Caderno Você - 18 e 19/02/2023

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De volta à avenida

Após dois anos de pandemia, as escolas de samba voltam a desfilar. Encontrar uma estratégia para um carnaval sustentável e formas de manter a comunidade engajada estão entre os desafios das instituições para os próximos anos.

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FIM DE SEMANA, 18 E 19 FEVEREIRO 2023 edição nº 379

Cultura nas marchinhas e na ponta do pé

Ao som do pandeiro, do batuque, do samba-enredo, entra pela avenida os foliões fantasiados. Muito brilho, muita festa. Muita história. Essa cena dos sambódromos é fácil de imaginar. Mas, se prestarmos atenção, a festa não é só festa. É cultura, é tradição. O nosso carnaval, como conhecemos, é celebrado este ano no dia 22 de fevereiro. Característico pelo ritmo do samba envolvente, ele é democrático e, mesmo quem não sabe sambar, arrisca alguns passos e pode ser passista na hora de ir às ruas. Mas nem sempre a festa foi assim. Essa tradição cultural brasileira, na verdade, como quase tudo o que chega aqui, veio dos portugueses, que trouxeram ao Brasil uma mistura da marcha açoriana com ritmos norte-americanos. Em terras sul-americanas, a criatividade, o molejo e a alegria transformaram o carnaval. Na década de 30, o gênero se consolidou.

Sabe aquela marcha que a gente conhece bem? “Ó abre-alas que eu quero passar/Eu sou da Lira, não posso negar/Ó abre alas que eu quero passar/Rosa de Ouro é quem vai ganhar”. Foi a primeira letra feita especialmente para o carnaval.

Depois, surgiram outras, como a “Marcha do Caracol”, de Peter Pan/Afonso Teixeira, “Pedreiro Waldemar”, de Roberto Martins/Wilson Batista, e tantas outras. Lembro, aqui, a letra da primeira: “Há quanto tempo não tenho onde morar/ Se é chuva apanho chuva/Se é sol apanho sol/Francamente, pra viver nessa agonia/ Eu preferia ter nascido caracol”.

Não sei se vocês lembram de uma reportagem já vinculada no Grupo A Hora sobre uma família de viajantes de Arroio do Meio que foi rolando em um barril até o Rio de Janeiro? Há quem diga que essa aventura tenha inspirado a marchinha.

Mas, antes disso, se a gente observar bem, essa letra também carrega um tema importante como, por exemplo, a habitação.

Da mesma forma que a marchinha “Pedreiro Waldemar”, que diz: “Você conhece o pedreiro Waldemar?/Não conhece, mas eu vou lhe apresentar/De madrugada toma o trem da circular/ Faz tanta casa e não tem casa pra morar/Leva a marmita embrulhada no jornal/Se tem almoço, nem sempre tem jantar/O Waldemar, que é mestre no ofício/ Constrói o edifício e depois não pode entrar”.

Esses são exemplos, mas o carnaval traz muito mais a cada ano.

Seja como for, nos sambódromos, nas ruas ou dentro das casas, não há como negar a cultura que carrega cada samba-enredo. É por meio dela que a gente aprende, se torna mais diverso, mais empático. As escolas nos mostram isso: o carnaval é vida e a gente não pode deixar ele morrer!

Boa leitura!

AGENDA

Confira a agenda do fim de semana e os blocos de carnaval que ocorrem pelo Vale

Carnavolúpia

Em Lajeado, no sábado, 18, ocorre a segunda festa do Carnavolúpia, com o DJ Jefin. No dia da festa, o ingresso custa R$35. Já na segunda-feira, 20, a folia é comandada pela DJ Laiz, DJ Natus e DJ Guti. Na noite da festa, o valor é de R$50.

Em Vespasiano Corrêa

Na segunda-feira, 20, ocorre a folia de rua regional com a presença de blocos de carnaval e show de banda. Evento ocorre a partir às 20h, na avenida Professor Sérgio Beninho Gheno, no Centro do município, com entrada gratuita.

Festas e bloquinhos pela região

Em Taquari, festa de rua

Na noite da terça-feira, 21, o “Arrastão da Folia – Vem que tem” passa pela Rua Sete de Setembro. A concentração inicia às 21h, em frente à agência dos Correios, e às 22h, o bloco dos foliões segue até a Wisqueria, ainda na mesma rua. A via estará iluminada, com carro de som e banheiros químicos. A programação também terá a participação de agremiações de Bom Retiro do Sul e Triunfo.

