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JÚLIA AMARAL

FIM DE SEMANA, 11 E 12 NOVEMBRO 2023 edição nº 412

Cuidado e amparo em busca da cura Longe de casa, o venezuelano Héctor José Bravo Albornett, encontra na família e nos pontos de apoio em Lajeado a força para lidar com a doença que fica em foco durante o Novembro Azul Páginas 4 e 5


Bastidores

Saúde por completo

S

enhor Héctor chegou para a entrevista na Aapecan acompanhado pela filha e pela esposa. Conforme a conversa se desenrolava, ele se esforçava para falar devagar, já que assim eu entendia melhor o espanhol. Me contaram da resistência em vir para o Brasil, do susto que passaram com o covid em Manaus e, por fim, do desafio que tem sido enfrentar o tratamento do câncer de próstata. Lembraram de tudo emocionados, mas não tristes. Sentem saudade de casa e da família, dos tios e dos primos, mas não se entregam. Sentem medo do câncer evoluir, mas se abraçam e seguem confiantes. Dei risada com a família que se atravessava contando tudo, que lembrava de alguma situação e puxava a orelha na hora, que entendia que o que eles têm de mais valioso em Lajeado e em qualquer lugar, é o amor que sentem. Na região, encontraram boas condições para o tratamento da doença e também apoio com a Aapecan. O cuidado

Atravessar o tratamento do câncer exige muito do corpo e da mente. Estar bem emocionalmente traz, com certeza, impactos positivos na busca pela cura” dos profissionais de saúde e da família torna-se cada vez mais fundamental. Mas existe um elemento extra: o bom humor. O riso não abandonou a sala da entrevista, mesmo que o assunto do encontro fosse triste. Eu, que estava preparada para uma conversa tensa, saí de lá falando que voltaria para o show de Héctor e os novos amigos. Atravessar o tratamento do câncer exige muito do corpo e da mente. Estar bem emocionalmente traz, com certeza, impactos positivos na busca pela cura. Como fazer isso longe de casa e cercado de incertezas? Eu não sei. Mas sei que é possível, porque conversei com uma família venezuelana numa quarta-feira de manhã que me provou isso. Atenção ao corpo, cuidado e sorriso no rosto. A vida não é fácil, mas suspeito que, dessa forma, fique um pouco melhor. Boa leitura!

Julia Amaral

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DICA

cultural

Rosane Cardoso professora de literatura

Marambaia, de Milton Rauber: faces da história brasileira

O

romance histórico passa por um saudável revival na contemporaneidade. Ao contrário do molde clássico, o gênero, hoje, abandonou as idealizações heroicas e o discurso que apenas ratifica a história oficial. Revisar o passado, a partir de perspectivas que mostram também as vozes dos vencidos e não só dos vencedores, tem feito toda a diferença temática porque atende às demandas do presente e à importância da memória não como monumento, mas como fonte de questionamentos e avanços. É o que vemos em romances como Dois irmãos (2000), de Milton Hatoum, Um defeito de cor (2006), de Ana Maria Gonçalves, O crime do Cais do Valongo (2018), de Eliana Alves Cruz, Setenta (2018), de Henrique Schneider, e também no recentemente lançado Malvina (2023), da lajeadense Laura Peixoto. São muitas as propostas literárias oferecidas pelo gênero, sobretudo na América Latina e no Caribe, que entendem a memória como um porvir e não como estagnação. Isso não é por acaso. A História não é mais refém de discursos hegemônicos. Na literatura, rompem-se, lentamente, as castas literárias. Na esteira que abrange a conquista, a escravização, os processos ditatoriais e a violência urbana, escritoras e escritores buscam, sim, suas fontes em documentos, mas também ouvem as entrelinhas, interpretam os fatos, atentam para “quem” fala sobre “o quê”. E, com esse pressuposto, amarram a tessitura literária, com suas liberdades e lindezas. Na coluna de hoje, destacamos Marambaia (2022, Editora Buqui), de Milton Avena Rauber. O romance apresenta-nos a cidade fictícia de Santa Bárbara da Vigília, incrustrada entre os municípios de Santana, Cachoeira do Sul e Encruzilhada. Nesse espaço rural sul-rio-grandense, a construção de uma usina hidrelétrica, junto ao rio Marambaia, começa a romper com o frágil equilíbrio entre os envolvidos. O enredo se desenrola nos anos de 1980, um marco na história brasileira. O lento

