Caderno Você - 24/06/2023

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As feridas da ausência

Quando falta a figura paterna, é a mãe quem assume as responsabilidades de criar um filho e carrega sozinha as alegrias e desafios da educação. Essa realidade é percebida no Vale e os números dos registros indicam aumento de pequenos sem o sobrenome do pai

Páginas 6 e 7 FIM DE SEMANA, 24 E 25 JUNHO 2023 edição nº 393

Bastidores e confissões

Opeso da responsabilidade nos ombros de um repórter é imenso. No início da semana, recebemos a sugestão de pauta sobre o aumento no número de crianças que não têm o nome do pai no registro de nascimento. Para estruturar o texto, a atenção foi redobrada. Não queríamos colocar mais uma culpa no colo da mãe ou expor de forma desnecessária a história de alguém.

Aconteceu essa semana, mas acontece sempre. Lembro de um evento universitário em que o palestrante falou da diferença entre as palavras “invasão” e “ocupação”. O ano era 2016, vale lembrar. Cada escolha feita pelo repórter, de forma consciente ou não, leva a reportagem para um lado ou para o outro, para frente ou, quem sabe, para trás.

“Não existe imparcialidade, então?”, questiona o leitor. Bem, o que eu, jovem e com pouca experiência percebo, é que existe uma constante busca pela visão mais límpida possível. Para isso, é preciso deixar os preconceitos de lado e, claro, buscar por todas as versões de uma história – não para relatar tudo como uma ata, mas

para ter insumos suficientes para uma análise lúcida. Voltamos para a pauta desta edição. Os números mostram que, cada vez mais, os homens não registram os filhos. Cada vez mais, as mães assumem sozinhas as responsabilidades que não são só suas. Essa ausência tem consequências tanto na vida da mulher quanto na vida da criança. A presença paterna é tão importante que pode se tornar uma obrigação jurídica. Na reportagem, buscamos explorar todos esses pontos. Então, não estamos falando da conservação da “família tradicional”, mas da distribuição igual de deveres e obrigações na criação de uma criança. Estamos falando da cultura que não permite que as mães tenham as mesmas regalias que os pais. Uma cultura machista. Uma cultura que permite, inclusive, que um homem traia a companheira grávida, peça desculpas publicamente e seja - pasmem! - elogiado.

Números, análises de especialistas e histórias reais compravam aquilo que todos já sabemos. O problema é que, às vezes, tão imersos nessa realidade, deixamos de perceber os malefícios.

O que desejamos é que, cada vez mais conscientes dos estragos da cultura machista, possamos despertar para um mundo mais justo.

O peso da responsabilidade nos ombros de um repórter é imenso, mas eu ainda sou muito jovem e sonhadora.

Boa leitura!

de janela que permite a passagem de luz no topo de edificações) e percorresse o olhos em busca das pequenas ações do cotidiano que revelam o que há dentro de cada pessoa. Não é uma leitura pautada pela dinâmica da ação, mas, sim, pela atenção a cada palavra e ao sentido da composição. “A felicidade não é coisa que se conquiste. Hão de dizer-te que sim. Não acredites. A felicidade é ou não é”, garante um personagem.

Os conflitos se apresentam sutis para retratar o profundo: a repulsa que se converte em desejo, o amor que se esconde no ressentimento, o embate entre personalidade real e aquela moldada para encarar a vida em público.

Um pequeno prédio residencial localizado em Lisboa é o cenário de Claraboia, um romance escrito por Saramago em 1953, quando o autor ainda estava amadurecendo sua personalidade literária. A obra foi originalmente assinada pelo pseudônimo Honorato, que abre mão do estilo que se consolidaria como ‘saramaguiano’ (blocos de textos longuíssimos, quase sem pontuação) e se detém na abordagem psicológica de seus personagens. O primeiro capítulo é frenético, e o narrador vai de um personagem ao outro como uma câmera que descreve o macro por meio do registro de movimentos. Uma vez apresentados os

protagonistas do enredo, os capítulos focam no que ocorre em cada uma das seis famílias que habitam o condomínio.

Os núcleos familiares são distintos: duas irmãs jovens (uma que adora ler, outra que escreve em um diário) que vivem com a mãe e a tia; um casal que se odeia e seu filho; uma diabética em eterno luto pela filha e o marido que trabalha à noite; um casal que mima a filha, uma jovem adulta que inveja a vizinha adúltera; e um sapateiro e a esposa, que alugam um quarto para um jovem resistente a qualquer tipo de vínculo afetivo.

O espaço é praticamente apenas o interior das casas e do prédio, como se o leitor se posicionasse na claraboia (espécie

O leitor precisa ter em mente que a boa ficção é a realidade servida sob alguma forma de preparo. Em Claraboia, a narrativa não leva acompanhamentos, é a realidade defumada pela polifonia das relações, como neste trecho: “Ouvia lá dentro um ruído de vozes: a mãe e a tia falavam. Muito falavam aquelas mulheres. Que tinham elas a dizer todo santo dia, que já não estivesse já dito mil vezes?”.