Bloquinho Infantil do Shopping Lajeado

Voltada para crianças e famílias, a atividade será no dia 25 de fevereiro, às 15h, e envolve oficinas carnavalescas, momentos de recreação, dança e coreografias. O evento ocorre na sala 252 e, para a entrada, é solicitada a doação de um item de material escolar. A arrecadação será feita pelo Rotary Club de Lajeado, com a distribuição para a rede pública de ensino da cidade.

Baile de Verão e Enterro dos Ossos em Estrela

A Sociedade Rio Branco promove o Baile de Verão & Enterro dos Ossos no dia 25 de fevereiro. Na noite, a banda Barbarella se apresenta, assim como o cantor Dionata Severo. Serão 15 mesas disponíveis, que podem ser reservadas pelo telefone 98152-8170.

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Bastidores
Bibiana Faleiro

Ao promover esse encontro, promovemos uma melhor recuperação aos pacientes.

Eu sou bem-vindo no HBB!

No HBB recebemos a visita do seu pet. Sabemos que estar no hospital pode ser difícil, então proporcionamos essa visita para trazer alegria, amor e diversão para o dia do nosso paciente. Para garantir a segurança e o bem-estar de todos, pedimos que você siga algumas orientações importantes: seu animal deve estar saudável e limpo, e você deverá apresentar a documentação veterinária com vacinas atualizadas à equipe. Aqui seu pet será sempre bem-vindo!

Saiba mais em:

CRM / RS 15403 FIM DE SEMANA, 18 E 19 FEVEREIRO 2023 | Você | 3
Diretor Técnico Dr. Fernando Bertoglio

Abra alas para as festas de Carnaval do CTC

Finais do Torneio de Férias tem nova data

Devido à chuva da última terça (14/02), as rodadas seguintes do Torneio de Férias do CTC foram alteradas. Com isso, as partidas das semifinais e finais serão disputadas nas seguintes datas:

Chegou a hora de embarcar no ritmo da alegria e cair na folia com o Enterro dos Ossos e o Carnaval Infantil do Clube Tiro e Caça. As festas são excelentes opções para quem quer curtir o clima carnavalesco sem sair da cidade e aproveitar junto da família.

O Enterro dos Ossos acontece no dia 25 de fevereiro , às 22h, no Salão Social do Clube. O evento é aberto ao público e terá como atrações principais o “Bloco do Cascata” e o grupo

Folia para a garotada

Na tarde de 04 de março , a diversão rola solta no Carnaval Infantil, com a apresentação da Companhia Aprendiz. Brinquedos infláveis, brincadeiras com o professor Paulinho e um desfile de fantasias, que premiará os melhores trajes de Carnaval, também serão as atrações da festa.

“Samba D’boa”. Depois a alegria fica por conta de alguns DJs da região. Os ingressos podem ser adquiridos no valor de R$ 20 para sócios e R$ 30 para demais interessados. Eles estão disponíveis na secretaria do Clube, para ambos os públicos, e no posto Fascina, somente para não associados.

O Bloco do Cascata também disponibilizará camisetas, que podem ser adquiridas por R$ 40,00. O valor inclui o ingresso para a noite.

O evento, que inicia às 15h, será aberto ao público. Os ingressos podem ser adquiridos na secretaria do Clube, a R$10,00. O valor dará direito a consumação para os sócios do CTC. No dia do evento, também haverá venda de ingressos, porém sem direito a consumação para ambos os públicos.

23/02 - Semifinais

02/03 - Finais

Melhorias são aplicadas no Campo A

Para garantir a diversão e qualidade das partidas de minifutebol, o CTC realiza algumas reformulações no Campo A. O espaço receberá um novo gramado, manutenção da cerca e aperfeiçoamento das áreas do entorno, para que os sócios possam acompanhar de perto as emoções dos campeonatos.

As obras têm previsão de término para final de março. Durante este período, pedimos a compreensão e colaboração de todos os sócios.

Últimos dias para inscrições no Torneio de Tênis Qualifying

Encerra no dia 25 de fevereiro o período de inscrições para o Torneio de Tênis Qualifying do CTC. O evento é voltado aos sócios e será disputado nas categorias Feminina (1ª Classe) e Masculino (1ª, 2ª, 3ª e 4ª Classe). As disputas acontecem entre os dias 03 e 05 de março.

