Você - 2 e 3/09/2023

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Vida salva por outro coração

O transplante de órgão é um dos assuntos em alta no Brasil nas últimas semanas. Conforme o Ministério da Saúde, no primeiro semestre de 2023, foram feitos 206 transplantes de coração no país, 16% mais que no mesmo período do ano passado. Neste fim de semana, conheça histórias de quem renovou as esperanças da vida com um novo coração

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FIM DE SEMANA, 2 E 3 SETEMBRO 2023 edição nº 403

Coragem e amor

Sobre traição

Quem assiste televisão, lê jornais ou acessa a internet não teve como fugir da notícia de que Fausto Silva passou por um transplante de coração. Um dos maiores apresentadores do Brasil fez com que o tema ganhasse destaque nas rodas de conversa. Fausto recebeu o coração de Fábio Cordeiro da Silva, jogador de futebol de várzea, de 35 anos, que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Em publicação nas redes sociais essa semana, ela agradeceu a família de Fábio, a equipe médica e o Sistema Único de Saúde (SUS). No mesmo texto, escreveu: “Eu preciso motivar a doação de órgãos. O Brasil tem que ser o 1º lugar do mundo”. Em fevereiro, eu fiz uma reportagem com essa temática e me emocionei em vários momentos. Nesta semana, com a produção dedicada a estudar o transplante de coração, não

foi diferente. Não se trata de um processo clínico normal. A decisão de fazer ou não a doação de órgãos ocorre sempre em um dos momentos mais delicados de uma família.

Receber a notícia da morte de uma pessoa querida nunca vai ser fácil. A dor da perda nunca vem sozinha e tomar decisões importantes nesse momento é um desafio. Por isso, é tão importante deixar declarada a vontade de doar órgãos. Sabendo que era esse o desejo de quem partiu, fica menos difícil lidar com a situação.

Apesar da dor, existem famílias que conseguem dar exemplo e acabam salvando vidas. Foi o que fez a família de Fábio Cordeiro da Silva, dono do coração que agora funciona em Fausto. No Vale do Taquari, também temos exemplos positivos. Aliás, nossa média de doação de órgãos é maior do que a média estadual.

A força das famílias daqui salvam a felicidade da vida em muitos outros lugares. Um coração que bate de novo em outro lugar, o amor de alguém que ganha forças para continuar amando.

Incentivar a doação de órgãos é ajudar a salvar vidas.

Boa leitura!

Não é incomum que, ainda neste período existencial da humanidade, haja traição entre os casais. Trair é desonrar a história de vida entre duas pessoas que se amam e possuem um propósito lado a lado. É usar o egoísmo para pensar sozinho. É não ter a clareza de dialogar com seu parceiro de uma forma honesta e objetiva como adultos que se compreendem. Por mais que uma traição tenha sido motivada por algum mal-entendido, faz-se necessário sempre a escuta e a empatia para a resolução do conflito. Porém, nem sempre as pessoas acabam por se encontrarem para resolver tal situação de um maneira aberta e verdadeira, mas sim por negação e imaturidade. Com a traição vem o luto e a falsa percepção de perder uma pessoa. Entretanto, ninguém é dono de ninguém, mas parceiros de uma caminhada a dois. Por isso, a dor que advém disso tudo. A traição machuca. Descobrir que o parceiro ou a parceira é infiel é um dos momentos mais difíceis da vida de alguém. As emoções que surgem após a descoberta da infidelidade podem causar estragos no emocional de quem foi traído (e de quem traiu também). A traição simboliza quebra de confiança e ausência de respeito com o próximo. Afinal, existem maneiras de melhorar o relacionamento e de terminá-lo sem causar tamanho sofrimento emocional ao próximo. Além disso, as crenças da pessoa traída em relação aos relacionamentos podem sofrer mudanças radicais. Seus sonhos, planos para o futuro e expectativas também são danificadas bruscamente.