INDICO INDICO 2 | Você. | FIM DE SEMANA, 24 E 25 JUNHO 2023
Bastidores
Júlia Amaral
Eu
O leitor precisa ter em mente que a boa ficção é a realidade servida sob alguma forma de preparo”

BASE IMOVEIS COMPLETA UM ANO E INAUGURA NOVA SEDE

Liderada por Daniel Brunetto, Aline e Ivan Eidelwein, que contam com mais de 20 anos de experiência, amplia operação e agrega novos colaboradores e serviços

Começar um negócio sempre é desafiador. Porém, quando se já tem anos de experiência o processo de desenvolvimento tende a ser mais qualificado. É o caso da Base Imóveis, que completa um ano de atividade neste mês com uma importante novidade: o lançamento de sua nova sede, na Av. Benjamin Constant, no Centro de Lajeado.

Liderada por Daniel Brunetto, Aline e Ivan Eidelwein, que contam com mais de 20 anos de experiência no setor imobiliário, a empresa rapidamente se tornou uma referência. Exemplo disso é a forma como o mercado abraçou o negócio, abriu portas e gerou oportunidades para os sócios. Segundo Brunetto, ainda que desafiador, a experiência de recomeçar su -

perou as expectativas iniciais.

“Apesar de termos muito tempo de experiência, foi um recomeço. A diferença é que começamos do zero com experiência, o que é muito im portante. Conseguimos um volume de vendas significativo neste primei ro ano, mas nunca almejamos um final, preferimos desfrutar do cami nho”, avalia. Assim que a Base caminhava para concluir seu primeiro ano, ficou claro que era necessário mudar o atendi mento para um lugar maior e mais vi sível. Assim, foi dada a largada a um processo de mudança. Localizado no mesmo prédio - no número 1194, da Benjamin -, a equipe desceu para o térreo, na sala 104. “Por fim, con seguimos dar um salto. Saímos de uma sala de 60m² para uma de 140 metros quadrados. É um salto para levar mais qualidade ao mercado e trazer os clientes para ainda mais perto de nós”, explica Aline.

Há 22 anos no setor, Aline começou sua jornada como secretária de uma imobiliária aos 17 anos. Atuou com locações e migrou para vendas, onde colaborou por 12 anos com uma construtora.

Os anos de experiência dos sócios e o bom trabalho realizado mobilizou a conquista de novos clientes e manutenção dos que sempre caminharam juntos. É o caso do empresário Fabiano Bubolz de Souza, que há muito tempo é cliente de Aline. Antes da fundação da Base, Souza adquiriu dois imóveis com

com a empresa.

“A equipe da Base é muito assertiva e entende bem o desejo do cliente. Sempre apresentam os melhores imóveis. Além disso, são competentes, ágeis e transparentes nas negociações”, analisa.

Corretor desde 2013, Ivan tem ampla experiência nos processos que envolvem a concepção de uma obra. Apaixonado por construção civil, em diversas oportunidades da concepção de projetos à venda de condomínios fechados.

Novos protagonistas

Além de inaugurar uma nova unidade, a BASE ampliou o número de colaboradores. entre eles, estão corretores reconhecidos pelo mercado regional.

Natural de Arroio do Meio, Camila tem 14 anos de experiência no setor imobiliário. A ida para a Base tem como objetivo somar forças e ampliar o potencial de alcance para novos negócios.

Além de corretor, Brunetto é advogado egresso da primeira turma de Direito da Univates, de 2005, e atuou na área do Direito Imobiliário, assessorando pessoas físicas e jurídicas.

Parceiro de longa data do trio de sócios em outros negócios, Marcos é profundo conhecedor de Lajeado e do mercado regional.

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Produzido por Daniel Brunetto Aline Eidelwein Ivan Eidelwein Camila Backendorf Sattler
baseimoveisrs.com.br contato@baseimoveisrs.com.br @baseimoveis.rs 51 2165.2105 | 51 99557.2142
Marcos Kerpen Av. Benjamin Constant, 1194, loja 104 - Centro, Lajeado. | Horários: Segunda a sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 18h.

Cerimonial e jogos marcam inauguração do Campo A

O minifutebol do Clube Tiro e Caça foi destaque regional no último dia 17, não somente pelas rodadas, mas também pela inauguração do novo Campo A. O evento iniciou às 09h e trouxe diferentes gerações para dentro de campo, o que comprovou todo o potencial do esporte no Clube e no Vale do Taquari.

Os primeiros a conhecerem o novo espaço e a entrarem em ação foram os alunos da escolinha do CTC, que representaram a nova geração de sócios. Em duas partidas amistosas, os pequenos atletas brilharam e receberam incentivo dos familiares. As atividades foram coordenadas pelo professor Aná.