Para participar, os interessados devem fazer a inscrição pelo e-mail esporte@ctclajeado.com. br ou nos telefones (51) 37102649 e (51) 9 8153-1222. Mais informações, acompanhe o site ctclajeado.com.br ou o instagram @ctclajeado.

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É carnaval, mas nem tudo é festa

Conselho da Mulher de Arroio do Meio reuniu dicas para as mulheres curtirem a folia longe de assédio ou importunação

Com a proximidade das festas de carnaval, instituições de segurança da mulher estão em alerta e dão dicas para que elas possam curtir a folia sem medo.

Em comentário durante o programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, na quinta-feira, 16, a professora universitária e delegada aposentada Elisabete Barreto Müller lembra que a festa de carnaval é popular pela alegria, mas que nem tudo é permitido.

Ela cita algumas dicas do Conselho da Mulher de Arroio do Meio, para mulheres que frequentam as festas nesta época do ano. “Não precisaria disso se a sociedade fosse civilizada no real sentido da palavra. Uma mulher não deveria ter medo de sair de casa”, destaca.

A professora ressalta que os cuidados são necessários, no entanto, porque já existe um histórico de problemas relacionados ao assunto. E, quando o recado é dado para as mulheres, ele também deve ser passado aos homens.

Para que qualquer contato ocorra, a mulher deve consentir. Caso contrário, o ato se configura como um crime.

Elisabete destaca que além do estupro ou estupro de vulneráveis, existe o crime de importunação sexual, que consiste em praticar, sem consentimento, o ato libidinoso, com o objetivo de satisfazer o próprio prazer sexual.

Segundo dados do setor de segurança do Estado, em 2022, foram registrados 2077 casos de importunação sexual no Rio Grande do Sul. A pena para o crime é de 1 a 5 anos.

Dicas do Conselho da Mulher de Arroio do Meio

• Andar em grupos é recomendado, uma vez que amigas (os) podem intervir em situações. Você pode até combinar algum sinal durante algum desconforto;

• Levar instrumentos sonoros, como apitos, pode ajudar a alertar pessoas ao redor caso você esteja precisando de ajuda;

• Cuide da sua bebida. Por mais antigo que o conselho seja, não deixe seu copo sozinho ou aceite bebidas de pessoas estranhas;

• Use preservativo. É essencial para qualquer relação sexual, pois além de proteger de infecções sexualmente transmissíveis, evita gravidez indesejada;

• Volta para a casa. Volte na carona de amigos que não estejam embriagados, ou de profissionais confiáveis. Assim, diminui o risco de abusos e estupros.

• Fique esperta! Se você for de carro, certifique-se de que não há ninguém próximo ao carro quando for buscá-lo. Se possível, evite estacionar em ruas desertas;

• Ligue 190! Ligue sempre que estiver em situação de perigo. Relate a situação, diga o local e o município onde se encontra.

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Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br
COMPORTAMENTO

Para não deixar

CARNAVAL

Sem depender

Plumas coloridas, lantejoulas e tecidos brilhantes compõem as fantasias dos foliões. Desde as vestimentas aos carros alegóricos que descem as ruas da cidade, o carnaval é feito pelas mãos de voluntários. Mas é preciso investimento para que o evento atraia os curiosos moradores. Mais do que uma festa para promover o turismo nos municípios, os desfiles trazem às avenidas, a cultura, por meio

dos figurinos, das danças e do tradicional samba-enredo.

Em Bom Retiro do Sul, o tema da escola de samba Inhandava neste ano resgata histórias de mulheres que passaram pelo município, em áreas como saúde, educação e esportes. Mais do que uma homenagem, a

CRONOGRAMA DOS DESFILES

Em Estrela Em Venâncio Aires

No sábado, 18, ocorre a primeira edição do Carnaval em Estrela.

O desfile será na Rua Arnaldo J. Diehl, no trecho entre o Parque Municipal da Lagoa e a Escadaria de Estrela, a partir das 20h. Além da Renascer do Samba, desfilam também a Inhandava, de Bom Retiro do Sul, e a Moleque Atrevido, de Encantado.

