–‹†‘Ǥ Dz ƒ”ƒ Â’ÂƒÂ•Â•ÂƒÂ”ÇĄ •× †‡ …ƒ””‘­Âƒdzǥ ”‡Ž‡Â?„”ƒǤ „‘ƒ ”‡Žƒ­ Â‘ …‘Â? Â?‘”ƒ†‘”‡• †‡ ƒŒ‡ƒ†‘ ˆ‡œ ‘Â?ž”‹‘ •ƒ‹” †‡ •–”‡Žƒ Â?‘ ‹Â?À…‹‘ †‘• ƒÂ?‘• ͤÍœǤ ‘Â? ƒ Â?—ŽŠ‡” Ž‡Â?‹ ÂƒÂ”Â‹ÂƒÇĄ ĥ †—ƒ• ƤŽŠƒ• ‡ ‘ ƤŽŠ‘ǥ ˜‹‡”ƒÂ? ‡Â? †‡ƤÂ?‹–‹˜‘ ’ƒ”ƒ ƒŒ‡ƒ†‘Ǥ Como trabalho nĂŁo faltava, outro motivo para o taxista escolher o Vale do Taquari foi o CTG, quando in-

FILIPE FALEIRO

‘Â?ž”‹‘ …Š‡‰‘— ˆƒœ Í Íœ ƒÂ?‘• ‡Â? ƒŒ‡ƒ†‘Ǥ •…‘ŽŠ‡— ƒ …‹†ƒ†‡ ’ƒ”ƒ ˜‹˜‡” …‘Â? ƒ ˆƒÂ?Ă€ÂŽÂ‹Âƒ †‡’‘‹• †‡ ˜‹” –”ƒ„ƒŽŠƒ” Â?ƒ …‘Â?•–”—­ Â‘ †‘ ‘”–‘ †‡ •–”‡Žƒ

‰”‡••‘— Â?‘ ”‘’‹ŽŠƒ ƒ””ƒ’ƒǤ Dz ‡—• ƒÂ?‹‰‘• ‡•–ƒ˜ƒÂ? †‘ ‘—–”‘ Žƒ†‘ †‘ ”‹‘Ǥ Â? Â•Â–Â”Â‡ÂŽÂƒÇĄ Â?• ÍžÍ?Š Œž Â? Â‘ –‹Â?Šƒ Â?ƒ‹• Â?‹Â?‰—¹Â? Â?ƒ ”—ƒǤdz As poucas lojas na rua Julio de Castilhos privilegiavam atendentes que ˆƒŽƒ••‡Â? ƒŽ‡Â? Â‘Ǥ Dz Â?ƒ‹‘”‹ƒ †ƒ• ’‡•soas eram descendentes de imigran-

–‡•Ǥ Ž‰—Â?• ‘ŽŠƒ˜ƒÂ? ƒ–”ƒ˜‡••ƒ†‘ ’ƒ”ƒ pessoas com um tom de pele mais ‡•…—”‘ ‡ …ƒ„‡Ž‘ ’”‡–‘Ǥ ‘• ’‘—…‘• ‹••‘ †‹Â?‹Â?—‹— ‡Â? ƒŒ‡ƒ†‘dzǥ …‘Â?–ƒ ‘ –ƒš‹•–ƒǤ As atividades se restringiam ao –”ƒ„ƒŽŠ‘ ”—”ƒŽǤ ƒ˜‹ƒ ƒ ’”‘†—­ Â‘ †‡ ˆ—Â?‘ǥ ˆ”ƒÂ?‰‘ ‡ Ž‡‹–‡Ǥ ”ƒÂ? ’‘—…ƒ• ‹Â?Â†ĂŻÂ•Â–Â”Â‹ÂƒÂ•Ǥ ƒ˜‹ƒ ƒ Â‘Â’ÂƒÂ˜Â‡ÇĄ “—‡ ƒ„ƒ–‹ƒ

ˆ”ƒÂ?‰‘• ‡ ƒ ÂƒÂ…Â‡Â•ÂƒÇĄ „‡Â?‡Ƥ…‹ƒ†‘”ƒ †‡ Ž‡‹–‡ǥ ‡ —Â?ƒ —Â?‹†ƒ†‡ †ƒ ‘—œƒ ”—œǤ ‡š–”ƒ­ Â‘ †‡ ’‡†”ƒ• •‡Â?‹’”‡…‹‘•ƒ• –ƒÂ?„¹Â? Â?‘˜‹Â?‡Â?–ƒ˜ƒ ƒ …‹†ƒ†‡Ǥ Desde o inĂ­cio da dĂŠcada de 60, o coÂ?¹”…‹‘ Ž‘…ƒŽ Ž—…”ƒ˜ƒ …‘Â? ƒ ‡š–”ƒ­ Â‘ †‘• Â?‹Â?‡”ƒ‹•Ǥ ”²Â• ˆƒÂ?Ă€ÂŽÂ‹ÂƒÂ• †‘Â?‹Â?ƒ˜ƒÂ? ‡••‡ Â?Â‡Â”Â…ÂƒÂ†Â‘ÇŁ ÂƒÂ“Â—Â‡Â–Â–Â‹ÇĄ —‡ŽÂ?‡”

OPINIĂƒO

“Um grande time se faz com uma grande torcida�

A

credito que Lajeado nĂŁo esteja preparado para ter um grande –‹Â?‡ †‡ ˆ—–‡„‘Ž ’”‘Ƥ••‹‘Â?ƒŽǤ VocĂŞs podem me questionar por que, eu presidente do Lajeadense na ÂƒÂ–Â—ÂƒÂŽÂ‹Â†ÂƒÂ†Â‡ÇĄ ‡•–‘— ƒƤ”Â?ƒÂ?†‘ ‹••‘Ǎ Justamente por viver o dia a dia do nosso Lajeadense e tambĂŠm da …‹†ƒ†‡ †‡ ƒŒ‡ƒ†‘Ǥ ‘• Â?‘–‹˜‘• • Â‘ Â˜Â‹Â•Ă€Â˜Â‡Â‹Â•Ǥ ‘— ‡Â?—Â?‡”ƒ” ƒŽ‰—Â?•Ǥ ”‹Â?‡‹”‘ ƒ ‰”ƒÂ?†‡ ‹Â?ƪ—²Â?…‹ƒ †ƒ dupla Gre-Nal na regiĂŁo, combinando com os anos em que o Lajeadense Â? Â‘ ‡•–‡˜‡ Â?ƒ ÂƒÂ–Â‹Â˜ÂƒÇĄ “—‡ Â?‘• Ƥœ‡”ƒÂ? ’‡”†‡” ‘‹–‘ ƒ †‡œ ƒÂ?‘• †‡ ‰‡”ƒ­Ă™Â‡Â• que acabaram nĂŁo conhecendo e se ˆƒÂ?‹Ž‹ƒ”‹œƒÂ?†‘ …‘Â? ‘ …Ž—„‡Ǥ Depois, o apoio deveria ser masÂ•Â‹Â˜Â‘ÇĄ ƒ ’ƒ”–‹…‹’ƒ­ Â‘ †ƒ …‘Â?—Â?Â‹Â†ÂƒÂ†Â‡ÇĄ entidades, poder pĂşblico, imprensa e demais seguimentos deveria ser total ‡ ƒ„•‘Ž—–‘Ǥ ’”×’”‹‘ …Ž—„‡ Š‘Œ‡ nĂŁo estĂĄ preparado para um grande voo, precisa ir crescendo aos poucos, ‡ …‘Â? ‹••‘ –”ƒœ‡Â?†‘ …‘Â? •‡— …”‡•…‹Â?‡Â?–‘ •×Ž‹†‘ ‘• †‡Â?ƒ‹• •‡‰—‹Â?‡Â?–‘•