Na sequência, iniciou-se o cerimonial de inauguração, momento em que o presidente do CTC, Fernando Röhsig, destacou a preocupação do Clube com o lazer, saúde e bem-estar de seus associados, bem como a importância de estar em constante evolução.

Conforme o presidente Fernando Rohsig “ O novo Campo A representa a entrega do propósito do CTC, proporcionar o bem-estar e um melhor acolhimento para os sócios.”

Acompanhado do sócio Larri Rugard Neumann, o presidente deu o pontapé inicial e retomaram-se os jogos no novo Campo A.

Aliança X Tocafogo

Representando as primeiras gerações do minifutebol do CTC, os times Aliança e Tocafogo também entrarem em campo para um jogo comemorativo.

Com o placar de 2 a 1, o Aliança levou a vitória, que ficou em segundo plano, pois o que mais valeu foi a integração e as histórias relembradas das trajetórias de todos que lá estiveram.

Após a partida, retomaram oficialmente os jogos do minifutebol para o Campo A, com rodadas da elite do minifutebol.

Projeto de fomento a leitura ganha espaço no CTC

Os sócios que amam uma boa leitura não podem deixar de conferir a novidade do CTC. A partir de agora o Clube possui uma minibiblioteca, em parceria com o Richter Gruppe. O projeto faz parte da ação social Cidade Consciente, que visa estimular o hábito da leitura, por meio da troca de livros.

Duração das obras

As obras do novo Campo A e seus entornos duraram cerca de seis meses e tinham por objetivo trazer mais conforto para os jogadores e sócios que acompanham de perto as partidas. Além da troca do gramado, a área teve manutenção da cerca e aperfeiçoamento das arquibancadas.

Com a conclusão da reforma, as rodadas de minifutebol voltam a acontecer nos três campos do CTC.

4 | Você. | FIM DE SEMANA, 24 E 25 JUNHO 2023 CONTEÚDO PATROCINADO

Brincadeira, cultura e atenção ao corpo

AGENDA Programação da semana tem eventos para todos os gostos no Vale

Festival de Carrinho de Lomba em Estrela

Yoga no Jardim

Comemorado em 21 de junho, o Dia da Yoga motiva evento especial no Jardim Botânico de Lajeado, no domingo, dia 2 de julho, com início às 14h. Além da prática, a programação contempla também CrossFit, meditação e roda de dança. A organização solicita apenas que os participantes levem um lanche para compartilhar com o grupo. A entrada é gratuita.

Bruna Louise se apresenta no Teatro Univates neste domingo

Atração para diferentes idades, o Festival de Carrinho de Lomba de Estrela volta às ruas da cidade neste domingo, 25, das 8h30min às 11h30min. A 6ª edição do evento ocorre na Rua dos Topázios, no Loteamento Jardim das Pedras, com partici-

pação gratuita da comunidade.

A inscrição deve ser feita por meio de link disponível no site da prefeitura. Entre as exigências, está o uso de sapatos fechados e capacete. Mais informações sobre o evento podem ser conferidas pelo (51) 3981-1046.

Uma comediante de stand-up que conta histórias de relacionamentos e acontecimentos inusitados de sua vida. Esta é Bruna Louise, que narra, com bom humor, as situações estranhas que acontecem com ela.

A artista estará no Teatro Univates no dia 25 de junho, a partir das 20h, com o show de humor “Burnout”. Os valores dos ingressos variam, iniciando em R$ 35, mais as taxas da operadora de cartões.

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COMPORTAMENTO

Número de certidões de nascimento sem o nome do pai cresce na região. Especialistas alertam para a sobrecarga das mães e consequências na vida dos filhos. Ações judiciais podem cobrar pela responsabilidade paterna

Ausentes

no registro e no amor

Hoje nossa relação é distante, tenho amor de filha por ele, mas não tive convivência, não conheço ele de fato, então criar laços é mais difícil para mim”

Mulher de 49 anos preferiu não se identificar

de responsabilidade familiar.

No caso da moradora de Canudos do Vale foi assim. Ela conta que os pais namoravam há cerca de dois anos quando descobriram a gravidez. Era um relacionamento sólido, que começou a passar por divergências ainda antes do bebê nascer.

Oprimeiro contato com o pai foi aos 45 anos. Esta é a história de uma moradora de Canudos do Vale que prefere não se identificar. Logo que nasceu, o registro de nascimento continha apenas o nome da

mãe e a figura paterna foi ausente em grande parte da vida dela. Hoje, com 49 anos, sabe onde ele mora e os dois compartilham o sentimento familiar.

Mesmo assim, o contato perma-

nece distante. Com uma realidade percebida há décadas, os números de pais ausentes na vida e nos registros das crianças cresce a cada ano. Desde 2020, em Lajeado, o nú-

mero de pais ausentes aumentou em 1,2%. Na região, Taquari apresenta o maior crescimento:

4,7%. Entre os motivos percebidos por especialistas, está o desequilíbrio educacional e falta

“Naquele momento meu pai decidiu terminar o namoro e não assumir a gravidez. Então quando eu nasci, minha mãe me registrou somente no nome dela”, conta.

