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DIVULGAÇÃO

FIM DE SEMANA, 14 E 15 OUTUBRO 2023 edição nº 408

De mãos dadas para

lutar e vencer

o câncer de mama

A Liga de Combate ao Câncer e a Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) oferecem trabalhos de apoio às mulheres que enfrentam um dos tumores mais frequentes entre as brasileiras. Na recuperação da saúde física e emocional, pacientes reforçam a vontade de viver e superar a doença Páginas 4 e 5


Bastidores

Família, amigos, e esperança

Q

uem já viu alguma doença de perto, sabe que quem sofre não são apenas os pacientes. A angústia é também daqueles mais próximos. Da família, dos amigos. Nestas horas, a força vem da fé, das crenças, ou da vontade incessante de viver. Mas, passa uma pandemia, um surto viral, tragédias. Os anos passam. A medicina evolui. E, ainda assim, o câncer segue como um dos maiores temores que temos. A palavra, por si só, já carrega esse peso. Mesmo que tudo o que fazemos é tentar tornar leve o tra-

tamento de quem enfrenta a enfermidade. O Outubro Rosa vem com esse lembrete. De que aqueles que cercam um paciente diagnosticado, neste caso, com câncer de mama, pode carregar um pouquinho da dor. Não aumentá-la, compartilhá-la, para que também haja um espacinho para a esperança. Nos dias de hoje, a saúde é o nosso maior bem. Cuidar de nós mesmos, dos nossos amigos e familiares não é garantia de que nada de ruim aconteça. Mas com hábitos saudáveis, a nossa vida muda também. E, quando não é possível evitar uma doença, como o câncer talvez, o apoio faz parte do tratamento. Ter motivos para querer viver também faz parte das escolhas, dos sonhos e das pessoas que cultivamos ano após ano. Boa leitura!

Bibiana Faleiro

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DICA

cultural E aí? O sono tem dono? Rosane Cardoso

professora de literatura

E

u ainda tenho medo do escuro. Não todas as noites, nem todos os dias. Agora “que sou grande”, não temo mais o bicho-papão debaixo da cama. Apagar a luz não é cercar-me de monstros. Não preciso mais chamar a proteção de pais e anjos. Hoje, o medo do escuro acontece em outro nível. Apagar a luz e fechar os olhos, às vezes, é lembrar de situações nem sempre boas, é sentir a falta de quem não virá mais, é temer que o sono não aconteça e, se o sono não acontecer, o que será das nossas poucas horas de não existir, só sonhar? Apesar dessa introdução, algo pessimista, essas palavras são inspiradas pela beleza. Primeiro, a da infância. Lembram como aqueles medos noturnos eram reais? Tão reais quanto as manhãs cheias de sol e de brincadeiras... Sim, talvez eu esteja pensando somente nas infâncias felizes. Sei que nem sempre é assim. Mas fiquemos com o que é comum a todos: a sensibilidade. A segunda beleza é que podemos lembrar de tudo isso através da leitura de um texto como, por exemplo, “O sono tem dono?”, de Suzana Feldens Schwertner, publicado, neste ano, pela Artêrinha, com ilustrações de Oscar Reinstein. Ao falar de literatura infantil e juvenil, gosto sempre de ressaltar que livros dirigidos a esse público são bons quando o leitor adulto se diverte tanto quanto a criança. Sou bem repetitiva nesse aspecto. Ler um texto e ser possível identificar-

A mãe falou: [Minha filha] você vai ser poeta! Você vai carregar água na peneira a vida toda. Você vai encher os vazios com as suas peraltagens, e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos! Manoel de Barros -se com ele, independente da nossa idade, é delicioso. Mas isso não ocorre por acaso. Além de palavras, um artefato literário, como toda a arte, exige cuidado estético de palavras, sons e efeitos: [...] esse barulho foi bem legal, tinha um silêncio, mas com um cri-cri gostoso. No livro em questão, o leitor penetra facilmente nas sensações do menino que não consegue dormir e que busca, no pai, o conforto que o tranquiliza e, na fantasia, a beleza que lhe permite seguir imaginando e sentindo. E, mais uma vez, lá está a relação com a vida em qualquer idade: a presença do Senhor Sono. Na medida que amadurecemos, os nossos receios vão mudando e é muito possível que eles assumam metáforas semelhantes a de um “homem velho, alto, barrigudo, barbudo e que não deixa a gente dormir”. Mas, de novo, a literatura pode nos consolar: pode alguém tem tanto poder assim sobre nós?