O tradicional desfile será nos dias 18 e 20 de fevereiro, com início às 20h. Cinco escolas de samba descerão a Osvaldo Aranha, entre a Conde D’Eu e a Barão do Triunfo. Desfilam a Acadêmicos do Samba Négo, a Fiel Tribo Guarani, a Imperatriz Cultural e, de forma conjunta, a Malandros do Ritmo e a Unidos da Vila Freese. O desfile não será competitivo, mas exigirá o cumprimento de normas.

escolha também busca servir de crítica e exemplo para que o empoderamento feminino seja um tema prioritário da cidade. Na comissão de frente da escola está o presidente Bruno Petry. Fundada pelos pais dele, Leny e Airton Petry, há 40 anos, a Inhandava conta, hoje, com cerca de 200 pessoas.

Com oito alas, a escola desfilou na noite de sexta-feira pela rua Jorge Fett, ao lado também do Bloco dos Palhaços, de Lajeado, e das escolas Renascer do Samba, de Estrela, e Moleque Atrevido, de Encantado, que desfilam juntas, devido a falta de integrantes em cada uma.

Para manter uma escola viva

De acordo com Bruno, esta é uma das situações que as escolas enfrentam, hoje, além da diminuição de recursos recebidos pelas prefeituras. Apesar disso, acredita que o carnaval não deva depender do município.

Na Inhandava, uma tradicional gincana auxilia na arrecada-

ção financeira, assim como patrocínio de empresas. Há cerca de cinco anos, R$ 15 mil eram destinados ao carnaval da cidade. Hoje, são pouco menos de R$ 4 mil. Mas o poder público ainda é responsável por organizar as ruas para a passagem das escolas, montar palco e garantir a segurança.

Em contrapartida, a escola não cobra cachê. Com os municípios onde os foliões da Inhandava também desfilam, é a mesma coisa. As prefeituras pagam apenas o transporte e um lanche aos músicos e dançarinos.

Bruno diz que, na pandemia, as leis de incentivo à cultura auxiliaram a escola a manter as atividades. “A gente criou um projeto e nos inserimos nas comunidades, com aulas de bateria e dança. Um dos nossos diretores é historiador e dava aulas em contexto histórico carnavalesco. Em troca disso, entramos para a lei”, comenta.

Ele destaca que é preciso dedicação para que o carnaval atraia espectadores. “Se a gente não tiver um carro alegórico, não vai ter gente vindo assistir.

Pra gente poder movimentar o carnaval, tem que investir nele”, observa.

Tradição de 40 anos

“É impossível fazer um carnaval esperando só recurso da prefeitura. Não é viável”, enfa-

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de recursos dos municípios para festejar, escolas encontram em eventos, leis de incentivo e gincanas, um modelo sustentável para manter a tradição
Neste ano, a escola Inhandava, de Bom Retiro do Sul, homenageia as mulheres que fizeram história na cidade
Por mais que a pessoa fala que não gosta, quando chegamos na avenida ela está lotada”
Moacir Eisermann produtor da Associação Esportiva e Cultural
JÚLIA AMARAL
Fiel Tribo Guarani

deixar o samba morrer

tiza o produtor da Associação Esportiva e Cultural Fiel Tribo Guarani, Moacir Eisermann, de Venâncio Aires. Para ele, o segredo para tornar a festa sustentável é ter bons parceiros e patrocinadores, além de escolher um tema que envolva a comunidade.

Neste ano, a Fiel Tribo Guarani vai homenagear os “10 anos Caravana Luzes de Natal”, evento que ocorre em dezembro e envolve mais de 150 pessoas e 10 carros iluminados. Os mesmos veículos serão utilizados no desfile pela Osvaldo Aranha, o que representa economia na produção. Da média de R$ 45 mil necessários para efetivar o desfile, cerca de 40% são recursos do governo municipal.

Mais de 800 pessoas se envolvem na produção da festa. Só na Fiel Tribo são 130. “A gente tem certeza que nas duas noites vão ter de 30 a 40 mil pessoas na rua. Por mais que a pessoa fala que não gosta, quando chegamos na avenida ela está lotada”, brinca o produtor.

Já Valdir Antonio Ferreira nunca escondeu o gosto pel festa. Desde os três anos, participa das escolas de samba e, em 2023, completa 10 anos como Rei Momo de Venâncio Aires, além de ser presidente da Liga do Carnaval da cidade.

“É uma festa importante para todo mundo. Hoje o carnaval é saúde, porque é alegria. As pessoas vêm participar já na expectativa de ter uma alegria a mais na sua vida”, ressalta. Para Ferreira, a comunidade tem sido participativa e é a grande responsável por manter a folia viva até hoje.