Antes de completar um ano de vida, um processo judicial para requerer a pensão alimentícia obrigou o pai a registrar a filha. A partir dali, a mãe recebeu o valor e a menina passou a ter o sobrenome nos registros. Por outro lado, a presença e acompanhamento não existiam.

“Minha mãe, assim como toda minha família materna, sempre me deu muito suporte físico e emocional para superar a falta de um pai”, diz.

Desde criança, ela sabia a verdade. “Eu lembro que aos seis anos, contava na escola que meu pai viajava muito e isso me deixava, de certa forma, mais confortável diante dos meus colegas”, recorda.

Na vida adulta

Apesar de todo o suporte na infância, alguns resquícios da ausência do pai foram percebidos depois de 40 anos, em terapia. Ela sabia que se quisesse curar as feridas, era necessário ir em busca dele.

Depois de dias de conversas por telefone, se encontraram. A conversa foi madura e resultou em novos contatos.

“Hoje nossa relação é dis -

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Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net Para especialistas, a ausência dos pais na criação dos filhos está relacionada à falta de responsabilidade familiar e às mudanças na hierarquia dentro de casa

Qual a sua avaliação sobre os números de crianças registradas sem o nome do pai?

A legislação brasileira prevê como direito de um recém-nascido ser registrado tanto pelo pai quanto pela mãe. Esse aumento de crianças registradas sem a presença do pai nos mostra um desequilíbrio educacional, onde ser responsável por suas ações já não é tão significativo. Isso vale também para a possibilidade da mãe não querer que o pai se faça presente na vida do filho, assumindo todas as responsabilidades de criá-lo sozinha, por muitos motivos. Seja o motivo que for, reforço a minha posição que em algum momento da nossa história confundimos os papéis e as hierarquias dentro de um sistema familiar e permitimos uma educação falha que foge dos princípios básicos de deveres e responsabilidades.

Quais os impactos desta falta na infância?

Desde muito cedo as crianças são inseridas em espaços sociais, um dos primeiros, e por obrigatoriedade, é a escola, onde é trabalhado a família nas suas diferentes formas, sempre respeitando o que cada criança traz consigo. No entanto, nesses momentos, a criança faz a correlação da sua família com a família dos colegas e isso pode gerar sentimentos de menos valia, inseguran-

ça, falta de limites, imunidade baixa que interfere na sua saúde física, dentre tantos outros problemas.

Serão percebidos alguns reflexos dessa falta paterna na adolescência e depois de adultos?

Acreditando em todo amor que uma mãe tem capacidade de dar a um filho, buscando de forma incansável suprir todas as necessidades, sejam elas materiais, morais, educacionais, mesmo que intimamente, terá reflexo sim, visível nas relações interpessoais ou na dificuldade de manter relações saudáveis com outras pessoas. Chamamos de feridas emocionais, que necessitam ser trabalhadas de forma intensa na adolescência, fase em que se busca, muitas vezes, meios ilícitos para suprir essa carência afetiva. Adultos que transgridem regras, leis, que muitas vezes agridem fisicamente e verbalmente seus pares, não mantêm empregos fixos, certamente estão relacionados a falta paterna na infância.

Caso o reconhecimento não ocorra espontaneamente, a legislação garante por meio de decisão judicial

Marta Luisa Piccinini advogada

responsabilidade e ao princípio da solidariedade que deve existir entre os membros da família.

“Dessa forma, o afeto pode se tornar uma obrigação jurídica e ser fonte de responsabilidade civil”, reforça. Segundo ela, o abandono ou não reconhecimento da paternidade está ligado ao descumprimento dos deveres de cuidado e de convívio.

Os motivos para essa ausência são diversos, mas o direito ao reconhecimento de paternidade ou do estado de filiação é garantia constitucional, assegurado também no Estatuto da Criança e do Adoloescente e no Código Civil. Dessa forma, há a possibilidade de se tentar localizar os pais que “sumiram” ou que não “assumiram” seus filhos.

cial”, explica a advogada.

Desde 2017, também é possível fazer em cartório o reconhecimento de paternidade socioafetiva, quando os pais criam uma criança mediante uma relação de afeto, sem nenhum vínculo biológico.

Programa Pai Presente

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou, em 2015, o Programa Pai Presente, que facilita o reconhecimento de paternidade em todo o Brasil.

O programa é coordenado pelas Corregedorias de Justiças dos Tribunais de Justiça dos Estados da Federação, que fazem mutirões em locais como escolas e presídios para atendimento de mães, crianças e pais que pleiteiam o reconhecimento da paternidade e exames de DNA.

“Além das garantias legais ao reconhecimento da paternidade, também é dever do Estado oferecer a possibilidade da mãe, representando o filho, ou ainda o próprio filho após atingir a maioridade, buscar o reconhecimento por meio de uma ação judicial”, reforça Marta.

