Caderno Você

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ao recomeço FORÇA E AMPARO

Na semana seguinte à maior tragédia ambiental do Vale do Taquari, especialistas alertam para os cuidados necessários com saúde mental Páginas 4 e 5

FIM DE SEMANA, 16 E 17 SETEMBRO 2023 edição nº 404

Escutar para ser escutado

Meio ambiente: mecanismos de recompensa ou uma nova ética?

Passados cinco anos, estou de volta na Univates, no Mestrado de Ambiente e Desenvolvimento. Tentei algumas leituras na área. Atraiu-me a atenção considerável diferença com a qual os temas eram encarados quando eu era mais jovem.

Na falta de um sentido, outros se tornam mais aguçados.

Olhos, ouvido, boca e nariz. Mas uns são mais presunçosos e não dão espaço para os outros. De todos eles, a fala me parece a mais sagaz. Enquanto os ouvidos são os que recebem menos espaço no nosso dia a dia. Hoje, a fala é também por meio de posts nas redes sociais e mensagens no celular. E, cada vez mais, ela sai sem pensar. A fala, por mais importante que seja, é o sentido que tem mais potencial para ferir. Em especial, quando não utilizada com sabedoria.

Por outro lado, ela também é alento, desabafo, um ato de carinho. Ela é capaz de transformar um sentimento, e aliviar um pouco o peso carregado

por alguém. Ainda que poten-

te, quase sempre só ela não passa toda credibilidade. É preciso, também, ação.

Seja como for, as nossas maneiras de falar dizem muito, por mais redundante que possa ser. E, dependendo de como a usamos, podemos fazer mais mal do que bem.

Enquanto isso, a escuta se torna cada vez menos valorizada. E cada vez mais necessária.

A escuta que escuta o desabafo traz conforto para as palavras. A escuta que recebe um elogio, internaliza coisas positivas.

Talvez já tenha sido diferente, mas hoje, não há mais um equilíbrio. E a escuta, por não ser mais natural, precisa ser trabalhada. Na verdade é bastante simples. Basta tomarmos consciência dos nossos sentidos a cada momento. E, em uma conversa, transformar os monólogos em diálogos.

Certamente vivi um tempo no qual se reclamava urgência para as questões ecológicas, o que era decorrência, muitas vezes, de prognósticos apocalípticos e nostradâmicos. Tinha-se a sensação de que, não refreando as ações antrópicas, o mundo entraria em colapso a qualquer minuto. Esse lapso temporal curto, a ponto de comprometer a vida da pessoa, levava a um envolvimento feroz do sujeito. Digo, portanto, que não era somente um engajamento desprendido, que não abrangia o “eu”, como alguns pretendem. Havia algo de egoísta que, também, movimentava.

Os anos foram passando, o fim do mundo não chegou. Apesar do maior conhecimento obtido sobre diversos desses temas, na prática, o compromisso das pessoas, hoje, parece muito distante do necessário para barrar efeitos danosos de grande monta. Ao menos a quilômetros daquele empenho que ocorria há décadas, quando éramos movidos por algo que acreditávamos inadiável.

surge como fator secundário, mas faz gol. Outra maneira de encarar o assunto é, numa linha de raciocínio muito próxima com a adotada pelo filósofo Michael Sandel, apostar as fichas em uma nova ética possível. Em vez de dar demasiado crédito à meritocracia como fator individual, um dos motores do capitalismo, passar a reconhecer o esforço quando a pessoa consegue algo que contribui para o bem comum. Gatilho de recompensação como paliativo. Modificar o imaginário, volvendo as glórias para as realizações em torno do bem coletivo, a meta final. Em questão de meio ambiente, estamos apartados de ambos. Iniciar onde?

Certamente vivi um tempo no qual se reclamava urgência para as questões ecológicas, o que era decorrência, muitas vezes,

Escutar e querer ser ou-

Parece a receita. Em especial,

Escutar e querer ser ouvido, tudo na medida certa. Parece a receita. Em especial, em dias como estes. Mas para a vida toda também. Melhor que isso, é só servir a receita com café!

Boa leitura!

Com as previsões mais pessimistas afastadas, sem novas datas exatas para que os prejuízos se façam visíveis, novas gerações, muito mais narcísicas, preterem a urgência e procrastinam. Parece-me que na sociedade do consumo e das redes sociais, ligada a mecanismos de recompensa imediatos, as demandas por participação maior em arguições ambientais não produzem dopamina. Principalmente por preverem resultados a longíssimo prazo e difusos.