†ƒ •‘…‹‡†ƒ†‡Ǥ Â?“—ƒÂ?–‘ Â? Â‘ –‹˜‡”Â?‘• —Â? ƒ’‡Ž‘ †‡ ƒ‘ Â?‡Â?‘• †‡œ Â?‹Ž –‘”…‡†‘”‡• “—‡ sejam antes de gremistas ou colorados, 100% Lajeadense serĂĄ difĂ­cil ˆ‘”Â?ƒ”Â?‘• —Â? ‰”ƒÂ?†‡ –‹Â?‡ ’”‘Ƥ••‹‘Â?ƒŽǤ Â? ‰”ƒÂ?†‡ –‹Â?‡ •‡ ˆƒœ …‘Â? —Â?ƒ ‰”ƒÂ?†‡ –‘”…‹†ƒǤ Mas hoje acho que dentro das nossas possibilidades somos grandes, conquistamos tĂ­tulos e crescemos em âmbitos estadual e nacional para quem sabe um dia conquistarmos ‡••‡ •–ƒ–—• †‡ ‰”ƒÂ?†‡ …Ž—„‡Ǥ ‘Â?Šƒ” Âą ‘ “—‡ Â?‘• ˆƒœ ƒŽ…ƒÂ?­ÂƒÂ” ƒ Â?‡–ƒǤ Nos muitos anos que vivi o futebol como atleta, presenciei o crescimento de clubes, que aos poucos e com planejamento, passaram do anonimato aos grandes palcos do futebol Â?—Â?†‹ƒŽǤ ‘ ‡Â?–ƒÂ?–‘ǥ ‘ …”‡•…‹Â?‡Â?–‘ foi tĂŁo fulgurante que acabou por ˆƒœ‡” …‘Â? “—‡ ƒ ‡Â?–‹†ƒ†‡ ƒ…ƒ„ƒ••‡ caindo nos jĂĄ conhecidos problemas econĂ´micos porque nĂŁo se prepa”ƒ”ƒÂ? ƒ Ž‘Â?‰‘ Â’Â”ÂƒÂœÂ‘ÇĄ ’‡Â?•ƒÂ?†‘ ‡Â?

—Â? ’ŽƒÂ?‡ŒƒÂ?‡Â?–‘ †‡ Â?‘ Â?Ă€Â?‹Â?‘ †‡œ ƒÂ?‘• ’ƒ”ƒ ˆ”‡Â?–‡Ǥ Isso ĂŠ fundamental, como tambĂŠm ĂŠ importante entender que o crescimento depende exclusivamente do desempenho da equipe dentro de …ƒÂ?’‘Ǥ 2 ‘ Â…ÂƒÂ”Â”Â‘ÇŚÂ…ÂŠÂ‡ÂˆÂ‡ ‡ •‡— „‘Â? funcionamento aliado Ă s conquistas darĂŁo fĂ´lego e sustento aos demais †‡’ƒ”–ƒÂ?‡Â?–‘•ǥ ˆƒœ‡Â?†‘ …‘Â? “—‡ ‘ …Ž—„‡ …”‡•­Âƒ †‡ Â?ƒÂ?‡‹”ƒ ‘”†‡Â?ƒ†ƒ ‡ •‡‰—”ƒǤ Por isso ĂŠ necessĂĄrio cuidar todos os detalhes que envolvem a equipe de futebol, proporcionando as melhores …‘Â?†‹­Ă™Â‡Â• ƒ‘ …‘”’‘ –¹…Â?‹…‘ ‡ ƒ–Ž‡–ƒ• para que o desempenho alcance o Â?‡ŽŠ‘” Â?Ă€Â˜Â‡ÂŽǤ ƒ”ƒ –‡”Â?‹Â?ÂƒÂ”ÇĄ Âą ‹Â?portante tambĂŠm que todos tenham

a consciĂŞncia de que no futebol por Â?ƒ‹• “—‡ •‡ ’ŽƒÂ?‡Œ‡Â? ‡ •‡ ˆƒ­ÂƒÂ? ĥ …‘‹•ƒ• …‘Â? –‘†‘ ‘ ’”‘Ƥ••‹‘Â?ƒŽ‹•Â?‘ possĂ­vel e exigido, um gol perdido ou um gol sofrido podem enterrar todo um sonho e adiar para o ano seguinte –‘†‘ ’”‘Œ‡–‘Ǥ ‡ Â?‡••‡ ‹Â?•–ƒÂ?–‡ ƒ …‘Â?—Â?‹†ƒde desanimar e desistir de apoiar estaremos dando um passo para trĂĄs Â?‘ ’”‘…‡••‘ †‡ …”‡•…‹Â?‡Â?–‘Ǥ ‘” ‹••‘ ĂŠ importante ter muita, mais muita ’ƒ…‹²Â?…‹ƒ ‡ ’‡”•‡˜‡”ƒÂ?­ÂƒǤ ƒ”ƒ Â?‹Â?ÇĄ Lajeado tem potencial, mas nĂŁo estĂĄ preparado para ter um grande clube!

Everton Giovanella Presidente do Lajeadense


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Mas e daqui para frente? ANDERSON LOPES

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Ƥ ­ cidade-polo, Lajeado continua longe de ser exemplo regional numa série de Ǥ inexpressivo, plano diretor defasado, patrimônio histórico depreciado, ǡ transporte alternativo, etc. Como evoluir nesses temas e construir um futuro melhor para × ­Ù ǫ Ƥ dos gestores públicos e o necessário comprometimento de toda a sociedade. Verdadeiros paradoxos se erguem entre comparações de passado e presente. Pensar Lajeado escolheu pontos e temas estratégicos da cidade para traçar “uma linha do tempo”, a partir das mudanças ocorridas nas últimas décadas.