Pais ausentes na região

tante, tenho amor de filha por ele, mas não tive convivência, não conheço ele de fato, então criar laços é mais difícil para mim”. Além disso, desde os quatro anos, a presença do padrasto supriu parte da falta do pai.

Obrigações jurídicas

A advogada especializada em direito da família, Marta Luisa Piccinini, explica que do ponto de vista jurídico, a afetividade está relacionada ao cuidado, à

O reconhecimento da filiação pode se dar de forma espontânea, quando o pai comparece voluntariamente ao Registro Civil das Pessoas Naturais, ou ainda por escritura pública ou testamento. “Caso o reconhecimento não ocorra espontaneamente, a legislação garante o reconhecimento por meio de decisão judi-

Ela acrescenta ainda, que a ação pode ser feita com um advogado particular ou por meio das Defensorias Públicas ou dos Escritórios Modelos das Universidades, que atendem de forma gratuita.

Na região, o Serviço de Assistência Jurídica da Univates (SAJUR) atua nessas ações, quando os interssados não possuem recursos.

FIM DE SEMANA, 24 E 25 JUNHO 2023 | Você | 7 ENTREVISTA
“Em algum momento, confundimos os papéis e hierarquias familiares”
ALINE INÊS HEBERLE HEINECK • psicóloga especialista em Neuropsicopedagogia
Ano nascidos pai ausente % 2020 1301 34 2,6 2021 1287 37 2,8 2022 1261 41 3,2 2023* 727 28 3,8 Ano nascidos pai ausente % 2020 549 22 4 2021 536 20 3,7 2022 648 21 3,2 2023* 305 12 3,9 Ano nascidos pai ausente % 2020 341 10 2,9 2021 346 4 1,1 2022 307 5 1,6 2023* 161 3 1,8 Ano nascidos pai ausente % 2020 228 15 6,5 2021 230 10 4,3 2022 200 14 7 2023* 125 14 11,2 Ano nascidos pai ausente % 2020 352 15 4,2 2021 285 15 5,2 2022 297 11 3,7 2023* 134 7 5,2
Lajeado Estrela Arroio do Meio Taquari Encantado Do ponto de vista jurídico, a paternidade também está ligada ao afeto, mesmo que não haja nenhum vínculo biológico
Chamamos de feridas emocionais, que necessitam ser trabalhadas de forma intensa na adolescência”

Solidariedade: a conexão humana necessária

Nos últimos dias, vimos uma série de localidades no Rio Grande do Sul em estado de alerta por conta de enchentes enormes. Cada cidade apresentou suas especificidades, mas todas necessitadas de não apenas urgentes ajudas econômicas, através de mantimentos, roupas, material de higiene, mas também afeto humano para um momento tão doloroso e de crise.

Nesse contexto é que se percebe a necessária solidariedade como conexão entre as pessoas, principalmente porque acaba por ser o elo de humanidade tão importante numa situação caótica. Solidarizar-se significa ter um sentimento de identificação em relação ao sofrimento do outro, já que a palavra solidariedade tem origem no francês “solidarité”, que também pode remeter para uma responsabilidade recíproca. Em muitos casos, a solidariedade não significa apenas reconhecer a situação delicada. Significa sair de si em prol do outro. Expressar compaixão. Cooperar mutuamente. Doar-se.

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, existem dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica. A solidariedade mecânica expressa a semelhança entre indivíduos e ajusta os detalhes da ligação entre esses mesmos indivíduos. Este tipo de solidariedade se manifesta através da religião, família, dos costumes e tradições, ou seja, aspectos que contribuem para o vínculo social. E ela provém, em muito, da criação e educação do indivíduo, cujo propósito já se vê interligado com a vida de outras pessoas, num senso de coletividade genuíno. Uma sensação de que precisa fazer

Peça com Vera Fischer é a nova atração do Teatro Univates

que precisam da humanidade para estarmos vivos. Seres de relação. Conexão. Coração.”

algo pelas pessoas em necessidade, porque o sofrimento delas também diz respeito a sua vida. Já a solidariedade orgânica também tem como objetivo melhorar o vínculo social, mas isso acontece através da divisão social do trabalho.

Neste caso, a diferenciação entre os indivíduos através do trabalho resulta na solidariedade, quando existe a interdependência e o reconhecimento que todos são importantes.

Portanto, a solidariedade não é etiqueta de bem viver, mas um sentimento profundo de bem querer ao outro, de se colocar no lugar da pessoa em sofrimento e perceber que deseja ao outro o que gostaria de receber a si também. É um valor amplamente divulgado, como remédio para os males do individualismo e do egoísmo no funcionamento do mundo. Somos seres sociais que precisam da humanidade para estarmos vivos. Seres de relação. Conexão. Coração.