Ao mesmo tempo, pode existir o descarte

da pessoa traída, muitas vezes pelo telefone ou WhatsApp, sem que não haja respeito pela pessoa que sofre a situação. Assim, existe um elo energético entre as pessoas de um relacionamento, que arrebenta no momento em que um dos dois trai. E não esqueçamos que existe uma lei maior do universo que se chama Lei de Ação e Reação, a qual todos estamos submetidos, o que significa dizer que as situações voltam como consequência da causa sofrida. Aquele que trai recebe, como um bumerangue, tudo o que fez no sentido de machucar o outro. E onde fica o amor nesse interim? Portanto, ninguém está blindado a passar por uma situação de traição, porque todos nós somos humanos e alvos de desavenças nos relacionamentos. Importante é que exista sempre o respeito e o diálogo, fundamentais e pertencentes a pessoas adultas e conscientes do que precisam resolver.

2 | Você. | FIM DE SEMANA,2 E 3 SETEMBRO 2023 Bastidores
OPINIÃO
Caroline Lima Silva Mestre em Psicologia – UFRGS
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Uma nova chance de viver

No ato de doar um coração, muitas histórias se cruzam. Nas últimas semanas, o assunto entrou em debate no país, após procedimento do apresentador Faustão. Eventos e campanhas também evidenciam a importância da doação

tiva. Neste fim de semana, o porto alegrense vem a Estrela para participar da Rústica de Inverno, que tem como tema a importância da doação de órgãos.

nado no Hospital Santa Casa de Misericórdia.

“Quando tiraram o tubo de sedação e eu dei aquela primeira respirada, senti o ar circular por todo o meu corpo. Lembro de sentir aquela respiração e ver meu coração batendo”. Esta é a primeira memória de James Cassiano da Silva, 38, depois de receber o transplante de coração em janeiro de 2020. Diagnosticado na época com miocardiopatia dilatada, faz três anos e oito meses que vive com uma nova perspec-

Para além do evento, o assunto também ganhou proporção nas últimas semanas pelo caso do apresentador de TV Fausto Silva, o Faustão, que, aos 73 anos, passou por um transplante de coração, com fila de espera pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No caso do apresentador, o tempo foi curto entre a necessidade e o dia da cirurgia. Para outros, a busca por um órgão compatível pode levar meses.

Para James foi assim. Foram seis meses até receber a doação.

Ele conta que o problema iniciou em maio de 2019, quando dirigia pela Borges de Medeiros, em Porto Alegre, depois do trabalho, e sentiu uma dor severa no peito. Era fim de sexta-feira, e no sábado de manhã foi inter-

Ele chegou à casa de saúde com baixa saturação e, depois de uma série de exames, a suspeita de crise asmática se transformou em miocardiopatia dilatada. Com o coração expandido, cerca de 20% do órgão ainda conseguia bombear sangue pelo corpo de James.

“O médico falou que não tinha expectativa de melhora. A única coisa que me salvaria era um transplante de coração”, recorda.

O susto e o medo do diagnóstico, aos poucos, se transformaram em força. No período de internação na espera da doação de um órgão compatível, ele passou a compartilhar informações sobre a doação de órgãos e o dia a dia nas redes sociais. Ao mesmo tempo, já preparou a família para o pior. “Minha família, minha esposa, sabiam que se não chegasse a tempo o coração, eles teriam que doar os meus órgãos”.

Dia de reviver

No dia 1 de janeiro de 2020, pouco antes das 21h, James recebeu a ligação do médico do Hospital São Francisco. “Ele disse: ‘meu filho, tu ainda quer um coração? Teu coração chegou”.

O doador era também de Porto Alegre, o que agilizou o procedimento. Com boa compatibilidade, ele entrou na sala de cirurgia a meia noite e na manhã seguinte tinha um novo coração.

Hoje, Silva diz ser mais pa-

ciente e procura viver um dia de cada vez. Do procedimento, ele também carrega outras consequências positivas, como a criação e coordenação do Núcleo de Educação e Sensibilização de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes no RS, e ainda trabalha na Central Estadual de Transplantes (CET).

Decisão da família

Responsável pela procura de órgãos entre potenciais doadores no Vale do Taquari, além da região de Santa Maria e da Campanha, o doutor Nelson Barbosa Franco Neto explica

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SAÚDE James passou pelo transplante de coração em janeiro de 2020 Cada órgão tem um “tempo de isquemia” diferente. Esse é o período em que ele pode ficar fora do corpo, resfriado

que a busca por órgãos é feita em pacientes que têm morte cerebral, o que corresponde a 90% das doações do Brasil. Apenas rins e fígado podem ser doados a pacientes vivos.