OPINIÃO

A hora das respostas

O

s jornais impressos não se caracterizam pela criatividade. Ousam muito pouco e, muitas vezes, escondem-se no mais obscuro conservadorismo para protegerem-se das ameaças mais renitentes e potencialmente fatais nos períodos de crises. São ferramentas fundamentais para a democracia, embora produzam inutilidades exasperantes, Ƥ de tais produtos para os leitores. Entre essas esquecíveis iniciativas, destaco os tradicionais cadernos Ƥ Ȃ ­Ù presentes na absoluta maioria dos jornais do interior. Tais “especiais”, repletos de mensagens natalinas, de reportagens requentada sobre o consumo da época e informações – ? – sobre o nascimento de Cristo não esclarecem absolutamente nada, mas enchem os caixas das empresas. São um unguento preventivo à escassez de recursos gerada pelo marasmo econômico dos meses de janeiro e fevereiro, fenômeno tão Ƥ te da cidade e a vontade de fugir para a praia. Como eu me recuso a lê-los, evidentemente, não faria algo semelhante, mesmo que solicitado. Mas, por uma ironia, em novembro de 2012, em pleno exercício da asses-

soria especial a este jornal, fui solicitado a cometer a heresia de criar Dz dz Ƥ Ǥ Sabedor da proximidade com período de “vacas magras”, não reciclei velhas ideias. Propus algo novo e ousado à direção. Em vez de uma coisa insossa e irrelevante, uma publicação com uma densidade e seriedade capaz de provocar ƪ Ǥ conteúdo ambicioso a ponto de conquistar perenidade e levar a sociedade a pensar – Pensar Lajeado.

Pensar Lajeado A ocasião não poderia ser mais oportuna: terminara uma eleição histórica; os eleitores haviam acabado de ungir o PT, a esquerda da simplória da dicotomia esquerda– direita –; e o mais importante para o jornalismo e à cidadania: dos poucos debates ocorridos, não sobreviera, ou sobrevivera, uma proposta capaz de fundamentar algo parecido com um planejamento público-administrativo. Tais constatações serviram de argumento para o projeto editorial denominado Pensar Lajeado que apresentei ao A Hora. E a publicação tomou forma com editorial, breves análises sobre o momento de cada um dos setores mais incisivos coordenados pela administração pública municipal – educação,

saúde, infraestrutura, economia – e 50 perguntas dirigidas a Luis Fernando Schmidt, prefeito recém-eleito, proferidas por 50 diferentes cidadãos. Aquele “pensar diferente” criou uma oportunidade para o A Hora aprofundar sua linha orientada pelo jornalismo independente e a serviço da sociedade. E superou-se ao proporcionar uma ocasião rara para a nova administração pública aproximar suas ideias dos temas

Gilberto Soares Publicitário

mais prementes, expressos por aquelas pessoas do município. Passaram-se pouco mais de três anos e continuo sem saber aonde vai Lajeado. Muito menos qual a excelência que a faz diferente dos quase 500 municípios gaúchos. Não custa lembrar a perda lamentável da rica memória de projetos como Lajeado Século XXI e o Plano de Desenvolvimento do Vale do Taquari – PED –, gênesis do Codevat. Esforços coletivos descartados por sucessivas administrações municipais ao longo de mais de duas décadas. Hoje, quem somos é um mantra Ƥ ­ ǡ ­ Ƥ privilegiada e diversidade cultural. Bom para a autoestima, embora não leve além do espaço ocupado pelo ego. Ƥ ǡ ± certa: abrirei o Pensar Lajeado “da hora” para dirimir minhas muitas ï ï Ǥ Ƥnal, o tempo é de respostas.


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Retrato da falta de planejamento Arroio símbolo de Lajeado, o Engenho é retrato de uma cidade carente de planejamento ordenado, que priorizou o crescimento e ignorou o desenvolvimento ambiental. No início da aceleração da expansão urbana, em 1963, gestores públicos decidiram canalizar boa parte do manancial. Já poluído, o

engenho agonizava por um projeto de “revitalização”. Os anos passaram, as casas aumentaram e o esgoto despejado no arroio cresceu na mesma proporção. Lajeado tem apenas parcos 5% de esgoto tratado. O resto vai direto para os arroios que desaguam no Rio Taquari, entre eles, o Engenho.

Ponte no Parque do Engenho

O que poderia ser lugar de beleza singular, a exemplo de outras cidades mundo afora que aproveitam e conservam os arroios que cruzam as cidades (e aqui tem mais do que um), Lajeado deu as costas, canalizou para abafar o cheiro e esconder a sujeira. Comparação entre passado e presente

aponta para um futuro desanimador. Nos planos de governo de sucessivos gestores, não houve e não há sinal de que algo possa mudar em relação ao Engenho.

Canalização do arroio no centro




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OPINIĂƒO

P

ara mim, ĂŠ uma conquista como imigrante ter a oportunidade de participar deste caderno como um dos atores, quando ƒŒ‡ƒ†‘ …Š‡‰ƒ ƒ‘• Í?ͥ͞ ‡ …‘Â?‡Â?‘”ƒ ƒ ‡š’ƒÂ?• Â‘ †‡Â?‘‰”žƤ…ƒ acelerada. Isso mostra que a cidade ĂŠ diferenciada das demais, onde tambĂŠm habitam imigrantes, principalmente negros. Moramos num municĂ­pio onde a colonização ĂŠ predominantemente alemĂŁ, por esse motivo que digo ĂŠ uma oportunidade, visto que isso nĂŁo ĂŠ comum nas cidades germânicas. Para escrever sob um olhar de quem vem fora, enfrenta o preconceito e as adversidades costumeiras, teria muito a dizer pela minha experiĂŞncia e como representante dos imigrantes. PorĂŠm, sĂł vou fazer um pequeno comentĂĄrio dizendo que Lajeado ĂŠ uma cidade acolhedora e gostamos da cidade, mas ainda sofremos preconceito por sermos imigrantes, negros e por termos vindo de paĂ­ses pobres. Muitos brasileiros pensam que as pessoas que vĂŞm desses lugares sĂŁo analfabetas e sĂł podem fazer o trabalho forçado para sobreviver, por isso nĂłs, como imigrantes, trabalhamos para mudar essa visĂŁo. Mas para que isso aconteça, precisamos que duas portas ˆ‘••‡Â? ÂƒÂ„Â‡Â”Â–ÂƒÂ•ÇŁ ƒ †‘ Â?‡”…ƒ†‘ ’”‘Ƥ••‹‘Â?ƒŽ ‡ ƒ †ƒ ‡†—…ƒ­ Â‘Ǥ ••‘ para podermos mostrar que temos cultura e podemos ajudar no crescimento da cidade. ƒ”ƒ ƤÂ?ÂƒÂŽÂ‹ÂœÂƒÂ”ÇĄ Â?ו ‹Â?‹‰”ƒÂ?–‡• ‡Â?ˆ”‡Â?–ƒÂ?‘• ’”‘„Ž‡Â?ĥ …‘Â? ĥ Ġversidades costumeiras, porque saĂ­mos de nossa terra com expectativas de encontrarmos uma vida melhor, mas chegando no Brasil, encontramos obstĂĄculos que nĂŁo combinam com nossas vivĂŞncias e prejudicam nossa estada aqui. Um exemplo ĂŠ a LĂ­ngua Portuguesa, pois nĂŁo tem como viver bem se a gente mora num lugar e nĂŁo fala o idioma da localidade. Quero terminar dizendo que gostamos da cidade de Lajeado e esperamos que os lajeadenses gostem de nĂłs tambĂŠm, pois somos seres humanos iguais, dignos, com qualidades e defeitos como todos e precisamos lutar juntos contra o preconceito.