Em “Quando eu for mãe quero te amar desse jeito: uma comédia cheia de veneno”, a partir da notícia do casamento do seu filho, a matriarca coloca a nora à prova. Em Lajeado, espetáculo ocorre dia 13 de julho CULTURA

Com 55 anos de carreira, a atriz Vera Fischer retorna aos palcos, com texto inédito de Eduardo Bakr e direção do premiado diretor Tadeu Aguiar. A volta à encenação inclui passagem pelo Teatro Univates com a peça “Quando eu for mãe quero te amar desse jeito: uma comédia cheia de veneno”.

O evento em Lajeado é no dia 13 de julho, às 20h. Os ingressos variam de R$ 150 a R$ 60, com venda de forma on-line, no site do Teatro Univates.

Sinopse

Na peça, Vera Fischer é dona Dulce Carmona, uma senhora de 70 anos que recebe a notícia de que seu único filho, Lauro (Rafael Sardão), vai se casar com uma mulher que ela não

conhece (Marta Paret).

A partir daí, a comédia mostra a luta de uma mãe obcecada para dar ao filho um futuro digno de sua “classe social”. A aristocrática dona Dulce Carmona entra numa guerra com a noiva do filho para manter a

imagem da família. O espetáculo de humor ácido e inteligente trata de temáticas como a necessidade de perpetuar o status financeiro, o medo da morte e as relações de poder e amor estabelecidas entre pais e filhos.

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OPINIÃO
Caroline Lima Silva Mestre em Psicologia – UFRGS
Somos seres sociais

Orquestra do GA em Concerto de Inverno

Com um repertório variado, marcado por grandes compositores que fizeram história no cenário musical, a Orquestra Gustavo Adolfo (GA) apresentou a segunda edição do Concerto de Inverno, desta vez, com tema “Glamour in Concert”. O evento ocorreu na quinta-feira, 22, no Teatro Univates, e contou também com a participação dos solistas da Celebration Band, Carlos Dalla Lasta e Luciana Lopes. Na noite, foram interpretadas obras de Frank Sinatra, James Brown, Stevie Wonder, Carlos Santana, Anthony Newley, Leslie Bricusse, The Temptations, Sérgio Bittencourt e de outros artistas renomados pelo mundo.

Sucesso na 21ª Convenção CDL

Mais de 800 pessoas participaram da 21ª Convenção CDL na manhã e tarde de quinta-feira, 22, no Clube Tiro e Caça. Interessados em sair da rotina, se capacitar e se preparar para o futuro dos negócios, os participantes deixaram o evento com ideias e exemplos práticos a serem aplicados. Entre os palestrantes, subiram ao palco Marquinhos Malaquias, Luciano Pires, Clóvis Tramontina, Cris Lisbôa e Maria Anselmi. O evento fechou com chave de ouro, em um happy hour com música ao vivo.

FIM DE SEMANA, 24 E 25 JUNHO 2023 | Você. | 9 Lente Social
Gabriel, de 12 anos, toca clarinete e levou os pais Bia e Max Vigolo para prestigiar os amigos Virgínia Born, Liane Treter Gonçalves e Lúcia Leffa Alberto e Amanda Kappel, com os parceiro de negócios Patrícia Ely e Daniel Johann Nilton Colombo, Cristiane Jung, Cátia Kolling e Angélica Silveira Aline Piazzini, Karine e Graziela Arnhold e Raquel Scheid Graziela Spohr, Marileide Vieira Silva, Karina Cenci e Vanessa Bazzanella

CULTURA

Fóruns Setoriais de Cultura de Lajeado têm inscrições abertas

Ogoverno municipal, por meio da Secretaria da Cultura, Esporte e Lazer (Secel), e o Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC) abrem o período de inscrições para novos representantes do CMPC e da Comissão de Incentivo à Cultura (CMIC), que atuarão na gestão de 2023 a 2025.

O objetivo é ampliar o conhecimento sobre identidade cultural e o impacto social das atividades na sociedade. Os fóruns para eleição dos comitês ocorrem no dia 6 de julho, a partir das 18h30min, na Casa

de Cultura de Lajeado

Podem participar artistas, produtores, agentes culturais, conselheiros, gestores, investidores, simpatizantes e demais protagonistas da cultura, seja de ordem pública, privada ou da sociedade civil, e entidades jurídicas com ou sem fins lucrativos.

Escolha dos conselheiros

Para a escolha dos novos membros, é necessário que os candidatos possuam vínculo residencial ou profissional em La-

jeado há, pelo menos, três anos. Também é preciso comprovar atuação na área ou segmento há mais de três anos e ter disponibilidade para atuar quando solicitado. Os documentos de comprovação deverão ser encaminhados para o e-mail cmpc@

lajeado.rs.gov.br.

Para o secretário da Secel, Carlos Reckziegel, quanto maior o número de representantes ligados à cultura em cada um dos setoriais, melhor será a estruturação do conselho. “É uma oportunidade im-

portante para o setor cultural como um todo poder contribuir para o desenvolvimento da cultural lajeadense, e colaborar nas decisões e propostas que influenciam diretamente em nossa sociedade”, destaca o secretário.