Quando constatada a morte cerebral, é possível fazer o transplante de demais órgãos do corpo, que continuam em funcionamento. O diagnóstico é feito em dois momentos diferentes e por dois médicos treinados. Além disso, a lei brasileira também exige um exame complementar.

Para Neto, é isso que explica a importância das campanhas e da conscientização das famí-

lias. “A procura pelo doador vai se dar após a morte de um ente querido. É por isso que a gente fala tanto sobre dizer para família se você é um doador, porque essa decisão vai se dar após a sua morte. E a família vai decidir em um momento de luto, em um momento de muito sofrimento”, reitera.

O transplante

Depois de aceita a doação, é preciso avaliar quais órgãos têm condições para passar pelo procedimento. “Existem algumas contraindicações, mas é menos do que se imagina. Não é qualquer doença e nem qualquer remédio que impede a doação”. HIV, alguns tipos de hepatite, infecções virais e fúngicas fazem parte da lista.

Feita a avaliação, o hospital entra em contato com a Central Estadual de Transplantes, que gera uma lista de potenciais receptores. “O tipo sanguíneo tem que ser parecido. Para coração e pulmão, é preciso ter compatibilidade de sis-

entra na lista única organizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o chamado Sistema Nacional de Transplantes (SNT). “É possível até transplantar pelo convênio. Mas toda a distribuição é pelo SUS”, explica.

Histórias da região

No Vale, algumas histórias ficaram conhecidas. Em 2019, o vereador de Lajeado, Lorival Silveira, fez um transplante de coração. Caso não tivesse passado pelo procedimento, a expectativa era de que ele tivesse, no máximo, mais um ano de vida. Dada a urgência do caso, ele foi colocado em primeiro lugar na fila.

No dia 25 de abril foi informado de que havia um doador compatível. O coração que Lorival recebeu era de Ivete Domann, de 39 anos, e moradora de Bento Gonçalves. Meses depois do transplante, o vereador conheceu a família da doadora e agradeceu pela chance de viver com saúde novamente.

Transplantes de coração em dados

Dos 23 protocolos de morte cerebral constatados em 2022 no Hospital Bruno Born (HBB), oito tiveram órgãos doados;

Em 2021, foram quatro doações de 14 protocolos; No primeiro semestre de 2023, foram realizados 206 transplantes de coração no país;

O dado significa um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado.

Atualmente, 379 pessoas esperam por um transplante de coração no Brasil.

tema imunológico, para evitar o risco de rejeição. Além disso, o tamanho também deve ser compatível”, conta. Também é levado em conta a gravidade de cada caso. A maior parte das vezes, órgãos como o coração são direcionados aos pacientes que estão mais graves no momento.

Corrida contra o tempo

Cada órgão tem um “tempo de isquemia” diferente. Esse é o período em que ele pode ficar fora do corpo, resfriado. “Cada minuto que passa perde funcionamento. Fica mais difícil de transplantar”, explica o doutor. O tempo que um coração pode ficar fora do corpo é de cerca de quatro horas. O órgão mais sensível é o pulmão, que tem o tempo médio de três horas. No Hospital Bruno Born é feito transplante de córneas e de rins. Caxias e Porto Alegre fazem os transplantes mais complicados, como coração e pulmão.

Pelo SUS

Quando se detecta a necessidade de transplante, o paciente

aceita o órgão e se o paciente tem condições de fazer o transplante naquele momento. Caso não tenha receptor apto no RS, é destinado para qualquer cidade do país.

Vidas salvas

Esse agradecimento também foi recebido pela família de Henrique Santiago, em 2014. A história é outra, mas o sentimento é o mesmo. Quando o filho mais novo de dona Vera morreu em um acidente de carro, a família Santiago, de Bom Retiro do Sul, sabia que a doação de órgãos era o desejo do caçula. Assim como Lorival, os receptores dos órgãos de Henrique também conseguiram encontrar a família do doador para agradecer.