Simon Renel Haitiano, recepcionista dos imigrantes no CRAS

ARQUIVO A HORA

Sob um olhar de quem vem de fora, enfrenta o preconceito e as adversidades costumeiras;

Agora vai?

O

Rio Taquari trouxe os primeiros colonizadores, nos idos de 1800. Foi nas escadarias da beira do rio que pisaram os que dariam inĂ­cio a tudo que Lajeado ĂŠ e tem. Com uso de mĂŁo de obra de escrava, ergueram prĂŠdios e construĂ­ram ruas. Fizeram o que, 125 anos depois, denominemos de “Centro Antigoâ€?. Pouco do que foi feito naquela ĂŠpoca segue “em pĂŠâ€?. E o pior: o que ainda resiste custa a ser preservado. Lajeado desfruta de uma riqueza invejĂĄvel, ofertada naturalmente pelo Taquari, que o banha em grande extensĂŁo. Mesmo assim, Lajeado recusa a valorizar. Olha de costas para o que poderia ser o cartĂŁo postal da cidade, sinĂ´nimo de turismo, educação, histĂłria e desenvolvimento.

Nas últimas dÊcadas, não faltaram ideias. Mas faltaram vontade e decisão política para avançar os vårios projetos criados para preservar o centro antigo e reestruturar toda a orla do Rio Taquari. Faz duas semanas, o atual governo iniciou a primeira parte do projeto de ocupação decente das margens do rio. Investimento do governo municipal nesta primeira etapa Ê de R$ 770 milhþes e contempla o belvedere da rua Osvaldo Aranha e pavimentaçþes. Os prÊdios e as ruas históricas (ainda existe um trecho de paralelepípedo construído pelos escravos) estão apartados do projeto inicial e aguardam por escolhas políticas de quem tem a caneta na mão, para se tornarem símbolo histórico, cultural e econômico da cidade. ANDERSON LOPES


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Urbanização avança pelos bairros ANDERSON LOPES

OPINIÃO

Um povo sem história, é um povo sem vida

O

s parcos 90 quilômetros quadrados de área abarcam 27 bairros. Lajeado cresce por todos os cantos. Nuns mais, outros menos. São pelo menos mil novos habitantes por ano, que buscam casa, emprego, creche, lazer, saúde, educação. As áreas de terras, com lavouras de milho e soja, potreiros e galpões de gado, viram loteamentos e mudam o cenário. Ireno Gross, 68, nasceu e viveu em ȋ ȌǤ Ƥ ǡ todos saíram de casa. “Tudo traba Ƥ Ǥdz ele vendeu para loteadoras. Vive sozinho e acompanha Carneiros se transformando em cidade. Em parte do seu terreno ainda cria galinhas, porcos e algumas vacas. Mas sabe que está com os dias contados. “A cidade vai me pressionando. Gosto daqui. De sentar na área, tomar chimarrão e

ver o movimento.” Ireno representa centenas de moradores antigos de Lajeado. Donos de grandes áreas de terras, veem casas substituindo pés de milho. No último ano, o governo municipal gerou quatro mil novos títulos de IPTU e Lajeado chega perto de 60 mil domicílios, entre residenciais e comerciais. O olhar empreendedor de loteadoras atende a demanda por novas moradias. O Plano Diretor, principal ferramenta reguladora da expansão segue defasa ǡ Ƥ Ǥ Avanços exigem mais e melhor infraestrutura dos novos loteamentos. Ainda ignoramos o tratamento Ǥ Ƥ À Corsan, em implantar os sistemas de tratamento nos locais onde a cidade ǡ ± Ƥ criarmos mais e melhores regras para as novas construções. Crescemos, mas evoluímos em escala bem menor.

O mundo todo é movido pela história dos antepassados, pelas descobertas e conquistas, que levaram a civilização ao desenvolvimento que temos. O turismo é a maior indústria do mundo e não causa nenhuma poluição que tantos prejuízos trazem para a humanidade. As pessoas viajam o mundo inteiro visitando, principalmente, os países que têm mais história para oferecer aos turistas como: monumentos e prédios antigos que contam e relatam a evolução da humanidade. Nós brasileiros temos que dar mais valor para nossa história, preservando e revitalizando o nosso patrimônio histórico. Na região do Vale do Taquari, essa consciência de valorização de prédios e monumentos históricos está crescendo e já podemos notar o interesse dos turistas de visitarem essas cidades e regiões que oferecem a possibilidade para as pessoas encontrarem e viverem um pouco da história dos antepassados. Em julho de 2012, o governo municipal de nossa cidade instituiu o Plano de Revitalização do Centro Histórico de Lajeado, justamente para preservar e recuperar os monumentos e prédios antigos que traduzem a história de Lajeado desde a criação. Queremos e podemos revitalizar o Centro Histórico de Lajeado, tornando a cidade mais alegre, segura, limpa, bonita, feliz, proporcionando mais qualidade de vida para a população e visitantes. Para que esse sonho se torne realidade é preciso uma participação mais efetiva do Executivo e Legislativo, mediante a criação de projetos que visem a Revitalização do Centro Histórico de Lajeado. Vamos recuperar o patrimônio histórico de lajeado, que é o maior legado que nós podemos deixar para as futuras gerações. “O futuro pertence as pessoas que acreditam nos seus sonhos.”

Ítalo Reali Presidente do Comitê Gestor do Plano de Revitalização do Centro Histórico de Lajeado