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A iniciativa tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre identidade cultural e o impacto social das atividades na sociedade
Os fóruns para eleição dos comitês ocorrem no dia 6 de julho, a partir das 18h30min, na Casa de Cultura de Lajeado

Por que (não) congelar óvulos?! Para

celebrar o

São João

Canjica Doce

Ingredientes

Com chapéu de palha e caracterizados como caipiras, é hora de acender a fogueira, cozinhar o pinhão e buscar pelas melhores receitas

A canjica é uma sobremesa feita de grãos de milho mergulhados em um caldo de leite de coco, leite, canela, cravo e outras especiarias. Com várias receitas e nomes ao redor do Brasil, ela pode ser apreciada de diversas maneiras, seja como prato doce ou salgado. Mas é a canjica doce a mais cobiçada nas festividades de São João.

Modo de preparo

• 1/2 kg de canjica branca

• 1 litro de leite

• 1 pitada de sal

• Açúcar a gosto

• 1 lata de leite condensado

• 1 vidro de leite de coco (pequeno)

• 1 unidade de canela em pau

Com a tendência verificada globalmente de se postergar a maternidade, isto é, deixar para ter filhos mais tarde, verifica-se um aumento gradual no número de pessoas que estão se deparando com dificuldades para tal.

Uma vez que não há fórmula mágica para evitar o envelhecimento, profissionais da área da medicina reprodutiva mundo afora têm que explicar diariamente às pacientes sobre o efeito do passar dos anos na quantidade e, principalmente, qualidade dos óvulos. Mesmo que saibamos, parece que não ocorrerá conosco.

os prejuízos vindouros com a idade, mas não reverterão os já ocorridos, nem rejuvenescerão.

Aliás, a busca pela imortalidade e pelo rejuvenescimento (mais recentemente pela fertilidade também) através da ingestão diária de um comprimido, pílula ou cápsula, ainda é um sonho distante, se é que um dia será alcançado. É uma ilusão que está sendo vendida e amplamente usada por um público vulnerável, consumidor de informações e produtos, ávido por soluções miraculosas: o das pessoas em busca do seu filho (os/as “tentantes”).

Deixe a canjica de molho em água por 12 horas. Após esse tempo, cozinhe-a em grande quantidade de água. Quando já estiver macia, coloque o leite, o açúcar, o sal e a canela. Deixe cozinhar até engrossar e, então, acrescente o leite condensado e o leite de coco. Sirva quente, polvilhada com canela em pó.

Apesar de muitas pessoas terem hábitos saudáveis, como não fumar, não beber, realizar atividade física e/ou acupuntura e ainda fazer uso de mil e uma suplementações vitamínicas (a moda da vez na área da reprodução humana), isto não é suficiente. Os efeitos nocivos do passar dos anos sobre os óvulos não têm volta!

Pesquisas científicas antigas revelam, e recentes confirmam, que a fase da vida em que a capacidade reprodutiva feminina atinge o apogeu é entre os 22 e os 24 anos. A partir daí, é observado um contínuo decréscimo da fertilidade, mais acentuado em algumas mulheres e menos em outras (e não são receitas com dezenas de vitaminas como D, B6, B12, ômega 3, coenzima Q10, zinco, magnésio e etc, que impedirão ou reverterão esta tendência fisiológica). Podem até amenizar um pouco

Diante desta realidade, a melhor maneira de se tentar combater o relógio biológico é congelando óvulos o mais cedo possível. Tal estratégia está crescendo nos países mais ricos e desenvolvidos, tornando-se uma prática cada vez mais comum. A procura também vem aumentado no Brasil, mas de forma muita lenta e tímida.

Não se trata de uma solução mágica, é verdade, e também tem as suas limitações, como não conseguir garantir a ocorrência da desejada gravidez no futuro e ter um custo elevado para a maior parte da população. Mas, trata-se de um investimento em saúde, uma forma de tentar aumentar as chances de se ter filhos e formar uma família, caso dificuldades apareçam. Como diz o antigo jargão: é melhor prevenir do que remediar!

FIM DE SEMANA, 24 E 25 JUNHO 2023 | Você. | 11
Dr. Marcos Höher Médico especialista em Reprodução Assistida

APRESENTA

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AFcriação de um Centro de Desenvolvimento

acilitar a interação com a comunidade e o ambiente externo é a grande aposta do projeto da arquiteta recém-formada pela Univates, Débora Caterine Costa, para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O prédio, pensado como uma nova sede para as três empresas que formam o Grupo Popular, também possui espaço para abrigar outros empreendimentos. Sacadas e visuais foram adotados para garantir uma expe -

Cultural e Educacional foi o objetivo do projeto desenvolvido pela arquiteta formada pela Univates em 2022/A, Denise Andréia Führ, para o trabalho de conclusão do curso.

m espaço de atendimento para mulheres vítimas de violência foi desenvolvido pela arquiteta Camila Immich para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Univates. Formada em 2022/B, a proposta foi integrar todos os ambientes necessários ao serviço em um único lugar, chamado “Florescer: Centro de Referência e Atendimento à Mulher”.