O carnaval em Venâncio Aires faz parte do calendário de eventos há mais de quatro décadas. Hoje, o município conta com cinco escolas de samba. Antes disso, algumas eram blocos. Para fazer a transição, é preciso ter cinco alas, dois carros, ter comissão de frente, bateria, mestre-sala e porta-

-bandeira e estandarte, além de mais de 100 pessoas.

Berço de família

Em 2019, o Bloco Renascer do Samba, de Estrela, se tornou escola de samba. À frente do grupo, está Adriana da Silva Vidal, que tem no gosto pela folia, um exemplo de família, assim como grande parte dos carnavalescos.

Na noite deste sábado, 18, Adriana desfila pela Renascer como passista, ao lado dos três filhos. Esta é a primeira edição do carnaval no município, que conta com a participação das escolas Inhandava, de Bom Retiro do Sul, e Moleque

Atrevido, de Encantado. A presidente conta que a preparação para a festa começa meses antes, com arrecadação de recursos. Apesar do auxílio do município, a busca por patrocínio é importante para manter a escola aberta. Para esse ano, a Renascer também quer promover ofi-

cinas culturais. “Não dá para ficar sentado esperando que o poder público nos alcance. Temos que mostrar trabalho e, graças a Deus, temos pessoas que simpatizam com nossa causa”, ressalta a presidente. O grupo vai às ruas com 100 pessoas que dão voz e figurino ao tema “Vaso ruim não que-

bra”, que fala da

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A Corte de Venâncio Aires é formada pela Princesa Luana Henckes (e), Rei momo Valdir Ferreira, Rainha Sandriele Soares e princesa Mayara de Oliveira Esta é a primeira edição do carnaval de Estrela, que passa pela Rua Arnaldo J. Diehl Com exemplo do pai, Adriana segue na tradição do carnaval e, hoje, é presidente da escola Renascer do Samba, de Estrela DIVULGAÇÃO BIBIANA FALEIRO BIBIANA FALEIRO resistência do povo em não deixar o carnaval morrer.

FESTIVAIS DE ARTES CÊNICAS DO RS Tá por dentro?

Acho importante disseminar informações sobre movimentos artísticos que temos com força em nosso estado e, que, mesmo relevantes, nem sempre circulam em conhecimento até todas as pontas.

Sempre ouvi falar sobre os festivais de artes cênicas do RS, inclusive participei de um deles aos 10 anos quando fui agraciada com o meu primeiro troféu, como atriz destaque, vivendo um engraxate, com direção da minha conterrânea talentosa Laura Peixoto.

Há dois anos fui convidada a assumir a direção do Instituto Estadual de Artes Cênicas, equipamento cultural da Secretaria de Estado da Cultura, e desde então, me debrucei sobre um trabalho de pesquisa constante e atenção às demandas e às necessidades da classe. Dentro de um diagnóstico inicial, de imediato surgiu a urgência de suporte, fomento, e impulso, direcionado aos festivais.

Demanda antiga esta, uma vez que, em geral, o histórico dos festivais é de muita luta, pouca verba, e retornos e resultados de muita interação, troca de informações e conhecimento, geração de trabalho para a classe artística, e amplo saldo para o município e região. Pois, em pandemia, esse cenário de dificuldade se intensificou e nós entendemos (com o apoio e a aposta da Secretária Bia Araújo), a importância de uma ação imediata e destinada especialmente a este setor.

Pois bem, desenvolvemos o Circuito Formativo para Festivais de Artes Cênicas, no qual contratamos 20 festivais de artes cênicas do RS - distribuídos entre as regiões funcionais do estado - para entregarem oficinas diversas dentro deste amplo segmento, como

contrapartida aos R$ 10.000,00 investidos em cada um. O resultado foi robusto como um todo, o estado recebeu quase 100 oficinas de artes cênicas – entre modo presencial e virtual.

Mas o que me traz a compartilhar essa pauta aqui, é o desdobramento que este projeto teve. A partir deste mapeamento inicial feito sobre os festivais, e do contato e relacionamento que o instituto estreitou com os municípios criadores destes eventos, passa- se a desenvolver uma pesquisa de mapeamento de festivais de artes cênicas no estado como um todo.

Este, pretende aproximar suas classes envolvidas, fornecendo o fortalecimento de vínculos e parcerias de forma a ampliar o alcance e a interação dessas atividades, mobilizando a classe artística em torno de iniciativas de cooperação e multiplicação de recursos e esforços para o fortalecimento dos festivais de artes cênicas, e, consequentemente, da cena artística gaúcha.