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OPINIĂƒO

Movimentos culturais e a importância para formação social e Êtnica

“

Pensar Lajeadoâ€?, no sentido proposto pelo Editor, enseja avaliaçþes, crĂ­ticas e sugestĂľes, e o tema converge para as açþes formadoras da “Cultura da Cidadeâ€?, que engloba o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hĂĄbitos e aptidĂľes do coletivo dos habitantes. De inĂ­cio cabe salientar em nossa cidade as peculiaridades de uma ’‘’—Žƒ­ Â‘ Ƥšƒ †‡ ˜ž”‹ƒ• ‘”‹‰‡Â?•ǥ …‘Â?’ƒ”–‹ŽŠƒÂ?†‘ Â?‘ •‡— †‹ƒ ƒ †‹ƒ …‘Â? —Â? ‰”ƒÂ?†‡ …‘Â?–‹Â?‰‡Â?–‡ †‡ ’‘’—Žƒ­ Â‘ ĆŞÂ—Â–Â—ÂƒÂ?–‡Ǥ ‘ Žƒ†‘ †‡ aspectos positivos, hĂĄ carĂŞncias nas quais enquadramos em trĂŞs itens formadores da sua “culturaâ€?: Identidade, EspĂ­rito ComunitĂĄrio e VisĂŁo de Futuro. Lajeado pouco se distingue por uma Identidade visual, a principal imagem que traz a lembrança. O que a lembra um pouco sĂŁo os remanescentes de sua vegetação ainda nĂŁo destruĂ­da graças Ă s abençoadas cheias do Taquari. Tendo começado nas margens do rio, foi se ‡š’ƒÂ?†‹Â?†‘ †‡•‘”†‡Â?ƒ†ƒÂ?‡Â?–‡ǥ •—ƒ ƒ”“—‹–‡–—”ƒ Âą ‹Â?Â…ÂƒÂ”ÂƒÂ…Â–Â‡Â”Ă€Â•Â–Â‹Â…ÂƒÇĄ e a urbanização fragmentada e sem um padrĂŁo nos seus caminhos ‡ ’ƒ••‡‹‘• …‘Â? †‡•…ƒ•‘ ÂƒÂ–Âą ’‡Žƒ Ž‹Â?’‡œƒ ‡ …‘Â?•‡”˜ƒ­ Â‘ÇĄ †‡ ’ƒ”–‡ †‡ –‘†‘•Ǥ ‡”†‡”ƒÂ?nj•‡ ˜ž”‹ƒ• ‘’‘”–—Â?‹†ƒ†‡• ‡ Š‘Œ‡ Â?‘ …‡Â?–”‘ ‰‡‘‰”žƤ…‘ poderĂ­amos ter uma grande rĂłtula, com ĂĄrea pĂşblica e algo erigido o que poderia nos dar um sĂ­mbolo. O EspĂ­rito ComunitĂĄrio se traduz pelo desprendimento e cobrança mĂştua nas açþes e postura para o bem comum e nesse aspecto tanto a população quanto o poder pĂşblico pouco tem investido na educação comportamental primĂĄria dos cidadĂŁos, optando mais para a restrição ‡ ’—Â?‹­ Â‘ÇĄ ‘ “—‡ –‹”ƒ ƒ ‰”ƒ­Âƒ †ƒ …‹†ƒ†‡ ‡ …ƒ—•ƒ –‡Â?• Â‘Ǥ Â? ‡š‡Â?’Ž‘ •‹Â?’Ž‡• Âą ƒ “—‡•– Â‘ †‘ –”Â&#x;Â?•‹–‘ǥ †‡•—Â?ƒÂ?‹œƒ†‘ ‡ …‘Â? ‹””ƒ…‹‘Â?ƒŽ „—”‘cracia causando congestionamento e poluição em todos os sentidos. ‹• Â‘ †‡ —–—”‘ Âą ‹–‡Â? ’‘” †‡Â?ƒ‹• …ƒ”‡Â?–‡Ǥ Â?„‹­Ă™Â‡Â• †‡ –‘†ƒ ordem cegam pessoas e a racionalidade cede ao personalismo e vaidade. Em ocasiĂŁo oportuna se desprezou uma grande ĂĄrea na cidade “—‡ ’‘†‡”‹ƒ …‘Â?’‘”–ƒ” —Â? ‡Â?–”‘ †Â?‹Â?Â‹Â•Â–Â”ÂƒÂ–Â‹Â˜Â‘ÇĄ ‘• ‘†‡”‡• ƒ”ƒlelos e mais ĂĄreas de lazer dando, ao lado das facilidades inerentes, uma identidade Ă cidade. E, repetindo os fatos, nosso hospital, por ‡š‡Â?’Ž‘ǥ ’ƒ‰ƒ ‘ ’”‡­Â‘ †‡ Â? Â‘ –‡” ‹Â?˜‡•–‹†‘ –—†‘ ‘ “—‡ …‘Â?•—Â?‹— ‡ ƒ••‹Â? …‘Â?–‹Â?—ƒ”ž …‘Â? ”‡ˆ‘”Â?ĥ ‡ ‡†‹Ƥ…ƒ­Ă™Â‡Â• ‡Â? Ž‘…ƒŽ ‹Â?ƒ†‡“—ƒ†‘Ǥ Similarmente, nosso tradicional Clube Social blindou-se para a visĂŁo de futuro nĂŁo levando seu salĂŁo de eventos para outra ĂĄrea disponĂ­vel e com isso nĂŁo sĂł perdendo as benesses da natureza lĂĄ e cĂĄ, mas perturbando ĂĄrea residencial. Por outro lado, costumo sempre salientar o conjunto de fatores que fazem nossa cidade diferenciada como poucas. Temos um rio naÂ˜Â‡Â‰ÂžÂ˜Â‡ÂŽÇĄ •‘Â?‘• —Â? ‡Â?–”‘Â?…ƒÂ?‡Â?–‘ Â”Â‘Â†Â‘Â˜Â‹ÂžÂ”Â‹Â‘ÇĄ ˜‹ƒ ÂˆÂąÂ”Â”Â‡Âƒ †‹•’‘Â?Ă€Â˜Â‡ÂŽÇĄ –‘’‘‰”ƒƤƒ †‹˜‡”•‹ƤÂ…ÂƒÂ†ÂƒÇĄ …‡Â?–”ƒŽ‹œƒÂ?†‘ —Â?ƒ ”‡‰‹ Â‘ÇĄ –—†‘ …‘Â?˜‡”‰‹Â?†‘ ’ƒ”ƒ ‘ Â?ƒ–—”ƒŽ ‡ ‡•’‘Â?–Â&#x;Â?‡‘ …”‡•…‹Â?‡Â?–‘Ǥ Â‘Â†ÂƒÂ˜Â‹ÂƒÇĄ Âą Â?‡…‡••ž”‹‘ “—‡ ornamentos sejam acrescentados. Em termos culturais hĂĄ que ser Ž‘—˜ƒ†‘ ‘ –”ƒ„ƒŽŠ‘ †‡ Â?—‹–ƒ• ‹Â?•–‹–—‹­Ă™Â‡Â•ÇĄ Â?ĥ Âą ‹Â?ƒ†‹ž˜‡Ž ƒ …”‹ƒ­ Â‘ ’‡Žƒ Â?‘••ƒ Â?‹˜‡”•‹†ƒ†‡ †‡ —Â? —”•‘ —’‡”‹‘” †‡ ”–‡•ǥ ‡Â? ‡•’‡…‹ƒŽ MĂşsica. Tendo-se criado jĂĄ o ambiente fĂ­sico, a arte que estĂĄ na ƒŽÂ?ƒ †‡ …ƒ†ƒ —Â? …”‹ƒ”ž ƒ Â‡Â‰Â”ÂąÂ‰Â‘Â”Âƒ ’ƒ”ƒ †‡‹šƒ” ƒŒ‡ƒ†‘ —Â? Ž‘…ƒŽ „‘Â? de se viver.

Â?ƒ†‹ž˜‡Ž –ƒÂ?„¹Â? ‘ ƒ’”‘˜‡‹–ƒÂ?‡Â?–‘ †‘ ”‹‘ǥ –ƒÂ?–‘ Â?ƒ …—Ž–—”ƒ †‘• esportes como na autossustentabilidade, assim sonhado quando da criação da Fundação PrĂł-Rio Taquari, que deve ser integrada Ă s ƒ­Ă™Â‡Â• …‘Â?—Â?‹–ž”‹ƒ•Ǥ ƒ ‹• Â‘ †‡ —–—”‘ Âą ‹Â?’‡”‹‘•ƒ ƒ —”„ƒÂ?‹œƒ­ Â‘ ‡ compartilhamento humanĂ­stico das suas margens, o que somaria nos aspectos da Identidade Cultural, outrora muito viva quando Lajeado era um porto ĆŞÂ—Â˜Â‹ÂƒÂŽ …—Œ‘• „ƒ”…‘• …‘Â?‡…–ƒ˜ƒÂ? ƒ ’‘’—Žƒ­ Â‘ Ă capital.