O trabalho foi orientado pela professora Jamile Weizenmann e apresenta possibilidades de serviços desde o atendimento policial, para boletins de ocorrência e solicitações de medidas

UA ideia foi inserir o centro na cidade de Estrela, como um espaço adequado para diversas atividades. Assim, o Criar Centro de Desenvolvimento Cultural e Educacional também propõe ofertar eventos e atividades diurnas, para os idosos, crianças e jovens, em especial, no turno inverso escolar. Para os adultos, as atividades serão concentradas nos turnos vespertino e noturno. Além disso, ocorrerão diferentes eventos abertos ao público, como palestras, encontros gastronômicos e pequenos eventos musicais. A ideia é que o espaço se torne referência para os municípios e atraia moradores de toda a região.

Parcerias

Acolhimento e possibilidades para atender mulheres

Educação e cultura para todos

Projeto

riência diferenciada aos usu ários, explica a profissional. A construção busca ampliar a visibilidade e a interação das empresas com a comunidade, por isso, o projeto também prevê uma cafeteria no andar térreo. “A ideia é atrair tanto o público que trabalha e frequenta o prédio, como a comunidade em geral”.

protetivas, quanto o atendimento psicológico e social. Além da oferta de cursos e atividades, visando a reintegração das mulheres no mercado de trabalho.

forme as necessidades dos usuários, mas a partir da mesma estratégia de cores da área externa.

das marcas e possibilitar

Sendo assim, a estrutura forma uma espécie de “L”, permitindo um pátio interno para a socialização e integração das mulheres. Além disso, todos os ambientes utilizados para os atendimentos estão voltados a esse espaço, e as circulações ficam direcionadas ao lado da rua. Outro ponto destacado pela arquiteta foram as cores e utilização de plantas e acabamentos amadeirados, para trazer maior conforto às usuárias dos serviços.

para o equilíbrio entre os brises de madeira e o concreto

“Os materiais também se destacam pela durabilidade. O carpete, por exemplo, tem uma durabilidade média.

Na parte externa, cores neutras como cinza, preto e tom de madeira foram escolhidas para transmitir sensação de aconchego, destaca Débora.

A cafeteria possui tom de concreto, laje e esquadrias escuras. A madeira, utiliza da tanto nos brises, como no mobiliário, busca proporcio nar um ambiente acolhedor.

escolas públicas. Além de proporcionar apresentações teatrais e músicas por meio de editais e leis de incentivo à cultura.

De acordo com a arquiteta, entre os materiais do projeto, está o U-glass, escolhido para o fechamento da fachada principal da estrutura. Desta forma, a opção permite uma maior privacidade dentro do prédio, ao mesmo tempo em que permite a entrada de iluminação natural.

A ideia é que o espaço também sirva como locação para eventos e palestras de empresas e pessoas interessadas. O centro contará com salas comerciais, cafeteria, e abrigará a biblioteca pública em um ponto de fácil acesso e visibilidade.

“O propósito do centro cultural é realizar o encontro de pessoas, indiferente de raça, cor e classe”, destaca a arquiteta.

Materiais utilizados

Os demais espaços possuem uma paleta de cores seme lhantes, porém mais claras, o que garante mais conforto

destre e trazer maior aconchego. Como estratégias bioclimáticas criou-se recuos proporcionais a cada incidência solar, bem como a perfuração da laje superior para se ter o efeito chaminé, possibili tando a refrigeração dos ambien tes e a entrada de luz natural.

“Visto que o público-alvo do projeto são mulheres em um estado de vulnerabilidade, a privacidade e proteção foram utilizados como critérios na elaboração da estrutura”, destaca Camila.

Além disso, na fachada, foram utilizados painéis em concreto polímero e estrutura metálica para a ventilação, com aumento, também, da inércia térmica e diminuição da entrada de calor.

“Esta materialidade exige pouca manutenção, apenas a sua higienização”, destaca a ar quiteta.

A cobertura conta com a im permeabilização e colocação de argila expandida para uma me lhor eficiência térmica. Assim como espelhos d’água e vegeta ção para o resfriamento evapo rativo.

12 | Você. | FIM DE SEMANA, 6 E 7 MAIO 2023
Camila Immich Arquiteta e urbanista formada pela Univates em 2022/B Orientadora: Jamile Weizenmann pela Univates em 2022A Orientador: Guilherme Osterkamp busca ampliar visibilidade Débora Caterine Costa debo_costa94@yahoo.com.br
IMAGENS JEANDRES ROSA
PATROCINADORES REALIZAÇÃO

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