Quando tudo dá certo no processo de doação, o corpo de uma pessoa pode salvar até sete vidas. É possível doar o coração, pulmão, o fígado, dois rins, pâncreas e intestino – os dois últimos sendo os mais raros. A pele e as córneas também podem ser doadas. Existem poucas contraindicações para doação. Não podem

Sobre a Rústica de Inverno de Estrela

doar apenas aqueles que têm AIDS ou HIV, câncer ativo ou infecção generalizada muito grave. Idade avançada ou hipertensão, por exemplo, não são impeditivos.

Data: Domingo, 3 de setembro

Na fila do transplante

Horário: Largada a partir das 8h15min

Local: Parque Princesa do Vale

O HBB faz transplantes de rins e de córneas. A fila de espera por um rim chega a 67 pessoas, o que corresponde a 70% dos pacientes que fazem hemodiálise. Os outros 30% não têm condições de fazer o transplante. A fila de espera por um órgão é angustiante. Para os pais de um re-

Tema: “Correndo Juntos pela Vida”, sobre a importância da doação de órgãos

Percentual de doação de órgãos dos últimos três anos

cém nascido, da Cunha mar Stach, do segundo do perceberam errado O pequeno sentava cólicas fortes. buscou diferentes notícia quado só to Alegre. Raizo seguia mais mentava pais sabiam menino normal. sias, o uma missão impossível:

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Sexta-feira, 3 fevereiro 2023
Ano Nº de mortes encefálicas Nº de doações Percentual de doações 2020 564 182 32,26% 2021 673 161 23,9% 2022 732 197 26,9% no RS
Ano Nº de mortes encefálicas Número de doações Percentual de doações 2020 24 11 45,8% 2021 14 4 28,7% 2022 23 8 34,7% no HBB JULIA AMARAL
Hoje, James Cassiano da Silva vive mais paciente e gosta de colecionar momentos em família

Cultura e solidariedade

Show tributo ocorre na quarta-feira,6, no Teatro do Sesc.

Assucena leva ao palco os sucessos da artista

Um show intimista que revive uma das maiores vozes brasileiras é apresentado no Teatro do Sesc Lajeado na quarta-feira, 6. O espetáculo “Baby, te amo - Tributo à Gal Costa” traz ao público a memória da artista no vocal da cantora baiana Vitória da Conquista Assucena. A partir das 20h, o palco recebe os principais sucessos de Gal. No repertório, estarão músicas como “Baby”, “Tigresa”, “Vapor Barato”, “Pérola Negra” e “Coração Vagabundo”. Os ingressos custam R$ 20 para

Lajeado recebe tributo a Gal Costa

ENTREVISTA | Vitória da Conquista Assucena, cantora

O que o público pode esperar do show aqui em Lajeado?

“Baby, te amo - Tributo à Gal Costa” é um show que vem primeiro de um imaginário afetivo brasileiro, de canções de uma das maiores vozes do Brasil. Mas em um sentido de releitura e não de cover. São as canções de Gal sob a ótica de Assucena. São vários momentos da carreira da Gal. O público pode esperar emoção e uma certa saudade, porque a gente vai rememorar alguns momentos da obra dela.

Já tinha vindo para a cidade antes?

to comigo. O espetáculo só tem sentido quando existe uma troca entre o público e o artista. Então espero uma conexão muito positiva. Eu amo o público gaúcho.

Qual a sua ligação com as músicas de Gal Costa e o que te levou a fazer esse show tributo?

usuários do Cartão Sesc/Senac nas categorias Comércio e Serviços ou Empresários e beneficiários da Lei da Meia-Entrada, e R$40 para o público em geral. A compra pode ser feita pelo site do Sesc Lajeado. Na cena musical, Assucena se destacou com a banda “As Bahias e a Cozinha Mineira”. Já recebeu dois Prêmios da Música Brasileira e duas indicações ao Grammy

Latino. A artista estreou sua carreira solo em 2021 com “Rio e também posso chorar”, uma celebração aos 50 anos de lançamento do icônico álbum “FatalGal A Todo Vapor”.

“Homenageio Gal por eu ter feito de mim, uma mulher que medita a respeito de minha época, de meu corpo, de minha voz e que deseja cantar um Brasil com o propósito da memó-

É a primeira vez que venho a Lajeado e a primeira vez que retorno ao RS com minha carreira solo. Eu já tinha feito uma mini turnê no sul, feito show algumas vezes em Porto Alegre. Estou muito feliz . Espero que o público entre na onda jun-

ria, da formação da consciência e do reencontro com suas raízes, mas também de sua contemporaneidade”, conta a artista.