Por fim, compartilho o convite a pensar essa pauta como algo que possa ser do interesse dos municípios de modo geral, pensando através da economia criativa da sua comunidade, do impacto que um festival tem na vida dos- também- ‘não artistas’; na vida das crianças, dos idosos, dos restaurantes, da política da cidade; e, claro, dos artistas, que têm a necessidade e o direito de exercer o seu ofício.

O documento já está disponível no nosso link da bio do Instagram (@ieacenrs) e pode ser consultado a qualquer momento.

Para cair na folia com estilo

Delineado colorido

Que tal dar uma nova cara para o delineado tradicional?

Para quem gosta de festa, essa é uma das melhores épocas do ano. Deixar a fantasia ganhar as ruas é o grande barato. A alegria está em todos os lados, inclusive nas roupas, acessórios e maquiagens. Algumas tendências podem completar o visual com ainda mais estilo e conforto. Confira!

Hot pants

O short convencional perdeu espaço para a peça que tem uma pegada retrô, mas com cintura alta. O conforto é garantido. Uma meia calça divertida pode completar o look, que certamente receberá muito brilho.

Aposte nas cores mais vibrantes e até mesmo em formatos inusitados. Com certeza esse é um detalhe que fará diferença.

Adereço de orelha

Não é exatamente um brinco, mas funciona como um. Os adereços de orelha ou “ear cuff” podem ser comprados ou feitos em casa. Para quem gosta de fantasias, os itens podem ajudar a complementar o visual.

Brilho nunca é demais

Seja com pedra de strass ou com glitter, o que não pode faltar de jeito nenhum são os brilhos.

Aposte nas sombras iluminadas e complemente com as pequenas pedras brilhantes. Hoje, diferentes marcas já produzem glitter ecológicos, que não causam danos ao meio ambiente.

Hidratação e proteção!

Não importa o quanto a maquiagem, roupas e acessórios estejam bem apresentados. Se a hidratação e a proteção não estiverem em dia, o carnaval pode virar um problema no dia seguinte. Água e protetor solar são fundamentais para todo folião.

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MODA E ESTILO
OPINIÃO
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Torradas e tortilhas com molhos diversos

Para os foliões que querem reunir os amigos antes das festas de carnaval ou para aqueles que preferem passar a data em casa, há sempre tempo para preparar um bom prato. Para que a refeição seja prática e agrade os convidados, a sugestão são as torradas e tortilhas com molhos.

As torradas são simples, podem ser compradas prontas ou feitas com fatias de pães torrados. A graça do preparo está nos molhos, que podem conter desde frutas a misturas com azeitonas ou grão de bico. Confira algumas sugestões!

Pastinha de queijo

Ingredientes

1 colher (chá) de manjericão fresco picado;

1 colher (chá) de orégano fresco picado;

1 colher (chá) de segurelha; (tempero) fresca picada;

3 folhas de louro picadas;

2 grãos de pimenta-do-reino amassados;

1 xícara (chá) de creme de leite;

1 xícara (chá) de ricota; sal a gosto.

Modo de preparo:

Bata no liquidificador as ervas, a pimenta e o creme de leite. Misture delicadamente com a ricota e tempere com o sal.

Pastinha de iogurte

Ingredientes

1 colher de sopa de cebolinha verde;

1 colher de sopa de mostarda;

2 colheres de sopa de vinagre;

1 copo de iogurte desnatado natural; sal a gosto.

Modo de preparo:

Misture todos os ingredientes em um recipiente e sirva gelado.

Patê de azeitona preta

Ingredientes

200 g de azeitona preta sem caroço;

1 xícara (chá) de ricota fresca;

2 xícara (chá) de creme de leite;

¼ de xícara (chá) de azeite;

2 colheres (chá) de sal.

Modo de preparo:

No processador ou liquidificador, bata todos os ingredientes até obter uma pasta homogênea. Transfira para uma tigela, cubra com filme plástico e leve à geladeira durante 30 minutos ou até servir.

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ÁGUA NA BOCA

Para a quarta-feira de cinzas, sucos naturais

Uva e coco

Essa receita com suco de uva tinto integral promete combater a acidez sanguínea e estimular as funções hepáticas enquanto ajuda no bom funcionamento digestivo. A água de coco apresenta alto poder hidratante e o gengibre pode diminuir as náuseas e azia. O suco se completa com beterraba, excelente fonte de ácido fólico, fibras, manganês e potássio – ótimas propriedades para a saúde do trato intestinal.