Para reocuparem um lugar central, acredito que precisariam encontrar formas de dar a ignição ao mecanismo de recompensa. A energia solar, por exemplo, está ligada à sensação de prazer, porque oferece um cálculo atraente de redução de custos. O meio ambiente

2 | Você. | FIM DE SEMANA, 16 E 17 SETEMBRO 2023 Bastidores
de prognósticos apocalípticos e nostradâmicos”
Bibiana Faleiro
OPINIÃO
escritor Jandiro Adriano Koch
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Escuta e empatia na hora

Mês dedicado à prevenção do suicídio, o Setembro Amarelo também é um alerta à saúde mental. Especialistas dão dicas de como lidar com o assunto depois da tragédia no Vale do Taquari, e voluntários dão exemplo de solidariedade

comunidades.

Ocuidado à saúde mental é um assunto que não sai de moda. Se o tema já foi um tabu, hoje, é compartilhado por profissionais da saúde, inclusive pelas redes sociais. Não é preciso um grande evento para que a atenção ao tema seja importante.

Por outro lado, tragédias como a que o Vale vive desde a segunda-feira, 4, quando a enchente atingiu milhares de famílias, ganha ainda mais valor. A temática também é um dos destaques do mês, com a campanha de prevenção ao suicídio, Setembro Amarelo.

Tem muitas pessoas que agora estão buscando pelo mínimo. A parte emocional não vai aparecer agora. Mas em breve teremos uma onda de doenças mentais”

Muriana Muccillo psicóloga

Com experiência como voluntária na tragédia de Brumadinho, quando a barragem rompeu em 2019, e tendo atuado no Haiti, a psicóloga Marly Perrelli, moradora do Paraná, veio ao Vale do Taquari para auxiliar as famílias das vítimas e pessoas desabrigadas pelas cheias do Rio Taquari. Ela faz parte da Rede de Apoio Psicossocial (RAP), que busca levar saúde mental às

Entre as principais atividades desenvolvidas pelo grupo, ela destaca a informação. “As pessoas muitas vezes não sabem como se comunicar, o que dizer e o que não dizer. Então viemos para isto também”, reforça.

Depois da enchente

Ouvir o que as vítimas da enchente têm para dizer também é uma forma de ajudar quem perdeu tudo o que tinha. Nos dias seguintes à tragédia, é comum que os sobreviventes repitam muitas vezes as mesmas histórias sobre o desastre.

Profissionais destacam que o cuidado com a saúde mental, desde o princípio, é fundamental. “Tem muitas pessoas que agora estão buscando pelo mínimo, por comida, por casa. A parte emocional não vai aparecer agora. Mas em breve teremos uma onda de doenças mentais e de transtornos psiquicos”, afirma a psicóloga Muriana Muccillo.

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pode chegar a oito sessões.

Ela ressalta que, com a ajuda de profissionais, é possível reconstruir referências e enfrentar os medos. Para facilitar e incentivar consultas com psicólogos e psiquiatras, a plataforma SOS Brasil Psicanálise oferece atendimentos gratuitos. O telefone para contato é (53) 98104-0202. Conforme Muriana, são mais de 70 psicanalistas disponíveis para atendimento emergencial, que

Cuidado com as crianças

Muriana lembra que, no caso das crianças, as dificuldades podem ser maiores. “É importante que as crianças sejam amparadas, porque é nesse momento que elas estão construindo o alicerce psíquico”, explica.

Se os traumas não forem tratados, é possível que eles perdurem em toda a vida adulta.

Como diferenciar tristeza e depressão?

• Tristeza tem motivo. A pessoa sabe que está triste;

• A depressão é uma tristeza profunda e muitas vezes sem motivo aparente. Mesmo se algo bom acontecer, a pessoa continuará triste;

• A pessoa triste pode ter sintomas no corpo, como sentir aperto no peito, taquicardia, chorar;

• Quem está triste costuma ter pensamentos repetitivos sobre a razão da tristeza;

• Quando deprimida, a pessoa sente, pelo menos, duas semanas de tristeza profunda e contínua.

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SAÚDE Nos espaços desenvolvidos pela Univates, as crianças puderam brincar, contar histórias e interagir de forma lúdica A escuta empática é uma importante ferramenta para combater problemas da saúde mental

de lidar com as emoções

Fatores de risco

• Histórico familiar

• Transtornos psiquiátricos correlatos

• Estresse crônico

• Ansiedade crônica

• Disfunções hormonais

• Sedentarismo e dieta desregrada

• Vícios (cigarro, álcool e drogas ilícitas)

• Uso excessivo de internet e redes sociais

• Traumas físicos ou psicológicos

te. Nesse momento, as crianças estão sem entender as coisas e é importante elas terem um pouco de carinho”, comenta Laura. Os pequenos chegaram a escrever cartinhas aos participantes.