Wilson Dewes MĂŠdico

Mobilidade urbana ARQUIVO A HORA

N

ƒ Â†ÂąÂ…ÂƒÂ†Âƒ †‡ ͢ÍœÇĄ ƒŒ‡ƒ†‘ mantinha caracterĂ­sticas de colĂ´nia. Ter um carro era sinĂ´nimo de singularidade ‡ ’‘†‡”‹‘ ‡…‘Â?Ă˜Â?‹…‘ ƒ…‹Â?ƒ †ƒ Â?ÂąÂ†Â‹ÂƒǤ • ”—ƒ• …‡Â?Â–Â”ÂƒÂ‹Â•ÇĄ …‘Â?‘ Â?ƒ ‹Ž˜ƒ ƒ”†‹Â? …‘Â? ƒ ‘ Â‘ „‘–ǥ Â?ƒ ‡•“—‹Â?ƒ †ƒ ’”ƒ­Âƒ da Chafariz, eram pouco movimentadas e o transporte coletivo mantinha meia dĂşzia de itinerĂĄrios por dia, …‘Â?‘ Â?‘•–”ƒ ƒ ˆ‘–‘ ‡Â? Í?ͼ͢Í&#x;Ǥ ƒ••ƒ†‘• ÍĄÍ&#x; ƒÂ?‘•ǥ ƒ ”‡ƒŽ‹†ƒ†‡ Âą outra. Com um dos maiores Ă­ndices de carro por habitante no estado, Lajeado sofre com problemas de –”Â&#x;Â?•‹–‘ †‡…‘””‡Â?–‡ †‡ —Â? …”‡•…‹Â?‡Â?-

–‘ ƒ…‡Ž‡”ƒ†‘Ǥ ‘ ’ƒ••‘ “—‡ …”‡•…‡ ‡Â? população, permanece quase incĂłlume aos novos e modernos modelos de transporte disponĂ­veis. Ciclovias adequadas, transporte coletivo funcional, calçadas pĂşblicas decentes formam um conjunto de necessidades que sequer estĂŁo no papel e seguem a desafiar as ’”ך‹Â?ĥ ‰‡•–Ù‡• Â’ĂŻÂ„ÂŽÂ‹Â…ÂƒÂ•Ǥ ‹Â?Šƒ• de metrĂ´, trem de superfĂ­cie, entre outros modelos de transporte alternativo praticados no mundo inteiro estĂŁo distantes da realidade lajeadense, que se limita a pensar sobre os meios tradicionais. ANDERSON LOPES


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Polo de comércio e serviço

C

omércio e serviço assumem a bandeira econômico, ainda que a indústria tenha papel preponderanete na formação econômica da cidade. O espírito emprendedor tem ligação intrínseca com a população lajeadense. Quem sabe, o espírito guerreiro e a superação dos antepassados possa

servir de exemplo e inspiração para que a geração atual consiga fazer de Lajeado um exemplo de excelência de comércio e serviços para todo estado. Um centro de eventos, por exemplo, ainda se restringe ao sonho de alguns líderes e custa sair do papel, mesmo que a relevância e necessidade sejam indiscutíveis. ARQUIVO A HORA

ANDERSON LOPES

OPINIÃO

Foi-se o tempo que o Poder Público solucionava tudo

E

spaços públicos são locais de encontro acessíveis a todos. Ruas de lazer, parques e praças, calçadas onde transitam idosos e crianças, automóveis e bicicletas e gente de diversas culturas como estamos assistindo em Lajeado. Esses espaços organizados de maneira criativa promovem a cidade, aproximam as pessoas e incentivam a cultura. No entanto, a paisagem criativa em nossa cidade é desanimadora. A Julio de Castilhos é uma vergonha em sua aridez verde, no “plantio” de postes que, pelo menos, poderiam ser ocupados artisticamente. Tudo bem, o governo não tem como dar conta de tudo? Então está mais do que na hora das empresas e organizações de lideranças começarem a olhar para essa cidade como uma grande célula social e participarem ativamente. Não esperar que o governo faça tudo. Podem começar adotando os ambientes públicos. Não em troca de favores, de mudanças no × Ƥ ­Ù Ǥ ǡ tos, altos edifícios, com certeza não humanizam uma cidade, mas padronizam de forma medíocre. A cidade que atrai mil habitantes por ano tem cada vez menos segurança, menos vagas em creches e escolas públicas, menos vagas hospitalares, menos espaço de convivência. Haja imposto para rodar a economia criativa e mudar essa cidade que tantos acham bela e promissora. Essa é a minha percepção crítica de Lajeado. Foi-se o tempo que os órgão públicos solucionavam todas nossas demandas por qualidade de vida. Entidades e instituições devem fazer a sua parte porque bem-estar passa, necessariamente, por orgulho da identidade cultural coletiva e plural. Minha percepção também diz que todos nós precisamos nos envolvermos e não criticarmos passivamente. Ƥ ǡ À ǡ certeza, privilegiam o bolso de alguns.

Laura Peixoto Jornalista


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Marcos históricos FOTOS ARQUIVO A HORA

Colonização açoriana A habitação do território de Lajeado começou no século XIX. Os irmãos João e José Teixeira, vindos de Santa Catarina, começaram o vilarejo ao dividir as sesmarias em fazendas, a de Conventos e Lajeado. Exploravam madeira e erva-mate. Os produtos eram transportados por balsas e levados até Proto Alegre.

Chegada dos escravos Vindos para trabalhar nas terras dos irmãos Teixeira, os negros chegaram a partir de 1808. Os donos das terras tinham 300 escravos registrados.

Vale fértil Documento da Câmara de Taquari enviado ao presidente da Província em 1852. No texto, informavam a qualidade das terras do Vale do Taquari para a atividade agrícola.


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Vinda dos imigrantes As primeiras famílias germânicas começaram a chegar em Lajeado a partir de 1853. Naqueles anos, Antônio Fialho de Vargas havia comprado terras em Lajeado e começou a vender lotes para os imigrantes. Os primeiros povoados se formaram às margens do Rio Taquari. Em 1858, começou o povoamento no bairro Conventos.

Núcleo urbano Fialho de Vargas doou, em 1872, a área a esquina da rua Júlio de Castilhos com a Borges de Medeiros para a construção da Praça, casa dos padres, igreja e colégio. A parte urbana da cidade começou a se formar devido ao trabalho do engenho e a hidrovia do Rio Taquari. Nos registros da época constam que cerca de 80% do território da cidade era de mata. Também havia 68 propriedades rurais.

Emancipação Formação da área comercial A construção do engenho onde hoje é o Parque Municipal Schlabitz. O local foi o berço da cidade, onde Antônio Fialho de Vargas construiu, em 1862, o primeiro complexo industrial e comercial de Lajeado. O engenho de serra e moinho de cereais. Em 1873, Filipe Hexsel comprou a propriedade. Ele aperfeiçoou os mecanismos e ampliou o complexo industrial, anexando um terceiro canal, roda d’água e engenho para descascar arroz e extrair óleo de amendoim, combustível para a iluminação doméstica.