processo de redemocratização coincidiu com o caos econômico e com altos índices de inflação. Denominado, por analistas políticos, de “a década perdida”, foi um período turbulento e confuso, como costumam ser as transições. Marambaia desenvolve-se em torno de três personagens. Antônia, estudante universitária negra; Fernando Bauer, engenheiro encarregado da construção da usina; e Ciro Zanotti, o prefeito cujo único objetivo é o lucro. À volta, vagam pessoas manipuladas pela política, o povo das terras desapropriadas e a família fragmentada de Antônia. Contudo, todos vivem sob a égide da desaparição, enquanto se debatem com questões como o racismo, a intolerância, a luta de classes e a democracia que, para alguns, é sinônimo de benefícios fáceis e, para outros, um obstáculo ao já estabelecido. Milton Rauber revela-se um narrador potente, cuja voz instaura o peso da decadência da cidade e avança para o íntimo das personagens sem usurpar do leitor as possibilidades de inferir sobre o que mais se esconde naqueles seres. O autor também (re) constrói um passado recente duro, mas necessário para entendermos muito do que vivemos no Brasil atual. Leitura recomendadíssima!


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Saúde do homem em foco Com o objetivo de conscientizar a população masculina sobre a importância dos exames, a campanha Novembro Azul chama a atenção para uma doença silenciosa que pode ser tratada. Com o apoio da família e o avanço da medicina, é possível superar o câncer de próstata

SAÚDE

“O

lha como as coisas são… Dia 17 de novembro é o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, e também é o meu aniversário”, conta Héctor José Bravo Albornett, 71. Hoje, ele enfrenta com força e bom humor a doença que deve atingir 70 mil

brasileiros este ano, conforme o Instituto Nacional do Câncer. Albornett recebeu o diagnóstico em 2020, enquanto ainda se recuperava da Covid-19. Na época, recém-chegado da Venezuela, ele viveu o terror da falta de oxigênio em Manaus. Junto da esposa e da filha, chegou a pensar em voltar para a terra natal, mas a situação lá não estavam melhor do que no Brasil. Como ocorre na maioria dos casos, o câncer de Albornett foi silencioso e pegou todos de surpresa. “Fizemos o exame sem pensar que poderia ser câncer, porque ele estava bem. A dor que ele sentia tinha sido diagnosticada como hérnia. Foi muito difícil”, conta a filha María Milagros Bravo Aguilera, 33. Albornett fazia exames de prevenção ao câncer, em média, a cada dois anos. Outros cuidados com a saúde não faziam parte da rotina. No histórico familiar, o câncer de pele já aparecia e sempre exigia atenção.

Em busca do melhor Quem buscou o exame e deu a notícia para a família foi uma amiga

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Héctor, María e Mary frequentam e Aapecan e fizeram novos amigos lá. Para a família de venezuelanos, o espaço é importante pelo acolhimento que oferece

que estava enfrentando o câncer de mama. Primeiro, ela avisou María e Mary Carmen, esposa de Albornett. “Na hora de contar para ele, ela ficava dando voltas e não falava o que era. Daí ele mesmo falou: ‘eu estou com câncer? Tudo bem. Vamos cuidar disso. Não fiquem com essa cara triste’”, conta Mary. Desde o princípio, Albornett lidou com o diagnóstico com firmeza. Há sete meses, a família se mudou para Lajeado em busca de tratamentos melhores. Quando chegou no Hospital Bruno Born, o venezuelano percebeu um folheto diferente na bancada da recepção. Era a propaganda da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aape-

SINTOMAS

• Dor óssea; • Dores ao urinar; • Vontade de urinar com frequência; • Presença de sangue na urina e/ou no sêmen.