Artêrinha, 2023 Mas, voltando à meninice e, com isso, ao livro “per se”,

como é bom percorrer páginas de cores e tatos, de ver o adultocentrismo vencido pela brincadeira das palavras e retornar a nossa menina ou menino interior e, assim, adormecer em um silêncio gostoso, com cri-cris lá fora, com cheirinho de noite suave. Por conhecer a Suzana Schwertner há tempos, penso também sentir que ela, quando escreveu essa maravilha, estava embebida de infância, a própria e das crianças que a cercam, e de tardes e noites de afeto, de carinho de mãe e pai, de acolhimento e de muitas, muitas perguntas. A epígrafe é para ti, Suzi. Com alguma licença poética.


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Rede de apoio que fortalece a coragem OUTUBRO ROSA

Vencer o câncer de mama não é fácil. Para enfrentar as sessões de quimioterapia e as consequências do tratamento, contar com o apoio de grupos especializados é fundamental. Neste Outubro Rosa, a Liga de Combate ao Câncer e a Aapecan se destacam

F

oi durante um autoexame que Mariana Diehl, 35, percebeu algo diferente na mama direita.

Mariana Diehl o

Cont Simone Rossini de

cabeça que eu iria vencer isso”. Na primeira vez que buscou ajuda, em maio de 2022, não recebeu o diagnóstico correto. Sem exames ou consultas com especialistas, a situação se agravou aos poucos. “Comecei a sentir dor e estava começando a ficar vermelho. Foi quando busquei ajuda por conta própria, fiz a Ultrassonografia e, com urgência, fui encaminhada para uma mastologista que pediu a biópsia e me acompanhou até o resultado”, recorda. Com um tumor em estágio avançado, a maior preocupação era que o câncer já tivesse se espalhado. A indisposição e o cansaço assustavam. “Chorei bastante, pude contar com ajuda de uma amiga muito querida que me deu todo suporte naquele momento. Então, respirei fundo e coloquei na minha

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Em busca da cura O tratamento de Mariana começou em novembro. “Procurei a Secretaria de Saúde, pela ouvidoria, e tive ajuda do médico da Unidade Básica de Saúde do meu bairro, que foi de extrema importância para que eu conseguisse atendimento e ganhasse tratamento o mais breve possível”, explica. A mastectomia radical foi marcada para março deste ano. A cirurgia de retirada total da mama contou também com esvaziamento axilar – retirada de linfonodos da axila. Para Mariana, o trabalho dos médicos Douglas Coltro e Leandro Brust foram ágeis e precisos. “Recebi todo apoio psicológico, fisioterapia após a cirurgia, a equipe de enfermagem da quimioterapia é fantástica, sempre

Na Liga de Combate ao Câncer de Lajeado, toda terça-feira é dia de encontro

fui muito bem tratada e cuidada. Me senti acolhida e ainda me sinto”, comenta. Na busca por ajuda para enfrentar um dos momentos mais difíceis da vida, Mariana encontrou apoio na Liga de Combate ao Câncer.

“Segunda família” Na Liga de Combate ao Câncer de Lajeado, toda terça-feira é dia de encontro. Com o Grupo de Convivência, são oferecidas palestras com diferentes profissionais, além de jogo do

bingo e troca de experiências. O Grupo também oferece cesta básica, vale Feira do Produtor, em que os participantes recebem verduras e ovos, e suplemento e medicamentos. Caso precisem de transporte, a Liga também ajuda. “Este grupo está se transformando numa segunda família”, explica a presidente da Liga, Íris Scherer. Há 18 anos no grupo, ela diz que esse é um propósito de vida. “Posso retribuir o apoio que tive quando tive câncer. É oferecer amor, carinho e dedicação”.