Ingredientes

100 ml de suco de uva tinto integral;

100 ml de água de coco (in natura ou comprada no mercado);

1 beterraba de tamanho médio;

4 lasquinhas de gengibre.

Açaí e banana

Já o suco de açaí e banana é uma combinação rica em potássio e vitamina B6, agentes que vão ajudar a restabelecer o corpo, dando força e disposição. O gengibre terá o mesmo efeito calmante para náuseas, enquanto a laranja entra como um complemento de potássio e sódio.

Ingredientes

100 ml de açaí com banana (se não encontrar uma opção de açaí com a banana inclusa, pode adicionar a fruta in natura);

100 ml de suco de laranja;

4 lasquinhas de gengibre.

Modo de preparo:

Bata todos os ingredientes no liquidificador até estarem bem misturados e beba gelado.

Modo de preparo:

Bata todos os ingredientes no liquidificador até estarem bem misturados e beba gelado.

FIM DE SEMANA, 18 E 19 FEVEREIRO 2023 | Você. | 11 ÁGUA NA BOCA
Depois de dias de festa, alguns exageros são comuns. Para se recuperar do Carnaval, as comidas mais leves e desintoxicantes são as melhores opções

APRESENTA

APRESENTA

pela Univates em 2022A

Orientador: Guilherme Osterkamp

Débora Caterine Costa debo_costa94@yahoo.com.br

Vitor Augusto Saling

Arquiteto e urbanista formado pela Univates em 2022/B

Acriação de um Centro de Desenvolvimento Cultural e Educacional foi o objetivo do projeto desenvolvido pela arquiteta formada pela Univates em 2022/A, Denise Andréia Führ, para o trabalho de conclusão do curso.

Orientador: Guilherme Osterkamp

Facilitar a interação com a comunidade e o ambiente externo é a grande aposta do projeto da arquiteta recém-formada pela Univates, Débora Caterine Costa, para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O prédio, pensado como uma nova sede para as três empresas que formam o Grupo Popular, também possui espaço para abrigar outros empreendimentos. Sacadas e visuais foram adotados para garantir uma expe -

m espaço para hospedagem e trabalho foi a proposta do arquiteto Vitor Augusto Saling, formado pela Univates em 2022/B. O projeto, elaborado para o Trabalho de Conclusão do Curso (TCC), se chama Hostel e Coworking Araucária, com a ideia de ser viabilizado pela iniciativa privada.

UA ideia foi inserir o centro na cidade de Estrela, como um espaço adequado para diversas atividades. Assim, o Criar Centro de Desenvolvimento Cultural e Educacional também propõe ofertar eventos e atividades diurnas, para os idosos, crianças e jovens, em especial, no turno inverso escolar. Para os adultos, as atividades serão concentradas nos turnos vespertino e noturno. Além disso, ocorrerão diferentes eventos abertos ao público, como palestras, encontros gastronômicos e pequenos eventos musicais. A ideia é que o espaço se torne referência para os municípios e atraia moradores de toda a região.

riência diferenciada aos usu ários, explica a profissional. A construção busca ampliar a visibilidade e a interação das empresas com a comunidade, por isso, o projeto também prevê uma cafeteria no andar térreo. “A ideia é atrair tanto o público que trabalha e frequenta o prédio, como a comunidade em geral”.

ambiente foi projetado con forme as necessidades dos usuários, mas a partir da mesma estratégia de cores da área externa.

Entre as texturas, destaque para o equilíbrio entre os brises de madeira e o concreto aparente. Na parte interna, também foram adotados carpetes para ajudar no conforto acústico, além de painéis em MDF para compor cada área, conforme a finalidade.

escolas públicas. Além de proporcionar apresentações teatrais e músicas por meio de editais e leis de incentivo à cultura.

Na parte externa, cores neutras como cinza, preto e tom de madeira foram escolhidas para transmitir sensação de aconchego, destaca Débora.

Parcerias

A estrutura fica localizada na área central da cidade, a fim de proporcionar conforto, comodidade e qualidade de vida aos usuários. Entre os conceitos norteadores do projeto, estão as palavras “luz”, “verde”, “sustentabilidade”, “destaque”, “atrativo”, “notável” e “arborizado”.