can) que encantou Albornett. “Eu disse para ele que era um espaço para quem não tinha onde ficar, mas ele insistia para que eu procurasse pela Aapecan. De tanto ele pedir, eu vim. Hoje, agradeço por isso. Eles adoram vir. E para quem está doente, é muito importante ter algo para ocupar a cabeça. Aqui eles encontram isso”, conta Maria. A Casa de Apoio oferece serviço de acolhimento provisório, disponibiliza hospedagem e refeições, além de uma equipe técnica com assistente social e psicólogo. Para Albornett, o espaço tem

sido também a oportunidade de fazer novos amigos. “Se eu pudesse, morava aqui. Adoro estar esse lugar. Para mim, são como uma família. Já temos até uma banda”, brinca. Assim, a família segue em Lajeado, no bairro Jardim do Centro. Aos poucos, se acostuma com a cidade e segue confiante na cura do patriarca. O câncer de Albornett está no estágio três e é localizado. Com sucesso, o tratamento será concluído no próximo ano.

Atenção aos Exames Conforme o médico urologista Gustavo Fiedler, 80% dos homens descobrem a doença por meio de campanhas de rastreamento com exames. Sintomas como esvaziamento incompleto da urina, presença de sangue e dor nos ossos não são exclusivos de problemas na próstata. “Acredita-se que a idade é o principal fator de risco. Homens com 80 anos podem chegar a apresentar 80% de chance. A ressalva é dada para aqueles diagnosticados em idade mais precoce, pois há uma maior


FATORES DE RISCO: O uso da inteligência artificial vem ganhando espaço nos últimos anos como ferramenta para auxiliar nos tratamentos dos pacientes” Gustavo Fiedler médico urologista

chance de evolução rápida da doença”, ressalta o profissional. Aqueles que têm histórico familiar também têm mais chances de receber o diagnóstico. A recomendação é que os exames clínicos e de sangue comecem a ser feitos a partir dos 40 anos.

Evolução da Medicina “O uso da inteligência artifi-

cial vem ganhando espaço nos últimos anos como ferramenta para auxiliar na escolha do tratamento dos pacientes, indicando a melhor medicação ou necessidade de associação delas”, destaca Fiedler. Com novas tecnologias, é possível analisar o paciente na individualidade oncológica. “Nem todos respondem da mesma forma a um mesmo tratamento, seja ele único ou em associação. Esse novo modelo terapêutico chamamos de Intensificação Terapêutica Oncológica”, explica. Outro destaque são as mudanças nas técnicas cirúrgicas para preservação da ereção e da micção, como a cirurgia laparoscópica assistida por robô e o auxílio reconstruções de imagem para o planejamento cirúrgico.

Idade:

O risco aumenta com o avanço da idade. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos;

Histórico na família: Homens cujo pai ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos;

EM NÚMEROS Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de próstata corresponde a 13,5% de todos os cânceres no mundo; No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) afirma que a doença corresponde a 29,2% dos tumores malignos, atrás apenas do câncer de pele não melanoma; Segundo o INCA, o câncer de próstata corresponde a 29% dos casos de câncer em homens. Por ano, há aproximadamente 66 mil novos casos da doença, que resultam em quase 16 mil mortes.

ENTREVISTA | Fabíola Daniela Fagundes, assistente social da Aapecan há 14 anos

"Trabalhamos o ano todo com prevenções" A HORA - Como assistente social, quais os principais desafios que você percebe quando um paciente chega na Aapecan para o tratamento? Fabíola - Um dos principais desafios é o impacto emocional que o câncer pode causar. O diagnóstico da doença pode levar a uma série de sentimentos, como medo, tristeza, ansiedade e até mesmo depressão. Alguns, ao receberem o diagnóstico, têm em mente que agora vão morrer. AH - Ainda há muito preconceito sobre prevenção e saúde do homem. Como você acredita que se pode romper com esse problema? Os homens são os que mais dificilmente adotam um hábito saudável e são os que

menos procuram os serviços de saúde. O preconceito e questões ligadas à “falsa” masculinidade muitas vezes superam o cuidado e prejudicam ações de diagnóstico. Nós, na Aapecan, trabalhamos o ano todo com prevenções, falando sobre o autocuidado do homem. AH - De que forma você acredita que a família ou pessoas mais próximas podem ajudar no tratamento? O paciente oncológico tem que ser tratado como uma pessoa comum e não como alguém a ser temido ou evitado, procurando ouvi-lo, envolvendo-o no processo de tomada de decisão. Só assim ele vai se sentir mais forte para vivenciar todo esse processo de mudança.