De mãos dadas Em Lajeado, o auxílio aos pacientes também vem da Associação de Apoio à Pessoa com Câncer (Aapecan), que atua no município há 18 anos. Localizada na Rua Júlio May, 546, a casa de apoio oferece abrigo e suporte para quem faz o tratamento no


Respirei fundo e coloquei na minha cabeça que eu iria vencer isso” Mariana Diehl

Lajeado Hospital Bruno Born (HBB), ou passa por qualquer tipo de câncer. Os serviços oferecidos incluem acomodações gratuitas para pacientes cadastrados, com estadia de até seis semanas durante o tratamento de radioterapia e quimioterapia. Além disso, familiares dos pacientes também recebem suporte, com refeições diárias de café da manhã e almoço. Por meio de parcerias com psicólogos e terapeutas, os pacientes têm acesso a oficinas de reiki e artesanato, assim como outros serviços durante o dia. “A gente tem uma equipe bem completa, todos os serviços são gratuitos para os familiares e pacientes. Se possível, fazemos atendimentos domiciliares e, após a avaliação, a família e os pacientes podem utilizar nossos serviços”, destaca a psicóloga da instituição, Ana Júlia Knack. Além disso, também é oferecido o trabalho de nutricionista, atividades de culinária, oficinas e passeios. Ela enfatizou que o diagnóstico de câncer é um momento de ressignificação. “Depois que passa, é o momento de reconstrução. Às vezes, uma

Liga de Combate ao Câncer Existe desde 2005; Cerca de 20 voluntários; Atende apenas lajeadenses; Atende mais homens do que mulheres.

Aapecan Existe há 18 anos; Ao longo dos anos, já atendeu mais de

2 mil pessoas

Atende pacientes e familiares Está localizada na Rua Júlio May, 546

doença traz a oportunidade de uma vida melhor, mais saudável e com mais qualidade”, diz.

Consciência Embora o mês de conscien-

tização seja outubro, Ana Júlia ressalta a importância de falar sobre o tema durante todo o ano. Ela também reforça a importância da detecção precoce da doença. “Estudos comprovam que o câncer de mama, quando descoberto antecipadamente, tem 95% de chance de cura, uma margem muito grande”. Além disso, destaca a interferência do fator emocional no tratamento da doença.

Na família Entre os fatores de risco do câncer de mama, estão hábitos de saúde, mas também a genética. Com casos de diferentes de cânceres na família, Simone

Sandra Rossini de Conto, 46, começou a fazer os exames preventivos aos 30 anos e sempre teve a saúde como prioridade. Mesmo assim, em janeiro deste ano, recebeu o diagnóstico do câncer de mama em estágio avançado. Foi o exame do toque que a fez perceber pequenos nódulos. “Eu já estava com 2 cm de tumor quando descobri. Fui logo buscar um especialista, e graças a Deus, consegui tratar a tempo”, conta. Durante o tratamento, ela retirou 12 linfonodos. A cirurgia e as sessões de quimioterapia foram os passos seguintes ao diagnóstico. Simone encara o processo com positividade. “Não é uma sentença de morte. Estou fazendo tudo o que posso e espero que logo passe e seja apenas uma fase”, afirma. Ela também está determinada a compartilhar sua experiência para conscientizar outras mulheres. “Tem dias bons e ruins, mas o mais importante é que estou avançando no tratamento. Cada dia, cada minuto, é uma vitória”.

A Liga também atende homens e oferece auxílio a qualquer tipo de câncer

Exame de toque e Mamografia O exame de toque pode ser feito em casa, com os dedos; Serve para fazer uma pré-identificação se há existência de nódulos nos seios; É recomendada para todas as mulheres maiores de 20 anos; O autoexame é feito sete dias após o início da menstruação; Mamografia é recomendada para mulher a partir dos 40 anos; Deve ser feito todos os anos; Captura de imagens radiográficas das mamas por meio de um aparelho;

Em 26 de outubro, a Aapecan promove o “Chá Rosa”. Valor arrecadado será para as atividades da organização

Posso retribuir o apoio que tive quando tive câncer. É oferecer amor, carinho e dedicação”

Apesar de causar certo desconforto durante a sua realização, a mamografia é um exame rápido e não invasivo.

Íris Scherer FIM DE SEMANA, 14 E 15 OUTUBRO 2023 | Você. | 5


Leila Franz

Bibiana Faleiro

Lisi Costa

Lente Social

Rock no Pratas da Casa Os maiores sucessos dos “garotos de Liverpool” foram atrações do Pratas da Casa. Na noite de quarta-feira, 11, quem subiu ao palco do Teatro do Sicredi foi a banda lajeadense General Rock, com um tributo

Santa Flor até domingo

Afonso Padilha de volta à Univates

A programação da SantaFlor + SF Summit 2023 iniciou na quarta-feira, 11, e segue até domingo, 15, no Parque de Eventos Broenstrup, em Picada Santa Clara. Com cinco dias de evento, as atividades estão baseadas na sustentabilidade, inovação e tecnologia para a produção de flores, agroecologia e turismo. Grupos de danças, apresentações culturais e eventos técnicos marcam a programação até domingo.

especial a The Beatles. Com presença de público, o evento também é solidário e arrecada alimentos não perecíveis ao Programa Mesa Brasil, do Sesc, instituição que idealiza o evento junto ao Grupo A Hora.