“O conceito vem de vários fatores. As ideias pregadas pelo

Denise destaca que para a viabilização do projeto, foi pensado em uma parceria público-privada, com o objetivo de ofertar oficinas gratuitas, em especial,

PATROCINADORES

A ideia é que o espaço também sirva como locação para eventos e palestras de empresas e pessoas interessadas. O centro contará com salas comerciais, cafeteria, e abrigará a biblioteca pública em um ponto de fácil acesso e visibilidade.

A cafeteria possui tom de concreto, laje e esquadrias escuras. A madeira, utilizada tanto nos brises, como no mobiliário, busca proporcionar um ambiente acolhedor.

Hostel e Coworking, juntas, transformam os espaços em novas formas de se ver a moradia e a forma de trabalhar”, observa o arquiteto.

“O propósito do centro cultural é realizar o encontro de pessoas, indiferente de raça, cor e classe”, destaca a arquiteta.

Hostel e Coworking Araucária

Os demais espaços possuem uma paleta de cores semelhantes, porém mais claras, o que garante mais conforto

destre e trazer maior aconchego. Como estratégias bioclimáticas criou-se recuos proporcionais a cada incidência solar, bem como a perfuração da laje superior para se ter o efeito chaminé, possibilitando a refrigeração dos ambientes e a entrada de luz natural.

Além disso, na fachada, foram utilizados painéis em concreto polímero e estrutura metálica para a ventilação, com aumento, também, da inércia térmica e diminuição da entrada de calor.

De acordo com Saling, o hostel é um tipo de hotel voltado ao público jovem. A ideia é que o lugar hospede viajantes de diferentes nacionalidades que desejam compartilhar experiências também no coworking.

Materiais utilizados

Quanto à estrutura, além do uso de Laje nervurada, o projeto optou por deixar os ângulos de 90º arredondados com aplicação de madeira no pavimento térreo,

taca o arquiteto. Sendo assim, o projeto buscou conceitos como compartilhamento de experiências, ambientes inspiradores, sustentabilidade e integração social e profissional, e prevê a utilização de energia solar, captação da chuva, fechadas verdes e construção a seco.

Segundo a profissional, a escolha dos materiais considerou a disponibilidade no mercado, beleza, funcionalidade, custo-benefício e qualidade acústica e térmica.

destacam pela durabilidade. O carpete, por exemplo, tem uma durabilidade média. Pode ser substituído com facilidade, se necessário, mas com o devido cuidado, dura bastante tempo”. Por fim, para destacar a fachada, foram adotados materiais como o concreto e revestimentos metálicos. Esquadrias piso-teto e pilares demarcados também marcam a identidade do prédio e garantem mais

A estrutura

“Esta materialidade exige pouca manutenção, apenas a sua higienização”, destaca a arquiteta.

“É uma nova maneira de pensar sobre o ambiente de trabalho, seguindo a tendência de freelancers e startups”, des-

A cobertura conta com a impermeabilização e colocação de argila expandida para uma melhor eficiência térmica. Assim como espelhos d’água e vegetação para o resfriamento evaporativo.

A materialidade partiu de uma estrutura metálica, com pilares e vigas do material. O fechamento de todo o edifício é feito em stell frame, material construtivo industrializado, desde as paredes internas às externas. As exceções são paredes executadas em gesso acartonado, que usa papel-cartão no revestimento. Todas as lajes do edifício também são em stell deck, exceto a laje do subsolo, projetada em concreto in-loco.

O projeto de interiores, assim como o arquitetônico, teve como ponto de partida o uso

de materiais naturais, a fim de garantir o contato com a natureza. Sempre em busca do conceito da biofilia, estes elementos trazem grande personalidade e presença ao projeto.

A biofilia é uma tendência em arquitetura e design de interiores baseada na conexão entre o ser humano e a natureza para melhorar o bem-es-

tar. Além disso, Saling optou pelo uso de cores no ambiente e muita vegetação.

O arquiteto ressalta que o coworking é dividido em setores, com área colaborativa e de estudo individual. O maior setor é dedicado à área coletiva. Já o hall do pavimento permite encontros informais, além de socialização.

12 | FIM DE SEMANA, 30 E 31 DE MAIO DE 2020 12 | Você. | FIM DE SEMANA, 18 E 19 FEVEREIRO 2023
REALIZAÇÃO
APRESENTA
REALIZAÇÃO com possibilidade de ser executado.
IMAGENS JEANDRES ROSA
REALIZAÇÃO
Bibiana Faleiro bibiana@grupoahora.net.br

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