COMO EVITAR O CÂNCER DE PRÓSTATA: • Ter uma alimentação saudável; • Praticar atividade física; • Não fumar; • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

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Leila Franz

Bibiana Faleiro

Lisi Costa

Rock e nostalgia no Pratas da Casa

Lente Social

Um ano de La Viva Um coquetel especial celebrou o primeiro ano da loja La Viva, em Lajeado, na quinta-feira, 9. Hoje, o empreendimento tem e-commerce e 80 revendedoras que vendem no estado, além de São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Hoje, a La Viva passa por uma transformação de identidade visual, buscando constantemente inovações a cada dia.

Na quarta-feira, 8, o público da região pode prestigiar o tributo a banda Charlie Brown Jr. feito pelo grupo Elementum Zero 13. A apresentação faz parte do projeto idealizado pelo Sesc e Grupo A Hora e ocorreu no auditório do Sicredi, no bairro São Cristóvão. Apesar de ser uma banda jovem, já fizeram shows em diversas cidades do estado e também dividiram o palco com artistas nacionais.

Cristian Reckzieguel e Bruna Isoton

Fernanda Welp e Daíse Bauer

Rebeca Beatriz Sontag, Eduarda Vicente e Layza Diana de Castro

A proprietária Paula Emanuele Davila Machado (centro) entre amigas e parceiras do novo momento da empresa, Casiane P. Souza e Ana Beatriz Reckziegel Marques

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Leandro Arenhart, Ligia Francisca, Luiza e Eduardo Arenhart

Maria Isabel Hammes, Beatriz e Miguel Hammes


Apresentado por

A vida em alto padrão

CONFORTO, PRATICIDADE E BEM-VIVER EM FORMATO DE EMPREENDIMENTOS Um conceito de qualidade pautado no cuidado com os detalhes desde a base bem estruturada até o último acabamento

H

á 26 anos a Construtora Dia-

Conheça alguns dos diferenciais que atestam o Selo de Qualidade dos empreendimentos Diamond:

mond é movida por intermediar

Clubes suspensos:

sonhos e promover a vida em

Ampla e diversificada infraestrutura condominial, com área de lazer,

alto padrão. Tanto é que mais de

espaços mobiliados de convivência, áreas verdes e inovações tecnológicas.

40 empreendimentos foram entregues nes-

Isso inclui quadras esportivas, academias, piscinas, praças, playgrounds,

ta trajetória. Com inovações e aprimoramentos em todos os setores que englobam

Segurança: Guarita blindada com estrutura especial com parede maciça, mobiliada e equipada com câmeras de segurança e videomonitoramento.

cinemas, espaços gourmet, pet, coworking, salão de festas, entre outros.

a questão comercial, de planejamento e de

Serralheria, marcenaria e esquadrias próprias:

execução da obra, a Diamond conta com exclusividades e diferenciais pautados na qualidade da entrega para seus clientes. O objetivo é proporcionar conforto, segurança, praticidade e qualidade de vida. Segundo o diretor da Construtora, Gustavo Schmidt, a empresa tem investido em regiões de pleno desenvolvimento nas mais

Aquisição na planta e possibilidade de personalização:

Responsável pela mobília das áreas condominiais dos empreendimentos Diamond, a marcenaria está em atividade há uma década. Da mesma

Pensando na comodidade de oferecer um

forma, a Serralheria, que produz internamente toda estrutura de ferro, desde

imóvel com estilo do cliente, a Diamond

a grade da churrasqueira, até os portões e estrutura de móveis internos. Os

possibilita a personalização do projeto desde

setores receberam um super reforço este ano, com o início da produção de

o início da obra até a entrega das chaves.

esquadrias próprias de PVC. O material utilizado gera pouquíssimo resíduo, o que resulta em benefícios para o meio ambiente, qualifica o ambiente de

diversas áreas, como Vale do Taquari, Serra

trabalho e o produto final.