Lisane Saeki foi prestigiar o show à convite da filha Ana Saeki e da amiga Ana Pellini

Alexandre Postal, presidente do Tribunal de Contas do RS e Prefeito Paulo Kohlrauch

O comediante Afonso Padilha subiu ao palco do Teatro Univates pela terceira vez na noite de quarta-feira, 11, para apresentar seu sexto solo de stand up “E Agora?”. O curitibano trabalha com comédia desde 2010. Como roteirista, já escreveu peças para canais como Porta dos Fundos e, como comediante, participa dos principais shows em casas da cena nacional.

Vera Bohn, Iara Kohlrauch e Vera Bruxel.

Andréia Kirch e Luciane Manica

Vera Maria Martins e Trajano Martins

Inovação nos Negócios Eduarda Sehn e Augusto Merlo

Rosangela Fachini e Roberto Carlos Ghizoni

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A cultura da inovação na saúde foi tema da terceira edição do painel Inovação nos Negócios, que ocorreu na terça-feira, 10, promovido pela Acil. Entre os palestrantes, esteve o CEO do Grupo FASA, Dimas Martins, que falou sobre pessoas, como reter, a prática do feedback positivo e como

Laura Walter e Merihelem da Rosa

formar equipes de alta performance usando o case da empresa. Ainda, a superintendente Executiva da Unimed VTRP, Rosilene Knebel, falou sobre os desafios de otimizar o negócio existente e explorar novas oportunidades. O evento foi no auditório do 14º andar do Hospital Bruno Born (HBB).

Juliana Prates Raguzzoni, Verenice Immich e Janaína dos Santos ao lado dos palestrantes Dimas e Rosilene


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Rodrigo Marques é atração na Univates Roteirista e humorista se apresenta pela segunda vez no teatro da instituição, no dia 19 de outubro. Ingressos estão à venda

CULTURA

O

comediante Rodrigo Marques é atração do Teatro da Univates pela segunda vez. O show é no dia 19 de outubro, a partir das 20h30min. O roteirista e humorista retorna à instituição com o stand-up “Estamos Vivos”, que reflete a respeito dos instintos mais básicos do ser humano e aborda a perspectiva da sociedade sobre eles.

O evento é promovido pela Artistaria Produtora de Humor e pela Casa de Artistas. Há ingressos disponíveis para a apresentação, que podem ser adquiridos pelo site Minha Entrada. Os valores variam de R$ 28,75 a R$ 80,50. Mais informações podem ser conferidas no Teatro Univates, pelo telefone (51) 3714-7000, ramal 5946, ou pelo e-mail bilheteria@univates.br.

Sobre o humorista Rodrigo Marques é um humorista de Recife, que viu seu trabalho ganhar reconhecimento nacional quando participou do programa A Culpa é do Cabral, do canal pago Comedy Central. Seus textos, sempre inéditos, originais e de

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Serviço Show: stand-up “Estamos Vivos”, com Rodrigo Marques Data: 19 de outubro Horário: 20h30min Ingressos: pelo site Minha Entrada

qualidade, e seu vocabulário franco e direto, o tornaram um dos comediantes mais aclamados do país. Em 2019, Marques gravou o primeiro programa especial de comédia na sua cidade natal, para quase 2 mil pessoas, disponível no YouTube com mais de 4 milhões de visualizações. Três anos depois, lançou o segundo especial na Netflix, o show “O Inimigo do Nível”, em que conta, sem limites e censuras,

a história de uma viagem para Fernando de Noronha, entre outros temas. O comediante também participou do festival Netflix Is a Joke, que ocorreu em Hollywood, com grandes nomes da comédia stand up mundial. Ainda, durante a pandemia, lançou o AM/RM, podcast em que fala sobre os mais variados assuntos e que entrou no Top

100 Brasil do Spotify. Com quase 800 mil inscritos, o canal no YouTube conta com mais de 100 vídeos inéditos, dos quais quatro já entraram nos “Em Alta” da plataforma, fazendo Marques chegar à marca de mais de 100 milhões de visualizações no canal. Hoje, viaja pelo Brasil apresentando suas peças e levando alegria para pessoas de todas as idades.


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