“A gente ouvia muitas histórias, crianças perguntando se pegou enchente na nossa casa, contando que tinha um brinquedo que tinha ido embora”.

Sorriso dos pequenos

Com o objetivo de cuidar da saúde mental das crianças, outras iniciativas voluntárias também se dedicam à causa. Desde 2021, a estudante Laura Horn participa do projeto “E Seu Sorrir?”, da Univates que promove ações

de cuidados em saúde por meio da figura do palhaço. Em geral, as ações ocorrem em hospitais. Mas, durante a semana passada, o cenário mudou.

Enquanto as famílias de Lajeado estavam no abrigo, os palhaços deram conta da alegria, em especial, dos pequenos. “É um projeto que abrange um público diferen-

Depressão

Quando há um desequilíbrio na saúde mental, o quadro pode se transformar em doença. A depressão é um exemplo. Entre os principais sintomas, estão a ansiedade, falta de vontade, perda ou aumento de peso e pensamentos negativos

Sintomas da depressão

• Alterações de humor ou irritabilidade;

• Ansiedade e angústia;

• Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas;

• Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer;

que podem, em casos mais extremos, levar ao suicídio. Por isso, a atenção aos sinais, por parte dos amigos e familiares é essencial.

Em entrevista publicada pelo Hospital Bruno Born (HBB), O médico psiquiatra do hospital de Lajeado, Bruno Lo Iacono Borba explica que o suicídio pode ocorrer a partir de diversos fatores. “O cenário em nossa região mostra índices elevados de suicídio e tentativas”.

Borba reforça que a principal ajuda que alguém pode oferecer é a escuta. “Disponibilizar-se a um diálogo empático, sem críticas e julgamentos”. O especialista reforça a necessidade de procurar atendimento no serviço de saúde mais próximo.

• Desinteresse, falta de motivação e apatia;

• Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero e desamparo;

• Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa auto-estima;

• Sensação de inutilidade;

• Interpretação distorcida e negativa da realidade;

• Dificuldade de concentração e esquecimento;

• Perda ou aumento do apetite e do peso;

• Insônia ou despertar matinal precoce.

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A gente ouvia muitas histórias, crianças perguntando se pegou enchente na nossa casa também, contando que tinha um brinquedo, mas que tinha ido embora”
Laura Horn voluntária
DIVULGAÇÃO

Entre os destaques da 7ª edição da Semana Farroupilha de Teutônia, estão as oficinas de aprendizagem, ministradas em parceria com os Centros de Tradições Gaúchas do município. O projeto

Oficinas educativas são destaques no 7º Acampamento Farroupilha

Programação

Sábado (16/09)

16h - Atrações dos CTGs (Vaca parada/ trova/ gaiteiro/ Chula/ declamação)

20h30min - Show do Grupo Os Centauros

Domingo (17/09)

13h - Atrações dos CTGs (Vaca parada/ trova/ gaiteiro/ Chula/ declamação)

14h - Ação Educativa oficinas; 15h – Apresentação das Invernadas do CTG Rincão das Coxilhas; 16h - Show de Daniel Hack e “Os gaúchos lá de fora”;

Segunda-feira (18/09)

20h – Show com Leandro Berlesi e Buena Parceria Promoção: Gole da Alegria, Super de Casa e Isalitec.

Terça-feira (19.09)

20h – Show com o Grupo Levantando um Aleluia Tchê

Quarta-feira (20/09)

9h – 6º Desfile Farroupilha de Teutônia. Saída: Agrocenter Languiru. Chegada: prefeitura de Teutônia; 10h30min - Culto e Missa Crioula. No Pavilhão Multiuso; 12h - Grupo de Acordeon Teutônia Cultural; 18h - Encerramento.

atende centenas de estudantes e tem programação até dia 20 de setembro, quando ocorre o tradicional Desfile Farroupilha.

Nesta semana, as turmas da educação infantil ao 7º ano do município já vivenciaram

experiências diferentes com o projeto de ações educativas, que envolveram oficinas de aprendizado de encilha e tiro de laço em vaca parada com o CTG Porteiras dos Pampas. Além disso, foram ministradas oficinas de demonstração básica de dança tradicional, dança de salão e de chula, com o CTG Rincão das Coxilhas, que também fez uma breve apresentação da história de um Centro de Tradição Gaúcha. O CCT Querência Amada promoveu na sexta-

-feira, 15, as oficinas de preparação do chimarrão, de arroz carreteiro e de feijoada.