Gaúcha e Balneário Camboriú, focada em promover inovação para seu público. “Para construir lares de alto padrão, o cuidado com os detalhes é primordial, com diferenciais desde a base até o último ajuste de acabamento”, explica. Para isso, a Diamond investe principalmente no que diz respeito às áreas de condomínio. Esse movimento inclui a entrega de clubes suspensos com infraestrutura completa para toda a família desfrutar de momentos de descanso, integração e lazer, a poucos passos da sala de estar. Mais do que a estrutura interna, os empreendimentos desenvolvidos pela Diamond estão alinhados ao conceito contemporâneo de tornar o cotidiano dos moradores mais prático, confortável e seguro. “Em Lajeado, todos estão próximos ao Centro. Em Gramado, o Seasons está localizado na Av. Hortênsias. Já em Balneário Camboriú, estamos a poucos metros do mar”, explica Schmidt.

construtoradiamond.com.br |

51 99990-0998 |

51 3714.4646 |

@diamondconstrutora Produzido por FIM DE SEMANA, 11 E 12 NOVEMBRO 2023 | VOCÊ. | 7


APRESENTA

Evandro Leonardo Marasini Arquiteto e urbanista formada pela Univates em agosto 2023 A Orientadora: Jamile Weizenmann Júlia Amaral

juliaamaral@grupoahora.net.br

C

om o propósito de trazer um novo conceito de habitação para pacientes adultos portadores de doenças neurodegenerativas para Lajeado, o arquiteto e urbanista Evandro Leonardo Marasini planejou, em seu trabalho de conclusão de curso (TCC), a clínica “Zu Heimat”. O local oferece todo o suporte necessário para o tra-

Cuidado em todos os momentos

tamento, além do acompanhamento médico especializado e atividades complementares. “O centro busca aproximar o paciente da comunidade, com espaços familiares que estimulem a interação com outros, rompendo com os conceitos desatualizados do convencional lar que abriga apenas indivíduos sem amparo familiar”, explica Marasini. O projeto foi desenvolvido em um lote de quase 25 mil metros quadrados no bairro São Bento, onde havia uma edificação pré-existente. Segundo Marasini, o local, importante para a localidade, foi mantido e incorporado à proposta. A estrutura das edificações foi desenvolvida em módulos de madeira laminada colada (MLC), no estilo de construção seca wood frame, o que permite rapidez na construção e gera menor impacto ao meio ambiente. “Esse estilo de construção é totalmente inovador para a região”, afirma Marasini. O complexo totaliza quase cinco mil metros quadrados de área construída e tem capacidade para atender 62 pacientes em

PATROCINADORES

Você. FIM DE SEMANA, 11 EMAIO 12 NOVEMBRO 128 || FIM DE| SEMANA, 30 E 31 DE DE 2020 2023

dormitórios de longa permanência, além dos pacientes que utilizam as instalações apenas durante o dia para realizar consultas e atividades. Além disso, conta com uma cafeteria de uso geral. “Quanto à materialidade das edificações, a proposta é apenas restaurar a cor da edificação pré-existente e revestir sua base com pedras irregulares. As esquadrias são de vidro escuro, destacando a intervenção externa”, explica Marasini. Já nas edificações projetadas, predomina o uso da madeira, tanto na estrutura, pilares e vigas, como nas esquadrias e seus fechamentos, mesmo que estas sejam em alumínio, com acabamento tipo amadeirado. Para as paredes, foi proposta uma textura projetada como revestimento, na cor areia, para que seja clara a relação entre o antigo e o novo, entre a cor da pré-existência e a da edificação proposta. Os vidros são do tipo incolor e possuem uma película de proteção solar leve. Os visuais a partir das edificações buscam constantemente a integração com a natureza, uma relação positiva para os tratamentos dos pacientes. REALIZAÇÃO


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