Assucena lançou em 2022 os primeiros singles da nova fase de sua carreira: a canção autoral inédita “Parti do Alto”, uma

Eu tenho dito que Gal é uma cantora que me pariu como artista que sou hoje. Foi no período da faculdade que me encontro não só com a voz, mas com a obra dela. Acho que a mudança de paradigma é quando me encontro com a obra dela, que é uma obra extensa, com quase 40 discos. Ela praticamente lançou, até 85, um disco por ano. A obra é vasta e muito qualitativa. A minha ligação com as canções são reais, de muita história e vivências, de ela ter sido a trilha sonora da minha vida de forma constante.

releitura de “Ela”, gravada por Elis Regina há 50 anos. Hoje, a artista prepara seu primeiro álbum solo, que será lançado neste mês, com produção musical assinada por Pupillo e direção artística da cantora Céu, ao lado da própria artista.

Feijoada beneficente destina valores ao Lar São Chico

Iniciativa do Lions Clube Lajeado

Centro ocorreu no dia 26 de agosto

A tradicional feijoada solidária, promovida pelo Lions Club Lajeado Centro arrecadou mais de R$ 10,7 mil, destinados ao Lar São Chico. No dia do evento, 26 de agosto, foram vendidos 179 almoços, retirados na entrada do Centro Comunitário Evangélico. Presidente do Lions, Caroline Lima e Silva agradeceu a comunidade por colaborar com a campanha. Ela destaca que o Lar São Chico é

uma instituição de acolhimento de moradores de rua de Lajeado, que precisa da ajuda comunitária para manter os serviços.

A instituição sem fins lucrativos oferece moradia, alimentação, higiene, vestuário e atendimento psicossocial. A entidade também é mantida com recursos da administração municipal de Lajeado.

Integrantes do Lions venderam 179 kits no sábado, 26 de agosto

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“Gal é uma cantora que me pariu como artista que sou hoje”
Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br DIVULGAÇÃO FERNANDA TINÉ

SAÚDE

Mulheres rurais em destaque

Agricultora da região, Marlene Grassi compartilha a experiência de participar de um dos maiores eventos do continente em prol da valorização das trabalhadoras do campo

“Jamais me senti tão valorizada em toda a minha vida, ao ser prestigiada por tantas pessoas importantes.” É com essa frase que Marlene Berwanger Grassi, 57, descreve sua participação na 7ª Marcha das Margaridas.

O evento ocorreu em Brasília, nos dias 15 e 16 de agosto, reunindo 150 mil mulheres de mais de 30 países.

A Marcha das Margaridas representa uma manifestação das trabalhadoras rurais brasileiras em defesa de direitos sociais e contra a violência. O tema sempre fez parte da vida de Marlene, que é agricultora desde sempre.

Como coordenadora do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais, Marlene lembra

Sobre Margarida

A Marcha das Margaridas é uma homenagem a Margarida Maria Alves, uma trabalhadora rural e sindicalista paraibana que dedicou sua vida à luta pelos direitos das mulheres trabalhadoras rurais. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983 e se tornou um símbolo na defesa dos direitos dessa categoria, marcando a denúncia das violações sistemáticas dos direitos fundamentais. Em âmbito internacional, ficou claro que o Estado brasileiro foi responsável pela violação dos direitos à vida, integridade pessoal, proteção e garantias jurídicas de Margarida Alves.

Eixos políticos

Democracia participativa e soberania popular

Poder e participação política das mulheres

Vida Livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo

composto por 21 pessoas da região de Lajeado, participou do evento, que teve como tema deste ano “pela reconstrução do Brasil e pelo bem-viver”.

A programação incluiu diversas oficinas, seminários, rodas de conversa, depoimentos e a apresentação dos 13 eixos de trabalho.

“Essa pauta com os 13 eixos foi entregue a oito ministérios em 21 de junho. Até o dia da marcha, já haviam sido discutidos por 27 ministérios. Na abertura da marcha, a ministra Cida Gonzalez, do Ministério das Mulheres, já havia assinado duas portarias. No dia 16, durante a marcha, quando fomos recebidos pelo presidente Lula, ele assinou mais quatro portarias”, afirma Marlene.

Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética

Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios

Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional

Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns e proteção da natureza com justiça ambiental e climática

Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda

Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação no campo

que desde a década de 80 tem lutado pelos direitos e espaços das mulheres. “Naquela época, as mulheres do campo não tinham voz na lei. No censo do IBGE daquela época, eram consideradas mão de obra inativa, junto com crianças e idosos.

Nosso movimento teve início com uma reunião no final de 1983 e se consolidou em 1985”, relata.

A participação na Marcha das Margaridas foi intermediada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR). O grupo,

Para a agricultora, foi gratificante poder conversar e conhecer mulheres de diferentes regiões do Brasil, incluindo ribeirinhas, quilombolas e do sertão. “O encontro estava repleto de energia e entusiasmo de todas as mulheres, e foi muito emocionante ouvir a frase ‘Margarida presente’”, recorda. A próxima Marcha das Margaridas está prevista para 2027.

Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária

Universalização do acesso à internet e inclusão digital

Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo

Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade

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O encontro estava repleto de energia e entusiasmo de todas as mulheres, e foi muito emocionante ouvir a frase
‘Margarida presente’”
Marlene Berwanger Grassi
agricultora
Evento reuniu mais de 150 mil mulheres de mais de 30 países, em Brasília Grupo de muheres da região que participou das manifestações da 7ª Marcha das Margaridas, entre 15 e 16 de agosto

Novidade e sabor na Cervejaria Lajeadense

Um espaço com foco na cerveja e no bem estar do cliente. Esta é a proposta da Cervejaria Lajeadense, localizada na Rua Bento Gonçalves, 1.008, no antigo Lendário. O ambiente traduz uma experiência cervejeira completa, desde a produção, às diversas opções oferecidas.

Os sócios Carla Luciane Diedrich e Tiago Carvalho Araujo, de Estrela, contam que a marca foi desenvolvida pelo parceiro na produção de cervejas, Make my Beer, para as cervejas produzidas na casa.

“Durante a evolução do projeto, entendemos que a utilização desta mesma marca para o empreendimento em si traria muitos benefícios na forma de atuação do marketing e unificaria as ações”, destaca Carla.

A proposta da nova marca é demonstrar para os clientes o posicionamento da empresa como estabelecimento cervejeiro. Aliado a isso, quem frequenta o espaço também pode visualizar o local de produção

da bebida produzida a partir do malte, e ainda pode degustar os diferentes tipos de cervejas acompanhadas de um cardápio

No cardápio

Além da marca, foram feitas outras mudanças no estabelecimento, para melhorar o conforto acústico, além de alteração do layout interno e externo, iluminação e cores. O bar está totalmente remodelado e o cardápio cheio de novas opções. “Tudo feito com muito carinho para receber nossos clientes cada vez melhor”, destaca Carla.

Música e diversão

repleto de opções. Uma das curiosidade da marca também está no rótulo de cada bebida, que leva um nome diferente em homenagem à uma rua, bairro ou personalidade de Lajeado.

A cervejaria também serve almoços à la carte de segunda a sábado e, durante a noite, a partir das 17h, recebe os clientes de terça a sábado. Para o almoço, o carro chefe são as à la minutas e o prato executivo. Já à noite, a campeã de vendas é a cerveja Pilsen. O destaque do novo cardápio da noite tem sido os bolinhos de batata recheados com carne de panela.

Ainda, o local conta com noites especiais, como a “Quarta Viva”, que no dia 30 de agosto trouxe ao estabelecimento a música instrumental de Zoca Jungs, Samuca do Acordeon, Alex Zanotteli e Lito Malaggi. A programação é sempre compartilhada pelas redes sociais. O tradicional karaokê continua fazendo a alegria dos clientes nas quintas-feiras. Nas sextas e sábados, também haverá música ao vivo. Os sócios ainda destacam a produção própria de cervejas, o amplo cardápio, o ambiente moderno e acolhedor e o ótimo atendimento.

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ENCONTROS
À noite, a campeã de vendas é a cerveja Pilsen Sócios Tiago Carvalho Araujo e Carla Luciane Diedrich e família

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