Lajeado se emancipou de Estrela no dia 26 de janeiro de 1891. O ato foi assinado pelo general da Divisão de Cândido José da Costa. A solenidade de criação do município foi em fevereiro daquele ano. O 1º presidente da Junta Municipal foi Frederico Henrique Jaeger.

Batalhas da Revolução Federalista Em setembro de 1893, os maragatos invadiram Lajeado pela primeira vez. A ação resultou em muitas mortes e alertou os republicanos. Com apoio de mais combatentes de Estrela, a força massacrou os invasores. A última batalha foi em maio de 1985 em Travesseiro.

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Prefeitura de Lajeado

Instalação de cursos superiores

A sede da administração municipal em 1900 passou para onde é hoje a Casa de Cultura. Único prédio de Lajeado tombado no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Em 1964, foi criada a Associação Pró-Ensino Universitário do Alto Taquari, sendo em 1972 criada a Fundação Alto Taquari de Ensino Superior (Fates), a Univates.


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O que Lajeado tem para comemorar nestes 125 anos? Cite três aspectos positivos e outros três que precisam melhorar na cidade. Eder Luís Sehnem, 46 anos, microempresário, natural de Lajeado “Temos de comemorar o crescimento. A cidade proporciona qualidade de vida à população. Como aspectos positivos realço a receptividade do povo. Pessoas vêm de fora e sempre falam isso, como são bem recebidas aqui. Temos a Univates, que está se tornando um polo tecnológico, isso trará desenvolvimento às indústrias. Também destaco a arborização de Lajeado. Há vários locais para lazer, como os parques e praças. Já o que precisa melhorar, passa por uma mudança cultural. Vejo muito lixo jogado em áreas verdes, na encosta do Rio Taquari. A população poderia contribuir com isso e não sujar a natureza. Penso que nosso trânsito precise de algumas melhorias, em especial nos pontos onde há engarrafamentos, como na

passagem da ERS-130, na rótula da Ǥ Ƥ ǡ ­Ù Ƥ instalação de indústrias na cidade.”

Luciano Balarz, 39 anos, zelador, natural de Lajeado “Nossa cidade evoluiu muito. Temos mais população do que há alguns anos, mais indústrias. Cresceu e se modernizou. Como exemplo positivo, vejo que nos tornamos o polo da região. Lajeado tem um papel de destaque na região, serve de referência em diversos serviços, como no atendimento do Hospital Bruno Born. Pessoas de todo o Estado vêm para serem atendidas aqui. Outro ponto importante é o comportamento da população. As pessoas aqui têm vontade de crescer. Trabalham, estudam, se dedicam para conseguir evoluir. Talvez por isso tenhamos

conseguido avançar tanto. Como pontos negativos, percebo um crescimento da criminalidade. Os governos também precisam organizar a urbanização. Como aumentou a população, percebo que o atendimento em saúde nos postos precise melhorar. Com mais demanda, percebo algumas dificuldades para marcar consultas com especialistas.”

Vandeci Agostini, 44 anos, açougueiro, mora em Lajeado faz 18 anos “É uma cidade boa de viver. Penso que o convívio com a população seja um dos aspectos positivos de Lajeado. O centro é tranquilo, temos opções de restaurantes, lancherias, sorveterias. Outra coisa boa são as áreas de lazer. Temos o Parque dos Dick, o Jardim Botânico. Para melhorar, começo pelo trân-

sito. Em alguns horários é difícil trafegar. O estacionamento rotativo no centro é outro problema. Esse sistema é falho, causa confusão. Também é preciso rever o transporte urbano. Faltam horários de ônibus entre os bairros, principalmente nos Ƥ Ǥdz

Viviane Wildner, 23 anos, manicure e depiladora, mora em Lajeado faz dez anos Dz Ƥ Lajeado. É bom viver aqui, temos qualidade de vida. Outro ponto são as opções de lazer e entretenimento. Também vejo uma boa organização da cidade. Como aspectos para melhorar, no salão escuto muitas reclamações sobre o estacionamento rotativo. Isso poderia ser facilitado. O atendimento em saúde nos postos também precisa melhorar. Outro ponto negativo é a poluição do Rio Taquari.”


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Mauro Santos, 52 anos, representante comercial, natural de Lajeado “Nossa cidade é privilegiada, próspera e bonita. Aqueles que vêm de fora não querem mais sair daqui. Nossa população é hospitaleira, temos qualidade de vida e condições para crescer. Sou um entusiasta de Lajeado. Gosto muito de morar aqui e me orgulho dessa cidade. Para melhorar, me preocupo com o crescimento da drogadição. Isso traz consequências e aumenta a insegurança. Ainda que tenhamos boas praças e parques, acho que o governo poderia investir em mais segurança no Parque dos Dick. Também penso Ƥ políticas públicas para incentivar as indústrias, em especial as de médio e pequeno porte.”

Moisés Restelli, 33 anos, mecânico, natural de Relvado, em Lajeado faz dez anos “Temos de comemorar o progresso da cidade. Lajeado é hoje um polo, uma referência para todos os municípios próximos. Vejo que a cidade tem de tudo, como uma cidade grande, mas

sem os problemas de uma metrópole. ­ Ƥ ± taque. Estamos no centro do RS, perto da capital, perto das regiões produtoras. Lajeado é uma cidade harmônica, tem praças, é arborizada, dá condições para as pessoas aproveitarem a vida. Para melhorar, como em uma cidade em expansão, a criminalidade segue essa tendência. É necessário investir mais na infraestrutura urbana, melhorar as vias, pavimentar aquelas de Ǥ Ƥ ǡ ção dos lajeadenses é a falta de vagas na Educação Infantil.”

Ƥ ǡ paração com outros lugares, Lajeado está na frente. A Univates também é um aspecto positivo, pois possibilita oportunidades de formação e atrai moradores. Como coisas para melhorar, o estacionamento rotativo no centro é ruim. Deveriam facilitar para os motoristas. O IPTU também é muito caro. Também temos algumas ruas e avenidas com o asfalto cheio de buracos. Poderiam investir em materiais de mais qualidade para evitar a degradação das vias.”

Willian do Carmo José,

54 anos, taxista na Praça da Matriz, nasceu em Marques de Souza quando ainda fazia parte de Lajeado

Herton Presser, 27 anos, microempresário, natural de Jaguapitã (Paraná), em Lajeado faz um ano e meio “Lajeado é uma cidade muito boa para viver. O centro comercial tem de tudo. De onde eu vim, não tem essa variedade. Não tem esse movimento todos os dias. Lá a opção dos lojistas era fazer eventos e estender horários para atrair os clientes. Também percebo que a população é Ǥ ǡ Ƥ bons amigos. Isso ajuda os novos moradores a se entrosar. Outro aspecto é o atendimento em saúde. Sempre que precisei da UPA ou dos postos de saúde, fui bem atendido. Pode ter

“A principal comemoração neste aniversário é o progresso de Lajeado. Em serviços essenciais, como na saúde, temos um bom atendimento. Tanto no HBB quanto nos postos de saúde. Lajeado tem tudo o que é preciso. Há opções de restaurantes, bares, par ǡ ­ Ǥ ­ Ƥ também é um destaque. Estamos perto das principais regiões do estado. Como pontos ruins, vemos um aumento dos índices de criminalida Ǥ ± Ƥ ± preocupação, pois vemos cada vez mais dependentes nas praças, como

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aqui na Matriz. A falta de tratamento do esgoto e a poluição do Rio Taquari são aspectos negativos.”