O Projeto “Herança e História em Canção”, do grupo Art´Manhas Cia Teatral, também se apresentou e interagiu de forma lúdica com as crianças e adolescentes, a fim de contar histórias e lendas gaúchas por meio da música.

O 7º Acampamento Farroupilha é uma realização da pre-

feitura de Teutônia, por meio da Secretaria de Juventude, Cultura, Esporte e Lazer, com financiamento do Fundo de Apoio à Cultura FAC/RS, Secretaria da Cultura – Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

O evento ainda é um ponto de arrecadação de alimentos, material de higiene e de limpeza para destinar às cidades atingidas pela enchente no Vale do Taquari.

Feijoada beneficente destina valores ao Lar São Chico

Iniciativa do Lions Clube Lajeado

Centro ocorreu no dia 26 de agosto

A tradicional feijoada solidária, promovida pelo Lions Club Lajeado Centro arrecadou valore destinados ao Lar São Chico. No dia do evento, 26 de agosto, foram vendidos 179 almoços, retirados na entrada do Centro Comunitário Evangélico.

Presidente do Lions, Caroline Lima e Silva agradeceu a comunidade por colaborar com a campanha. Ela destaca que o Lar São Chico é uma institui-

ção de acolhimento de moradores de rua de Lajeado, que precisa da ajuda comunitária para manter os serviços.

A instituição sem fins lucrativos oferece moradia, alimentação, higiene, vestuário e atendimento psicossocial. A entidade também é mantida com recursos da administração municipal de Lajeado.

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Integrantes do Lions venderam 179 kits de feijoada Cultura e solidariedade Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br
Iniciativa tem o objetivo de preservar e difundir a cultura gaúcha por meio da aprendizagem com crianças e adolescentes em Teutônia
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APRESENTA

APRESENTA

APRESENTA

Educação e cultura para todos

Natureza, tranquilidade e boa hospedagem

Elementos conectam empresas e comunidade

pela Univates em 2022A

Orientador: Guilherme Osterkamp

Danieli Zambiasi

Débora Caterine Costa debo_costa94@yahoo.com.br

Arquiteta e urbanista formada pela Univates em 2022/B

Projeto busca ampliar visibilidade das marcas e possibilitar maior interação entre público interno e visitantes

criação de um Centro de Desenvolvimento Cultural e Educacional foi o objetivo do projeto desenvolvido pela arquiteta formada pela Univates em 2022/A, Denise Andréia Führ, para o trabalho de conclusão do curso.

acilitar a interação com a comunidade e o ambiente externo é a grande aposta do projeto da arquiteta recém-formada pela Univates, Débora Caterine Costa, para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O prédio, pensado como uma nova sede para as três empresas que formam o Grupo Popular, também possui espaço para abrigar outros empreendimentos. Sacadas e visuais foram adotados para garantir uma expe -

AFOrientadora: Merlin Janina Diemer

m espaço próprio para o turismo, com foco na preservação da natureza e com boa hospitalidade. Essa é a Araucária Pousada Rural, projetada para ser dentro de uma fazenda próxima ao Rio Lajeado Grande, em São Francisco de Paula. O local foi elaborado pela arquiteta e urbanista Danieli Zambiasi, no trabalho de conclusão de curso pela Univates.

UA ideia foi inserir o centro na cidade de Estrela, como um espaço adequado para diversas atividades. Assim, o Criar Centro de Desenvolvimento Cultural e Educacional também propõe ofertar eventos e atividades diurnas, para os idosos, crianças e jovens, em especial, no turno inverso escolar. Para os adultos, as atividades serão concentradas nos turnos vespertino e noturno.

Além disso, ocorrerão diferentes eventos abertos ao público, como palestras, encontros gastronômicos e pequenos eventos musicais. A ideia é que o espaço se torne referência para os municípios e atraia moradores de toda a região.

riência diferenciada aos usu ários, explica a profissional. A construção busca ampliar a visibilidade e a interação das empresas com a comunidade, por isso, o projeto também prevê uma cafeteria no andar térreo. “A ideia é atrair tanto o público que trabalha e frequenta o prédio, como a comunidade em geral”.

Nos espaços internos, cada ambiente foi projetado con forme as necessidades dos usuários, mas a partir da mesma estratégia de cores da área externa.

A cafeteria possui tom de concreto, laje e esquadrias escuras. A madeira, utilizada tanto nos brises, como no mobiliário, busca proporcionar um ambiente acolhedor.