Valmir Antônio Baptista, 45 anos, comerciante, natural de Putinga, em Lajeado faz 17 anos “Lajeado é uma cidade próspera, boa de viver e que tem tudo o que uma metrópole tem. Esses são aspectos positivos. Além disso, a localização geo Ƥ local. Estamos no centro do estado, perto da capital, da Região Metropolitana e da serra. Também proporciona aos moradores oportunidades de trabalhar, estudar e assim evoluir, conquistar objetivos e ter qualidade de vida. Como pontos negativos, vejo a questão das enchentes. Sabe-se que todo o ano o rio sobe e invade casas, obrigando a retirada de muitas famílias das áreas de risco. Poderiam implementar alguns projetos que já foram falados, como construir um dique. Apesar de eu não ter carro, escuto muitas reclamações sobre o estacionamento rotativo. Também penso que o rio deveria ser aproveitado. Primeiro reduzindo a poluição para depois explorar a área para lazer. Fazer eventos de canoagem é um exemplo de algo que ocorria e que não vejo mais.”


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Entrevista com o governador

“Exemplo do Rio Grande que dá certo” A interferência da comunidade local na resolução de problemas é apontada pelo governador José Ivo Sartori como um diferencial de Lajeado e do Vale do Taquari. Em meio à tentativa do chefe do Piratini em sanar o déficit financeiro do RS, investimentos prioritários, como a duplicação da ERS-130 terão de esperar mais alguns anos. Em entrevista ao caderno Pensar Lajeado, o governador realça a necessidade de união dos gaúchos para superar o momento de crise. A Hora – Tendo em vista que Lajeado está entre as cidades com maior PIB per capita do RS, quais as estratégias do governo do Estado para reforçar o desenvolvimento do município? José Ivo Sartori – O governo vem trabalhando para tornar o estado mais ágil, menos voltado para si mesmo. E, neste sentido, queremos impulsionar a economia do município, da região e do estado, de modo que o crescimento se dê de forma equilibrada, sempre respeitando as vocações da região. Mas sabemos da importância de reforçar a competitividade e o desenvolvimento. Algumas ações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, previstas no Plano Plurianual 2016-2019, incidem sobre essa característica, como a de desen ÀƤ ǡ × inovação e a de Fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais e Extensão

Produtiva e Inovação, abrangidas pelo Programa de Fomento ao Desenvolvimento Produtivo, Empreendedorismo ­ × Ǥ ­Ù Ƥ ­ bém são importantes para garantir o crescimento dos diversos setores como indústria, agropecuária e serviços. Dentro do contexto de desenvolvimento humano, pesquisas recentes apontaram Lajeado como uma das melhores cidades para se viver no país. Para o senhor, no que a população local pode contribuir com o estado neste momento de incerteza? Sartori – Temos dito: o estado não pode fazer tudo sozinho. É fundamental construirmos parcerias, trabalharmos de forma integrada, articulada, com vistas a buscar as melhores soluções para o município e para a região. Sem dúvida, as parcerias e a solidarie-

dade serão fundamentais para que o Rio Grande volte a ser grande. O avanço de Lajeado é recente. Nos últimos 30 anos deixou o Ƥ ­ indústria, comércio e prestação de serviços. Hoje tem empresas importantes, em especial na área alimentícia e de doces. Para o governador, quais as principais potencialidades de Lajeado? Sartori – Os indicadores sociais, especialmente de saúde e de educação, destacam-se no contexto estadual. As ações do governo do Estado devem ser coordenadas para alavancar essas potencialidades. O estado deve ser um indutor, um articulador de ações para o desenvolvimento. Se o município vai ǡ ± ǡ × ganha com isso. Como o governo estadual avalia o

Vale do Taquari, que tem com polo Lajeado? Tanto na questão populacional, quanto na geração de renda, emprego e tributos para o RS? Sartori – Ao longo dos anos, a região vem crescendo e contribuindo para a economia do estado e do Vale do Taquari, gerando emprego, renda e de Ǥ ­ ƪ no dinamismo da economia, com base industrial, agropecuária e serviços, além de indicadores sociais positivos. Mas sabemos que há muito a avançar e fazer, temos consciência disso. O trabalho é longo e estamos colocando a casa em ordem para que o desenvolvimento e as oportunidades cheguem a todos. Algumas estratégias para o desenvolvimento local residem no apoio à produção agropecuária, no fortalecimento da identidade regional, no fomento à multimodalidade de transportes e na promoção da expansão industrial. No campo de obras e investi-


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Ǥ Ƥ comunitário, em que instituições des que seriam dos governantes. Como no caso das obras no presí Ǥ ǡ com a Associação Lajeadense ×Ǧ ­ ï ȋ Ȍǡ À ǡ angariaram verbas para construir feminina. Apesar da vontade dos ǡ cisam de interferência do Piratini, ǡ Ǥ Ƥ ǡ

podem esperar de obras do governo do Estado neste ano de 2016? Sartori – Sabemos que há uma série de demandas importantes para a região Ƥ manutenção das rodovias já temos um Ǥ Ƥ ï ǡ esforçado para manter os serviços ǡ Ǥ ­ À ǡ Ǥ À ǡ destinada aos presos do regime semiǦ ǡ ­ LUIZ CHAVES\PALÁCIO PIRATINI

ǡ ǡ ǡ Ǥ ± Ǥ Plurianual 2016-2019 aponta para obras ­ ­ rodovias sob administração da EGR melhoria da qualidade da energia elé ǡ ǡ ï ǡ ­ Ǥ À Ǥ Ƥ Ǥ ï ² ǡ ͜͡ À Ƥ Ǥ o governador, quais medidas devem ² e o consumo de entorpecentes? Sartori – ­ ± ­ Ƥ ± Ǥ ͜͞͝͡ǡ ­ À ­ ͜͝ǡ͞ Ǥ ï Ù Ù Ǥ Ƥ Ǥ ± Ǥ ² Ǥ ­ ± ± Ǥ

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ȋ Ù

­ ² Ȍǡ ͝ǡ͟ Ȃ Ǥ Ù ǡ ǡ ǡ ­ Ǥ ± ­Ù Ƥ Ǥ Uma das prioridades apontadas ȋ Ȍ ± ­ Ǧ͟͜͝Ǥ À ǡ cantado, Arroio do Meio e Lajeado. ǡ ǫ Sartori – ­ nossas estradas é um trabalho de extre ǡ ­ ­ Ǥ ǡ ǡ ­ ǡ Ƥ Ƥ ǡ À ­ trafegabilidade nas estradas. Embora ǡ À Ƥ Ǥ Ȃ ± Ǥ



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