Entre as texturas, destaque para o equilíbrio entre os bri ses de madeira e o concreto aparente. Na parte interna, também foram adotados car petes para ajudar no conforto acústico, além de painéis em MDF para compor cada área, conforme a finalidade.

Parcerias

Com dez cabanas, o espaço é familiar, privado e intimista. “É ideal para pessoas que buscam um local tranquilo, onde possam se conectar com a natureza, relaxar, apreciar as belas paisagens”, reforça a arquiteta. Assim, o empreendimento tem como público-alvo casais, famílias e pequenos grupos.

Denise destaca que para a viabilização do projeto, foi pensado em uma parceria público-privada, com o objetivo de ofertar oficinas gratuitas, em especial, às pessoas carentes e alunos de

PATROCINADORES

As cabanas são divididas em dois tipos, sendo cinco para famílias que precisam dois dormitórios e cinco para casal, com um dormitório. Todas são compostas por quarto, banheiro, sala, cozinha e varanda. “A materialidade utilizada nas cabanas são madeira ecológica, alvenaria, vidro e pedra basalto”, destaca Danieli.

No centro da pousada, foi projetada a casa principal,

Na parte externa, cores neutras como cinza, preto e tom de madeira foram escolhidas para transmitir sensação de aconchego, destaca Débora.

escolas públicas. Além de proporcionar apresentações teatrais e músicas por meio de editais e leis de incentivo à cultura.

A ideia é que o espaço também sirva como locação para eventos e palestras de empresas e pessoas interessadas. O centro contará com salas comerciais, cafeteria, e abrigará a biblioteca pública em um ponto de fácil acesso e visibilidade.

“O propósito do centro cultural é realizar o encontro de pessoas, indiferente de raça, cor e classe”, destaca a arquiteta.

Materiais utilizados

Quanto à estrutura, além do uso de Laje nervurada, o projeto optou por deixar os ângulos de 90º arredondados com aplicação de madeira no pavimento térreo, de modo a facilitar o trajeto do pe-

Os demais espaços possuem uma paleta de cores semelhantes, porém mais claras, o que garante mais conforto

destre e trazer maior aconchego. Como estratégias bioclimáticas criou-se recuos proporcionais a cada incidência solar, bem como a perfuração da laje superior para se ter o efeito chaminé, possibilitando a refrigeração dos ambientes e a entrada de luz natural.

Além disso, na fachada, foram utilizados painéis em concreto polímero e estrutura metálica para a ventilação, com aumento, também, da inércia térmica e diminuição da entrada de calor.

“Esta materialidade exige pouca manutenção, apenas a sua higienização”, destaca a arquiteta.

A cobertura conta com a impermeabilização e colocação de argila expandida para uma melhor eficiência térmica. Assim como espelhos d’água e vegetação para o resfriamento evaporativo.

composta por duas barras deslizantes, onde fica o restaurante, a sala de jogos, a recreação infantil e toda estrutura de serviço para atender os hóspedes.

Além disso, a casa principal foi projetada sob pilotis, um conjunto de colunas, aproveitando o térreo como estacionamento, e conectada por duas passarelas que dão acesso aos dois grupos de cabanas. A materialidade utilizada na casa prin-

Segundo a profissional, a escolha dos materiais conside rou a disponibilidade no mer cado, beleza, funcionalidade, custo-benefício e qualidade acústica e térmica.

Por fim, para destacar a fachada, foram adotados materiais como o concreto e revesti mentos metálicos. Esquadrias piso-teto e pilares demarcados também marcam a identida de do prédio e garantem mais personalidade ao projeto.

cipal é composta por madeira ecológica, alvenaria, vidro, brise e pedra basalto.

“Para os hóspedes terem uma experiência incrível, foi projetado um estábulo para visitação e alimentação dos animais, um playground para as crianças se divertirem, uma horta e pomar para que possam colher seus próprios alimentos e uma área de piquenique para desfrutar da paisagem”, acrescenta a arquiteta.

REALIZAÇÃO

8 | Você. | FIM DE SEMANA, 16 E 17 SETEMBRO 2023
12 | FIM DE SEMANA, 30 E 31 DE MAIO DE 2020 12 | Você. | FIM DE SEMANA, 12 E 13 FEVEREIRO 2022 PATROCINADORES REALIZAÇÃO 12 | Você. | FIM DE SEMANA, 6 E 7 DE FEVEREIRO DE 2021
IMAGENS JEANDRES ROSA
REALIZAÇÃO
PATROCINADORES

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